Tópicos | setembro 2014

A receita nominal bruta dos serviços cresceu 5,1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período anterior. Foi a menor taxa da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em janeiro de 2012, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No segundo trimestre, a alta tinha sido de 6,2%.

Segundo Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, a realização da Copa do Mundo no País justifica o desempenho ruim do setor. "Julho e agosto foram meses parados. A retomada (dos serviços) foi a partir da segunda quinzena de agosto", explicou Saldanha.

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Os resultados da receita em julho e agosto ficaram também no piso da série histórica, com crescimento nominal de 4,6% e 4,5%, respectivamente. O segmento esboçou reação em setembro, com alta de 6,4%, mas ainda insuficiente para recuperar o ritmo perdido nos meses anteriores.

"O crescimento em setembro não foi suficiente para recuperar o resultado do trimestre. Tivemos um terceiro trimestre bom no ano passado, e o crescimento menor este ano em julho e agosto resultou nesse resultado baixo no terceiro trimestre", lembrou o pesquisador do IBGE.

O crescimento menor da renda dos trabalhadores explica desaceleração nos serviços prestados às famílias, segundo Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Após a alta de 9% em agosto, os serviços prestados às famílias reduziram a alta para 7,7% em setembro ante setembro de 2013. "Serviços prestados às famílias dependem diretamente da renda dos trabalhadores assalariados. Mas o segmento tem peso pequeno (no total da Pesquisa Mensal de Serviços)", disse Saldanha.

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O pesquisador do IBGE lembrou que o crescimento do rendimento médio real dos ocupados foi de 1,55% em setembro ante setembro de 2013, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego. Um ano antes, em setembro de 2013 ante setembro de 2012, essa alta no rendimento era de 2,2%.

"É um dos fatores que contribuem para que esse consumo de serviços prestados às famílias tenhaum crescimento menor este mês, junto com aumento da taxa de juros também", complementou Saldanha.

As vendas do comércio varejista cresceram 0,40% em setembro em relação a agosto, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (14). O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde queda de 0,30% a crescimento de 1,10%, mediana positiva de 0,50%.

Na comparação com setembro de 2013, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo avançaram 0,50% em setembro deste ano. Nesse confronto, as projeções vão de recuo de 0,50% a avanço de 2,10%, com mediana positiva de 0,70%. Até setembro, as vendas do varejo restrito acumulam alta de 2,6% no ano e aumentam 3,4% nos últimos 12 meses.

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Varejo ampliado

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas cresceram 0,50% em setembro sobre agosto, na série com ajuste sazonal. O resultado é exatamente a mediana esperada pelos analistas ouvidos pelo AE Projeções. O intervalo das estimativas captadas pelo serviço da AE ia desde estabilidade a crescimento de 2,50%.

Na comparação com setembro de 2013, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado recuaram 1,2% em setembro deste ano. Nesse confronto, as projeções variavam de recuo de 2,50% a expansão de 1,20%, com mediana negativa de 1,15%. Até setembro, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam queda de 1,4% no ano e recuo de 0,10% nos últimos 12 meses.

Média móvel

O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito subiu 0,2% no trimestre encerrado em setembro. No varejo ampliado, o índice de média móvel trimestral das vendas subiu também 0,2% no trimestre encerrado em setembro.

O novo recuo no número de trabalhadores na indústria em setembro fez o emprego industrial ficar 8,3% abaixo do pico registrado em julho de 2008, apontou Rodrigo Lobo, economista da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a produção industrial "está 6,3% abaixo do pico, que foi em junho de 2013", completou.

A queda de 3,9% no pessoal ocupado em setembro ante o mesmo mês do ano passado foi puxada pela redução de 4,7% no parque industrial paulista. O Estado de São Paulo responde por um terço do emprego industrial do País. "São Paulo já vem liderando as perdas no mercado de trabalho desde novembro de 2013", notou o economista do IBGE.

