Um festival de bandas independentes pernambucanas em um palco de teatro. Nesta quinta e sexta-feiras, 21 e 22 de setembro, parte dessa cena subirá ao palco do Teatro Luiz Mendonça, que fica no Parque Dona Lindu, zona sul do Recife. A 2ª edição do festival Som & Chuva reunirá seis artistas e bandas para apresentar ao público seu som.
Dunas do Barato, Jambre, Marcello Rangel, Dani Carmesim, PC Silva e Seu Pereira e Módulo Lunar integram a programação. “A proposta é trazer essa cena para um teatro, que é algo diferente do convencional para as bandas daqui do Recife”, diz Manolo, produtor do evento.
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A primeira edição do Som & Chuva aconteceu em 2008, na Budega do Matuto, no Bairro do Recife. Ao longo desses anos de hiato, Manolo ainda tentou fazer uma outra edição, já no Teatro Luiz Mendonça, em 2012.
“A pauta lá é muito concorrida. Fui catando, fui catando, fui catando, até que, enfim, conseguimos agora”, explica ele.
Programação
Na quinta-feira (21), subirão ao palco do Luiz Mendonça as bandas Jambre, Dunas do Barato e o cantor e compositor Marcello Rangel.
A programação será aberta com Jambre, trazendo influências do rock clássico, do Tropicalismo e dos batuques dos ritmos de matriz africana. Marcello Rangel se apresenta em seguida com o show Marcello Transa Caetano. A Dunas do Barato, conhecida por trazer um repertório tropicalista (com músicas de Gal Costa, Caetano Veloso,Gilberto Gil, Maria Bethânia, Moraes Moreira), apresentará várias canções de seu acervo de músicas próprias.
Na sexta-feira (22) a programação será aberta com a cantora e compositora Dani Carmesim, voz feminina do rock’n’roll pernambucano. PC Silva se apresenta na sequência, com suas composições. Encerrando a segunda noite e o festival, tocam o paraibano Seu Pereira e Módulo Lunar.
O público conheceu, na noite da última terça (26), as indicadas à quinta edição do WME Awards Music2! 2021 (Women's Music Event ). Considerada uma premiação de peso na indústria, o WME foi criado com foco no protagonismo das mulheres que trabalham neste mercado. O anúncio das nomeadas deste ano foi exibido através de uma live apresentada por Sarah Oliveira e Day Lim no canal do YouTube da emissora.
Criado em 2017, o WME foi a primeira premiação totalmente dedicada às mulheres do mercado da música. Em sua quinta edição, este ano, o evento conta com 17 categorias que contemplam diversas áreas da produção musical, além de premiar jornalistas musicais, empreendedoras da área, diretoras de videoclipes e radialistas. O evento será exibido no TNT no dia 16 de dezembro.
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Liderando as indicações desta quinta edição, a pernambucana Duda Beat aparece em cinco categorias - cantora, videoclipe, música alternativa, álbum e compositora. Luísa Sonza vem logo em seguida concorrendo a quatro prêmios. A cantora Liniker e a rapper não-binária Bixarte também concorrem à premiação garantindo seu caráter de representatividade.
Os critérios de votação da premiação passam por voto popular e voto técnico, este último representado por um júri formado por profissionais de diversas áreas da música, as chamadas embaixadoras do WME. Em 2021, a cantora e compositora pernambucana Dani Carmesim é uma das convidadas e participa da equipe. O público pode escolher suas favoritas através da internet.
Confira todas as indicadas.
Cantora
Luísa Sonza
Ludmilla
Maiara e Maraísa
Majur
Duda Beat
Revelação
Marina Sena
MC Dricka
Japinha
Conde
Fenda
Bixarte
Videoclipe
Duda Beat – “Nem Um Pouquinho”
Mulamba – “Lama”.
Marília Mendonça e Maiara & Maraisa – “Esqueça-Me se For Capaz”
A cantora e compositora pernambucana Dani Carmesim celebra seus primeiros 10 anos na estrada com um novo álbum: Resumo da Ópera. Muito embora o título do trabalho sugira uma sintetização do que a roqueira tem feito até então, as 12 faixas do disco trazem, de fato, um pouco das novidades e experimentações que indicam o que a artista está disposta a fazer nos próximos anos. O lançamento acontece na próxima sexta (15), nas principais plataformas digitais.
Resumo da Ópera chega seis anos após o álbum de estreia de Carmesim, das Tripas Coração, lançado em 2015. A novidade marca uma década de trabalho da pernambucana, sintetizando sua obra e apresentando sua nova fase estética e sonora. Com produção musical, mixagem e masterização assinados por Fernando S., do Home Studio 51, o disco traz melodias mais dançantes, flertando diretamente com o synthwave, porém, sem deixar de lado o genuíno rock’n’roll.
Além disso, o álbum, totalmente autoral, passeia por temas bastante urgentes como preconceito, a atual crise política do país e as incertezas advindas dos últimos acontecimentos no mundo. Para as gravações, realizadas entre o final de 2018 e meados de 2021, Dani contou com sua banda - composta por André Insurgente no baixo, Fernando S na guitarra e sintetizador e Tiago Marditu na bateria -, e os músicos convidados, André Oliveira, Rafael Bandeira, Neilton Carvalho, da Devotos. Kira Aderne, da Diablo Angel e o cantor Fernandes.
Para preparar o público para a chegada de Resumo Ópera, Dani ‘remodelou’ o pré-save criando um 'boletim informativo’, uma espécie de newsletter na qual é possível receber em primeira mão algumas notícias sobre a chegada do trabalho. Os assinantes poderão, também, participar de sorteios. As inscrições podem ser feitas através do Instagram da cantora.
O segundo semestre de 2021 começou com uma avalanche de lançamentos musicais. Do rock ao sertanejo, passando pelo reggae e rap, as plataformas de streamings estão repletas de novidades para todos os gostos. Confira algumas delas.
