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Cerca de 6.000 dos 13.000 refugiados que ficaram desabrigados após o incêndio devastador no campo de Moria, na ilha de Lesbos, já estão instalados no novo acampamento habilitado e entre eles há 157 casos positivos de coronavírus, disseram as autoridades gregas nesta sexta-feira (18).

Um total de "6.000 pessoas entraram no campo, entre elas há 157 casos positivos" de covid-19, disse Alexandros Ragavas, porta-voz do ministério grego das Migrações.

Desde o incêndio ocorrido na noite de 8 para 9 de setembro, esses milhares de migrantes, que viviam em deploráveis condições de higiene e segurança em Moria, se viram ao ar livre e passaram a dormir nas estradas, nos estacionamentos ou mesmo no cemitério da ilha.

Muitos deles estavam relutantes em entrar no novo campo porque temiam ficar presos no local por um longo tempo sem que sua situação legal progredisse.

Mas as ameaças da polícia e das autoridades, que os advertiram de que não processariam seus pedidos de asilo se não entrassem no novo campo, fizeram com que milhares de pessoas aceitassem.

Após sua chegada, todos os refugiados são submetidos a um teste de diagnóstico para verificar se estão infectados com o novo coronavírus. Se for esse o caso, são isolados em uma zona de quarentena.

Este novo acampamento terá capacidade para acomodar entre 8.000 e 10.000 pessoas.

Em nota, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) lembrou nesta sexta-feira que este campo era uma "solução provisória" e destacou que a permanência desses migrantes em Lesbos não deve ser perpetuada.

Paralelamente, Moria, descrito por muitas ONGs como "a vergonha da Europa", será demolido em breve.

As poucas pessoas que permaneceram entre suas ruínas foram evacuadas nesta sexta-feira.

No estado de São Paulo, imigrantes e refugiados podem realizar um cadastro direcionado para a procura de emprego nos mais diferentes segmentos. A base de dados do Centro de Integração da Cidadania (CIC) registra currículos dos estrangeiros que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho em todo o território paulista.

Para disponibilizar o currículo, basta preencher o formulário virtual no https://justica.sp.gov.br/curriculo-vitae/O convênio com as empresas permite que o CIC indique a vaga de acordo com o perfil do imigrante. 

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Além de disponibilizar o serviço para intermediar a contratação do trabalhador, o órgão oferece diversos serviços sociais e de integração aos estrangeiros. Entre eles, aulas de Língua Portuguesa (online), orientação jurídica de Direito migratório, direcionamento para acesso a serviços essenciais (educação e saúde pública), assistência social, instruções do Direito Trabalhista, entre outros.

O CIC retomou o atendimento presencial, no entanto, devido à pandemia do novo Coronavírus, é necessário que os imigrantes façam o agendamento de maneira prévia. O contato deve ser feito pelo telefone (11) 3115–2048. A instituição fica na Rua Barra Funda, nº. 1.020, no bairro da Barra Funda, região oeste da capital paulista.

O artista britânico Banksy é o financiador do navio Louise Michel, que está no Mediterrâneo para ajudar refugiados que tentam entrar no continente europeu pelo mar. À bordo da embarcação está uma equipe formada por ativistas, que pretendem chegar até os viajantes antes que eles sejam capturados de volta pela guarda-costeira da Líbia, de onde a maioria deles parte.

De acordo com a reportagem publicada pelo Hypeness, há relatos de maus tratos e até mesmo da venda de alguns refugiados, quando esses são retornados aos portos líbios.

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O barco de Banksy, que foi batizado em homenagem a uma feminista do século 19, saiu da costa espanhola em 18 de agosto. Na última semana, a embarcação resgatou 89 pessoas que estavam na região central do Mediterrâneo.

Banksy deixou sua arte marcada no navio com o desenho de uma menina com cabelos ao vento e que segura uma boia de resgate em forma de coração.

 

Desde o decreto de pandemia, em meados de março, a Grécia expulsou mais de mil pessoas que pediram asilo ao governo. No entanto, uma denúncia do jornal estadunidense The New York Times causou perplexidade na comunidade internacional. Segundo a publicação, em 31 ações secretas a bordo de navios, as autoridades gregas são acusadas de levarem os refugiados até o limite de território marítimo do país e os deixarem, à deriva, em botes infláveis no Mar Egeu.

Embora Atenas negue participação em qualquer ação irregular ou clandestina, o jornal afirma que as informações foram colhidas por meio de imagens registradas por veículos independentes da imprensa europeia, pesquisadores e por documentos da Guarda Costeira da Turquia.

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Em entrevista ao The New York Times, a professora síria Najma al-Khatib, 50 anos, declarou que ela e outras 22 pessoas, sendo duas crianças de colo, foram levadas de um centro prisional da Ilha de Rodes por agentes mascarados. A ação, que abandonou o grupo de refugiados em um bote inflável lotado, teria ocorrido na madrugada do último dia 26 de julho. O resgate foi realizado pela marinha turca.

