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Equipes do Corpo de Bombeiros apagaram nesta quarta-feira (9) os últimos focos do incêndio que destruiu 32 vagões ferroviários, carregados com celulose, na tarde desta terça-feira (8) no trecho da estrada de ferro da América Latina Logística (ALL), entre os municípios de Valparaíso e Lavínia, no interior de São Paulo.

A Fibria, líder mundial na fabricação de celulose de eucalipto, não revelou a quantidade de transportada, mas um funcionário da empresa estimou que cada vagão levava cerca de 70 toneladas, o que representaria um prejuízo de US$ 1,6 milhão a US$ 2 milhões (entre R$ 6 milhões e R$ 7,5 milhões). Em nota, a Fibria não confirmou os valores e disse que tomou "as medidas cabíveis para a contenção do incêndio e segurança para a comunidade". Informou ainda que fará uma apuração detalhada sobre os danos à ferrovia e à carga transportada.

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A composição, com mais de 100 vagões, levava a celulose, produzida na fábrica da companhia em Três Lagoas (MS), para o Porto de Santos. Ao passar perto de um canavial em chamas, pegou fogo. Trinta e dois vagões com celulose teriam sido atingidos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o vento levou as chamas para a composição. "As laterais dos vagões são tapadas com lonas, material de fácil combustão, o que ajudou na propagação das chamas", explicou o capitão Márcio Fujikuro, do Corpo de Bombeiros.

Quatro caminhões da corporação foram deslocados para o local do incêndio, que também contou com auxílio de caminhões-pipas de usinas de açúcar e álcool das proximidades. Apesar da forte chuva, o vento espalhou o fogo, obrigando os bombeiros a separar os vagões. A concessionária informou que enviou equipes para auxiliar no rescaldo, fazer a remoção da carga que restou e retirar as composições do local para desinterditar o trecho.

A análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de uma possível incorporação da América Latina Logística (ALL) pela Rumo, do Grupo Cosan, pode se estender até 2015. Segundo o diretor-financeiro e de relações com investidores da ALL, Rodrigo Campos, o Cade tem prazo legal de 330 dias para anunciar uma decisão assim que o processo é submetido à sua análise. A operação será submetida, nesta quinta-feira, 8, à assembleia geral de acionistas da ALL em Curitiba.

Campos, no entanto, afirmou que é difícil prever um prazo para a finalização de um eventual processo no Cade. "O melhor a se fazer, caso a operação seja aprovada pelos acionistas, é prover o Cade de todas as informações para que o órgão analise o negócio o quanto antes", disse o executivo, durante teleconferência com analistas.

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No último dia 15, o conselho de administração da ALL aprovou a proposta da Rumo para combinar as atividades das duas empresas, mediante a incorporação das ações de emissão da concessionária pela subsidiária da Cosan. A proposta recebida pela ALL em fevereiro fixou um valor de referência à companhia de R$ 6,958 bilhões, o equivalente a R$ 10,184 por ação. A Rumo valeria R$ 4 bilhões, ou R$ 3,90 por ação. Rumo e seus acionistas (TPG e Gávea) terão 36,5% do negócio.

Os executivos da ALL evitaram comentar o possível acordo com a Rumo, alegando que apenas hoje será realizada a assembleia de acionistas. O conselho da ALL já aprovou a proposta, mas uma combinação das empresas, que enfrentam disputas na justiça envolvendo descumprimentos de contratos, só deve ocorrer após aprovação de órgãos reguladores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A América Latina Logística (ALL) reportou lucro líquido 78,7% abaixo da média das estimativas de analistas consultados pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado (JPMorgan, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bradesco). Enquanto o mercado previa, na média, lucro líquido de R$ 36,1 milhões no primeiro exercício do ano, a concessionária anunciou na manhã desta terça-feira, 6, R$ 7,7 milhões - o dado exclui os resultados da Argentina e a perda de concessões no país vizinho no ano passado.

O Ebitda ajustado divulgado hoje pela companhia, de R$ 444,7 milhões no primeiro trimestre, coincidiu com a média das estimativas dos analistas. A ALL, no entanto, já havia divulgado o resultado do Ebitda em sua prévia operacional, no último dia 16. Sobre a margem Ebitda, a expectativa dos analistas consultados foi entre 47,3% e 49,3%. A empresa reportou hoje margem Ebitda de 49,1%.

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A receita líquida do primeiro trimestre de 2014 também ficou em linha com a estimativa dos analistas. A empresa reportou R$ 905,9 milhões, enquanto a média das previsões das casas consultadas foi de R$ 939,1 milhões. O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

A Fibria Celulose entrou na discussão entre América Latina Logística (ALL) e Rumo Logística ao afirmar que os volumes de transporte demandados pela subsidiária do Grupo Cosan ocupam tamanha capacidade da ferrovia que atrapalham o escoamento da sua produção até o Porto de Santos. A Fibria foi qualificada como terceira interessada no inquérito administrativo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e colocou o setor de papel e celulose na discussão sobre o acordo entre ALL e Rumo. Até então, a associação entre as duas companhias estava sendo questionada por produtores de soja e açúcar, operadores logísticos e pela própria ALL.

A Fibria protocolou a petição na qual pede para ser qualificada pelo Cade como terceira interessada no dia 28 de fevereiro. No documento, a empresa afirma que a ALL descumpre contrato firmado em 27 de setembro de 2009 para o transporte de 1,2 milhão de toneladas anuais de celulose por causa, principalmente, dos compromissos que a concessionária tem de assumir com a Rumo.

