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O Colégio de Aplicação (CAPs) da Universidade Federal de Pernambuco está oferecendo 17 vagas remanescentes para estudantes do ensino fundamental ao ensino médio. As inscrições são gratuitas e devem ser efetuadas pelo responsável legal do candidato através do site da instituição até o dia 25 de julho.

Para o ensino fundamental, serão ofertadas três vagas para alunos do sétimo ano, duas vagas para oitavo ano e cinco vagas para o nono ano. Já para o ensino médio, serão ofertadas quatro vagas para alunos do primeiro ano e três vagas para o segundo ano. O CAPs reserva 50% das oportunidades do processo seletivo para estudantes que cursaram todas as séries integralmente em escolas públicas.

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Para participar, é necessário que o participante possua 13 anos para se inscrever no sétimo ano do ensino fundamental, 14 anos para se inscrever no oitavo ano, 15 anos para se inscrever no nono ano, 16 anos para se inscrever no 1° ano do ensino médio, e 17 anos para se inscrever no 2° ano. Além disso, o candidato também dever estar cursando a mesma série pleiteada na candidatura.

A seleção será feita por meio de sorteio realizado em sessão pública no dia 10 de agosto, na presença da Comissão de Seleção e convidados, sendo um representante do Grêmio Estudantil, um membro do corpo técnico-administrativo, um representante da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), um representante da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e um representante do Gabinete do Reitor.

Poderão participar da sessão pública os responsáveis legais dos candidatos inscritos, dentro do número possível de vagas no auditório. O processo de inscrição dos responsáveis legais interessados em acompanhar presencialmente será informado no site após a divulgação da relação final das inscrições homologadas para o sorteio.

 A Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre) de Salvador, na Bahia, atuaram em uma situação de transtorno de acumulação, que estava prejudicando uma família. A dona de um salão de beleza, Anairã Lisboa, 47 anos, se sentiu aliviada após a limpeza feita em sua casa, que de tantos objetos não tinha sequer espaço para transitar nos cômodos.

“Toda casa tem que ser um ambiente limpo, um pedacinho do céu para quando você chegar do trabalho e descansar”. Mas não mal havia espaço para locomoção no imóvel, devido ao hábito do esposo de Anairã, Julival Lisboa, de 48 anos, de acumular objetos em casa. No local, os técnicos fizeram a limpeza da parte externa da residência, onde portas de cômodos sequer abriam e nem mesmo o fogão era poupado de objetos sobre ele.

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A assistente social da Sempre, Ivana Ramos, avaliou que, além da limpeza, o tratamento seria o mais necessário nesse contexto. Anairã disse que a família ainda está em processo de tratamento, mas a alegria das crianças já é nítida.

“Para se ter uma ideia, elas estranharam a luz do sol entrar pelo cobogó da cozinha e pediram para que eu apagasse a luz, achando que era a lâmpada. Quando viram que era o sol, pularam de alegria. Era como se tivessem ganhado um brinquedo e isso vai ficar registrado em minha memória. Hoje já sonham até em comprar móveis novos para ocupar os espaços vazios”.

A família foi encaminhada a para acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps), unidade especializada em saúde mental.  

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Ao alcançar a realidade que mais caracteriza a desigualdade social no Brasil, a crise da Covid-19 reafirmou o histórico de abuso psicológico à população periférica e espalhou uma 'epidemia' de depressão nas comunidades. Frente ao desinteresse do poder público em ampliar o atendimento especializado nas favelas, populares se aglomeram na margem do arranjo socioeconômico enquanto tentam se defender dos impactos mais agressivos da pandemia. Sobrecarregados desde a infância, a renda mensal sempre foi insuficiente, mas o pouco cada vez mais se aproxima do nada. 

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Sem oportunidade, a pressão de alimentar a família e se deparar com a geladeira vazia, incapacita e dói, mas a perda de mais de 279.286 familiares realça o sentimento de solidão em todo o País. Uma pesquisa divulgada pela Ipsos aponta que o Brasil é o país que mais sente solidão. De acordo com o levantamento, metade dos mil entrevistados declarou se sentir sozinha e 52% disseram que o sentimento aumentou nos últimos seis meses. 

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A condição de exclusão ficou ainda mais evidente nesse pouco mais de um ano de pandemia no Brasil. Enquanto o vírus apela pelo reforço da higiene, o fornecimento de água ainda é precário. Enquanto a orientação sobre os métodos de prevenção é fundamental, a periferia ainda se vê vulnerável pela falta de educação sanitária. Empurrados para o contágio em um transporte público superlotado, a falta de controle financeiro é remediada com empregos informais. Ao passo que os recordes de mortes são atualizados diariamente, a fila por leitos de UTI tornou-se parte de um cenário onde a gravidade tenta ser abafada e a mente de quem não sabe como reagir à doença batalha consigo por soluções. 

Sem a escuta psicológica adequada, pouco a pouco a 'autodesvalorização' amarga e aumenta os índices de alcoolismo, violência doméstica, dependência química e nas recorrentes tentativas de suicídio. Na comunidade de Chão de Estrelas, no bairro da Campina do Barreto, Zona Norte do Recife, o braço social do Maracatu Cambinda Estrela (1935) funciona há 21 anos como um centro de acolhimento onde "o medo de não poder ter um amanhã" é afastado. Junto aos demais voluntários, a presidente do projeto, Wanessa Santos, reconforta os populares em meio à crise psicológica.

Ela lembra que as pessoas "começaram a se perder" logo nos primeiros meses da Covid-19. Por isso, montou uma frente com nove representantes de outras organizações para arrecadar alimentos e beneficiar mais de sete mil famílias. "As pessoas ficaram sem emprego, perderam suas rendas, adoeceram e perderam também seus entes queridos. Eu vi adolescente perdendo mãe e avô. A gente viu mãe perdendo os filhos. Desse início, até então, as pessoas vêm passando por surtos de ansiedade, medo, crises, pânico e, inclusive, chegaram situações para a gente de pedidos de socorro porque queria cometer suicídio", recorda a coordenadora, que classifica o Maracatu como "um grande quilombo com uma forte relação familiar" que estende o sentimento de união para comunidades vizinhas.

A condição delicada de Chão de Estrelas poderia ser revertida com mais apoio público, destaca Wanessa/Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

Com a cesta básica nacional em R$ 696,71 -valor superior ao repasse do auxílio emergencial-, a projeção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) fixa o salário-mínimo ideal em R$ 5.495,52. Em janeiro, 12,8% dos brasileiros - equivalente a 27 milhões de pessoas - estavam na linha da miséria, ou seja, viveram com menos de R$ 246 mensais, aponta a pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) Contínua. Com a suspensão do benefício em meio à piora da pandemia, a falta de comprometimento do poder público é amplificada pela baixa oferta de atendimento psicológico. "A gente tá vivendo um momento de extrema dor, muitas perdas, muitas mortes e uma falta de perspectiva futura", afirma a presidente do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-PE), Alda Roberta Campos.

"Nem é um problema religioso, nem é falta de força de vontade, nem a pessoa escolheu tá deprimida. Depressão é uma doença que vai precisar de um suporte psicológico, muitas vezes de um suporte médico também, de uma equipe multidisciplinar que possa ajudar essa pessoa a se cuidar", destacou a gestora, que acrescentou, "as desigualdades vão se destacar nessa situação. Quando você tem a possibilidade de uma reserva emocional, financeira, de segurança profissional, isso permite que você seja menos atingido".

Apesar de compreender que o atendimento descentralizado oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é um modelo para outros países, ela divide o sentimento de que falta mais compromisso com o sistema. De acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), do Ministério da Saúde, em dezembro de 2019 - às vésperas da pandemia no Brasil -, o Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (SISAB) registrou 229.851 atendimentos no SUS para depressão e ansiedade. Um ano depois, já com a crise instalada, 302.060 atendimentos foram realizados. Em Pernambuco, os dados saltaram de 7.660 para 10.309 no mesmo período.









