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No Brasil, aproximadamente um em cada dez estudantes é vítima frequente de bullying nas escolas. São adolescentes que sofrem agressões físicas ou psicológicas, que são alvo de piadas e boatos maldosos, excluídos propositalmente pelos colegas, que não são chamados para festas ou reuniões. O dado faz parte do terceiro volume do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, dedicado ao bem-estar dos estudantes.

O relatório é baseado na resposta de adolescentes de 15 anos que participaram da avaliação. No Brasil, 17,5% disseram sofrer alguma das formas de bullying "algumas vezes por mês"; 7,8% disseram ser excluídos pelos colegas; 9,3%, ser alvo de piadas; 4,1%, serem ameaçados; 3,2%, empurrados e agredidos fisicamente. Outros 5,3% disseram que os colegas frequentemente pegam e destroem as coisas deles e 7,9% são alvo de rumores maldosos. Com base nos relatos dos estudantes, 9% foram classificados no estudo como vítimas frequentes de bullying, ou seja, estão no topo do indicador de agressões e mais expostos a essa situação.

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A publicação faz parte das divulgações do último Pisa, de 2015, avaliação aplicada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Participaram dessa edição 540 mil estudantes de 15 anos que, por amostragem, representam 29 milhões de alunos de 72 países. São 35 países-membros da OCDE e 37 economias parceiras, entre elas o Brasil.

Em comparação com os demais países avaliados, o Brasil aparece com um dos menores "índices de exposição ao bullying". Em um ranking de 53 países com os dados disponíveis, o Brasil está em 43º. Em média, nos países da OCDE, 18,7% dos estudantes relataram ser vítimas de algum tipo de bullying mais de uma vez por mês e 8,9% foram classificados como vítimas frequentes.

"O bullying tem sérias consequências tanto para o agressor quanto para a vítima. Tanto aqueles que praticam o bullying quanto as vítimas são mais propensos a faltar às aulas, abandonar os estudos e ter piores desempenhos acadêmicos que aqueles que não têm relações conflituosas com os colegas", diz o estudo, que acrescenta que nesses adolescentes estão também mais presentes sintomas de depressão, ansiedade, baixa autoestima e perda de interesse por qualquer atividade.

Satisfação e pertencimento

O levantamento mostra que os estudantes brasileiros estão acima da média no quesito satisfação com a vida: 44,6% dizem que estão muito satisfeitos, enquanto a média dos países da OCDE é 34,1%. Na outra ponta, tanto no Brasil quanto na média dos países da OCDE, 11,8% dizem que não estão satisfeitos com a vida. No Brasil, 76,1% sentem que pertencem à escola. Entre os países da OCDE, 73% dos adolescentes dizem ter esse sentimento de pertencimento. 

Quase todos os estudantes brasileiros (96,7%) querem ser escolhidos para as melhores oportunidades disponíveis quando graduarem e 63,9% querem estar entre os melhores estudantes da classe. Entre os países da OCDE, esses percentuais são, respectivamente, 92,7% e 59,2%.

O Brasil, no entanto, aparece quase no topo entre os países com estudantes mais ansiosos - 80,8% ficam muito ansiosos mesmo quando estão bem preparados para provas. A média da OCDE é 55,5%. O país é superado apenas pela Costa Rica, onde 81,2% dos estudantes relataram ansiedade nesses casos. Mais da metade dos brasileiros, 56%, disseram que ficam tensos ao estudar. A média da OCDE é 36,6%.

"Esses resultados sugerem a necessidade de relações mais fortes entre escolas e pais para que os adolescentes tenham o apoio de que necessitam, acadêmica e psicologicamente. Essa aproximação poderia contribuir muito para o bem-estar de todos os alunos", diz o relatório.

Pais e professores

O levantamento mostrou que pais e professores têm papel importante no bem-estar dos estudantes. Estudantes que têm pais interessados nas atividades escolares são 2,5 vezes mais propensos a estar entre as notas mais altas da escola e 1,9 vezes a estar muito satisfeitos com a vida. Com o apoio dos pais e responsáveis, os estudantes também têm duas vezes menos chance de se sentir sozinhos na escola e são 3,4 vezes menos propensos a estar insatisfeitos com a vida.  

A participação dos professores também é importante. Estudantes que recebem apoio e suporte dos professores em sala de aula são 1,9 vezes mais propensos a sentir que pertencem à escola do que aqueles que não têm esse apoio. Aqueles que percebem que os professores são injustos com eles têm 1,8 vezes mais chance de se sentir excluídos na escola.  

De acordo com o relatório, grande parte dos estudantes tem a sensação de que é injustiçada pelos professores. Em média, nos países da OCDE, 35% dos alunos relataram que sentem, pelo menos algumas vezes por mês, que seus professores pedem menos deles que dos outros estudantes; 21% acham que seus professores os julgam menos inteligentes do que são; 10% relataram que os professores os ridicularizam na frente dos outros; e 9%, que seus professores chegaram a insultá-los na frente dos demais.

Bem-estar dos estudantes

Esta é a primeira vez que o Pisa divulga dados da performance dos estudantes que dizem respeito à relação deles com os professores, à vida em casa e a como gastam o tempo fora da escola. O relatório que trata do bem-estar dos estudantes faz parte dos resultados do Pisa 2015.  Ao todo, participaram 540 mil estudantes de 15 anos que, por amostragem, representam 29 milhões de alunos de 72 países. São 35 países-membros e 37 economias parceiras, entre elas o Brasil.

Aplicado pela OCDE, o Pisa testa os conhecimentos de matemática, leitura e ciências de estudantes de 15 anos de idade. Em 2015, o foco foi em ciências, que concentrou o maior número de questões da avaliação.

Daniel (nome fictício), de 13 anos, estudava desde o 1.º ano do ensino fundamental na mesma escola e tinha muitos amigos. No ano passado, mudou o comportamento e passou a rejeitar o colégio. Chegou a faltar um mês inteiro e dizia para os pais que preferia morrer a ir para lá. A família procurou a escola quando descobriu que ele estava sofrendo bullying, mas não teve apoio. Insatisfeitos com a condução, os pais decidiram mudá-lo de colégio.

