Tópicos | transplantes

No dia 27 de agosto, Fausto Silva precisou fazer uma cirurgia. Internado em São Paulo, o apresentador teve que passar por um transplante de coração. Assim como Faustão, confira alguns famosos transplantados. O LeiaJá destaca personalidades que enfrentaram problemas de saúde.

Selena Gomez

##RECOMENDA##

Selena Gomez é um fenômeno no entretenimento. Em dezembro de 2017, a estrela do pop internacional comunicou aos fãs que havia recebido um novo rim. Nas redes sociais, ela publicou uma foto no quarto em meio ao procedimento cirúrgico. O transplante foi realizado por conta de uma doação da amiga. A operação fez parte do tratamento contra o lúpus, doença autoimune que a cantora enfrenta há bastante tempo.

Drica Moraes

Renomada na dramaturgia brasileira, Drica Moraes também passou por um transplante. A atriz recebeu uma medula óssea em 2010. A pessoa cadastrada no banco de doadores era compatível com ela. Em 2020, Drica Moraes agradeceu o doador. Os dois só se conheceram pessoalmente cinco anos após a doação.

Norton Nascimento

Norton Nascimento foi um ator que brilhou em diversas novelas da Globo. Em 2003, o astro paraense teve que fazer um transplante de coração. Ele chegou a ir no Fantástico para agradecer a família do doador. Norton, na ocasião, foi um dos seis casos prioritários em uma lista de 60 pessoas. Quatro anos após a cirurgia, Norton morreu. Ele tinha 45 anos.

Stevie Wonder

Dono de grandes hits, o cantor Stevie Wonder passou por um transplante de rim. A cirurgia foi realizada em 2019. Apesar da cirurgia, o motivo do transplante não foi divulgado. A imprensa destacou que se tratava de um 'problema sério'.

Fotos: Reprodução/Instagram/YouTube

O número de doadores de órgãos no estado de São Paulo cresceu mais de 10% em 2023, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde. De janeiro a 30 de agosto deste ano, houve 696 doadores e, no mesmo período do ano passado, o total ficou em 631.

Para o governo, isso se deve às campanhas de estímulo à doação e a casos de grande repercussão na mídia. Entre 20 e 26 de agosto, houve um aumento de 86% nos doadores, passando de 15 na mesma semana de 2022 para 28 neste ano.

##RECOMENDA##

O apresentador Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, recebeu um novo coração em um transplante no último domingo (27). O doador foi Fábio Cordeiro da Silva, que morreu no sábado (26), vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).

Em relação aos procedimentos realizados, também houve alta de 10,5%. Foram feitos 5.077 transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas no estado de São Paulo neste ano. Em 2022, foram 4.592 procedimentos.

Como funciona a doação

Para ser um doador de órgãos basta comunicar a família sobre esse desejo. No caso de pessoas mortas, a autorização para a doação deve ser dada por familiares com até o 2º grau de parentesco. No último ano, as recusas de autorização da doação por parte das famílias caíram de 41% para 38,6%.  

“A doação entre vivos só ocorre se não houver nenhum problema de saúde para a pessoa que está doando”, destaca o comunicado da secretaria. As diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) estabelecem que pessoas com diagnóstico de Covid-19 com menos de 28 dias da regressão completa dos sintomas não podem ser doadores.

Lista de transplantes em SP

A gestão do cadastro técnico dos potenciais receptores de órgãos doados é feita pelo Sistema Estadual de Transplantes (Central Estadual de Transplantes). Todo paciente que precisa de um transplante é inscrito nesse cadastro e uma equipe faz o acompanhamento durante a etapa anterior ao procedimento, como também após.

A central faz a distribuição dos órgãos de acordo com alguns critérios definidos por lei, como igualdade do grupo sanguíneo ABO seguido de compatibilidade; o tempo de inscrição do receptor (classificação por ordem cronológica de inscrição); relação antropométricas (como peso e altura) entre doador e receptor e, para casos graves, com risco iminente de morte, situações de priorização.

Essa análise é feita a partir da documentação que comprove o estado de gravidade do possível receptor. Tudo é analisado pela câmara técnica, que é um colegiado formado por médicos das principais equipes transplantadoras que vão avaliar a situação.

“É importante lembrar que cada estado possui a sua própria lista de espera e nenhum paciente pode estar inscrito em duas listas de estados diferentes”, destaca a secretaria.

A Polícia Civil de São Paulo investigava dois helicópteros que voltavam do Paraguai em 2018. Foram achados resquícios de drogas nos equipamentos, que acabaram apreendidos, um em Piracicaba e outro em Carapicuíba. Quatro anos depois, uma das aeronaves levantou voo de novo, mas com uma missão diferente: salvar uma vida.

Após a apreensão pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Americana, o helicóptero passou por manutenção e processos burocráticos, para ter novo uso. Na quinta-feira, o transporte de um coração realizado pela Polícia Civil salvou uma pessoa que aguardava por um transplante no Hospital da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Esta foi a primeira operação do helicóptero com a polícia.

##RECOMENDA##

Chamados pela Central de Transplantes do Governo do Estado de São Paulo, policiais foram responsáveis por buscar dois médicos que estavam em São Vicente, no litoral sul. Os profissionais estavam com o órgão pronto para ser transplantado.

"O tempo não estava bom, mas conseguimos passar pela serra, pegamos os médicos no emissário submarino, em Santos. Quando decolamos para voltar, havia mais dificuldade na serra, mas tínhamos 50% de visibilidade e conseguimos chegar em Campinas", conta o delegado e piloto responsável pelo transporte, José Eduardo Felipe. Ele também fez parte da operação que apreendeu a aeronave do crime organizado há quatro anos.

 

"É muito gratificante fazer esta operação, porque vi o helicóptero ser apreendido e ele era usado para fazer o mal para as pessoas. Agora, foi para uma missão nobre, que é salvar uma vida", complementa o delegado. A corporação e o hospital não divulgaram a identidade do paciente.

