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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira, 22, o uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer contra a Covid-19. A decisão da Anvisa, aprovada por unanimidade, permite a aplicação do imunizante como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.

As vacinas bivalentes são mais atualizadas e contêm uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2. Desta forma, os imunizantes podem garantir uma proteção maior contra as novas variantes. O Brasil passa por uma nova onda da Covid-19, que tem preocupado especialistas pela maior resistência às barreiras vacinais e transmissibilidade das novas cepas do coronavírus.

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A diretora Meiruze Sousa Freitas, relatora do processo na Anvisa, proferiu o voto pela aprovação das novas vacinas. Ela afirmou que as subvariantes BA4, BA5, BQ1.1 são a maioria dos novos casos de Covid atualmente. Ela apontou ainda que há aumento de casos e internações especialmente em grupos que não receberam a vacinação completa.

"Não é natural o padrão de óbitos que o Brasil ainda vem enfrentando e, por isso, alerto que as medidas de prevenção, por exemplo, o uso de máscaras, a higienização das mãos continuam sendo uma parte importante da nossa resposta à Covid-19", disse a relatora.

Meiruze Freitas orientou também que a população continue tomando as doses de reforço no momento indicado com as vacinas monovalentes. "Os indivíduos elegíveis para uma dose de reforço, particularmente, aqueles em grupos com maior risco de desenvolver Covid na forma grave não devem atrasar a sua vacinação planejada para aguardar o acesso à vacina bivalente". disse. "Todas as vacinas de reforço aprovadas ajudam a melhorar a proteção obtida com as doses de anteriores da vacina e ajudam a fornecer proteção contra o adoecimento grave e os óbitos pela Covid-19."

Hoje, as subvariantes que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo são a BQ.1 e a XBB, ambas da linhagem da Ômicron - variante contra a qual a vacina bivalente da Pfizer possui proteção específica, diferentemente dos imunizantes disponível no Brasil.

Segundo especialistas, os imunizantes disponíveis hoje nos postos de saúde do País conferem uma proteção mínima contra as novas variantes, mas é preciso que as pessoas tomem todas as doses de reforço necessárias. Para pessoas imunossuprimidas, como pacientes recém transplantados, pessoas com câncer ou doença de lupos, os infectologistas afirmam que a imunização com a vacina bivalente, mais atualizada, é bastante importante.

A Pfizer encaminhou dois pedidos de uso emergencial de autorização temporária para uso emergencial da vacinas. O primeiro pedido, referente à bivalente com a subvariante Ômicron BA1, foi submetido em 19 de agosto de 2022. O segundo, referente à versão que contém a subvariante BA.4/BA.5 foi protocolado em 30 de setembro de 2022.

Desde então, o órgão tem analisado a demanda. Antes de a reunião ser a convocada, a agência havia silenciado sobre o prazo para conclusão do procedimento. A Anvisa e o Ministério da Saúde também diziam não ter informações que indicassem a previsão de quando as novas doses poderão começar a ser aplicadas.

A autorização de uso emergencial é regulamentada por uma resolução da agência. Após receber o pedido, a Agência tem 30 dias para concluir a avaliação. O prazo é interrompido sempre que for necessária a solicitação à empresa de complementação de informações ou esclarecimentos sobre os dados de qualidade, eficácia e segurança apresentados.

Atraso

O grupo da transição responsável pela área da saúde afirma ter confirmado que 85 milhões de brasileiros ainda não tomaram a terceira dose contra a Covid-19. Os integrantes têm um encontro marcado com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta quarta-feira, 23.

"É situação de vulnerabilidade, falta a dose para as crianças de 3 anos em diante, não foi feita a dose de reforço das crianças acima de 10 anos. É uma situação que não dá para se dizer que é normal. Nós podíamos estar muito mais bem preparados para receber essa nova onda (de Covid), para enfrentar nessa nova onda pandêmica que já está presente no País", disse Arthur Chioro, médico sanitarista que compõe o grupo da área da saúde.

Até 31 de dezembro, lembrou o médico, a responsabilidade por fazer aquisição de vacinas e cumprir os contratos é da atual gestão de Jair Bolsonaro. Um encontro com especialistas também está previsto na quinta-feira, 24. "Nós estamos convocando mais de 30 sociedades científicas na quinta-feira pela manhã, para dialogar com a gente exatamente sobre esse tema." O grupo técnico já fez uma solicitação de dados ao Ministério da Saúde e está no aguardo das informações.

A reportagem perguntou ao Ministério da Saúde se já há entendimento com a Pfizer para a aquisição das vacinas bivalentes e o número de doses que a pasta comprará. Não houve retorno.

O governo federal enviou a proposta de orçamento do ano que vem, para o Congresso, com previsão de R$ 8,655 bilhões para aquisição e distribuição de imunobiológicos para prevenção e controle de doenças, o que inclui as vacinas contra a Covid-19. O valor é R$ 507 milhões menor do que aquele encaminhado, em 2021, para o projeto de lei orçamentária deste ano.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quarta-feira, 4, o uso emergencial do antiviral Molnupiravir. Produzido pela farmacêutica norte-americana Merck Sharp & Dohme (MSD), o medicamento em formato de cápsulas é indicado para o tratamento de pacientes adultos que não requerem oxigênio suplementar e apresentam maiores riscos de desenvolverem a forma grave de Covid-19. O pedido foi avaliado pelos diretores durante a sétima reunião extraordinária pública.

Ao votar pela aprovação do medicamento durante videoconferência, a relatora do processo, diretora Meiruze Freitas, disse que é importante ter opções terapêuticas para determinadas condições clínicas, especialmente em indivíduos que, por várias razões, têm alto risco de desenvolver as formas graves da doença.