"Foi muito desumano. Eu deixei a Síria por medo das bombas, mas depois do que aconteceu, eu preferia morrer por causa de uma bomba", declarou Najma ao jornal. De acordo com a Legislação Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), o ato do qual a Grécia é acusado viola aos Direitos Humanos. A crise imigratória no continente acirra as tensões políticas entre países e instituições como a ONU e a União Europeia desde o ano de 2015.

"Não quero morrer no Líbano. Eles não vão mandar meu cadáver para minha família, vão nos jogar no mar." Hana, uma mulher bengali, de 30 anos, começou a chorar enquanto falava, explicando o que sentiu quando Beirute explodiu, no dia 4 de agosto, levando pelos ares metade da cidade, matando 150 pessoas e deixando 300 mil desabrigados - ela, inclusive.

Mãe de dois filhos, Hana deixou sua terra natal para fugir da pobreza. "Não fiz faculdade e não encontrava trabalho. Achava que aqui no Líbano conseguiria ganhar algum dinheiro para alimentar meus filhos, minha família." Ela veio para o Líbano com um contrato para fazer faxina em casas, mas sofreu com um sistema que a privava dos direitos mínimos, disse ela.

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Sua história é a mesma de milhares de pessoas que vivem no país. O Líbano tem aproximadamente 6,8 milhões de habitantes e quase 1,6 milhão de refugiados.

O país tem a maior população de refugiados per capita do mundo, segundo a ONU: um em cada seis habitantes. No total, o país abriga mais de 925 mil registrados, a maior parte (98%) chegou da Síria.

Vem sendo assim por anos. Os refugiados marcaram o país. A primeira onda em 1915, com a imigração armênia, fugindo do genocídio Otomano. À partir dos anos 1940 e 1950 os refugiados palestinos tomaram conta do país e seu acolhimento teve papel na guerra civil libanesa, entre 1975 e 1990.

Os refugiados no Líbano não têm status legal, o que significa que um quarto da população do país vive com acesso limitado a emprego remunerado, moradia, educação e saúde. Os refugiados precisam de uma autorização para trabalhar legalmente. Os que não a obtém costuma arranjar subempregos.

"Para onde vou agora, o que vou fazer? Até quando ainda vou dormir ao relento com meu filho?", pergunta Hana, relembrando seus primeiros pensamentos ao ouvir o estrondo da explosão. Ela agora vive com a família na escada do prédio onde era sua casa, esperando ajuda local e internacional para continuar viva.

"Estamos dormindo do lado de fora porque a construção pode desabar." Ela também disse que está recebendo água e comida dos voluntários que ajudam em Gemmayze e Mar Mikhael, as áreas mais afetadas pela explosão.

"Quem destruiu minha terra?", questiona o filho de Hana de 2 anos a todo momento. "Se você perguntar a ele qual é a sua terra, ele vai dizer que é o Líbano. Não sabe nada sobre Bangladesh, nasceu e foi criado nas ruas que agora estão em ruínas", explicou Hana.

Ela e sua família viviam com as mesmas dificuldades fundamentais que todos os libaneses sofrem, como cortes no abastecimento de água e de eletricidade, crise econômica e questões de segurança. Sete meses atrás, o contratante de Hana parou de pagar em dólares americanos, por causa da crise econômica pela qual o Líbano está passando.

Desde o fim do ano passado, ó país vinha passando por problemas: havia limitações para sacar dinheiro nos bancos e escassez de dólares. Em poucos meses, a libra libanesa perdeu 85% de seu valor. O Líbano importa cerca de 80% do que consome - e as importações são cotadas em dólar. Toda vez que há uma desvalorização da libra libanesa, os preços da comida sobem quase automaticamente.

Caminhando pelas ruas da cidade em ruínas, é possível se sentir dentro de um romance trágico. De um segundo para o próximo, os cidadãos de Beirute se viram juntando o que restava de suas memórias e pertences e atrás de parentes mortos.

Aluuel Biyar, do Sudão do Sul, por acaso estava no centro da explosão. Ela e sua família vieram para o Líbano em busca de refúgio, depois que a guerra civil do Sudão do Sul começou em 2013. Aluuel e a família estavam visitando amigos em Ashrafieh, uma área próxima à explosão.

"Não acredito que estou viva", foram as poucas palavras que Aluuel proferiu antes de cair no choro. "Eu estava sentada no sofá quando ouvimos a primeira explosão. Naquele momento, pensamos que era só um terremoto. Levei meu filho ao banheiro e ouvi a segunda explosão. Quando fugi do lugar onde estava, vi todos os cacos de vidro no sofá, a janela caída. Eu ainda estaria sentada lá se não fosse pelo meu filho".

Aluuel, que fugiu de seu país por causa da guerra, se viu em outro lugar sem segurança, bem ali onde esperava que sua nova cidade pudesse ser um pouco mais tranquila. "Não consigo descrever a sensação quando veio a explosão. Sinto que queria voltar para o Sudão do Sul, porque era mais seguro. Lá você sabe que as pessoas estão lutando com armas de fogo e evita sair de casa. O que aconteceu aqui é que a explosão atingiu todas as casas. Ninguém estava seguro!".