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Outros resultados negativos significativos em setembro foram registrados no Paraná (-5,2%), em Minas Gerais (-3,9%), no Rio Grande do Sul (-4,7%), na região Norte e Centro-Oeste (-3,2%) e na região Nordeste (-2,2%).

O aumento de 10,1% na produção de veículos em setembro ante agosto ajudou o resultado da indústria em pelo menos cinco regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A indústria de veículos continua com estoques, mas a maioria dos locais que tiveram aumento de produção registrou resultado positivo em setembro", disse o técnico Fernando Abritta, da Coordenação de Indústria do instituto.

Em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, a fabricação de veículos subiu de maneira intensa em setembro ante agosto, o que ajudou os resultados dessas regiões. A indústria catarinense como um todo teve alta de 2,9% no período, enquanto a produção gaúcha avançou 3,5%. Em Goiás, o aumento foi de 1,2% no total da indústria. Na série com ajuste sazonal, que permite visualizar o desempenho do mês em relação ao mês imediatamente anterior, o IBGE não divulga dados regionais por atividade.

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A Bahia obteve um crescimento mais tímido na atividade industrial, de 0,3%. Segundo o instituto, a produção de veículos "cresceu um pouco" em setembro ante agosto nesta região. Em São Paulo, os veículos também foram uma influência positiva, mas insuficientes para estancar as perdas. A indústria paulista registrou queda de 0,7% no período, influenciada pelo setor alimentício.

No Rio de Janeiro, a produção de veículos seguiu tendência contrária e trouxe um impacto negativo à indústria, que recuou 5,6% em setembro ante agosto - o pior resultado entre as 14 regiões pesquisadas. Além deste setor, fabricantes de metalurgia, produtos químicos, refino de petróleo e produção de biocombustíveis e a indústria extrativa também relataram perdas no período.

Apesar da alta em veículos no mês de setembro, o setor acumula perda de 18,1% nos nove meses de 2014. Também seguem essa tendência outros bens duráveis e os bens de capital. "Os locais muito relacionados à produção de bens de capital, principalmente caminhões e outros meios de transporte, e a bens duráveis, como automóveis, eletrodomésticos de linha branca, motos e móveis, têm tido comportamento negativo ao longo deste ano", destacou Abritta. "Com a indústria de veículos recuando, outros setores são afetados, como metalurgia, borracha e plástico, autopeças. Os Estados que têm esses setores acabam sofrendo mais", acrescentou o técnico do IBGE.

Abritta lembrou que os juros mais elevados, a inflação em alta e o menor crescimento do crédito têm afetado o desempenho dos bens duráveis, principalmente automóveis, motos e eletrodomésticos. Além disso, a perda de ritmo da construção civil e a menor confiança dos empresários também contribuem para reduzir os investimentos e, consequentemente, puxar para baixo a indústria de bens de capital.

O resultado ligeiramente negativo da produção industrial em setembro ante agosto, de -0,2%, não muda o cenário de tendência de queda no setor, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Embora 15 entre as 24 atividades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tenham mostrado taxas positivas, elas não revertem a tendência de queda.

"Se a gente olhar as outras comparações, não há nada promissor", declarou o economista-chefe do Iedi, Rogério César de Souza. Em relação a setembro, a indústria encolheu 2,1%. No ano, a queda chega a 2,9%, e, em 12 meses, o recuo é de 2,2%.

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O Iedi lembra que a série com ajuste sazonal tem apresentado muita oscilação, num movimento de ajuste de estoques. O instituto prevê que a produção termine 2014 com perda de 2%. "Como o quarto trimestre do ano passado foi muito ruim, a gente pode ter um crescimento no quarto trimestre deste ano por um efeito estatístico, pela base de comparação baixa. Eu ficaria surpreso se o resultado viesse negativo, porque aí significaria que a indústria está mesmo numa situação bem ruim", avaliou Souza.

O Iedi espera que a produção industrial feche o quarto trimestre com alta próxima de 0,3% em relação ao trimestre imediatamente anterior, após a queda de 0,2% registrada no terceiro trimestre.