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“Desde a sua assinatura, o contrato vem sendo reiteradamente descumprido pela ALL, muito em razão dos contratos firmados entre ALL e Rumo, tendo, portanto, os seus direitos e interesses afetados diretamente pela discussão objeto deste inquérito administrativo”, informa a Fibria na petição.

Paralelamente à petição protocolada no Cade, a companhia de celulose entrou com processo na Justiça contra a ALL, segundo fontes.

A empresa exportou, no ano passado, cerca de 90% de sua produção de 5,2 milhões de toneladas de celulose. Do total exportado, de 30% a 35% são escoados por Santos a partir das unidades de Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS).

O restante - fábrica Aracruz (ES) e 50% da produção da Veracel, joint venture com a Stora Enso - é escoado pela Portocel, porto dedicado à celulose, do qual a Fibria detém 51% e a Cenibra, 49%.

Concessão

Em Santos, a companhia tem a concessão de três armazéns (13, 14 e 15), que vence em 2017, além de operar, por meio de um contrato, o terminal 31. A Fibria está se preparando para participar dos leilões de concessões de terminais em Santos dedicados à celulose e terá a Cosan como concorrente, uma vez que o grupo também tem forte interesse em operar os mesmos terminais.

De acordo com a petição, se o contrato fosse cumprido à risca com a ALL, a empresa utilizaria a malha ferroviária para o transporte da celulose até o litoral paulista.

Segundo a companhia, não importa que a Cosan tenha negócios em um setor totalmente diferente daquele de atuação da Fibria, pois todos competem por capacidade da ferrovia sob concessão da ALL. “A sobrecarga do modal ferroviário resultante das diversas condutas adotadas pela Rumo/Cosan, em especial da solicitação de demanda tão superior à sua capacidade de utilização, termina por prejudicar todos os clientes da ALL. Assim, o fato da Cosan ser produtora de açúcar não tira a sua qualidade de concorrente da Fibria no acesso aos serviços de logística”, afirma o texto.

O inquérito administrativo no Cade foi aberto a pedido da TCA Logística no fim do ano passado e, desde então, já recebeu o apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), que também pediram para serem arroladas como terceiras interessadas. A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) deseja o mesmo, como revelou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Além disso, várias empresas e associações manifestaram suas reclamações ao Cade sobre o assunto, entre elas Copersucar, Bioenergia do Brasil e Uniagro.

O argumento principal dos reclamantes é de que a estrutura dos contratos entre ALL e Rumo, firmados em 2009, e a forma como eles estão sendo executados pela subsidiária da Cosan configuram prática anticompetitiva que resulta em vantagem para o grupo em relação a seus concorrentes e fechamento do mercado para demais usuários da ferrovia até o Porto de Santos. Procuradas, ALL e Fibria não comentam o assunto.

Resposta

A Cosan afirmou, por meio de assessoria, que é impossível a operação da Rumo atrapalhar as atividades da Fibria porque a empresa de papel e celulose opera pelo sistema de bitola métrica com origem em Três Lagoas (MS) com destino a Santos e a operação da Rumo é realizada pelo sistema de bitola larga, principalmente entre Araraquara (SP) e Itirapina (SP). “Desta forma, a Rumo não entende a posição da Fibria, pois as empresas não utilizam os mesmos vagões nem locomotivas, tampouco a mesma via permanente.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A América Latina Logística (ALL) pediu à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o descredenciamento da Rumo Logística como usuário dependente do transporte ferroviário. O requerimento foi feito em meio às negociações de uma possível fusão entre as duas empresas, mas enquanto o negócio não avança a disputa entre ALL e Rumo segue na esfera judicial e administrativa. O Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, já havia antecipado as intenções da concessionária de ferrovias de pedir o descredenciamento da subsidiária do Grupo Cosan, no dia 7 de janeiro.

A Rumo parou de pagar fretes e repassar valores dos investimentos previstos no contrato firmado entre as duas companhias desde que a disputa passou para a esfera judicial, no início do terceiro trimestre de 2013. A figura do usuário dependente, regulamentada pela resolução da ANTT nº 3.694/11, assegura o transporte ferroviário do usuário que necessita do modal para a viabilidade de seu negócio. Sem o registro de usuário dependente, a empresa pode perder o privilégio da reserva de capacidade da ferrovia.

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O contrato entre ALL e Rumo, firmado em 2009 para o transporte de açúcar até o Porto de Santos, está sendo questionado pela concessionária em um processo de arbitragem e por terceiros no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O grupo Cosan, comandado pelo empresário Rubens Ometto Silveira Mello, deverá formalizar nesta-segunda-feira (25) proposta para incorporação da ALL (América Latina Logística) pela Rumo. O acordo, contudo, não está concluído. A proposta vai ser submetida aos acionistas da ferrovia, que deverão analisá-la nos próximos 30 a 40 dias, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A Cosan tem pressa porque os fundos de pensão, que fazem parte do atual bloco de controle da ALL - Previ (Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e o BRZ ALL (que tem como cotistas Funcef, Petros, Postalis, Forluz e Valia) - estão insatisfeitos com o rumo das negociações. Segundo fontes, eles não teriam participado diretamente das conversas entre as duas companhias.

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No novo acordo discutido entre Cosan e ALL, desde o fim de 2013, a Rumo e seus acionistas (os fundos TPG e Gávea) devem ficar com cerca de 36% da nova companhia - a Cosan sozinha ficaria com até 27%, tornando-se a maior acionista individual. O restante fica com os acionistas da ALL.