Há um ano, uma lei federal determinou que todas as escolas tenham ações contra esse tipo de violência. Mas pais e especialistas continuam relatando que muitas não adotam medidas efetivas de combate. A discussão do tema ganhou força na última semana com a repercussão da série da Netflix 13 Reasons Why, que trata de bullying e suicídio em uma escola americana.

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A escola em que Daniel estudava disse não saber que ele sofria bullying. "Falei com a direção para entender, mas disseram que não tinha acontecido nada, que nunca viram nada. Era uma turma com 11 alunos, como não sabiam que meu filho estava sofrendo?", pergunta a mãe, uma enfermeira de 39 anos que pediu para não ser identificada.

Para a psicóloga Luciana Zobel Lapa, pesquisadora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), ainda falta formação aos profissionais nas escolas. A violência costuma ser velada - longe do alcance dos professores. "Por isso, é preciso um olhar atento às pistas que os alunos dão." Segundo Luciana, para prevenir é preciso compreender todos os envolvidos nas agressões. "O autor, que não tem sensibilidade moral e não se incomoda com a dor do outro, e o alvo, que possui imagem rebaixada de si mesmo e se vê como merecedor da agressão. E também os espectadores, que não se posicionam por medo de serem vítimas ou que carecem de sensibilidade moral."

Ações - A orientadora educacional do ensino fundamental Ana Claudia Esteves Correa, do colégio Stance Dual, na Bela Vista, região central de São Paulo, conta que a escola criou grupos antibullying entre os próprios alunos do 6º ao 9º anos. "Eles são preparados para interferir nas situações de bullying. Isso tem dado muito certo, porque eles chegam mais perto do problema do que um adulto, já que o bullying é muito sutil", afirma. A especialista diz ainda que há uma forte formação do professor nesse sentido. A escola determina que se avalie como os estudantes fazem os trabalhos em grupo.

No Equipe, em Higienópolis, atividades de lazer têm como objetivo unir os estudantes. "Temos procurado fazer um trabalho de convivência, de criar situações em que as crianças interajam entre si", diz a diretora Luciana Fevorini.

Gabriel (nome fictício), de 15 anos, começou a sofrer bullying quando mudou de escola, no 8º ano do ensino fundamental. "Ele nunca havia tido problema, mas começou a ficar muito quieto em casa e a dizer que não queria ir para escola. Achei que era uma fase de adaptação, mas a situação piorou", conta a mãe, advogada de 40 anos, que também pediu anonimato.

Como Gabriel não contava o que acontecia a mãe decidiu transferi-lo para outra unidade. "Os meninos das duas unidades se conheciam e criaram um grupo no WhatsApp para xingá-lo.

Tiravam sarro por ele ser muito tímido e não gostar de futebol", diz a mãe, que em 2016 foi mais de dez vezes à escola. Segundo ela, a direção não tomou medidas para ajudá-lo e dizia que era "fase de adolescente". "O coordenador o chamou para uma conversa e foi muito agressivo. Deu a entender que ele não tinha inteligência emocional para superar a situação." A mãe, então, buscou ajuda médica. "Ele achava que merecia os xingamentos, que era tudo aquilo que diziam." Neste ano, Gabriel foi para o Colégio Santa Maria. "Ainda faz terapia, mas está muito melhor."

Responsabilidade - Segundo Ana Paula Lazzareschi, advogada especialista no tema, as escolas devem ter trabalho de socialização e podem sim ser responsabilizadas por bullying. "Não adianta fazer um trabalho genérico, dar uma cartilha pronta aos alunos".

Perseguição - Aos 12 anos, Larissa (nome fictício) ficará ao menos 30 dias fora da escola por determinação médica. Após sofrer bullying em três colégios de Belo Horizonte ao longo de três anos, ela está em tratamento psiquiátrico e toma remédios contra depressão. Negra e adotada, adorava ir às aulas, até ser alvo de agressões físicas e psicológica de colegas.

"Era uma das poucas negras do colégio, mas nunca a incomodou. Os colegas nunca haviam dito ou a tratado diferente, apesar de olhares tortos que percebia de alguns pais. Mas, quando fez 9 anos, os apelidos e provocações com sua pele e cabelo começaram", conta a aposentada Lúcia Helena, de 51 anos, mãe da menina. Após perseguições em duas escolas, foi para um colégio religioso, onde tudo piorou, segundo relato da mãe. "A escola não soube recepcioná-la, e ela foi excluída dos grupos."

A menina sofria ofensas raciais e a direção dizia que ela entendia errado as "brincadeiras". Em novembro, foi ofendida por uma menina e revidou com um tapa. A direção quis suspendê-la por entender que ela era a agressora. Desistiu, mas o episódio abalou Larissa, que passou a dizer que preferia morrer a voltar à aula. Em depressão, perdeu as provas finais e a recuperação. Foi reprovada, apesar das boas notas no restante do ano.

"Tentei explicar que ela não tinha condições de fazer as provas, que estava sob efeito de remédios fortíssimos, mas a escola foi irredutível", diz. A mãe recorreu à Justiça para reverter a reprovação, sem sucesso. Agora tenta ação criminal. A menina está matriculada em outro colégio, para onde vai após se recuperar.

"Ela não quer sair de casa nem conversar, desenvolveu fobia de escola. O dano é tão grave que os médicos me recomendaram não deixá-la sozinha, vigiar o que faz e evitar deixar facas e remédios ao seu alcance", conta Lúcia. "A gente se culpa por não ter entendido a gravidade do problema antes, por não ter exigido da escola uma ação."

Em nota, o colégio disse que adotou ações em conformidade com "o regimento escolar" e que se pauta pelo caráter cristão.

O blogueiro Bruno Rocha, mais conhecido como Hugo Gloss, participou de uma campanha sobre bullying ligada à série "13 Reasons Why", promovida pela Netflix, e contou em um vídeo as experiências que viveu ainda na infância. A gravação foi publicada na última sexta-feira (7) pelo jornalista nas suas redes sociais e revela acontecimentos da vida pessoal do artista.