Apesar da recuperação na margem, a produção de veículos ainda opera abaixo do patamar registrado no ano passado, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física divulgados nesta terça-feira(4), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi de 14,3% em setembro, ante o mesmo mês do ano anterior, a principal influência para o recuo de 2,1% no total da indústria no período. Houve perdas tanto na produção de automóveis quanto de caminhões.

A segunda principal queda foi em produtos alimentícios, de -6,7%. Outras contribuições relevantes foram de produtos de metal (-11,4%), de metalurgia (-6,5%), de outros produtos químicos (-4,1%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,3%), de máquinas e equipamentos (-2,4%), de bebidas (-3,8%) e de outros equipamentos de transporte (-6,8%).

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"A indústria permanece com comportamento negativo, até porque, quando você olha em relação a 2013, a produção ainda está operando num patamar mais baixo. Nessas comparações com 2013, há predomínio de quedas, seja olhando as categorias de uso, seja olhando as atividades", afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Em setembro, houve retração em três das quatro grandes categorias econômicas e em 16 dos 26 setores investigados.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta sexta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 0,94% em setembro. Já o IPP de agosto foi revisado de 0,48% para 0,49%. Como resultado, no acumulado de 2014, o indicador teve alta de 2,06%, e, em 12 meses, a taxa ficou em 2,87%.

Os juros do cheque especial, uma das linhas de crédito mais caras ao consumidor, disparou. Dados do Banco Central, divulgados nesta quinta-feira (30) mostram que em setembro houve uma alta de 10,5 pontos porcentuais, passando de 172,8% ao ano em agosto para 183,3% - a maior desde 1999, quando havia sido registrado 193,65%.

Essa foi a 14ª elevação consecutiva da taxa do cheque especial, o que deixa os endividados com o orçamento ainda mais apertado. A dívida total dos brasileiros nessa linha, a despeito do custo elevado, não para de crescer. Até setembro, estava em R$ 23,425 bilhões, cifra 2,4% maior que a de agosto. No ano, essa conta aumentou 15,9%.

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Com os juros cada vez mais altos na modalidade, a inadimplência também cresceu. No mês passado chegou a 10,3% - taxa mais alta desde março de 2011, início da série do Banco Central. A alta do calote do cheque especial só perde para a do rotativo do cartão de crédito, que subiu 1 ponto porcentual no mês e chegou a 36,4% das operações.

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro, que considera o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses, voltou a cair em agosto, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo Banco Central. Segundo a instituição, a taxa passou de 46,01%, em julho, para 45,97%, em agosto. Antes disso, a taxa mais baixa havia sido registrada em maio, quando estava em 45,96%.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, segundo o BC, o endividamento fica em 28,65% da renda anual em agosto ante 28,86% em julho. Esta taxa de dois meses atrás - a mais recente disponibilizada pelo BC - é a mais baixa desde setembro de 2009, quando os reflexos da crise internacional de um ano antes estavam mais latentes. Na ocasião, estava em 28,55%.

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Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em 21,47% em agosto. O dado, apresentado com ajuste sazonal, também é o mais baixo desde março deste ano, quando ficou em 21,40%.

Após as medidas do Banco Central anunciadas em julho e agosto para fomentar o crédito, em especial o setor de automóveis, o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física recuou 0,3% de agosto para setembro. Neste mês, com o fraco desempenho dos financiamentos para veículos, o BC autorizou também que os bancos pudessem descontar as operações de capital de giro na fatia que precisa ser destinada aos compulsórios.

Segundo informou nesta quinta-feira, 30, o BC, o total de recursos para aquisição de automóveis por esse grupo de clientes ficou em R$ 183,956 bilhões no mês passado - em agosto o volume foi de R$ 184,565 bilhões. No acumulado de 2014, a queda nesse tipo de crédito é de 4,6% e, em 12 meses, recuo de 4,7%.

