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Ao todo, 524 dias. Foi esse o tempo para que a Força Aérea Brasileira (FAB) concluísse o relatório de investigação do acidente aéreo que matou o então candidato à Presidência da República e ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e outras seis pessoas, entre passageiros e tripulantes. O resultado da perícia foi apresentado na tarde desta terça-feira (19) pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

De acordo com o documento, a falta de conhecimento específico dos pilotos para operar o modelo Cessna 560-XL contribuíu para o acidente. A FAB evitou falar em falha humana, mas refere-se a “fatores contribuintes” para o acidente. As más condições meteorológicas, que chegaram perto do mínimo de segurança para navegação de aparelhos, também foram consideradas. “Embora fosse possível realizar o plano de voo contanto que todos os protocolos fossem seguidos”, destacou o investigador encarregado do Cenipa, tenente-coronel Raul de Souza.

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No período de investigação, foram realizados estudos de desempenho e dos sistemas da aeronave, além de terem sido verificados os treinamentos e as habilitações dos pilotos, meteorologia, regulamentos existentes na aviação brasileira e manutenção. A saúde mental dos tripulantes também foi analisada.

De acordo com o Cenipa, os sistemas e motores da aeronave funcionavam normalmente e não apresentaram falhas. A análise das imagens de diferentes câmeras de segurança confirmou o parecer preliminar da FAB, que já indicava que o avião não estava em modo invertido (de cabeça para baixo) e não havia incêndio antes da colisão. Os estudos também mostraram que os instrumentos de gravação do voo não estavam funcionando desde 23 de janeiro de 2013 – um ano e sete meses antes do acidente -, mas não houve o registro dessa inoperância pelos tripulantes em todo esse período.

Em relação à capacidade dos tripulantes, o FAB verificou que, apesar de terem experiência de voo, nem o piloto Marcos Martins nem o copiloto Geraldo Magela tinham treinamento adequado e específico para operar a Cessna 560-XL e iniciaram a navegação neste tipo de aeronave alguns meses antes do acidente. “A falta dessa capacitação pode ter demandado maior esforço cognitivo para a apreensão de novas condições requeridas pelo equipamento, dificultando uma tomada de decisão rápida”, explicou o tenente-coronel Raul de Souza.

“Também pode ter ocorrido uma sobrecarga de trabalho do piloto em comando, em virtude da possibilidade de o mesmo ter acumulado tarefas como consequência de uma possível dificuldade do copiloto assessorá-lo”, disse ele, embora não tenha sido possível definir se os tripulantes tiveram um repouso adequado na noite anterior ao acidente. No período de 1 a 5 de agosto, a jornada de trabalho dos pilotos extrapolou as regras da aviação brasileira. "A gente não pode afirmar que a fadiga tenha comprometido o desempenho da tripulação a ponto de levar ao acidente. Isso ficou como indeterminado", salientou o major aviador Carlos Henrique Baldin.

Entre os fatores contribuintes para o acidente, o relatório aponta que os fatores meteorológicos estavam perto do mínimo para operações por aparelho. O piloto e o copiloto também não cumpriram o plano de voo do trecho de aproximação com a Base Aérea de Santos, já que operavam por instrumentos devido às más condições do tempo na manhã do acidente, e podem não ter observado com cuidado os fatores meteorológicos adversos e técnicos para o voo.

“A realização da aproximação num perfil de aproximação diferente do previsto demonstra uma falta de aderência aos procedimentos, o que possibilitou o início de uma sequência de eventos que culminaram com uma aproximação perdida, tendo este sido, possivelmente, influenciada pelo nível de confiança que o piloto possuía em sua capacidade operacional, haja vista suas experiências”, frisou o tenente-coronel.

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Relatórios - Antes de ser apresentado o relatório para a imprensa, os familiares das vítimas tiveram acesso ao documento. Ao todo, 12 pessoas compareceram ao Cenipa. Apenas os familiares do assessor de campanha Pedro Valadares e do piloto Geraldo Magela não estiveram presentes.

Nesta quarta-feira (20), as famílias dos tripulantes da aeronave irão apresentar o relatório de uma investigação paralela para averiguação técnica das aeronaves do modelo Cessna 560 Citation. A alegação inicial era de que os aviões de pequeno porte apresentavam uma falha nos estabilizadores horizontais, ferramentas responsáveis para dar o sentido que o nariz da aeronave deve estar durante o voo. Segundo o parecer, na hora do acidente o automatismo projetado para o estabilizador horizontal falhou, colocando o avião para a posição de Nose Down (nariz para baixo) e levando-o ao chão.

De acordo com a FAB, embora o uso de um simulador de voo, questão levantada pelos familiares dos tripulantes, pudesse ter colaborado para as investigações, não seria possível simular tudo o que aconteceu na cabine do avião. "Nós solicitamos o uso do simulador, só há um no mundo, mas a empresa negou", justificou o major Baldin. Ele também ressaltou que "não há evidencia nenhuma de falha mecânica".

