Depois de muita ansiedade, os estudantes de todo o Brasil que estão prestando o Enem 2016 puderam conhecer o tema da redação este ano. Os "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil" foi a escolha anunciada pelo Ministério da Educação logo após o início das provas, na tarde deste domingo (5), seguindo o pensamento de manter propostas que envolvam questões sociais. Assunto permite boas abordagens, mas que também requer muita atenção e planejamento por parte dos candidatos, de acordo com o professor Diogo Xavier, especialista em redação.
"É um bom tema, porém periogoso para alguns estudantes. Ele não pode correr o risco de colocar muito no texto as suas impressões, ser passional, e acabar entrando no mérito da sua própria religião. Ao invés de buscar combater, ao defender a sua própria crença, poderia passar a incentivar a discriminação, acabar menosprezando oui tentando sobrepô-la, que é um grande risco porque ai atinge os Direitos Humanos", detalha.
##RECOMENDA##Importância do tema
O professor Diogo ainda ressalta a relevância da escolha da proposta pelo âmbito social. "É um tema muito importante. A gente precisava de uma discussão puxando novamente para uma questão ética. O assunto ainda vem causando muitos problemas no Brasil", destaca.
Corroborando com Diogo, o Padre Jurandir, que também é professor de redação, fala que a escolha foi bastante oportuna. "Tema muito bem escolhiho, em um muito bem situado, pois estamos vendo no mundo muitas dificuldades criadas, justamente, pelo fundamentalismo religioso. Essa proposta vem puxar uma reflexão sobre o objetivo da religião, que é ligar povos", salienta.
Possibilidades aos alunos
Na elaboração da redação, é importante a contextualização do tema e a correlação que deve ser feita pelo alunos com elementos e notícias da sociedade. O professor Diogo Xavier mostra caminhos que podem ser explorados pelos estudantes. "Eles podem comparar com o que tem acontecido na Europa, os casos de intolerância que tem afetado as sociedades. No entanto, ele não pode deixar que isso tome a grande proporção do seu texto. O fera pode pegar um exemplo de fora, mas trazendo para cá (Brasil)", ensina.
Outro ponto que pode ser rico para o texto dos estudantes é o preconceito recorrente com as religões africanas. "Elas são o maior exemplo da intolerância no Brasil, é a que mais sofre discriminação. Temos vários casos de ataques a Candomblés. Ano passado, por exemplo, uma menina saia de um culto com toda a vestimenta da ocasião e foi apedrejada. Essa caso foi destaque na mídia e deve ser citado pelos feras". O professor Jurandir também ressalta que isso é um recorte interessante. "Ele não tem que dar conta de todos os elementos, mas é um argumento válido e mostra que o aluno está por dentro do tema", complementa.
Tempo para término
Os alunos terão até às 18h30 (horário de Brasília) para concluir a redação, além de encarar as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, e matemática. Uma hora em relação ao dia anterior de avaliação. Ao todo, segundo levantamento do MEC, mais 8,3 milhões de alunos realizam a prova este ano.