"Negro, gay, gordo. Me chamavam de Bruneca", começa o blogueiro, para em seguida listar situações de humilhação. "[Falavam] Por que você está usando esse relógio preto? Você não vai nem conseguir ver as horas aí, porque eu era preto também”.

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Ele ainda conta que foi apelidado de mamão e durante muito tempo não soube por quê. "Até que eu entendi que era porque eu tinha peito. Acho que até hoje tenho complexo de mamão." No vídeo, Bruno ainda conta que amarrou uma faixa em volta do tórax para ver ser diminuía os peitos. 

A campanha da Netflix, divulga a nova séria disponibilizada na plataforma: "13 Reasons Why", onde a produção é inspirada no livro "Os 13 porquês", de Jay Asher, e conta a história de Hannah, vítima de bullying. Antes de cometer suicídio, a garota grava 13 fitas e as endereça às 13 pessoas que influenciaram sua decisão. 

Veja o depoimento de Hugo Gloss:

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O Brasil promove nesta sexta-feira, 7 de abril, o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escola. Instituído pela lei nº 13.277, de 29 de abril de 2016, o dia marca a tragédia do Realengo, quando Wellington Menezes de Oliveira, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, naquele bairro do Rio de Janeiro, invadiu uma sala de aula e atirou contra as crianças, matando 11 delas e se suicidando em seguida, em 2011. De acordo com parentes e mensagens deixadas, o atirador sofreu diversos abusos quando era aluno da instituição e segundo especialistas, este fato somado a distúrbios mentais graves teriam sido o motivo do ataque. 

Neste 7 de abril, o Ministério da Educação (MEC) coordena ações com o objetivo de capacitar docentes e equipes pedagógicas para a promoção de cidadania, empatia e respeito em uma cultura de paz e tolerância. Na educação básica, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) está implementando um portal na internet direcionado a ações em direitos humanos na comunidade escolar e sociedade civil, com lançamento previsto para o segundo semestre de 2017.

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Já no ensino superior, em novembro de 2016 foi lançado o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos, por meio de uma parceria entre o MEC e o Ministério da Justiça e Cidadania. O pacto teve adesão de mais de 200 instituições de ensino superior que deverão apresentar um plano de trabalho com ações de promoção de respeito, cidadania paz e direitos humanos.

Conscientização por meio da ‘ficção’ 

A série “13 reasons why”, traduzida como “Os 13 porques”, é uma produção original da plataforma de streaming Netflix, que aborda a temática do cyberbullying e suicídio através da história de Hanna Baker, uma adolescente que comete suicídio, mas antes deixa 13 fitas gravadas apontando os motivos e as pessoas que, através de bullying, cyberbullying ou negligência diante de seu sofrimento, a levaram a desistir de viver. 

O enredo traz reflexões acerca dos problemas da violência no ambiente de ensino e suas consequências por meio da ótica da vítima de forma sensível, com o objetivo de levar a conscientização da audiência quanto ao suicídio e ao bullying. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) fornece auxílio para a prevenção ao suicídio por meio do telefone 141, do seu site via chat, VoIP (Skype) e e-mail e pessoalmente. No Recife, o centro fica na Avenida Manoel Borba, 99, Boa Vista e pode ser contatado pelo telefone (81) 3421-7311.

A mais recente estreia da Netflix, o drama “13 Reasons Why” – tradução de “Os Treze Porquês” – teve seus episódios lançados pela plataforma na sexta-feira (31). A série, baseada no livro do escritor Jay Asher, conta a trajetória de Hannah Baker, interpretada por Katherine Langford, uma adolescente que, antes de se suicidar, gravou uma série de fitas cassetes contando sua trajetória.

Cada lado das fitas conta de que forma determinado personagem tem culpa sobre o suicídio de Hannah.  Ao longo dos episódios, Clay Jensen, representado pelo ator Dylan Minnette, escuta as fitas e segue a trajetória da garota, narrada com o passado e presente intercalados.

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São abordados temas como depressão, sexualidade e bullying em torno da vida dos adolescentes. A cada episódio, uma nova personagem sofre o impacto de suas ações no passado, que são relembradas por Hannah e observadas por Clay.

Nas redes sociais, a série logo repercutiu pelo teor atual da abordagem. Os usuários no Twitter estão, desde o lançamento, enaltecendo a importância dos temas trazidos pela série. “13 reasons why não é só uma série, é uma lição de vida”, comentou um internauta. Também circula a #NaoSejaumPorque, como forma de chamar atenção para a importância de tratar questões como essa.

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A cantora Kesha não lançava músicas novas há dois anos porque não conseguia mais trabalhar perto de Dr. Luke. Para quem não sabe o que aconteceu, a cantora acusa o empresário de abusar dela física e psicologicamente, e Kesha deu até entrada em uma liminar para tentar quebrar o contrato com ele e com a Sony por conta disso.

O caso foi realmente muito grave, tanto que, em entrevista ao New York Times Magazine, a estrela desabafou, dizendo que sofria bullying recorrente por conta de sua aparência, durante a turnê Animal, e que isso causa a ela graves problemas alimentares, o que fez com que ela tentasse tirar sua vida:

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-Fiquei sob imensa pressão para passar fome. E eu tentei e quase consegui me matar no processo.

De acordo com a estrela, o produtor teria começado a criticar seu peso na frente do staff, chegando a chamar ela de geladeira redonda. Ela ainda completou como foi o tempo em que deu uma pausa na carreira:

-Estava retomando minha força, meu corpo e minha voz. Estava retomando minha vida.

O aluno de uma escola pública de Piracicaba entrou com uma ação judicial por danos morais contra sua professora. Consta no processo que o menor foi apelidado por ela de “Félix”, personagem homossexual de comportamento caricato da novela “Amor à vida”, o que causou constrangimento e gerou piadas e provocações de seus colegas de classe. Por conta do bullying sofrido, o jovem foi obrigado a mudar de escola. Inicialmente, a mãe do menino havia pedido R$ 200 mil de indenização, pelo prejuízo psicológico e para custear tratamento, porém as partes chegaram em um acordo que prevê que a Fazenda do Estado de São Paulo terá que pagar R$ 20 mil à família. A professora alegou que a intenção era coibir as conversas na sala de aula.

