A banda paulista Os13 lança, nesta sexta (2), o clipe do seu novo single, O Tempo Voa. No vídeo, o protagonismo fica para a acessibilidade comunicacional, pois a música aparece toda traduzida para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) pela intérprete Karem Martins.
No clipe, Karem surge ocupando diferentes espaços traduzindo a letra da canção para Libras. O objetivo da banda era passar alguns de seus lemas norteadores, como a liberdade, conscientização e respeito ao próximo, também presentes no single.
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A banda Os13 é de São Paulo e já está na estrada desde meados de 2015. O grupo aposta no rock trazendo influências de grandes nomes dessa cena brasileira, como Barão Vermelho, O Rappa e Charlie Brown Jr.
O festival No Ar Coquetel Molotov (NOARCM), que acontece neste sábado (16), no Caxangá Golf & Country Club, preparou, na busca de tornar-se mais inclusivo, algumas ações para receber pessoas com deficiência. Além de uma equipe capacitada para realizar tradução em libras, também será oferecido um receptivo de apoio para proporcionar uma melhor integração das áreas para Pessoas com Deficiências (PcDs).
O evento tem se preocupado com a acessibilidade desde o primeiro momento de divulgação, em suas redes sociais. Os canais do NOARCM têm usado as hashtags #pracegover e estão fazendo a divulgação de serviço de lista free para pessoas com deficiência. As inscrições da lista foram divulgadas nas redes do festival e feitas através de e-mail.
No dia do evento, alguns shows terão tradução em libras. A apresentação de Liniker e os Caramelows também terá audiodescrição para pessoas cegas. Além disso, um frontstage foi reservado para que o público possa assistir aos shows sem barreiras e enxergar de perto o que acontece no palco. Na praça de alimentação, os cardápios terão versão em braile e na Feira na Laje, um stand de apoio contará com intérpretes de Libras e equipe de uma agência de inteligência inclusiva, a In Soluções, oferecendo qualquer ajuda necessária.
O III encontro Alumiar de Cinema Acessível abre sua programação na próxima terça (13), no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco. Voltado para pessoas cegas, de baixa visão, surdas e ensurdecidas, o festival foca na acessibilidade comunicacional promovendo exibições de filmes, oficinas e debates, durante quatro dias.
Além das sessões de filmes com audiodescrição, LSE - legenda para surdos e ensurdecidos -, e Libras, o festival promove atividades formativas e debates direcionados a estudantes, profissionais e estudiosos na área de acessibilidade comunicacional. Um dos convidados será o professor e cineasta espanhol Pablo Romero Fresco, um dos mais reconhecidos pesquisadores do tema no audiovisual do mundo. Também serão oferecidas oficinas de acessibilidade na televisão, e palestras. Todas as atividades são gratuitas e as inscrições podem ser feitas pela internet.
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O III Encontro Alumiar marca o encerramento da primeira fase do projeto, lançado em outubro de 2017, que realizou a acessibilidade de 20 filmes brasileiros, exibidos quinzenalmente. A segunda etapa do Alumiar está previsto para começar no início de 2019 e deverá ser itinerante, passando por diversos municípios de diferentes regiões pernambucanas.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
Cinema da Fundação / Derby
13/11
Sala do Cinema
14h30 Abertura: Ivete Lacerda, presidente da Fundaj e Nádia Ferreira, Roquette Pinto/TV Escola
Masterclass: Cinema Acessível, com Pablo Romero Fresco (Universidade de Vigo/ESP)
19h Oficina: Como integrar a acessibilidade
no processo de filmagem, com Pablo Romero Fresco
14/11
Sala do Cinema
14h30 Mesa: Audiovisual Acessível, com Ana Farache e Liliana Tavares (Projeto Alumiar), Chico Faganello (Filmes que Voam) e Luana Corrêa (TV Escola) mediação: Túlio Rodrigues
16h30 Sessão Filmes que Voam: A Hora da Estrela, de Suzana Amaral (com audiodescrição e Libras)
15/11
Sala João Cardoso Ayres
9h Palestra: Audiodescrição no Cinema, com Lívia Motta (SP)
Sala do Cinema
14h30 Mostra Alumiar: Carlota Joaquina, de Carla Camurati (com audiodescrição, Libras e LSE + Debate com equipe de acessibilidade)
Sala João Cardoso Ayres
19h Oficina: Acessibilidade na Televisão - produção de recursos de acessibilidade para produtos audiovisuais – case TV Escola e TV INES, com Luana Corrêa (TV Escola)
16/11
Sala João Cardoso Ayres
9h Palestra: Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE) no Cinema, com Eliana Franco (BA)
Sala do Cinema
14h30 Mostra Alumiar: Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues (com audiodescrição, Libras e LSE + Debate com equipe de acessibilidade)
17/11
Sala João Cardoso Ayres
9h Palestra: Libras no Cinema, com Jonatas Medeiros (PR)
Cinema da Fundação / Museu
17/11
Cinemateca Pernambucana
16h Lançamento do livro Alumiar
Sala do Cinema
17h30 Mostra Alumiar/Sessão Cinemateca:
Veneza Americana, de Ugo Falangola e Jota Cambieri, cine concerto acessível com trilha sonora ao vivo pelo músico Felipe Monteiro (com audiodescrição e Libras)
A Coordenação do Cinema da Fundação promove, entre os dias 16 e 19 de julho, o 2º Encontro de Cinema Acessível que contará com cursos, master classes e debates na sede da Fundaj, localizada no bairro do Derby, área central do Recife.