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Esta é a oitava queda consecutiva na comparação mensal. Ou seja, desde o começo do ano, o volume de crédito para aquisição de automóveis tem sido cada vez menor.

As concessões acumuladas em setembro para financiamento de veículos para pessoa física somaram R$ 8,502 bilhões, o que representa uma alta de 10,9% em relação ao mês anterior (R$ 7,664 bilhões). No acumulado de 2014 até agora, há avanço nesse segmento, de 2,7%. Em 12 meses, a alta é de 4,3%.

As vendas reais do setor supermercadista registraram alta de 2,91% em setembro em relação ao mesmo mês de 2013, de acordo com o Índice Nacional de Vendas divulgado nesta quarta-feira (29), pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com agosto deste ano, o indicador aponta retração de 4,86%. Esses índices já foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado dos primeiros nove meses de 2014 houve aumento real de 1,77% nas vendas ante o mesmo período de 2013.

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Em valores nominais, o índice de vendas da Abras apresentou crescimento de 9,85% em setembro em relação ao mesmo mês de 2013 e queda de 4,32% sobre agosto.

Cesta AbrasMercado

A AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK a pedido da Abras, apresentou alta de 0,9% em setembro em relação a agosto deste ano, passando de R$ 367,88 para R$ 371,17. Na comparação com setembro de 2013, o indicador cresceu 5,28%.

Os produtos com maiores altas em setembro, na comparação com agosto, foram: cebola (8,78%), biscoito cream craker (4,89%) e carne traseiro (3,33%). As maiores quedas foram batata (-6,40%), tomate (-5,19%) e ovo (-3,95%).

O chefe do Departamento do Banco Central, Tulio Maciel, salientou nesta sexta-feira (24), que a conta de serviços vem mostrando moderação e seguiu, em setembro, a tendência de crescimento gradual, assim como a de rendas. No mês passado, o saldo ficou negativo em US$ 4,7 bilhões. No ano, de acordo com cálculos do economista, o crescimento está em 3,2%. Em todo o ano passado, a expansão do déficit da conta de serviços foi de 15% sobre 2012, conforme Maciel.

De acordo com o economista, o aluguel de equipamentos já é o principal item da conta de serviços. No ano, enquanto a conta de serviços acumula resultado negativo de US$ 35,634 bilhões, o aluguel somou US$ 16,161 bilhões. "Aluguel de equipamentos já é o principal item de serviços e deve continuar crescendo", estimou.

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De janeiro a setembro, houve crescimento dessa conta de 21% e, apenas no mês passado, alta de 31% sobre setembro de 2013. "Esse item está associado à extrativa mineral. Isso tem correlação com aumento da produção de petróleo e a tendência é aumentar", previu.

O aspecto positivo dessa conta, de acordo com Maciel, é que a despesa é associada a uma produção. Ainda em serviços, Maciel chamou atenção para os gastos com transportes, que vêm caindo. Isso, de acordo com ele, reflete a menor corrente de comércio, já que os fretes estão diminuindo com menores importações e exportações.

O Banco Central informou nesta sexta-feira, 24, que a estimativa para a dívida externa brasileira em setembro de 2014 é de US$ 338,631 bilhões. Em junho de 2014, último dado verificado, a dívida estava em US$ 333,252 bilhões. No fim de 2013, estava em US$ 308,625 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 288,226 bilhões em setembro, enquanto o estoque de curto prazo estava em US$ 50,405 bilhões no fim do mês passado, segundo estimativas do BC. As estimativas da instituição excluem os empréstimos intercompanhia.

De acordo com a instituição, a variação da dívida externa de longo prazo é explicada por emissões líquidas de títulos de longo prazo efetuadas pelo governo (US$ 2,5 bilhões), amortizações líquidas de empréstimos e títulos tomados pelos bancos (US$ 3,8 bilhões) e desembolsos líquidos de empréstimos e financiamentos recebidos pelo setor não financeiro (US$ 1,3 bilhão). A variação por paridades reduziu o estoque em US$ 3,1 bilhões.