A nova proposta também prevê mudanças no bloco de controle - hoje composto por Riccardo Arduini, conselheiro da ALL, sua esposa Julia Dora Arduini, GMI (Global Markets Investments, que representa o presidente do conselho de administração, Wilson de Lara), BNDESPar, braço de participações do BNDES; o fundo BRZ ALL, além de Previ, Funcef e BRZ. Pelo novo acordo, os acionistas privados e fundos ficariam de fora do bloco de controle. BNDESPar e Cosan teriam maior espaço. A Estáter, sob o comando de Pércio de Souza, representa a ALL. A Cosan é assessorada pelo Rothschild. Procuradas, as duas companhias não comentam o assunto.

Companhia integrada

A estratégia do empresário Rubens Ometto, fundador do grupo Cosan, é criar uma companhia de logística integrada, unindo ferrovia, rodovia e porto, em um modelo de negócio que ainda não existe no País.

Dos volumes de soja que chegam ao porto de Santos, cerca de 60% são via férrea. No caso do açúcar, apenas 20% chegam ao local por trilhos. No caso da celulose, 65% são escoados por trem. A nova companhia fará pesados investimentos para recuperar a capacidade de escoamento da ALL e ampliar a malha (ferroviária), de quase 12 mil quilômetros.

Os planos serão colocados em prática após aprovação da operação pelo Cade. Paralelamente ao acordo em discussão com a ALL, a companhia analisa participar dos leilões de concessões de terminais em Santos, o que dará maior musculatura para que a companhia avance em todos os modais logísticos.

Fundos

Na semana passada, os fundos de pensão mostraram-se insatisfeitos com o andamento das negociações e começaram a procurar bancos para que tenham uma representação independente da ALL. Segundo fontes, os fundos não querem barrar o acordo, mas acertar pontos que os beneficiem.

Os fundos afirmaram que não podem avalizar nenhum negócio sem conhecer todos os detalhes e, principalmente, sem que o valor seja condizente com o tamanho do ativo, já que se trata de uma empresa que controla a infraestrutura do escoamento da safra de soja pelo porto de Santos. “Até então, as negociações que estão em andamento nas últimas semanas não haviam chegado até os fundos. Eles só tinham recebido consultas informais, mas nada foi oficializado”, disse outra fonte. A preocupação dos fundos de pensão é que a ALL se torne um centro de custo da Rumo, que teria como principal função transportar o açúcar da Cosan mais barato.

Não é a primeira vez que os fundos colocam barreiras ao acordo. Na primeira proposta feita pela Cosan à ALL, há dois anos, o grupo de Rubens Ometto fez oferta de cerca de R$ 900 milhões para entrar no bloco de controle da companhia. A proposta foi feita diretamente para os acionistas privados - a família Arduini e Wilson de Lara. Meses depois, a oferta foi fatiada para que os fundos fossem incluídos na proposta inicial. As conversações foram interrompidas em agosto do ano passado. Em outubro, as duas companhias entraram em litígio.

Segundo uma fonte ligada à ALL, o que há é uma divisão interna entre integrantes dos fundos de pensão por causa do histórico ruim de negociações envolvendo a Cosan. A atual proposta deve ser bem-sucedida, segundo essa mesma fonte, porque contempla assentos no conselho de administração para cada fundação.

Fontes afirmaram que acionistas minoritários acreditam que o acordo entre as duas companhias contribuirá para fortalecer a ALL. O governo federal também vê essa negociação com bons olhos, uma vez que a mudança de gestão dará uma nova dinâmica à companhia férrea. Colaborou Mônica Ciarelli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou, nesta quinta-feira, 23, a concessionária América Latina Logística Malha Paulista (ALL) a executar as obras de duplicação parcial do trecho ferroviário entre os pátios de Boa Vista Velha e Evangelista de Souza, em São Paulo. O governo definiu em até R$ 450,974 milhões o chamado investimento regulatório nas obras.

"Em caso de declaração de reversibilidade das obras pelo poder concedente, o valor a ser considerado como investimento regulatório deve ser limitado a R$ 450.974.823,41, cujos dispêndios deverão ser comprovados pela concessionária em seus lançamentos contábeis destacados", diz o documento da ANTT publicado no Diário Oficial da União.

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O texto cita que a "eficácia" da autorização está vinculada a condições como emissão de licenças ambientais e relatórios sobre providências adotadas para a segurança em travessias em regiões sensíveis e de risco, como áreas de proteção ambiental e perímetros urbanos. O documento ainda diz que a concessionária deverá informar à ANTT, por meio de relatórios mensais, o andamento do empreendimento.

Analistas veem como positiva uma possível venda da América Latina Logística (ALL) para a Cosan. A união entre as duas companhias, segundo os analistas, pode até mesmo contribuir para resolver os gargalos operacionais que seguram um crescimento mais robusto dos volumes transportados pela ALL.

De acordo com relatórios e corretoras consultadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, as ações da empresa tendem a subir com futuras notícias sobre uma eventual conclusão do negócio.

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Uma injeção de capital que pode ser feita daria força para a ALL realizar os aportes necessários para acabar com os gargalos nas suas operações, o principal deles no corredor de exportação que dá acesso a Santos. "O aumento do investimento na ALL não é um negócio negativo porque permite que a empresa cresça em volume acima de 10% ao ano", diz Victor Mizusaki, analista do UBS.