Alda pede atenção para diferenciar a tristeza das perdas da pandemia com um quadro mais sério de transtorno/Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo







"O Brasil tem uma rede de atenção psicossocial. Cada município precisa ter essa rede, que é formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), pelos centros de convivência e por espaços de cuidado onde a população pode acessar", explica Alda Roberta. A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) disponibiliza 17 Caps - com quatro destinados às crianças e adolescentes -, que seguem abertos para atendimento individual mediante agendamento. A pasta comparou os meses de janeiro de 2020 e 2021, e não identificou aumento de demanda psicológica. Contudo, a queda de 21,6% na fila de espera por consultas foi observada.

Em uma aposta para democratizar o acesso ao acompanhamento profissional, desde maio do ano passado, a Coordenação de Saúde Mental do município passou a oferecer teleatendimento através do aplicativo Atende em Casa. Mais de três mil pessoas foram ouvidas pela equipe multidisciplinar do programa, estima a Prefeitura, que também posiciona 20 equipes de profissionais de sete especialidades no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) para dar expansão ao suporte. 

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) sofreram novo corte de verbas em bolsas de pós-graduação e doutorado. Estima-se que mais de 120 bolsas tenham sido suspensas só na segunda fase dos cortes. A UFRPE já havia suspendido quatro bolsas entre abril e maio deste ano. Sendo duas de pós-graduação e duas de doutorado.

Segundo a UFRPE, o novo corte afeta 71 bolsas de mestrado e 32 de doutorado que, na medida em que forem concluídas pelos estudantes, serão fechadas. A universidade também informou que o corte deverá ser sentido nas próximas semanas, já que há alunos que irão se formar.

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A Univasf já apresentou seu primeiro corte de bolsas de estudo. São 18 bolsas suspensas. Os cortes foram anunciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que congelou cerca de 2.724 bolsas de mestrado e doutorado em todo o país a partir deste mês. De acordo com a entidade, o bloqueio se dá pela necessidade do cumprimento do contingenciamento de R$ 300 milhões, determinado pelo Governo Federal.

Em nota, a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG) se posicionou sobre o assunto. “Os cortes nas bolsas de estudos em programas com conceito 3 e 4 atingirão principalmente a pós-graduação nas regiões Nordeste e Norte do país. Essa lógica aprofunda ainda mais as assimetrias regionais na produção científica brasileira, além de tirar os instrumentos necessários para que esses programas possam progredir”, afirmou a instituição.

CAPES retirou 78 bolsas de pós-graduação na UFPE

A Universidade Federal de Pernambuco confirmou, nesta quarta-feira (5) o bloqueio de 78 bolsas nos seus cursos de mestrado e pós-graduação. Na primeira suspensão, a universidade 33 bolsas de mestrado, doutorado e pós-graduação.

O Leia Já entrou em contato com para a CAPES para questionar detalhes do último bloqueio, contudo, até a publicação desta matéria, não foi obtido o retorno.  

 

Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), que atendem pessoas com problemas de saúde mental, reduzem em 14% as ocorrências de suicídio nas cidades. Segundo o Ministério da Saúde, foram abertos 109 Caps em 20 estados.

No país foram registradas 106.374 mortes por suicídio entre 2007 e 2016. Em 2016, 11.433 mil pessoas tiraram a própria vida, sendo a taxa de mortalidade por suicídio de 5,8 pessoas a cada 100 mil habitantes.

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Segundo o Ministério da Saúde, as tentativas de suicídio por intoxicação intencional, de 2007 a 2017, ocasionaram 12 mil internações por ano, custando R$ 3 milhões anuais no orçamento público.

Ainda segundo o governo, R$ 1,4 milhão foram destinados a ações desenvolvidas nas Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) em Amazonas, Mato Grosso do Sul, Roraima, Piauí, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, devido às altas taxas de suicídio nesses estados.

Instituições como o Centro de Valorização da Vida (CVV) atendem pessoas que precisam de apoio psicológico. O CVV recebe ligações gratuitas pelo número 188 e funciona 24 horas por dia. Além de telefone, o CVV também oferece postos de atendimento e chat online.

A sala de espera tem poltronas com o estofado rasgados e danificados, gases e pedaços de cordas amarrados nas cadeiras e jogados pelo chão, acompanhantes e alguns pacientes circulam pelo local, outros permanecem sentados. Tarde de quinta-feira, 30 de novembro, e uma enfermeira palestrante alerta que vai iniciar uma apresentação sobre o “Protocolo de Contenção Mecânica”. A cena acontece na Emergência Clínica do Hospital Ulysses Pernambucano, mais conhecido como Tamarineira. “Eu sei da situação que vocês passam aqui e não vim julgar ninguém. Pelo contrário, estou aqui para ajudar e mostrar como todos devem agir em situações de crise dos pacientes”, disse a mulher, apresentada à equipe da instituição como Vanessa.

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A reportagem do LeiaJá estava dentro da sala de emergência e acompanhou toda ‘oficina’ ministrada aos seguranças da instituição, técnicos de enfermagem, enfermeiros, recepcionistas e outros. Em vários momentos da palestra, os profissionais da Tamarineira pareciam despreparados para trabalhar na única emergência psiquiátrica do Estado. “Moça, muitas vezes temos que amarrar eles porque não temos equipamentos para garantir a nossa segurança. Aí eles não gostam e nos batem. Temos que bater também pra nos defender. É uma realidade muito diferente da teoria”, afirmou um dos técnicos de enfermagem da instituição.

A palestrante tenta contornar a situação e diz que muitas vezes os pacientes com transtornos mentais entram em crise porque ninguém gosta de ser amarrado por muito tempo. “Imagina, eles viajam do interior pra cidade amarrados nos ônibus e os próprios familiares não entendem a situação”, explica a profissional. Mas, os funcionários parecem não ceder ao procedimento repassado. “São poucos técnicos de enfermagem, não temos espaço suficiente porque a emergência é pequena e o paciente vai se machucar. Vamos deixar ele bater na gente, é?”, indaga outro funcionário, ressaltando que a técnica dela não funciona na Tamarineira.  

A situação causa espanto em muitos aspectos. A palestra ser ministrada na sala de emergência da instituição de forma pouco cuidadosa, a constante resistência de quase todos funcionários do hospital em aceitar o procedimento passado pela enfermeira. O despreparo e a falta de um procedimento e capacitação também chamam atenção. Parece que os dois lados, tanto os pacientes como os funcionários estão insatisfeitos com o serviço oferecido pela gestão estadual e o clima hostil é mascarado.

Durante a palestra, um paciente surpreende a todos ao sair do corredor interno que dá acesso à sala de emergência. Ele, visivelmente irritado, diz querer ir embora. O homem tira a sua camisa e mostra as marcas no corpo. “Estão vendo? É isso que eles fazem comigo aqui, não aguento mais”, crava. Entre chutes na porta de saída e falas agressivas, ele consegue ser contido após uma funcionária pedir com calma para ele ir até o consultório da assistente social.

“Olha aí, doutora. Utiliza sua técnica agora com ele. É enorme e precisava ser contido”, diz ironicamente um dos profissionais. A enfermeira volta a dizer que entende que ninguém quer apanhar quando sai de casa para ir ao trabalho, mas reforça a importância de se seguir um protocolo para imobilizar qualquer paciente em situação de emergência. Mais uma tentativa falha. O LeiaJá registrou anonimamente alguns trechos da palestra em vídeos.