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No entanto, ela destacou que o Molnupiravir não é um substituto da vacina contra o coronavírus, que continua continua sendo a melhor forma de prevenção."Reitero que a vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a covid grave, hospitalizações e óbitos. Aqueles que não completaram o curso completo de vacinação têm mais chances de apresentar sintomas moderados ou graves em comparação com aqueles que receberam um reforço, especialmente os mais vulneráveis", afirmou ela.

A relatora também pontuou a necessidade de que a comunidade científica, a indústria farmacêutica, os reguladores e os governos continuem trabalhando unidos nas questões relativas à Covid-19, uma vez que não se sabe por quanto tempo o vírus continuará a circular no mundo.

Segundo a agência, nos ensaios clínicos realizados, o remédio mostrou efeitos benéficos a pacientes adultos leves e moderados, com capacidade de reduzir os casos de hospitalização e mortes. De uso domiciliar, ele funciona de modo a reduzir as chances do vírus Sars-CoV-2 se multiplicar e reproduzir no corpo.

O medicamento já foi aprovado nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Europa, no Japão e na Austrália. Atualmente, está em uso em pelo menos vinte países. No início de março, teve 'recomendação condicional' por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, a segurança do medicamento permanece sendo monitorada.

Embora haja ensaios clínicos com o Molnupiravir na fase 3, as agências reguladoras continuam realizando novos estudos e acompanhando possíveis efeitos adversos. Para ser incorporado ao rol de tratamentos distribuídos na rede pública brasileira, o medicamento deve passar agora por uma nova etapa que envolve a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Indicação

O medicamento é indicado para o tratamento da covid em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão da doença para casos graves e cujas opções alternativas de tratamento aprovadas ou autorizadas pela Anvisa não são acessíveis ou clinicamente adequadas.

Restrições

O medicamento é de uso adulto, com venda sob prescrição médica. Não é recomendado durante a gravidez, a amamentação, em mulheres que podem engravidar e que não estão usando contraceptivos eficazes. Segundo a Anvisa, estudos mostraram que altas doses de Molnupiravir podem afetar o crescimento e o desenvolvimento do feto.

Contraindicações

- Para uso em pacientes com menos de 18 anos de idade.

- Para uso em grávidas.

- Para início do tratamento em pacientes que necessitam de hospitalização devido à covid-19, uma vez que seus benefícios não foram observados em indivíduos quando o tratamento é iniciado após a hospitalização.

- Para uso por mais de cinco dias consecutivos.

- Para profilaxia pré-exposição ou pós-exposição para prevenção de covid-19.

Período de uso

O medicamento deve ser tomado por via oral durante os cinco primeiros dias após o aparecimento dos sintomas, de modo a evitar o desenvolvimento de uma versão resistente do vírus. Além disso, deve ser limitado a cinco dias consecutivos.

Posologia

A dosagem em pacientes adultos é de 800 mg (quatro cápsulas de 200 mg) por via oral, a cada 12 horas, e por cinco dias, com ou sem alimentos. O medicamento deve ser utilizado assim que possível após o diagnóstico de covid-19 e dentro de cinco dias do início dos sintomas.

Prescrição médica

A Anvisa salienta que o Molnupiravir é um medicamento que deve ser usado após avaliação e prescrição médica. "Requer adequada dispensação farmacêutica, com orientações de que o medicamento é de uso individual e não pode ser repassado a terceiros sem avaliação e prescrição médica. Cumpre ao farmacêutico realizar também orientações tais como a importância da adesão ao tratamento, modo de administração e restrições", destacou a agência.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu, nesta quarta-feira (16), em Brasília, pedido da Pfizer para uso emergencial do medicamento contra Covid-19 Paxlovid (nirmatrelvir +ritonavir). Segundo a farmacêutica, os estudos demonstram que, quando administrado no início da infecção, o Paxlovid, que é do tipo antiviral e de uso oral, tem a capacidade de reduzir os casos de hospitalização e mortes. Os dados serão analisados pela Anvisa.

“O prazo de avaliação para o uso emergencial e temporário de medicamento contra a Covid-19 é de até 30 dias. A análise não considera o tempo do processo em status de exigência técnica, que é quando o laboratório precisa responder questões técnicas feitas pela agência no processo”, explicou a Anvisa, em nota à imprensa.

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As primeiras 24 horas de análise serão utilizadas para uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informações importantes faltando, a agência pode solicitá-las ao laboratório. No último dia 19 de janeiro, a Anvisa e o laboratório já haviam realizado reunião de pré-submissão do produto, etapa anterior ao envio formal do pedido pela empresa.

A farmacêutica americana Merck Sharp & Dohme (MSD) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta sexta-feira (26) o uso emergencial do Molnupiravir, pílula antiviral de via oral desenvolvida pela farmacêutica em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics. O remédio atua prevenindo a replicação do coronavírus e tem demonstrado ser eficaz no tratamento da Covid-19.

A Anvisa é a quinta agência regulatória do mundo a receber o pedido de uso emergencial do medicamento, segundo a MSD.

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"Isso mostra claramente o compromisso da MSD com o Brasil e reforça a relevância do País para a companhia", informou a farmacêutica.

O medicamento já foi submetido a órgãos como a FDA (Estados Unidos), a EMA (União Europeia) e a Agência Japonesa de Produtos Farmacêuticos e Dispositivos Médicos. No início deste mês, o Molnupiravir recebeu aval da agência reguladora do Reino Unido e tornou-se o primeiro tratamento de via oral aprovado no mundo.

O remédio age induzindo mutações na enzima RNA-polimerase do Sars-CoV-2 conforme o material genético do vírus é replicado. Desse modo, ele consegue enfraquecer o vírus e diminuir os danos causados ao corpo. Por ser administrado por via oral, a expectativa é que seja mais acessível que outros medicamentos.

Ainda não há resultados científicos definitivos, mas a farmacêutica divulgou resultados preliminares de um estudo de fase 3 que apontam que o remédio tem potencial de reduzir em 50% o risco de hospitalização ou morte dos pacientes com covid-19. Para isso, ele deve ser administrado logo nos primeiros dias após o início dos sintomas.