Sobre a responsabilização das empresas proprietárias da aeronave, o Cenipa informou que essa indicação não cabe ao órgão e, por isso, isso não foi incluído no relatório. "Essa investigação, que foi bastante exaustiva, seguiu normas e técnicas utilizadas por todas as organizações que lidam com a investigação de acidentes aeronáuticos. É um trabalho muito profissional, de muito detalhismo. Ela é voltada para identificar os fatores que podem ter levado a esse acontecimento. Não é finalidade nossa identificar culpas ou responsabilidade de quaisquer pessoas e instituições", falou o chefe do Cenipa, o brigadeiro Dilton Schuck.

O acidente - Na manhã chuvosa do dia 13 de agosto de 2014, a FAB registrou a queda no jato Cessna 560-XL, em Santos, no litoral de São Paulo. A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, às 9h21. Já no espaço aéreo de Santos, o piloto tentou pousar na Base Aérea, mas sem visibilidade da pista, arremeteu. Minutos depois, o avião caiu na rua Vahia de Abreu, no bairro do Boqueirão.

As primeiras informações repassadas pela imprensa eram de que se tratava de um helicóptero, mas depois houve a confirmação de que se tratava da aeronave PR-AFA, que transportava Eduardo Campos, o fotógrafo Alexandre Severo, o jornalista Carlos Augusto Percol, o cinegrafista Marcelo Lyra, o assessor da campanha Pedro Valadares Neto e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela. Todos morreram no acidente.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que irá apresentar nesta terça-feira (19) o relatório final da investigação do acidente com a aeronave PR-AFA, que caiu na cidade de Santos (SP), no dia 13 de agosto de 2014, matando, entre outros passageiros e tripulantes, o ex-governador de Pernambuco e então candidato à presidência da República, Eduardo Campos.

Através de comunicado, a FAB informou que o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Brigadeiro do Ar Dilton José Schuck, o investigador encarregado, Tenente-Coronel Aviador Raul de Souza, e o investigador do fator operacional, Major Aviador Carlos Henrique Baldin, vão apresentar o relatório final em coletiva de imprensa, às 15h30, no auditório do Cenipa, em Brasília (DF).

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A aeronave em que estava o ex-governador de Pernambuco, modelo Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave.  

O avião transportava o ex-governador Eduardo Campos, o fotógrafo Alexandre Severo, o jornalista Carlos Augusto Ramos Leal Filho, o cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra, o ex-deputado Pedro Valadares Neto e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela da Cunha.

Eduardo Campos, que é neto do político Miguel Arraes, morreu na mesma data que seu avô, falecido em 2005. Campos era filho de Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) e do poeta e cronista Maximiano Campos. Candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos  aparecia como terceiro colocado de intenção de voto nas pesquisas eleitorais.

A manhã era de chuva naquela quarta-feira, dia 13 de agosto de 2014, quando por volta das 10h30 a Força Aérea Brasileira (FAB) registrou a queda do jato Cessna 560-XL em Santos, no litoral de São Paulo. A aeronave transportava o então presidenciável e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e mais seis pessoas para agendas de campanha na região. Nenhum deles sobreviveu à tragédia. Hoje, exatamente um ano depois, a causa do acidente ainda não foi identificada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Falhas humanas, técnicas, choques com drones e até sabotagens foram algumas das teorias levantadas por populares, familiares das vítimas e profissionais para justificar a queda do jatinho. Na última semana, ao ser procurada pelo Portal LeiaJá, a FAB divulgou uma nota informando que o processo de investigação das causas do acidente está em fase de finalização, no entanto, o órgão não estimou uma data para o anúncio do relatório final.  

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“A investigação do acidente com o jato Cessna 560-XL está na fase final de análise dos dados. De acordo com as normas internacionais, só podemos divulgar as conclusões consolidadas, uma vez que especulações podem prejudicar o andamento dos trabalhos e impedir a colaboração de fontes voluntárias”, explicou o chefe do Cenipa, Brigadeiro do Ar Dilton José Schuck. “Assim como em todos os acidentes aeronáuticos, o Cenipa não fixa um prazo para a conclusão do Relatório Final”, acrescentou. 

A equipe de investigação, composta por membros da FAB e do Cenipa, afirmou que em um ano realizou estudos de desempenho e dos sistemas da aeronave, além de ter verificado as habilitações e treinamento dos pilotos, meteorologia, regulamentos existentes na aviação brasileira e manutenção.

Em janeiro de 2015, foram divulgadas as primeiras informações sobre o caso. Na ocasião, foi apontado que o piloto Marcos Martins e copiloto Geraldo Magela “fizeram rota diferente do previsto na carta de aproximação por instrumentos para pouso na Base Aérea de Santos”, deixando assim evidente a possibilidade de que a queda teria sido provocada por falha humana, com a falta de treinamento dos profissionais. 

Segundo o relatório preliminar, tanto na descida inicial para a pista da Base Aérea de Santos quanto na arremetida (quando o avião sobe de volta no momento em que não consegue aterrissar na primeira vez), os radares captaram um percurso diferente do recomendado no mapa.