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Pernambuco abrigou por décadas o maior manicômio do Brasil, o Hospital Psiquiátrico Alberto Maia. Na época, denúncias relatavam que os mais de 600 pacientes viviam em condições precárias, sem comida, roupas ou condições de higiene. A unidade de saúde chegou a registrar uma média de quatro óbitos por mês em seu serviço. A instituição foi fechada no dia 30 de dezembro de 2010.

A falta de condições estruturais de hospitais psiquiátricos e os constantes maus tratos a pacientes com algum tipo de transtorno mental chamados comumente de “doidos” ou “aberrações” sempre foi algo comum na história da saúde mental do Brasil. Uma das primeiras tentativas oficiais de mudar o cenário do país foi no fim de década de 1970, quando movimentos ligados à saúde denunciaram abusos cometidos em instituições psiquiátricas, e precarização das condições de trabalho.

Com o intuito de acabar com os manicômios, grupos favoráveis à políticas antimanicomiais visavam substituir, aos poucos, o tratamento dado até então por serviços comunitários. Intitulado de Luta Antimanicomial, o projeto serviria de base para o paciente ser encorajado a ter mais participação cidadã, fortalecer os vínculos familiares e sociais, e nunca sendo isolado destes.

Nesse cenário, há exatamente 30 anos, em dezembro de 1987, 350 profissionais da área de saúde assinavam a Carta de Bauru, reivindicando mudanças na política manicomial do Brasil e por mais garantia de direitos básicos aos pacientes. O documento serviu de referência para pessoas ligadas ao sistema dos hospitais psiquiátricos do país.

“O manicômio é expressão de uma estrutura, presente nos diversos mecanismos de opressão desse tipo de sociedade. A opressão nas fábricas, nas instituições de adolescentes, nos cárceres, a discriminação contra negros, homossexuais, índios, mulheres. Lutar pelos direitos de cidadania dos doentes mentais significa incorporar-se à luta de todos os trabalhadores por seus direitos mínimos à saúde, justiça e melhores condições de vida”, diz um trecho da Carta de Bauru. Leia aqui a íntegra do documento. 

Hospital Colônia de Barbacena exterminou 60 mil pessoas. (Imagens: Geração Editorial/divulgação)

De acordo com Paulo Aguiar, psicólogo e integrante do Conselho Federal de Psicologia, a reforma psiquiátrica teve início nos anos 1980 e ainda hoje não foi completamente implementada. “A Luta Antimanicomial vem de um processo de transformação na forma de enxergar e tratar a loucura. O que foi proporcionado para essas pessoas que funcionavam de uma forma diferente e tinham alguma dificuldade em se adaptar e se adequar ao que havia de norma vigente não condizia com os direitos humanos. A lógica era afastar essas pessoas do convívio social porque se acreditava que elas não tinham condições de socializar porque fugiam a qualquer forma de adequação social”, explicou o pesquisador.

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Para Halina Cavalcanti, do Levante Popular da Juventude, os leitos dos hospitais psiquiátricos devem deixar de existir porque ferem os Direitos Humanos e excluem os pacientes da sociedade. "Temos uma ideia de manicômio que parece não existir, mas Pernambuco ainda conserva muitos leitos psiquiátricos de enclausuramento e de tortura. Não temos como humanizar esses locais", acrescentou.

Atualmente, em Pernambuco, há cinco hospitais psiquiátricos. O Ulysses Pernambucano (120 leitos), a Comunidade Terapêutica Olinda (CTO - 130 leitos - privado com convênio junto ao SUS), a Clínica Psiquiátrica São Vicente, em Serra Talhada (120 leitos - privado com convênio junto ao SUS), totalizando 370 leitos de internação. Há, ainda, duas instituições com pacientes de longa permanência, o Vicente Gomes de Matos, em Barreiros (96 pacientes) e Alcides Codeceira, Igarassu, (82 pacientes).

Além das instituições, existem 251 leitos de saúde mental em hospitais gerais espalhados por todo o Estado, que recebem casos de emergência. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, nos últimos nove anos, foram fechados 11 hospitais e 1.982 leitos de longa permanência em hospitais psiquiátricos.

A ideia é substituir por completo os hospitais psiquiátricos por redes de assistência mais estruturadas e regionalizadas. Em 1992, uma portaria ministerial institucionaliza os Núcleos e Centros de Atenção Psicossocial (os NAPS e CAPS). São unidades locais que oferecem “cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar (...) por equipe multiprofissional”. Sai de cena uma forma mais conservadora de tratar quem sofre de algum transtorno psiquiátrico no Brasil e o paciente agora é inserido em um modelo da reforma psiquiátrica.

O grande impasse é que essas redes de assistência local não dão conta da alta demanda de pacientes e a estrutura de muitas deixa a desejar. É o que diz a técnica de enfermagem Gilvanete Maria Lima, cuidadora e integrante de reuniões familiares nos Centros de Atenção Psicossocial do Recife. “As pessoas que não conseguem acessar nem um serviço nem o outro estão nas ruas ou nas drogas. Nos CAPs não há medicação completa para todo mundo e nem todo funcionam 24 horas. É algo bonito no papel, mas na prática, só as famílias sabem o que passam”, conta.

Para ela, o manicômio é um submundo, mas falta investimento em alternativas viáveis. “Tem que ter estrutura e profissionais para receber essas pessoas necessitadas de um cuidado humanizado. Eu vejo que se nada for feito, em menos de dez anos, as famílias dos usuários também vão virar pacientes porque não conseguem dar conta e nem cuidar de seus próprios familiares”, relata a técnica de enfermagem.

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Em 2011, o relatório “Saúde Mental em Dados”, publicado pelo Ministério da Saúde, divulgou que, entre os anos de 2003 e 2010, um total de 18 mil leitos psiquiátricos de baixa qualidade assistencial foram fechados. O relatório também mostra que o número de CAPs no território brasileiro cresceu.

Em Pernambuco, os CAPs totalizam são 134 unidades, sendo 17 com funcionamento 24 horas e 11 com foco no acolhimento do público infanto-juvenil. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, os Centros são formados por equipes multiprofissionais e transdisciplinares, realizando atendimento a usuários com transtornos mentais graves e persistentes, a pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais em geral e àqueles em uso abusivo ou dependência de crack, álcool ou outras drogas. Todos os CAPs são geridos pelos municípios.

Sobre a reunião presenciada pelo LeiaJá na emergência do Hospital Ulysses Pernambucano, a SES informou que a unidade não compactua com qualquer ato de violência e toda denúncia desse tipo deve ser comunicada a própria direção da unidade ou à Ouvidoria do Estado (0800.286.2828), informando data do ocorrido e, se possível, informações sobre o funcionário, para que seja feita a apuração e tomadas as devidas providências. “A direção ainda ressalta que instrui, constantemente, suas equipes sobre as medidas de contenção para os pacientes em surtos psiquiátricos, visando garantir a integridade do paciente e dos profissionais em atendimento”.

Em entrevista ao  LeiaJá, o gerente de Atenção à Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde (SES), João Marcelo Ferreira, informou que desconhece a realização da na emergência da Tamarineira. “Não posso opinar sobre isso porque eu não estava lá. Mas, em casos mais graves elas podem ser utilizadas, não de uma forma aleatória.

Sobre a forma como a equipe alegou agir em certas situações, o gestor complementa que a equipe da unidade psiquiátrica trabalha seguindo vários protocolos clínicos, dentro de uma perspectiva mais humanitária. “O estado tem compromisso com a política nacional de saúde mental. Estamos querendo fechar o hospital de Barreiros, mas é algo paulatino que viemos conduzindo junto ao Ministério da Saúde para ter um maior cuidado para que a substituição se efetive”, concluiu.

O Ministério da Saúde divulgou, através da campanha "Setembro Amarelo", o primeiro "Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil". O estudo revelou que locais onde existem Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), órgão administrado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o risco de suicídio reduz em até 14%.