Amauri Nascimento e Dôctor Vote
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Divulgação
Amauri Nascimento deu nova cara a um clássico da música nordestina, Anjo Querubim. A regravação dá à música uma pegada de balada romântica e homenageia o seu compositor, Petrúcio Amorim.
Dekão
Divulgação
O rapper paulistano Dekão relembra como eram as noites de ‘rolê’ antes da pandemia do novo coronavírus colocar todo mundo de quarentena. Em Saindo de Casa, ele mistura referências do rap dos anos 1990 com novos conceitos do trap; sob a produção de Mido Hmmd. A faixa conta com a participação de Pedro Qualy, do grupo Haikaiss e com um videoclipe no YouTube do artista.
Fernando & Sorocaba
Divulgação
A dupla sertaneja homenageia os pais com a canção Papai Chorando. A música ganhou um videoclipe estrelado por Biah Rodrigues, esposa de Sorocaba que, inclusive, está prestes a se tornar papai novamente. Biah está grávida do segundo filho do casal.
Chapéu de Palha
Divulgação/Demi Brasil
O duo amazonense Chapéu de Palha lança o videoclipe da faixa O amor do mundo inteiro para marcar o atual momento do projeto. Giovanna Póvoas e Helder Cruz escolheram Nova Airão, região metropolitana de Manaus, onde o duo foi formado, como locação do clipe que tem como proposta mostrar os conceitos de leveza e suavidade da dupla. A direção e produção do trabalho são assinados por Ramon Ítalo e Dan Stump.
Banzé
Reprodução
O trio de rock paulista Banzé decidiu trazer o disco Antes da Queda, lançado em 2008 apenas no formato de CD, para as plataformas digitais. O álbum conta com 11 faixas que, apesar de terem sido compostas há mais de 10 anos, soam muito contemporâneas, trazendo temas como catástrofes naturais e sociais.
Projeto Boa Nova Ventura
Divulgação/Hugo Muniz
O cantor e compositor pernambucano Hugo Durães, idealizador do Projeto Boa Nova Ventura, homenageia as mulheres importantes de sua vida - e o universo feminino - com o EP Tons de Rosa. O álbum já está disponível nas principais plataformas digitais.
Jorge Du Peixe
Divulgação/José de Holanda
Homenageando o eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o vocalista da Nação Zumbi, Jorge Du Peixe, se jogou no projeto Baião Granfino. Nele, o músico vai fazer releituras de grandes clássicos do Mestre Lua. A primeira faixa, Rei Bantu, já está disponível ao público.
Luiza Audaz
Divulgação/@vidanumclick
A baiana Luiza Audaz reforça sua estética musical, que mistura eletrônico com música popular brasileira, no novo single Blueberry. A faixa inspirada nas sonoridades oitentistas de Marina Lima tem produção assinada pelo duo paulista Deepleaks.
Tauã Cordel
Divulgação
Misturando elementos do forró às sonoridades do pop e do reggae, o recifense Tauã Cordel apresenta mais uma de suas músicas no estilo “forró good vibes”. A canção nasceu durante um luau realizado em pleno Réveillon na Ilha de Fernando de Noronha. Já disponível nas principais plataformas digitais.
The Zasters
Divulgação
A pandemia do novo coronavírus e tantos outros eventos que chacoalharam o planeta, recentemente, colocaram a humanidade em dúvida quanto o que estava por vir em um futuro próximo. É sobre isso que versa o novo álbum da banda The Zasters, What Comes Next?. Gravado em home estudio, o trabalho do quarteto tem produção assinada por Rafa Luna e Jules Altoé, ambos vocalistas e guitarristas do grupo.
Robson Nascimento
Reprodução
O baterista Robson Nascimento visita ritmos como maracatu, frevo, forró entre outras sonoridades brasileiras no disco Vertente. O álbum, carregado com um sotaque de jazz, traz nove releituras de grandes compositores contemporâneos.
Dani Carmesim
Divulgação/André Insurgente
A cantora e compositora pernambucana Dani Carmesim toca em temas urgentes em seu novo single For Sales. A música faz uma crítica ao ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles denunciando uma série de eventos recentes como as queimadas e outras explorações ao bioma brasileiro. A faixa foi gravada de forma remota, por conta da pandemia, em parceria com DJ Ramdon e participação do músico André Insurgente.
MagoJulho
Divulgação
Navegando entre o dream pop e o rock alternativo, MagoJulho lança seu primeiro trabalho, o single 2h37, que chega acompanhado de um videoclipe. Com produção assinada pelo próprio artista, a faixa conta com a participação de Cellestino nas guitarras. A captação de vozes, mixagem e masterização são assinadas por MD.
Bloco do Caos
Divulgação
Misturando reggae com poesia brasileira, a Bloco do Caos lança a faixa Santo Nome. A música versa sobre o amor, fazendo referência ao poeta Carlos Drummond de Andrade, e contando com a parceria da banda Planta & Raiz.
Nathan Ribeiro
O carioca Nathan Ribeiro abusa do romantismo na faixa Melhor Versão. A música conta com a participação de MC Sallen, amigo de infância de Nathan, e mixagem de Tadeu Patolla, responsável por alguns dos sucessos da banda Charlie Brown Jr. Melhor Versão chega acompanhada por um videoclipe, disponível no YouTube do artista.
Dani Carmesim se apresenta, neste sábado (29), na live de aniversário do fanzine mexicano Kosmonauta. A pernambucana será a única representante brasileira na line da festa virtual que celebra o segundo ano de vida do zine do México. A transmissão é gratuita e será feita, simultaneamente, através do Facebook e do YouTube.
O Kosmonauta é um fanzine mexicano voltado à difusão da cultura independente latino-americana. Com publicações bimestrais, o zine fala sobre artes, pinturas, fotografias, poesias, textos, músicas e entrevistas com artistas diversos, fazendo uma conexão multicultural com profissionais de toda a América Latina. Em sua nona edição, o zine trouxe uma entrevista com a pernambucana Dani Carmesim, que na ocasião falou a respeito de seus ‘corres’ como artista independente brasileira.