Se o financiamento das obras for feito pelo BNDES, a concessionária deverá se beneficiar do juro real negativo, com taxa de juros de longo prazo (TJLP) mais 1% ao ano, segundo o UBS. Além disso, um acordo pode resultar em extensão do contrato de concessão. "Um último ponto é que os fundos Gávea e TPG (acionistas da Rumo, subsidiária da Cosan) seriam dois investidores financeiros que teriam cerca de 11% da nova empresa e só aprovariam o investimento, se gerar valor aos acionistas."

Relatório da Lopes Filhos Consultores de Investimentos mantém a mesma linha de análise do UBS. "Caso se confirme (a negociação), poderá diminuir a elevada alavancagem em capitais de terceiros da ALL, conferindo assim 'fôlego' para que a companhia realize os investimentos necessários para que a empresa seja um player ativo na premente necessidade do País (...) e, assim, resolver os sérios 'gargalos' logísticos", consta no texto. Um possível apoio do governo federal no negócio também poderia ajudar no avanço do processo para obtenção das licenças da Fundação Nacional do Índio (Funai) que emperra a duplicação desse corredor.

Relatório da XP Investimentos afirma que o interesse do governo no acordo faz sentido por conta de uma injeção de capital necessária para a concretização dos investimentos, mitigação de problemas logísticos diante de uma forte safra e pela possibilidade da ALL ser adquirida por um grupo nacional.

Obstáculo

Apesar de constituir um cenário possível, a fusão é vista como um negócio difícil de ser concretizado no curto prazo. Entre as questões que podem dificultar estão cláusulas de "poison pill" (mecanismo para evitar que uma companhia aberta seja alvo de ofertas não solicitadas de aquisição) no estatuto da ALL, feitas para proteção do grupo controlador. O artigo 43 do documento determina que quem adquirir mais de 20% do capital social da ALL é obrigado a abrir uma oferta pública de ações aos minoritários. Este artigo também estipula um prêmio de 35% no preço da oferta. "O 'poison pill' encarece a operação", explica Eduardo Fazoli, sócio do escritório Trigueiro Fontes Advogados.

Nesta segunda-feira, 13, a Cosan confirmou em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que sua controlada Rumo "tem mantido tratativas preliminares com a ALL sobre uma possível combinação de suas atividades". Segundo a nota, nenhuma proposta foi formalizada até o momento. Está prevista para esta terça-feira, 14, reunião entre as duas companhias, que devem dar início à retomada das negociações. Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que a Cosan poderá propor a compra do controle por meio de troca de ações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A América Latina Logística (ALL) teve lucro líquido de R$ 60,3 milhões no terceiro trimestre de 2013, queda de 43,2% sobre igual período de 2012. O lucro líquido das operações ferroviárias da companhia recuou 48,3%, para R$ 52,1 milhões, nesta mesma base de comparação. Os resultados se referem à participação da ALL após minoritários. Os números foram divulgados nesta terça-feira, 5.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da ALL ficou em R$ 503,6 milhões como já havia reportado a companhia nas suas prévias operacionais, no mês passado. Esse resultado é 3,3% superior ao divulgado no terceiro trimestre de 2012. A margem Ebitda consolidada do período de julho a setembro deste ano ficou em 53,4%, ante 53,8% registrada em igual trimestre de 2012. A receita líquida consolidada da ALL alcançou R$ 943,1 milhões, alta de 4,1% sobre o terceiro trimestre de 2012.

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O mercado de logística vem sendo palco de uma briga de cachorro grande como há muito não se via. Quem deflagrou o conflito foi a ALL, concessionária que detém quase metade da malha ferroviária do Brasil e tem entre os sócios os maiores fundos de pensão do País. Em 10 de outubro, anunciou que entrara na Justiça para questionar o contrato com um cliente tão grande quanto ela. Trata-se da Rumo, a maior empresa de transporte de açúcar do mundo, braço de logística do Grupo Cosan, que reúne negócios de açúcar e de energia.

O contrato, celebrado em 2009 entre ALL e Rumo e hoje questionado, é inovador para os moldes brasileiros: é de longo prazo - vale até 2015 - e une uma concessionária e seu cliente em um investimento de R$ 1,2 bilhão para a ampliação e modernização do sistema ferroviário. Poderia servir de inspiração para outras associações que atuam em benefício da logística nacional.

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No pacote está a duplicação da ferrovia da ALL que leva ao Porto de Santos, em São Paulo. A obra interessa não apenas aos sócios, hoje em pé de guerra, mas a todos os exportadores e ao governo. Vai desafogar a congestionada chegada a Santos. Por isso, o contrato chegou a ser avalizado pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). “Os contratos de longo prazo, como esse, são importantes para o setor de logística porque dão previsibilidade para o sistema”, diz o superintendente de infraestrutura e transporte ferroviário de carga da ANTT, Jean Mafra. Ocorre que a duplicação atrasou, o País colheu sucessivas safras de grãos recordes e a ALL não conseguiu cumprir o contrato.

No fim do ano passado, Rumo, Copersucar e Agrovia recorreram à ANTT para exigir que a ALL transportasse os volumes mínimos de açúcar definidos em contrato. Em setembro, a Rumo conseguiu uma medida cautelar contra a ALL para receber o previsto. “Acatamos as reclamações porque tinham fundamentos”, diz Mafra. Segundo ele, empresas de outros setores tentaram abrir processos contra a ALL, mas os pedidos não cumpriram os trâmites e não foram acatados. A ANTT não pode revelar quais são as empresas.

