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A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), por meio de nota, afirmou ontem, segunda-feira, não ter qualquer fundamento a notícia de que seu irmão, André Luiz de Castro Abreu, é proprietário da Fazenda Água Amarela, localizada em Araguatins (TO), onde 56 trabalhadores foram encontrados em condições análogas à de escravos. O resgate dos trabalhadores foi feito pela Superintendência Regional do Trabalho no Tocantins, a partir de denúncias da Polícia Federal.

Kátia Abreu, que também é presidente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) e da Federação de Agricultura do Estado do Tocantins (Faet), disse que a informação é falsa, "tanto que foi categoricamente desmentida em nota divulgada no dia 30 de agosto". A nota assinada por André Castro Abreu foi distribuída pela assessoria da própria senadora. Nela, Abreu afirma ser apenas fornecedor da RPC Energética, responsável pela contratação dos trabalhadores. Kátia reafirma que o irmão é servidor do Ministério do Trabalho, fato já negado pela Pasta. Diz, também, que resolveu se manifestar sobre o assunto "para impedir que boatos e infâmias se beneficiem do meu silêncio".

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Nota

"André Luiz de Castro Abreu confirma não ser sócio da empresa RPC Energética, mas apenas um fornecedor que, na condição de pessoa física, alugou dois tratores e uma carregadeira para esta empresa", diz a nota distribuída ontem pela senadora. "Faço questão de acrescentar minha indignação e protesto pela clara intenção de me atingir, mesmo que de forma indireta", acrescenta a senadora, destacando condenar "qualquer tipo de trabalho degradante". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O servidor do ministério do Trabalho, André Luiz de Castro Abreu, divulgou nota há pouco contestando a informação de que seria

proprietário da Fazenda Água Amarela, em Araguatins, onde a Polícia Federal constatou 56 trabalhadores em condições inadequadas similar a trabalho escravo. André Abreu, que é irmão da senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, Katia Abreu, afirma, ainda, não ser sócio da empresa RPC Energética, mas apenas o fornecedor por alugar dois tratores e uma carregadeira.

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O servidor do Ministério do Trabalho André Luiz de Castro Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), é apontado como proprietário da Fazenda Água Amarela, em Araguatins, onde havia 56 trabalhadores em condições análogas a de escravos. A senadora, líder ruralista no Congresso, preside a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA).

O resgate dos trabalhadores foi feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), dia 27, após denúncia da Polícia Federal (PF). De acordo com as investigações da PF, a fazenda pertence à Ferro Gusa do Maranhão Ltda. (Fergumar) e os serviços de corte de eucalipto e produção de carvão eram terceirizados, estando a cargo da RPC Energética.

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Na RPC, consta como proprietário Adenildo da Cruz Souza, que seria "laranja". A empresa era comandada, por meio de procuração, por Paulo Bernardes da Silva Júnior, o verdadeiro dono, juntamente com Abreu, apurou a PF.

Os trabalhadores, recrutados no Maranhão, viviam em alojamentos precários, sem água potável e sem fossa sanitária. Eram transportados na carroceria de um caminhão por motorista sem habilitação e cumpriam regime de dez a onze horas, com intervalo de apenas 15 minutos para almoço. Os 56 resgatados vão receber indenização de R$ 72,4 milhões, além de seguro-desemprego.

Procurado, André Abreu disse ao Grupo Estado que não vai se manifestar sobre o assunto, por orientação do Ministério do Trabalho.

Policiais Rodoviários Federais apreenderam, em Vitória da Conquista (Bahia), na manhã de hoje, três ônibus com 146 trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo. De acordo com informações da assessoria do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, da 10ª Superintendência Regional – Bahia, a apreensão ocorreu durante a fiscalização de combate ao transporte irregular de passageiros na região.

Os ônibus, com placas de São Paulo e Pernambuco, estavam em péssimas condições. Transportavam os trabalhadores, dentre os quais, nove menores de idade e que estavam em companhia dos pais.