A operação foi realizada por equipes do Serviço Aerotático (SAT) do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope). Além deste, o Estado também trabalha para incorporar neste semestre um segundo helicóptero, já em fase de manutenção para posteriores testes e entrada em operação neste ano.

Este equipamento pertencia ao traficante internacional André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, preso pela polícia em 2019. Em 2020, ele foi solto por meio de liminar.

Também está nos planos da polícia usar dois aviões que eram utilizados pelos criminosos. Um dos aviões passou por reforma do painel de controle, bancos, pintura e terá como função transportar detentos e policiais para operações.

Também poderá ser usado para o traslado de órgãos para transplantes. A nave tem capacidade para carregar 3 toneladas e levar até dez pessoas. A autonomia de voo é de cinco horas. Outra aeronave já está em fase de manutenção para posteriores testes. No total, a Polícia Civil já recuperou R$ 1,5 bilhão em ativos, como aviões e helicópteros. Os materiais são oriundos de apreensões em ações contra o crime organizado, em especial, contra o tráfico de drogas.

HISTÓRICO

Em 2021, a Polícia Civil realizou o transporte de um pulmão para transplante. O órgão foi trazido do interior para ser implantado em uma paciente que faria o segundo transplante, depois de ser infectada pelo novo coronavírus após o primeiro transplante.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, em março de 2020, o transplante de córnea é um dos mais afetados no país. Dados apresentados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) apontam que em 2020 este tipo de cirurgia caiu praticamente pela metade. Naquele ano, o país registrou 7,1 mil transplantes de córnea ante 14,9 mil em 2019.

No ano passado, o levantamento da associação revela que o procedimento continuou 16% abaixo da pré-pandemia com 12,7 mil brasileiros transplantados. Com o número de captações e transplantes em queda, a instituição informa que a fila de espera para o transplante cresceu 80%. No final de 2019, eram 10,7 mil inscritos, já em dezembro de 2021 eram 18,8 mil pessoas à espera do transplante.

##RECOMENDA##

A professora, Tatiana Lima, de 42 anos, é uma das pacientes que aguarda sua vez na fila. Segundo ela, a fila costuma andar um pouco mais rápido, mas por causa da pandemia, o ritmo de cirurgias está mais lento. Após, três anos de espera, ela conta que já fez todos os exames pré-operatórios exigidos pelo médico e que pode ser chamada a qualquer momento para realizar o transplante em um dos olhos, em Brasília. “Este será meu segundo transplante. O primeiro, nos dois olhos, foi feito há 30 anos, em Goiânia, quando eu ainda era adolescente. Com o passar dos anos minha visão esquerda foi piorando. Por causa do ceratocone, uma das córneas voltou a ficar fina e, por isso, o novo transplante”, explicou.

A córnea é um tecido transparente que fica localizado na parte frontal do olho. Tal como em uma máquina fotográfica ela é a primeira lente por onde a luz penetra e, por isso, precisa ter total transparência para que a luz atravesse todo o olho até a parte posterior, onde a imagem é decodificada. Uma córnea doente, acometida, por exemplo, por ceratocone, doenças congênitas, distrofias de córnea e cicatrizes pós trauma, perdem essa transparência e a visão fica prejudicada. Após se esgotarem as outras alternativas de tratamento, o transplante geralmente é indicado para a reabilitar a visão do paciente.

Doação

O procedimento é simples e deve ser autorizado pela família. Por isso, é importante que quem deseja ser doador de córnea, avise os familiares sobre a sua decisão. A captação da córnea doadora é feita em poucas horas após a morte do paciente e fica imperceptível para família do doador.

Quem não pode doar

Pessoas que tiveram linfomas ativos e leucemias, hepatites B e/ou C, HIV (AIDS), infecção generalizada, endocardite bacteriana, raiva, ou algumas doenças em atividade como sífilis ativa e leptospirose. Já os casos de pacientes que realizaram cirurgias nos olhos, ou que tenham miopia, hipermetropia e astigmatismo não são impedimento para a doação.

Pacientes à espera de transplantes de órgãos têm mais um motivo de angústia com o espalhamento da variante Ômicron: descobrir se o possível doador testou positivo para Covid. No caso de doadores vivos que estejam contaminados, é preciso esperar um mês para a recuperação, o que amplia a espera pelos órgãos. O problema afeta também os possíveis doadores que morreram. Em um hospital especializado em transplante renal de São Paulo, 30% dos rins não puderam ser doados porque os mortos estavam com Covid-19. O aumento dos casos de Covid-19 e de influenza também provocou a queda do número de doadores nos bancos de sangue.

Especialistas afirmam que a explosão de casos da variante Ômicron, mais contagiosa, vai trazer um impacto direto nos transplantes em janeiro. "Teremos uma queda do número de doadores no mês de janeiro", afirma Gustavo Fernandes, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e médico da Santa Casa de Juiz de Fora (MG).

##RECOMENDA##

No Hospital do Rim, referência em transplante e tratamento de doenças renais, localizado na zona sul de São Paulo, os dados já estão quase consolidados. A unidade fez 70 transplantes por mês ao longo do ano passado. Em janeiro, a queda foi vertiginosa: apenas 37. Uma das razões da baixa no número de transplantes foi a falta de testagem para Covid-19, um problema crônico do País no enfrentamento da pandemia. "Nem todas as pessoas são testadas. Com isso, a presença do vírus é descoberta apenas na hora da testagem para a doação de órgãos", afirma José Medina, diretor do hospital e um dos maiores especialistas brasileiros em Nefrologia.

Doação vetada

Desde o começo da pandemia, doadores e receptores de órgãos são testados para a Covid via exame molecular RT-PCR. Uma resolução do Ministério da Saúde veta a doação dos órgãos quando a pessoa está contaminada. Com isso, 30% dos doadores do hospital foram descartados, só no mês de janeiro, por causa da infecção.