Hoje a ALL acusa a parceira de lhe impor um contrato escorchante. A Rumo, por sua vez, alega ter feito a sua parte e diz que a ex-parceira quer fugir de obrigações contratuais. Por solicitação da ALL, o processo corre em segredo de Justiça, o que dificulta a divulgação de vários detalhes da pendenga. Em retrospecto, essa é a maior briga que a ALL já comprou com um cliente. Mas não é a única. Nos últimos anos, a empresa vem amealhando clientes insatisfeitos.

Reclamações

Em 2002, a ouvidoria da ANTT registrou apenas duas queixas contra a empresa. Nos anos que se seguiram, de 2003 a 2007, o nível de satisfação atribuído a ela, porém, sempre ficou “abaixo do esperado”, segundo critérios da agência. De 2008 a 2011, quando foi publicado o último relatório da ouvidoria, a ALL foi, ano a ano, a recordista de queixas. Recebeu 132 no período, quase o triplo das 47 reclamações acumuladas contra a segunda colocada, a centenária estrada de ferro Vitória-Minas.

Pode-se alegar que o acúmulo de reclamações contra a ALL seja uma distorção numérica provocada pelo fato de a empresa gerir a maior malha férrea. No entanto, praticamente metade das queixas concentram-se na malha Sul, que vai do Paraná ao Rio Grande do Sul - região que, segundo os consultores de logística, concentra os trechos que exigem mais investimentos e é operacionalmente menos rentável.

Em 2011, preocupada com a falta de manutenção de vários pontos ao longo das vias férreas, a ANTT determinou que as concessionárias recuperassem 33 trechos subutilizados - 21 deles eram da ALL e 11 ficavam na malha Sul. As multas da ANTT contra a ALL também se tornaram expressivas, a maior parte delas por negligência na manutenção das linhas.

Em 2012, a ALL foi recordista em cobranças por infrações na agência reguladora. Das quase R$ 23 milhões de multas aplicadas pela agência, 90% foram para a ALL. A empresa tentou anular algumas delas e conseguiu desagradar outro órgão público: a Advocacia-Geral da União (AGU). Por meio da atuação de seus procuradores na Justiça, a AGU conseguiu uma sentença favorável para fazer valer os autos de infração que a ALL tentou anular.

Efeito colateral

Segundo Pedro Almeida, diretor de relações institucionais da ALL, a empresa é vítima dos efeitos colaterais da falta de infraestrutura e da morosidade dos licenciamentos ambientais no Brasil. “Temos mais demanda do que conseguimos atender e, em alguns momentos, isso gera insatisfação entre os clientes”, diz ele. Mas reforça que a empresa investiu R$ 11 bilhões para melhorar o atendimento.

“Fomos a única concessionária que construiu 200 quilômetros de ferrovia, para alcançar a cidade de Rondonópolis, em Mato Grosso, e melhorar o atendimento ao Centro Oeste. Também estamos duplicando o trecho até Santos - a obra só atrasou por causa da dificuldade com licenças ambientais”. diz Pedro Almeida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os engenheiros formados entre dezembro de 2011 e os que vão se formar no fim deste ano podem se inscrever até esta sexta-feira (18) no Programa Trainee América Latina Logística (ALL) 2014. A empresa ferroviária e de logística pede como pré-requisito ter disponibilidade para viagens e ter domínio nas ferramentas de informática.

Prova online, avaliação de perfil, dinâmica de grupo, dentre outros processos são eliminatórios e os candidatos serão avisados quando forem selecionados. O aprovado na seleção poderá residir nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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A América Latina Logística (ALL) informou, nesta quarta-feira, 16, que suas operações ferroviárias seguiram impactadas por problemas operacionais nos portos em que a empresa atua e, por isso, não conseguiu aproveitar o crescimento do volume da produção agrícola no terceiro trimestre deste ano. Enquanto o volume de toda operação ferroviária medido em tonelada-quilômetro útil (TKU) recuou 5,7% em comparação a igual período de 2012, no segmento de commodities agrícolas, mais dependente da eficiência portuária, a diminuição foi de 9,2% na mesma base de comparação.

De acordo com a ALL, os problemas operacionais foram causados pelas obras de expansão de descarga ferroviária nos terminais de açúcar no Porto de Santos, que reduziu a capacidade em 40% na comparação com o terceiro trimestre de 2012, e por acidentes ocorridos em junho no Terminal de Granéis do Guarujá (TGG) e no T39. O TGG responde por metade da descarga ferroviária de grãos da ALL em Santos e o T39 é o segundo terminal mais importante para a companhia no mesmo porto. A ALL cita, ainda, chuvas em julho que atrapalharam as operações em Santos e em Paranaguá (PR) por cerca de 15 dias.

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As operações industriais apresentaram melhor cenário para a ALL no terceiro trimestre de 2013 ao registrar alta de 8,1% no volume ante igual período de 2012. O aumento foi sustentado tanto pelos fluxos intermodais, que subiram 9,7% em razão do aumento de 80,8% no volume relacionado à fabrica da Eldorado e de avanço de 33,9% no transporte de contêineres, quanto pelos volumes puramente ferroviários que aumentaram 6,8% por causa de transporte de combustível.