A MSD informou que, até o 29º dia de análise desde o início dos testes em voluntários, nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam Molnupiravir, em comparação com oito mortes em pacientes que receberam placebo.

A análise interina avaliou dados de 775 pacientes que foram inicialmente inscritos no estudo clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo de fase 3.

O estudo incluiu sete centros de pesquisa no Brasil: três em São Paulo (dois na capital e um em São José do Rio Preto), um no Distrito Federal (Brasília), um em Minas Gerais (Belo Horizonte), um no Paraná (Curitiba) e um no Rio Grande do Sul (Bento Gonçalves).

Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta, com o avanço da vacinação, está ganhando força a corrida para tratar a doença. Ao lado do Paxlovid, remédio desenvolvido pela Pfizer, o Molnupiravir é uma das pílulas antivirais que tem demonstrado maior potencial.

Fiocruz

A MSD informou que está em "conversas avançadas" com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)) desde janeiro deste ano para definir um modelo de cooperação técnica por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz).

As negociações em andamento, acrescenta a farmacêutica, incluem a possibilidade de estudos futuros para avaliar o antiviral no enfrentamento de outras infecções virais, como dengue e chikungunya.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu nesta semana um novo pedido de uso emergencial da vacina contra Covid-19 Convidecia, fabricada pelo laboratório CanSino. A solicitação foi feita pela farmacêutica brasileira Biomm, que no início de outubro anunciou acordo para representar a fabricante chinesa no Brasil. Se o pedido for aprovado, há previsão inclusive de o imunizante ser produzido no País.

Administrada em dose única, a vacina da CanSino é aplicada atualmente na população adulta de países como Chile, Argentina, México e Rússia. Estudos conduzidos pela empresa chinesa indicam que o imunizante teria eficácia geral de 68,83% após 14 dias da aplicação. Para casos graves de Covid-19, a eficácia seria de 95,47% no mesmo período.

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O pedido de uso emergencial, informou a Anvisa, foi enviado na última segunda-feira, 8, e já está em análise pela equipe técnica. Como protocolo, as primeiras 24 horas são dedicadas a uma triagem do processo para verificar se os documentos necessários estão disponíveis. Se faltarem informações importantes, a agência pode solicitar as informações adicionais ao laboratório.

No caso deste pedido, em especial, a Anvisa apontou que o processo foi disponibilizado para a equipe técnica na quarta-feira (10). Com isso, a triagem inicial deve ser concluída nesta quinta-feira (11), determinando quais serão os próximos passos.

O prazo de análise previsto na legislação é de sete dias úteis. Esse período, no entanto, não considera o tempo do processo em status de exigência técnica, que ocorre quando o laboratório precisa responder questões técnicas feitas pela agência.

Ao Estadão, o CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, explicou em entrevista realizada em outubro que, caso o uso emergencial da vacina da CanSino seja aprovado no País, a farmacêutica brasileira prevê produzir "em um segundo momento" o imunizante em sua planta localizada em Nova Lima (MG), região metropolitana de Belo Horizonte.

Pedido anterior

Em maio deste ano, a farmacêutica Belcher solicitou uso emergencial da vacina da CanSino no País. No final de junho, contudo, a Anvisa encerrou o processo de análise da autorização temporária, em caráter experimental, da vacina chinesa da CanSino após um desacordo entre a fabricante chinesa e sua então representante no Brasil. Em nota, a agência explicou que o processo foi encerrado "sem a continuidade da avaliação de mérito do pedido".

A negociação entre a Belcher e a Cansino foi alvo de suspeitas levantadas pela CPI da Covid, conduzida pelo Senado. Integrantes da comissão de inquérito analisaram se empresários bolsonaristas fizeram lobby para incluir o imunizante na lista do governo. A Belcher, que é de Maringá, no Paraná, tem entre os sócios pessoas próximas ao ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, hoje líder do governo Bolsonaro na Câmara.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira, 11, a autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, do medicamento Regkirona (regdanvimabe). O pedido foi protocolado em 12 de maio deste ano pela empresa Celltrion Healthcare Distribuição de Produtos Farmacêuticos do Brasil Ltda.

Em nota, o órgão regulador explica que o regdanvimabe é um anticorpo monoclonal, ou seja, um produto biológico produzido em laboratórios, e que reproduz anticorpos que ajudam o organismo no combate a alguma doença específica. Contudo, a Anvisa destaca que esses anticorpos não previnem a doença.

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O regdanvimabe é indicado para o tratamento de covid-19 leve a moderada em pacientes adultos que não necessitam de suplementação de oxigênio, com infecção por Sars-CoV-2 confirmada por laboratório e que apresentam alto risco de progressão para a doença em sua forma mais grave. A aplicação é intravenosa, com dose única restrita a 40mg/kg, e o tratamento deve ser iniciado após o teste viral positivo para a covid-19 e dentro de sete dias do início dos sintomas. O uso é restrito a hospitais.

Durante a votação pela aprovação, a diretora relatora Meiruze Freitas afirmou que os resultados dos ensaios clínicos com os anticorpos monoclonais, do tipo "mabes", mostraram uma redução dos danos pulmonares, diminuição da viremia (presença de vírus no sangue) e do risco de hospitalização. Em seu parecer, Freitas ressaltou que a covid-19 ainda é uma grande ameaça à saúde da população mundial, embora as vacinas já estejam disponíveis. "A vacinação massiva e o desenvolvimento de intervenções eficazes oferecem a esperança de acabar com o dano global causado pela pandemia", afirmou a Anvisa.

Esse é o quarto medicamento autorizado no Brasil para tratamento da covid-19, sendo o terceiro em uso emergencial.