A história que levou à trágica explosão no porto de Beirute na terça-feira começou há mais de 6 anos, a 1.300 quilômetros da capital libanesa. O navio Rhosus, de bandeira moldava, deixou o porto de Batumi, na Geórgia, com 2.750 toneladas de nitrato de amônio a bordo. Nunca chegou a seu destino, Moçambique, onde a carga deveria ser vendida a uma fábrica de explosivos para uso civil.

A carga ficou estocada de maneira inapropriada em um armazém portuário. Inúmeras autoridades tentaram alertar para o risco. Reportagens da rede de TV Al-Jazira mostraram que autoridades portuárias escreveram ao menos seis cartas alertando sobre o perigo desde 2014.

No dia 4, o telhado do armazém pegou fogo e houve uma grande explosão, seguida por uma série de explosões menores que, segundo algumas testemunhas, soaram como fogos de artifício. Trinta segundos depois, houve uma explosão colossal, que soltou uma nuvem em forma de cogumelo para o ar.

Essa onda pôs no chão os edifícios próximos ao porto e provocou danos imensuráveis em grande parte do resto da capital, que abriga 2 milhões de pessoas.

Quando Aluuel voltou para casa, em Sin El Fil, ela descobriu que a explosão atingira a área com tanta força quanto à casa de sua amiga. Os vidros estavam estilhaçados, as portas, quebradas e os móveis, cobertos de cacos e sujeira. Ela ajudou a amiga a se mudar para sua casa e juntas limparam e consertaram tanto quanto puderam.

(TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Sofremos muito nesse barco!" Um grupo de refugiados rohingyas chegou à costa da Indonésia esta semana, depois de passar vários meses no mar, em uma jornada marcada pela fome, sede e a violência dos traficantes de seres humanos.

Pelo menos uma mulher morreu durante a travessia e seu corpo foi jogado ao mar, disseram à AFP vários refugiados que desembarcaram na ilha de Sumatra.

O grupo de quase 100 rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida em Mianmar, incluindo 30 crianças, estava em um barco precário. Os pescadores os trouxeram para Lhokseumawe, uma cidade na província de Aceh.

As autoridades indonésias inicialmente recusaram-se a permitir o desembarque, citando o risco de infecção por Covid-19. Mas os habitantes sentiram pena e decidiram levar os refugiados exaustos para a costa, onde receberam comida e roupas e foram registrados.

Um refugiado contou à AFP a violência com que os traficantes os trataram depois que deixaram um campo de refugiados em Bangladesh para tentar chegar à Malásia.

- Abandonados à deriva -

"Eles nos torturaram, nos machucaram. Uma pessoa morreu", denunciou Rashid Ahmad, 50 anos, em um centro de imigração de Lhokseumawe. "Sofremos muito nesse barco!"

"No começo, havia comida, mas quando acabou, os traficantes nos levaram para outro barco e nos deixaram à deriva, sozinhos", explicou.

Habibullah, outro refugiado, explica que "todos foram espancados". "Eles cortaram minha orelha, me bateram na cabeça".

Segundo Korima Bibi, uma mulher rohingya de 20 anos, duas pessoas morreram durante a viagem.

"Não tínhamos comida nem água suficiente. Alguns tiveram que beber água salgada ou urina", disse, coberta por um véu branco e agachada no chão com o filho. "Ainda assim, sobrevivemos".

A AFP não conseguiu verificar as afirmações. As versões dos sobreviventes contadas à AFP e à Organização Internacional para as Migrações (OIM) coincidem que os rohingyas vieram do campo de refugiados de Balukhali em Cox Bazar, Bangladesh, e que fugiram da perseguição em Mianmar.

Durante a árdua jornada, uma mulher faleceu deixando seus dois filhos sozinhos. Três outros menores, incluindo uma menina de 10 anos, fizeram a viagem desacompanhados, informou um porta-voz do grupo à OIM. Há também uma mulher grávida.

- Compaixão -

Os traficantes cobravam US$ 2.300, segundo a OIM, para levá-los à Malásia, um destino procurado pelos rohingyas porque é um país relativamente rico, com uma população muçulmana majoritária.

Os refugiados rohingyas costumam fugir de Mianmar ou Bangladesh, onde um milhão deles vive em campos superlotados depois de escapar da violência do exército birmanês em 2017.

Os traficantes afirmam que os refugiados teriam uma vida melhor no sudeste asiático, mas a jornada de milhares de quilômetros para a Malásia ou Indonésia é muito perigosa.

Desde o início da pandemia de Covid-19, vários países que lhes permitiam atracar passaram a rejeitá-los invocando o risco à saúde.

Nos últimos meses, o número de refugiados rohingyas que vagam pelo mar aumentou para cerca de 1.400 este ano, alerta a OIM, que estima em pelo menos 130 as mortes no mar.

Na terça-feira, os moradores da costa ficaram furiosos com a recusa das autoridades em deixar os refugiados desembarcarem. E decidiram buscá-los por conta própria.