Existem no país 2.463 CAPS e, no último ano, foram criadas 146 unidades. “A notificação de casos é muito importante para que consigamos visualizar onde se encontram as regiões com maiores indicadores e reunir esforços para diminuir as taxas de suicídio. Já trabalhamos com ações de prevenção nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que, em breve, devem chegar nas áreas de maior incidência”, enfatizou a Diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Maria de Fátima Marinho.

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O estudo ainda apontou que a taxa de suicídios entre idosos com mais de 70 anos é superior à média brasileira. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos, frente a 5,5 por 100 mil em todo o País. O documento mostra que, entre 2011 e 2016, houve 62.804 mortes por suicídio. Com mais homens cometendo suicídio do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. Os solteiros, viúvos e divorciados foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que a registrada entre os brancos (5,9) e negros (4,7).

Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes, e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas.

O Ministério da Saúde tornou gratuita a ligação para o Centro de Valorização da Vida (CVV), instituição que faz o apoio emocional para prevenção de suicídios. A partir do dia 30 de setembro, além do Rio do Grande do Sul, o número 188 ficará disponível sem custo de ligação para mais oito estados, beneficiando 21% da população brasileira: Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Piauí, Roraima, Acre, Amapá, Rondônia e Rio de Janeiro.

Para mais informações sobre o estudo, acesse o site: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/Coletiva-suicidio-21-09.pdf.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) estabelece um prazo de 30 dias para apresentação de cronograma com propostas de melhorias na rede de atendimento psicossocial pela Prefeitura do Recife. De acordo com o MPPE, na última quarta-feira (26), foi realizada uma audiência para tratar de melhorias no funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Durante a reunião, foi proposto que parte dos serviços passe a funcionar ininterruptamente, a fim de diminuir o número de internações no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, no bairro da Tamarineira.

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Os representantes da Secretaria de Saúde do Recife se comprometeram a apresentar ao MPPE, dentro de 30 dias, um cronograma com previsão para a extensão do funcionamento dos CAPS Eulâmpio Cordeiro, no Zumbi, e José Carlos Souto, no Torreão, que deverão permanecer abertos 24 horas por dia.

Nesse mesmo documento, o município deverá informar sobre a abertura de três novos CAPS do tipo III; apresentar um fluxo de atendimento em saúde mental álcool e outras drogas para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Recife; e redistribuir as equipes técnicas, de acordo com avaliação a ser realizada pela Gerência de Saúde Mental do Recife.

A promotora de Justiça de Defesa da Saúde da Capital Helena Capela salientou que o MPPE recebeu informações de que a distribuição das equipes nas unidades da RAPS não está harmonizada com o volume de atendimentos, de modo que existem unidades em que o número de profissionais é insuficiente, enquanto em outras as equipes estão superdimensionadas.

De acordo com Helena Capela, as insuficiências na rede de atenção psicossocial do Recife estão sendo averiguadas pelo Ministério Público em todos os aspectos, desde a constituição da rede até a adequação das instalações físicas, equipamentos e estoque de medicação disponibilizada às pessoas que são atendidas nas unidades de atenção psicossocial.

Pela extinção dos manicômios, grupo faz passeata no Recife

Em maio deste ano, um grupo com mais de 300 pessoas pediram mudanças no tratamento de pessoas com transtornos mentais e o fim dos leitos de internação em hospitais psiquiátricos de Pernambuco. 

No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, familiares, pacientes e profissionais de saúde realizaram uma passeata no bairro do Derby, pela via local da Avenida Agamenon Magalhães, área central do Recife. Eles pediram mudanças no tratamento de pessoas com transtornos mentais e o fim dos leitos de internação em hospitais psiquiátricos de Pernambuco.

"A gente preza por uma forma de se relacionar com a loucura mais humana e, por isso, queremos uma sociedade sem manicômios. Também gostaríamos que os usuários tenham o seu espaço na sociedade para a convivência saudável", afirmou Jéssica. 

Para Halina Cavalcanti, do Levante Popular da Juventude, os leitos dos hospitais psiquiátricos devem deixar de existir porque ferem os Direitos Humanos e excluem os pacientes da sociedade. "Temos uma ideia de manicômio que parece não existir, mas Pernambuco ainda conserva muitos leitos psiquiátricos de enclausuramento e de tortura. Não temos como humanizar esses locais", acrescentou.

Nas fortes batidas do tambor e palmadas marcadas no pandeiro, a sonoridade ganha forma em busca do ritmo ideal. A musicalidade recebe ainda o incremento de outros instrumentos de percussão, além de vozes que conduzem canções envolventes, afinadas e com uma proposta que vai além da habilidade musical. Quando dezenas de homens se unem em volta de um professor para dar o tom perfeito a músicas tradicionais da cultura brasileira, o objetivo principal, ainda assim, não é o tom perfeito. O que se busca é a paz mental e a vitória em uma guerra contra o obscuro mundo das drogas.

A cada batida, um passo contra o vício. A cada canção, uma prova que a droga não é imbatível. E no ritmo envolvente da percussão, homens antes submetidos à penúria da dependência química constroem, aos poucos, uma história de superação por meio de atividades que servem como ferramentas de apoio ao tratamento psiquiátrico. Essa é uma das alternativas adotadas no Recife para ajudar quem aceitou brigar contra os malefícios das drogas e passou a sentir prazer em afazeres que despertam talentos e rememoram o gosto pela musicalidade deixado para trás na época da dependência.

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No bairro de Afogados, Zona Oeste da capital pernambucana, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) recebe, há quase três anos, aulas de percussão para cidadãos que precisam de tratamento contra o vício em drogas, tais como crack e álcool. A atividade é promovida pela Prefeitura do Recife de forma gratuita e atende mais de 100 alunos semanalmente, sem exigência de qualquer experiência musical. Um dos objetivos da iniciativa é desenvolver habilidades mentais entre os participantes por meio dos ritmos, além da tentativa de despertar prazer em uma atividade diferente do consumo das drogas. Os instrumentos são distribuídos entre os pacientes e, sob o comando do professor Ubiratan Pereira, todos ensaiam e interpretam canções brasileiras de diferentes ritmos.

Na luta diária contra o vício, as aulas de percussão realizadas no Recife não representam as únicas atividades alternativas de subsídio ao atendimento psiquiátrico. Iniciativas com temáticas artísticas e de terapia ocupacional unem forças para ajudar os profissionais de saúde no tratamento dos pacientes, sob o entendimento de que as drogas, principalmente o crack, tornaram-se uma mazela social que precisa, radicalmente, ser combatida. Para isso, é fundamental o trabalho em conjunto entre poder público, organizações não governamentais e sociedade civil.

 

Ciente da difícil missão que é o enfretamento das drogas no Brasil, o professor Ubiratan explica que as dificuldades não podem diminuir o ímpeto dos educadores e oficineiros que se utilizam das atividades alternativas. Para ele, o lúdico tem um papel importante no processo de ressocialização dos pacientes, e quando a música torna-se uma ferramenta, os próprios alunos passam a se envolver nas aulas com mais afinidade.

“Um dos objetivos também é dar facilidade para que eles se desenvolvam artisticamente. Eles se valorizam e muitos gostam de música! Mostramos a possibilidade de crescerem artisticamente e, mesmo sem experiência com instrumentos musicais, passam a desenvolver o manuseio. Já encontrei até músicos que se redescobriram nas aulas de percussão, e durante os encontros trabalhamos técnicas vocais e canto, por meio de obras da cultura popular, como forró, maracatu, MPB, samba e reggae”, explana o professor de percussão, complementando que os alunos já realizaram apresentações em festividades promovidas no Recife. 