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Os Investimentos Estrangeiros Direto (IED) somaram US$ 4,214 bilhões em setembro, resultado que ficou abaixo dos US$ 4,770 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Foi o mais baixo desde junho, quando ficou em US$ 3,924 bilhões. O resultado do IED de setembro também é o menor para o mês desde 2009, quando ficou em US$ 1,816 bilhão, segundo números do Banco Central divulgados nesta sexta-feira, 24. O resultado do mês passado ficou no entanto acima da estimativa apresentada pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, de US$ 3 bilhões.

Os aportes externos voltados ao investimento produtivo também ficaram dentro das estimativas do mercado financeiro colhidas pelo AE Projeções, que iam de US$ 2,8 bilhões a US$ 5,8 bilhões, com mediana de US$ 3,4 bilhões.

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No acumulado do ano até o mês passado, o IED soma US$ 46,215 bilhões, o equivalente a 2,74% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, o IED acumulado era de US$ 43,747 bilhões (2,62% do PIB). No últimos 12 meses até setembro, o IED está em US$ 66,464 bilhões, o que corresponde a 2,94% do PIB.

Ações

O investimento estrangeiro em ações brasileiras registrou um saldo positivo de US$ 660 milhões em setembro. No mesmo período do ano passado essa conta estava positiva em US$ 2,228 bilhões. No acumulado deste ano até setembro, o saldo está em US$ 11,304 bilhões, maior do que o total de US$ 9,657 bilhões vistos em igual período do ano passado. As aplicações em ações negociadas no País concentraram todo saldo, já que as negociadas no exterior (como ADRs) registraram um saldo negativo de US$ 1 milhão.

Brasília, 23/10/2014 - Apesar da ligeira melhora dos indicadores industriais em setembro, de acordo com sondagem divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o cenário de futuro para o setor ainda é pessimista, avaliou nesta quinta-feira (23), o gerente executivo de Política Econômica da entidade, Flávio Castelo Branco.

"Houve alguma melhora na situação atual, mas isso não se reflete nas expectativas e o cenário à frente ainda é negativo para indústria. A queda de produção foi de certo modo interrompida, mas as expectativas continuam negativas ou menos favoráveis do que estavam no último levantamento", comentou. "Esse resultado precisa se repetir nos próximos meses para se configurar uma nova tendência", completou.

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Para o economista da CNI Marcelo Azevedo, as boas notícias do mês foram a estabilidade na produção industrial e dos estoques. "A produção ficou estável, interrompendo uma sequência de queda que vinha desde novembro do ano passado, mas ainda não se trata de uma reversão de tendência, porque não houve crescimento no mês", acrescentou.

Por outro lado, afirmou o economista, a queda persistente do emprego na indústria ainda é preocupante, bem como o acesso ao crédito para o setor. "A tendência é de piora e mais dificuldade de se conseguir financiamentos", completou Azevedo. De acordo com ele, o preço dos insumos também é um fator que tem pressionado financeiramente as empresas.

Para Castelo Branco, as empresas vêm sofrendo um cúmulo de dificuldades que influenciam sua competitividade, prejudicando ainda mais o desempenho do setor este ano. "Em 2014 o ritmo menor de evolução da demanda global piorou o cenário para indústria brasileira. E as incertezas decorrentes do processo eleitoral adiaram decisões de investimentos", concluiu.

O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, avaliou nesta quarta-feira (15) que o Brasil continua gerando empregos formais, diferente de outros países, mas reconheceu que houve uma perda do dinamismo na criação de postos de trabalho. Em entrevista ao Broadcast Ao Vivo, serviços de notícias em tempo real da Agência Estado, em que comentou o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de setembro, ele disse que o saldo líquido de vagas com carteira assinada é "consistente" com a dinâmica da economia atual.