Outro problema é a demora na testagem. Em alguns casos, os doadores simplesmente desistem. Em Juiz de Fora, um possível doador com teste coletado no sábado, 15, só teve resultado na segunda-feira, 17, o que inviabilizou a doação. O exame teve de ser feito em Belo Horizonte, a 266 km de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. "É um momento muito difícil para a família. Não é possível aguardar dois dias à espera de um resultado do teste antes do sepultamento", argumenta Gustavo Fernandes.

A Ômicron agravou as dificuldades que a área de transplante vem sofrendo ao longo da pandemia. Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos apontam uma queda de transplante de 25% a 30% nos últimos dois anos. Foram 10.363 órgãos e tecidos transplantados em 2021. "A Ômicron chegou no momento em que estávamos recuperando o nível de transplantes, mas nunca chegamos ao patamar de antes da pandemia", avalia Gustavo Fernandes.

Além da queda de doadores, a pandemia interrompeu tratamentos. Foi o que aconteceu com Patrícia Andrade Santos, de 38 anos. Desde 2020, ela não consegue retomar o tratamento de dessensibilização para evitar rejeição dos novos órgãos - o primeiro transplante não deu certo. Avaliado em cerca de R$ 200 mil, o procedimento é feito em poucos hospitais. Sem ele, a dona de casa não pode tentar outro transplante. "Essa pandemia deixa a gente frustrada", diz a moradora do Capão Redondo, na zona sul.

Fila

Na tarde desta sexta-feira (21), o Estadão acompanhou a angústia daqueles que estão na fila para o transplante no meio da pandemia. Adam Batista Ramos, de 38 anos, aguarda um rim há seis. Depois de 19 testes que não deram certo com possíveis doadores, ele vai tentar um tratamento com a mulher, Diana, em março. "O segredo é não ficar ansioso", diz o antigo trabalhador da área de TI.

Mesmo depois de conseguir um novo transplante - ela viveu dez anos com o primeiro transplante -, a dona de casa Renata Sandri, de 45 anos, confessa que tem medo de se contaminar com a variante Ômicron. Por isso, evita sair do quarto do hospital - seu novo transplante, bem-sucedido, ocorreu no dia 15, e ela deve ter alta hoje. "A gente precisa aprender a conviver com a pandemia, mas eu evito sair do quarto. Ainda tenho um pouco de receio porque essa variante é muito contagiosa", diz ela.

Avanço da variante coloca a Fundação Pró-Sangue em alerta

O aumento dos casos de Covid-19 e de influenza provocou a queda do número de doadores de sangue. No maior hemocentro do País, a Fundação Pró-Sangue, a situação é de emergência. Em São Paulo, o estoque dos tipos sanguíneos O positivo, aquele que tem a maior demanda, além de todos os tipos de RH negativo (A, B, AB e O), está em fase emergencial. Ou seja, a quantidade de sangue não é suficiente para abastecer os hospitais para menos de um dia. A fundação atende mais de 100 hospitais públicos na Grande São Paulo.

A demanda por sangue é fixa, seja por pacientes internados ou que fazem transfusão regular. Com o desabastecimento, as bolsas são destinadas aos mais graves. "As transfusões são feitas naqueles que têm risco de óbito a curto prazo. É um tipo de seleção", diz Natália Magalhães, médica da Fundação Pró-Sangue. Ela faz um apelo: "O ambiente de doação é separado do restante do hospital. A doação é segura. Estamos precisando muito".

O Brasil registrou queda de 37% no número de transplantes de órgãos realizados entre janeiro e julho deste ano. Em 2019, foram feitos 15.827 transplantes e, no mesmo período em 2020, o número de procedimentos foi de 9.952. As doações de órgãos tiveram queda de 8,4% em relação aos dados de 2019. Até 31 de julho, existiam 46.181 pacientes aguardando por transplante.

A redução foi consequência da pandemia do coronavírus, de acordo com nota divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. Os transplantes de medula óssea, pelo alto impacto imunológico, tiveram redução em 25,82%, passando de 2.130 em 2019 para 1.580 em 2020. Os transplantes de coração caíram 25,10%, passando de 231 para 173, prejudicados pela dificuldade de logística, redução no número de doadores e estrutura de UTI livre de covid-19.

##RECOMENDA##

O médico cirurgião do Hospital Sírio-Libânes e membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) Paulo Pêgo Fernandes comenta que os hospitais ficaram cheios com pacientes infectados pela covid-19 e as famílias tiveram medo.

"Não havia espaço para realização de transplantes e ainda não conhecíamos a doença para identificar se o doador possuía o vírus, como a covid-19 poderia ser passada para um paciente de transplante e como evitar isso. Hoje, estamos retomando até com um volume maior por causa da demanda reprimida", diz Fernandes.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de transplantes de rins, fígado, coração e pâncreas registrado em abril de 2020 é 34% menor do que no mesmo período do ano passado. Foram 410 transplantes realizados em abril deste ano ante 617 em 2019. Os números são da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) que relaciona a queda à pandemia do novo coronavírus. "Com certeza a mortalidade na fila (de espera por transplantes) também já aumentou", disse o presidente da ABTO, Hoygens Garcia.

Segundo ele, colaboram para a diminuição dos transplantes o medo de pacientes e doadores de se contaminarem no deslocamento até os hospitais, a falta de leitos específicos em UTIs - já que a maior parte está reservada para pacientes com a covid-19 - e dificuldade de acesso às famílias de possíveis doadores.

##RECOMENDA##

Além disso, também são fatores para a redução dos transportes a suspensão de voos comerciais para transportar órgãos e até a redução do número de mortes por trauma encefálico por causa da queda do número de acidentes registrada durante a quarentena.