Além disso, no documento também foi descartada a hipótese de colisão com aves, drones ou aeronaves. Ficou constatado que o avião não estava voando invertido antes da queda e os motores estavam funcionando no momento do impacto com o solo. 

Na época, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou uma nota dizendo que os operadores tinham habilitação válida para operar os três modelos de aeronaves da família do Cesnna. “O piloto e o copiloto estavam com licença e habilitação C560 válidas no momento do acidente e, portanto, aptos e em situação regular para voar”, pontuou o órgão.  

Além do candidato à presidência Eduardo Campos e dos pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela, os fotógrafos Alexandre Severo e Macelo Lyra, o jornalista Carlos Percol e o assessor Pedro Valadares também morreram no acidente em Santos.

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Familiares acreditam em falha no projeto do avião 

Em paralelo as investigações do Cenipa, as famílias dos tripulantes da aeronave - que tiveram possíveis erros apontados pelo relatório preliminar – iniciaram uma averiguação técnica do projeto das aeronaves do modelo Cessna 560 Citation EXCEL (XL, XLS, XLS +), da qual o jatinho que transportava Campos pertencia. 

Com as informações levantadas pelo ex-comandante e perito Carlos Camacho, a esposa do piloto Marcos Martins, Flávia Martins, elaborou uma carta, encaminhada recentemente a Anac e ao Cenipa, alegando que os aviões de pequeno porte apresentavam uma falha nos estabilizadores horizontais, ferramentas responsáveis para dar o sentido que o nariz da aeronave deve estar durante o voo. Segundo o parecer, na hora do acidente o automatismo projetado para o estabilizador horizontal falhou, colocando o avião para a posição de Nose Down (nariz para baixo) e levando-o ao chão.

“Nessa carta foram colocadas muitas informações técnicas pedindo aos órgãos de investigação aqui no Brasil que considerasse esse novo enfoque”, detalhou o representante das famílias dos pilotos no caso, o advogado Josmeyr Oliveira, ao Portal LeiaJá. Segundo ele, inclusive, a empresa fabricante do Cesnna que fica nos Estados Unidos já foi notificada sobre o assunto e a defesa está estudando uma forma para abrir um processo na corte americana para as investigações das falhas. 

“A notificação foi feita no final de julho e está no prazo ainda de reposta. São 30 dias. Temos o final de agosto”, revelou Oliveira. “A ideia é que seja estudada uma possibilidade de um processo nos EUA, e lá, diferentemente daqui (onde os órgãos públicos investigam de maneira e sigilosa], as investigações também são conduzidas pelos órgãos privados, além dos oficiais”, acrescentou, observando que todos os aspectos são levados em consideração para um possível julgamento nos tribunais no EUA. 

Apesar dos argumentos, a tese da falha técnica, no entanto, não foi corroborada publicamente pela família Campos. O advogado que os representa no caso, José Henrique Wanderley Filho, informou que o posicionamento da viúva e dos filhos do ex-governador de Pernambuco será o de aguardar o relatório final dos órgãos investigadores. Já o irmão do então presidenciável, o advogado Antônio Campos, defendeu a tese em uma entrevista publicada no seu blog pessoal. No texto ele cita outros dois casos de aeronaves da mesma família com acidentes semelhantes. Um que ocorreu em 2 de dezembro de 2002, na Suíça (prefixo HB-VAA); e outro, em junho deste ano, em aeronave que voava de Manaus para Orlando (prefixo PP-MDB).

“Estou convencido que a causa determinante do acidente de Eduardo foi um erro de projeto do avião Cessna. O parecer do ex-comandante e perito Carlos Camacho é muito claro e inteligível”, reforçou. “Os dois aviões que tiveram problemas estavam em altitude elevada, o que fez a diferença entre viver e morrer”, pontuou Campos.

Além das investigações dos órgãos ligados a aviação brasileira, outros dois inquéritos um civil e um policial sobre o caso também aguardam a conclusão na 5ª Vara Federal de Santos.

 

O silêncio foi a postura adotada pela família ex-presidenciável e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos nesta segunda-feira (26), quando o resultado preliminar sobre o acidente foi anunciado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). 

A reportagem do Portal LeiaJá procurou o irmão de Eduardo, Antônio Campos, porém ele não atendeu as ligações. O presidente estadual do PSB também não se pronunciou. No entanto, o partido se posicionou, em nome da família, afirmando “que apenas se pronunciará a respeito do assunto após a conclusão de todas as investigações atualmente em curso”.

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Confira o texto na íntegra:

N O T A

Com referência à reunião convocada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – CENIPA, realizada nesta data, presentes os familiares das vítimas do acidente aéreo do dia 13 de agosto de 2014, a família de Eduardo Campos, por seu advogado, esclarece:

- que apenas se pronunciará a respeito do assunto após a conclusão de todas as investigações atualmente em curso.

Brasília / Recife, 26 de janeiro de 2015.

 

O PSB também emitiu nota reiterando que está acompanhando toda a investigação e também assegurou que não se pronunciará até que as investigações sejam concluídas.