Neste sábado(24), a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária decidiu por unanimidade pelo encerramento do processo de autorização temporária do uso emergencial, em caráter experimental, da vacina Covaxin, protocolado, em junho deste ano, pela empresa brasileira Precisa Comercialização de Medicamentos Ltda.

A decisão da Agência veio após a indiana Bharat Biotech Limited International, fabricante do imunizante, comunicar que a Precisa não tinha autorização para representá-la no Brasil. Na última sexta-feira (23), a Anvisa já tinha suspendido, de forma cautelar, o estudo da vacina Covaxin no país. 

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou o recebimento, nesta terça-feira (29), do pedido de uso emergencial em caráter experimental da vacina Covaxin, da farmacêutica indiana Bharat Biotech. A solicitação é da empresa Precisa Medicamentos - que se tornou alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, que quebrou os sigilos de um dos sócios, Francisco Maximiano.

A empresa foi alvo do Ministério Público Federal (MPF) sob acusação de fraude na venda de testes para Covid-19. Na semana passada, o MPF viu indícios de crime na contratação da vacina indiana Covaxin pelo governo de Jair Bolsonaro. O preço fechado para a compra do imunizante, de US$ 15 por dose, foi 1.000% mais alto do que o estimado pela própria fabricante, seis meses antes.

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Segundo a Anvisa, as primeiras 24 horas após o pedido do uso emergencial da Coxavin serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários para avaliação estão disponíveis. Se houver informações importantes faltando, a Anvisa pode solicitar as informações adicionais ao laboratório.

Para a avaliação, a agência vai utilizar as informações apresentadas junto com o pedido e também os dados encaminhados anteriormente. O prazo de análise do pedido pode ser sete ou 30 dias, a depender do caso específico.

"Pela norma, o prazo de avaliação será de sete dias quando houver desenvolvimento clínico da vacina no Brasil ou quando o relatório ou parecer técnico emitido pela autoridade sanitária estrangeira seja capaz de comprovar que a vacina atende aos padrões de qualidade, de eficácia e de segurança estabelecidos pela OMS ou pelo ICH e pelo PIC/S", comunica a Anvisa em nota.

Segundo, a agência reguladora, o prazo de avaliação do pedido de uso emergencial não considera o tempo do processo em status de exigência técnica, que é quando o laboratório precisa responder questões técnicas feitas pela agência dentro do processo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, nesta terça-feira (1º), o uso emergencial da vacina chinesa anticovid CoronaVac, do laboratório Sinovac, informou a agência da ONU em comunicado.

O comitê de especialistas em vacinas da OMS recomendou esta vacina, que requer duas doses com intervalo de duas a quatro semanas, para pessoas com 18 anos de idade ou mais.

A vacina CoronaVac já é aplicada em 22 países e territórios, segundo dados coletados pela AFP. Além da China, está sendo usada no Brasil, Tunísia, Chile, Indonésia, México, Tailândia e Turquia, entre outros.

Este é o segundo imunizante chinês aprovado pela OMS, e a partir de agora também poderá ser usado pelo dispositivo internacional Covax de distribuição de vacinas anticovid, principalmente em países desfavorecidos.

"O mundo precisa desesperadamente de várias vacinas anticovid-19 para enfrentar as enormes desigualdades em todo o planeta", declarou Mariangela Simao, vice-diretora-geral da OMS encarregada do acesso aos medicamentos e aos produtos de saúde.

Em 7 de maio, a OMS aprovou a vacina da Sinopharm, fabricada em Pequim.

A eficácia da CoronaVac para prevenir os casos de covid-19 sintomáticos é de 51%, mas tem uma eficácia de 100% para evitar casos graves e hospitalizações nas populações estudadas, segundo a OMS. Sua eficácia em maiores de 60 anos não foi estudada.

Este produto, do tipo vacina inativa, "é fácil de armazenar, o que facilita a administração e faz com que esteja especialmente adaptado aos países com poucos recursos", destacou a agência da ONU.

A organização também aprovou o uso das vacinas da Moderna, da Pfizer/BioNTech, as duas da AstraZeneca fabricadas na Índia e na Coreia do Sul (embora o produto seja idêntico, a OMS as contabiliza como duas vacinas diferentes na hora de dar sua aprovação) e a da Johnson&Johnson, chamada "Janssen".

Este procedimento ajuda aqueles países que não têm meios para determinar por si só a eficácia e a segurança de um medicamento, para acessarem mais rapidamente as vacinas. Além disso, permitirá que o sistema Covax possa contar com outros imunizantes.

O Covax foi lançado pela OMS com a Aliança Mundial para as Vacinas e a Imunização (Gavi) e a Coalizão para as Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi) para distribuir vacinas contra a covid-19 em países de baixa renda.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informa em comunicado nesta terça-feira (1°) que aprovou a vacina Coronavac, da chinesa Sinovac, para uso emergencial contra a Covid-19. Com isso, a entidade diz que dá a países, financiadores e comunidades a garantia de que ela "atende aos padrões para segurança, eficácia e fabricação". O imunizante é o mais utilizado no Brasil até o momento, com fabricação aqui pelo Instituto Butantan.

A declaração dada agora pela OMS é um requisito para que a vacina seja ofertada no Mecanismo Covax e para que participe de licitações internacionais. "Isso permite que países acelerem sua própria aprovação regulatória para importar e administrar vacinas contra a covid-19", diz a entidade.

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A avaliação é feita por um grupo composto por especialistas em regulação do mundo e por um Grupo de Aconselhamento Técnico. A OMS disse que, no caso da CoronaVac, a avaliação incluiu inspeções in loco do local de produção na China.

A OMS diz que a vacina usa o vírus inativado e tem requisitos "simples" para estocagem, o que a torna "muito gerenciável e particularmente adequada" para condições de "baixos recursos".