Cirurgias envolvendo córneas e medula óssea foram praticamente paralisadas, com exceção dos casos de urgência. Em Estados com menos casos registrados de coronavírus como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, o impacto foi menor. Mas nas regiões Norte e Nordeste, onde além da alta incidência da covid-19 a estrutura para transplantes é mais precária, a redução passa dos 50%.

No Ceará e Pernambuco, por exemplo, os transplantes de rins foram suspensos. O resultado é que órgãos que poderiam ser usados em pacientes da própria região que aguardam há meses na fila do Sistema Nacional de Transplante, acabam sendo levados para outros lugares.

Na quinta-feira, dia 22, um jovem de 14 anos teve morte cerebral depois de sofrer um acidente de moto na região do Cariri, interior do Ceará. A família autorizou a doação dos órgãos. O fígado foi transplantado para um paciente de Fortaleza, mas os rins do rapaz tiveram de ser trazidos até São Paulo para não serem desperdiçados. Os transplantes de rins na capital do Ceará, uma das cidades de referência no Nordeste, foram totalmente suspensos durante a pandemia do coronavírus.

Um dos maiores temores em relação aos transplantes é a possibilidade de que o doador esteja contaminado. Por isso, há algumas semanas, as secretarias estaduais de saúde adotaram o critério de priorizar os testes de PCR, mais precisos, em possíveis doadores de órgãos. "Isso começou em São Paulo. No comecinho não tinha teste. Hoje melhorou muito", disse o médico Paulo M. Pêgo Fernandes, membro do conselho deliberativo da ABTO.

Temor

Segundo médicos especializados em transplantes, o principal motivo é o medo dos pacientes receptores de se contaminar nos hospitais.

É o caso do advogado Carlos Alberto Melo Pereira, de 69 anos, que mora em Natal e está em quarto lugar na fila para receber um transplante de fígado. Ele aguarda o órgão há um ano e prefere ficar em casa, em segurança, do que se arriscar uma viagem até Fortaleza, onde deve realizar o transplante.

"É um conflito interno total porque antes eu estava longe e agora que estou tão perto me sinto ainda mais longe", disse. "Tenho condições de ir até Fortaleza, mas para que vou sair da segurança da minha casa? Tenho muito medo. No caminho (de 10 horas) vou ter de parar para abastecer, me comunicar com as pessoas na estrada. E se a minha mulher pega (a covid-19)? Aí ela não vai poder cuidar de mim e eu não vou poder cuidar dela", lamentou.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a redução do número de transplantes por medo da covid-19 está provocando até mesmo um aumento da demanda por hemodiálise. "Aí a pessoa corre mais risco ainda porque em alguns casos é preciso fazer quatro ou cinco sessões por semana", explicou Garcia.

Online

No Hospital Albert Einstein, onde é realizada grande parte dos transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na capital paulista, uma alternativa para atender os pacientes tem sido intensificar o uso da telemedicina.

"Este é um legado que a covid nos trouxe. Em termos de resultados vai trazer bons frutos. Depois que a pandemia passar podemos continuar aplicando a telemedicina em várias situações com muitos impactos positivos, até a redução dos custos", disse o pneumologista José Eduardo Afonso Júnior, coordenador médico do programa de transplantes do Einstein.

Segundo ele, por meio de chamadas de vídeo e aplicativos para celulares é possível hoje medir funções como oxigenação, pressão e frequência cardíaca, entre outras, evitando que os pacientes tenham de se deslocar até o hospital ou ao consultório médico. O expediente tem sido usado para atender até pessoas que moram em outros países, diz o médico.

Segundo ele, dos mais de 3 mil transplantes realizados pelo Hospital Albert Einstein desde o início da pandemia, 14 pacientes foram contaminados pelo coronavírus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Programa Estadual de Transplantes (PET), da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES), atingiu este mês o recorde de 304 autorizações para doações de órgãos. “Isso significa que 304 famílias tiveram órgãos de seus familiares doados. Essas doações geraram mais de 800 transplantes de órgãos”, informou hoje (31) à Agência Brasil, o coordenador do PET, urologista Gabriel Teixeira.

Teixeira explicou que dependendo da idade do potencial doador e do caso clínico, cada pessoa pode doar determinados órgãos. “Na maioria das vezes, cada doação gera mais de um transplante de órgãos”, explicou.

##RECOMENDA##

Os órgãos mais transplantados no estado são rim, fígado, coração e pâncreas. Teixeira disse que o rim é o órgão que mais pessoas precisam em função de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, e também pelo envelhecimento da população. “A doença renal crônica cada vez tem maior incidência e, dessa forma, o transplante renal acaba sendo uma terapia cada vez mais demandada. E, por conseguinte, o rim é o órgão mais transplantado também”.

O recorde anterior de transplantes foi registrado em 2015, com 303 doadores. No ano passado, foram 218, o que representa expansão, este ano, até o momento, de 16,4%. Gabriel Teixeira afirmou que até o final de 2020, a meta é alcançar o 4º lugar nacional em termos de doadores. “Começamos este ano em 11º lugar e estamos terminando em oitavo. Esperamos acabar 2020 em 4º lugar”.

Os estados brasileiros que apresentam maiores taxas de doações são Santa Catarina, Paraná e Ceará. “Em números absolutos, acho que já somos o terceiro (colocado) no Brasil. Mas quando a gente relativiza pela população, a gente acaba caindo algumas posições. São Paulo tem o maior número de doadores em termos absolutos, mas quando você relativiza pelo número de habitantes, aí o estado não fica nas primeiras posições”.

Investimentos

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) prevê investir este ano, no PET, cerca de R$ 25 milhões. Segundo Gabriel Teixeira, o dinheiro deve ser usado para ampliar as equipes nos hospitais, aumentando as estruturas mais centralizadas, melhorar a estrutura logística e operacional da própria central e os centros transplantadores, para que a capacidade trasplantadora do estado consiga acompanhar o ritmo de aumento dos doadores.