Nota Oficial do PSB sobre o relatório do CENIPA

A Direção Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) reitera nota divulgada no dia 16 de janeiro de 2015, na qual informa que está acompanhando com toda a atenção as investigações promovidas pela Aeronáutica e pela Polícia Federal para apurar as causas do desastre aéreo de 13 de agosto do ano passado, que vitimou o ex-presidente Eduardo Campos, Pedro Valadares Filho, Carlos Augusto Ramos Leal, Alexandre Severo, Marcelo Lira,  Marcos Martins e Geraldo da Cunha, esperando que seja feito com todo o rigor técnico.

A Direção Nacional do PSB informa ainda que não fará qualquer pronunciamento sobre notícias que tenham sido ou venham a ser veiculadas trazendo supostas conclusões ou mesmo análises parciais dos fatos, aguardando a divulgação dos laudos oficiais pelas instituições encarregadas das apurações.

 

Brasília, 26 de janeiro de 2015

Comissão Executiva Nacional


O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) confirmou a informação antecipada pelo jornal O Estado de S.Paulo de que a tripulação que transportava o presidenciável Eduardo Campos não havia realizado o treinamento de transição para operar o modelo Cessna 560 XLS+. Investigação conduzida por um equipe de 18 integrantes também constatou que o avião fez um procedimento de aterrissagem diferente, uma espécie de "atalho", do que é recomendado.

As investigações preliminares indicam não haver indícios de falha técnica no avião, que caiu no dia 13 de agosto do ano passado no bairro do Boqueirão, em Santos, matando 7 pessoas. A partir de agora a ênfase será dada na análise de fatores humanos e operacionais.

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O investigador encarregado, tenente coronel Raul de Souza, evitou falar em falha humana. Admitiu que o tanto piloto Marcos Martins quanto copiloto Geraldo Magela Barbosa não tinham a proficiência requisitada. Ele, no entanto, disse ser necessária avaliar o quanto essa deficiência foi determinante para o acidente. Mesmo assim, o Cenipa recomendou que a Agência Nacional de Aviação Civil verifique se as tripulações habilitadas para voar o modelo modelo Cessna 560 XLS+ no Brasil tenham recebido o devido treinamento. "Cabe à Anac adotar os procedimentos para eliminar qualquer condição de risco", disse.

Em entrevista coletiva nesta tarde, os investigadores revelaram que o piloto tinha condições de efetuar a aterrissagem na manhã do acidente, apesar das condições climáticas. O piloto, no entanto, fez uma aproximação no Aeródromo de Santos diferente do recomendado. As investigações não indicam falha técnica na aeronave.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já recebeu resultado da análise laboratorial das turbinas do jato Cessna 560XL prefixo PR-AFA, que caiu no dia 13 de agosto em Santos (SP). A análise foi feita por oficina credenciada pelo fabricante e o laudo encaminhado ao Cenipa para que seja analisado em conjunto com outras informações. Não foi divulgado o teor do documento.

Segundo a Aeronáutica, o resultado da análise será apresentado no relatório final, após a integração de todos os dados do processo de investigação. Além disso, outras ações estão sendo feitas para apurar as causas do acidente, como a coleta de informações com testemunhas. No acidente, sete pessoas morreram, entre elas o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República Eduardo Campos.

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O Cenipa apura os fatores do acidente para futuramente emitir recomendações e prevenir novos eventos e melhorar a segurança aérea. Como o acidente envolve uma aeronave norte-americana, o Cenipa teve de acionar a National Transportation Safety Board (NTSB), autoridade norte-americana responsável por investigar acidentes aéreos, conforme prevê a Organização Internacional da Aviação Civil. 

O vídeo divulgado com as imagens mostrando a queda do Cessna Citation 560 XL, que matou sete pessoas, entre elas o ex-governador Eduardo Campos, na semana passada, reforçou entre especialistas a tese de que falha humana levou à desorientação do piloto em voo ou perda de estabilidade da aeronave no momento da arremetida, provocando o acidente.

A tese é endossada pela informação que a Aeronáutica dispõe que o piloto, ao se comunicar com o militar da estação rádio na Base Aérea de Santos informou, demonstrando total tranquilidade, que ia arremeter por causa do mau tempo e que tentaria novo pouso quando o tempo melhorasse, indicando que não havia problemas na aeronave.

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O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que investiga a tragédia, distribuiu nota oficial informando que "não trabalha com 'causa' de acidente, mas com fatores contribuintes", explicando que "causa" se refere a um fator que se sobressai, que seja preponderante, e a investigação do Cenipa não elege um fator como o principal". A Aeronáutica destaca ainda que "qualquer análise de fatores isolados pode ocasionar conclusões precipitadas ou equivocadas". Ainda não há prazo determinado para sua conclusão dos trabalhos e a apresentação do relatório final, que é elaborado com base em informações factuais e nas análises de todos os fatores que contribuíram para o acidente de maneira integrada.