O encontro é direcionado a estudantes, profissionais e estudiosos na área de acessibilidade comunicacional. Durante os quatro dias de evento, serão oferecidos cursos de legenda para surdos e ensurdecidos (LSE) e de narração de audiodescrição, além de master classes que abordarão o som e a imagem no cinema.
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"Vamos aproveitar o encontro pra fazermos um balanço do projeto Alumiar, lançado em outubro do ano passado numa parceria com a TV Escola/MEC. Até o momento já atraímos mais de 1300 pessoas, e tornamos acessíveis e exibimos 15 filmes nacionais com Libras, LSE e audiodescrição”, explica Ana Farache, idealizadora e coordenadora do projeto Alumiar.
Os interessados em participar dos cursos podem se inscrever através do site do Cinema da Fundação. Para as demais formações, as inscrições serão no local do evento. Todas as atividades do 2º Encontro Alumiar serão gratuitas e fornecerão certificados. Confira a programação completa:
Segunda (16) - 14h30: Abertura do Encontro Alumiar + Sessão Alumiar com o filme Cromossomo 21 + Debate 18h às 21h30: Curso LSE para Cinema com Deise Medina (BA)
Terça (17) - 9h às 12h: Curso Narração de Audiodescrição para Cinema com Marcia Caspary (RS)
13h30 às 15h: Master Class – O Som no Cinema, com Rodrigo Carreiro (UFPE)
15h30 às 17h: Mesa – Cinema, Som e Acessibilidade, com Carlos Di Oliveira (Intérprete de Libras), Liliana Tavares (Audiodescritora) e Robson Souza (Legendista)
18h às 21h30: Curso LSE para cinema com Deise Medina (BA)
Quarta (18) - 9h às 12h: Curso Narração de Audiodescrição para Cinema, com Marcia Caspary (RS)
13h30 às 15h: Master Class – Como Ler Imagens, com Paulo Cunha (UFPE )
15h30 às 17h: Mesa – Cinema, Imagem e Acessibilidade, com Ana Farache (coordenadora do projeto Alumiar), Deise Medina (Legendista), Rogério Pinto (Editor) e Túlio Rodrigues (Audiodescritor)
18h às 21h30: Curso LSE para cinema com Deise Medina (BA)
Quinta (19) - 9h às 12h: Curso Narração de Audiodescrição para Cinema, com Marcia Caspary (RS)
14h às 15h30: Master Class – Voice Over/Leitura de legendas com Márcia Caspary (RS)
No último dia 9 de maio, a banda Devotos fez um show na abertura da exposição A arte é um manifesto - 30 anos de Devotos, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), no Recife. O que 'chamou atenção' na apresentação, foi a presença de uma tradutora de Libras, que acompanhou e traduziu todo o show para o público com deficiência auditiva presente.
Os recursos que oportunizam pessoas cegas ou com baixa visão, e surdas ou ensurdecidas, a terem acesso a atividades e bens culturais com autonomia e independência têm sido cada vez mais presentes na produção cultural da atualidade. Esse crescimento está ligado não só ao aumento do interesse e conhecimento do próprio público consumidor destes recursos como de produtores e artistas. Porém, ainda é preciso maior atenção e zelo no que diz respeito à inclusão desse público nas atividades culturais e artísticas dos espaços públicos e privados das cidades para que haja uma inclusão, de fato, plena.
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O show que marcou a abertura da exposição A Arte é um manifesto, do artista plástico Neilton, foi apenas um dos pontos da mostra com acessibilidade. Lá também é possível encontrar recursos de audiodescrição, que descreve as obras expostas, e textos em braile, para pessoas cegas. Já para as pessoas com deficiência auditiva, haverá visitas guiadas com tradutores de Libras nos dias 16 de junho e 7 de julho. Mas, apesar de tais recursos serem ações positivas e de inclusão, a pequena agenda de eventos para aqueles com deficiências denuncia uma das dificuldades com as quais este público ainda precisa lidar.