Em novembro de 2015, um garoto de 8 anos, gago e com dificuldades de aprendizagem, foi agredido verbal e fisicamente durante seis meses em uma escola de Ribeirão Preto, também no interior paulista. A mãe do aluno recebeu ajuda da Secretaria de Educação para mudá-lo de escola. Ela acusou a diretora da instituição de negligência e também entrou com uma ação na Justiça por danos morais. A criança receberá apoio pedagógico e psicológico para superar os traumas.

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O Ministério da Saúde mostrou dados de uma pesquisa realizada em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que revela que esse tipo de violência tem crescido nas escolas brasileiras. Com a participação de 109 mil alunos das redes pública e particular em todo o país foi constatado que o perfil das vítimas e dos agressores compreende a mesma faixa de idade e etnia, dos 13 aos 15 anos, negros. A pesquisa mostra ainda que a distribuição é praticamente igual entre meninos e meninas. “Na maioria dos casos eles [os jovens] nos revelam que quando buscam ajuda, o adulto não faz nada” revela uma das autoras da pesquisa, a professora Marta Angélica Iossi.

Gisele Bündchen pode ser conhecida por sua beleza e por seu corpo exuberante, mas isso não a deixou imune ao bullying.

A modelo, que tem fortuna estimada em cerca de um bilhão de reais, de acordo com a revista Forbes, contou em entrevista ao New York Times, publicada sábado, dia 14, que estava acostumada a sofrer com os comentários maldosos dos colegas desde pequena:

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- Até mesmo antes de entrar na profissão, eu sofria bullying porque eu sempre fui alta e magra e me destacava por isso. Eu também ficava muito vermelha jogando vôlei, como um pimentão. Então eu pensava que sofrer com isso era parte da vida.

E mesmo após virar modelo, ela passou algum tempo sendo criticada por pessoas da indústria da moda.

- No começo, todos me diziam, seus olhos são pequenos, seu nariz é muito grande, você nunca vai estar em uma capa de revista. Mas quer saber? Esse nariz grande também vem com uma grande personalidade.

Que bela inspiração para nós, meros mortais. Algumas críticas negativas não merecem nossa atenção, afinal, hoje, Gisele é, não só a modelo mais bem paga do mundo, mas, também, um dos nomes mais conhecidos na profissão.

Uma nova extensão do Google Chrome, chamada Reword, foi criada para impedir que os usuários disseminem comentários negativos na internet. A ferramenta foi desenvolvida pela empresa australiana headspace em parceria com a National Youth Mental Health Foundation para combater o bullying virtual.

A extensão tem o objetivo de mudar o comportamento online, impedindo que insultos sejam publicados. A ferramenta não irá interferir em nenhuma atividade que o usuário realiza na internet, a menos que ele comece a usar uma linguagem difamatória.

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Quando um comentário ofensivo é postado em uma rede social ou em outros sites, a extensão exibe um alerta, incentivando o usuário a reformular o texto. A tecnologia funciona de forma semelhante a verificação ortográfica, reconhecendo palavras e frases que são consideradas indelicadas.

Testes realizados pelos desenvolvedores revelam que 79% dos jovens se mostraram dispostos a reformular suas postagens após serem alertados pela ferramenta. A empresa que criou a extensão agora pretende realizar sua instalação em computadores de escolas para ajudar a combater o bullying virtual.

A extensão está disponível gratuitamente para qualquer usuário do navegador Google Chrome aqui.

“O planeta não precisa de mais “pessoas de sucesso”. O planeta precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todo tipo.

Precisa de pessoas que vivam bem nos seus lugares.

Precisa de pessoas com coragem moral dispostas a aderir à luta para tornar o mundo habitável e humano, e essas qualidades têm pouco a ver com o sucesso tal como a nossa cultura o tem definido. ”

Gyawa Rinpoche Dalai Lama*[1]

 

Talvez, alguém imagine que estamos falando aqui, sobre o lugar das maravilhas de Alice, desconectado com a efervescência das questões políticas, econômicas e sociais. Realmente, estamos atravessando um momento ímpar e oxalá, possamos atravessá-lo da maneira menos onerosa para a sociedade. Todavia, me curvo as palavras do Rinpoche, pois, acredito nas pessoas, mas, acredito mesmo nas ações, mais do que nas palavras. Pretendo, nesse espaço e tempo, contar histórias e quem sabe, você poderá gostar de conhece-las.  

O pequeno texto fala de tantas coisas que gostaria de conversar com vocês como sucesso; contadores de histórias; viver bem; seu lugar; coragem moral; mundo habitável e ser humano, quem sabe, noutros momentos iremos nos debruçar sobre tais questões. Tem uma música de Cláudya (Deixa eu dizer) que tem a seguinte introdução:Deixa, deixa, deixa; Eu dizer o que penso dessa vida; Preciso demais desabafar.

Mas, querendo começar, digo que algumas pessoas me indagaram sobre o que significa F. O. C.?

Antes, quero compartilhar o ocorrido há uns anos atrás, quando fui fazer uma palestra numa Escola, na cidade de Surubim-PE, porém, desta vez, a um grupo de jovens, muito jovens, cujas idades variavam de 11 – 14 anos, o que para mim era inédito. Estava acostumado com jovens na Pós-graduação, no curso de Direito ou Administração e no Ensino Médio, mas, não nessa faixa etária. Então resolvi falar sobre bullyng e noções de Direito, mas, antes, perguntei a eles se conheciam as 04 palavras mágicas.

Não imaginei que ocorreria tamanho alvoroço no auditório (sim, havia mais de 100 deles no auditório). E começaram a gritar (literalmente): amor; amo você; o nome do Senhor; Jesus; mãe; pai; mamãe; socorro; dinheiro; abracadabra; ajude, etc.

Nossa, como foram criativos.