Teixeira avaliou que a doação de órgãos ainda é um tabu para muitas famílias brasileiras. “Na nossa sociedade, falar sobre a morte é difícil. O Brasil ainda enfrenta muito desconhecimento sobre a morte encefálica (completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro), sobre a doação de órgãos, porque nós temos ainda medo de falar sobre a morte”, disse. Ele ressaltou a importância de informar familiares sobre a decisão de doar os órgãos no caso de morte encefálica ou até em uma morte não encefálica. “Ainda se fala pouco sobre isso”, lamentou.

Taxa de autorização

Apesar do assunto ainda não ser amplamente discutido, o coordenador do PET disse que um dos muitos motivos para que o programa conseguisse alcançar a marca expressiva de doadores foi a melhora considerável na taxa de autorização familiar. A taxa no estado girava em torno de 40%, semelhante à média nacional. No final do ano, a taxa média foi da ordem de 75%.

“Teve momentos de até 90% de autorização familiar. Realmente, uma mudança bastante expressiva na nossa sociedade fluminense com relação ao tema. Isso se deu a ações de conscientização mas, principalmente, à melhora nas técnicas de abordagem a famílias que, por vezes, precisam de um profissional bem treinado e capacitado para que elas possam compreender a morte encefálica e tomar a decisão da doação de forma clara e consciente”, explicou.

A meta do PET para 2020 é elevar o número de doações em, no mínimo, 20%, o que significaria chegar a um número próximo de 360 doadores. Gabriel Teixeira acredita, porém, que com o investimento novo sendo aplicado na doação e no transplante, o PET poderá “alçar voos mais altos e conquistar o 4º lugar no país em doação de órgãos”. Embora o número do último trimestre do ano ainda não esteja consolidado, ele estimou que o programa poderá atingir cerca de 400 doadores.

O secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, espera que o investimento de R$ 25 milhões ajude a expandir a rede de transplantes no estado, “já que nossas equipes estarão atuando em hospitais de diversos municípios”.

Balanço

O PET foi lançado oficialmente pelo governo fluminense em abril de 2010, embora os trabalhos tenham sido iniciados no ano anterior. Nos nove anos do programa, já foram realizados mais de 16 mil transplantes. “A gente começou lá atrás, em 2009, com 44 doadores em um ano e, hoje, a gente consegue fazer isso em praticamente um mês. Conseguimos avançar bastante no tema”, contou Gabriel Teixeira.

O PET realiza também transplantes de medula óssea, ossos, pele, córnea e esclera, que é uma membrana que protege o globo ocular.

Pernambuco realizou 93 transplantes de órgãos sólidos - coração, rim, fígado e coração - entre janeiro e fevereiro deste ano, um a mais comparado ao mesmo período de 2018. De acordo com a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), o percentual de 36% de negativas ainda é alto.

Apesar de alguns números favoráveis, a fila de espera se mantêm acima dos 1,1 mil, o que reforça a necessidade de mais doações. Em todo país, durante 2018, 43% das famílias entrevistadas recusaram o procedimento, em Pernambuco foi notada a porcentagem de 46%. A coordenadora da CT-PE Noemy Gomes relaciona a baixa adesão aos mitos relacionados à morte encefálica, condição que possibilita a doação. Para reverter o quadro, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) buscam esclarecer as informações sobre os processos de transplante.

##RECOMENDA##

Fila de espera

Em Pernambuco, 1.164 pacientes aguardam um órgão ou tecido. A maioria dos pacientes buscam um rim (898), seguida de córnea (117), fígado (110), medula óssea (16), coração (13) e rim/pâncreas (10).

Em 2019, mesmo com 47 entrevistas e 17 recusas, foi apontado o aumento de 69% nos procedimentos de fígado, de 16 para 27; e de 33% nos de coração, de seis para oito. Em contraponto, houve a queda de 20% nos transplantes de rim, que ano passado atingiu a marca de 70, e agora, aponta apenas 56. Para as famílias que desejam realizar doação, o recomendado é entrar em contato com CTE-PE através do contato 3412-0205.

De acordo com a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, 107 mil transplantes foram realizados em 20 anos de existência da instituição. A central é vinculada à Secretaria de Estado de Saúde e afirma que esse número de transplantes está em constante crescimento. “A nossa maior conquista é ter um sistema estruturado para garantir todos os princípios e equidade com essas pessoas. Comemoramos também o aumento de 22% do número de doadores em 2017 em relação a 2016”, comenta a coordenadora da instituição, Marizete Medeiros.

O estado de São Paulo responde atualmente por cerca de metade dos transplantes realizados em todo o país. Ainda em 2017, a central registrou a realização de 2,2 mil transplantes simples, sendo eles de coração, pâncreas, fígado, pulmão e rim.

##RECOMENDA##

Entretanto, por mais expressivos que sejam os números, ainda é um desafio para a instituição conscientizar as famílias dos possíveis doadores. “Neste ano, temos que estimular a cada vez mais a capacitação dos profissionais de saúde e promover a cultura de doação entre as famílias. É instruindo os profissionais para que saibam como abordar e auxiliar essas pessoas em momentos de luto: tem que ser o mais humano possível. Tem que conhecer e preparar para o processo de morte encefálica”, afirma Marizete.

 

Segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), até outubro deste ano cinco companhias aéreas transportaram mais órgãos e tecidos no Brasil do que em todo o ano de 2016. Ao todo foram 4.200 itens em dez meses, contra 3.847 no ano passado - um crescimento de 9,1%.

O acordo feito entre o setor público e o setor privado estipula que as empresas façam transporte de sangue e de equipes médicas. 

##RECOMENDA##

“É com essa parceria, assim como a disponibilidade de uma aeronave da FAB e o trabalho de inúmeros profissionais, além da solidariedade da população brasileira, que temos conseguido realizar, a cada ano, um número cada vez maior de transplantes no SUS”, destacou o ministro da Saúde Ricardo Barros.