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De acordo com os trabalhadores, eles teriam sido recrutados no interior do Nordeste, na cidade de Princesa Isabel - PB e iriam trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar em SP e na colheita de café em Patrocínio - MG, em uma fazenda chamada Castelhana.

A Delegacia do Trabalho de Vitória da Conquista foi acionada para as medidas cabíveis. De acordo com o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), empregadores chegam a lucrar quase 32 bilhões de dólares anuais em todo o mundo com a exploração de trabalhadores, e muitos trabalhadores chegam a perder quase 21 bilhões de dólares dos seus direitos por medo de retaliação dos empregadores.

Combate ao trabalho escravo - Segundo levantamento do Observatório Social, nos últimos quinze anos, foram libertadas mais de 38 mil pessoas em diferentes regiões. Estima-se que mais de 25 mil entram no ciclo do trabalho escravo a cada ano.

A comissão de juristas que prepara o anteprojeto do novo Código Penal, que será enviado ao Senado, decidiu ampliar a lista dos chamados crimes hediondos, incluindo trabalho escravo e racismo. Pela Constituição, os crimes hediondos não dão direito a fiança ou anistia.

A progressão de regime também é mais difícil para esses casos: só ocorre após o cumprimento da metade da pena, se o apenado for primário, e de três quintos, se reincidente. Além disso, a prisão temporária, que para os crimes não hediondos é de 15 dias, será de 30 dias para os hediondos. Durante a reunião, a comissão chegou a votar a inclusão do crime de corrupção entre os hediondos, mas a proposta foi rejeitada.

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Os juristas mantiveram a pena para o crime de estelionato (de 1 a 5 anos), mas permitiram o aumento da pena de um terço até metade se o crime for cometido mediante abuso, engano ou indução de criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência mental. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), defendeu nesta quarta que a definição do que é trabalho escravo seja estabelecida por uma lei específica, o que não existe até agora. A proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada ontem e que prevê a expropriação de propriedades rurais ou urbanas onde for constatado trabalho escravo (após quase oito anos parada aguardando votação) não contém essa definição. Apesar de haver uma grande quantidade de normas tratando do tema, não há uma lei fixando claramente o que é o trabalho escravo, e é isso que Braga pretende corrigir.

Favorável à proposta, Braga disse que já há um acordo das lideranças partidárias das duas Casas para aprovar a emenda. Segundo ele, a lei regulamentadora iria acabar com a "insegurança jurídica" que cerca o tema. "É um emaranhado de tantas leis que você pode fazer uma superposição de tantas coisas", afirmou. "É muito complicado, é preciso ter uma legislação para definir claramente (o que é trabalho escravo)".

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Plenário - O líder do governo disse que, após a aprovação das duas medidas provisórias que trancam a pauta do plenário, a base pretende se discutir e votar projetos tidos como prioritários. Entre eles, está o que muda o regime de tributação para vendas feitas via comércio eletrônico e não-presencial.

Os aliados costuram para votar a proposta diretamente no plenário, depois que ela foi aprovada há duas semanas pela CCJ. Regimentalmente, a matéria pode voltar para análise a comissão caso algum parlamentar apresente recurso. A matéria pode ser apreciada em plenário na semana que vem, quando deve haver uma "janela para votações".

O Greenpeace entregou, na tarde desta quarta-feira (16), uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) do Maranhão sobre as ilegalidades encontradas na cadeia de produção do ferro gusa no Estado. O documento também será encaminhado ao MMA (Ministério de Meio Ambiente), MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), além da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.

De acordo com o Greenpeace, foi realizada uma pesquisa de dois anos, em que foram identificadas uma série de irregularidades e desrespeito à legislação na cadeia produtiva do ferro gusa no Brasil, tais como trabalhadores em situação análoga à escravidão e extração de madeira dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Tais denúncias foram compiladas no relatório “Carvoaria Amazônia”, publicado nesta semana pela organização.