A musicalidade dos instrumentos, de acordo com o professor, desperta a memória dos alunos, contribuindo para o tratamento. “Há o desenvolvimento da saúde mental. Eles puxam pela memória algumas músicas que já conheciam e quando esquecem, eu relembro. Devido ao uso de álcool e outras drogas, eles são afetados, existe esquecimento, falta de concentração. A música ajuda no processo de concentração, porque o alinhamento do ritmo, a partir das batidas diferenciadas que formam uma canção, exige atenção. Eles são muito receptivos com a música e, graças a Deus, todos eles têm aceitado o trabalho. As aulas trazem animação, eles se sentem à vontade, relembram canções que os deixam bem. A música tem o poder de unir e eles estão juntos nessa caminhada contra as drogas”, destaca Ubiratan.

Aos 43 anos, José Cláudio Santana, morador do bairro da Mangueira, no Recife, aceitou o desafio de combater o álcool. Ele procurou os serviços do Caps e resolveu participar das aulas de percussão como complemento do tratamento psiquiátrico. Segundo José, as aulas proporcionam tranquilidade, sentimento praticamente oculto na fase do vício. “Cada aula traz algo de bom para a gente. Aqui esqueço das coisas ruins da rua, canto, toco os instrumentos, me sinto bem. Aqui a gente se une para ajudar um ao outro. E ter música é muito bom”, conta.

Assim como José, Marcilio Antônio da Silva, 34 anos, decidiu lutar. Por causa do vício, passou por problemas familiares, perdeu oportunidades de trabalho, mas teve a consciência de que precisava de ajuda profissional. Além do tratamento psiquiátrico, o rapaz, que também reside na Zona Oeste do Recife, aderiu às aulas de percussão. Embalado no ritmo das batidas, Marcilio enxerga na música um momento de liberdade e que pode ofuscar o caminho das drogas. No vídeo a seguir, acompanhe o professor Ubiratan e os alunos em uma aula de percussão e de que forma ela gera benefícios.

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Artesanato, cores e paz

Objetos cujo destino seria o lixo passaram a ser reciclados em prol do artesanato. Em paralelo, vidas se reciclam em busca da vitória contra a dependência química. Tudo começa a ganhar forma e cor, e por mais que pareça apenas uma simples atividade artística, é de fato mais uma alternativa para recuperar a dignidade de cidadãos antes vítimas das drogas. No bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife, unidade do Caps oferece oficinas para pacientes que, gratuitamente, recebem tratamento no local.

Garrafas pet, papelão, tinta e papel são alguns objetos que dão vida a peças de artesanato, como brincos, diademas, bacias, colares, entre outros. Semanalmente, cerca de 40 alunos recebem instruções de reciclagem e colocam a mão na massa para confeccionar os produtos, utilizando tesouras, tinta, papeis, cola e tecidos coloridos. Além de servir como terapia ocupacional e ajudar o tratamento psiquiátrico, a iniciativa também procura despertar nos participantes uma chance de empreender e fazer da produção artesanal uma fonte de renda. Os produtos, inclusive, são comercializados em espaços públicos do Recife e toda renda é distribuída entre os artesãos. Os valores das peças variam de R$ 7 a R$ 50.

“Trabalho diretamente com os usuários ensinando arte, artesanato. Comecei trabalhando com reciclagem, porque é um tipo de atividade que facilita eles acharem os produtos, como garrafas, latas de queijo, revistas, papelão... Eles têm um interesse enorme de conseguir os materiais para as aulas e é gratificante ver a forma como eles trabalham”, explica a arte-educadora Lourdes Maria Gouveia de Albuquerque.


De acordo com a integrante da equipe técnica da Coordenação de Saúde Mental da Prefeitura do Recife, Veruska Fernandes, além do próprio artesanato como ferramenta parceira do tratamento psiquiátrico, as unidades dos Caps têm como meta incentivar o empreendedorismo entre os participantes. “Dentro dos serviços já existem atividades terapêuticas. E o que a gente vem tentando fortalecer é a questão da geração de renda, porque pode servir como um aporte financeiros para os alunos”, explana Veruska.

Há quase quatro meses, Jorge Coelho Neto, de 53 anos de idade, participa das oficinas de artesanato. Para ele, as aulas se tornaram mais fáceis e atrativas, já que ele próprio trabalha com artesanato, confeccionando miniaturas de barcos. De acordo com Jorge, a reciclagem prende a atenção dos participantes e se apresenta como uma alternativa valorosa no tratamento. 

Segundo o gerente clínico da unidade do Caps do Ipsep, Marcio Soares, a oficina desperta prazer nos alunos. “Muitas vezes, a questão da droga desorganiza os usuários, ao ponto que eles não conseguem sentir prazer em outras coisas. E esta atividade é prazerosa, e saúde, ampliando seu conceito, dá acesso à cultura, arte e direitos. O artesanato tem um impacto na autoestima e na possibilidade da satisfação para além do uso de drogas. Você passa a sentir prazer em outras atividades”, comenta Soares.  

Recife conta com 17 Caps. Parte deles beneficia usuários de álcool e outras drogas, enquanto também existem unidades exclusivas para pessoas diagnosticadas com problemas mentais. Os endereços e telefones dos Centros podem ser conferidos no site da gestão municipal. Assista, a seguir, a um vídeo com mais detalhes da oficina de artesanato.

 

Parceria em nome da saúde

Da mesma forma que é visível a importância da música, arte e terapia ocupacional como ferramentas para o tratamento dos pacientes, é fundamental entender que essas são ajudas que subsidiam o tratamento médico. A psiquiatria não pode ser deixada de lado durante a recuperação de dependentes químicos, mas sim precisa caminhar, harmonicamente, paralela às ideias que levam o lúdico para pessoas que necessitam de ajuda.

Psiquiatra diretora da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, Luciana Paes de Barros explica que o tratamento médico se apresenta indispensável contra o vício. No entanto, ela destaca o valor das atividades alternativas, a exemplo do artesanato e da música. “Esse tipo de atividade não é o tratamento em si, é uma parte dele. O tratamento de dependência química envolve várias áreas, porque é uma doença. Então, quanto doença, precisa ser vista dentro da questão orgânica, como está a saúde desse indivíduo, a situação física e mental. Precisa ser vista a percepção do que está acontecendo, a conscientização dele. Parte do tratamento é usar esse tipo de acessório, para fazer com que esse indivíduo utilize medicamentos e passe por desintoxição”, orienta a especialista. 

Segundo a psiquiatra, também é importante trabalhar a possibilidade dos pacientes se envolverem com algum hobby ou atividade de qualificação que possa ajudá-lo a desenvolver-se mentalmente. “Cursos, verificação de habilidades vocacionais, para uma melhor inserção para a volta nas habilidades laborais. Voltar a estudar é importante. É interessante mostrar outras formas que têm prazer – diferente da droga -. Isso tudo pode fazer com que o indivíduo valorize o real prazer da vida, que antes ele já não tinha mais”, frisa. 

Sobre a prática de trabalho que envolve médicos psiquiatras, oficineiros e terapeutas ocupacionais, Luciana Paes detalha que existem encontros contínuos entre os profissionais para definir o tratamento ideal de cada grupo de pacientes. Esse diálogo facilita a escolha das atividades mais indicadas para a recuperação dos indivíduos. “Nos Caps você tem reunião de equipes e todos participam. Também existem as assembleias, que também contam com a participação dos pacientes que podem reivindicar algo. Nas reuniões sem os pacientes, existe uma troca com os outros profissionais em relação às suas visões sobre paciente, para que se entenda o que precisa ser trabalhado durante o tratamento. É uma complementação das áreas da saúde, psicológica, terapia ocupacional, educação física, psiquiatria, entre outros segmentos”, comenta a diretora da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria. 