Segundo divulgou nesta quarta o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a geração de empregos em setembro foi a mais baixa para o mês desde o início dos governos petistas. O saldo líquido de empregos formais no mês passado foi de 123.785 vagas, resultado de 1.770.429 admissões e de 1.646.644 demissões. Para meses de setembro, o número foi o mais baixo desde 2001, quando foram gerados 80.028 postos. Depois disso, a geração no mês sempre superou os 150 mil. No acumulado do ano até setembro, houve criação líquida de 904.913 empregos formais.

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Para reverter esse quadro, o diretor técnico do Diesse ressaltou que é preciso mobilizar o mercado de capitais e empresários para promoverem investimentos de longo prazo. Ele acredita também que, após as eleições, a economia brasileira poderá se recuperar, refletindo no mercado de trabalho. Isso porque, de acordo com ele, durante o período eleitoral há uma incerteza natural que leva muitos empresários a segurarem investimentos e, consequentemente, contratações. "Trabalho com geração de 800 mil a 1 milhão de vagas formais (com carteira assinada) em 2014", comentou.

Clemente avaliou que a política distributiva e de incremento da renda tem sido a responsável por segurar a geração de vagas no mercado de trabalho interno. Ele reconheceu, no entanto, que esse modelo não aumentou a capacidade de investimento das empresas. Questionado se concorda com a tese de que a economia brasileira precisará passar por ajustes em 2015, o diretor defendeu que não é necessário criar um processo recessivo para obter um ajuste estrutural. Ele avaliou ainda que o empresariado é "pragmático" e buscará costurar acordos com qualquer presidente eleito.

Ao ser confrontado com o dado de que a geração de empregos em setembro foi a mais baixa para o mês desde 2001, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, chegou a dizer que "não temos melhor ou pior". "Foi melhor, pois aumentamos o número de empregos", disse. Além disso, ao citar inflação e crescimento, Dias disse que "não há nenhum número hoje no Brasil que você pode dizer que está ruim".

Ao negar apontar o motivo pelo qual a geração de empregos foi a pior em 13 anos, Dias chegou a apontar uma previsão para setembro de 2015. "Setembro será pior no ano que vem, se vocês compararem com o de 2014", disse. "Qual é o valor científico desta comparação?", afirmou em relação à série histórica da geração de empregos em meses de setembro. "A demanda de necessidade de emprego vai reduzindo", disse. "O mercado tem hoje necessidade da criação desse número de empregos (123 mil)".

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O ministro manteve a previsão de geração de 1 milhão de novos postos de trabalho em 2014 e disse que a criação de vagas de trabalho aumentará nos setores de serviço, comércio e indústria. Questionado de que forma o governo conseguirá chegar a esse número, dado que tradicionalmente em dezembro o saldo é negativo em um volume muito grande, Dias limitou-se a responder: "a geração de emprego temos certeza que continuará". Ele disse, ainda, que a previsão de geração de 1 milhão de empregos (em 2014) erra menos que Ibope e Datafolha.

"A prioridade do governo Lula e Dilma na hora da crise, a responsabilidade como governo popular, é garantir emprego. A inflação continuou sob controle. A perspectiva é que ano que vem vamos reduzir a inflação", disse, acrescentando que subiu a qualidade de vida da população nos últimos anos.

"A economia no todo está bem, está gerando emprego. O comércio já está reagindo, o PIB já cresceu acima das últimas previsões", disse. Dias afirmou várias vezes que a indústria brasileira gerou um milhão de empregos no período do governo Dilma Rousseff.

Dias apenas reconheceu que há setores que não estão indo bem e citou uma dificuldade momentânea da indústria. "A indústria brasileira é um setor que tem seu momento de crise e precisamos ter ações para recuperar", disse. "Nós criamos agora uma comissão ministerial entre MTE, MDIC e Fazenda para estabelecer discussão de projeto de recuperação da indústria nacional", voltou a dizer.

Ao final da entrevista, depois de destacar os números de emprego no governo Dilma Rousseff, Dias disse que não poderia falar mais. "Não posso falar em política porque fui processado porque dei entrevista do Caged e disse que Brasil estava gerando emprego. Não quero ser processado outra vez", afirmou.