"Como muçulmano, senti compaixão, especialmente porque havia crianças e mulheres. Isso partiu meu coração", disse Saiful Hardi, morador de Lhokseumawe.

A iniciativa foi aplaudida por organizações de direitos humanos. E os testes dos refugiados para a Covid-19 deram negativos.

O futuro dos refugiados permanece muito incerto. As autoridades indonésias dizem que podem enviá-los de volta ao mar com comida.

"Vocês nos salvaram e agradecemos mil vezes", disse Korima Bibi aos indonésios. "Agora, tudo depende de vocês. Quaisquer que sejam suas leis, nós as respeitaremos."

Vidros quebrados, móveis queimados, pedras espalhadas pelo chão: o hotel onde 57 solicitantes de asilo das ilhas gregas seriam instalados foi destruído por habitantes do povoado de Árnissa, no norte da Grécia.

De acordo com testemunhas, ceca de 250 habitantes queimaram e roubaram o hotel para impedir a transferência dos solicitantes de asilo. Segundo eles, entre os agressores havia militantes de extrema direita.

"Foi espantoso, destruíram o hotel lançando pedras e ateando fogo", descreveu uma jovem que não quis revelar seu nome.

O hotel estava vazio no momento do ataque, mas deveria acolher um grupo de solicitantes de asilo, obrigados a abandonar o povoado para serem finalmente transferidos para um hotel em Salónica, metrópole do norte, a 110 quilômetros.

"Estão bem e serão colocados em quarentena, como é a norma", afirmou à AFP um responsável da Organização Internacional para Migrações, encarregado da transferência com as autoridades gregas.

Iniciadas em janeiro, estas transferências buscam descongestionar os acampamentos em Lesbos, Quíos, Samos, Cos e Leros, com capacidade para apenas 6.200 pessoas e onde se amontoam 38.000.

- Os próprios refugiados -

Dimitris Yannou, prefeito de Edessa, da qual Árnissa depende, considera que os principais autores dos incidentes em Árnissa "eram pessoas de extrema direita, conhecidas na região".

Ele ressalta que a maioria dos habitantes de seu povoado são, eles próprios, "refugiados" de origem grega, vindos da vizinha Turquia.

"Os refugiados expulsam os refugiados, é incrível", lamentou este homem de 60 anos.

Na semana passada, as imagens destes incidentes violentos viralizaram nas redes sociais, mas até agora as autoridades não prenderam ninguém.

"Os autores se esconderam depois que uma investigação policial foi aberta", disse Panayotis, de 36 anos.

A maioria dos habitantes evita falar deste ataque. "Não vimos nada, acabamos de expulsar os clandestinos", lança um transeunte.

Na segunda-feira, Stelios Petsas, porta-voz do governo, atribuiu o ataque à "má informação" e a um medo da população deslocada.

"Alguns habitantes não entenderam que, desde o início da crise de saúde, tomamos medidas concretas para os que estão nos acampamentos", disse.

"O plano governamental para conter a pandemia nos acampamentos tem sido eficaz. Não tivemos muitos casos de coronavírus" entre os migrantes, acrescentou.

Com a exceção de três centros no continente, os acampamentos das ilhas, até o momento, livraram-se da pandemia, mas os testes sistemáticos de detecção dos migrantes não haviam começado até a semana passada.

Dimitris lamentou a decisão do governo de retomar as transferências à Grécia continental, no momento em que "as medidas (de confinamento) acabam ser suspensas".

"Já disse várias vezes que Edessa está saturada de migrantes e refugiados", escreveu em sua página do Facebook.

A Turquia anunciou ontem a abertura de sua fronteira com a Europa por 72 horas para a passagem de refugiados, a maioria sírios. A decisão é uma resposta ao ataque sírio que matou 33 soldados da Turquia em Idlib, na quinta-feira, e seria uma tentativa do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de pressionar a União Europeia a apoiar sua ofensiva contra as forças de Bashar Assad no norte da Síria.

A abertura das fronteiras foi anunciada na TV estatal turca. Imediatamente, refugiados seguiram para os pontos de passagem no norte, nas divisas com Grécia e Bulgária, e no oeste, perto das ilhas gregas de Lesbos e Chios. Sem a presença da Guarda Costeira da Turquia, que foi orientada a não reagir, muitos se arriscaram na travessia em barcos infláveis.

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Muitos imigrantes, temendo que a janela de 72 horas seja curta demais, organizaram caravanas de ônibus de Istambul para Edirne, última grande cidade antes da fronteira grega. Os governos de Grécia e Bulgária reforçaram a presença militar e garantiram que ninguém entraria na União Europeia.

"Eles não vão entrar na Grécia", afirmou à Reuters um funcionário do governo grego. "São imigrantes ilegais, não os deixaremos entrar."

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, também foi categórico pelo Twitter. "Um número significativo de migrantes e refugiados se reuniu em grandes grupos na fronteira terrestre grega-turca e tentou entrar no país ilegalmente. Quero deixar claro: nenhuma entrada ilegal na Grécia será tolerada", afirmou.