Um dos especialistas ouvidos pela reportagem, o coronel da reserva da FAB Carlos Mateus, engenheiro eletrônico pelo ITA, ao fazer comparação com a literatura que existe em relação a acidentes aeronáuticos semelhantes, disse ao Estado que a imagem do vídeo leva a crer que ou houve desorientação do piloto ou perda de estabilidade da aeronave pelo piloto.

Mas ele ressalva que muitos outros fatores têm de ser analisados quando ocorre um acidente, embora lembre que existiam dois experientes pilotos na cabine e, quando há desorientação de um deles, o outro assume o comando. Carlos Mateus reconhece, no entanto, que em casos de saída de voo por instrumento para visual, como estava acontecendo naquele momento, normalmente não há tempo para a realização de todas as atividades na cabine que mantenham o avião em condições de pouso, já que estará muito próximo do solo.

Especialistas acreditam que o piloto, ao olhar para fora do avião, poderia ter se desconcentrado nos comandos que teria de dar na cabine, fazendo uma curva mais acentuada do que deveria, desestabilizando a aeronave, que perdeu a sustentação. Em média, 80% dos acidentes ocorrem por falha humana.

Turbina

Pelas imagens, já ficou descartado também a possibilidade de explosão da turbina ou que o piloto tenha passado entre dois prédios evitando uma tragédia maior. Neste momento, o Cenipa já realizou a leitura do gravador de voz da aeronave, que não trazia os diálogos do voo, já fez a análise inicial dos motores e a coleta de informações e de documentos junto às empresas que fizeram a manutenção do avião. Estão sendo "entrevistados", familiares e testemunhas do acidente.

O objetivo da Força Aérea é buscar a maior quantidade possível de dados que ajudem a montar o quebra cabeças com os vários detalhes que levaram ao desastre avaliando fatores humano, material e operacional. Ao ouvir os familiares, o Cenipa busca fazer o levantamento do perfil dos envolvidos na tragédia, para verificar qual a interferência do fator humano neste caso. Até agora, segundo a FAB, não há nenhum dado recolhido do acidente, que exija a emissão de uma recomendação antecipada com informações aos pilotos e fabricantes.

 

As primeiras análises dos restos das peças do Cessna Citation que caiu na quarta-feira (13), matando o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência pelo PSB Eduardo Campos e mais seis pessoas, apontaram que os flaps do avião estavam recolhidos. O dado sobre o flap é considerado fundamental para a avaliação das causas do acidente. Quando um piloto vai aterrissar, é preciso "baixar os flaps", que são como extensões das asas e ajudam na sustentação e frenagem do avião no solo.

Mas no manual de instrução do jato há uma restrição segundo a qual os flaps não podem ser recolhidos se o avião estiver em velocidade acima de 200 nós, ou seja, acima de 370 km/h.

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Assim, se o piloto acelera com os flaps abertos, baixados, depois de uma eventual arremetida com a potência do motor no máximo e acima desse patamar, a recomendação é para que se reduza a velocidade, baixando a altitude, recolha os flaps e aí retome o voo normalmente. A constatação dos peritos não é ainda conclusiva e terá de ser mais detalhada na análise das peças pelos técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Baque

Segundo a instrução do Cessna, se os flaps forem recolhidos com o avião a mais de 370 km/h, ocorre um "put down" (baque) violento, movimento que puxa o avião para baixo, tirando a estabilidade da aeronave a ponto de desorientar o piloto.

Portanto, para os investigadores, se os flaps estão recolhidos é porque há duas opções imediatas: o procedimento pode ter sido realizado no tempo certo, com velocidade certa, ou o flap foi recolhido após a arremetida, em alta velocidade.

Como o Cessna se acidentou e explodiu ao se chocar com o solo, a análise dos peritos se volta agora para a possibilidade de um eventual "put down", tendo sido motivado por suposto recolhimento do flap acima de 370 km/h, contribuindo, desta forma, para o acidente.

O problema é que, em momentos de decisão e tensão, as operações não são todas feitas seguindo as recomendações. E para dificultar as investigações, na definição das diferentes velocidades adotadas pelo avião quando se aproximava da Base Aérea, o Cessna não tinha, como equipamento de série, um gravador de dados, com informações sobre altitude do avião no momento de suas operações cruciais, como pouso e decolagem e comandos efetuados pelo piloto. Também não foram gravadas as conversas mantidas pelos piloto e copiloto na cabine.

Os investigadores ainda consideram um problema o fato de não existir torre de controle em Santos, que centraliza e armazena vários dados do voo, mas apenas uma estação de rádio controlada por um operador.

Segundo o operador da Base Aérea de Santos, que já foi ouvido informalmente pela comissão de investigação, o piloto da aeronave estava absolutamente tranquilo quando lhe informou que estava arremetendo, assim como quando respondeu que ia esperar o tempo melhorar para tentar nova aterrissagem. Mas há especulações de que ele pudesse estar em uma altitude baixa, que não deu sustentação ao avião, na hora de arremeter. Tudo isso, agravado pelo mau tempo na região.