De acordo com a OMS, a vacina é recomendada para adultos a partir de 18 anos, com aplicação em duas doses, sendo o intervalo entre estas de entre duas a quatro semanas. "Os resultados de eficácia mostraram que a vacina evitou a doença sintomática em 51% dos vacinados e evitou covid-19 severa e hospitalizações em 100% da população estudada", destaca a OMS.

A entidade nota que poucos adultos a partir de 60 anos fizeram parte dos estudos clínicos, por isso a eficácia não pôde ser estimada para essa faixa etária. Ainda assim, a OMS diz que não está recomendando um limite máximo de idade, pois dados posteriores em vários países sugerem que ela também protege os mais velhos. "Não há razão para acreditar que a vacina tenha um perfil de segurança diferente em populações mais velhas e mais novas", diz a instituição.

As vacinas já aprovadas pela OMS para uso emergencial incluem ainda a da Pfizer/BioNTech, da Astrazeneca-SK Bio, do Instituto Serum da Índia, da Astra Zeneca UE, da Janssen, da Moderna e a da chinesa Sinopharm, diz a nota da organização.

A agência reguladora americana FDA (Food And Drug Administration) aprovou nesta quarta-feira (26) o uso emergencial de sotrovimab como tratamento contra a Covid-19. Em comunicado, a FDA indica a prescrição para pacientes acima dos 12 anos cujos quadros clínicos da doença sejam de leve a moderado, incluindo aqueles com risco de progressão para casos mais graves, como hospitalizações.

Já a administração do tratamento para pacientes hospitalizados, ou que necessitem de oxigenoterapia devido à Covid-19, segue não autorizada, indica o comunicado, com o sotrovimab não apresentando benefícios e eventualmente oferecendo riscos nestes quadros.

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"Com a autorização deste tratamento de anticorpo monoclonal, estamos oferecendo outra opção para ajudar a manter os pacientes de alto risco fora do hospital", afirma Patrizia Cavazzoni, diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos do FDA. "É importante expandir o arsenal de terapias de anticorpos monoclonais que devem reter a atividade contra as variantes do vírus", indicou Cavazzoni.

Um anticorpo monoclonal é um tipo de proteína que se liga a uma estrutura específica (chamada antígeno). O sotrovimab é projetado para se ligar à proteína spike do sars-cov-2, limitando a capacidade do vírus de entrar nas células do corpo. O medicamento é administrado por infusão em uma veia.

"Com base na revisão da FDA da totalidade das evidências científicas disponíveis, a agência determinou que é razoável acreditar que o sotrovimab pode ser eficaz no tratamento de adultos e alguns pacientes pediátricos com Covid-19", indica o comunicado.

O tratamento é desenvolvido pela Vir Biotechnology em parceria com a GlaxoSmithKline (GSK). Na última semana, a agência reguladora europeia deu aval positivo para o sotrovimab.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na tarde desta quinta-feira, 13, o uso de dois medicamentos, os anticorpos monoclonais banlanivimabe e etesevimabe, para o tratamento de pacientes do coronavírus no País. A decisão foi anunciada durante reunião extraordinária e tem caráter emergencial, com autorização temporária para atender às demandas da pandemia.

Produzidos pela empresa Eli Lilly do Brasil Ltda., os anticorpos associados são indicados para adultos e pacientes pediátricos, acima dos 12 anos e com mais de 40 quilos, com infecção comprovada em laboratório e que estejam no grupo de alto risco para a doença (comorbidades, idade avançada, obesidade etc.). A Anvisa frisou, entretanto, que o tratamento não deve ser administrado em pacientes que já estejam com quadro grave da doença, o que pode "piorar o desfecho clínico".

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Os medicamentos são indicados logo após a identificação do coronavírus no corpo e até dez dias após o início de sintomas. A Anvisa também reforçou que o uso é restrito a hospitais, sob prescrição médica, e não pode ser comercializado em farmácias. De acordo com o estudo clínico apresentado à agência, o tratamento reduz em até 70% o risco relativo da covid-19.

A posologia indicada é de 700 mg do banlanivimabe e 1400 mg do etesevimabe, administrados em infusão intravenosa (solução aplicada na veia). Ainda não há, entretanto, dados que garantam a eficácia e segurança do tratamento em pacientes menores de 18 anos ou gestantes. O uso em crianças deve ser feito com base em avaliações de farmacocinética.

Também não há comprovação de segurança ou eficácia do tratamento contra a variante P1, identificada inicialmente em Manaus. Ainda assim, a agência indicou que as informações presentes até o momento são "satisfatórias" para o uso nesse caso.

O tratamento foi autorizado ainda em fevereiro pela Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos. Em março, ele também recebeu parecer positivo pela Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP, na sigla original), da Agência Europeia de Medicamentos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, nesta sexta-feira (7), a homologação de urgência para a vacina anticovid chinesa Sinopharm - anunciou o diretor-geral desta agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O comitê de especialistas da OMS recomendou a vacina - o primeiro imunizante chinês aprovado pela organização internacional - para as pessoas de mais de 18 anos.

As discussões para padronizar uma segunda vacina chinesa, Sinovac, estão em andamento. Outra vacina Sinopharm - feita neste caso em Wuhan - também está sendo estudada para aprovação pela OMS.

A entidade já aprovou o imunizante da Moderna, da Pfizer / BioNTech, as duas vacinas AstraZeneca fabricadas na Índia e na Coreia do Sul - a OMS as considera como aprovações separadas, mesmo que o produto seja idêntico - e a da Johnson & Johnson, chamada Janssen.

Esse procedimento ajuda os países que não dispõem de meios suficientes para determinar a eficácia e a segurança de um medicamento por conta própria.

Dessa forma, esses países podem acessar rapidamente as terapias, enquanto o sistema global de distribuição de vacinas da Covax, criado pela OMS com duas alianças semiprivadas internacionais, também pode distribuir doses adicionais para eles.