E, quando parei de rir e eles, também, retomei o assunto dizendo que, quando criança minha Amada Mãe havia me dito assim:

Meu filho, nunca esqueça de usar as 04 palavras mágicas;
— Que palavras são essas, indaguei;
Lembre-se de dizer por favor, com licença, me desculpe e obrigado;
— E essas palavras são mágicas?
Sim, muitas portas poderão se abrir para você e não esqueça de sorrir também.

Até o presente dia, essas palavras ecoam nos meus ouvidos e sorrio, sozinho, todas as vezes que me lembro.

As jovens crianças começaram a se dirigir um ao outro, usando essas palavras o que foi muito instrutivo e divertido. Vocês não têm ideia da boa confusão que se instaurou no local e aquele dia será para mim, inesquecível. Parece engraçado ou estranho dizer que, quem mais aprendeu fui eu.

Podemos dizer, em um sentido amplo, que ao estudarmos, estaremos favorecendo a aprendizagem. Vamos deixar o tema – aprendizagem – para um outro momento e vamos, por hora, falar sobre “estudar” e pretendendo facilitar a abordagem resolvi imaginar um “jogo”, sim, um jogo no qual teremos dois times, sendo um deles o famoso e conhecido time, por todos nós – ESTUDAR.

Todos nós e com você não será diferente, vai ter que estudar, irá a Escola (que será tema de outro artigo) e vai estudar lá, também. Não me pergunte, o porquê de dizer, lá também. É algo ilusório imaginar que devemos estudar apenas na escola (custo a crer que alguém, ainda, pense assim) e você sabe disso, uma vez que, o real período de estudo acontece fora da sala de aula.

No contexto que hora escrevo, uso “estudar” em um sentido amplo e em vários momentos, quer seja na vida escolar, na faculdade, no âmbito profissional, preparando-se para um concurso, enfim, em um sentido largo.

Poderiam me dizer que conhecem o primeiro time e deste time, venho apresentar e escalar os seguintes jogadores: força de vontade; sacrifício; investimento; isolamento; entusiasmo; e os irmãos determinação; dedicação; resignação; concentração; organização e superação.

Dito isso, temos que um dos times é – ESTUDAR – e o outro time, não é nada menos do que o poderoso F. O. C.

Não me diga que nunca ouviu falar dele.

Este outro time, não é conhecido pela sigla F. O. C., contudo é muito popular, quando se pronuncia o nome completo do time F. O. C. – Fazer Outra Coisa. Tudo bem, sei do impacto que causa esse time, notadamente, quando venho apresentar uma escalação mesclada com titulares e reservas: praia; cinema; festas; churrasco; balada; família; futebol e os estrangeiros já abrasileirados: Instagram; Facebook e Game of Thrones.

Sim, vários reservas, pois, outros do banco de reservas estão sempre prontos a entrar em campo como por exemplo: TV a cabo; Netflix; Twitter; YouTube; novelas; namorar e seu irmão “ficar”, entre outros. O time F. O. C. é extraordinário, incomparável suas luminosas estrelas. Um time imbatível!

É pessoal, não é fácil esse jogo, quero dizer, para o lado do time Estudar.

Se você fosse apostar um resultado, quem ganharia?

Se fosse dizer um placar, seria apertado ou de goleada?

Será que existem regras?

Falaremos sobre os jogadores do time Estudar, mas, isso ocorrerá na próxima coluna.

Espero lhe rever, boa semana.

*[1] - significa "grande protetor"

Apelidos pejorativos, constrangimento público e ataques físicos são alguns dos problemas enfrentados por quem é vítima de bullying. Na busca para reduzir o problema, entrou em vigor este mês a lei que institui o programa de combate ao bullying e prevê que escolas, clubes e agremiações recreativas desenvolvam medidas de conscientização, prevenção e combate a esse tipo de intimidação. A Agência Brasil ouviu especialistas que avaliaram as medidas propostas pela lei e falaram sobre o combate ao bullying.

A doutora em educação e especialista em bullying e ciberbullying Cleo Fante diz que a lei é um avanço, mas considera que os professores e a escola não estão preparados para o enfrentamento ao bullying. Segundo ela, é preciso um trabalho de capacitação para professores e de abordagem frequente do tema nas escolas. “Ainda há muitos equívocos sobre o que é obullying. Falta muito entendimento. O bullying não é uma brincadeira, uma ofensa pontual ou um conflito, o bullying vai muito além disso, é violência. Para que a lei se torne efetiva, temos que trabalhar o tema como violência, que é um fenômeno complexo, reflexo da violência social”, defende.

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Para ela, as ações de prevenção e combate ao bullying não devem se restringir a uma palestra ou uma campanha isolada contra o problema, mas fazer parte das discussões do dia a dia e envolver também a família. “Não é simples lidar com esse problema, ações pontuais geram resultados pontuais. Lidar com o bullying requer ações contínuas, então é preciso um conjunto de estratégias que denominamos de programas. Não adianta fazer uma palestra, um dia de conscientização, é preciso trabalhar de uma forma contínua”, disse Cleo Fante.

A lei que estabelece o programa de combate ao bullying prevê que sejam realizadas campanhas educativas, além de orientação e assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores e institui práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores. Entre os objetivos do programa está a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema.

Para o professor do curso de graduação e pós-graduação em Psicologia da Universidade Estadual Paulitas (Unesp) e autor de livro sobre bullying Nelson Pedro-Silva, embora a lei tenha mérito de chamar a população para o debate desse fenômeno, ela é desnecessária. “A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) são documentos suficientes que nos permitem retirar elementos que nos possibilitem trabalhar com o equacionamento do bullying”.

O professor explica que ao trabalhar na prevenção ao bullying é importante formar cidadãos com consciência de seus direitos e deveres e que respeitem as diferenças. “Devemos aprender a viver numa sociedade, que é formada por pessoas que apresentam diferenças étnicas, físicas, de toda ordem, e temos que aprender a lidar com o diferente. O que tem ocorrido é que nossas crianças e adolescente têm apresentado dificuldades consideráveis para lidar com aquilo que eles julgam ser diferente e, como tal, deve ser exterminado”, disse Nelson Pedro.

A lei, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, caracteriza o bullying como todo ato de “violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”.