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“Algumas empresas da região onde se concentram as denúncias já respondem a uma ação civil pública, porque o carvão que utilizam não têm certificado de origem”, disse o procurador da República Alexandre Soares. “Esse trabalho (do Greenpeace) permite aprofundar a investigação, em que teremos de responder qual é a origem do carvão e o nome das pessoas envolvidas”, completou.

Segundo a representante da campanha Amazônia do Greenpeace, Taciana de Carvalho, o ferro gusa (que é derivado do minério de ferro) está deixando um “rastro de destruição e violência” na região. “Desmatamento ilegal, trabalho análogo à escravidão e invasão de territórios indígenas estão na ponta da cadeia desta matéria-prima”, disse Tatiana. “Nas vésperas da votação da PEC do trabalho escravo em Brasília, é preciso que o governo volte seus olhos a estes rincões do país”, alertou. Ainda de acordo com a instituição, o ferro gusa brasileiro é exportado, principalmente, para a indústria automobilística dos Estados Unidos.

 

Protesto - Desde segunda-feira (14), ativistas do Greenpeace bloqueiam, na baía de São Marcos, a 20 quilômetros  da costa de São Luís (MA), o navio Clipper Hope. O cargueiro se preparava para atracar no porto de Itaqui e receber mais de 30 mil toneladas de ferro gusa. Contratado pela Siderúrgica Viena, apontada no relatório do Greenpeace como uma das empresas envolvidas nas irregularidades da cadeia da matéria-prima do aço, o Clipper Hope levaria o carregamento para os Estados Unidos. Os ativistas estão escalando a âncora do cargueiro para evitar que o navio manobre até o porto.

Cerca de 90 operários de uma obra do projeto "Minha Casa, Minha Vida", financiado pelo Governo Federal em parceria com a Caixa Econômica Federal, foram encontrados em condições de trabalho escravo, em Fernandópolis, interior de São Paulo, por agentes do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas, na última sexta-feira, dia 4. De acordo com o MPT, um inquérito foi instaurado para investigar o caso e a obra está embargada até que todas as irregularidades sejam solucionadas.

Na última sexta, os trabalhadores da obra fizeram a denúncia ao MPT de São José do Rio Preto, que atende a região de Fernandópolis, afirmando trabalhar 15 horas por dia na obra, nunca recebendo o salário integral. De acordo com a assessoria de imprensa do MPT, fiscais foram enviados ao local e constaram diversas irregularidades, entre elas o trabalho escravo, péssimas condições do canteiro de obra e do alojamento.

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O projeto "Minha Casa, Minha Vida" é sustentado com verbas do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal. Neste caso, assim que a verba destinada é aplicada, cabe ao município contratar uma empresa terceirizada capaz de fornecer mão de obra para as construções.

A assessoria de imprensa do MPT afirma que cabe à Caixa Econômica Federal fiscalizar a regularidade do trabalho antes de liberar a verba. Os agentes do MPT efetuaram o resgate dos 90 trabalhadores no início desta semana e determinaram a rescisão do contrato de todos os operários. A reportagem procurou o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal, que responderão por e-mail.

A Câmara de Deputados pode votar nesta terça-feira (8), em sessões extraordinárias, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo. Aprovada em primeiro turno em agosto de 2004, a PEC desde então aguarda votação em segundo turno.

A proposta prevê a expropriação de propriedades rurais ou urbanas onde for constatado trabalho escravo, além do proprietário ter os bens apreendidos e não ter direito a indenização. Os recursos confiscados terão como destino um fundo cuja finalidade será definida em lei. Atualmente, a medida é aplicada em locais em que é verificado o cultivo de plantas psicotrópicas. 

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A Câmara instalou no mês de março a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trabalho Escravo, que é presidida pelo deputado Cláudio Puty (PT-PA) e tem como relator o deputado Walter Feldman (PSDB-SP). O grupo de trabalho investiga denúncias relacionadas a essa prática, tendo como base a chamada “lista suja” preparada pelo Ministério do Trabalho. A lista elenca 291 empregadores acusados de explorar mão de obra desrespeitando os direitos trabalhistas ou humanitários.