Ainda em entrevista ao LeiaJá, Luciana Paes traz mais detalhes dos tratamentos utilizados para combater o vício em drogas, bem como ela opina acerca do principal desafio para quem resolve enfrentar a dependência química. As informações você confere no áudio a seguir:

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No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, nesta quinta-feira (18), familiares, pacientes e profissionais de saúde realizaram uma passeata no bairro do Derby, pela via local da Avenida Agamenon Magalhães, área central do Recife. Mais de 300 pessoas pediam mudanças no tratamento de pessoas com transtornos mentais e o fim dos leitos de internação em hospitais psiquiátricos de Pernambuco.

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Ao longo do mês de maio, a Secretaria de Saúde do Recife promove várias atividades para conscientizar a população sobre a Desinstitucionalização dos Manicômios. A programação inclui mesa redonda, roda de debates sobre saúde mental, distribuição de panfletos, além de palestras sobre os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Nesta quinta, com faixas, cartazes e batuques, o grupo saiu da Praça do Derby por volta das 10h40 e seguiu até o Parque Amorim. De acordo com Jéssica de Aquinho, representante do Núcleo Estadual de Luta Antimanicomial, o objetivo da passeata é fomentar o debate sobre ruptura da noção de hospital psiquiátrico como espaço de cuidado.

"A gente preza por uma forma de se relacionar com a loucura mais humana e, por isso, queremos uma sociedade sem manicômios. Também gostaríamos que os usuários tenham o seu espaço na sociedade para a convivência saudável", afirmou Jéssica. 

Cuidadora há dois anos de Chiquinho, a técnica de enfermagem Rosileide Alves também participou da caminhada e pediu mais investimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). "A gente preza pela dignidade das pessoas com doenças mentais, elas precisam de amor e compreensão, por isso queremos o fim dos hospitais psiquiátricos", disse. 

Para Halina Cavalcanti, do Levante Popular da Juventude, os leitos dos hospitais psiquiátricos devem deixar de existir porque ferem os Direitos Humanos e excluem os pacientes da sociedade. "Temos uma ideia de manicômio que parece não existir, mas Pernambuco ainda conserva muitos leitos psiquiátricos de enclausuramento e de tortura. Não temos como humanizar esses locais", acrescentou.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), atualmente, existem 129 leitos de saúde mental em hospitais gerais espalhados por todo o Estado para atendimento de emergência, sendo 22 enfermarias psiquiátricas especializadas e 30 enfermarias especializadas para desintoxicação.

Desde 2008, Pernambuco descredenciou 1.982 leitos em hospitais psiquiátricos. Na época, o Estado possuía 16 hospitais psiquiátricos e ocupava o segundo lugar no Brasil em concentração desse tipo de leito. Atualmente, são 715 leitos em cinco instituições, dos quais apenas 370 estão disponíveis para internação e os demais ainda são de longa permanência, de pacientes que perderam os vínculos familiares e sociais.

Atualmente, o estado possui 95 residências terapêuticas, que comportam 760 pessoas, segundo dados da SES. Em 2014 eram 58 residências e 464 beneficiários. Já em relação aos CAPs, são 127 unidades em todo o Estado, sendo 17 com funcionamento 24 horas e 11 com foco no acolhimento do público infanto-juvenil.

Já no Hospital Ulysses Pernambucano (HUP), que é referência para os casos de urgência e emergência em saúde mental, são 125 leitos, com taxa média de permanência de 17 dias e utilizados para realizar a articulação com a rede e município de origem do paciente. 

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O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS Renascer) realizou, na manhã da última quarta-feira (18),  um sarau com diversas atividades para usuários dos serviços de atendimento à saúde mental e seus familiares. A programação foi realizada em parceria com professores e alunos do curso de Terapia Ocupacional da Universidade da Amazônia (Unama), além de outras instituições de ensino da capital paraense.

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Durante o sarau, o público pôde participar de vários momentos de descontração. A programação contou com a apresentação de trupe de palhaços, balé e de um flash mobe coordenado pelos acadêmicos de Terapia Ocupacional da Unama. O evento também teve um momento poético, aula de ritmos, dentre outras atividades. Para valorizar uma das atividades que os usuários do CAPS Renascer desenvolvem no centro, a coordenação do sarau também organizou uma feira com os produtos densevolvidos em oficinas. 

Todos os anos, no dia 18 de maio, o CAPS Renascer realiza atividades para os usuários do centro. A data escolhida é em alusão ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial. Este ano, além das atividades realizadas por meio do sarau, no próximo dia (22) o CAPS Renascer realiza uma caminhada pelo Movimento da Luta Antimanicomial (MLA). A caminhada começa na praça da República e vai até a praça Batista Campos, em Belém.

Em entrevista ao portal LeiaJá, Ingrid Oliveira, terapeuta ocupacional do CAPS Renascer, explicou como funciona o local. “O nosso CAPS é adulto e do tipo três. O tipo três é um espaço que possui leito de observação para que os pacientes possam ter uma assistência contínua e detalhada. O diferencial do CAPS Renascer é porque ele tem uma área de abrangência maior em relação aos outros CAPS”, contou.

O professor Éden Ferreira, coordenador do curso de Terapia Ocupacional da Unama, destacou a importância da participação dos acadêmicos nas atividades desenvolvidas pelo CAPS. “O aluno que está aqui percebe e entende como funciona uma a rede de saúde, passa também a entender essa área de atuação voltada para saúde mental dentro de um centro psicossocial. Então o estudante não aprende só o processo teórico e técnico da terapia ocupacional, ele entende a inserção do próprio profissional dentro da saúde pública”, afirma.

Para João Barroso, acadêmico do último ano do curso de Terapia Ocupacional da Unama, ter participado da programação realizada pelo CAPS foi uma experiência diferente e única. “Ter participado do evento foi um momento único. Trouxemos muitas atividades para os usuários, que foram desenvolvidas por nós acadêmicos e pela equipe técnica do centro, tudo isso contribuiu não só para que entendêssemos mais sobre a saúde mental, mas proporcionar um momento muito especial para todos os usuários do CAPS ”, disse.

Veja, abaixo, vídeo sobre o sarau.

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O candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira, 15, ver com "muita tranquilidade" o resultado da pesquisa Datafolha de hoje, na qual ele manteve apenas 5% de intenções de voto. "Vocês vão me ver quando eu estiver lá na telinha, aí começa a mudar o jogo de fato. A eleição começa a partir daí", disse durante uma visita a um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em São Bernardo do Campos, no ABC paulista.

"A própria pesquisa mostra que existe um desconhecimento do meu nome, precisamos atingir aqueles que apoiam a presidente Dilma, apoiam o PT", disse.

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Com atividades de rua, como caminhadas de campanha, suspensas por causa do falecimento do ex-governador Eduardo Campos, Padilha afirmou que tem se dedicado a reuniões internas e à gravação do programa eleitoral.

Segundo o candidato, além de destacar sua biografia, seu período no ministério de coordenação do ex-presidente Lula e sua passagem pelo Ministério da Saúde, o programa eleitoral deve ter imagens de todos os que o apoiam. "Certamente ao longo do programa vai ter todos aqueles que me apoiam. Tenho orgulho de mostrar que estou junto da presidente Dilma, que ela está junto comigo. Tenho orgulho de mostrar o prefeito Haddad, todos os prefeitos, a prefeita Marta (Suplicy), o prefeito (Luiz) Marinho", disse.

Críticas a Alckmin

Durante a visita ao CAPS, Padilha criticou a falta de interesse do governo do Estado, comandado pelo seu adversário Geraldo Alckmin (PSDB), em realizar parcerias para estender o modelo de atendimento psicossocial. "Se fosse esperar o governo do Estado, não ia ter nenhum CAPS 24 horas", disse, destacando que o modelo é feito em parceria entre governo federal e prefeituras.