O texto prevê que a punição aos agressores deve ser evitada, tanto quanto possível, “privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil.

O Facebook lançou nesta terça-feira (16), uma plataforma que oferece ferramentas para ajudar adolescentes, pais e professores a evitar e combater o bullying pela rede social. A Central de Prevenção ao Bullying no Brasil, desenvolvida em parceria com a organização não governamental SaferNet Brasil e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), deve entrar no ar até o final do dia.

A central está dividida em seções inspiradas em situações reais de bullying. Há uma área para os adolescentes, uma para os pais e responsáveis, uma para os educadores, uma contendo informações e contatos dos parceiros e uma lista de recursos para denunciar conteúdos e configurar a privacidade.

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De acordo com o diretor de políticas públicas do Facebook, Bruno Magrani, o grupo já trabalha de diversas maneiras para tentar fomentar o comportamento respeitoso na rede social e mesmo já havendo formas de evitar a agressão, essas ações ocorrem depois de a situação já ter ocorrido.

“A grande novidade é que estamos investindo em uma campanha de prevenção ao bullying e esperamos ter efeitos duradouros. A central é um guia de dicas e informações para que os três grupos descritos possam identificar as situações de bullying e saibam o que fazer”, disse.

A oficial do Programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef Brasil, Gabriela Mora, explicou que os integrantes do projeto trabalham para que o guia faça sentido no contexto brasileiro e não seja uma simples tradução do que já é feito em outros países.

“Nessa adaptação para o Brasil, fomos ouvir os adolescentes e ver o que fazia sentido para eles. A grande vantagem da central é que ela investe no diálogo com o adolescente. O material é um orientador muito flexível que pode ser adaptado para qualquer forma de esse diálogo acontecer”, complementa.

Ela destacou que para tratar do assunto é preciso estar atento para o fato de que a adolescência tem peculiaridades, e uma situação de violência psicológica tem muita repercussão na vida do indivíduo.

“Se acontece dentro de uma sala de aula, já tem uma repercussão. Se acontece online, se perde o controle dessa repercussão, isso tem um impacto muito maior. É importante respeitar essa fase que é de muita inovação. E é importante respeitar principalmente a autonomia dos jovens. O que acontece é que o adolescente está decidindo o que faz online. O controle e repressão não funcionariam com esse público, por isso é preciso partir para o diálogo”, pontua.

O diretor de educação da SaferNet Brasil, Rodrigo Nejm, disse que a organização não governamental tem se dedicado a estudar formas para que as crianças e adolescentes tenham informação, maturidade e discernimento para usar bem sua autonomia na internet.

“Temos que habilitar crianças e adolescentes para lidar com situações reais da vida seja dentro ou fora da internet. Apostamos na conciliação e em ver que segurança nunca será oposto de liberdade. Nosso desafio é conseguir educar para boas escolhas online e que os adolescentes tenham referenciais para desfrutar das boas oportunidades no ambiente digital”, ressalta.

Para Nejm, é muito positivo que o material contido na Central de Prevenção ao Bullying no Brasil, do Facebook, insista na quebra do silêncio e na ideia de não apenas vitimizar os adolescentes como se eles fossem desamparados e sem habilidade de lidar com as situações encontradas na internet.

“Também tivemos o cuidado em diferenciar o termo bullying, que não é tão claro no Brasil, distinguindo uma simples brincadeira de algo sério, para não cair em um extremo e, sim, refinar e criar informação para dar habilidade para eles saberem onde está o limite entre brincadeira e a agressão”, diz.

O diretor também destacou que o diálogo e a mediação de conflito, proporcionados pela nova ferramenta do Facebook, ajudam a mostrar ao próprio agressor o que ele está fazendo.

“No guia há bastante coisa voltada para quem de alguma forma agride. E para que essa pessoa perceba se foi só brincadeira ou se, de fato, ela está cometendo uma violência. E para que ele também possa mudar sua postura, e pedir desculpas. É importante não condenar o agressor como se ele fosse um caso perdido. O material traz esse olhar para o educador e os pais poderem tomar atitudes com quem agride e precisa de ajuda”, complementa.

A partir de março, a SaferNet visitará pelo menos dez escolas em todo o Brasil para debater a segurança online e oferecer dicas de como usar o Facebook de forma saudável.

“Muitas vezes superestimamos a capacidade das crianças e adolescentes de desfrutarem desses ambientes digitais. Nós supomos que, por eles terem nascido nesse contexto de hiper acesso às ferramentas digitais, eles dominam essas ferramentas, mas isso não é óbvio. Às vezes, se confunde uma habilidade de manuseio com a capacidade crítica e maturidade para se apropriar da ferramenta”, lembra.

Segundo Nejm, a prioridade serão as escolas públicas e a viabilização de visitas a algumas particulares, de médio porte, localizadas nos bairros. “Há escolas particulares que tem papel fundamental e que envolvem muitos alunos. Vamos usar como base os pedidos das escolas que já nos procuram constantemente e que sinalizam que esse é um tema urgente para elas”, disse.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática em todo o território nacional. O objetivo principal é prevenir e combater a prática de bullying no País, sobretudo nas escolas.

Também está no rol de finalidades da lei "promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua" e "evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil".

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A norma considera bullying "todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas".

De acordo com a lei, oito atos podem ser caracterizados como prática sistemática de intimidação, humilhação ou discriminação: ataques físicos; insultos pessoais; comentários sistemáticos e apelidos pejorativos; ameaças por quaisquer meios; grafites depreciativos; expressões preconceituosas; isolamento social consciente e premeditado; e pilhérias.

Também há na lei menção ao cyberbullying, pelo qual são usados os instrumentos da internet "para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial".

O texto estabelece que é dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática. A lei ainda determina que deverão ser produzidos e publicados relatórios bimestrais das ocorrências de intimidação sistemática nos Estados e municípios para planejamento das ações.

A nova lei está publicada na edição desta segunda-feira, 9, do Diário Oficial da União (DOU) e entra em vigor em 90 dias.