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Após a entrevista, a ponte Brasil-México foi formada. Agora, Dani volta a mostrar o seu trabalho para os mexicanos, dessa vez, tocando na live de aniversário de dois anos do Kosmonauta. Na festa virtual, a pernambucana apresenta um pocket show realizado com os músicos André Insurgente, Tiago Marditu e Fernando S. e com produção executiva de Priscilla Ribeiro e Jambalo Produções.
Além da brasileira, passam pela comemoração os artistas e bandas: Vondré (México), Elizabeth Naranjo (Costa Rica), Silvana Rubio (México), Miki Deb (México), Majenye Tar (Venezuela), Ghandi Ze (México), San Agustin (México), The Wolver (México), Mont Albán (México) e VeloVela (México).
Serviço
Dani Carmesim na live de aniversário do Fanzine Kosmonauta
Sábado (29) - 22h (horário do Brasil) e 20h (horário do México)
Em 2011, a cantora e compositora pernambucana Dani Carmesim decidiu bancar uma carreira fazendo rock autoral. Mulher, preta, gorda, e vindo da periferia da Região Metropolitana do Recife, ela reuniu todos os fatores que poderiam ser usados como limitação para sua trajetória e com eles pavimentou um caminho de sucesso, cheio de força e representatividade.
Nesta sexta (26), Carmesim dá início à celebração de suas Bodas de Zinco com a música. Os 10 anos de carreira começam a ser comemorados com o lançamento do primeiro episódio de um documentário que ilustra o ‘corre’ dela e sua banda para produzir o disco Resumo da Ópera, o segundo de sua discografia, que chega para o público no segundo semestre deste ano.
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O ano de 2021 será de comemoração das 'Bodas de Zinco' de Dani Carmesim. Foto: Divulgação/André Insurgente
Antes de assumir o nome e a carreira solo, Dani passou por algumas bandas locais fazendo backing vocal. Pouco tempo depois, a inquietação da artista que também compõe a fez mudar o direcionamento do seu trabalho a fim de levar suas próprias músicas aos palcos recifenses.
O compromisso com a música autoral, no entanto, veio acompanhado de desafios comuns a (quase) todos aqueles que escolhem a mesma trajetória, como falta de espaço, oportunidade e dinheiro. “Nesses 10 anos eu fiz tudo na raça, tirando do próprio bolso, fazendo do jeito que eu podia, eu mesma junto com André (Insurgente) e com os meninos (da banda). Tudo na base do ‘faça você mesmo’, bem underground mesmo naquela raiz do punk”, diz Dani em entrevista exclusiva ao LeiaJá.
Como se tais dificuldades não fossem o bastante, Dani trazia em si própria outros elementos que poderiam transformar a jornada ainda mais desafiadora. E transformaram. “Você não espera uma mulher fazendo rock, já começa por aí; e quando a mulher faz rock você não espera que ela seja preta e nem que ela seja gorda, então são muitos estereótipos que eu venho tentando quebrar. E ainda, uma pessoa periférica fazendo rock. Se você olhar a história do rock, ele fica ali em volta da galera da classe média, é muito difícil o rock surgir da favela ou da periferia, embora exista isso e as pessoas não deem holofote. A gente não tem espaço pra mostrar”.
Porém, a roqueira pegou todas as ‘pedras’ que poderiam atravancar o caminho e com elas pavimentou uma estrada sólida. Em seu segundo EP, Tratamento de Choque (Desconstruindo a Imagem Ideal), lançado em 2012, ela deixou bem claro que não se intimidaria com tão pouco, nem mesmo com muito, e que a força do seu rock’n’roll havia chegado para ficar. “São 10 anos de luta, de resistência, de quebra de estética, levantando bandeiras. Aos pouquinhos a gente vê que muita coisa já mudou, mas toda luta é árdua. A batalha (para a mulher) é mais longa pra chegar na vitória e nem sempre a gente consegue as coisas do jeito que a gente quer e planeja. Essa é a vida do artista”.
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Bodas de Zinco
A última década de trabalho duro, no entanto, não foi feita apenas de dificuldades e luta. Durante esse tempo, Dani construiu parcerias importantes na cena musical de Pernambuco, teve seu trabalho reconhecido - como quando ganhou o Sétimo Prêmio da Música de Pernambuco da Associação dos Cantores e Intérpretes de Pernambuco (ACINPE), com seu disco de estreia, Das Tripas Coração; e também quando conquistou espaço em webrádios de todo o mundo, durante a pior crise sanitária enfrentada pelo planeta -; além de ter consagrado seu nome como um dos mais respeitados do rock pernambucano.
Para comemorar tanta história, Dani Carmesim vai lançar uma série de vídeos, um minidoc sobre essa estrada e, por fim, seu segundo disco, o Resumo da Ópera. Abrindo as celebrações, nesta sexta (26), será lançado Lapada, dose e bronca, com cenas dos bastidores da gravação do novo álbum. Até meados de abril, serão mais dois vídeos como esse (nos dias dois e nove), exibidos através do canal do YouTube da cantora, sempre às 20h.
“São 10 anos de luta, de resistência, de quebra de estética, levantando bandeiras". Foto: Divulgação/André Insurgente
Já no segundo semestre, chegam um documentário, que conta mais detalhes sobre a carreira de Carmesim, e o seu segundo álbum: “O disco novo faz uma quebra no meu estilo musical, eu acrescentei elementos mais pop e mais dançantes, mas não abandonei o rock’n’roll”, avisa Dani.
Daqui pra frente, a pernambucana pretende seguir trabalhando árduamente - enquanto assim como milhares de brasileiros aguarda pela vacina contra o coronavírus. Apesar da dificuldade em prospectar um futuro, diante das incertezas impostas pela pandemia, ela não para e, certamente, em breve a comemoração será de Bodas de Porcelana (20 anos). “É uma batalha, uma construção aos poucos. Dolorosa, mas vale muito a pena. Se eu me ligasse só em grana, em fama, eu não tava fazendo arte”.