O Brasil aprovou nesta quarta-feira(31) o uso emergencial da vacina da Janssen contra a covid, de dose única, a quarta autorizada no país que vive a fase mais letal da pandemia.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu por unanimidade em reunião de sua diretoria que a vacina da subsidiária da gigante farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson seja administrada em caráter emergencial, destinada a grupos prioritários até que seu uso em grande escala seja aprovado.

O governo de Jair Bolsonaro assinou há duas semanas com a farmacêutica a compra de 38 milhões de doses da Janssen, mas elas só começarão a chegar ao país em agosto.

Do ponto de vista logístico, a vacina da Johnson & Johnson é considerada a mais atraente do mercado, pois não requer uma cadeia de frio extrema e, acima de tudo, precisa de uma única dose para imunizar as pessoas.

Por enquanto, o Brasil aplica apenas a vacina chinesa CoronaVac, licenciada para uso emergencial, e a vacina sueco-britânica AstraZeneca, licenciada para uso em larga escala.

Ambas são produzidas também no país pelo Instituto Butantan (São Paulo) no caso da CoronaVac, e pela Fundação Fiocruz (Rio de Janeiro), no caso da AstraZeneca.

A Anvisa também autorizou o uso em larga escala do imunizante da Pfizer-BioNTech, mas os 100 milhões de doses adquiridos pelo governo começarão a chegar entre abril e maio, segundo o Ministério da Saúde.

A vacinação no Brasil começou no dia 18 de janeiro, mais tarde do que em outros países da região, como Argentina e Chile, e está avançando lentamente.

Até o momento, cerca de 8% da população recebeu a primeira dose e 2,3% estão totalmente imunizados com uma das duas vacinas disponíveis.

Analistas atribuem a morosidade da campanha de imunização à demora do governo Bolsonaro, que por meses minimizou a gravidade da doença, em fechar acordos com grandes laboratórios farmacêuticos.

O chanceler Ernesto Araújo renunciou ao cargo na segunda-feira, diante de uma onda de críticas que atribuíam às suas tensões ideológicas com a China, grande produtora de vacinas e insumos anticovid, a dificuldade do país em adquirir esses produtos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou neste sábado, 27, que suspendeu o prazo de análise de pedido de uso emergencial da vacina contra covid-19 Sputnik V, desenvolvida na Rússia, por falta de apresentação de dados solicitados pela reguladora. O órgão regulador diz que, apesar da suspensão, continua a análise das demais informações entregues pela União Química. Com a decisão, o prazo inicial, de sete dias, é interrompido e só volta a contar com a complementação da documentação pela empresa.

Nesta sexta-feira, 26, a União Química, que será responsável por fabricar a Sputnik no Brasil, e o Fundo Soberano da Rússia (RDIF) fizeram novo pedido à Anvisa de uso emergencial. Em janeiro, a agência devolveu uma primeira solicitação de mesmo teor, sob alegação de que não recebeu dados mínimos para a análise. Em painel disponível no seu site, a Anvisa informa que, dos documentos exigidos da empresa, 62,02% estão em análise, 18,21% estão pendentes de complementação e 18,67% não foram apresentados.

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O Ministério da Saúde comprou 10 milhões de doses deste imunizante, que começam a chegar ao País no próximo mês. O Consórcio do Nordeste, formado por governadores da região, comprou outras 37 milhões de unidades, que também serão repassadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI) e distribuídas a todo o País. A eficácia do imunizante, que exige a aplicação de duas doses, é de 91,6%, segundo dados publicados na revista científica The Lancet.

O pedido de uso emergencial foi feito com base em dispositivos de lei aprovada neste mês, que prevê facilitar a entrada de vacinas já autorizadas em outros países, como a Rússia. Pela regra, a Anvisa terá sete dias para apresentar um parecer sobre o uso da vacina. A Anvisa usará dados das agências estrangeiras, mas ainda pode negar o pedido neste prazo. Caso considere as informações insuficientes, a agência pode utilizar a "regra geral", que prevê até 30 dias para a análise de uso emergencial para vacinas que não tiveram estudos clínicos no Brasil.

Ex-presidentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), especialistas da área de saúde e representantes da indústria de medicamentos criticaram a regra aprovada pelo Congresso. Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e primeiro presidente da Anvisa, o médico Gonzalo Vecina afirma que a regra abre margem para colocar no Brasil vacinas sem dados robustos de eficácia e segurança. "Essa medida provisória destrói a Anvisa."

Para o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, o texto retira a autonomia da agência. "Não podemos em razão da pandemia matar a Anvisa."

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O advogado Paulo Almeida, diretor executivo do Instituto Questão de Ciência, afirma que a Anvisa se torna "carimbadora de opinião de institutos internacionais" com a mudança na MP. "O Congresso tem histórico recente de legislar em assunto técnico de saúde, o que não dá certo: a liberação da fosfoetanolamina (pílula do câncer). A consequência é a judicialização."

Professor de epidemiologia da USP, Paulo Lotufo avaliou que o Congresso deu uma "tratorada" na Anvisa e vê risco à soberania nacional, pois o Brasil abriria mão de análises próprias sobre a segurança de vacinas para a covid-19. Ex-presidente da agência e médico sanitarista, Claudio Maierovitch afirma que é grave a classe política querer "fazer força" para eliminar a análise das vacinas. "A Anvisa está jogada aos leões."

Defensor. Diretor de Negócios Internacionais da União Química, que deve distribuir a Sputnik V no Brasil, o ex-deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF) defende a alteração. Segundo ele, o Congresso tem percebido "a necessidade de o povo brasileiro ter mais vacinas". "Fala-se que existe pressão para salvar vidas. Eu falo com o papa se precisar."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, viu na noite de quinta-feira, 4, concretizar-se a ameaça do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), de "enquadrar" o órgão. Isso porque o Congresso aprovou alterações em uma medida provisória para determinar que a agência "concederá" o uso emergencial de vacinas aprovadas em outros países, incluindo a Rússia e a Argentina. Na leitura de Barra Torres, que estuda ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra este item, o texto obriga a aprovar as vacinas mesmo sem uma análise da agência brasileira e lança dúvidas sobre a segurança e eficácia dos produtos que entrarem no País por este caminho.