A América Latina Logística (ALL) informou nesta terça-feira, 08, que o investimento de R$ 7,5 milhões no projeto para transporte de clinquer - produto base do cimento - e cimento na Região Sul do País foi feito tanto pela companhia quanto pela Votorantim Cimentos. O investimento foi destinado a locomotivas e melhorias nos terminais de descarga no Paraná. O objetivo das companhias é aumentar o volume transportado dos atuais 750 mil toneladas anuais para 1 milhão de toneladas até o final do ano, um crescimento de cerca de 40%.

A carga sai da fábrica da Votorantim Cimentos em Rio Branco do Sul (PR) com destino a Cascavel, Maringá e Londrina (PR), além de Porto Alegre. A previsão é que até o fim do ano a ALL transporte 600 mil toneladas de cimento e 400 mil toneladas de clinquer. Segundo a ALL, o mercado de construção representa 15% na sua carteira de clientes do segmento de produtos industrializados.

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A América Latina Logística (ALL) quer aumentar o volume de clinquer - produto que é a base do cimento - e também cimento transportados para a Votorantim Cimentos, na região Sul do País. A expectativa é elevar de atuais 750 mil toneladas anuais para 1 milhão de toneladas até o fim do ano, o que significa crescimento de cerca de 40%. A ALL informou que investiu R$ 7,5 milhões em locomotivas e melhorias nos terminais de descarga no Paraná, conforme nota enviada à imprensa nesta terça-feira, 08.

A carga sai da fábrica da Votorantim Cimentos em Rio Branco do Sul (PR) com destino a Cascavel, Maringá e Londrina (PR), além de Porto Alegre. A previsão é que até o fim do ano a ALL transporte 600 mil toneladas de cimento e 400 mil toneladas de clinquer. Segundo a ALL, o mercado de construção representa 15% na sua carteira de clientes do segmento de produtos industrializados.

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A América Latina Logística (ALL), operadora logística com base ferroviária, está selecionando candidatos para o seu programa trainee 2014. Os concorrentes devem dominar o inglês idioma inglês de forma fluente, bem como ter conhecimento em ferramentas de informática, disponibilidade para viagens e finalização do ensino superior entre dezembro de 2011 e dezembro de 2013. Estudantes de todas as áreas do conhecimento podem participar do processo seletivo.

A média de inscritos nas últimas edições é de 20 mil pessoas. De acordo com a ALL, o programa não possui limite de vagas e a duração é de 12 meses. Os aprovados atuarão nos estados do Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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Os selecionados receberão salário compatível com o mercado, bem como serão beneficiados com assistência médica e odontológica, vale alimentação, seguro de vida e participação nos resultados da companhia. Segundo a ALL, os aprovados passarão por treinamento e após esse período comandarão equipes e desenvolverão projetos.

As inscrições para o programa podem ser feitas pela internet, até o dia 1° de setembro. A seleção constará de triagem de currículos, provas online, dinâmica de grupo e entrevistas. Ainda haverá uma etapa final de âmbito regional, quando os cerca de 60 finalistas irão a Curitiba e lá será realizado um painel com integrantes da ALL.

 

 

O diretor financeiro da operadora ferroviária América Latina Logística (ALL), Rodrigo Campos, disse, na terça-feira, 20, que a venda de participação acionária para a Cosan geraria um conflito de interesse entre as companhias e demandaria uma estrutura de governança específica. Ele lembra que a gigante de combustíveis, capitaneada pelo empresário Rubens Ometto, é cliente relevante da ALL. “Obviamente, o fato de ser cliente e também acionista sempre gera conflito”, afirmou.

Na semana passada, após um ano e meio de negociações, a entrada da produtora de açúcar e etanol no controle da ALL foi enterrada. Segundo Campos, não houve unanimidade entre os acionistas, o que seria fundamental no caso de um cliente se tornar controlador.

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“A governança demandaria que todos estivessem de acordo”, disse, em seminário promovido pela Associação dos Analistas e profissionais de investimento do mercado de capitais (Apimec). “Não participei do processo, mas houve essa discussão (governança).”

Dois acionistas do bloco de controle da Cosan anunciaram, em fevereiro de 2012, intenção de vender participação de 5,6% para a Cosan, por R$ 896 milhões. A participação seria suficiente para a Cosan ter 51% do bloco de controle da ALL (o bloco de controle responde por 11% das ações da empresa).

A oferta foi acertada pela Cosan com os acionistas Riccardo Arduini e Wilson de Lara. BNDES, Previ e Funcef estão entre os demais acionistas com participação relevante, mas minoritária no bloco de controle.

Campos descartou a necessidade de um aumento de capital para a companhia, mesmo após o fracasso das negociações com a Cosan. O executivo informou que a empresa prevê, nos próximos cinco anos, crescer 10% ao ano. Sobre os leilões de ferrovias previstos para 2014, o diretor disse que, em princípio, a ALL gostaria de expandir negócios como operadora de trens, e não de ferrovia.

Argentina

Apesar de a saída da Argentina - após a presidente Cristina Kirchner ter cassado duas concessões da empresa no país - ter feito a ALL fechar o segundo trimestre no vermelho, o diretor financeiro da companhia diz considerar a saída do mercado argentino como positiva, já que as perspectivas para a operação não eram boas.

Segundo Campos, a ALL tinha intenção de sair do país desde o início de 2012, pois as operações no país não cresciam, demandavam caixa e tinham prazo de concessão mais curto do que as do Brasil. “A saída da Argentina acaba sendo uma notícia boa.”