Desde que os serviços de streaming de música ficaram mais populares, através de aplicativos como Spotify e Deezer, por exemplo, as retrospectivas pessoais nas redes sociais ganharam um capítulo a mais. Todo mês de dezembro, além de revermos as fotos e vídeos mais curtidos dos amigos, ficamos conhecendo também um pouco mais sobre seus hábitos musicais. São posts contabilizando a cantora mais ouvida, o artista descoberto naquele ano e quantas vezes a pessoa deu repeat no mesmo single.
Os artistas, por sua vez, também têm sua retrospectiva garantida. Eles compartilham a quantidade de novos seguidores nas plataformas, em quantos países foram ouvidos e qual música sua foi a mais tocada. Em 2020, no entanto, a brincadeira foi compartilhada com um adendo não menos importante, a proposição de um debate acerca de outros números relevantes aos músicos: os valores que esses serviços pagam pelo seu trabalho.
São várias as plataformas de streaming de música disponíveis na internet. Spotify e Deezer, duas entre as mais populares, dividem a grande rede com a Apple Music, Amazon Music, YouTube, Google Play, Tidal e Pandora, entre outras. Tantas possibilidades podem parecer uma mina de ouro para artistas, no entanto, bem como acontecia quando a música dependia quase que exclusivamente das grandes gravadoras - que determinavam como e onde os artistas trabalhavam e recebiam -, a realidade é bem diferente.
Segundo o site The Trichordist, que faz levantamentos do quanto paga cada uma das várias plataformas desde 2014, os valores praticados por elas em cada ‘play’ giram em torno de 0,00348 a 0,00876; sendo o Spotify o que menos paga (0,00348) e o Tidal o que remunera os artistas com um valor um pouco superior (0,00876). O Deezer, um dos canais mais populares entre os usuários, paga 0,00562 por streaming. Esses valores correspondem ao ano de 2019.
As plataformas, por sua vez, arrecadam através de publicidade e dos valores de assinaturas dos clientes que optam por pagar pelo serviço. No Brasil, assinaturas no Spotify e Deezer, por exemplo, podem custar de R$ 16,90 a R$ 26,90. Inclusive, o 'play' de um assinante tem valor diferente daquele que usa o serviço de forma gratuita. O repasse do arrecadado para os artistas também depende de diversas variáveis, como a filiação em editoras, como a União Brasileira de Editoras de Música (UBEM), e o número de execuções do fonograma, entre outras.
No Deezer, segundo dados enviados por sua assessoria de imprensa, 70% do apurado pela plataforma é empregado no pagamento de royalties, "que vai para toda a cadeia da indústria da música (gravadoras, distribuidoras, artistas, compositores, etc)". No serviço, o valor de cada streaming é determinado a partir do valor "das assinaturas dividido por play de execução, multiplicado pela quantidade de plays". Resumidamente, cada artista ganha com base na porcentagem de ouvintes e, ainda de acordo com a assessoria do app, a plataforma acredita "que essa é a forma mais justa de pagamento."
Mesmo assim, desde 2019 o serviço está testando um novo sistema de monetização na busca de pagamentos mais justos aos músicos: o UCPS. O aplicativo diz que a ideia da mudança é trazer um aumento de pelo menos 30% na monetização de artistas menos conhecidos, mas, por enquanto, a novidade está sendo testada apenas na França e a abrangência da modalidade será expandida para o resto do mundo a depender da “maturidade do mercado”.
O LeiaJá também tentou contato com o Spotify para entender seu sistema de monetização, porém, não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem.
Os números e porcentagens acabam transformando a relação plataforma X artista um tanto dúbia. Por um lado, a facilidade de escoar sua produção para todo o mundo à distância de um simples 'clique', por outro, a invisibilidade diante tantos nomes em busca do mesmo objetivo, remuneração irrisória e o quase esmagamento ocasionado pelos artistas de grosso calibre.
Sendo os serviços de streaming cada vez mais crescentes em termos de consumo de música atualmente - só no primeiro trimestre de 2020, houve um crescimento de 35% nas assinaturas dessas plataformas, segundo levantamento da Counterpoint Research -, como fechar essa conta de maneira justa para todos os envolvidos?
O desafio está lançado e parece cada vez maior a cada ‘play’. A discussão também está acirrada e já tem artista em busca de alternativas para não se transformar refém das plataformas - a exemplo do pernambucano Juvenil Silva, que durante a quarentena lançou quatro EPs com comercialização exclusiva pelo e-mail.
Os músicos estão na busca de um mercado fonográfico mais amplo e justo e pode ser que ao final do próximo ano, a retrospectiva sobre números de streaming de música apareça de forma diferente. Ouvidos e olhos atentos.
A caminho do lançamento de seu novo disco, Dani Carmesim libera mais uma prévia para o seu público. Nesta sexta (27), a roqueira pernambucana lança o single De dentro pra fora, segunda música do próximo álbum da artista. Os interessados já podem fazer um pré-save da canção através da internet.
De dentro pra fora traz uma reflexão sobre o dilema entre adequar-se ao status quo ou ter a liberdade de ser quem verdadeiramente deseja. A música tem pegada disco-funk moderna bebendo em referências como Talking Heads e Tame Impala. No instrumental, Carmesim contou com o reforço de Fernando S., nas guitarras e sintetizadores; André Insurgente no baixo; e Tiago Marditu na bateria. A arte da capa do single foi assinada e protagonizada pelo artista plástico Vinicius (@vinicius65).
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Dani Carmesim é cantora e compositora com uma trajetória de quase 10 anos fazendo música autoral. Ela trabalha de forma independente e seu objetivo é usar a música como ferramenta de representatividade, estimulando a valorização da mulher negra dentro do mercado fonográfico, principalmente no segmento do rock.
