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O presidente Joe Biden defendeu, nesta segunda-feira (16), a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão apesar da rápida tomada de poder pelos talibãs, dizendo que era hora de deixar o país após duas décadas de conflito.

"Sustento firmemente minha decisão. Depois de 20 anos, aprendi a duras penas que nunca houve um bom momento para retirar as forças americanas", disse em discurso televisionado da Casa Branca.

Biden disse que o objetivo de Washington nunca foi construir uma nova nação democrática e admitiu que o governo afegão caiu mais rápido do que o esperado, apesar do apoio militar americano.

"Nunca se supôs que a missão no Afeganistão fosse construir uma nação. Nosso único interesse nacional vital no Afeganistão continua sendo hoje o que sempre foi: prevenir um ataque terrorista na pátria americana", disse Biden, acrescentando que o objetivo "continua sendo hoje e sempre foi evitar um ataque terrorista em solo americano".

"Sempre prometi ao povo americano que seria sincero com vocês. A verdade é que isto ocorreu mais rápido do que tínhamos previsto", disse Biden.

"Demos-lhes todas as oportunidades para determinar seu próprio futuro. Não pudemos dar-lhes a vontade de lutar por esse futuro", acrescentou.

O presidente americano prometeu que continuará "erguendo a voz pelos direitos básicos do povo afegão, das mulheres e meninas" e ameaçou com uma resposta "rápida e contundente" a qualquer ameaça ou ataque aos milhares de diplomatas americanos e tradutores afegãos que deixam Cabul.

Após o discurso, Biden tem previsto voltar ainda nesta segunda à residência de descanso dos presidentes americanos em Camp David, onde passava férias quando a invasão dos talibãs o obrigou a voltar a Washington.

A tentativa de fugir de Cabul, no Afeganistão, após a chegada do Talibã na capital do país, acabou resultando em mortos e feridos. Na internet, circulam vídeos nos quais se pode ver, ao menos, duas pessoas caindo de um avião da Força Aérea Americana, após a aeronave levantar voo no aeroporto Hamid Karzai. Além disso, disparos feitos pelas tropas dos EUA, para dispersar a multidão, teriam feito vítimas. 

Na manhã desta segunda (16), o aeroporto de Cabul ficou lotado com milhares de afegãos tentando fugir do país após o Talibã tomar o poder no país. Pessoas de todas as idades invadiram a pista de decolagem e agarraram-se às aeronaves que se preparavam para decolar. Imagens compartilhadas na internet mostram o momento em que duas pessoas caíram de um desses aviões, após o início do voo.

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Nos vídeos, é possível ver ao menos dois corpos despencando de uma altura de centenas de metros. Segundo o jornal inglês, The Guardian, no mínimo três pessoas caíram de uma aeronave do tipo C-17, da Força Aérea Americana. Eles teriam se agarrado ao trem de pouso ou à fuselagem na lateral do avião. Já um outro vídeo mostra os corpos de três pessoas — dois homens e uma mulher — caídos no chão no complexo do aeroporto Hamid Karzai, após o tumulto. 

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Para conter a população, as tropas americanas, responsáveis pela segurança no aeroporto, atiraram para o alto e todos os voos comerciais foram cancelados. Os disparos fizeram vítimas, mas ainda não foi confirmada o número total de vitimados. O The Wall Street Journal afirmou que três pessoas foram mortas por armas de fogo e a agência de notícias Reuters fala em cinco óbitos.

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, afirmou na tarde deste domingo (15) que fugiu de seu país para evitar "um banho de sangue", após o grupo fundamentalista islâmico Talibã assumir o controle de Cabul e de boa parte do território afegão.

Ghani, que não confirmou para onde foi, disse que "incontáveis patriotas seriam martirizados e a cidade de Cabul seria destruída" se ele permanecesse no país. De acordo com a imprensa local ele teria ido para o Tajiquistão.

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"O talibã venceu... e agora são responsáveis pela honra, propriedade e autopreservação de seus compatriotas", disse o mandatário em um comunicado publicado no Facebook.

O presidente afegão deixou o país, entregando efetivamente o poder aos rebeldes, que entraram em Cabul nesta manhã após conquistar a maior parte das capitais de províncias do Afeganistão.

Segundo Ghani, os talibãs "não ganharam a legitimidade dos corações" e "agora terão que enfrentar um novo teste histórico".

"Nunca na história o poder seco deu legitimidade a ninguém e não dará a eles. Eles estão agora a enfrentar um novo teste histórico; ou vão proteger o nome e a honra do Afeganistão ou vão priorizar outros locais e redes", escreveu o líder afegão.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que o grupo extremista já hasteou sua bandeira no palácio presidencial em Cabul. Com letras pretas indicando o testemunho de fé mulçumana, a bandeira havia sido usada pelo Talibã quando assumiu o poder na década de 1990 para anunciar o nascimento do Emirado Islâmico do Afeganistão pela primeira vez.