A Câmara dos Deputados aprovou ontem projeto de lei que estabelece a criação do Programa de Combate à Intimidação Sistemática, que, na prática, obriga escolas, clubes e agremiações recreativas a adotarem medidas de prevenção e combate ao bullying. No entanto, a proposta não prevê punição aos agressores. O texto segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

O texto aprovado define bullying como "ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas". O programa de combate ao bullying será responsável por capacitar professores e equipes pedagógicas das escolas para a prevenção da prática, dar assistência psicológica e jurídica às vítimas e fazer campanhas de conscientização, entre outros pontos.

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Os deputados rejeitaram alterações feitas pelo Senado e mantiveram o texto que havia sido aprovado pela Câmara em 2013. "O conceito de bullying previsto no substitutivo do Senado é melhor, mas o texto da Câmara é mais abrangente", disse a líder do PC do B, Jandira Feghali (RJ). O deputado Lincoln Portela (PR-MG) ainda sugeriu que os trotes universitários fossem considerados bullying, mas a ideia não teve apoio.

O projeto prevê a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para implementar ações de prevenção e solução do problema, assim como a orientação de pais e familiares para identificar vítimas e agressores. O texto determina ainda a realização de campanhas educativas e estabelece que seja oferecida assistência psicológica, social e jurídica a alvos e agressores.

Punição

Pelo texto aprovado, ainda se deve evitar, "tanto quanto possível", a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil". Sancionado por Dilma, o texto entra em vigor 90 dias após ser publicado no Diário Oficial da União.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Kylie Jenner ficou bem emocional e desabafou no Instagram ao postar a foto de Lizzie Velasquez, uma mulher que possui uma rara condição que a levou a ser chamada, por exemplo, de a mulher mais feia do mundo.

A meia-irmã de Kim Kardashian postou a foto de Lizzie e, explicando a situação dela, não deixou de exemplificar sua própria situação, ao falar sobre bullying:

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- É muito inaceitável tratar as pessoas dessa forma. As pessoas falam muitas coisas horríveis sobre mim todos os dias e de novo e de novo e às vezes eu não consigo aguentar. Até eu às vezes sou afetada por isso. Eu sofro colapsos nervosos, eu me escondo, eu choro. E isso resulta em um monte de ansiedade que eu nunca tive que lidar antes. Qualquer movimento meu tem sido documentado para o mundo todo e tem sido um pesadelo tentar me encontrar em meio a esse pesadelo todo.

Além disso, ela contou que Lizzie viaja o mundo todo para dar palestras motivacionais e explicar às pessoas que é possível conquistar aquilo que você deseja. E para finalizar a postagem, Kylie ainda disse:

- Lizzie me ensinou a ser mais do que eu acho que sou. (...) Lizzie, você não devia estar passando por isso. Vamos mudar isso juntas! Eu te amo Lizzie.

Marina Ruy Barbosa sempre foi dona de fios ruivos chamativos e hoje ela é reconhecida e desejada por muitos por conta disso, mas a atriz contou para o apresentador Jô Soares no Programa do Jô, da Globo, desta sexta-feira, dia 3, que nem sempre foi assim e quando pequena ganhou apelidos por isso:

- Sempre fui ruiva e meu apelido era arroto de Fanta Laranja e ferrugem, mas eu dizia que era como a Pequena Sereia, como a Florzinha das Meninas Superpoderosas. Tive de aprender a me defender. A atriz já até tentou outra cor de cabelo, mas só provou que os fios avermelhados são sua marca registrada.

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Além disso, Marina contou que sofreu bullying quando estreou na novela Começar de Novo, em 2004, quando tinha apenas nove anos, pois interpretava uma personagem muda e seus colegas da escola riam dizendo que ela não falava nada. Mas com o tempo a atriz mostrou que sua voz é perfeitamente ouvida por todo mundo e a permitiu conquistar tudo que ela tem hoje.

O Brasil está mais próximo de uma política de combate ao bullying nas escolas. Denominado Programa de Combate à Intimidação Sistemática, a proposta (PLC 68/2013) foi aprovada pelo Senado, em turno suplementar, na quinta-feira (19). Como sofreu alterações na Comissão de Direitos Humanos da Casa, terá de voltar à Câmara dos Deputados antes da sanção presidencial.

O texto define bullying como “sequência de episódios de violência física ou psicológica, intencionais e repetitivos, praticados reincidentemente por indivíduo ou grupo contra outro indivíduo ou grupo, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas, produzindo na vítima prejuízos psicológicos, físicos ou morais”.

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Entre outros pontos, a proposta destaca que  ataques físicos, insultos pessoais, xingamentos, comentários sistemáticos, apelidos, ameaças por quaisquer meios e até grafites depreciativos podem carcterizar a prática.

A proposta não trata de criminalização, mas de ações para prevenir e combater o bullying nas escolas. Além da publicação bimestral de relatórios das ocorrências de violência em escolas e redes de ensino, o texto determina que profissionais de educação deverão ser capacitados para implementar iniciativas de discussão, prevenção e solução do problema.

As famílias e responsáveis também serão orientadas sobre como identificar e enfrentar as situações de bullying, bem como garantir assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e agressores.

Para a professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Ângela Branco, as maiores vitimas de bullying são as que apresentam maior dificuldade social de se defender. “Essas pessoas são particularmente afetadas no seu desenvolvimento. Elas começam a se sentir inferiores e, às vezes, até culpadas pelas agressões. Vão internalizando, transformando-se em pessoas inseguras, ansiosas e angustiadas.”

Ângela Branco acrescentou que a prática pode levar as vítimas a problemas graves de depressão e até a transtornos que mais adiante se transformarão em profunda agressividade. “Vítimas de bullying podem se tornar agressores futuros”, alertou a professora, destacando a importância da proposta.

Na avaliação da assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos e especialista em Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes, Márcia Acioli, o bullying tem dois reflexos principais: o impedimento do desenvolvimento social e naturalização da violência, que, muitas vezes, banaliza o ato.

“Nenhum homem homofóbico começa a ser homofóbico com determinada idade. É um clima que permite que ele cresça não reconhecendo a humanidade do outro. Tem a ver com a educação escolar, mas também está na televisão e família. É a educação no sentido de formação do sujeito cidadão”, concluiu Márcia Acioli.