A chegada da pandemia do novo coronavírus colocou artistas e outros profissionais da cultura de 'castigo' em casa por conta da proibição da realização de shows e espetáculos. A cantora e compositora Dani Carmesim, no entanto, aproveitou o período para frutificar sua carreira; dedicando-se ao seu próximo disco e multiplicando o número de fãs com uma divulgação pesada de sua música nas redes sociais. Para celebrar o bom momento, Dani realiza uma live na próxima sexta (18), no seu perfil oficial do Instagram.
Desde que os shows foram proibidos, no início da quarentena, Dani tem participado de lives, seja cantando, seja trocando idéias. Ela já passou pelo Festival do Pijama, Música em Domicílio e Papo Rock, além de ter feito participações como no show online da banda Mascates. Já para a sua primeira live oficial, a cantora preparou uma apresentação de clima intimista, só voz e violão - Dani será acompanhada pelo músico André Insurgente -; com algumas canções de seu repertório que nunca foram tocadas ao vivo.
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A presença de Dani nas redes sociais tem sido intensa nesses tempos de pandemia e ela tem se dedicado a transformar o distanciamento físico em conexões musicais, com os fãs e com outros artistas. "Tô sentindo uma falta arretada dos palcos. Por um lado, a pandemia foi legal porque as pessoas tiveram mais tempo de ficar em casa, de prestar mais atenção no que a gente tá fazendo; eu consegui ganhar até mais público. Sabendo trabalhar bem, o fruto vem (risos)”, disse em entrevista ao LeiaJá.
Carmesim também aproveitou o período para estudar e pesquisar outras maneiras de escoar seu trabalho. O resultado, foi uma aproximação das web rádios que lhe renderam audições de sua música até na Espanha e nos EUA. "A receptividade da galera é impressionante, eles realmente abraçam, divulgam, sem nada em troca, eles abrem mesmo o espaço pra apoiar a cena independente autoral".
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Para o ‘pós-pandemia’, Dani também já tem planos. Em 2021, a artista celebra 10 anos de estrada musical e para marcar o aniversário, lançará mais um disco, o segundo da carreira. O álbum está sendo gravado no Home Studio Área 51, mesmo lugar de onde ela transmite a live de sexta (18). Mas, antes disso, o público pode esperar mais uma novidade. "Daqui pra novembro talvez venha mais um single, pra fechar o ano".
A inquietação de Dani Carmesim em relação aos últimos acontecimentos da sociedade brasileira acabou virando música. Na próxima quinta (11), a cantora e compositora pernambucana lança o single Loop Infinito, em todas as plataformas digitais. A canção integra seu próximo disco, já em processo de finalização.
Dani Carmesim é cantora e compositora com atuação marcante na cena da música independente e autoral em Pernambuco. Com nove anos de estrada, ela já conta com dois EPs e um disco lançados. Com Das Tripas Coração, seu álbum lançado em 2015, ela foi premiada pela ACINPE no Sétimo Prêmio da Música de Pernambuco e integrou a lista de melhores do ano no site Beehype.
No novo single, Loop Infinito, Carmesim canta sobre as inquietações humanas diante acontecimentos recentes da história e seus desdobramentos na sociedade. A música integra o próximo disco da cantora, que tem previsão de lançamento para setembro de 2020.
O próximo sábado vai ser de música e debate na Torre Malakoff. O evento Arte Transforma reúne nomes da cena do rock pernambucano, como as bandas Devotos, Plugins, Saga HC, o Cão e Dani Carmesim. Além dos shows, o público vai poder participar de um debate sobre Protagonismo Musical Feminino e Gordofobia, com Aline Sales, do projeto Bonita de Corpo. As atividades começam às 16h.
Abrindo a programação do Arte Transforma, o debate sobre protagonismo feminino na música e gordofobia vai contar com os coordenadores do Bonita de Corpo, Aline Sales e Júlio César. Também participam da conversa a musicista Joaninha Xeba e a Dj Bia Preta. Em seguida, o Bonita de Corpo realiza seu primeiro desfile.
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A parte musical do evento fica por conta das bandas Devotos, Plugins, Saga HC e o Cão, além da cantora Dani Carmesim. Para participar, basta levar 2kg de alimentos não perecíveis que serão doados para as ongs Comunidade Assumindo Suas Crianças e Cores do Amanhã.
Serviço
Arte Transforma
Sábado (14) - 16h
Torre Malakoff (Praça do Arsenal - Bairro do Recife)
Após o lançamento de um feat. com a banda Voltímetro Bass, a cantora Dani Carmesim já tem data para a divulgação de uma nova música. No dia 20 de junho chega às plataformas de streaming Fragrância, uma colaboração entre Licio Gomes e Dani.
Fragrância é um trap romântico produzido a partir das rimas de Licio com a voz de Carmesim. O convite para a parceria veio de Licio e a composição da canção se deu a partir da ótica de cada um sobre os temas amor e paixão.
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A música também conta com a participação de Bruno Pereira, violonista recifense que hoje reside em Portugal e de Thiago Honorato, que ficou responsável pela produção.
No próximo sábado (6), a cantora Pitty chega ao Recife com sua Turnê Matriz. Para essa circulação pelo país, a roqueira armou um projeto para dar vez e voz aos artistas autorais e independentes das regiões por onde a tour vai passar, o Palco Aberto. No Recife, a selecionada foi Flaira Ferro que, por sua vez, convidou outras cantoras e compositoras pernambucanas para dar uma canja ao lado dela, no show de abertura da noite; elas são Dani Carmesim, Mayara Pera e Joanna D'arc.
Após inúmeros compartilhamentos com as hashtags do projeto, feitos pelo público, e de passar pela curadoria do Palco Aberto, Flaira foi convidada para abrir o show de Pitty no Recife. A bailarina, compositora e cantora, que tem sido apontada como um sopro de renovação do centenário ritmo pernambucano frevo, comemorou a notícia com seus fãs nas redes sociais afirmando estar realizando um sonho: "Subirei naquele palco carregando o sim de cada ser que vibrou pra essa magia ser real. E no que depender de mim, levarei outros artistas locais que também estavam afim desse rolê para cantarem em coro comigo", disse através de seu Instagram.