O executivo afirmou que o segundo semestre começa favorável em termos de mercado para a empresa por causa da expectativa de crescimento da safra de milho. Por outro lado, Campos acrescentou que restrições de capacidade nos portos verificadas no segundo trimestre, que impactaram negativamente a companhia, devem se estender pelo terceiro trimestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao comentar o fim das negociações para entrar no bloco de controle da ALL, o presidente da Cosan, Marcos Lutz, afirmou que isso "simplifica a relação comercial entre as duas companhias". Em teleconferência para comentar a interrupção das tratativas, o executivo explicou que a negociação com muitos acionistas dificultou um consenso. "A ALL passou a não ser negócio que não criasse valor para a Cosan. As duas partes estavam perdendo o foco."

Conforme documento entregue nesta quarta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as condições suspensivas previstas no contrato de compra e venda de ações da ALL, celebrado com os vendedores Riccardo Arduini, Julia Dora Koranyi Arduini e Global Market Investments L.P. (GMI) "não foram implementadas até o momento". Assim, encerraram-se as tratativas que estavam sendo mantidas com os vendedores e os demais signatários do acordo de acionistas da ALL sem que a operação se concretizasse.

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Em junho, Lutz afirmou que o grupo estava na última fase de negociação do acordo de acionistas com a ALL. A transação envolveria a compra de 5,67% do capital social da ALL por R$ 896 milhões, e havia sido anunciada em fevereiro do ano passado.

A América Latina Logística (ALL) reportou prejuízo líquido de R$ 74,4 milhões no segundo trimestre do ano, ante lucro líquido de R$ 154 milhões registrados em igual período de 2012. O dado, de acordo com a companhia, se refere à participação da ALL, após minoritários. A ALL também informa que o resultado do período excluindo o efeito da saída da (write-off) da Argentina e a operação no país vizinho teria sido um lucro de R$ 171,6 milhões no segundo trimestre.

O Ebitda ajustado da ALL totalizou R$ 578,4 milhões no intervalo de abril a junho deste ano, uma alta de 12,6% sobre o segundo trimestre de 2012. A margem Ebitda da companhia passou, nesse período, de 55,6% para 55,9%.

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A receita líquida da empresa de logística mostrou avanço de 11,9% no segundo trimestre ante igual período de 2012 e somou R$ 1,034 bilhão.

A perda de 8 mil km de ferrovia na Argentina no início do mês é apenas um dos problemas que atormentam o dia a dia da América Latina Logística (ALL), a maior concessionária da América do Sul. Por aqui, a empresa, que até há bem pouco tempo vendia a imagem de que mantinha uma saúde financeira invejável, tem sido alvo de uma série de reclamações de clientes por descumprimento de contratos e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) por má conservação dos trilhos - ela administra 13 mil km de estradas de ferro nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Nos últimos meses, quatro processos foram abertos no órgão regulador contra a ALL - empresa que tem como sócios o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) e a Funcef (dos funcionários da Caixa), além de GP Investimentos. A agência reguladora não quis divulgar o nome dos clientes que estão questionando a concessionária, mas fontes consultadas pelo jornal O Estado de S. Paulo contaram que a lista inclui Agrovia, Rumo Logística, Copersucar e Minermix Mineração.

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As companhias, que preferiram não se manifestar sobre o assunto, assinaram contratos de longo prazo (em média de 25 anos) com a ALL para transportar seus produtos pelos trilhos. Na maioria dos acordos as empresas investiam na compra de vagões, na recuperação de trechos da malha ferroviária e na construção de terminais de transbordo. Tudo ficava sob a administração da ALL, que dava aos clientes desconto no transporte da carga pela estrada de ferro. Era uma parceria perfeita. De um lado, as empresas reduziam a dependência do transporte rodoviário e do outro a concessionária aumentava a carteira de clientes.

A Agrovia, por exemplo, comprou 669 vagões, mas até agora apenas 16% do volume previsto no contrato está sendo cumprido pela ALL. No caso da Rumo, a parceria prevê investimento de R$ 1,2 bilhão na duplicação da malha, construção de pátios e terminais e compra de vagões e locomotivas. O objetivo é permitir que 80% do açúcar produzido pela Cosan (dona da Rumo) seja transportado pelos trilhos até 2015. Mas, segundo fonte ligada à companhia, apesar dos investimentos, apenas cerca de 30% do contrato estava sendo honrado pela ALL.

A principal reclamação é de que, com a supersafra de grãos, a ALL estaria desviando vagões e locomotivas dos clientes para atender a outras demandas no Centro-Oeste, cuja rentabilidade seria maior. A vantagem é tamanha que a ALL prefere pagar multa (ou compensações) a honrar o contrato assinado, diz um executivo do setor.

Compensações

Em nota, a ALL afirmou que tem cumprido todas as regras contratuais e que a prestação de serviço é regida por cláusulas compensatórias. Se o volume previsto não for honrado, a empresa faz um ressarcimento ao cliente. Além disso, a concessionária destaca que tem feito os investimentos acordados. Mas questões externas, como demora na emissão da licença ambiental para trechos de duplicação, atraso na expansão da estrutura portuária por parte dos clientes e entraves no compartilhamento de trechos com outras ferrovias, dificultaram a execução de uma parcela do volume contratado. "Tais situações, pontuais e excepcionais, têm sido objeto de contrapartidas compensatórias contratuais por parte da companhia."

