Tópicos | Antônio Carlos Nóbrega

O Paço do Frevo abriu inscrições para os interessados em participar do I Encontro de Pesquisadores do Frevo: Estimulando Diálogos e Articulando Saberes. O objetivo do evento, que acontece nos dias 26, 27 e 28 de novembro, é estimular o debate sobre a importância do frevo e sua complexidade com relação aos seus aspectos estéticos, performáticos, simbólicos e históricos ao longo do tempo e na contemporaneidade. 

Um dos destaques da programação é a participação do multiartista Antônio Carlos Nóbrega que estará na mesa O frevo como tema de diálogo e troca de saberes, no primeiro dia do encontro. No mesmo dia, após a abertura do evento, haverá uma homenagem ao carnavalesco e pesquisador Zado Cabral, falecido no último mês de junho.

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Os interessados em participar como ouvintes podem se inscrever pelo site do Paço do Frevo ou, presencialmente, no Centro de Documentação e Memória Maestro Guerra-Peixe, no térreo do Paço. O horário de funcionamento do espaço é de terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 17h30. As inscrições são gratuitas. 

Pessoas diretamente envolvidas com o frevo e seu universo, ou profissionais do segmento de música, dança e integrantes das agremiações carnavalescas e pesquisadores da graduação e  pós-graduação, podem inscrever propostas para compor a programação da Roda de Diálogos - O frevo e seus campos: saberes, pesquisas e experiências. As propostas poderão estar relacionadas a relatos de experiência em torno de práticas e transmissão de saberes tradicionais ligadas ao ritmo. As inscrições também são feitas pelo site ou no Centro de Documentação e Memória Maestro Guerra-Peixe. O resultado das propostas aprovadas será divulgado no dia 14 de novembro no site do museu e a confirmação das inscrições acontecerá até o dia 21 de novembro. 

O multiartista pernambucano Antonio Carlos Nóbrega vive na capital São Paulo uma situação desconfortável em relação ao Instituto Brincante, espaço cultural fundado por ele há mais de duas décadas na Vila Madalena, em São Paulo. É que uma construtora teria adquirido o imóvel o qual o instituto é inquilino para construir um prédio no local. No entanto, o caso ainda encontra-se na Justiça para uma resolução oficial. 

A notícia começou a ganhar destaque nas redes sociais nesta semana. A esposa de Nóbrega, Rosane Almeida, aproveitou o momento para criar a hashtag #FicaBrincante. “Recebemos uma notificação pedindo a desocupação do imóvel no prazo de 30 dias, sob pena de ajuizamento de ação de despejo”, publicou Rosane Almeida na fanpage de Antonio Nóbrega.

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Em entrevista concedida ao Estado de São Paulo nesta terça (8), o ex-proprietário do imóvel onde está o Instituto, César de Oliveira Alvez, disse que só levou a transação adiante, mesmo contra a sua vontade, porque precisou do dinheiro por problemas de saúde na família. "Faz alguns anos que o espaço está em negociação, várias incorporadoras nos procuraram", afirma Alves. 

O destaque que a notícia teve nas redes sociais chamou a atenção do pernambucano, que fez uma comparação com uma situação parecida que acontece na sua terra natal. "Isso prova que essa discussão está em pauta, que é uma questão muito maior no Brasil", ressalta, citando o Cais Estelita, no Recife

Situação do Instituto Brincante

O terreno onde se encontra o Instituto, na Rua Purpurina, tem 800 metros quadrados e abriu as portas como espaço de ensaios e apresentações dos espetáculos de Nóbrega e Rosane em 22 de novembro de 1992. O espaço se denomina uma área de conhecimento e assimilação da cultura brasileira. Por lá passam encenações, shows de música, cursos e oficinas sobre as mais variadas expressões artísticas do País. Hoje, o local também recebe espetáculos de teatro, música e dança e conta com um centro de documentação com textos, fotos, vídeos e músicas.

Filme sobre Antonio Nóbrega

Um longa-metragem sobre a vida do artista está em fase final de pós-produção e acertos de distribuição. Intitulado Brincante, o documentário de ficção conta com direção de Walter Carvalho e deve estrear em novembro, em São Paulo.

O trabalho traça a trajetória artística de Nóbrega, que tem como referência o imaginário cultural popular brasileiro e expande sua arte pela música, dança, cultura popular, produção cultural e pelas artes cênicas. 

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Cézar Thomaz, o Cezzinha, está prestes a gravar seu primeiro DVD, um projeto que, segundo ele, é a realização de um sonho. O espetáculo é registrado dia 10 de maio e acontece no Chevrolet Hall. A produção conta com cenários e participações especiais.

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O músico autodidata começou sua carreira aos 13 anos e, de lá para cá, já tocou com Dominguinhos – a quem demonstra imenso apreço e respeito -, Margareth Menezes, Belchior, Daniela Mercury, Marinêz, Antônio Carlos Nóbrega e Roberto Carlos.

Para o show estão confirmadas as presenças de Fafá de Belém, Elba, Alcione, Zélia Duncan, Almir Rouche, Jorge de Altinho, Maciel Melo, Santanna e Nando Cordel. Em uma conversa realizada na casa de sua mãe, na cidade de Camaragibe, o músico revelou novidades sobre o projeto e falou sobre música, sua história e a importância de Terezinha do Acordeom e Dominguinhos para sua carreira.

LeiaJá - Como será a gravação do DVD?

Cezzinha - Vai ser a realização de um sonho, um momento muito importante para a nossa cultura tradicional, do forró pé-de-serra. E, mais uma vez, reportando a coisa da poesia, valorizando os poetas pernambucanos, já que aqui é um estado que tem grandes músicos, grandes poetas, vai ser um encontro rítmico, poético e musical.

LeiaJá - Qual a estrutura preparada para a gravação do DVD?

Cezzinha - Vai ter cenário, que está a cargo da Casagrande, que já trabalhou com Roupa Nova, Garota Safada e outras bandas. Mas, eu pedi para ele reportar o meu cenário a uma coisa que eu gosto mais, mais tradicional, mais neutro e com poesia.

LeiaJá - E o repertório?

Cezzinha - Vão ser músicas já consagradas e entre elas vou colocar músicas de parcerias minhas com Nando Cordel, Chico Pessoa, Clodô Ferreira, Fábio Simões e parcerias também com músicas conhecidas de Accioly Neto, Dominguinhos.

LeiaJá - Dos nomes que vão participar do show, qual deles te toca mais?

Cezzinha - Todas as parcerias possuem seu lugar, mas tem uma pessoa que foi a responsável pelo meu início e que eu vou ficar muito honrado em ter ela comigo, que é a Terezinha do Acordeom. Ela foi a primeira pessoa a acreditar em mim, em meu trabalho. Foi ela que me assessorou em todo o meu conhecimento artístico. Eu vou ficar muito feliz recebendo ela que é uma pessoa que viu todo o meu início musical e compartilhando esse momento com grandes estrelas da música popular brasileira.

LeiaJá - Você lembra como foi esse início?

Cezzinha - Lembro, tem muita história (risos). Eu sai de casa para sustentar minha família, entrei na música por mérito de trabalho, não foi por esporte. E foi durante esses trabalhos que eu conheci Terezinha do Acordeon, ganhei meu primeiro cachê... eu era de menor, aí tinha que pegar autorização com o juiz, meu pai assinava a liberação e eu podia viajar com ela. Então foi assim que eu comecei a trabalhar, a segurar a barra aqui de casa e hoje eu estou aqui, muito feliz e ela também deve estar, com certeza.

LeiaJá - O que foi feito com o primeiro cachê?

Cezzinha - Foi tudo pra casa, era para as despesas de casa. Não tinha preocupação com roupa e essas coisas não. Era tudo pra casa.

LeiaJá - Ao longo de sua trajetória, qual foi o momento mais impactante na tua carreira?

Cezzinha - O momento em que conheci Dominguinhos, quando eu tinha 13 anos. Ele veio gravar o disco dele em um estúdio aqui e uns amigos me levaram lá para conhecer ele e esse foi o momento mais impactante, quando olhei meu ídolo ali em minha frente, conversando comigo, me mandando tocar e, logo depois, ele me convidou para ir a um show dele a noite, que era no dia do meu aniversário. Então o momento mais impactante de minha carreira foi tocar em meu aniversário ao lado de Dominguinhos.

LeiaJá - Qual a representação de Dominguinhos em sua carreira?

Cezzinha - É a maior de todas, eu tenho ele como espelho, não só musicalmente mas como pessoa. Eu acho que tem que estar em primeiro lugar você como ser humano para tudo que for de bom se juntar a você e dar tudo certo. Você tem que estar preparado para receber a música, a música não escolhe uma casa que não tenha amor, respeito e carinho não.

LeiaJá - E as apresentações internacionais?

Cezzinha - Elas também foram um marco muito forte em minha vida. Eu fui representar o Brasil na França dois anos no Carreau du Temple juntamente com um grande amigo meu, um cantor aqui da terra que é o Santana. E a gente foi defender Pernambuco, um dos momentos mais importante foi quando os franceses me pediram para cantar Luiz Gonzaga e eu fiquei muito emocionado ao saber que a nossa cultura é respeitada não só aqui, mas também fora do Brasil.

LeiaJá - Você falou que considera alguns forrós muito plásticos, como você vê a música hoje?

Cezzinha - A gente vive hoje uma conturbação musical. Eu acho meio difícil você ter um filho e escutar certas rádios ou ver certos programas de televisão. Eu estou muito preocupado com essa coisa da sociedade. Acho muito complicado. Eu como fui criado escutando Luiz Gonzaga, Altemar Dutra, sei que é muito importante essa criação que eu tive. Eu acho que hoje em dia, os pais principalmente, devem se preocupar e evitar algumas coisas.

LeiaJá - E o que é bom para você?

Cezzinha - É uma música que toca sua alma, faz você se emocionar, faz você se reportar a um momento especial em sua vida, que você se sente preenchido.

LeiaJá - Quais as músicas de seu repertório que tocam a sua alma de uma maneira especial?

Cezzinha - Tem uma música muito especial, que é do saudoso e querido Accioly Neto que é Quando Bate o Coração. Essa música toca muito o meu momento. E Espumas ao Vento também.

LeiaJá - Você está sentindo falta de alguém nesse espetáculo?

Cezzinha - Estou sentindo falta de Dominguinhos, meu padrinho musical. Queria que ele estivesse aqui. Mas ele está. Na música.

Confira o convite de Cezzinha feito especialmente para os leitores do LeiaJá:

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 Antes de apresentar seu espetáculo, em mais um evento que integrava a programação da 16ª edição do Festival Internacional de Dança do Recife (FIDR), o multiartista Antônio Carlos Nóbrega foi homenageado pelo secretário de Cultura da Cidade do Recife, Renato L e o coordenador do FIDR, Arnaldo Siqueira. O evento ocorreu no sábado (22), no Teatro Luiz Mendonça, situado no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem.

Nóbrega agradeceu e homenagem e repartiu o ato oferecendo para pessoas consideradas essenciais na sua carreira. “Eu preciso reparti-la com uma plêiade de pessoas que estiveram ao meu lado, sem as quais eu não estaria vivendo esse momento. A primeira pessoa com quem divido, é in memorian, meu pai que nos deixou há pouco mais de dois meses”, afirmou Antônio Carlos, bastante emotivo. A lista ainda seguiu para sua mãe, que estava presente no evento, Ariano Suassuna, Leda Alves, Nascimento do Passo e Mestre Salustiano, além da esposa, Rosane Almeida, e dos filhos, Gabriel e Maria Eugênia

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Segundo o secretário de cultura, Renato L, a homenagem pode proporcionar ao público um momento impar. “Essa foi uma grande noite, onde pudemos nos deparar com todos os talentos desse grande artista que nos dá muito orgulho. E foi encerrada de maneira especial com uma amostra do potencial que Pernambuco tem na dança”, disse.

Espetáculo -  No show, idealizado e produzido por ele mesmo, mostrou porque é considerado um multiartista. Acompanhado pelo bandolinista Marco César, o violonista Edmilson Capelupi e o percussionista Gabriel Almeida, Antônio Carlos tocou violino e bandolim e cantou músicas que fazem parte do seu repertório como “Cochichando” (Pixinguinha), “Carrossel do destino” (Antônio Nóbrega/ Bráulio Tavares) e “O romance de Riobaldo e Diadorim” (Wilson Freire/ Antônio Nóbrega).

Em outro momento, o artista arrancou risos do público ao se apresentar com sua esposa, Rosane Almeida, em um esquete teatral com personagens enraizados na cultura popular nordestina. E a dança, claro, esteve entre os números do show com as bailarinas Maria Eugênia e Marina Abib que se apresentaram com coreografias em duo e solo. Nóbrega apresentou um solo ao som da peça “Arioso” de Johann Sebastian Bach. Antes de despedir-se do público, chamou ao palco alguns jovens talentos da dança pernambucana, como Flaira Ferro, Otávio e Elder Vasconcelos. Juntos, encerraram a noite com uma grande brincadeira.

SERVIÇO - O Festival Internacional de Dança do Recife, segue até o dia 30 de outubro, oferecendo espetáculos a preços populares – R$ 5,00, workshops gratuitos e intervenções urbanas em diversos pontos da cidade. A programação completa está no blog www.dancarecife.blogspot.com.

 

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