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E a artista cumpriu sua promessa. Na última terça (2), Flaira anunciou que levaria com ela, para essa apresentação, três cantoras e compositoras da cena independente do Recife, Dani Carmesim, Mayara Pera e Joanna D'arc: "Eu não podia perder a oportunidade de celebrar esse sonho em coro com essas 'mulé rocheda'", anunciou pelas redes sociais. As convidadas dão uma canja, ao lado de Flaira Ferro, no próximo sábado (6), no show que acontece no Baile Perfumado.
O Brasil tem uma forte tradição de grandes cantoras. Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Angela Ro Ro são mulheres que integram o rol de elite das vozes femininas brasileiras. Porém, as mulheres estão querendo mostrar mais que suas belas vozes ao chegar ao microfone. A necessidade de cantar o que se vive e sente tem feito o número de compositoras crescer de maneira exponencial. Em Pernambuco, o momento é de explosão nesse segmento e a música autoral feita por elas tem movimentado cenas que vão da música popular ao Hip Hop.
Conhecido como berço de grandes músicos, o estado também tem se revelado um celeiro de compositoras; mulheres que através de sua musicalidade, independente de estilo, estão expressando não só suas próprias verdades e anseios como, também, os de tantas outras. Um exemplo disso é Mayara Pera (@mayarapera); com passagem pela banda Lulu Champanhe, mãe de Dom e Martin, e que desde 2017 vem se dedicando intensamente ao seu trabalho autoral, tendo passado já por importantes palcos como o do Carnaval do Recife em 2019.
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Mayara vai lá atrás para falar sobre mulheres que, assim como ela, compõe: “Quando se fala nas mulheres compositoras e intérpretes de suas próprias obras como algo recém aquecido me vem à cabeça citar Chiquinha Gonzaga, com sua chama musical lá em 1877. Sempre teve mulher compondo e criando, só que esse era um espaço às vezes tido como se não fosse nosso, ele sempre foi, hoje não é uma novidade”. Para ela, essas mulheres, de ontem e de agora, estão fazendo “história” e que talvez estejam se multiplicando pelo momento atual que o mundo atravessa: “Acredito que esse aquecimento tem muito mais a ver com um aquecimento de militância feminista, de compor o que se luta e se acredita, do que de fato compor ao que lhe é conveniente”.
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Olhar para trás, ou ainda para os lados, e espelhar-se em quem já trilhou ou está trilhando o caminho das pedras é algo que faz diferença. Sobre isso, Dani Carmesim (@danicarmesim), roqueira pernambucana com um disco lançado em 2014 e outro na agulha, para este ano, entende bem. No início da carreira, em 2004, ela temia se jogar na cena por não encontrar outras mulheres. Só em 2011 é que ela se sentiu à vontade para assumir a carreira e colocar seu nome ‘na roda’: “Descobri que tinham muitas meninas que passavam pelo mesmo que eu, tinham medo de sofrer machismo. Agora com esse ‘boom’ feminino de não querer se calar, de querer mostrar que a mulher pode fazer tudo, a gente se sentiu mais encorajada”.
A onda feminista que vem tomando o mundo, nos mais diversos contextos, também é citada como ‘culpada’ pela proliferação de compositoras por Lady Laay e Sam Silva (@silvasam_). A primeira, MC, Bgirl, grafiteira, analista de sistemas e programadora, fazendo música desde 2012. A segunda, baterista, cantora e compositora da cidade de Goiana, no interior pernambucano, ‘correndo atrás’ desde 2009 e prestes a gravar seu primeiro EP solo. Sam também volta ao passado para justificar o presente, e relembra das muitas mulheres que se escondiam atrás de pseudônimos para compôr sem serem descobertas. Hoje, diante desse novo cenário, a liberdade de escrever se tornou algo real e está se multiplicando: “Eu atribuo isso a uma questão de empoderamento mesmo que vem acontecendo no contexto geral das coisas mas principalmente na música. A gente está se sentindo mais à vontade de botar a cara à tapa”
Já Lady Laay (@ladylaaine_elaine), que precisou garantir seu espaço em meio à cena Hip Hop, durante muito tempo dominada exclusivamente por homens, entende que este é um momento em que não é mais preciso para as mulheres ‘pedir permissão’: “A mulher no rap passa por algumas fases: na primeira, a gente tenta se inserir, mostrar que é capaz, mas sempre muito angustiadas com essa falta de espaço, tem meio que pedir licença pra entrar; na segunda fase é o enfrentamento, mas depois a gente já sabe que ali é nosso lugar e não vamos mais pedir licença. Ou fazemos nosso próprio espaço ou a gente arromba as portas, quer eles queiram quer não. Eu não tenho mais paciência de provar minha capacidade”.
Música 'de Mulher'
O momento favorável à composição feminina não exime as mulheres que escolhem esse caminho dos desafios de se inserir no mundo musical. A necessidade de provar sua capacidade, lidar com o descrédito, olhares tortos e, muitas vezes, boicote por parte dos outros, ainda é uma constante na labuta diária. A estereotipação do trabalho dessas mulheres também é algo que precisa ser combatido por elas.
Sam Silva relembra o início da carreira quando se deparou com esse tipo de barreira pela primeira vez: "Comecei como baterista, na banda Vênus em Fúria, e eu lembro dos olhares que eu recebia ou da cara de surpresa ou de desprezo por me verem na bateria. Quando eu fui pro violão as coisas mudaram um pouco, mas também tem o estereótipo de você ser lésbica e as pessoas acharem que a mulher lésbica tocando violão combina só com MPB".
A artista goianense diz que lutar pela quebra desses estereótipos é uma tarefa diária mas, apesar de parecer difícil, é possível: "Sempre há a especulação da imagem quando você vê, mas a gente vai tentando quebrar devagar, não só comigo mas com várias compositoras que eu observo, como Flaira Ferro (@falira_ferro), Mayra Clara (@cantoramayraclara), Sofia Freire (@sofia_freire). A gente tem os exemplos delas que fazem um som totalmente novo, isso é importante".