É o que denuncia o intérprete de Libras e youtuber Carlos di Oliveira: "Existem projetos lindos (de acessibilidade), mas é um dia no cinema. Então, a pessoa com deficiência não tem nem a opção de estar em casa em um domingo e resolver ir ao cinema, ela tem que ir em um dia específico. Isso não é inclusão de verdade".
Carlos é criador e apresentador no canal Janela dos Dias, que discute acessibilidade comunicacional na cultura. Para ele, o acesso à arte, por parte de deficientes, tem aumentado mas ainda é preciso mais: "A gente está só no início. Já houve um avanço grande, se falarmos em 10 anos atrás, até porque acessibilidade é a palavra da moda. Mas está na hora de sair da palavra da moda para se tornar a ação da moda. A necessidade da acessibilidade já está entrando no inconsciente popular, até mesmo dos gestores dos espaços públicos, mas as ações são bem pontuais", analisa.
Em Pernambuco, foi possível sentir um grande avanço na questão da acessibilidade na área do audiovisual, nos últimos anos. Os produtores da área concordam que o Funcultura, fundo de incentivo do Governo do Estado, foi um dos grandes impulsionadores para isso. Desde 2014, o edital atribui pontuação máxima aos projetos que garantem alternativas de acessibilidade. "Isso foi um grande avanço. Todos produtores tiveram que começar a incluir isso nos projetos, mas muitos não fazem ainda", diz Liliana Tavares, psicóloga, doutoranda em Comunicação com ênfase em audiodescrição no cinema, audiodescritora e realizadora do VerOuvindo: Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife.
Liliana coloca que uma parcela de produtores do audiovisual não se preocupa com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, janela de libras e legendagem, por acreditar que são produtos que encarecem o projeto e, também, que o público a que se destina não vai aos cinemas. "Isso é um mito, uma falta de conhecimento. Existe um público grande que quer frequentar esses espaços e precisa ser convidado. Hoje em dia a gente já vê muito mais pessoas com deficiência visual ou auditiva frequentando teatro, cinema e exposições". Sobre os custos, ela também diz ser uma inverdade: "Muitos reclamam que a acessibilidade é cara e isso também é infundado. A acessibilidade é o valor de qualquer outro produto, muito mais barato do que a maioria das coisas do audiovisual".
Em sua experiência com o festival VerOuvindo, Liliana viu crescer o interesse das pessoas e, também, profissionais por esses recursos. Realizada desde 2014, a mostra de filmes, segundo ela, se propõe a formar público, inclusive com as atividades itinerantes - que já passaram por várias cidades brasileiras -, além de se preocupar com a capacitação de trabalhadores para atuar no segmento, com oficinas e debates: "Isso faz com que o público fique fortalecido e que mais pessoas se interessem pelos recursos"
O objetivo é fomentar o mercado da audiodescrição e discutir como fazer melhor esse trabalho. "Nesse momento atual do mercado existem muitos aventureiros que fazem dublagem por exemplo, que acham que fazer audiodescrição é só falar as coisas que estão vendo. Mas existe uma técnica de leitura de imagem, de organização e tradução das frases. É preciso passar por uma formação. Os produtores também precisam saber isso. Não adianta você fazer um filme lindo e uma péssima audiodescrição, vai destruir seu filme", explica Liliana.
Inclusão plena
Para sensibilizar os produtores do audiovisual foi criada, há 14 anos, a campanha Legenda para quem não ouve, mas se emociona. A proposta é conscientizar as pessoas sobre o direito dos não ouvintes à acessibilidade comunicacional no mundo das artes. O criador da campanha, Marcelo Pedrosa, esteve na abertura da 22ª edição do Festival Cine Pe, no último mês de maio, para falar um pouco dessa luta. "A gente pensa a acessibilidade como custo, mas a gente precisa entender que se trata de investimento público".
Coincidentemente, foi durante o Cine PE do ano de 2004 que a campanha teve início. De lá para cá, houve algumas vitórias, como a do Funcultura, e o próprio festival, que hoje conta com legendagem eletrônica e tradutores de Libras durante as cerimônias de abertura, encerramento e homenagens. Passos para que haja, de fato, inclusão social e para que estes recursos deixem de 'chamar atenção', como dito no início desta matéria, e passem a ser tidos como comuns para todos, sobretudo para quem mais precisa.