Mais cedo, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que nenhum país deverá reconhecer o Talibã como governo do Afeganistão.

"Não queremos que ninguém reconheça bilateralmente o Talibã", disse Johnson em um pronunciamento em vídeo, ressaltando que está claro que o país asiático terá os insurgentes no poder.

O britânico explicou que é preciso uma "posição unidade" da comunidade internacional para dialogar com o Talibã. "Queremos uma posição unida entre os que pensam da mesma forma, o tanto quanto pudermos", disse.

Conforme publicação da Sky News, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta segunda-feira (16) para discutir a situação no país.

Da Ansa

Ao menos três pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas nesta terça-feira (25) durante um ataque suicida com um caminhão-bomba no norte do Afeganistão, informaram fontes militares. O Talibã assumiu a responsabilidade pelo atentado e afirmou que o alvo era uma base militar afegã que preparava um ataque contra os insurgentes.

"O alvo do inimigo era uma base de comando militar, mas depois de não conseguir alcançá-la, ele explodiu o veículo próximo, causando sérios danos entre os civis ao redor", disse Hanif Rezayee, um porta-voz militar, à AFP.

"Muitas casas foram danificadas ou destruídas. Os soldados ajudaram a evacuar as vítimas", acrescentou Rezayee, que especificou que houve pelo menos três mortos (dois civis e um militar) e 41 feridos, 35 deles civis.

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, condenou o atentado. "A continuação da violência do Talibã tem um impacto (negativo) nas chances de paz", disse ele, segundo seu porta-voz Sediq Sediqqi. "O Talibã deve parar de brigar e matar afegãos, concordar com um cessar-fogo e manter um diálogo direto com o governo afegão", acrescentou Ghani.

De acordo com os talibãs, que costumam exagerar os números das perdas de seus inimigos, cerca de 61 soldados foram mortos em um ataque que visava "vingar a mutilação de corpos de talibãs nas províncias de Balkh e Zabul (sul)", disse Zabihullah Mujahid, um representante do Talibã.

O ataque coincide com a visita de uma delegação talibã ao Paquistão, um dos três países que reconheceram o regime talibã na década de 1990 e que mantém certos laços com os rebeldes.

"As partes afegãs devem aproveitar esta ocasião histórica e chegar a uma solução política negociada" para um conflito que começou há quase 19 anos, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão em um comunicado divulgado na noite de terça-feira.

Apesar do cessar-fogo e da troca de prisioneiros em agosto, as negociações entre as autoridades afegãs e o Talibã, previstas no acordo assinado em fevereiro entre os Estados Unidos e os insurgentes, não estão avançando.

O Talibã afirmou nesta quinta-feira (23) que está pronto para negociar a paz com o governo afegão após o feriado muçulmano do Eid al-Fitr no próximo mês, se a troca de prisioneiros for concluída.

Os rebeldes estão "prontos para iniciar negociações", uma vez que todos os seus prisioneiros foram libertados "de acordo com a lista já entregue" às autoridades, ao mesmo tempo em que liberam membros das forças de segurança em suas mãos, explicou no Twitter seu porta-voz, Suhail Shaheen.

Os Estados Unidos e o Talibã assinaram um acordo histórico em Doha no final de fevereiro, abrindo caminho para uma retirada total das tropas americanas após 18 anos de guerra e também para negociações de paz.

Na semana passada, o chefe da diplomacia afegã, Mohamad Hanif Atmar, disse que a proposta do Catar de sediar a primeira rodada de negociações foi "consensual".

Essas negociações deveriam começar em 10 de março, mas foram adiadas várias vezes devido aos contínuos combates e ao atraso na troca de prisioneiros.

O presidente Ashraf Ghani prometeu libertar 5.000 prisioneiros talibãs em troca de mil membros das forças de segurança afegãs detidas por insurgentes, conforme determina o Acordo de Doha.

Até agora, as autoridades afegãs afirmaram ter libertado cerca de 4.400 talibãs e os insurgentes, 864 detidos das forças afegãs.

Uma adolescente afegã que atirou e matou dois combatentes do Talibã que assassinaram seus pais disse nesta quarta-feira (22) que está pronta para enfrentar qualquer outro insurgente que tentar atacá-la.

Qamar Gul, de 15 anos, matou os insurgentes que invadiram sua casa na semana passada em um vilarejo no distrito de Taywara, na província central de Ghor.

"Não tenho medo deles e estou pronta para lutar contra eles novamente", disse à AFP por telefone da casa de um parente.

O Talibã chegou por volta da meia-noite, disse ela, acrescentando que estava dormindo com o irmão de 12 anos em seu quarto quando ouviu a porta da casa abrir.