Mesmo com os alertas, a polícia grega teve trabalho ontem para conter cerca de 300 refugiados e empurrá-los de volta para a Turquia com bombas de gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral.

Na outra fronteira terrestre da Turquia, com a Bulgária, a segurança também foi reforçada. O primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borissov, anunciou o envio de mil homens para impedir a entrada de imigrantes e refugiados. O premiê se reunirá com Erdogan na segunda-feira para discutir a crise.

Em Bruxelas, os burocratas europeus se assustaram quando viram as imagens, captadas por drones, de caravanas de refugiados atravessando campos, florestas e se aproximando da fronteira com a Grécia. Logo depois, a UE exigiu que Erdogan cumpra um acordo de 6 bilhões de euros (cerca de R$ 30 bilhões) para impedir a passagem de imigrantes. Segundo o tratado, em vigor desde 2016, a Turquia interromperia o fluxo de pessoas em troca do dinheiro.

A nova crise entre Turquia e UE ocorre após Erdogan intensificar sua intervenção militar na Síria. Ele pretende ocupar uma vasta zona-tampão no norte do país para realocar os 3,6 milhões de refugiados detidos na Turquia e expulsar da fronteira os rebeldes curdos, considerados terroristas pelo governo turco.

O problema é que Assad vem recebendo ajuda russa há mais de quatro anos. Desde setembro de 2015, o ditador sírio vem retomando o território perdido, primeiro para os jihadistas do Estado Islâmico, depois para os rebeldes dissidentes, que lutam ao lado da Turquia.

O último reduto dos opositores sírios e das forças turcas é a província de Idlib, onde ocorrem os maiores enfrentamentos. Na quinta-feira, um ataque de forças da Síria matou 33 soldados turcos na região. Irritado, Erdogan convocou uma reunião de emergência de seu gabinete.

Segundo autoridades do governo turco, ele mandou a polícia, a Guarda Costeira e os agentes de fronteira a não impedirem o trânsito de refugiados. Nos bastidores, diplomatas da UE acreditam que a medida seja uma forma de pressionar o bloco a dar mais apoio à operação militar turca na Síria.

Erdogan também tenta obter apoio da Otan, organização da qual a Turquia é membro, para criar uma zona de exclusão aérea em Idlib. A medida protegeria as tropas turcas de ataques de aviões russos e sírios. Até o momento, porém, os líderes da aliança atlântica tiveram uma reação tímida.

Ontem, após reunião dos países da Otan, os representantes da organização expressaram solidariedade com a Turquia, mas rejeitaram qualquer ação militar e descartaram a zona de exclusão aérea. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu apenas que Rússia e Síria interrompam os "ataques indiscriminados" e "respeitem a lei internacional".

Quanto a Moscou, Erdogan vem adotando cautela e evitando um confronto direto. Ontem, os russos negaram qualquer participação no ataque que matou 33 soldados turcos. Em Ancara, no entanto, o governo turco vê com desconfiança as declarações do Kremlin, já que a Rússia comanda as ações aéreas em Idlib. No entendimento da Turquia, mesmo que não tenham participado da operação, os russos sabiam do bombardeio e não fizeram nada para impedi-lo. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 70.302 migrantes de todo o mundo pediram refúgio no México no ano passado, segundo a Comissão Mexicana de Assistência a Refugiados. O número é quase três vezes maior que os de 2018, quando foram recebidas 26.631 solicitações de refúgio.

A maioria dos pedidos veio de cidadãos de Honduras, El Salvador e Cuba. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois refugiados, um iraquiano e outro afegão, enforcaram-se no norte da Grécia, anunciou nesta quinta-feira a ONG Fórum Grego de Refugiados.

“Temos notícias terríveis (...), dois jovens cometeram suicídio ontem e hoje”, em Mouries, norte da Grécia e perto da fronteira com a República da Macedônia do Norte, informou a ONG em comunicado.

Segundo o Fórum Grego de Refugiados, os dois homens estavam alojados em um hotel que abriga entre 350 e 400 solicitantes de asilo.

O primeiro suicida, um afegão de 32 ou 33 anos e pai de dois filhos, foi encontrado quarta-feira perto de uma ponte não muito longe do prédio onde estava hospedado.

O segundo, um jovem iraquiano, na casa dos trinta, foi encontrado pendurado nesta quinta-feira em um corredor do hotel.

A ONG “Médicos Sem Fronteiras” denunciou no final de novembro um número crescente de crianças refugiadas que haviam cometido tentativas de suicídio em campos sórdidos de refugiados.

O papa, que nesta quinta-feira (19) instalou uma cruz de cristal emblemática no Vaticano, na qual se destaca um colete salva-vidas de um migrante afogado em 2019, pediu o esvaziamento dos campos de refugiados na Líbia, considerados locais "desprezíveis" e centros de tortura.

"Devemos trabalhar seriamente para esvaziar os campos de detenção na Líbia", disse ele, após pedir que se "denuncie e processe traficantes que exploram e maltratam migrantes, sem medo de revelar conluio e cumplicidade com as instituições".