Padilha afirmou que seu programa vai reforçar essas parcerias. "Queremos mostrar que o que o PT fez nas prefeituras e no governo federal tem ajudado a mudar o Estado de São Paulo. Queremos mostrar que as conquistas que São Paulo teve nos últimos anos têm relação direta com o governo federal e com as prefeituras", afirmou.

Campos

Padilha confirmou que irá para Recife no enterro de Eduardo Campos e disse que o ex-governador era "como se fosse um irmão mais velho". "Somos filhos do governo Lula, ganhamos musculatura política no governo Lula, então não tinha condição de fazer nenhuma agenda externa", disse.

A Secretaria de Saúde do Paulista divulgou o esquema de atendimento nas unidades da rede que ofertam serviços de urgência e emergência. Cerca de 200 profissionais de várias especialidades vão cumprir jornada de trabalho nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro de 2014.  A escala contempla a Prontoclínica Torres Galvão (PTG); o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Na Prontoclínica, 110 trabalhadores estarão atuando nos setores de pediatria, odontologia e clínica geral. A pediatria funcionará no plantão noturno, as demais especialidades serão oferecidas durante 24h.  No local também será ofertada a vacina antirrábica.

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Três ambulâncias do SAMU estarão operando, sendo duas unidades de suporte básico e uma de suporte avançado.  A equipe vai ser formada por médico, enfermeiro, técnicos em enfermagem, socorrista e condutor.

Os três CAPS do município também disponibilizam atendimento 24h. Pessoas com sofrimento psíquico vão contar com o apoio de 30 profissionais em várias especialidades. 

Serviços essenciais - Durante as festas de fim de ano, as feiras livres e mercados públicos vão funcionar em horário diferenciado. Nas vésperas (24 e 31 de dezembro), os boxes vão estar abertos ao público em horários estendido, das 6h às 19h. Já nos feriados (Natal e Ano Novo), os locais estarão fechados.

A coleta de lixo será normal nos dias 24 e 31 deste mês. Já nos dias 25 e 1º de janeiro o esquema será diferenciado. No Natal, o trabalho ocorre em regime de domingo, com 27 caminhões compactadores. No primeiro dia de 2014, 50 homens da Secretaria de Serviços Públicos vão fazer um mutirão, às 5h, na área litorânea da cidade, especialmente, onde serão montados os polos da festa da virada.

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Dar uma nova vida às pessoas que possuem transtornos mentais. Essa é a frase que rege o projeto "Navegar para Conhecer", desenvolvido pelo Centro de Atenção Psicossocial Nise da Silveira (Caps), localizado em Rio Doce, Olinda. Através dos cliques do mouse e do som das teclas, jovens, adultos e idosos aprendem uma nova maneira de se incluir na sociedade, já que, por trás das telas dos computadores, todos são iguais.

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As aulas serão ministradas a partir de janeiro em uma sala com onze computadores que foram doados pelo Centro de Recondicionamento de Computadores do Recife (CRC). Apesar de parecerem simples à primeira vista, através deles, os pacientes do Caps aprenderão noções de datilografia, a navegar na internet e também a utilizar programas, como o Paint, por exemplo.

E os pacientes do núcleo estão animados com a oportunidade. Para o estudante Rafael Viana, de 18 anos, a esquizofrenia, que, muitas vezes, atrapalha suas atividades cotidianas, não será um obstáculo quando ele quiser acessar a internet para acompanhar as notícias do seu campeonato de futebol favorito, a Champions League.

“Também adoro usar o computador para pesquisar assuntos sobre história. Outra coisa que gosto é baixar jogos pela internet. Eu estou muito animado e sei que mexer no computador vai me ajudar no futuro”, prevê o jovem. Ele, que possui uma curiosidade natural sobre o tema tecnológico, afirma que ainda não sabe transferir dados do computador para dispositivos USB. “Essa será uma das minhas perguntas no primeiro dia de aula”, ressalta.

Já Laudiceia Maria, 52, que sofre de depressão, conta que pretende utilizar as aulas para aprofundar seus conhecimentos sobre política e enviar mensagens para parentes e amigos. “Um dos meus sonhos era aprender a utilizar um computador e eu consegui isso. Agora, quero aprofundar meus conhecimentos e pretendo aproveitar esse projeto para isso, não vou perder nenhuma aula”, pontua Laudiceia.

E o projeto também engloba pacientes que nunca tiveram a chance de manusear um computador. Para alguns, como o aposentado Rinaldo Avelino, que, aos 61 anos, nunca teve a oportunidade de estar à frente de uma tela, a internet ainda é um mundo inexplorado, mas nunca é tarde para aprender. “Não tenho nem ideia do que posso aprender. Sei que será um mundo novo, que vou me ocupar com uma nova coisa e isso me anima”, afirma.

A expectativa dos futuros alunos é reforçada pela positividade da gerente do Caps e idealizadora do projeto, Silvia Lyra. Segundo ela, esta é uma maneira de trazê-los para uma realidade diferente da terapia. “Dentro da informática trabalhamos arte, concentração e coordenação motora. Com isso, eles vão fazer uma viagem no mundo do conhecimento e vão aprender a potencializar seus interesses pessoais, podendo até realizar pesquisas sobre suas respectivas doenças para entendê-las melhor e entender a si mesmos”, finaliza. 

“No início do ano passado, eu fumava três carteiras por dia. Acordava sufocado de madrugada, sem ar. No dia 25 de março de 2012, parei definitivamente de fumar, mas, até hoje, todo dia sinto vontade. Ter sido fumante é um dos poucos arrependimentos que tive na vida”. O relato do funcionário público Luiz Henrique Lira da Cunha exemplifica o desafio para aqueles que desejam vencer o tabagismo.

Neste Dia Mundial do Não Fumador, 17 de novembro, o LeiaJá mostra como os dependentes do cigarro podem largar o vício através de inúmeros métodos. Hoje com 53 anos, Luiz Henrique foi fumante durante 37 anos, mais da metade da sua vida. Tentou duas vezes, mas não conseguiu parar de fumar sozinho. A vontade de se ver livre do tabaco só se concretizou com a participação no grupo de tabagismo do Centro de Prevenção, Tratamento e Reabilitação do Alcoolismo (CPTRA), no bairro da Tamarineira.

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Coordenadora do grupo, Isabel Cristina da Silva conta que a orientação varia de caso a caso, com reuniões coletivas, atendimentos individuais e, quando necessário, psiquiátricos. Os trabalhos buscam estabelecer estratégias naturais para a prevenção de recaídas nos momentos de fissura (desejo intenso) e, segundo Isabel, a procura é muito grande. “Em cada caso, buscamos as melhores alternativas para a pessoa deixar o cigarro. Alguns, no início, usam adesivas de nicotina, goma de mascar à base de nicotina ou mesmo medicamentos”, afirma a coordenadora ao lembrar dos diferentes graus de dependência. 

Há Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) específicos para o tratamento contra o tabagismo. No Recife, além do CAPS da Tamarineira, tais serviços são oferecidos à população no CAPS Professor Luiz Cerqueira (bairro de Santo Amaro), CAPS Estação Vicente Araújo (Torreão), CAPS René Ribeiro (Afogados), CAPS Eulâmpio Cordeiro (Cordeiro) e no CAPS Professor José Lucena (Imbiribeira). 

Na opinião da coordenadora do grupo de tabagismo do CAPS Professor José Lucena, Rosângela de Souza Amaral, o fumante precisa avaliar seu convívio com a droga. “A relação do usuário com o cigarro é íntima, as vezes até mais forte do que com um companheiro. A droga sempre está ali, em todos os momentos, nas angústias, ansiedades, felicidades, na hora de dormir. Tivemos caso aqui de um usuário queimar o colchão da cama, porque dormiu com o cigarro aceso”, afirma.