Será entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, no final da manhã desta terça-feira, um documento assinado por mais de 60 artistas e intelectuais em apoio à PEC do Trabalho Escravo.



A rede Pernambucanas é alvo de um processo judicial por suposta exploração de mão de obra na cadeia produtiva, informou ontem o Ministério Público do Trabalho de São Paulo. A empresa foi investigada pela prática entre 2010 e 2011 e não concordou em assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo órgão para encerrar o caso. Essa é a primeira vez que uma investigação de trabalho análogo à escravidão no setor têxtil brasileiro segue para a Justiça.

O Ministério Público queria que a empresa aceitasse pagar uma multa de R$ 5 milhões e se comprometesse a assumir uma responsabilidade jurídica pela sua cadeia de fornecedores, afirmou a procuradora do Trabalho, Valdirene de Assis. "A Pernambucanas simplesmente não aceitou a responsabilidade que tem sobre a sua cadeia", disse. A informação da multa foi publicada ontem na coluna de Sonia Racy.

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Desde julho de 2011, foram realizadas quatro audiências públicas entre o Ministério Público e a empresa para negociar os termos do TAC. Sem acordo, o órgão entrou com uma ação civil pública para tentar obrigar a empresa a se responsabilizar pelo cumprimento da lei trabalhista por seus fornecedores.

Flagrante - Duas oficinas de costura que produziam roupas das marcas Argonaut e Vanguard, da rede Pernambucanas, foram flagradas entre agosto de 2010 e março de 2011 com trabalhadores em condições análogas à escravidão, a maioria deles imigrantes bolivianos.

Segundo o Ministério Público, eles estavam em locais inapropriados, cumpriam jornadas de até 16 horas por dia e recebiam entre R$ 0,20 e R$ 0,60 por peça costurada. A empresa recebeu 41 autos de infração, como servidão por dívida, jornada de trabalho excessiva e degradação do meio ambiente.

Outras redes de varejo, como Zara, C&A e Marisa já foram investigadas por trabalho análogo à escravidão na sua cadeia produtiva. Todas, porém, assinaram Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público.

Como não há casos semelhantes na Justiça, o prazo e a sentença são imprevisíveis. O Ministério Público e a Pernambucanas podem firmar um acordo no Judiciário ou levar o caso a julgamento. Se a empresa for condenada, a punição determinada pelo juiz não necessariamente será nos termos propostos pelo Ministério Público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje abrir um processo criminal contra o senador João Ribeiro (PR-TO). Os ministros do STF receberam a denúncia na qual o Ministério Público Federal acusa Ribeiro de envolvimento com trabalho escravo. Com a decisão, o senador passa da condição de investigado para a de réu.

De acordo com a acusação, o congressista teria participado de aliciamento fraudulento de trabalhadores em Araguaína, no Estado de Tocantins, para que trabalhassem numa fazenda dele, localizada em Piçarra, no Pará. A denúncia teve como base uma inspeção realizada em 2004 por auditores do Ministério do Trabalho. A inspeção ocorreu após um trabalhador ter comunicado à Comissão de Pastoral da Terra (CPT) a suposta existência de trabalho escravo na fazenda.

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Na inspeção, os funcionários do Ministério do Trabalho relataram ter encontrado 35 trabalhadores em condições subumanas de trabalho e acomodação. De acordo com os técnicos, os homens trabalhavam em jornadas excessivas e dormiam em ranchos cobertos com folhas de palmeira, sem sanitários e sem água filtrada. Os advogados do senador negaram que houvesse trabalho escravo.

O Ministério do Trabalho incluiu 52 novas empresas e pessoas físicas na lista de empregadores flagrados em operações de combate ao trabalho escravo. Eles são acusados de usar mão-de-obra em condições análogas às da escravidão - com cobranças indevidas aos trabalhadores, falta de condições de higiene e alojamentos inadequados, por exemplo.