Em 2017, a Força Aérea Brasileira (FAB) já transportou 199 órgãos/tecidos. No ano passado foram 184 itens. A FAB é acionada somente quando não há voos para atender a uma emergência.

O ministro Ricardo Barros ainda disse que o Brasil possui o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo, com mais de 24 mil cirurgias feitas em 2016.


Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, desenvolveram um tratamento à base de nanopartículas que pode acabar com a rejeição de órgãos transplantados em seres humanos. De acordo com o artigo divulgado pelos cientistas, a interferência acontece aos poucos, com a mudança lenta e gradativa do RNA, fazendo com que os glóbulos brancos parem de atacar o “novo membro”.

Conforme explicado no artigo, as nanopartículas podem ser usadas não somente pare esse fim, mas também podem auxiliar nos tratamentos mais complicados, que envolvem a administração de medicações mais específicas e em doses mais eficazes, evitando submeter o paciente a desgastes desnecessários com tratamentos invasivos.

##RECOMENDA##

O próximo passo dos pesquisadores é testar o novo procedimento em pessoas que receberam transplantes de rim. Apesar de ser uma solução promissora, eles deixaram claro que essa técnica ainda está em fase de testes e pode levar muito tempo ainda para que seja adotada por médicos de todo o mundo, de forma segura.

Em 2016, o Brasil contabilizou 24.958 transplantes de órgãos, a maioria dos transplantados recebeu rins (5.492).

A fila de espera por transplante de córnea no Estado tem andado mais rápido. Segundo informações da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), em 2016, o número de procedimentos subiu 34% em relação ao ano anterior, o que totaliza 594 transplantes. O registro geral de procedimentos teve elevação no último ano, no entanto, ainda há grande fila de espera.

A Central informa que os dados são animadores, porém, aponta para os pacientes que ainda esperam o procedimento. Ao todo, para receber córneas ainda há 281 pessoas na fila de espera. Segundo a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes, qualquer pessoa que falece nas unidades hospitalares são possíveis doadoras de córneas. Após a retirada, ela garante que a equipe de saúde reconstitui a área para manter o formato natural do rosto, para que as cerimônias de despedida possam ser realizadas normalmente pelos familiares.

##RECOMENDA##

Dados de transplantes em PE

Um balanço foi divulgado pela Central e dá o panorama do número de transplantes no Estado. Em 2016, foram realizados 1.431 procedimentos. Isto equivale a um crescimento de 6,16% em comparação a 2015 (com 1.348 procedimentos). Apesar dos números animadores, foi registrada queda de 16% nos transplantes de coração; 7% no de fígado; redução de 17% de rim e 20% a menos de medula óssea.

Noemy esclarece sobre a situação dos pacientes em fila de espera. Quem aguarda um rim “mantém as funções vitais do órgão por meio da hemodiálise. No caso do coração e do fígado, não há máquina que substitua essas funções, apenas remédios para estabilizar o quadro do paciente. O transplante é essencial para que as pessoas que esperam na fila se mantenham vivas. Não há outra alternativa de tratamento”. 

Já no caso de medula óssea é uma situação mais simples, afinal, todo mundo pode se cadastrar para ser um potencial doador, visto que essa ação pode ser feita por pessoas vivas. “Basta ir ao Hemope, fazer o cadastro e colher uma pequena quantidade de sangue para a realização dos exames de compatibilidade. Esses dados serão colocados em um banco nacional e pode beneficiar um paciente de qualquer local do Brasil”. Caso a compatibilidade seja encontrada para um paciente, o doador é convocado para outros exames e então é realizada a doação.  

Em fila de espera estão atualmente 1.195 pessoas, sendo 796 para rim; 281 para córnea; no aguardo de fígado estão 83; 18 para medula óssea; ao todo, 13 esperam por um coração e quatro por rim/pâncreas.

Familiares de até segundo grau podem autorizar a doação, mas em Pernambuco quase metade dos doadores em potencial não têm tecidos aproveitados por falta de autorização da família. Para esclarecimentos, a CT-PE informa o número (81) 3412.0205 ou o email transplantespe@saude.gov.br.

De janeiro a setembro desse ano, Pernambuco ficou em primeiro lugar no Nordeste no número de transplantes de coração, rim, rim/pâncreas e medula óssea. A informação consta no boletim divulgado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

Apesar da colocação, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) reforça que desses órgãos e tecido, apenas um teve crescimento no número de transplantes em relação a 2015: rim/pâncreas, de 2, em 2015, para 6 este ano - aumento de 200%.

##RECOMENDA##

Ainda conforme a CT-PE, entre os órgãos chamados sólidos, o coração teve a maior queda, redução de 22% (foram 36 em 2015 e 28 em 2016), seguido de rim, com queda de 20% (de 254 em 2015 para 202 em 2016). Já medula óssea teve uma queda de 13% (de 172 em 2015 para 150 em 2016).

 “Só podemos efetivar um transplante se tivermos a autorização familiar do potencial doador. Sem doador não há transplante”, afirma a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes. Ela lembra a importância da participação dos profissionais de saúde, para que façam a identificação do potencial doador e que o mantenham em condições de efetivar o ato.

“E o mais importante: que acolham as famílias para que elas possam ter as informações suficientes e se sintam seguras em exercer o direito da doação”, completa. Noemy também alertou para queda de 8% nos transplantes de fígados (de 86 em 2015 para 79 em 2016). 

“Um paciente na fila de espera por um rim consegue manter as funções vitais por causa das sessões de hemodiálise. Já para os pacientes que aguardam por coração ou fígado, a agilidade no processo é essencial para que eles possam viver”, ressalta. 

Dados – Nos nove primeiros meses deste ano, foram realizados 1.062 transplantes de órgãos e tecidos em Pernambuco, representando um crescimento de 9,26% em relação ao mesmo período de 2015, que computou 972 procedimentos. O aumento foi motivado pelos transplantes de córnea, que passaram de 416, em 2015, para 592 este ano, um acréscimo de 42%. 