Com essa instalação no Palácio Apostólico, o papa argentino, extremamente sensível a essa questão, pretende lembrar dos migrantes e refugiados que arriscam suas vidas no mar para chegar à Europa.

"O problema não é resolvido com o bloqueio de navios", alertou.

Hoje, Francisco recebeu 33 refugiados de um campo na ilha de Lesbos, na Grécia, que puderam viajar para a Itália, graças aos corredores humanitários organizados pela comunidade católica italiana Sant'Egidio.

Antes deles, o papa lembrou que o colete colocado na cruz foi encontrado em julho passado no Mediterrâneo e pertencia a um migrante anônimo que morreu afogado.

Visivelmente comovido, falou da "morte ilícita", da situação que "força muitos migrantes a deixarem suas terras e a atravessarem desertos, e a serem sujeitos a abuso e tortura em campos de detenção".

O governo interino da Bolívia decidiu nessa sexta-feira (13) conceder asilo político a 200 cidadãos venezuelanos que, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), fugiram de seu país por causa da "perseguição política" da gestão de Nicolás Maduro, disse a ministra das Relações Exteriores Karen Longaric.

"Eles estão em situação irregular e muitos deles com autorização de residência temporária no território boliviano", disse.

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Segundo a funcionária, "esses cidadãos eram contra o regime Maduro". (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A próxima quinta-feira (5) será de oportunidade de emprego em uma rede varejista de vestuário em São Paulo. Uma ação no Centro Cultural Olido, região central da capital paulista, reserva 60 vagas temporárias para o cargo de operador de vendas e serviços. A campanha oferece postos de trabalho direcionados, de forma específica, para refugiados, idosos e pessoas trans.

O salário é de R$ 6,39 por hora e o trabalho será realizado entre os dias 11 e 24 de dezembro, em sistema de escala, entre 13h e 22h. A exigência é que os candidatos tenham o ensino médio completo, entretanto não é necessário comprovar experiência na área de vendas. A empresa oferece vale-transporte como benefício.

Os aprovados durante o processo seletivo irão atuar em shoppings da região sul da cidade. Para participar da seleção, é necessário comparecer ao local com documentos como RG, CPF, número do PIS e carteira de trabalho. Os refugiados e imigrantes devem apresentar também os documentos pessoais e o Registro Nacional de Estrangeiro (RNE). O recrutamento será feito por técnicos do Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate).

Serviço

Processo Seletivo no Centro Cultural Olido – 60 vagas
Quando: 5 de dezembro – quinta-feira
Endereço: Avenida São João, 473 – 8º andar - Centro
Horário: 9h às 16h

São Paulo é o segundo estado do país que mais recebe pedidos de imigrantes que querem entrar no Brasil como refugiados. A informação é de um relatório divulgado essa semana pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Segundo o professor do curso de Direito da UNG Manuel Martin Pino Estrada, os estrangeiros que pedem refúgio no Brasil são pessoas que sofreram perseguição política no país de origem, passaram por crise econômica, questões climáticas como terremotos ou até mesmo fugiram de alguma guerra. “Na América Latina, por exemplo, São Paulo tem uma fama de ser o estado mais rico, o mais desenvolvido e mais próspero do Brasil, isso faz com que os estrangeiros pensem na facilidade em conseguir emprego, além disso, a fama também é de que a cidade de São Paulo em si é cosmopolita e com uma cultura mais aberta ao estrangeiro”, aponta.

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Os pedidos de refúgio são feitos na Polícia Federal da região onde o imigrante se encontra e o processo é analisado pelo Sistema do Comitê Nacional Para os Refugiados (Sisconare). Enquanto isso, o estrangeiro pode solicitar a Carteira de Trabalho Provisória para trabalhar em território brasileiro. “Caso o pedido seja indeferido, há um recurso encaminhado ao Ministério da Justiça, cuja decisão é irrecorrível, ou seja, o solicitante de refúgio deixará de ter direito a Carteira de Trabalho Provisória, pois não lhe será mais renovada e o visto, ao expirar, correrá o risco de ser deportado”, explica Estrada.

O relatório do MJSP aponta que 44% dos pedidos de refúgio feitos entre janeiro de 2018 e maio de 2019 foram negados, o que faz com que muitos estrangeiros fiquem no país de maneira ilegal, recorrendo ao trabalho informal para sobreviver. “Como eles não querem voltar à terra de origem acabam se submetendo a trabalhos degradantes e com salários muito baixos, além de ter a esperança de chegar uma anistia aos irregulares pelo Governo Federal, algo que não acontece há vários anos”, finaliza Estrada.

Desde 2017, o Brasil vem recebendo uma grande quantidade de imigrantes e refugiados, vindos principalmente da Venezuela. Esses imigrantes atravessam a fronteira até chegarem nos Estados brasileiros. Segundo a ACNHUR  (Agência das Nações Unidas para Refugiados), cerca de 212.441 dos imigrantes e refugiados  vivem no Brasil.

Povos indígenas também estão migrando. Cerca de 735 indígenas da etnia Warao vivem em Belém em busca de oportunidades de trabalho e união familiar.