Segundo informações da Força Aérea, se o avião possuísse um gravador de dados do voo seria possível apontar exatamente a velocidade e altura do avião na hora da arremetida. Mas os militares envolvidos ressaltam que há técnicas na investigação do acidente que permitem que se chegue a uma precisão considerável de importantes dados no momento do impacto, mas não da arremetida.

Segundo os técnicos, até agora, o único choque registrado do avião foi contra o solo, deixando uma cratera de quatro metros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acionou a Polícia Federal para localizar o operador do jatinho que levava o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE) e sua equipe de campanha. Segundo o órgão, o objetivo é verificar informações publicadas pela imprensa de que o avião, um Cessna Aircraft 560XL, foi vendido sem que a transação fosse comunicada às autoridades.

Segundo os registros da agência reguladora, a aeronave pertencia à Cessna Finance Export Corporation, mas era operada pelo grupo usineiro AF Andrade Empreendimentos e Participações, que firmou contrato de arrendamento com a proprietária. A AF, contudo, teria repassado o avião a um novo operador, possivelmente a coordenação de campanha de Campos, devido a dificuldades financeiras.

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"A Anac informa que solicitou apoio da Polícia Federal para localização do operador a fim de verificar informações veiculadas pela imprensa sobre eventual venda da aeronave, ainda não comunicada à agência", informou, em nota, a Anac. Nesta sexta-feira, dia 15, reportagem do Estado de S. Paulo tentou, sem sucesso, contato com o grupo AF para checar informações sobre a eventual mudança de mãos do jatinho.

A Anac explicou que está contribuindo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) e com a PF para as apurações sobre as circunstâncias e as causas do acidente. "Todas as informações levantadas serão encaminhadas a esses órgãos para compor os processos de investigação", acrescentou a agência.

As investigações do acidente envolvendo o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) já foram iniciadas pela aeronáutica, mas as informações do desastre precisam passar por decisão judicial para serem divulgadas. Isso ocorre porque, em 9 de maio deste ano, a presidente Dilma Rouseff sancionou lei que torna sigilosa a investigação, feita pela Aeronáutica, de acidentes  aéreos no Brasil.

A medida impede que a polícia e o Ministério Público tenham acesso à caixa-preta do avião. De acordo com o Projeto de Lei, elaborado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) em 2007 e só aprovado nesse ano, só libera as informações por meio de decisão judicial. Para serem divulgadas, as informações também precisam da autorização do Cenipa.

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De acordo com o órgão, o objetivo do PL é a de ocultar detalhes das investigações, para que informações não usadas contra possíveis suspeitos. A intenção seria a de encontrar falhas para prevenir novos acidentes, e não procurar culpados.

O Brasil teve 163 acidentes aeronáuticos em 2013, o que representa uma queda de 8,5% em relação às 178 ocorrências registradas em 2012. Os dados são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e foram divulgados nesta sexta-feira, 31. "Ficou mais seguro voar no Brasil", resume nota do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica sobre o cenário aéreo do ano passado.

O balanço divulgado nesta sexta mostra que em 2013 foram registrados 140 acidentes com aviões e 23 com helicópteros, nenhum deles de grande porte. Houve também queda no número de mortes: foram 72 vítimas fatais em 2013, ante 78 em 2012 e 96 em 2011.

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A Aeronáutica destaca que a redução de 8,5% no número de acidentes foi registrada justamente em momento de aumento da frota e do número de horas voadas na aviação nacional. Dados do Cenipa mostram que, em média, em 2013 ocorreram 0,36 acidentes para cada um milhão de horas de voo. Em 2012 o índice ficou em 0,72 e em 2011, de 1,13.

O chefe do Cenipa, Brigadeiro Luís Roberto Lourenço, ressalta que não só os acidentes aeronáuticos diminuíram, mas também os incidentes. "A aviação brasileira está mais segura, mas isso não significa que estamos satisfeitos. A prevenção deve ser reforçada dia a dia, porque a nossa meta é zero acidente", explicou. Segundo ele, os índices verificados no Brasil são semelhantes aos dos países desenvolvidos.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) divulgou nesta sexta-feira (19) um relatório final sobre o acidente com a aeronave LE-410 da Noar linhas aéreas no Recife, em 2011. Segundo o documento, entre os fatores contribuintes para a queda do avião estão falhas mecânicas, aspectos psicológicos e falta de treinamento.

Representantes da Associação dos Familiares que participaram da reunião afirmaram que quanto ao que cabe ao relatório entregue CENIPA, consideraram os resultados satisfatórios já que o órgão apenas analisa o que ocorreu e recomenda futuras ações para evitar novas tragédias. 

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A vice-presidente da associação, Tarciana Guerra, explicou que como o documento diz respeito a assuntos muito técnicos e sem conclusões, o relatório terá mais serventia para pressionar a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). “De acordo com o que foi dito hoje, houve uma inspeção da ANAC, três dias antes do acidente e nada foi constatado. Depois que o avião caiu, saiu um relatório com 148 itens a serem modificados no avião”, declarou.