"Minha mãe correu para detê-los, mas a essa altura eles já haviam arrombado a porta", relatou a jovem.

"Eles atiraram em meu pai e em minha mãe várias vezes. Fiquei aterrorizada."

Momentos depois, "a raiva tomou conta de mim. Peguei a arma que tínhamos em casa, fui até a porta e atirei neles".

Qamar Gul explicou que seu irmão a ajudou quando um dos insurgentes, que parecia ser o líder, tentou se defender.

"Meu irmão pegou a arma de mim e atirou nele. O combatente fugiu ferido, mas voltou mais tarde", continuou ela.

Em seguida, vizinhos e milicianos pró-governo chegaram à casa. O Talibã finalmente fugiu após um longo tiroteio.

- Orgulhosa -

Autoridades disseram que os talibãs mataram o pai, que era o líder da vila, porque ele apoiava o governo.

Os insurgentes costumam matar moradores suspeitos de serem informantes do governo ou das forças de segurança.

O distrito de Taywara, onde está localizada a vila, é uma área remota e cenário de confrontos quase diários entre as forças do governo e o Talibã.

Qamar Gul comentou que seu pai a ensinou a disparar um fuzil AK-47.

"Tenho orgulho de ter matado os assassinos dos meus pais", disse ela, mas lamentou não ter conseguido se despedir deles. "Depois de matar os dois talibãs, fui ver meus pais, mas eles não estavam respirando. Sinto-me triste, não consegui me despedir."

Afegãos inundaram as mídias sociais para elogiar a jovem, e uma foto dela, usando um lenço na cabeça e segurando uma AK-47, foi amplamente compartilhada.

Centenas de pessoas pediram ao governo para protegê-la.

"Exijo que o presidente a ajude e a transfira para um lugar seguro, pois sua segurança e a de sua família estão em risco", escreveu Fawzia Koofi, uma importante ativista de direitos das mulheres e ex-parlamentar, no Facebook.

O presidente Ashraf Ghani também elogiou a adolescente por "defender sua família contra um inimigo cruel", disse seu porta-voz Sediq Sediqqi à AFP.

Um porta-voz do Talibã confirmou que uma operação havia sido realizada na área do ataque, mas negou que qualquer um dos combatentes do grupo tenha sido morto por uma mulher.

Pelo menos 11 membros das forças de segurança morreram nesta segunda-feira (13) em um ataque reivindicado pelos talibãs contra um escritório dos serviços de inteligência afegãos no norte do Afeganistão, informaram as autoridades.

Segundo os insurgentes, um homem-bomba detonou um artefato colocado em um carro perto de um escritório da Direção Nacional de Segurança, enquanto homens armados invadiram o prédio, localizado em Aybak (norte).

Abdul Latif Ibrahimi, governador da província de Samangan, disse à AFP que 11 pessoas morreram e que outras 63, a maioria civis, ficaram feridas na explosão e no tiroteio.

O ataque durou aproximadamente quatro horas e terminou quando as forças de segurança mataram três homens armados, disse o porta-voz do governador, Sediq Azizi.

"Foi uma grande explosão que quebrou as janelas", declarou Hasseb, um funcionário que trabalha perto do escritório atacado e que forneceu apenas seu nome.

"Muitas pessoas ficaram feridas quando as janelas foram quebradas", acrescentou.

Nos últimos meses, os talibãs realizaram ataques contra as forças afegãs quase diariamente, apesar dos preparativos para o diálogo de paz do governo com os insurgentes.

Pelo menos 23 soldados e policiais, além de nove civis, foram mortos em três ataques cometidos pelo Talibã no Afeganistão - informaram autoridades locais à AFP nesta segunda-feira (20).

"À noite, os insurgentes do Talibã lançaram um grande ataque a uma base militar", disse Khalil Asir, porta-voz da polícia da província de Tajar (norte), onde ocorreu o ataque mais sangrento.

Ele informou que dois policiais e 16 soldados do Exército foram mortos, enquanto outros três ficaram feridos. O porta-voz do governador da província confirmou este ataque, mas mencionou 19 mortes.

Além disso, nove civis foram assassinados por rebeldes, e outros seis foram feridos na província de Balj, no norte, segundo autoridades locais.

"Os insurgentes os perseguiram para tirar dinheiro deles", relatou o chefe de polícia do distrito onde ocorreu o incidente, Sayed Arif Iqbali. "Eles foram mortos depois de resistir", lamentou.

Cinco policiais também foram mortos, e outros três ficaram feridos esta manhã em um ataque do Talibã na província de Oruzgan (sul), informaram autoridades locais.

O Talibã intensificou sua ofensiva contra as forças afegãs em todo país, apesar dos inúmeros pedidos de cessar-fogo por parte de autoridades internacionais e afegãs e do início de uma troca de prisioneiros com o governo de Ashraf Ghani.