"Se isso prosperar, a Anvisa passa a ter papel meramente cartorial, deixa de ter seu poder de análise. O texto acrescenta essa questão que seria automática (a aprovação), completamente isenta de análise", disse o chefe da Anvisa ao Estadão. Barra Torres afirmou que a proposta do Congresso, que segue para a sanção presidencial, "destruirá de forma irreparável" a credibilidade do País. "Para quem estiver de fora do Brasil verá que algum motivo houve (para a mudança na MP), por mais que incompreensível. Certamente a credibilidade do País estará comprometida", declarou.

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A possibilidade de acionar o STF ainda é avaliada. Pode ocorrer tanto se Bolsonaro sancionar o artigo quanto se vetar, mas depois o Congresso devolver o texto.

O artigo atacado por Barra Torres foi inserido na medida provisória ainda na Câmara e chancelado pelo Senado. Já há na legislação a previsão de que a agência "pode conceder" a autorização "excepcional e temporária" para a importação de vacinas registradas nos Estados Unidos, Europa, China, Japão e Reino Unido. O Congresso ampliou este leque, inserindo as agências do Canadá, Coreia do Sul, Rússia e Argentina. Além disso, mudou a redação para determinar que a Anvisa "concederá" esta autorização em até cinco dias, mesmo se estas vacinas tiverem apenas aval de uso emergencial nesses países.

Na leitura da autoridade sanitária brasileira, não há mais margem para uma análise técnica e aprovação tornou-se o único caminho, caso prospere o texto aprovado pelo Congresso.

Relator da MP na Câmara, o deputado Geninho Zuliani (DEM-SP) nega que a Anvisa esteja sem poder para análise de vacinas. "Obviamente que não se trata de um ato puramente vinculado por parte da Anvisa, que poderá, caso não estejam presentes os requisitos legais, inclusive aqueles produzidos em atos infralegais posteriormente editados, negar fundamentalmente o pedido formulado", afirmou ao Estadão.

"Qualifico esse momento como o mais grave que estamos vivendo da saúde pública nacional nas últimas décadas", disse Barra Torres. Ele afirma que não tomará vacinas aprovadas desta forma. "Se for dessa modalidade, sem análise técnica da Anvisa, eu não tomarei e não aconselharei ninguém a fazê-lo", declarou.

O presidente da Anvisa disse que não há razão para tornar o processo automático. "A agência deixou de agir de maneira rápida na análise vacinal? Não. Pelo contrário", declarou, lembrando que o órgão aprovou o uso emergencial da Coronavac e da vacina de Oxford/AstraZeneca em 9 dias, o que, segundo ele, foi o rito mais rápido visto entre as principais autoridades sanitárias do mundo.

Sob pressão, ministério quer avançar na compra de mais imunizantes

A Anvisa foi "enquadrada" no momento em que Bolsonaro e o Congresso pressionam pela liberação de novas vacinas. Para não depender principalmente da Coronavac, imunizante associado ao governador paulista, João Doria (PSDB), o Ministério da Saúde avança na compra da Sputnik V e da Covaxin, desenvolvidas, respectivamente, na Rússia e na Índia. A Anvisa, porém, ainda aguarda mais dados sobre a segurança e a eficácia destes produtos.

Ex-ministro da Saúde e líder do governo na Câmara, Barros avisou ao Estadão na quarta-feira, 3, que iria para cima da agência. "O que eu apresentar para enquadrar a Anvisa passa aqui (na Câmara) feito um rojão", disse. "Eu vou tomar providências, vou agir contra a falta de percepção da Anvisa sobre o momento de emergência que nós vivemos. O problema não está na Saúde, está na Anvisa. Nós vamos enquadrar", completou o líder do governo.

"Ele (Barros) mostrou toda a sua experiência. Concretizou a ameaça feita pela manhã. Esse enquadramento se deu com a aprovação da medida provisória. É um processo que está deflagrado", disse Barra Torres, que afirma que servidores da agência estão "indignados" com as falas do deputado e o texto aprovado.

Bolsonaro chegou a desautorizar Barros ao afirmar que a Anvisa "não pode sofrer pressão de quem quer que seja". A declaração foi feita ao lado de Barra Torres, na "live semanal" do presidente, na noite de quinta-feira, 4. "Entendi a fala do presidente como de apoio à agencia", disse Barra Torres. O chefe do órgão disse que não comentou com Bolsonaro sobre a fala do deputado ou sobre a discussão do Congresso. Afirmou que enviará sugestões de veto ao texto por meio da Casa Civil.

Ao mesmo tempo que prestigia o órgão, porém, Bolsonaro cobra auxiliares pela compra de mais vacinas e vê a Sputnik V e a Covaxin, especialmente, como promissoras. Há ainda forte lobby político pela aprovação dos imunizantes. A Sputnik V, por exemplo, deve ser distribuída no Brasil pela União Química, que fechou contrato com os russos para ainda produzir o imunizante em solo brasileiro.

O dono da empresa, Fernando de Castro Marques, foi candidato a senador pelo Solidariedade, em 2018, mas não se elegeu. O atual diretor de negócios internacionais do laboratório, Rogério Rosso, é uma antiga liderança do Centrão. Foi deputado federal pelo PSD e governador do Distrito Federal.