O coronel Fernando Camargo, responsável pelo inquérito deste acidente, explicou que o CENIPA não encontrou vestígios de treinamento suficiente da tripulação responsável. “O que podemos afirmar é que não encontramos evidências abundantes de treinamento por parte do copiloto, a experiência que encontramos no piloto, porém diferente do que se estava previsto no programa de treinamento. Encontramos também que o nível de ansiedade dentro da cabine de comando era muito alto e isso pode ter interferido nas ações dos pilotos.”, afirmou.

O relatório informou que durante a decolagem, a fadiga de uma peça chamada palheta metálica de número 27, localizada no motor esquerdo, teria causado a parada da turbina esquerda. “O CENIPA não pode colocar peso sobre os fatores que contribuíram para a queda do avião. Averiguamos apenas os aspectos que influenciaram ou não. A palheta foi apenas o primeiro evento que desencadeou todos os outros. Ela danificou o motor, mas mesmo assim, a aeronave ganhou velocidade e altura. Não podemos, por isso, afirmar que um aspecto foi determinante para a queda do avião.” explicou o coronel. 

Quanto aos problemas de falha humana, o responsável pela investigação afirmou que os treinamentos são baseados no fato de que todo acidente pode e deve ser evitado. “Nós trabalhamos para que isso não aconteça novamente. Se a palheta não tivesse quebrado, talvez o acidente não tivesse acontecido. A pequena discussão entre o copiloto e o piloto aconteceu porque o copiloto teria sugerido o retorno imediato para a pista, o que o comandante analisou que não iria mais dar tempo” pontuou.

Além deste relatório, as famílias aguardam o inquérito da Polícia Federal (PF), que continua sem prazo para ser finalizado, o órgão aguarda autorização da Justiça Federal para realizar investigações no Brasil. A expectativa é fechar o inquérito ainda este ano.

Recomendações

O CENIPA, no fim de seu relatório, 8 novas recomendações para a empresa fabricante da aeronave, para a fabricante do motor e ANAC. Na primeira reunião – realizada no ano de 2012, já haviam sido feitas 17 novas solicitações para essas três entidades. Entre elas estão: a melhoria no acompanhamento da execução dos programas de treinamentos; a alteração das fichas de avaliação dos pilotos (quais testes deverão ser feitos, de acordo com o fabricante do avião) e uma maior vigilância para os programas de software – que verificam o peso na aeronave -, também indicados pelos fabricantes.



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As famílias das vítimas do acidente do Voo 4896 da Nordeste Aviação Regional Linhas Aéreas (Noar Linhas Aéreas) se dizem mais confortadas em relação às explicações dadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos da Aeronáutica, (Cenipa), sobre a queda do avião LET-410, em julho do ano passado. O relatório final sobre o acidente ainda não foi concluído, mesmo após um ano do acontecimento.

Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, o presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo Noar 4896, Geison Soares, explica que existem algumas divergências no parecer do Cenipa e no que foi dito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Nós saímos bastante confortados, pois vimos que eles fazem um trabalho sério. Vimos hoje uma trajetória do voo diferente da que já tínhamos visto e sabemos que a manutenção (das aeronaves) acontecia, mas não da forma que deveria. Alguns pilotos também não receberam o treinamento completo”, explicou.

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Apesar da sensação de conforto, a dor sempre é relembrada nestes momentos de reconstituição. “É você remexer na ferida. Ela sangra novamente, mas isso nos permite um maior conhecimento dos fatos. Sabemos que a responsabilidade é da Noar. Agora é um ciclo que se fecha,” afirmou, Roseane Oliveira, uma das parentes das vítimas do acidente.

O coronel Fernando Camargo (foto), que está à frente das investigações pelo Cenipa, diz que uma possibilidade para a queda do avião pode ter sido a quebra da palheta 27 que ficava dentro do motor esquerdo da aeronave. “A quebra da peça pode ter desencadeado a pane que causou o acidente, porém o relatório concluído só deve ficar pronto no final do ano”, explicou.

De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, a operadora pretende voltar a voar, mas para isso, uma nova solicitação e novos testes devem ser solicitados à Anac. Atualmente, a empresa conta com apenas três funcionários trabalhando na área administrativa, diferente de antes do acidente, quando contava com um quadro de 100 pessoas.

Indenização – Três famílias já receberam a indenização integral e outras duas a parcial, de acordo com a assessoria de imprensa da Noar.

Quase um ano depois da queda do avião da Noar, que matou 16 pessoas no Recife em 13 de julho de 2011, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não concluiu o relatório sobre o acidente, mas as investigações iniciais já geraram 15 recomendações de segurança para o fabricante - a checa LET- e para a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Uma pane no motor esquerdo durante a decolagem teria desencadeado o acidente.

Entre as recomendações de segurança à LET está a mudança de alguns tópicos no manual de operações do modelo que caiu, o LET 410, "que podem induzir ao erro", diz o Cenipa. Para a Anac, o órgão pediu que acompanhe "mais de perto" o treinamento dos pilotos desse tipo de avião.

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A caixa-preta foi recuperada, mas, por causa da explosão, um dos gravadores - o de dados - estava muito danificado e teve de ser mandado para os Estados Unidos, onde foi feita a leitura.