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Para falar sobre a situação dos indígenas Warao, em Belém, conversarmos com o intérprete da etnia José Albarrán López. Clique no ícone abaixo e ouça o podcast.

Por Sandy Brito e Lucas Neves.

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Refugiados e deslocados que retornam às regiões da Síria controlados pelo regime de Bashar al-Assad sofrem detenções arbitrárias, corrupção endêmica e serviços públicos ineficazes, informou uma ONG nesta quarta-feira.

"Os sírios nos territórios do regime, vivem com medo e se sentem extremamente vulneráveis", afirmou a Associação Síria para a Dignidade do Cidadão (SACD, sigla em inglês) em uma entrevista coletiva em Istambul.

Cerca de 59% das pessoas consultadas pelo estudo publicado por esta organização "consideram seriamente deixar as áreas do regime assim que a ocasião se apresentar".

O regime sírio tomou vários locais dos rebeldes e jihadistas e incentiva os mais de cinco milhões de refugiados que vivem no exílio a retornar à Síria. Mas a SACD denuncia "detenções arbitrárias" e "recrutamento forçado", "uma moeda comum entre as forças de Assad".

A associação interrogou 165 pessoas em torno de Damasco, bem como nas províncias de Alepo (norte), Homs (centro) e Deraa (sul). Dois terços dos entrevistados dizem que "vivem com o medo permanente de detenção ou assédio" pelos serviços de segurança e pelo regime militar.

A ONG também denuncia casos de "corrupção" e "extorsão". Cita como exemplo Um Mohamed, 45 anos e originalmente de Aleppo.

"Ela foi presa enquanto tentava obter um documento de identidade. Ela passou 50 dias na prisão e foi forçada a abrir mão de sua casa e parte de sua propriedade para o regime militar", afirma a ONG. Para ser libertada, "teve que pagar uma quantia significativa em dinheiro para subornar um oficial".

Mais de 198.000 refugiados retornaram à Síria entre 2016 e agosto de 2019, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A maioria dos questionados pela SACD sente "total insatisfação" com serviços básicos como água e eletricidade e 66% reclamam dos serviços de saúde.

O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, garante que o regime não prende nenhum dos cidadãos que voltam ao país.

Não é só futebol. Refugiados no Recife há quase dois anos, os venezuelanos Richard Martínez e Kehyner Marín, que atualmente vivem em Igarassu, aproveitaram a passagem da seleção, nesta quinta-feira (10) no Recife, para matar a saudade do seu país. “Uma sensação bonita, muito tempo sem ver os jogadores da seleção. É muito bom estar aqui e eu espero um grande jogo”, afirma Richard. “Faz com que eu mate saudades de casa”, completou.

Os refugiados ainda lembraram que muitos conterrâneos tentaram, mas não conseguiram vir assistir ao jogo. Kehyner também aproveitou para dizer que Recife o faz lembrar do seu país. “Boa Viagem tem uma parte bem parecida com a Venezuela”, citou.

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Mas claro que o assunto não poderia terminar sem falar dos craques brasileiros. Sem conhecer muito a seleção olímpica, Richard citou Rodrygo, atacante do Real Madrid. Mas quando perguntado sobre os jogadores que já vestiram a amarelinha, o nome de Ronaldinho Gaúcho foi unânime: “No Brasil não tem um jogador como Ronaldinho, fazia tudo com a bola”, disse Kehyner.

A partir desta quinta-feira (10), os imigrantes que residem na cidade de São Paulo passam a ter acesso a novo modelo de atendimento. A unidade móvel do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI) oferece assistência itinerante para quem chegou a maior cidade do Brasil e ainda precisa de orientações sociais, jurídicas e de regularização migratória.

Além do motorista e de uma assistente social, a central volante que percorrerá todas as regiões do município tem em sua equipe dois imigrantes. Um haitiano fluente em três idiomas que deve auxiliar na comunicação e um agente de segurança nascido em Angola. A princípio, o equipamento deve funcionar sempre entre quarta e domingo em horários variados. O atendimento entre quartas e sextas será das 14h até 19h. Já aos sábados e domingos, a assistência aos imigrantes acontece no período matutino, das 9h até 13h.

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Os serviços são os mesmos prestados na sede fixa do CRAI, situada à Rua Major Diogo, 834, no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo. Confira a programação e saiba por quais regiões a unidade móvel passará nos próximos dias:


11/10 - sexta-feira
Entre 14h e 19h
Local: UBS Brás (região central)
Endereço: Rua Sampson, 61

15/10 -  terça-feira
Entre 14h e 19h
Local: EMEF Infante Dom Henrique (região norte)
Endereço: Rua Comendador Nestor Pereira, 285 – Canindé

16/10 -  quarta-feira
Entre 14h e 19h
Local: CRAS Artur Alvim (região leste)
Endereço: Rua Henrique Jacobs, 788

17/10 -  quinta-feira
Entre 14h e 19h
Local: EMEF Vereador Antônio Sampaio (região norte)
Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 733 - Santana

O acampamento de migrantes de Moria, na ilha grega de Lesbos, acordou nesta segunda-feira após o violento incêndio e uma longa noite de tumultos ema intalação asfixiado pela chegada constante de novos refugiados.