Atualmente existem 1.215 pessoas na fila de espera, sendo 811 aguardando por um rim, 273 por córnea, 92 de fígado, 22 de medula óssea, 16 de coração e 1 de rim-pâncreas.

Doadores  – Até o momento, Pernambuco registra 14,84 doadores por milhão de população (pmp). O número está dentro da média nacional, de 14,4  pmp, mas abaixo do registrado em 2015, de 18,22 pmp.

Com informações da assessoria

Em meio à Semana Nacional de Doação de Órgãos, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) registra um número recorde de doações múltiplas de órgãos em um único mês. Em setembro de 2014, até o momento, foram 19 doações múltiplas, quantidade 72% maior que a média mensal registrada pelo órgão.

Segundo a Secretária de Saúde do Estado, os pacientes foram contemplados com 34 córneas, 31 rins, oito fígados, dois corações e um pâncreas. De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes, Noemy Gomes, 376 mortes encefálicas foram registradas em Pernambuco, só em 2014. “A fila de espera por um órgão no Estado e no Brasil ainda é grande e é preciso continuar a divulgar e informar sobre o tema, para que as pessoas percam o medo, tirem suas dúvidas e, em vida, informem a seus familiares o desejo de ser um doador”, alerta. 

##RECOMENDA##

Das 376 mortes encefálicas, apenas 87 resultaram em doação de órgãos. Entre janeiro e agosto deste ano, ao total, foram 909 transplantes realizados no Estado. Porém, atualmente, 1.298 pessoas estão na fila de espera por um órgão, sendo a maioria para transplante de rim. 

Das 376 mortes encefálicas notificadas pelas unidades hospitalares de Pernambuco até agosto deste ano, a doação de órgãos aconteceu em apenas 87 dos casos. Apesar de o coração ainda funcionar e o quadro de morte encefálica ser irreversível, a doação não aconteceu em 24% dos casos devido à não autorização dos familiares.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), os familiares não autorizam a doação porque, na maioria dos casos, desejam ter o corpo do parente íntegro para o enterro ou afirmam que o possível doador era contrário à prática e não comunicou em vida que gostaria de doar seus órgãos. 

##RECOMENDA##

Segundo a coordenadora da Central de Transplantes, Noely Gomes, não há mutilação para a retirada dos órgãos a serem doados, ao contrário do que muitos familiares acreditam. “É importante esclarecer que isso não ocorre, já que é feito um trabalho minucioso de reconstituição. Os procedimentos também são realizados de forma ágil para manter a funcionalidade do órgão e para que as famílias recebam o quanto antes o corpo do ente querido”, ressalta.

A doação de órgãos pode beneficiar pessoas há muito tempo na fila de espera. Atualmente, há 1.079 pessoas aguardando a doação de rins. Segundo o Sistema Nacional de Transplantes, a taxa de mortalidade em lista de espera pelo transplante renal é em média de 5%, e para o transplante de fígado e coração de 30%, ou seja, seis vezes mais.

Para ser um doador, é preciso manifestar a vontade aos familiares, pois de acordo com a legislação brasileira, a doação é consentida apenas por familiares de até segundo grau. Também é possível expor a vontade através de redes sociais como o Facebook.

CAMPANHA - A Semana Nacional de Doação de Órgãos teve início nesta segunda-feira (22) e vai até a próxima sexta (26). A iniciativa, desenvolvida pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), tem como objetivo sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos.

Com informações da assessoria

Um termo assinado nesta segunda-feira (15) por representantes do Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES), visa garantir maior agilidade, nas autorizações necessárias para o implemento das doações de órgãos e transplantes em Pernambuco, que só podem ser feitas com autorização da Justiça. Além da SES, o documento conta com a parceria do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Defensoria Pública do Estado de Pernambuco. 

Atualmente, segundo a SES, a retirada de órgãos de pessoas falecidas para a realização de transplante depende da autorização da família, sendo necessário ser parente de até segundo grau ou cônjuge. “Queremos promover aproximação entre as três instituições e criar um fluxo com procedimentos padrões para situações de não comprovação documental de parentesco e/ou responsabilidade legal do potencial doador de órgãos e tecidos”, explica a secretária estadual de Saúde, Ana Maria Albuquerque. A iniciativa tem como objetivo oferecer ao parente ou responsável legal assistência jurídica integral e gratuita.

##RECOMENDA##

Na divisão de papeis, caberá à SES identificar no hospital a necessidade da assistência jurídica. Será relatado o caso, incluindo a data de admissão do doador na unidade hospitalar, número do leito e setor de internação, número do prontuário, endereço e o telefone de contato do familiar interessado, anexando cópias dos documentos (certidão de nascimento, certidão de casamento, carteira de identidade, CPF, etc.) e termo de declaração de morte encefálica. Toda a documentação será encaminhada à Defensoria Pública Geral do Estado.

A Defensoria Pública Geral do Estado será responsável por prestar assistência jurídica, judicial e extrajudicial por meio de perícias, pareceres, relatórios e laudos técnicos ou informações em casos específicos de interesse comum, tanto em medidas preparatórias como em medidas judiciais. 

Enquanto isso, o MPPE terá como obrigação fiscalizar o efetivo cumprimento do Termo de Cooperação Técnica, além de adotar medidas necessárias para que todos os objetivos da ação sejam cumpridos. 

Com informações da assessoria

 

 

Uma campanha de Incentivo à Doação de Órgãos começa nesta terça-feira (27), às 15h, no Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, para mostrar a doação de órgãos como única alternativa para continuar vivendo o tratamento através da substituição do órgão incapaz pelo órgão doado. A ação é promovida pela Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) e até o dia 30 de maio.