"Um ano depois, não temos laudo, não temos pronunciamento da polícia nem apoio do governo", disse Taciana Farias, que perdeu o filho no acidente. A Noar não vai se pronunciar até o relatório final.

Logo após a divulgação do relatório, feito pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre o acidente da NoAr Linhas Aéreas, que apontou uma falha no motor esquerdo da aeronave, a companhia aérea convocou uma coletiva de imprensa. Quatro representantes da NoAr participaram da coletiva no final da tarde desta quinta-feira (22), em um hotel em Boa Viagem, foram: Giovani Farias, diretor para assuntos coorporativos e comerciais, Elano Figueredo, assessor de relações da Noar, Marjone Camelo, diretor executivo, e o comandante Ricardo Miguel, assessor de segurança de vôo.

“O que a NoAr podia fazer em se tratando de cuidados com os motores e manutenção, assim foi feito”, Giovani Farias. Ele ainda destacou “Temos mais uma vez a convicção plena de que a nossa manutenção agiu da forma que deveria”, concluiu Farias.

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Já Marjone Campelo lembrou que técnicos da GE estiveram no Recife entre os dias 8 e 9 de julho para realizar reparo no quarto motor, que apresentou desgaste. No dia 10 de julho a aeronave foi liberada para teste. “Depois disso ela (aeronave) voou apenas 17 horas. Não entendo como eles fizeram a manutenção e pouco tempo depois a aeronave apresentou problemas”, disse.

Para o chefe do Cenipa, brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, a investigação do Cenipa não visa apontar culpados ou responsáveis. “Nós não trabalhamos com causas, trabalhamos com fatores contribuintes”, reforçou.

Seguro
Foi informado pelo assessor de relações da NoAr, Elano Figueredo, que o seguro de Responsabilidade Civil de Explorador ou Transportador Aéreo (R.E.T.A), que é direito de quem sofre acidentes aéreos, já foi pago a 13 famílias. Ainda esta semana outras duas receberão o valor e a última família foi orientada pelo advogado a não assinar o recibo. 

Caso
O acidente do avião LET-410, prefixo PR-NOB, da empresa Noar, aconteceu às 6h51 do dia 13 de julho, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O voo seguia do Recife para Maceió, em Alagoas. Quatro minutos depois de decolar do Aeroporto Internacional dos Guararapes, os pilotos informaram à torre de comando um problema no bimotor e tentaram voltar, mas acabaram caindo em um terreno baldio na avenida Boa Viagem. O acidente resultou na morte de 16 pessoas, sendo 14 passageiros, o piloto e co-piloto.

confira o infográfico

Uma falha no motor esquerdo foi uma das causas que levaram a queda da aeronave LED-410 da NoAr, em 13 de julho deste ano, no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife, matando 16 pessoas, entre eles 14 passageiros e dois tripulantes. A informação foi dada hoje pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) depois de uma conversa com parentes e amigos das vítimas.

Veja a matéria.

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Uma falha no motor esquerdo foi uma das causas que levaram a queda da aeronave LED-410 da NoAr, em 13 de julho deste ano, no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife, matando 16 pessoas, entre eles 14 passageiros e dois tripulantes.

A informação foi dada hoje pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) depois de uma conversa com parentes e amigos das vítimas.

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O chefe do Cenipa, brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, fez questão de dizer que a investigação do Cenipa não visa apontar culpados ou responsáveis, mas a prevenção de acidentes.

Segundo a Cenipa, uma das peças do motor, a haleta, estava em processo de fadiga e se rompeu levando à falha no motor esquerdo. Ela tem dois centímetros e fica dentro do motor, onde existem pelo menos outras 50 haletas.

A investigação não é conclusiva e ainda está em andamento, sem prazo para terminar. Segundo o brigadeiro, a manutenção do motor é de responsabilidade do fabricante, a GE. O inquérito da Polícia Federal, que corre em segredo de Justiça, é que vai apontar a responsabilidade pelo acidente.

Antes de falar com a imprensa, o brigadeiro falou com familiares e amigos das vítimas, que se mostraram satisfeitos com o andamento das investigações e hoje estão formalizando a criação da Associação dos Parentes e Amigos das vítimas desse voo.

Lembre como foi o acidente.

Familiares das vítimas do acidente da Noar se reunirão na manhã desta quinta-feira (22) com representantes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáticos (Cenipa). O encontro acontecerá em um hotel em Boa Viagem, no Recife, e servirá para a Cenipa repassar informações sobre as investigações do acidente. 

Caso Noar
O acidente do avião LET-410, prefixo PR-NOB, da empresa Noar, aconteceu às 6h51 do dia 13 de julho, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O voo seguia do Recife para Maceió, em Alagoas. Logo após deixar o Aeroporto Internacional dos Guararapes, os pilotos informaram à torre de comando um problema no bimotor e tentaram voltar, mas acabaram caindo em um terreno baldio na avenida Boa Viagem. O acidente resultou na morte de 16 pessoas.

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