As autoridades gregas confirmaram a morte de uma refugiada no incêndio que, segundo os migrantes, começou num pequeno comércio ambulante.

Mas, de acordo com a imprensa grega, um cobertor queimado encontrado ao lado da mulher morta conteria resíduos de pele que poderiam pertencer ao bebê da falecida, um recém-nascido.

Dezessete migrantes feridos - nove homens, seis mulheres e duas crianças, incluindo um bebê - foram transportados para o Hospital de Mytilene, de acordo com o ministério da Saúde.

"Tal tragédia podia acontecer a qualquer momento no acampamento de Moria", lamentou Kostas Moutsouris, prefeito do norte do Mar Egeu (que inclui Lesbos).

"Trata-se de uma estrutura que acolhe mais de 12.000 pessoas de diferentes culturas", acrescentou no site Newsbomb.

"A situação é muito trágica", acrescentou à AFP Boris Cheshirkov, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Grécia, considerando "extremamente urgente acelerar as transferências para o continente".

Desde a multiplicação de chegadas nas últimas semanas nas ilhas do Mar Egeu a partir da Turquia, Moria abriga 13.000 migrantes, para uma capacidade de 3.000.

Refugiados revoltados

Neste acampamento à beira de asfixia pela superlotação, os exilados se revoltaram contra as autoridades e provocaram tumultos durante a madrugada, subindo nos contêineres e nas paredes do centro de abrigo.

A polícia disparou gás lacrimogêneo contra a multidão, irritada com a demora dos bombeiros em extinguir o incêndio, disseram eles a um correspondente da AFP.

Esta manhã, a situação parecia mais calma, mas com uma presença policial reforçada, segundo Astrid Castelein, porta-voz do ACNUR em Lesbos.

"Muitos policiais chegaram hoje. Checam os documentos das pessoas, olham dentro dos contêineres... tudo isso nos estressa ainda mais", confirmou Farid, um jovem afegão por telefone à AFP.

"Muitos refugiados estão tristes e estressados. Têm medo de um novo acidente", disse ele.

Para o ACNUR, "o incêndio ocorreu em um contexto de aumento de chegadas" de migrantes da vizinha Turquia.

Em três meses, quase 10 mil pessoas chegaram à ilha de Lesbos, segundo Lefteris Oikonomou, vice-ministro da Defesa Civil.

Pior período desde 2016

"Estamos em um contexto diferente da crise migratória de 2015, onde as fronteiras estavam abertas. Mas desde o acordo UE-Turquia (de março de 2016), atravessamos o pior período", disse durante uma coletiva de imprensa em Mitilene.

As autoridades prometeram uma nova transferência de 250 pessoas nesta segunda-feira. "Estamos tentando transferir gradualmente os refugiados para esvaziar o acampamento de Moria".

Segundo o ACNUR, de 2 a 15 de setembro, 2.510 refugiados foram transferidos das ilhas do mar Egeu para o continente grego.

O prefeito de Lesbos Stratos Kytelis também pediu "o descongestionamento imediato de nossas ilhas e o fortalecimento do controle de fronteiras".

No auge da crise migratória, a UE e a Turquia assinaram um acordo em 2016 que levou a uma redução significativa no fluxo de migrantes e refugiados pelas ilhas gregas, perto da Turquia.

Mas, no início de setembro, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, cujo país abriga mais de quatro milhões de refugiados, ameaçou "abrir as portas" aos migrantes, se não conseguir mais ajuda internacional.

Na semana passada em Nova York, os líderes grego e turco "concordaram em fazer todos os esforços para reduzir o fluxo de migrantes", de acordo com uma autoridade grega.

O presidente Emmanuel Macron afirmou que a França "não pode receber a todos se deseja receber bem", poucos dias antes de um debate parlamentar sobre a imigração.

"Para continuar acolhendo a todos dignamente não se deve ser um país muito atrativo", declarou Macron em uma entrevista à rádio Europe 1, transmitida nesta quarta-feira e gravada em Nova York, onde participa na Assembleia Geral de ONU.

O presidente francês afirmou que é necessário ser "humanos e eficiente" e "sair de certas posições em que estamos presos" na imigração, uma questão que será discutida em 30 de setembro na Assembleia Nacional e em 2 de outubro no Senado

"Seria um erro dizer que a questão da migração é um tabu ou que, de alguma forma, só pode ser abordada quando há crise", disse Macron, antes de completar que "a França sempre foi um país de migração" e quer abordar o debate de maneira "extremamente tranquila".

O presidente da França reconheceu o importante aumento do número de demandantes de asilo no país, motivado, de acordo com Macron, pela cooperação insuficiente entre países europeus. E admitiu o "fracasso" das reconduções à fronteira.

No ano passado, o número de demandantes de asilo na França aumentou 23%, sobretudo de pessoas procedentes da Albânia e da Geórgia.

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