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Dani Carmesim vai além quanto ao assunto revelando que esta não é uma exclusividade do mundo musical: "É uma realidade, tudo que a mulher faz, não só na música, é sempre uma coisa 'da mulher'. Infelizmente é como se a mulher sempre tivesse que provar pra sociedade, pros homens, que ela é capaz de fazer as coisas; e o que ela faz é igual e até melhor do que um homem faz". A compositora dá a receita para driblar o que poderia ser um empecilho: "A gente consegue se desvencilhar disso trabalhando, fazendo mais música, nao baixando a cabeça, não calando a boca, não aceitando que sejam impostas regras ou limites. Ninguém tem que passar por isso. Dessa maneira a gente mostra que nada precisa ser dividido".
Já Mayara Pera tem uma visão um pouco mais diluída sobre o assunto."Essa expressão 'rock de menina' eu já ouvi vagamente, mas nunca dei muita importância. É uma expressão que só se dói quem se encaixa, por isso nunca dei importância; é uma expressão que não existe onde eu ando. Pra mim rock é rock. Não faço a menor ideia do que seja 'rock de menina'". Demonstrando já estar calejada, a compositora parece acreditar que alimentar certas 'pilhas' é algo dispensável: "Nunca liguei em fugir de estereótipos, aliás fugir de nada. Eu tô fazendo meu som, cantando minhas histórias. As interpretações são todas bem vindas. A mulher que se conhece e sabe o que tá fazendo não liga para rótulos, ela vai lá e faz. E ponto final”.
Cota no mercado
As mulheres estão mais disponíveis e dispostas a compor e fazer sua música acontecer e o mercado parece estar abrindo os olhos para o trabalho delas. Porém, ainda não o suficiente. Para Lady Laay, a repercussão que as lutas feministas vêm ganhando na mídia estão contribuindo para que haja uma abertura: "Esses discursos têm tido mais espaço porém, ainda é um desafio. Ainda mais quando a gente vê o quanto as mulheres ainda ficam de lado comparadas aos homens. A gente já avançou bastante, mas ainda tem que avançar mais. Ainda é um protagonismo meio autorizado".
Mayara também não acredita que o mercado tenha "abraçado a causa" de fato, e comenta que recebe mais propostas durante Março, quando é celebrado o mês da mulher. "No resto do ano, canso de ver festivais onde tem quatro bandas compostas exclusivamente por homens e uma por mulher, pra não dizer que não colocaram as minas. É como se a gente tivesse uma 'cota' feminina de adentrar em um espaço que é nosso, que sempre foi nosso como citei anteriormente, desde 1887".
Já Dani faz uma ressalva quanto ao cenário recifense: "Aqui não há muita oportunidade para o novo, ainda tem muitas cartas marcadas que meio que controlam o que vai dominar nos palcos. Além de haver poucos espaços para a música autoral. A gente tenta quebrar isso ao máximo, a gente tenta diminuir o preço das entradas, fazer sorteios, mas o pessoal ainda é meio travado nessa parte de colaborar".
Juntas
Para além do mercado, uma outra fonte de apoio primordial para essas mulheres vem do público. Este precisa estar presente, compartilhando, indo aos shows e repercutindo os trabalhos que por vezes, ou sempre, se confundem com luta. Lady Laay lamenta: "As mulheres ainda não estão consumindo o produto de outras mulheres, existe muito apoio verbal, mas às vezes, o apoio real, que move as coisas, ainda não vem tanto".
Para Dani, essa necessidade transformou-se em campanha. Ela tira um dia da semana para publicar lançamentos e trabalhos de outras artistas locais nos seus stories do Instagram, com a hashtag #euindico. A cantora acredita que dessa forma, além de estimular o público, ela também coopera para que o seu próprio som tenha um maior alcance. "Se eu quero que as pessoas me escutem, e outros artistas também, eu tenho que dar o exemplo. Tanto eu ajudo as outras meninas como eu também de certa forma me ajudo como artista, porque ao divulgar outras mulheres eu tô incluída nessa rede, essa rede também vai se expandir pra mim. A gente tem que se ajudar, a gente não pode ficar esperando. Acho que todo artista deveria pensar nisso e nao ter esse sentimento de competição e isso se quebra com luta".
‘Escute as mulheres’
O LeiaJá preparou uma lista de indicações de mulheres compositoras que estão movimentando a cena musical pernambucana. Confira o trabalho dessas minas.
Este é o terceiro trabalho autoral de Dani, os primeiros foram os EPs Devaneios, de 2011, e Tratamento de Choque (Descontruindo a imagem ideal), de 2012. O novo CD contém 10 faixas, gravadas de forma independente com a produção de Fernando S., André Williams e da própria cantora. Alguns convidados também aparecem no álbum, são eles, Walter Poeta (Gaita), Fabiano Carvalho - DJ Zero (Scratchs) e André Balbino (teclado).
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Segundo Carmesim, este é o seu trabalho mais autobiográfico, no qual ela resume todo seu esforço para conseguir realizar desde os ensaios até o lançamento físico de um disco. Das Tripas Coração faz referência ao fato de que, mesmo com poucos recursos e orçamento apertando, a força de vontade e o amor pela música superam as dificuldades.
Em meados da década de 60 os Beatles revolucionaram a indústria fonográfica ao juntar imagem às suas músicas. Era o príncipio do videoclipe, um pequeno filme que ilustra o som das bandas, dando-lhe dinâmica e identidade visual. Hoje, em pleno século XXI, os avanços da tecnologia tornaram mais fácil e mais barata a produção desses vídeos. Em Pernambuco, artistas dos mais diversos gêneros musicais estão usando, cada vez mais, essa plataforma para divulgar seus trabalhos e aproximar-se do público. Só nos dois últimos meses, nomes como Feiticeiro Julião, N'Zamby, Jorge Cabeleira e China lançaram clipes na internet. As produções são dos mais diversos tipos, indo de ficções bem elaboradas até o uso de imagens cedidas por fãs e colaboradores.