O governo federal mantém a expectativa de geração de 1 milhão de vagas de emprego formal em 2014, segundo afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. Segundo ele, esse valor será atingido "tranquilamente". A geração de emprego no ano, de janeiro a setembro, de 904.913 postos de trabalho é 31,6% menor que o resultado do mesmo período do ano passado, que era de 1.323.461 vagas. Além disso, dezembro é um mês em que sazonalmente o número de demissões é bastante alto e o saldo fica negativo.

Logo no início da entrevista, ao comentar sobre o debate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), Dias afirmou: "Ela devia falar mais ainda (sobre emprego). O emprego é o grande sucesso deste governo", disse.

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O ministro afirmou que o Brasil está vivendo um momento de altos investimentos. Dias ainda chamou atenção à criação de 5,784 milhões de vagas no governo Dilma. "Ao fim do ano, chegará a 6 milhões. É um número de sucesso comparado com o mundo", disse.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, minimizou nesta quarta-feira 8, o impacto da alta recente do dólar sobre a inflação. Segundo ele, os últimos exercícios mostram baixa transferência do câmbio para a inflação doméstica. "Como o câmbio é flutuante, é difícil avaliar. Essa transmissão do câmbio para a inflação é baixa em relação ao passado", afirmou.

O secretário evitou, no entanto, responder pergunta sobre se o IPCA mais alto retira espaço para reajuste dos combustíveis.

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Represamento de preços

Holland comentou também o resultado do IPCA de setembro. Segundo ele, não se sustenta a hipótese de represamento de preços e parte das explicações para a alta de preços de itens monitorados é o reajuste de preços de energia residencial, que subiu 1,37% no mês. "Nós também observamos reajustes em passagem aérea, por dois meses consecutivos teve reajuste acima de 10%. Contudo, no ano de 2014, acumulam redução de preços de 24%", disse.

O secretário afirmou ainda que carnes, dentro do item de alimentação e bebidas, tiveram aumento de 3,17% no mês, contribuindo para aumento do grupo alimentação e bebidas de "forma relevante". "Estamos no período de entressafra, coincidindo com período de seca. Isso acaba elevando o custo unitário", disse. "Ao mesmo tempo tem aumentos de demanda externa", afirmou. Segundo o secretário, o brasileiro tem uma série de outros produtos substitutos para carne, como frangos, ovos e outras aves, que vêm apresentando comportamento benigno este ano.

O secretário ainda destacou alguns produtos, como a farinha de mandioca, que apresenta queda de 26,54% no ano. Segundo ele, os preços no atacado, que estavam em deflação, apresentaram recuo. "Esses preços no atacado também devem ajudar no controle da inflação ao consumidor nos próximos meses, outubro, novembro e dezembro", afirmou. A avaliação dele é de que os últimos três meses tenha um comportamento melhor que o último trimestre do ano passado, "de sorte que a inflação convirja para as metas".

Desafio

Confrontado com o fato de a inflação ter ficado nos últimos quatro anos mais perto de 6,5%, Holland avaliou que o importante é que o IPCA tem permanecido dentro da meta. Ele não quis avaliar, no entanto, se há uma resiliência maior da inflação. "Não sei se tem resiliência maior ou menor. O fundamental é que tem estado dentro das metas anunciadas. Estamos num regime de metas e temos que responder às metas. Estamos entregando há 11 anos", afirmou.

Questionado sobre se o IPCA alto iria assustar o eleitor nas eleições, o secretário respondeu que a análise técnica é de que a inflação está sobre controle, estável e pouco variável. "Estamos conseguindo isso há 11 anos", insistiu, destacando que é grande desafio buscar inflação menor. "E isso é obtido por uma série de boas políticas", afirmou.

Na avaliação do secretário, boas políticas têm sido implementadas e intensificadas e ajudarão a reduzir a inflação. Ele citou o programa de investimentos, a desoneração da folha de pagamentos e os programas de qualificação dos trabalhadores.

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