Com as novas inclusões, a chamada "lista suja" do trabalho escravo chega ao número recorde de 294 empregadores. Entre os nomes publicados no cadastro atualizado em dezembro de 2011 estão fazendeiros, empresas agropecuárias, madeireiras, uma carvoaria, duas construtoras, uma churrascaria e um hotel. O cadastro completo está disponível no site do Ministério do Trabalho.

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Um empregador flagrado em operações de combate ao trabalho escravo tem seu nome incluído na lista depois que responde a um processo administrativo dos fiscais do governo. Se comprovar que regularizou a situação de seus trabalhadores, é retirado do cadastro. Caso contrário, continua listado por pelo menos dois anos.

Se estiver na lista, uma empresa ou pessoa física não pode mais receber financiamentos de bancos federais - como o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal - ou crédito rural de instituições privadas.

Caso Zara

A marca Zara, que protagonizou o flagrante de trabalho escravo de maior repercussão este ano, não está no cadastro. Em agosto, a empresa foi denunciada pelo Ministério do Trabalho por uso de mão de obra escrava em oficinas de costura "quarteirizadas". Em duas casas na periferia de São Paulo, 16 bolivianos recebiam R$ 2 por peça produzida, em um ambiente insalubre e sem condições mínimas de trabalho, segundo um relatório produzido pelos auditores. As oficinas eram contratadas por uma empresa intermediária da Zara no País, mas a multinacional foi responsabilizada pelas irregularidades.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou ontem com duas ações civis contra a MRV Engenharia em Americana e São Carlos, no Estado de São Paulo, por trabalho escravo. No processo a incorporadora é acusada de não cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho em serviços executados por terceiros.

No processo em Americana, os procuradores pedem a condenação da companhia em R$ 10 milhões por danos causados a trabalhadores reduzidos à condição análoga à de escravos, no empreendimento "Beach Park", em fevereiro deste ano. Em São Carlos, a ação pede o pagamento de R$ 1 milhão para reparar os danos causados aos operários do condomínio "Spazio Monte Vernon", cujo ambiente de trabalho foi flagrado em condições precárias por auditores fiscais em dezembro de 2010.

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Procurada, a MRV informou que ainda não foi citada, mas que nos dois casos as irregularidades ocorreram há mais de dez meses e foram imediatamente sanadas. "A MRV não admite práticas de trabalho escravo em suas obras e reforça que só contrata empresas idôneas e devidamente regularizadas, exercendo fiscalização sistemática para garantir a correta aplicação das leis trabalhistas e fiscais do País", acrescentou a companhia em nota. A empresa é a maior parceira da Caixa Econômica Federal no programa habitacional do governo.

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou hoje pedido para que o representante da Zara no Brasil e os sócios do grupo AHA, empresa intermediária da marca no País, sejam chamados para prestar depoimento na Comissão de Direitos Humanos. Eles deverão comparecer à Alesp na próxima quarta-feira. Segundo a assessoria de imprensa do deputado Carlos Bezerra, vice-presidente da comissão, se os responsáveis não se apresentarem ficará evidenciada a necessidade da instalação de uma CPI para investigar o trabalho escravo no estado.

Na semana passada, Bezerra protocolou o pedido de abertura da CPI, que já conta com 41 assinaturas, mais do que o mínimo exigido, de 32. Neste mês, uma fiscalização do governo federal flagrou trabalhadores estrangeiros em situação análoga à escravidão, operando em oficinas contratadas pela marca espanhola Zara. As investigações, iniciadas em maio deste ano, levaram os fiscais a duas casas na periferia da cidade de São Paulo, onde 16 bolivianos recebiam R$ 2 por peça produzida. O trabalho era feito em um ambiente insalubre e sem condições mínimas de trabalho, segundo o relatório da ação.

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Estão em andamento no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) outras 20 investigações contra grifes de roupas nacionais e internacionais. Como os processos correm em sigilo, os nomes das marcas não foram divulgados

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