Na terça será apresentado o documentário “Transplantes: a vida continua”, da CT-PE, para acompanhantes de pacientes do HRA. O vídeo mostra a história da Central e passo a passo do processo de transplantes, além de depoimentos de pacientes que estão na fila de espera, transplantados, profissionais de saúde e parentes de doadores.

##RECOMENDA##

Já na quarta-feira (28), haverá uma palestra sobre Doação de Órgãos e apresentação do documentário da CT-PE para representantes de funerárias de Caruaru, às 10h. E para os acompanhantes de pacientes do HRA, às 14h, no Auditório do hospital, seguida por uma panfletagem.

A mesma programação acontece no dia 29 de maio, sexta-feira, para os alunos de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Campus Caruaru, às 10h. E para pacientes do HRA, às 14h, do dia 29 de maio. E às 15h, no dia seguinte, sexta-feira (30), ambas no Auditório da unidade de saúde.

Transplantes - Em Caruaru já acontecem transplantes de córneas e de rins, com queda no número de procedimentos quando comparados há anos anteriores. Em 2014 foram realizados apenas nove transplantes de córneas em Caruaru, enquanto em 2013 foram 26 casos bem sucedidos. Já para rins, o número de cirurgias foi o mesmo: nove. Uma diminuição preocupante em relação aos 26 procedimentos realizados no ano anterior.

O principal motivo para a diminuição de transplantes é a falta de cooperação das famílias, que não aceitam a doação de órgãos dos falecidos. O que tem feito a fila de espera por um órgão crescer em Pernambuco. Para procedimentos de rins, o que tem maior número de casos, 1.176 esperam uma doação, já para córneas há 108 pessoas esperando pelo transplante.

A partir desta segunda-feira (19), uma campanha visa estimular a cultura de doação de órgãos na Região Metropolitana do Recife e em outras localidades do Estado. A Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) realiza uma mobilização que tem abertura na Estação Central do Metrô do Recife.

Sempre das 8h às 12h, técnicos da CT, do Programa Estadual de DST/Aids e estudantes da Uninassau vão distribuir materiais informativos sobre a doação de órgãos aos usuários do Metrô. No local, as pessoas ainda podem fazer exames rápidos para detectar Hepatites B e C, aferir pressão e glicemia, além de outras informações sobre saúde.  A Campanha Estadual de Incentivo à Doação de Órgãos 2014 acontece até a próxima sexta (23). 

##RECOMENDA##

Na terça-feira (20), a campanha continua na Fundação Joaquim Nabuco, no Derby, com palestra e exibição de filmes sobre transplantes para estudantes da área. Quarta e quinta (21 e 22) é a vez da realização de um curso avançado de formação para profissionais interessados em trabalharem com transplantes; a capacitação será realizada no auditório do Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos do Estado (Cefospe), no bairro da Boa Vista. 

Para finalizar a campanha, o documentário “Transplantes: a vida continua” será exibido no auditório da Fundação de Aposentadoria de Pernambuco (Funape), na Rua Henrique Dias, no Derby. Aberta ao público, a sessão contará com um debate posterior ao filme, a partir dos depoimentos dos pacientes que estão na fila de espera, personagens principais do documentário.  

Com informações da Secretaria de Saúde

O número de transplantes de órgãos sólidos no Brasil aumentou 18% entre 2010 e 2013. Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados pela Agência Brasil, os procedimentos considerados de alta complexidade, como os transplantes de pulmão (100%) e coração (60%), tiveram as maiores elevações no período. "O aumento do transplante mais complexo significa uma melhora no sistema de transplante, porque esses são os transplantes com maior carência, por exemplo transplante de pulmão, coração. As pessoas que não recebem (o órgão) morrem, não têm opção", avaliou o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes, Héder Murari Borba.

Embora os procedimentos considerados mais complexos não sejam os de maior número, eles exigem melhores serviços e equipes, desde a organização da captação de órgãos até a cirurgia e o acompanhamento da recuperação dos pacientes. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem a maior rede pública de transplantes do mundo. O rim é o órgão mais transplantado e mais aguardado na fila de pessoas que precisam de um transplante.

##RECOMENDA##

"Os Estados Unidos fazem mais transplantes que o Brasil, mas lá o transplante é privado. Uma parte é subvencionada pelo Estado, e os imunossupressores, medicamento que a pessoa recebe depois do transplante, têm que ser comprados", disse Borba. Com o aumento do número de transplantes, a fila dos que aguardam um órgão diminuiu 56,8% nos últimos três anos. Santa Catarina e o Distrito Federal são os locais com maior relação de doadores por milhão de habitante, passando dos 30. Em 2010, 59.728 pessoas estavam na lista nacional de espera e, em 2013, o número passou para 38.074.

O transplante de córnea é o que mais apresenta redução na lista de espera. Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo zeraram a fila por essa cirurgia em 2013. A lista de transplante é considerada zerada quando o número de pacientes que precisam do procedimento está dentro ou abaixo da capacidade média mensal de atendimento do Estado.

O total de pessoas que doaram órgãos passou de 1.896, em 2010, para 2.562, em 2013, uma alta de 35,1%. Apesar do aumento, dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) indicam que, no Brasil, 47% das famílias que podiam doar órgãos de um parente que teve morte cerebral se recusaram a autorizar o procedimento. A entidade ressalta que no país só quem pode tomar essa decisão é a família do doador - mesmo que a pessoa tenha manifestado o desejo por escrito.

Segundo Borba, a resistência à doação está ligada à falta de esclarecimento da população. "(Nas campanhas) queremos esclarecer que é um procedimento seguro, que a pessoa não vai ter sua morte acelerada. coisas que ainda persistem na mentalidade da população, mas que vêm melhorando gradativamente e muito intensamente nestes últimos anos." O coordenador ressalta que muita gente não doa porque teve seu parente mal atendido no setor de urgência. "Se o atendimento for ruim na hora que o paciente precisa ser atendido, como a família vai ser abordada para que doe os órgãos do ente que faleceu?"

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando