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Dois momentos distintos aconteceram na terça-feira no boxe internacional. A entrevista coletiva para a apresentação da luta entre Saul Canelo Alvarez e Caleb Plant terminou em pancadaria, após muito bate-boca. O pugilista inglês terminou com um corte abaixo do olho direito, pois a agressão do mexicano teria batido nos óculos escuros do adversário e causado o ferimento. Veja o momento:

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Agora, os dois só voltam a se encontrar, no ringue, na semana do dia 6 de novembro, em Las Vegas. Dono dos cinturões dos pesos supermédios do Conselho Mundial de Boxe (CMB), Associação Mundial de Boxe (AMB) e Organização Mundial de Boxe (OMB), o pugilista mexicano vai tentar também o título da Federação Internacional de Boxe (FIB).

Saul Canelo Alvarez (56-1-2, com 38 nocautes) lutou pela última vez em maio deste ano, quando venceu o britânico Billy Joe Saunders, no oitavo assalto, quando adicionou o título da OMB. No ano que vem, o mexicano deverá subir para o peso meio pesado. O invicto Caleb Plant (21-0, sendo 12 nocautes) subiu ao ringue em janeiro deste ano para vencer o americano Caleb Truax por decisão dos jurados.

Já os pesos pesados Anthony Joshua e Oleksandr Usyk fizeram um treino aberto à imprensa divertido antes do duelo deste sábado, em Londres. O britânico, sempre sorridente, posou para dezenas de fotos e o ucraniano desfrutou do carisma e até fez malabarismo com bolas.

O combate vai valer títulos da AMB, FIB e OMB dos pesos pesados. O local será o estádio do Tottenham e o público estimado é de 60 mil espectadores. O vencedor deste confronto deverá enfrentar o ganhador da luta entre o britânico Tyson Fury e o americano Deontay Wilder, que duelam em 9 de outubro, em Las Vegas.

Uma luta de boxe na Itália causou uma enorme revolta no final de semana. A torcida que acompanhava o confronto entre Michele Broili e Hassan Nourdine se surpreendeu ao descobrir que Broili tem várias tatuagens neo-nazistas no corpo. Ao jornal La Stampa, Nourdine, de 34 anos, afirmou que ficou chocado quando entrou no ringue e viu as tatuagens. Ele nasceu no Marrocos e foi tratado como herói por ter vencido o título da categoria Super-Pena na cidade de Trieste, nordeste da Itália.

Autoridades esportivas investigam agora como um boxeador que tem uma tatuagem de uma bandeira com a inscrição SS, referente a Scutzstaffel (Esquadrão de Proteção) do Partido Nazista, foi permitido a se associar à Federação Italiana de Boxe, que recebeu duras críticas pela falta de ação no caso.

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Outros símbolos foram percebidos pelos usuários que acompanhavam a luta no site da Gazzetta dello Sport, o maior jornal esportivo da Itália. Entre as tatuagens no corpo de Broili, estava o número 88, um código número supremacista para a expressão Heil Hitler (Salve, Hitler, na tradução) e um símbolo da unidade paramilitar que ajudou a comandar campos de concentração na Alemanha nazista, chamado de totenkopf. Antes da disputa, Broili ainda fez a saudação fascista para sua equipe.

"Eu acho essas tatuagens obscenas. Não há justificativa. A Federação Italiana de Boxe deveria ter percebido desde o começo que esse boxeador tinha essas simpatias. Incitar o ódio é punível por lei", disse Nourdine.

A Federação Italiana de Boxe divulgou um comunicado dizendo que todos seus membros devem se distanciar de qualquer comportamento discriminatório e que o caso será destinado ao corpo de justiça esportivo. A federação, no entanto, não explicou por que não tomou uma atitude antes do torneio de domingo. Aos 28 anos, Brouili já havia disputado 16 lutas profissionais antes de perder para Nourdine.

Além de correr o risco de ser expulso da federação de boxe, o lutador pode ser alvo de uma investigação criminal da polícia de Trieste, segundo relatos da mídia italiana. A lei do país não permite menções ao fascismo, uma infração que pode levar a até dois anos de prisão. O problema é que a legislação é pouco aplicada. Além disso, os investigadores devem provar que Broili fez o gesto neste contexto, o que torna uma punição mais difícil.

"Michele (Broili) apenas fala sobre esporte e apenas quer praticar o esporte. Michele é o protótipo de atleta que acorda às quatro da manhã para treinar", disse Denis Conte, técnico do lutador à Agência Ansa. Testemunhas relataram que torcedores de Broili cantaram músicas nazistas e trocaram saudações até sua chegada no ringue. "Para mim, isso não é normal. Mas não posso negar que vencer alguém com aquelas tatuagens é uma vitória que vale o dobro", afirmou Nourdine.

Robson Conceição venceu 11 dos 12 rounds diante de Oscar Valdez, sexta-feira, em Tucson, no Arizona. Esta afirmação é de Acelino Popó Freitas, ex-campeão mundial dos superpenas e dos leves.

"Robson venceu tudo. A luta, o favoritismo do mexicano, as apostas e a torcida de Canelo", disse em entrevista a este blog. 'Ele só empatou o nono round porque o juiz deu a ele uma punição e retirou um ponto."

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Em decisão polêmica, Robson Conceição perdeu a disputa do título mundial dos superpenas, versão Conselho Mundial de Boxe (CMB) para Oscar Valdez, por pontos, após 12 assaltos. Apesar de boa parte da imprensa internacional apontar o brasileiro como o vencedor do duelo, os três jurados foram unânimes em apontar o campeão como o vencedor: 117 a 110 e 115 a 112 (duas vezes). Com isso, Robson Conceição perdeu a invencibilidade na carreira profissional, que soma 16 vitórias (oito nocautes) e uma derrota. Valdez se mantém invicto, agora com 30 vitórias, sendo 23 por nocaute.

Segundo Popó, Robson teria nocauteado Valdez, se fosse um pegador. "Ele bateu de todo jeito e quase não recebeu golpes. Lutou muito. Com belas combinações de golpes. Com relação a andar para trás, eu também andei diante de Casamayor (Joel, cubano), em 2002, e venci a luta."

Popó acredita que Robson merece uma revanche, mas considera difícil que isso possa acontecer por causa dos bastidores da luta. "Valdez é o queridinho da Top Rank (empresa) e de Bob Arum. Eles querem que o mexicano faça a unificação dos títulos desta categoria Além disso, treina junto com Saul Canelo Alvarez, que é o principal nome do boxe na atualidade."

A exemplo de outros ex-boxeadores, Popó, que completa 46 anos no dia 21, prepara seu retorno aos ringues. Segundo ele, deverá ser em novembro, em Miami, nos Estados Unidos, diante do youtuber Whindersson Nunes.

Em decisão polêmica, Robson Conceição perdeu, nesta madrugada de sábado, em Tucson, na Califórnia, Estados Unidos, a disputa do título mundial dos superpenas, versão Conselho Mundial de Boxe (CMB) para o mexicano Oscar Valdez, por pontos, após 12 assaltos.

Apesar de boa parte da imprensa internacional apontar o brasileiro como o vencedor do duelo, os três jurados foram unânimes em apontar o campeão como o vencedor: 117 a 110 e 115 a 112 (duas vezes). Com isso, Robson Conceição perdeu a invencibilidade na carreira profissional, que soma 16 vitórias (oito nocautes) e uma derrota. Valdez se mantém invicto, agora com 30 vitórias, sendo 23 por nocaute.

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Medalhista de ouro na Olimpíada do Rio, em 2016, Robson Conceição começou muito bem a luta, com total domínio da distância, além de contar com os reflexos para abusar das esquivas. Valdez, que foi flagrado por uma substância proibida, mas acabou autorizado a lutar - pois o medicamento pode ser usado durante o período de treinamentos -, não repetiu as atuações que o colocam como um dos maiores boxeadores da atualidade.

Robson dominou claramente os cinco primeiros assaltos, ocasionando um corte abaixo do olho esquerdo de Valdez, que, por sua vez, demonstrou não estar preparado fisicamente. Desesperado, o mexicano partiu para o ataque em busca de um golpe salvador, o que não ocorreu nos 12 assaltos disputados.

Ao final da luta, o brasileiro chegou a festejar a conquista do título antecipadamente, mas o resultado favorável acabou sendo para o mexicano. Revoltado, Robson se dirigiu até próximo da onde estava sentado Bob Arum, dono da empresa Top Rank, que cuida da carreira dos dois boxeadores, exigindo uma revanche.

"Ele correu muito, evitou a troca de golpes, mas eu venci a luta", disse Valdez, com o rosto bastante inchado. "Até jornalistas mexicanos vieram me dizer que a vitória foi minha", rebateu Robson, com um sorriso irônico.

Whindersson revelou, na madrugada desta sexta-feira (10), que após exame descobriu uma lesão no bíceps direito e na escápula esquerda, sendo necessária uma cirurgia para reverter o quadro.

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O humorista aceitou o desafio e lutará com o tetracampeão mundial, Acelino Popó Freitas, tendo assinado contrato de R$ 5 milhões para uma luta de boxe entre os dois em Miami em outubro, com data ainda indefinida.

Na sua revelação, Whindersson afirmou que só fará a cirurgia após a luta, por enquanto ficará fazendo sessões de fisioterapia, aliadas aos seus treinos de boxe. “Hoje eu fiz um exame que constatou lesão no meu bíceps direito e na escápula esquerda, vou fazer fisio e depois da luta com o Popó provavelmente uma cirurgia no braço, pra puxar o músculo de volta. Tô enfezado demais, alguém vai ter que pagar umas fraudas ou limpar banheiro”, explicou em tom de bom humor.

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A boxeadora mexicana Jeanette Zacarías, de 18 anos, morreu nesta quinta-feira (2) em Montreal, no Canadá, em decorrência dos golpes que recebeu no sábado (28) em uma luta que travou contra a canadense Marie Pier Houle. Ela chegou a ficar cinco dias em coma induzido após o combate, mas não resistiu.

A notícia foi divulgada por um comunicado publicado nas redes sociais do Grupo Yvon Michel, promotor da luta. A equipe expressou suas condolências aos familiares da boxeadora mexicana, especialmente seu marido, também o boxeador Jovanni Martínez.

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"É com grande tristeza e angústia que ficamos sabendo que Jeanette Zacarías nos deixou. Toda a equipe do Grupo Yvon Michel está extremamente angustiada com este doloroso anúncio".

Zacarías foi nocauteada no quarto round da luta realizada no sábado passado, no Stade IGA, em Montreal. Ela chegou a sofrer uma convulsão ainda no ringue e foi levada a uma clínica em Montreal, onde foi sedada.

Natural de Aguascalientes, Jeanette Zacarías, conhecida como 'Chiquitiboom', começou sua carreira no boxe profissional em 27 de janeiro de 2018. Teve seis lutas, das quais ganhou duas e perdeu quatro, três delas por nocaute.

A luta de Hebert Conceição não acabou após o impressionante cruzado de esquerda que acertou o ucraniano Oleksandr Khyzniak, a 1min29s do final do terceiro assalto, e lhe garantiu a medalha de ouro na categoria peso médio (até 75 quilos) nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Em entrevista ao Estadão, o boxeador baiano mostra maturidade, apesar dos 23 anos, e sabe que seu título tem grande importância para manter o boxe em evidência em um País onde os esportes olímpicos são lembrados apenas de quatro em quatro anos.

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Com pouco tempo de descanso ao desembarcar no Brasil, por causa dos inúmeros compromissos, Hebert falou com a reportagem pelo celular e revelou a ansiedade também com a proximidade da luta pelo título mundial dos superpenas que o conterrâneo e amigo Robson Conceição vai disputar em 10 de setembro, nos Estados Unidos diante do mexicano Oscar Valdez.

Hebert só foi encontrar os familiares na última quinta-feira, em São Paulo, após um evento da Confederação ao Brasileira de Boxe. "Que saudades eu estava deste abraço", disse o boxeador para a sua mãe, Ieda Conceição. No dia seguinte, o lutador foi para Salvador, onde foi recepcionado por dezenas de fãs e familiares no aeroporto.

"Muito gratificante ser recebido com todo esse carinho pelo povo baiano, pelo povo brasileiro. Que bom que eu retribuí essa alegria lá em Tóquio. Agora sim, de volta para a terrinha, com a alma muito mais leve", disse após o desembarque.

Mas ainda faltava uma última visita antes do descanso merecido. Sempre com a medalha no peito, Hebert foi até o Centro de Treinamento do Bahia, seu time do coração, onde posou para fotos com os jogadores e até brincou ao fazer um gol de falta.

O pugilista costuma festejar suas conquistas ao dizer que obteve um "triunfo", e não uma vitória, pois desta forma omite o nome do maior rival do Bahia - Hebert acompanhou também neste domingo o jogo do Bahia contra o Atlético Goianiense no estádio Pituaçu, em Salvador, pela 16.ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Confira os principais pontos da entrevista exclusiva do boxeador Herbert Conceição:

O boxe ficou em primeiro lugar entre as modalidades do Brasil no quadro de medalhas com o seu ouro, a prata da Beatriz Ferreira e o bronze do Abner Teixeira. O que este desempenho em Tóquio pode causar de mudanças na nobre arte nacional?

Espero que esta conquista mostre para o Brasil e para todo o mundo esportivo que nossa modalidade é muito grande, gigante. Esperamos mais investimentos não só para os atletas de elite, mas também para projetos sociais e federações dos estados, para que eles possam ter uma boa estrutura e conseguir realizar grandes eventos. Só assim vamos dar rodagem a todos os outros atletas e, a partir daí, ter a dor de cabeça boa de selecionar os melhores lutadores para que possam representar bem o Brasil pelo mundo afora.

Você teve uma participação muito regular durante suas lutas na Olimpíada, mas na final o seu estilo não estava encaixando com o do ucraniano. Você foi para o último round precisando do nocaute. E o que foi aquele cruzado de esquerda?

Foi abençoado. Veio na hora que em que eu mais precisava. Era tudo ou nada porque eu sabia que estava perdendo a luta e precisava do nocaute.

Por várias vezes você tentou um golpe definitivo?

Em diversos momentos da luta eu entrei com aquela combinação de direita em direto e esquerda em cruzado, quando ele estivesse vindo para cima. E no minuto final da luta consegui conectar esse lindo cruzado, que o enviou à lona e desta forma trouxe esta medalha dourada para o Brasil.

Existe a possibilidade de você migrar para o boxe profissional?

Existe a possibilidade sim, mas neste momento não penso em fechar negócio ou tomar qualquer decisão. Só quero descansar, esfriar a cabeça e com calma decidir o que faço para o futuro. Quero ver a melhor oportunidade... se é permanecer na seleção e pensar em Paris-2024 ou ir para a carreira profissional. No momento é descansar e nenhuma decisão vai ser tomada.

Você é companheiro de treino de Robson Conceição, o primeiro a conquistar um ouro olímpico, no Rio-2016, que vai disputar o título mundial no dia 10 de setembro, nos Estados Unidos. Qual sua opinião sobre esta luta?

Robson tem totais condições de vencer. É uma luta muito dura, muito difícil, mas Robson é campeão olímpico e tem capacidade para vencer. Ele está treinando muito para isso. Torço para que seja uma grande luta e que o Robson seja vencedor e traga mais um título mundial para o boxe brasileiro.

São sete medalhas olímpicas e 14 pódios em campeonatos mundiais desde que a equipe olímpica foi formada, em 2009. Qual o segredo do sucesso?

Temos todo o apoio necessário, com nutricionista, fisioterapeuta, equipe técnica qualificada, psicólogo, assim nós nos preocupamos apenas em treinar e nos desenvolver.

Atual campeã mundial, a pugilista Beatriz Ferreira tenta colocar o ouro olímpico como o título mais importante de suas conquistas na categoria peso leve (até 60kg). A baiana de 28 anos entra no ringue neste domingo (8), às 2 horas (de Brasília), para enfrentar a irlandesa Kellie Anne Harrington, na Kokugikan Arena, nos Jogos de Tóquio-2020. É a primeira vez que uma mulher brasileira chega a uma final no boxe olímpico.

O retrospecto aponta certo favoritismo para Bia. Nos últimos cinco anos, a brasileira subiu no pódio em 29 das 30 competições que disputou. Entre suas principais conquistas está o título mundial, em 2019, na Rússia. Harrington foi campeã mundial em 2018. A final de Tóquio será o primeiro confronto entre as duas.

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"Queria muito essa luta. Participamos de alguns campeonatos, mas infelizmente não chegamos a lutar. Ela é campeã mundial, tem todo o meu respeito e estou bem ansiosa para esse espetáculo. Espero sair com a vitória e mandar essa medalha para o meu pai", disse.

Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo Ferreira, mais conhecido no boxe como Sergipe. Ele foi tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Acelino Popó Freitas, tetracampeão mundial em duas categorias diferentes de boxe.

Bia já tem a medalha de prata garantida, mas o objetivo repetir o feito de Herbert Conceição, que subiu no lugar mais alto do pódio neste sábado, 7, ao derrotar o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, pelo torneio masculino. "Estar no pódio é o objetivo final, mas separamos por metas. É degrau por degrau. Fui alimentando isso, estudando as adversárias e estou feliz aqui, mas ainda não acabou. Tenho isso em mente", afirmou.

Na semifinal dos Jogos de Tóquio, Bia venceu a pugilista finlandesa Mira Potkonen por 5 a 0, em decisão unânime dos jurados (30 a 27 - três vezes - 29 a 28 e 30 a 26). A pugilista já havia emendado duas vitórias nas fases preliminares. Nas oitavas, venceu a taiwanesa Shih-Yi Wu; pelas quartas, venceu Raykhona Kodirova, do Usbequistão.

O início da carreira foi difícil por causa da falta de oportunidades para a lutadora. Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada porque já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma dura punição de dois anos. A Associação Internacional de Boxe proibia que as atletas participassem de torneios por outras modalidades.

Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional.

O choro descontrolado e o beijo emocionado na medalha de ouro no pódio de Tóquio representaram toda a tensão sofrida pelo boxeador Hebert Conceição na final da categoria dos pesos médios (até 75 kg) diante do ucraniano Oleksabdr Khyzhniak, por nocaute técnico, a 1min29 do terceiro assalto, após acertar espetacular gancho de esquerda. Em entrevista, o brasileiro revelou sua estratégia para buscar a vitória, mesmo depois de ter perdido os dois primeiros assaltos.

"Eu tinha perdido dois rounds, tinha mais um, apesar de a pontuação ser adversa eu sabia que em 3 minutos dava para reverter com um nocaute. Se vocês perceberam no começo do round eu já fui para uma luta franca e falei, 'se tomar nocaute aqui não interessa, estou perdido, agora eu vou buscar o meu'. E sabia que na troca de golpes era loteria. Consegui conectar um bom cruzado, que eu treino muito também quando estou simulando situações de troca de golpes. Eu não sou nocauteador, sou mais estiloso. Mas também tem que treinar golpes encaixados para em situações como essa ter outras armas e outros planos para poder executar na hora. Acreditei até o fim e o nocaute veio. Essa medalha de ouro é para o Brasil", disse o atleta, de 23 anos, que estava atrás na opinião dos cinco jurados após os dois primeiros rounds por 20 a 18.

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Baiano, de 23 anos, Hebert também falou da emoção ao receber a medalha. "Difícil falar a sensação, é incrível, uma emoção muito grande, senti e energia de todo mundo que estava torcendo. Eu pensei durante os rounds que tinha muita gente mandando energia por esse nocaute. Eu acreditei que eu podia e que bom que aconteceu, eu fui premiado e a gente merece."

O brasileiro também elogiou o adversário. "O atleta que eu enfrentei tem um jogo difícil de trabalhar, é um cara muito forte, intenso, é espetacular a forma física com que ele sempre se apresenta nas lutas. É um lutador incrível, respeito muito. Mas eu sabia da minha capacidade também. Treinei muito, levei muito a sério todo trabalho que foi passado durante o ciclo, durante toda minha iniciativa desde que comecei no boxe"

"Nobre guerreiro negro de alma leve, nobre guerreiro negro lutador". A letra e a melodia da música em homenagem a Nelson Mandela guiaram o boxeador Hebert Conceição pelo ringue de Tóquio rumo à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

A canção do grupo baiano Olodum dedicada ao líder sul-africano mais uma vez inspirou o lutador de 23 anos ao entrar no ringue da arena Kokugikan, sede do boxe na capital japonesa.

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Diante de poucas pessoas presentes, e milhões assistindo pela televisão na madrugada brasileira, ele lutou corpo a corpo pela consagração na categoria de peso médio (até 75 quilos) contra o ucraniano Oleksandr Khyzhniak.

Ele chegou à decisão para definir sua medalha, que havia sido garantida com a vitória nas quartas de final sobre o cazaque Abiljan Amankul. Depois de conseguir aquele triunfo, ele bateu no peito e gritou: "Eu sou medalhista olímpico. Eu mereço pra caralho!".

Mas Luiz Dórea, renomado treinador de boxeadores e lutadores de artes marciais mistas que o guiou nos primeiros anos, o incentivou a não se contentar com o bronze que havia assegurado.

"Ainda não acabou: ainda falta transformar aquele bronze em ouro!", disse ele, em conversa telefônica em que tentou apaziguar a euforia para encorajar Hebert a seguir mais longe, segundo declarou ao portal UOL.

Hebert Conceição tomou suas palavras como incentivo e seguiu avançando e derrotou Gleb Bakshi nas semifinais, uma vitória com sabor de vingança: dois anos antes o adversário russo o havia derrotado na mesma fase no Mundial de boxe amador de Yekaterimburgo, na Rússia.

Naquela disputa, o brasileiro conseguiu obter um festejado bronze, uma das medalhas que ostenta em sua curta carreira desde que passou a fazer parte da seleção brasileira, em 2017. No ano seguinte, um metal da mesma cor foi conquistado nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia, e em 2019 ele levou a medalha de prata nos Jogos Pan-americanos de Lima.

Após a vitória que o colocou na final em Tóquio, ele olhou para a câmera e gritou o que parecia um mantra: "Brasil, acredite sempre no seu potencial e trabalhe. Não passe por cima de ninguém que as coisas acontecem". E essa crença também foi aplicada na final, em que Khyzhniak, campeão mundial em 2017, estava em vantagem após os dois primeiros rounds, mas o brasileiro derrubou o ucraniano no último assalto com um nocaute espetacular e garantiu o ouro.

- 'Moleque esportista' da Bahia -

Antes de colocar as luvas, Conceição se aventurou futebol, jiu-jitsu e capoeira. "Sempre fui um moleque esportista", contou ele. Foi talvez a sua terra natal que marcou o seu destino no ringue, onde se destaca assim como outros nascidos na Bahia, celerio do boxe brasileiro.

É o "dendê no sangue", brincou, azeite que também corre nas veias de Beatriz Ferreira, que vai lutar pelo ouro no domingo.

Outro de seus conterrâneos, Robson Conceição, conquistou a primeira medalha de ouro do boxe olímpico do Brasil na Rio-2016. Já profissional, Robson surgiu em São Caetano, mesmo bairro de Hebert em Salvador, onde se tornou seu companheiro de treinos e fonte de inspiração.

Hebert começou no ringue aos 12 anos, quando entrou na academia de Dórea com a ideia de se envolver com artes marciais mistas, mas o treinador o guiou aos primeiros títulos nacionais de boxe como cadete e juvenil.

O agora campeão olímpico foi um dos 8 mil meninos que passaram pelo 'Campeões da vida', projeto social que promove a integração de jovens de baixa renda por meio do esporte.

Já competindo no mais alto nível, o atleta busca agora ajudar meninos que, como ele, sonham em ser boxeadores. Neste sábado, Hebert alcançou mais uma conquista para continuar realizando seus próprios sonhos e inspirando seus seguidores.

O boxeador cubano Julio la Cruz venceu o russo Muslim Gadzhimagomedov por decisão unânime nesta sexta-feira e se sagrou campeão dos pesos pesados (81-91 kg) dos Jogos de Tóquio 2020, o segundo ouro olímpico de sua carreira.

Vencedor da categoria meio-pesado na Rio-2016, 'La Sombra' La Cruz deu a Cuba a sua terceira medalha de ouro no boxe nestes Jogos, nos quais também tem um bronze.

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A equipe da ilha pode levar mais um título por meio de Andy Cruz, que nesta sexta-feira se classificou para a final do peso leve (57-63 kg).

La Cruz havia vencido nas semifinais o brasileiro Abner Teixeira, que ficou com o bronze junto com o neozelandês David Nyika.

O boxeador brasileiro Hebert Conceição passou para final da categoria peso-médio (até 75kg) nos Jogos de Tóquio, nesta quinta-feira, ao derrotar Gleb Bakshi, atleta do Comitê Olímpico Russo (ROC, pela sigla em inglês), em decisão dividida dos árbitros (4 a 1).

Com esta vitória, o Brasil passa a ter dois representantes do boxe em busca do ouro nas Olimpíadas na capital japonesa, já que pouco antes do duelo de Hebert, Beatriz "Bia" Ferreira derrotou na semifinal da categoria peso leve (57-60kg) a finlandesa Mira Marjut Johanna Potkonen, medalhista de bronze na Rio 2016, em decisão unânime dos árbitros (5 a 0).

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O pugilista cubano Arlen López conquistou nesta quarta-feira o bicampeonato olímpico ao vencer a final da categoria meio-pesado (75-81 kg) contra o britânico Benjamin Whittaker, o segundo ouro da ilha no boxe nos Jogos Tóquio-2020.

López, campeão do peso médio nos Jogos Rio-2016, derrotou Whittaker no ringue da arena Kokugikan por 4-1 na decisão dos juízes.

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López, 28 anos, também conquistou o ouro nos Pan-Americano de Lima-2019 e no Mundial de 2015.

Cuba conquistou as duas primeiras medalhas de ouro em disputa no boxe masculino de Tóquio-2020.

As medalhas de bronze da categoria meio-pesado foram conquistadas por Loren Berto Domínguez, nascido em Cuba mas que compete pelo Azerbaijão, e pelo russo Imam Khataev.

Cuba, que na Rio-2016 conseguiu seis medalhas no boxe (três de ouro e três de bronze), já conquistou em Tóquio-2020 os ouros de López e de Roniel Iglesias (peso meio-médio), assim como o bronze de Lázaro Álvarez (peso pena).

Na sexta-feira, Julio la Cruz, ouro na Rio-2016, disputará a final do peso pesado (81-91 kg) contra o russo Muslim Gadzhimagomedov.

Andy Cruz enfrentará o australiano Harry Garside nas semifinais do peso leve (57-63 kg).

O pugilista brasileiro Abner Teixeira ficou com a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 após perder para o cubano Julio La Cruz na semifinal da categoria peso pesado (até 91kg)

La Cruz venceu na Kokugikan Arena por 4-1, na decisão dos árbitros.

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O cubano foi medalhista de ouro na categoria meio-pesado (até 81kg) na Rio-2016 enquanto Abner fez sua estreia em Olimpíadas.

Ele vai disputar a final contra o russo Muslim Gadzhimagomedov, que na outra semifinal derrotou o neozelandês David Nyika.

A equipe brasileira tem ainda mais duas medalhas garantidas em Tóquio: Hebert Conceição e Beatriz Ferreira já estão nas semifinais em suas categorias e asseguraram ao menos o bronze.

Abner Teixeira teve sentimentos misturados após a derrota. Satisfação por conquistar uma medalha, mas uma sensação de que poderia ter ido mais longe.

"Ninguém gosta de perder. Então o que está se destacando para mim agora é o sentimento da derrota. Quase todo dia eu trabalho e treino para não acontecer isso. Infelizmente hoje aconteceu. Mas por outro lado estou bem feliz por ser medalhista. Era o que eu tinha me proposto a fazer. É a realização de um sonho. Significa muito para mim", disse Abner em entrevista à Rede Globo.

O boxe brasileiro pode ter nesta terça-feira o seu dia mais vitorioso. A peso-leve (até 60 kg) Beatriz Ferreira, o leve (até 63 kg) Wanderson Oliveira e o pesado (até 91 kg) Abner Teixeira estarão em ação na Kokugikan Arena. Este último já vai disputar a semifinal com a garantia de já ter conquistado a medalha de bronze, pois os no boxe olímpico não há a disputa pelo terceiro lugar e os perdedores sobem também no pódio. Já a lutadora e Wanderson estão nas quartas de final e precisam vencer para atingir o mesmo status.

A primeira a se apresentar será Beatriz, atual campeã mundial. Ela sobe no ringue às 5 horas (17h do Japão) para enfrentar a usbeque Raykhona Kodirova, nona no último campeonato do mundo. "Eu me preparei durante cinco anos para este momento. Chegou a hora de decidir", afirmou a lutadora, que venceu na estreia com facilidade a atleta Shih-Yi Wu, de Taiwan, em decisão unânime dos jurados (5 a 0).

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"Todas aqui são minhas adversárias. Estou pronta para o que precisar. Amo o boxe e estou pronta para o que der e vier. Independentemente do combate que acontecer aqui, eu sei que será um grande espetáculo para a galera. Eu sei para o que me preparei, sei meu objetivo aqui e vou em busca dele, afirmou a boxeadora, de 28 anos e 1,62 metro de altura.

Wanderson, de 24 anos e 1,78 metro, vai ter pela frente, às 6h18, o cubano Andy Cruz, apontado como o melhor da atualidade nesta categoria. "É o número 1 deste peso, mas eu vou treinar bastante a tática que vou ter contra ele, rever a luta que tive com ele, rever os erros e o que tive de qualidade para fazer a estratégia", disse o brasileiro, após vencer seu segundo combate em Tóquio. Ele eliminou o sírio Wessam Salamana, da Equipe Olímpica de Refugiados, por 5 a 0 na estreia e depois o bielo-russo Dzmitry Asanou por 3 a 2.

Abner, que busca um pódio inédito para o Brasil entre os pesos pesados, terá como rival, às 6h50, também um representante de Cuba. Trata-se de Julio La Cruz, que foi campeão olímpico na Rio-2016 e quatro vezes campeão mundial, mas entre os meio-pesados (até 81 quilos). "Quero mudar a cor da medalha", disse o atleta, após derrotar o jordaniano Hussein Iashaish nas quartas de final. Ele também soma um triunfo nas oitavas frente ao britânico Cheavon Clarke. Ambos por 4 a 1. Ele tem 24 anos e mede 1,93 metro.

O boxe brasileiro acumula sete medalhas em olimpíadas, contando já os bronzes garantidos por Hebert Conceição e Abner. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão (prata), Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo (ambos bronze) subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016.

O Brasil levou para Tóquio sete pugilistas. Além dos três que se apresentam nesta terça, a nobre arte nacional ainda conta com o peso médio (até 75 quilos) Hebert Conceição. Ele é semifinalista e na quinta-feira vai desafiar o russo Gleb Bakshi, atual campeão mundial.

Três representantes nacionais foram eliminados em Tóquio. No feminino, a peso mosca (até 51 kg) Graziele Jesus perdeu para a japonesa Tsukimi Namiki na primeira rodada, enquanto Jucielen Romeu foi eliminada pela britânica Karriss Artingstall, também na estreia.

Já o meio-pesado Keno Marley (até 81 quilos) foi derrotado pelo britânico Benjamin Whittaker na segunda rodada, após vencer na estreia o chinês Daxiang Cheng.

A terça-feira (3) dos Jogos Olímpicos de Tóquio já tem ao menos uma medalha garantida para o Brasil. Resta saber se o pugilista Abner Teixeira avança para a final ou fica com o bronze.

Ainda no ringue existem duas chances de garantir medalha, caso Beatriz Ferreira e Wanderson Oliveira avancem para semifinal. No campo, a seleção brasileira luta por vaga na decisão e no vôlei começa o mata-mata. 

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Confira a agenda

Vela - 470  feminino (00:05h)

 - 470 masculino (00:15h)

Atletismo - Final do 400m com barreiras masculino (00:20h)

Vela - Final do 49er FX feminino (00:33h)

Vôlei - Brasil x Japão masculino

Luta olímpica - Lais Nunes (BRA) x Taybe Yusein (BUL) (01:10h)

Vela - Final Nacra 17 feminino (03:33h)

Futebol - México x Brasil masculino (05:00h)

Boxe - Beatriz Ferreira (BRA) x Taybe Yusein (UZB) (05:00h)

Ginástica Artística - final da Trave de equilíbrio feminino (05:48h)

Boxe - Wanderson Oliveira (BRA) x Andy Cruz (CUB) (06:18h)

 - Abner Texeira (BRA) x Julio La Cruz (CUB) (06:50h)

Hipismo - Saltos individual - Misto (07:00h)

Atletismo - 110m com barreiras masculino (07:10h)

 - Arremesso de peso masculino (07:15h)

 - Final do salto com vara masculino (07:20h)

Maratona Aquática - final 10 km feminino (18:30h)

Atletismo - Decatlo masculino 1ª prova (21:00h) 2ª prova (21:55h) 3ª prova (23:40h)

Skate - parque feminino (21:00h)

Vôlei de praia - Alison e Álvaro Filho (BRA) x Plavins e Tocs (LET) (22:00h)

Hebert Conceição garantiu pelo menos a medalha de bronze, neste domingo, ao derrotar Abilkhan Amankul, do Casaquistão, por pontos, em duelo válido pela categoria dos médios (até 75 kg). No boxe, não há disputa de bronze, pois os dois derrotados na semifinal sobem no pódio.

A decisão dos jurados foi dividida: três apontaram o brasileiro como vencedor (29 a 28 duas vezes e 30 a 27), enquanto dois viram o representante casaque como o ganhador (29 a 28 em ambos).

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O adversário do brasileiro na luta pela vaga na final olímpica, quinta-feira, será o russo Gleb Bakshi, atual campeão mundial, que eliminou o haitiano Darrelle Valsaint, por pontos, em decisão unânime.

Esta é a sétima medalha do boxe brasileiro em olimpíadas. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016. Em Tóquio, o peso pesado Abner Teixeira também já tem bronze e vai lutar a semifinal.

Como se esperava, o duelo foi duríssimo. Hebert, mais uma vez, se posicionou no contra-ataque e precisou de muita esquiva e defesa para se proteger do intenso ataque do adversário.

Os três rounds tiveram panorama semelhante, com Hebert muito preciso nos ganchos e cruzados. Aos poucos, o brasileiro conseguiu diminuir um pouco o ritmo do rival e passou a dominar a luta, mas sempre com o assédio perigoso do Casaque.

Nos minutos finais, o adversário foi melhor e até venceu o terceiro assalto para dois jurados, mas não foi suficiente para tirar a vitória do brasileiro.

"Sensação incrível escrever o meu nome na história do esporte brasileiro como medalhista olímpico, eu que sempre sonhei quando comecei no esporte, no boxe em 2013. Fico muito feliz e agradeço a todas as pessoas que fizeram parte disso, apesar de eu lutar sozinho no ringue, essa medalha tem muita gente que trabalha comigo. Manter o foco porque ainda faltam duas lutas", afirmou o brasileiro, após a vitória.

Primeira medalhista do boxe brasileiro em Olimpíadas, Adriana Araújo – bronze em Londres 2012 - participou neste sábado (31) do UOL News Olimpíadas e desabafou sobre a situação dos atletas brasileiros na questão apoio e patrocínio, contando sua experiência e fazendo críticas ao governo federal.

Em programa que teve a apresentação de Ivan Moré, Adriana Araújo deixou clara sua insatisfação com a forma com que o governo trata os seus atletas nas Olimpíadas.

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“Infelizmente essa é a realidade, a gente vive no Brasil, se eu tivesse na Olimpíada hoje, eu fosse campeã, medalhista novamente, eu não colocava a bandeira do Brasil no meu corpo, infelizmente. É triste, é inadmissível. De que adianta você ser medalhista dentro de um país onde você não tem incentivo, não tem apoio”, iniciou a pugilista.

“‘Existe patrocínio nas Olimpíadas’, mentira. Você pega um ano apenas, investindo num atleta, um ano e diz que é patrocinador do atleta, mentira. Patrocinador é aquele que está ali, lado a lado, desde o baixo, desde o momento difícil, até o momento bom da vida do atleta”, completou.

Motorista de aplicativo

Adriana continuou o desabafo, lembrando que mesmo após a conquista da sua medalha em 2012, teve de ser motorista de aplicativo em 2019 para poder se sustentar e disse que era até engraçado já que muita gente a reconhecia.       

“Vou ver bem sincera pra vocês, isso aqui (a medalha) já me deu vontade de vender, qualquer valor que viesse para pagar minhas contas. Alguns meses que estou sem trabalhar, sem ter dinheiro em mãos, já me deu vontade de vender isso aqui. Preciso pagar conta, preciso sobreviver, essa é a realidade, é um dos motivos para eu não colocar a bandeira do Brasil. Para que?”, questionou.

A pugilista refletiu também sobre os atletas que não conseguem ter um grande desempenho e recebem críticas, mas antes não receberam o apoio necessário para o levar a conquistar resultados positivos.

“É necessário que o governo brasileiro e os empresários, acordem para o país. É fácil a gente abrir a boca, criticar, falar e você não ter a ajuda merecida para fazer aquilo que é exigido de você. Muitos que vão lá fazer a diferença é só com a sua determinação e força de vontade”, criticou.

Adriana finalizou sua crítica falando sobre já se sentir realizada no esporte que disputou por tanto tempo, principalmente por tudo que viveu e conquistou. “Se o boxe acabasse hoje, eu sou uma pessoa totalmente realizada, porque eu sei de onde eu vim, sei do que eu passei, sei o que superei para conquistar essa medalha”.

O brasileiro Wanderson de Oliveira venceu o bielorrusso Dzmitry Asanou neste sábado na categoria leve (57kg a 63kg) do boxe e se classificou para as quartas de final nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Em uma luta acirrada na Kokugikan Arena, na capital japonesa, o pugilista de 24 anos venceu por 3-2. Ele se impôs no primeiro round e chegou a derrubar Asanou. O bielorrusso reagiu no segundo e equilibrou o combate.

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Mas Wanderson voltou a dominar no terceiro e ficou com a vitória por decisão unânime.

Ele é o quinto brasileiro a se classificar para as quartas. Os outros são Abner Teixeira (que já está nas semifinais), Beatriz Ferreira e Herbert Sousa. Keno Machado foi eliminado nessa fase.

Wanderson de Oliveira e os demais lutadores que vão voltar ao ringue nas quartas de final só precisam de uma vitória para garantir uma medalha, já que no boxe olímpico, não há disputa pelo terceiro lugar.

Wanderson vai enfrentar o cubano Andy Cruz na terça-feira, 3 de agosto, às 6h18.

O pugilista Abner Teixeira garantiu nesta sexta-feira (30) a primeira medalha do Brasil no boxe dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 ao vencer o jordaniano Eishaish Iashaish nas quartas de final da categoria pesado (81-91 kg).

Teixeira, de 24 anos, venceu o combate na Arena Kokugikan por decisão dividida (4-1) dos árbitros.

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Desta forma, o brasileiro garantiu no mínimo uma das medalhas de bronze, pois no boxe olímpico não há disputa de terceiro lugar.

Teixeira volta ao ringue na terça-feira para buscar uma vaga na final e tentar repetir o resultado de Robson Conceição, que conquistou a medalha de ouro na categoria ligeiro nos Jogos Rio-2016.

O rival do brasileiro nas semifinais será o cubano Julio la Cruz, que conquistou a medalha de ouro na categoria pesado na edição olímpica disputada no Rio de Janeiro.

Julio la Cruz venceu nas quartas de final o espanhol Enmanuel Reyes. O cubano passou por dificuldades durante a luta e chegou a ser derrubado durante o combate, mas os juízes definiram o confronto a seu favor, graças à superioridade nos minutos finais, por 4-1.

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