Essas libertações estão previstas no acordo alcançado em fevereiro passado entre os insurgentes e Washington, mas não foi ratificado por Cabul.

O texto prevê a retirada, dentro de 14 meses, das forças estrangeiras presentes no Afeganistão, em troca de garantias de segurança por parte dos talibãs.

A troca de prisioneiros foi interrompida, devido a disputas entre os dois lados, o que também atrasou o início das discussões sobre o futuro do país.

Os rebeldes também acusaram os Estados Unidos de violarem o acordo alcançado, apresentando uma lista de 33 ataques com aviões e drones das forças de Washington e do Afeganistão, informou a televisão privada TOLO News no domingo.

Os talibãs anunciaram nesta segunda-feira (2) que encerraram a trégua parcial estabelecida em 22 de fevereiro e retomaram os ataques contra as forças de segurança afegãs, dois dias após a assinatura de um acordo histórico com os Estados Unidos.

Pouco tempo depois, a polícia afegã anunciou a morte de três pessoas na explosão de uma boma em um campo de futebol no leste do país. "Uma moto-bomba explodiu durante uma partida de futebol no distrito de Nader Shah Kot esta tarde", disse Sayed Ahmad Babazai, chefe da polícia da província de Kohst.

Ele acrescentou que 11 pessoas ficaram feridas no ataque, que ainda não foi reivindicado. O período de redução da violência, que durou nove dias, “terminou e nossas operações voltarão à normalidade”, afirmou à AFP Zabihullah Mujahid, porta-voz dos insurgentes.

“Nossos combatentes não atacarão forças estrangeiras, mas nossas operações contra as forças do governo de Cabul continuarão”, acrescentou o porta-voz.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, havia anunciado no domingo o prolongamento da trégua parcial pelo menos até o início das discussões entre o governo e os rebeldes afegãos, agendadas para 10 de março, com o objetivo de “alcançar um cessar-fogo completo”.

Os Estados Unidos e o Talibã afegão assinaram, neste sábado (29), um acordo histórico em Doha, que abre caminho para uma retirada total das tropas americanas após 18 anos de guerra e negociações de paz interafegãs sem precedentes.

O acordo negociado por um ano e meio no Catar foi assinado pelos principais negociadores das duas partes, Zalmay Khalilzad, do lado americano, e o líder político dos insurgentes afegãos, Abdul Ghani Baradar, na presença do secretário de Estado Mike Pompeo.

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Khalilzad e Baradar apertaram as mãos sob os aplausos dos participantes.

Este texto não é um acordo de paz propriamente dito, porque as autoridades afegãs não participaram das discussões inéditas.

Mas os americanos se comprometem em começar imediatamente uma retirada gradual de suas tropas, para reduzi-las dos atuais 13.000 para 8.600 em 135 dias.

Um cronograma que prevê a retirada total de todas as forças estrangeiras do Afeganistão "dentro de 14 meses após a assinatura do acordo", segundo o texto.

Sua partida está, no entanto, condicionada ao cumprimento pelo Talibã de seus compromissos de segurança e ao progresso nas futuras negociações interafegãs, segundo autoridades americanas.

Em contrapartida a essa importante reivindicação do Talibã, os insurgentes concordam em acabar com todos os atos de terrorismo nos territórios que controlam e em iniciar negociações com o governo de Cabul, com o qual até agora se recusaram a falar.

Essas negociações devem começar em 10 de março, de acordo com o acordo, provavelmente em Oslo.

"Romper com a Al-Qaeda"?

"Se os talibãs não honrarem seus compromissos, perderão a chance de se sentar com os outros afegãos e deliberar sobre o futuro de seu país", disse Mark Esper, chefe do Pentágono, que estava em Cabul para assinar uma declaração conjunta com o governo afegão.

"Os Estados Unidos não hesitariam em cancelar o acordo", alertou.

O Talibã assegura que vai honrar seus compromissos.

"O acordo foi assinado hoje e nosso povo está feliz. Paramos todas as nossas operações militares em todo o país", disse Zabihullah Mujahid, porta-voz do talibãs, à AFP em Cabul.

No futuro imediato, o presidente americano Donald Trump deverá tirar proveito do pacto na campanha pela reeleição em oito meses, argumentando que cumpriu uma de suas principais promessas: acabar com a guerra mais longa dos Estados Unidos.

Apesar das críticas de alguns observadores para quem o acordo concede demais por pouco, o governo Trump assegura que as garantias fornecidas pelos insurgentes respondam ao principal motivo da intervenção americana, lançada em represália aos ataques de 11 de setembro de 2001, realizados pela Al-Qaeda a partir do Afeganistão, então dirigido pelo Talibã.