Em casa
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Para Dani Carmesim, cantora pernambucana, música e vídeo se completam dando sentido um ao outro, além de dar ao artista a possibilidade de fazer coisas que seriam inviáveis no palco. Desde o início do seu trabalho, ela vem registrando as gravações do seu CD e lançando teasers na internet, de forma caseira. Dani percebeu que a força de querer fazer um clipe, ainda que com poucos recursos, seria o bastante para produzir. Com a ajuda do baixista de sua banda, e noivo, André Williams, ela elaborou o roteiro, organizou cenário e figurino e iniciaram as gravações na sua própria casa. "Eu até batizei de 'DemoVídeoHome', foi gravado na minha casa e 80% das filmagens foram feitas do celular do André e de uma câmera digital. Toda a edição também foi feita por ele, no notebook, vendo vídeo de tutorial ensinando como usar programas básicos.
Produção do interior
O cantor, compositor e guitarrista Joanatan Richard é de Caruaru, tem 20 anos de carreira e atualmente vem trabalhando seu CD, Rockin This Crazy World, autoral e pioneiro no Norte e Nordeste no gênero 50´s rock. Para Joanatan, os vídeos são um meio muito importante de divulgação, tanto que, depois de lançar My Baby, Baby, seu trabalho vem sendo executado em rádios especializadas no gênero em países como Japão, Espanha, México e Rússia. O caminho que ele encontrou para produzir seu clipe foi a parceria com uma produtora da sua região que dispõe de equipamento de cinema. "A maior dificuldade é levantar grana mesmo, patrocinadores são cada vez mais raros", diz. Ele citou outros nomes da cena caruaruense que também vem investindo nesta plataforma, Sangue de Barro, Carioca e Alkymenia são alguns.
Trabalho coletivo
China é cantor, compositor, produtor e já está na cena musical pernambucana há muitos anos. Ele escolheu um caminho bem diferente para fazer seus últimos vídeos, todos produzidos com a colaboração dos fãs. No primeiro, Só serve pra dançar, meninas de todos os cantos do Brasil aparecem dançando em cenas enviadas, pelas próprias, para o músico. Em seguida, foi a vez de Panorama montar uma verdadeira colcha de retalhos com fotos, colagens e ilustrações que trazem trechos da música, também enviadas pelos fãs. O último, recém lançado, foi o clipe de Arquitetura de Vertigem, todo montado com imagens captadas pelo público na ocupação do movimento Ocupe Estelita, ocorrido no Recife, no 1º semestre deste ano. O vídeo foi pré selecionado para o International Music Video, festival realizado em Paris, que está em sua 10ª edição. "Acho essa troca massa.O clipe fica com a cara de todo mundo que curte meu som, entende? Clipes não dão dinheiro, então é apenas uma troca de carinho e consideração com os envolvidos É uma alegria ter um monte de gente pensando no mesmo objetivo.", diz.
O músico conta que com o Sheik Tosado, banda de Hard Core que liderava na décad de 90, era bem mais difícil produzir, os custos eram muito altos e a estrutura mais dificultosa, "Meus primeiros clipes, na época do Sheik Tosado, foram filmados em cinema. Coisa fina mesmo, e nada podia dar errado, pois era na época do rolo de filme ainda." Segundo ele, hoje em dia, ter uma boa ideia vale muito mais do que um grande investimento em dinheiro.
Seja através da contratação de produtoras especializadas, aventurando-se com câmeras e outros equipamentos amadores ou contando com a colaboração dos admiradores, os artistas de Pernambuco estão bem empenhados em produzir, cada vez mais, peças audiovisuais de qualidade e bom gosto. Ganham eles, pelo acréscimo que a repercussão dos vídeos lhes retorna, e ganha o público, brindado com essa grande variedade de trabalhos interessantes.
A cantora pernambucana Dani Carmesim vai lançar ainda em 2014 o seu primeiro CD. Mas enquanto o álbum não fica pronto, a artista disponibiliza aos fãs na sua conta no Soundcloud a primeira canção de trabalho deste disco, intitulada Playboy.
A música foi gravada no Home Studio Área 51 de forma independente e autoral, assim como os outros dois EPs de Dani Carmesim: Devaneios (2011) e Tratamento de Choque (2012), também disponíveis para audição no blog da cantora.
Nesta semana, o Classificação Livre traz uma matéria sobre a colônia de férias do Museu Murillo La Greca, no Recife. Por meio de atividades lúdicas, crianças de três a 12 anos aprendem brincando.
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No programa você também confere o quadro Estereofonia, que mostra o som de cantores e bandas independentes de Pernambuco. Nesta edição você conhece a cantora Dani Carmesim, que lançou seu primeiro álbum em 2011.
O Classificação Livre ainda traz os trailers dos filmes “Uma Família em Apuros” e “A Viagem”, que estreiam nos cinemas na próxima sexta-feira (11), as principais notícias do mundo audiovisual e a agenda cultural do fim de semana.
Produzido pela TV LeiaJá, em parceria com o Núcleo de Comunicação Social da UNINASSAU, o Classificação Livre é apresentado por Binho Aguirre e Ingrid Resgala. Você confere um novo programa toda quarta-feira aqui, no portal LeiaJa.com.
A cantora pernambucana Dani Carmesim lança virtualmente, nesta quarta (5), seu segundo EP, Tratamento de Choque [Desconstruindo a Imagem Ideal]. As sete faixas autorais serão disponibilizadas para serem baixadas em sua página da rede social Facebook.
Dani é acompanhada pela mesma banda com a qual gravou seu primeiro EP, Devaneios, em 2011: André Williams (baixo), André Oliveira (guitarra) e Celso (bateria). Ela já lançou uma série de vídeos em formato de teaser preparando o lançamento, que você pode conferir aqui.