Barra Torres reconhece que há ofensiva do Congresso sobre a Anvisa, mas poupa o Ministério da Saúde e Bolsonaro das críticas. Apesar de não citar nomes de farmacêuticas ou laboratórios, o chefe da agência sugere que a retirada de poderes da Anvisa pode ter como objetivo aprovar a entrada de imunizantes que nem sequer tem dados robustos de segurança e eficácia. "Vamos ver se empresas que poderiam se beneficiar deram entrada antes ou ficaram apenas aguardando o efeito da MP. Se aguardaram, qual foi o motivo? Aguardaram tendo solidez dos estudos ou não? Se aguardaram não tendo, o risco sanitário não será mais risco. Será ato concreto contra a saúde da população", disse ele.

Para o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a aprovação de vacinas contra a Covid-19 e a imunização da primeira brasileira com Coronavac, em São Paulo, mostra que o Brasil 'pode trabalhar junto como um só País'.

"Precisaremos disso para a necessária vacinação em massa", afirmou o ex-juiz da Lava Jato, que deixou o governo Bolsonaro em abril, no início da pandemia do novo coronavírus.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou, nesse domingo (17), por unanimidade, o uso emergencial da Coronavac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

Minutos após o fim da reunião da Anvisa, a enfermeira do Instituto Emílio Ribas Mônica Calzalans foi a primeira brasileira vacinada contra a Covid-19.

Nos pareceres e votos que embasaram a aprovação do uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford ontem, servidores e diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em contraponto ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro Eduardo Pazuello, defenderam a ciência e a segurança das vacinas e refutaram a existência de tratamento precoce contra a covid - defendida pelo Ministério da Saúde e por Bolsonaro com base em medicamentos comprovadamente ineficazes, como a hidroxicloroquina.

Antes mesmo do início dos votos dos cinco diretores da Anvisa, a Gerência-geral de Medicamentos da agência argumentou que a recomendação pela aprovação dos imunizantes se justificava, entre outras razões, pela ausência de tratamentos efetivos contra a covid.

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A diretora relatora dos processos, Meiruze Freitas, também ressaltou esse ponto em seu voto. "Até o momento, não contamos com alternativa terapêutica aprovada e disponível para prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus", declarou ela.

Também contrariando Bolsonaro, que já lançou dúvidas sobre a segurança das vacinas, os diretores ressaltaram a importância do imunizante para controlar a pandemia e alertaram para a necessidade da manutenção das medidas de proteção individual.

"(Considerando) Que as vacinas são a forma mais eficaz de prevenir doenças infecciosas, salvando milhões de vidas em todo o mundo, acompanho a relatora e voto por autorizar o uso emergencial em caráter experimental das vacinas de covid-19", disse o diretor Romison Rodrigues Mota.

Até o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, aliado de Bolsonaro e que criou polêmica em março ao participar de atos sem máscara com o presidente, defendeu as medidas de proteção individual e recomendou que a população se vacine. "A imunidade com a vacinação leva um tempo para se estabelecer. Mesmo vacinado, use máscara, mantenha o distanciamento social e higienize suas mãos. Confie na Anvisa, confie nas vacinas que a Anvisa certifica e, quando elas estiverem ao seu alcance, vá e se vacine", declarou.

Ciência

Os diretores também defenderam decisões baseadas na ciência e negaram interferência na agência. "O momento é histórico, de enfrentamento real à pandemia, capaz de reverter esse cenário devastador, um divisor de águas na história. Daí a importância de uma análise acertada, sempre pautada no equilíbrio e na cientificidade", disse a diretora Cristiane Jourdan Gomes.

No voto mais duro contra os negacionistas e a negligência, o diretor Alex Campos, que foi chefe de gabinete do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, defendeu o caráter técnico da agência e criticou a ação do Estado no combate á pandemia. "No nosso vocabulário, não há espaço para negação da ciência, tampouco para a politização. A tragédia de Manaus é a expressão mais triste e revoltante da falha objetiva do Estado, em todos os níveis. As imagens nos últimos dias nos fazem prestar homenagem sincera a esses brasileiros do Amazonas, e a todos que foram vítimas da covid e da incúria do Estado", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que afirmou neste domingo, 17, que a Coronavac, que teve uso emergencial aprovado pela Anvisa nesta tarde, foi financiada "sem um centavo de São Paulo".

O tucano afirmou estar "atônito" com o que disse Pazuello. "Diz que foi com o dinheiro do SUS, é inacreditável", comentou. "Não há 1 centavo (do SUS) até agora para vacina, nem estudo, compra, pesquisa, nada", acrescentou.

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Doria cobrou que o ministro trabalhe pela saúde. "Chega de mentira", afirmou. "Seja honesto, decente", atacou, na sequência.

O governador paulista disse também ser necessário "um pingo de humildade" do governo federal. "Eu sei que é difícil ao senhor (Eduardo Pazuello) e ao Jair Bolsonaro, mas tenham um pingo de humildade para reconhecer o esforço de São Paulo para oferecer a vacina aos brasileiros", disse.

De acordo com o tucano, o Estado destinará as vacinas que cabem ao ministério e a São Paulo. A previsão é de que a entrega ocorra amanhã.

Doria assegurou ainda que enviará, fora das cotas estaduais, mais 50 mil doses a profissionais de saúde do Amazonas. Ele afirmou que essa remessa irá de avião. "Não confio no Ministério da Saúde", atacou.

O governador afirmou ainda que o presidente Jair Bolsonaro "faz golpes de morte" em sua política de enfrentamento à covid-19. "O golpe de morte é o que dá Jair Bolsonaro e a incompetência do seu governo", disse.

Hospitais

Doria também afirmou que começa nesta segunda-feira, 18, o plano logístico para distribuição de vacinas em hospitais no Estado de São Paulo.

Doria explicou que a vacinação começa primeiro pelo Hospital da Clínicas, em São Paulo, e depois pelos hospitais de Ribeirão Preto, Marília, de Campinas (Unicamp), Botucatu (Unesp), Hospital de Base de São José do Rio Preto.

"E na sequência para todos os hospitais públicos e privados", afirmou o governador.

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