Sob os termos do acordo, "o Talibã não permitirá que nenhum de seus membros, ou outros indivíduos ou grupos, incluindo a Al-Qaeda, use o solo afegão para ameaçar a segurança dos Estados Unidos e de seus aliados".

"É um primeiro passo decisivo e histórico em termos de reconhecimento público de que estão rompendo laços com a Al-Qaeda", disse uma autoridade americana.

Saudando a "melhor chance de paz em uma geração", Mike Pompeo pediu ao Talibã que "cumpra a promessa de romper com a Al-Qaeda" e não "declare vitória".

"Reduzir a violência"

As autoridades americanas também dizem que estão tranquilizadas pelo período de sete dias de "redução da violência", globalmente respeitado pelos Estados Unidos, Talibã e forças afegãs antes da assinatura do pacto neste sábado.

Essa trégua parcial era uma exigência do presidente americano, que em setembro cancelou abruptamente a assinatura do acordo após a morte de um soldado americano em mais um ataque em Cabul.

Espera-se agora que os beligerantes concordem rapidamente com um cessar-fogo total durante as negociações interafegãs.

Cerca de 30 países estavam representados em Doha, mas não o governo afegão que, no entanto, enviou uma pequena delegação para um "primeiro contato" com o Talibã.

O acordo de Doha é um "primeiro passo importante para um processo de paz abrangente" no Afeganistão, disse a União Europeia. "A oportunidade atual de fazer a paz não deve ser desperdiçada".

Os talibãs foram expulsos do poder por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos após os ataques de 2001. Desde então, travam uma incessante guerra de guerrilha.

Entre 32.000 e 60.000 civis afegãos foram mortos no conflito, segundo a ONU, e mais de 1.900 militares americanos.

Para Robert Malley, presidente da Organização Internacional de Prevenção de Conflitos do Crisis Group, "nenhum acordo é perfeito, mas o acordo de sábado "representa a melhor esperança para avançar na direção do fim de uma guerra de duas décadas".

O avião que caiu nesta segunda-feira (27) no leste do Afeganistão pertencia às Forças Armadas dos Estados Unidos - afirmou o porta-voz do Talibã, Zabihula Mujahid. "Um avião especial dos ocupantes americanos caiu na província de Ghazni", declarou o porta-voz em um comunicado, acrescentando que toda tripulação morreu.

Um porta-voz do Ministério afegão da Defesa, Rohullah Ahmadzai, declarou por sua vez à AFP que a aeronave não pertence às forças afegãs. As forças americanas em Cabul, contactadas pela AFP, não quiseram fazer comentários. A área onde aconteceu o acidente está sob controle dos insurgentes.

As primeiras informações sobre a queda da aeronave foram divulgadas pela Direção da Aviação Civil afegã, que se limitou a dizer que a aeronave não era comercial. O avião caiu ao meio-dia (hora local), conforme o porta-voz da Polícia de Ghazni, Ahmad Khan Seerat. Segundo ele, a zona não é segura, devido à presença de insurgentes.

O acidente aconteceu no distrito de Deh Yak, ao leste da cidade de Ghazni. Fora das cidades, a região é dominada pelos talibãs, o que complica consideravelmente o envio de socorristas e de investigadores.

Acidentes envolvendo voos militares, especialmente de helicópteros, são frequentes no Afeganistão, em razão do grande número de operações e dos ataques talibãs, além das más condições meteorológicas.

O Talibã afirmou neste domingo que concordou com um cessar-fogo temporário em todo o Afeganistão. Durante esse período, o grupo deve assinar um acordo de paz com os Estados Unidos, o que possibilitaria a saída das tropas americanas do país após 18 anos. Hoje, cerca de 12 mil soldados americanos estão no Afeganistão. As informações foram dadas por oficiais do grupo familiarizados com as conversas.

A duração do cessar-fogo não foi especificada, mas a expectativa é de que dure 10 dias. Encontros que envolveram membros do Talibã aconteceram durante uma semana antes que a trégua nos combates fosse decidida. Agora, os chefes do grupo precisam aprovar o acordo. O grupo recusou todas as propostas anteriores de cessar-fogo feitas pelo governo afegão, exceto por uma trégua de três dias em junho de 2018, durante o feriado de Eid al-Fitr, ao final do ramadã.

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Os EUA desejam que um tratado inclua promessas do Talibã de que o Afeganistão não será utilizado como base para grupos terroristas. Além disso, os americanos e o grupo desejam negociações diretas entre os afegãos de ambos os lados do conflito. Elas devem acontecer em até duas semanas após a assinatura do tratado de paz, e devem decidir como será o Afeganistão pós-guerra, assim como o papel do Talibã no país. Direitos das mulheres, liberdade de expressão e o destino de dezenas de milhares de soldados do grupo e de membros das milícias armadas são outros pontos a definir.

Ataques

 

Neste domingo, ao menos 17 membros de milícias foram mortos em um ataque do Talibã na província de Takhar, no norte do Afeganistão. De acordo com Jawad Hajri, porta-voz do governo local, o alvo aparentemente era o comandante de uma milícia local, que escapou sem ferimentos. O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, clamou responsabilidade pelo ataque, feito em paralelo às notícias sobre o acordo entre o grupo e os Estados Unidos.

Nos últimos dias, dezenas de mortes aconteceram em meio aos combates entre o Talibã, tropas americanas e afegãs. Na segunda-feira, um soldado americano foi morto em combate na província de Kunduz, também no norte do país. Membros do Talibã afirmaram que estavam por trás de um bombardeio fatal em uma estrada que tinha como alvo forças americanas e afegãs.

No dia seguinte, sete soldados afegãos morreram na província de Balkh, em um ataque do grupo a um posto de controle. Outros seis soldados do país também foram mortos na quinta-feira na mesma região, durante um ataque a uma base do exército. Na sexta, ao menos 10 membros das tropas locais morreram na província de Helmand, no sul do Afeganistão, em outro ataque a um posto de controle.

Dez soldados afegãos foram mortos neste sábado (28) em um ataque do Talibã contra uma base militar na província de Helmand, no sul do país, informaram fontes oficiais.

O Talibã cavou um túnel sob a base, localizada no distrito de Sangin, e o explodiu antes que seus membros atacassem o complexo, disse à AFP Nawab Zadran, porta-voz do 215º batalhão do exército de Maiwand, no sul do Afeganistão.

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"Havia 18 soldados garantindo a segurança da população de Sangin, que estava na base. Quatro ficaram feridos e outros quatro repeliram o ataque do Talibã com coragem", afirmou.

O porta-voz da província, Omar Zawak, confirmou o ataque e explicou que os dez soldados morreram com a explosão.

Por sua parte, o porta-voz do Talibã no Afeganistão, Zabihullah Muyahid, assumiu a responsabilidade pelo atentado em nome do movimento. O Talibã tem uma forte presença em Helmand.

O Talibã e os Estados Unidos iniciaram um processo de diálogo para negociar a retirada das forças americanas do país, mas as discussões foram suspensas após um ataque dos insurgentes contra a base militar americana de Bagram.

Sete soldados afegãos foram mortos em um ataque do Talibã nesta terça-feira a uma base no norte do Afeganistão, informou o ministério da Defesa, no momento em que as partes em guerra se preparam para outro inverno mortal.

Segundo o ministério, "terroristas" atacaram uma base compartilhada pelo exército e pela Direção de Segurança Nacional (NDS, serviços de inteligência afegãos) no distrito de Dawlat Abad, na província de Balkh, perto da fronteira com o Uzbequistão.

"Como resultado desse ataque, sete soldados morreram e três outros ficaram feridos", enquanto três agentes do NDS também ficaram feridos, informou o ministério da Defesa em comunicado.

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, disse que 20 soldados morreram no ataque, incluindo um comandante.

"Seis soldados ficaram feridos e quatro foram presos. A base foi capturada", escreveu ele no Twitter.

As forças de segurança afegãs e os talibãs geralmente exageram as perdas infligidas ao outro lado e minimizam as próprias.

O ataque ocorre um dia depois que o Talibã assumiu a responsabilidade pela morte de um soldado das forças especiais americanas, morto na província de Kunduz, também no norte.

Em um comunicado enviado à AFP por WhatsApp, Zabihullah Mujahid, afirmou que os talibãs "provocaram a explosão de um veículo americano no distrito Char Dara de Kunduz".

Antes da divulgação do comunicado talibã, o exército americano anunciou a morte de um soldado "em ação" no Afeganistão, sem revelar mais detalhes.

Uma fonte americana afirmou que o soldado falecido inspecionava um esconderijo de armas no momento da explosão. "Não foi o resultado de um ataque, como afirma o inimigo", disse, sob a condição de anonimato.

A morte acontece no momento em que Washington e os talibãs tentam alcançar um acordo sobre a retirada das forças americanos, em troca de garantias em termos de segurança por parte dos insurgentes.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu o diálogo no início de setembro, após um atentado em Cabul reivindicado pelos insurgentes que deixou 12 mortos, incluindo um soldado americano.

O inverno geralmente marca uma desaceleração nos combates no Afeganistão. Os talibãs retornam às suas aldeias, enquanto a neve e o frio tornam os ataques mais difíceis de realizar. Mas nos últimos anos, a distinção entre as estações praticamente desapareceu.

De acordo com oficiais de inteligência alemães de Camp Marmal, uma base operada pelo exército alemão na província de Balkh, o número de ataques em janeiro de 2019 foi um dos mais altos já registrados no norte.

"Estamos falando de uma média de duas dúzias de incidentes de segurança por dia" no comando norte da OTAN nesse período, observou uma autoridade. "Se não houver desenvolvimento estratégico, será um inverno quente", continuou ele.

"Houveram combates ferozes ao longo de todo o ano, o que significa que o Talibã conseguiu se espalhar para áreas que não eram seus territórios tradicionais", disse a autoridade.

Os Estados Unidos e o Talibã retomaram, neste sábado (7), as negociações, três meses após a interrupção ordenada pelo presidente Donald Trump dos esforços diplomáticos para acabar com o conflito mais longo da história de seu país.

"Os Estados Unidos voltaram às negociações hoje (sábado) em Doha. O foco da discussão será uma redução da violência que conduza a negociações intra-afegãs e uma trégua", disse uma fonte envolvida nessas negociações.

O Departamento de Estado americano anunciou na quarta-feira que seu emissário encarregado das negociações com o Talibã, Zalmay Khalilzad, viajaria a Doha para "retomar as negociações".

No mesmo dia, Khalilzad se reuniu em Cabul com o presidente afegão, Ashraf Ghani, e outras autoridades do país.

Em 7 de setembro, Donald Trump, que prometeu "acabar com as guerras sem fim", e especialmente o conflito afegão - iniciado em 2001 - encerrou as discussões diretas e inéditas conduzidas por Khalilzad.

Trump também anulou um convite feito secretamente aos líderes do Talibã para encontrá-lo, após a morte de um soldado americano em um ataque de insurgentes em Cabul.

Naquele momento, disse que as negociações estavam "mortas e enterradas", mas depois pareceu adotar uma posição mais flexível e abriu as portas para o diálogo.

Em 28 de novembro, durante uma visita ao Afeganistão para apoiar as tropas americanas no Dia de Ação de Graças, Trump finalmente anunciou a retomada das negociações.

"Vai funcionar"

"Os talibãs querem um acordo e nós os encontramos. Dissemos a eles que queremos uma trégua e eles disseram que não queriam. Mas agora eles querem um cessar-fogo", disse Trump na época. "E acho que isso vai funcionar".

O projeto de acordo delineado no início de setembro previa o início da retirada progressiva de entre 13.000 e 14.000 soldados americanos, a principal reivindicação dos talibãs.

Em troca, os insurgentes se comprometeriam a não realizar ataques no Afeganistão e iniciariam um diálogo com o governo de Cabul, que eles consideram "ilegítimo".

No entanto, prometeram apenas "reduzir a violência". A ausência de um verdadeiro cessar-fogo em um país esgotado por anos de conflito foi um ponto particularmente criticado e o acordo não recebeu apoio claro das autoridades afegãs, que permaneceram à margem das negociações.

Desta vez, os americanos insistem na necessidade de um cessar-fogo, mas não se sabe ao certo se os insurgentes estão dispostos a ceder.

Questões importantes como a divisão do poder com os talibãs, o papel de potências regionais como Índia e Paquistão e o destino do governo de Ghani permaneceriam no ar.

Em uma mensagem destinada a favorecer as negociações, Khalilzad elogiou na terça-feira as operações do Talibã contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na província de Nangarhar, na fronteira com o Paquistão.

Graças a essa operação e à das forças ocidentais e afegãs, o "Estado Islâmico perdeu terreno e milicianos", disse o emissário.

De acordo com uma pesquisa do instituto Asia Foundation publicada esta semana nos Estados Unidos, 88,7% dos 17.812 afegãos questionados apoiam os esforços de paz e 64% acham que a paz é possível, uma porcentagem que representa um aumento de 10% em relação ao ano passado.

Os talibãs "autorizaram" neste domingo (15) o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) a trabalhar no Afeganistão, pondo fim a uma "proibição" decretada em abril passado.

O "emirado islâmico restaura as garantias de segurança acordadas ao CICR e ordena a todos os mujahedine" que fiquem atentos "à segurança dos funcionários e do equipamento do comitê", anunciaram os talibãs em um comunicado.

As discussões de Doha, onde os talibãs se fazem presentes, "permitiram restabelecer uma compreensão mútua sobre a situação humanitária no Afeganistão e as atividades do CICR e continuar nosso trabalho humanitário e imparcial no país", afirmou o chefe da delegação do CICR, Juan-Pedro Schaerer.

O presidente americano, Donald Trump, deu por encerradas nesta segunda-feira as longas negociações mantidas com os talibãs para pôr fim ao conflito no Afeganistão, após um recente atentado insurgente no qual um soldado americano morreu.

"Estão mortas. Para mim, estão mortas", disse na Casa Branca.

O anúncio foi feito depois que Trump cancelou uma reunião secreta que estaria programada para domingo com líderes talibãs, em sua residência secundária de Camp David.

A mudança de atitude de Washington em relação aos talibãs já havia ficado clara minutos antes, quando Trump assegurou que as tropas americanas estavam atingindo os insurgentes afegãos como nunca antes na última década.

"Nos últimos quatro dias, atingimos nosso inimigo mais forte do que nunca nos últimos dez anos!", afirmou o presidente no Twitter.

No domingo, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, disse que suas tropas mataram mais de mil talibãs em 10 dias.

Até o final de semana haviam crescido as expectativas sobre um acordo que permitisse a retirada de milhares de soldados americanos do Afeganistão, onde Washington mobiliza 13.000 militares. Em troca, os talibãs ofereciam garantias sobre uma "redução da violência" no país.

No entanto, o atentado em Cabul na semana passada mudou a situação, e Trump anunciou o cancelamento de sua reunião com líderes talibãs, mantida sob sigilo até o momento.

Muitos se indignaram em Washington ao saber que representantes dos talibãs haviam estado a ponto de visitar a residência presidencial apenas três dias antes do 18º aniversário dos atentados de 11 de setembro, perpetrados pelos jihadistas da Al-Qaeda com o apoio dos insurgentes afegãos.

A atitude do presidente também gerou críticas sobre sua forma de negociar.

Trump negou contudo qualquer divergência em seu governo pela reunião cancelada.

"Muitas notícias falsas de que eu teria atuado contra o conselho do vice-presidente (Mike Pence) e vários assessores sobre uma possível reunião com os talibãs em Camp David", tuitou mais cedo o mandatário. "Essa história é falsa!", escreveu.

"Sempre pensei ser bom reunir e conversar, mas, neste caso, decidi não fazer isso".

O atentado suicida reivindicado pelos talibãs deixou 16 mortos e 119 feridos - todos civis - na noite de segunda-feira, no centro de Cabul, pouco após o encontro entre o presidente afegão, Ashraf Ghani, e o enviado americano Zalmay Khalilzad, dedicado ao acordo de paz.

"Dezesseis mortos e 119 feridos no ataque da noite passada. A explosão foi causada por um trator carregado de explosivos", informou o ministro do Interior, Nasrat Rahimi, nesta terça-feira.

Cinco agressores foram mortos e as operações de busca e resgate, mantidas até às 05H00 local, destacou Rahimi.

A explosão ocorreu perto do complexo "Green Village", que abriga agências de ajuda humanitária e organizações internacionais e foi seguida de uma troca de tiros e de uma segunda explosão em um posto de gasolina.

A deflagração ocorreu enquanto a televisão afegã transmitia uma entrevista feita com o enviado americano, no qual mencionou um possível acordo de paz com os talibãs.

O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujadid, reivindicou a autoria do atentado, segundo ele, por um suicida e um comando.

Imagens postadas nas redes sociais mostram uma densa coluna de fumaça subindo ao céu da capital afegã.

Khalilzad foi recebido nesta segunda pelo presidente afegão, Ashraf Ghani, a quem apresentou o projeto de acordo de paz que negocia com os talibãs há meses. A conclusão do pacto é considerada iminente.

As Forças Armadas dos EUA estão dispostas a retirar tropas de cinco bases no Afeganistão sob o acordo negociado com os talibãs, disse o enviado americano na segunda-feira.

Khalilzad, que negocia com o talibã há quase um ano, disse que a retirada ocorrerá dentro de quatro meses após a aprovação de um acordo final, desde que os talibãs cumpram seus compromissos.

"Estamos prestes a chegar a um acordo que reduzirá a violência e abrirá o caminho para os afegãos se reunirem para negociar uma paz honrosa e duradoura", afirmou ele no domingo, em Doha, onde acabara de concluir uma nova rodada de negociações com os insurgentes.

O Talibã anunciou nesta quarta-feira (13) uma rodada de conversas com representantes dos Estados Unidos que será realizada na segunda-feira em Islamabad, em uma reunião que surgiu do "convite do governo do Paquistão".

A reunião será um novo capítulo nas negociações em curso para tentar um acordo de paz para o Afeganistão. "Um encontro entre as equipes de negociação (do Talibã) e dos Estados Unidos está programado para 18 de fevereiro em Islamabad", disse o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, em um comunicado.

Na nota, ele acrescentou que os representantes do Talibã também "realizarão uma reunião com o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, para discutir em profundidade as relações entre o Paquistão e o Afeganistão".

"Soubemos do anúncio público dos talibãs, mas não recebemos nenhum convite formal para as negociações", reagiu uma porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos à AFP em Washington, sem descartar, contudo, a realização da reunião.

"Não vamos negociar em público, no começo de um longo processo que pensamos continuar conduzindo por canais diplomáticos confidenciais", disse a porta-voz, assegurando que Washington apoia toda iniciativa de diálogo.

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