O diretor da ANTT, Carlos Fernando do Nascimento, afirma que a expectativa é resolver o conflito até o fim do mês. "Já solicitamos aos clientes que nos enviem mais informações sobre os prejuízos que o descumprimento dos contratos tem causado. A partir daí, vamos verificar que medidas adotar." Para ele, é importante que os clientes colaborem com o trabalho da agência e denunciem erros, abusos e perdas causadas pelas concessionárias.

Por ser a maior empresa ferroviária do País, com a administração de quatro concessões, a ALL é também a campeã de multas na ANTT. São R$ 71 milhões em punições por vários tipos de irregularidades, afirma Nascimento. Mas a maioria está na Justiça, já que a empresa não concorda com a decisão da agência reguladora. "Até hoje ela só pagou R$ 1 milhão em multas. O restante está judicializado." A ANTT já determinou cronogramas para que a empresa recupere uma série de trechos em situação precária - ou sem condições - de tráfego. Em algumas áreas, os dormentes - madeiras que sustentam os trilhos - estão podres.

A concessionária destaca, entretanto, que desde o início da concessão investiu mais de R$ 7 bilhões em melhorias na malha ferroviária, em vagões e locomotivas e registrou um crescimento de volume médio de mais de 10% ao ano desde 1997. "Ou seja, aumentamos em mais de seis vezes o volume transportado em 16 anos de operações. Em 2012, movimentamos cerca de 60 milhões de toneladas de carga", afirmou a ALL.

Privatização

A história da companhia começou com as privatizações das malhas administradas pela Rede Ferroviária. Em 1997, um grupo liderado pelo GP Investimentos arrematou a malha sul, de 7.304 km nos Estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo. Depois de colocar ordem na casa e tornar a operação lucrativa, os sócios decidiram fazer o IPO (oferta pública de ações) da empresa, em 2004. Nessa época, eles já haviam comprado a Delara, cujo dono se tornou um dos principais sócios da ALL.

Dois anos mais tarde compraram uma das principais concorrentes, a Brasil Ferrovias, que vivia uma grave crise financeira. A aquisição permitiu forte crescimento da empresa, mas também elevou o endividamento da companhia para algo em torno de R$ 3,8 bilhões (dívida líquida em março de 2013). No ano passado, a Cosan anunciou a compra de 5,67% da ALL por quase R$ 900 milhões. A proposta aguarda aprovação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas a aquisição tem sofrido resistência por parte dos sócios do grupo, especialmente dos estatais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A América Latina Logística (ALL) decidiu recomprar suas debêntures da quinta e sexta emissões após sua filial na Argentina ter apresentado resultados insatisfatórios no ano passado, que representaram somente 6,5% da receita líquida consolidada da companhia e 0% do seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). Também pesou sobre sua iniciativa a atual situação financeira da ALL Argentina, que depende continuamente de aporte de caixa do grupo.

A ALL Argentina controla as concessionárias América Latina Logística - Central Sociedad Anônima ("BAP") e América Latina Logística - Mesopotámica S.A. ("Meso"). Sua atual situação financeira já fez, inclusive, a ALL comunicar sua intenção de deixar de operar na Argentina por meio do fato relevante divulgado em 15 de março de 2012.

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"Com o intuito de evitar eventuais alegações de inadimplemento, a companhia se propõe a adquirir a totalidade das debêntures em circulação da 5ª e 6ª Emissões pelo Valor Nominal Unitário, acrescido da Remuneração calculada pro rata temporis, desde a última Data de Pagamento de Remuneração até a data da efetiva aquisição das debêntures", justifica a empresa em aviso aos debenturistas divulgado neste sábado, 1.

A decisão de recomprar as debêntures foi aprovada pelo conselho de administração da ALL em reunião realizada no fim da tarde desta sexta-feira, 31. Na ocasião, foi votada, por unanimidade, a realização de uma oferta de aquisição facultativa para recomprar as debêntures da quinta e sexta emissões.

A partir da data de publicação do aviso aos debenturistas, eles terão o prazo de 30 dias corridos para aderir à oferta de aquisição. Para aderir, os debenturistas deverão se manifestar formalmente, por escrito, perante a companhia e o agente fiduciário.

Terminado o prazo de adesão, para os debenturistas que optarem pela aquisição, a companhia terá o prazo de cinco dias úteis para proceder à liquidação da compra, que ocorrerá em uma única data para todas as debêntures da quinta emissão e outra para os papéis da sexta emissão. "Após o período de liquidação, a aquisição perderá sua validade, sem prejuízo da opção da companhia de lançar nova oferta de aquisição a qualquer momento", atenta a ALL, no aviso aos debenturistas.

O pagamento das debêntures adquiridas pela ALL por meio da oferta de aquisição será feito através dos procedimentos adotados pela Cetip para os papéis custodiados e/ou de acordo com os procedimentos adotados pela CBLC, para as debêntures registradas no Bovespa Fix, da Bovespa, e/ou através da instituição responsável pela escrituração das debêntures para os titulares que não estejam depositadas em custódia vinculada a nenhum dos dois sistemas.

As debêntures adquiridas pela ALL no âmbito da oferta de aquisição serão imediatamente canceladas. "Considerando que a razão da aquisição resulta da possibilidade de a companhia em deixar de operar na Argentina, especialmente por meio da ALL Argentina, BAP e Meso, será dada aos debenturistas de maneira ampla, indistinta e sem qualquer prejuízo aos seus interesses, a oportunidade de vender suas debêntures", conclui Rodrigo Barros de Moura Campos, diretor de Relações com Investidores da ALL, em aviso aos debenturistas.

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