Dicas para deixar de fumar

- Beber muita água gelada, vários copos ao dia, auxilia na eliminação da nicotina acumulada no organismo;

- Ter sempre algum alimento para pôr na boca, mastigar, a fim de “substituir” o cigarro. Frutas, bombons (sem açúcar, de preferência), cravo e gengibre têm tido bons resultados;

- Escovar os dentes depois das refeições. O gosto da comida na boca costuma deixar as pessoas com vontade de fumar após a refeição. É trocar o hábito: ao invés sair para fumar, ir ao banheiro e fazer a higiene bucal;

- Fazer atividades físicas, acompanhado por profissionais e após ter feito os exames necessários para avaliar situação cardíaca e pulmonar;

- Exercitar a respiração, através de métodos de relaxamento que ajudam a atravessar os períodos de abstinências;

- Economizar o dinheiro, anteriormente gasto com maços de cigarro, para presentear a si mesmo, amigos e familiares com o valor guardado.

A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, oferecerá à população atendimento gratuito em psiquiatria infantil. O atendimento está sendo realizado temporariamente na sede do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), localizada no Centro. Desde o início do mês, uma médica especializada na área, passou a integrar a equipe técnica do serviço ambulatorial de Saúde Mental.  

Para que a criança possa consultada pela psiquiatra infantil, os pais devem primeiro levá-la nas Unidades de Saúde da Família (USFs) ou no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Infantil. Depois, a Central de Marcação receberá as demandas das unidades e deverá marcar a consulta do paciente com a especialista.

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A psiquiatra infantil da Rede de Saúde Mental, Nilce Falcão, comentou que psiquiatria da infância significa pensar em um ser em desenvolvimento, com os elementos pessoais, constituído principalmente por fatores sócio-familiares. “Um psiquiatra infantil trabalha estudando, analisando e classificando as patologias dos pacientes”, explicou. 

Com tratamento adequado para o tipo de distúrbio, a criança e os pais são inseridos no processo de recuperação e desenvolvimento. “Depois disso, a criança passa ser reinsira em seu ambiente gradativamente e cresce de maneira a se tornar um adulto integrado”, completou a psiquiatra.

CAPS Ciranda de Vida 

Promove ações de acolhimento, prevenção e tratamento, na defesa e na construção da cidadania de crianças com sofrimento e comprometimento psíquico grave de 0 a 11 anos, que residem no município. A unidade funciona no Loteamento Ilha, em Ponte dos Carvalhos, na Rua 04, nº 54. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3522-2118.

Serviço  

A psiquiatra infantil está atendo as demandas da Central de Marcação, através dos encaminhamentos que são realizados pelas unidades. O serviço funciona nos dias de terça e quinta-feira, a partir das 7h, na sede do Cerest, que fica localizado na Rua Amaro P. Cavalcante, nº188 (Centro).

O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Cptra, localizado na Tamarineira, Zona Norte do Recife, está passando por uma reforma. Os trabalhos, no equipamento voltado para o tratamento de dependentes de álcool e drogas, começaram nesta segunda-feira (15) e deve durar 120 dias. 

A reforma prevê mudanças estruturais, como revisão da cobertura, instalação de esquadrias, pisos e instalações elétrica e hidrossanitária. Quando a intervenção for concluída, o Caps Cptra passará a atender 24 horas. 

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Durante a obra, os 90 pacientes da unidade continuarão recebendo atendimento. Além do equipamento da Tamarineira, as unidades Luiz Cerqueira (Santo Amaro) e Eulâmpio Cordeiro (Cordeiro) também estarão funcionando 24 horas até dezembro. 

Segundo a Secretária Executiva de Coordenação Geral da Secretaria de Saúde do município, Kamila Matos, o Cptra será utilizado como instrumento balizador para combater o crack no município. “Com essa reforma estamos priorizando esse importante ponto de atenção, por isso a intervenção no Caps é complexa e exige uma ação em conjunto; mas vamos continuar trabalhando firme para cumprir o nosso compromisso”, afirmou.

Reforço - A rede de Saúde Mental do Recife vai contar com 28 novos profissionais, totalizando 80 convocações de concursados, desde janeiro de 2013. As nomeações e a reforma integram um conjunto de investimento na área de saúde da cidade. 

Entre os profissionais nomeados hoje, estão 19 psiquiatras, quatro pediatras, quatro assistentes sociais e um clínico-geral. Desses, cinco serão alocados no Caps Cptra; sendo um psiquiatra, um psicólogo, dois assistentes sociais e um clínico geral, que se somarão aos 26 profissionais que já atuam na unidade. 

A expectativa é convocar 175 Agentes Comunitários de Saúde até o final deste mês para atingir a meta de nomeações de 627 profissionais.

“Não tem ninguém que não conheça de perto ou que não tenha ouvido falar em uma pessoa que entrou no mundo das drogas. É por isso que fizemos as nomeações, iniciamos as reformas e ainda vamos elaborar o Plano Municipal de Combate ao Crack. Teremos sempre uma dedicação especial nessa área. Queremos que todas as famílias tenham uma vida normal”, reforçou o prefeito Geraldo Julio.

Com informações da assessoria

Nesta segunda-feira (15), a Prefeitura do Recife inicia a reforma do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Cptra, na Tamarineira. O local irá passar por revisão da cobertura, instalação de esquadrias, pisos e instalações elétrica e hidrossanitária. No entanto, durante a intervenção, o espaço continuará funcionando.

A obra está orçada em R$ 89 mil e será entregue em 120 dias. Na solenidade de início da reforma, o prefeito Geraldo Julio vai nomear 28 profissionais para a rede de saúde mental, sendo 19 psiquiatras, quatro pediatras, quatro assistentes sociais e um clínico-geral. O Caps Cptra é voltado para o tratamento de dependentes de álcool e drogas. A PCR ainda fará reforma em outras seis unidades.

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Com informações de assessoria

 

 

Os pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Professor Luiz Cerqueira, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, contarão com atendimento 24 horas após a reforma da unidade. Os trabalhos, que começam neste sábado (6), devem durar 120 dias.

As obras no caps, que foi construído em 2004, preveem mudanças estruturais como revisão da cobertura, instalação de esquadrias, pisos e instalações elétrica e hidrossanitária. Durante a reforma, o Caps continuará atendendo, diariamente, 40 pacientes, sendo 20 em cada turno.

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Nesta sexta-feira (5), na cerimônia de assinatura da ordem de serviço no valor de R$ 130.341,65, também foram nomeados 52 profissionais para a rede municipal de saúde mental. São 18 terapeutas ocupacionais, 15 psicólogos, 12 assistentes sociais, quatro clínicos gerais e três psiquiatras. 

No próximo dia 12 de julho, mais 28 profissionais serão chamados: 19 psiquiatras, quatro pediatras, quatro assistentes sociais e um clínico-geral; totalizando 80 novos profissionais para o segmento.

Com informações da assessoria

O Centro de Apoio Psicossocial (Caps) Professor René Ribeiro, localizado no bairro de Afogados, passará por melhorias na sua estrutura física. A recuperação inclui revisão da cobertura e melhorias na unidade, como instalação de esquadrias, pisos e instalações elétrica e hidrossanitária.

A reforma está avaliada em R$ 119,5 mil e deve concluída em setembro deste ano. O atendimento oferecido pela unidade não será interrompido durante a reforma, de acordo com a prefeitura. 

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O prefeito Geraldo Julio e o secretário municipal de Saúde, Jailson Correia, vão acompanhar o início da intervenção no CAPS AD nesta quinta-feira (16). Na ocasião, o prefeito também nomeará profissionais que se integrarão ao quadro da unidade.

Com informações da assessoria

 

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