Levar ao público infantil de maneira lúdica assuntos como bullying e acessibilidade é a proposta do livro O Ratinho do Violão, da escritora mineira Marta Reis. A publicação traz no enredo os traumas e sofrimentos ocasionados pelo bullying na vida de crianças e adolescentes. 

A personagem central é Chiquinho, um garoto com dificuldades de locomoção que acaba sendo alvo de preconceito por parte dos colegas. No meio da história, um episódio acaba aumentando o isolamento do menino, que no meio do circuito se transforma em um ratinho e passa a viver dentro do violão para escapar do bullying.

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“Leciono há mais de vinte anos, para adolescentes entre onze e quinze anos. Como se sabe, esta é a idade mais difícil, já que são muitas as mudanças pelas quais estes meninos e meninas estão passando. A prática do bullying costuma ser muito acentuada nesta idade. Afinal de contas respeito e generosidade são pilares fundamentais para a construção de uma sociedade melhor e mais justa para todos”, defende Marta Reis. O livro é ilustrado por Thais Linhares.

Com informações da assessoria

Entre 2010 e 2013, o número de pais que processaram colégios privados por bullying passou de 7 casos para ao menos 220, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com cinco grandes escritórios de São Paulo. Só neste ano, já foram registradas 174 ações judiciais motivadas por agressões dentro ou fora do universo escolar - 1 a cada 2 dias. As vítimas pedem indenização por danos morais e materiais, que, na média, alcançam R$ 15 mil.

Ainda que muita gente considere fato normal das relações entre os jovens, as ações de agressão, física ou moral praticadas de forma repetitiva contra uma criança podem resultar em sérios prejuízos de aprendizado ou mesmo deixar sequelas para a vida. A explosão de queixas se deve, segundo especialistas, à maior preocupação das famílias com o tema e também à dificuldade de educadores e pais em identificar situações, principalmente quando desenvolvida na internet.

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Pelo entendimento predominante dos juízes, as escolas podem ser responsabilizadas por conflitos dentro do colégio em período letivo, o que inclui atividades em ambiente virtual. Pais dos agressores também podem ser punidos até criminalmente.

"Cada situação concreta é analisada: se houve negligência, imprudência ou imperícia (da escola)", explica Ana Paula Siqueira Lazzareschi, advogada especialista no assunto. A maioria dos casos que chegou à Justiça, de acordo com ela, começa ou ocorre inteiramente nas redes sociais - envolvendo jovens que se relacionam na escola. "O cyberbullying ainda é de difícil compreensão", avalia. "Mas ainda existe confusão dos pais, que acham que tudo é responsabilidade da escola", pondera.

Exemplos

Na opinião de uma mãe que foi à Justiça, o medo de desgaste maior para as crianças e famílias inibe a ocorrência de mais processos. "Muitos pais não têm condições financeiras ou apoio para levar esses casos à Justiça", afirma Fany Simberg, de 50 anos, mãe de Rafael, adolescente disléxico que sofreu preconceito no colégio. "Meu filho foi atacado por professores e colegas", relembra.

Fany moveu uma ação contra o colégio particular onde Rafael estudava. Depois de oito meses de tramitação nos tribunais, o caso foi arquivado, sem responsabilização. "Por essas dificuldades, meu filho trocou nove vezes de escola, entre particulares e públicas do Estado e Município", conta ela, que há dez anos ajuda pais com problemas semelhantes ao de Rafael na Associação Inspirare. A vítima, hoje com 19 anos, ainda está no 3º ano do ensino médio.

O jeito retraído do filho da gestora de recursos humanos Cristiane Ferreira Almeida, de 36 anos, foi suficiente para que virasse vítima de perseguição. Começou com brincadeiras e terminou em espancamento.

Durante anos Cristiane nem sequer havia percebido algo de diferente, mas o filho era vítima de um grupo de companheiros. "Percebi que ele começou a ter insônia, dor no estômago, sentia medo de ir pra escola. Aí fui ver o que ocorria", diz. Depois da intervenção com a diretoria, tudo piorou. "O menino começou a ser espancado, até o dia em que ficou muito machucado na porta da escola." Depois do caso, há cinco anos, Cristiane também abriu uma ONG para conscientizar famílias.

Twitter

Uma advogada de São Paulo, que pediu para não ser identificada, percebeu que algo afetava o desempenho da filha. "Ela ficava sendo xingada sem parar, com ataques sempre pelo Twitter", disse a mãe. "Exigi uma abordagem mais séria da escola, que interveio e as coisas se tranquilizaram."

Para o advogado Célio Müller, especialista em questões judiciais que envolvem atividade educacional, as famílias estão mais sensíveis a seus direitos e o tema do bullying é o que atrai mais a atenção. "É natural que essa questão fosse judicializada." Müller pondera que a própria popularidade recente do tema provoca, muitas vezes, confusão. "Há casos que não se configuram como bullying, de famílias superprotetoras. Seria importante que o tema evoluísse para que o bullying fosse definido pela lei."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diversos casos de trotes estudantis já mancharam a recepção de novos universitários em várias instituições de ensino. Violência e agressões morais geralmente fazem parte desses fatos, porém, essas situações estão bem perto de virar crime. Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei, do deputado Danilo Cabral (PSB-PE), que tipifica como crime a conduta de constranger alguém a participar dos trotes.

Segundo informações da Agência Câmara de Notícias, o projeto acrescenta artigo ao Código Penal, em que pela proposta, a pena para crime será de detenção, de um a três anos, além de multa. Caso aconteça lesão corporal grave, a pena será de 10 a 20 anos. O ocorrendo morte, a reclusão subirá para 12 a 30 anos.

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“Essa prática, censurada pela sociedade, já vitimou milhares de jovens com lesões corporais e homicídios”, diz Cabral, conforme informações da Agência. O projeto foi apensado ao PL 1494/11, do deputado Junji Abe (PSD-SP), que tipifica o crime de intimidação vexatória (bullying).

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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