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O presidente-executivo da Amazon, Andy Jassy, anunciou nesta segunda-feira (20) a segunda rodada de cortes do quadro de funcionários da empresa. Dessa vez, 9 mil colaboradores serão desligados.

Ainda no ano passado, em novembro, a big tech pensava que teria de demitir até 10 mil pessoas. No início de 2023, o número subiu para 18 mil. No somatório atual, a empresa, que chegou a ter 1,5 milhão de funcionários, já conta com 30 mil demissões em três meses.

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"Dada a economia incerta em que residimos e a incerteza que existe no futuro próximo, optamos por ser mais simplificados em nossos custos e número de funcionários", explicou Andy em memorando.

O presidente do Twitter Elon Musk demitiu ao menos 200 trabalhadores no último fim de semana, o que representa 10% da força de trabalho atual da empresa, tendo em vista que o empresário já fez outras demissões, segundo o The New York Times. 

A diretora de projetos e responsável pelo Twitter Blue Esther Crawford foi uma das desligadas da empresa do passarinho azul. Ela chegou a viralizar no Twitter em novembro do ano passado ao publicar uma foto dormindo em uma cama improvisada no chão de uma das salas de reunião do Twitter. 

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Crawford também publicou na rede, após a demissão, que não se arrepende do trabalho feito e de ter passado noites no escritório. “A pior conclusão que você pode tomar ao me ver indo para o ‘tudo ou nada’ no (projeto do) Twitter 2.0 é que o meu otimismo e trabalho duro foram um erro. Aqueles que zombam são necessariamente os que estão vendo de fora e não estão no jogo. Estou profundamente orgulhosa do que o time construiu em meio a tanto ruído e ao caos”, defendeu. 

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Demissões 

Em meio a dificuldades financeiras do Twitter, Musk vem fazendo demissões em massa para cortar gastos. Antes desta demissão de 200 pessoas, já foram desligadas outras 3,7 mil. Atualmente, o Twitter conta com 2,3 funcionários ativos. 

A Meta Platforms, conglomerado de tecnologia dono do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou, nesta quarta-feira (9), a decisão de demitir 13% de seus funcionários, em carta do CEO Mark Zuckerberg. Cerca de 11 mil "funcionários talentosos" serão demitidos, disse ele.

A Meta também decidiu cortar gastos discricionários e estender o congelamento de contratações ao longo de todo o primeiro trimestre de 2023, decisões que tornarão a empresa "mais eficiente", de acordo com Zuckerberg.

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O CEO ponderou que as decisões ocorrem após uma receita bem abaixo do que ele esperava no terceiro trimestre deste ano. No período, o lucro líquido da big tech caiu abaixo da metade em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, enquanto a receita reduziu 4%.

"No início da pandemia de Covid-19, o mundo mudou rapidamente para o online e o aumento do comércio eletrônico levou a um crescimento desproporcional da receita. Muitas pessoas previram que essa seria uma aceleração permanente que continuaria mesmo após o término da pandemia. Eu também, então tomei a decisão de aumentar significativamente nossos investimentos. Infelizmente, isso não aconteceu do jeito que eu esperava", admite Zuckerberg.

As demissões e outras medidas de contenção de gastos agradaram investidores, e a ação da companhia subia 3,88% no pré-mercado das bolsas de Nova York, às 08h31 (de Brasília).

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira, 8, que as empresas precisam sentar à mesa com os sindicatos de trabalhadores antes da dispensa em massa de funcionários. O placar foi de 6 votos a 3.

Os ministros concluíram que os trabalhadores têm direito ao diálogo com os empregadores. A decisão não obriga as empresas a firmarem convenção ou acordo coletivo com os funcionários. Também não significa que as companhias precisam de autorização das entidades de classe para efetivar as demissões.

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"A medida trará vantagens também ao empregador, que poderá encontrar soluções alternativas ao rigor das dispensas coletivas, evitar a incidência de multas, contribuir para a recuperação e crescimento da economia do País", defendeu o ministro Dias Toffoli.

O julgamento chegou a ser iniciado duas vezes. Em fevereiro do ano passado, a votação foi aberta no plenário virtual, mas Toffoli pediu para transferir a discussão para o colegiado. Quando o processo foi pautado no plenário físico, em maio de 2021, Toffoli pediu vista (mais tempo para análise) e suspendeu mais uma vez o debate.

A tese firmada pelos ministros foi a seguinte: "Intervenção sindical prévia é exigência procedimental imprescindível para dispensa em massa de trabalhadores, que não se confunde com autorização prévia por parte da entidade sindical ou celebração de convenção ou acordo coletivo."

O debate foi aberto em um processo movido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, na Grande São Paulo, na esteira da demissão de cerca de quatro mil trabalhadores da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) em 2009. Ao analisar o caso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) fixou o entendimento de que é "inválida a dispensa coletiva enquanto não negociada com o sindicato de trabalhadores, espontaneamente ou no plano do processo judicial coletivo". A Embraer recorreu e o STF analisou o processo com repercussão geral – ou seja, o entendimento fixado pelos ministros serve como diretriz para todas as instâncias da Justiça julgarem casos semelhantes.

"O diálogo é ínsito à noção própria de democracia", defendeu a ministra Rosa Weber, vice-presidente do tribunal, em seu voto.

Os ministros levaram em consideração que as demissões em massa têm impacto não só na vida dos trabalhadores envolvidos, mas em toda a sua comunidade.

Além de Dias Toffoli e Rosa Weber, também foram a favor da exigência de diálogo prévio com os sindicatos os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes, que já tinha votado e mudou de posicionamento na sessão desta quarta. O presidente do STF, ministro Luiz Fux, estava ausente e não votou.

O ministro Marco Aurélio Mello, hoje aposentado, foi o relator do processo e defendeu a tese de que não há necessidade da negociação. Ele foi acompanhado por Nunes Marques e Gilmar Mendes.

O diretor presidente da Better.com, empresa hipotecária situada em Nova York, nos Estados Unidos, demitiu 900 de seus funcionários em uma chamada virtual pela plataforma Zoom, no dia 1º de dezembro, poucos dias antes do recesso de fim de ano.

Na chamada que durou três minutos, o CEO, Vishal Garg, anunciou que a empresa estava passando por alguns cortes para se manter ativa no mercado, e por isso precisou fazer a demissão em massa, de cerca de 9% dos colaboradores.

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“Se você está nessa ligação, você faz parte do grupo azarado que está sendo dispensado imediatamente”, Garg diz na gravação divulgada pelo portal britânico Independent.

O dirigente informou ainda que não era uma decisão fácil. "Esta é a segunda vez na minha carreira que faço isso e não quero fazer isso. A última vez que fiz isso, eu chorei", ele disse, apesar de não aparentar nenhuma emoção em sua fala. Entre as equipes desligadas estavam o time de recrutamento de diversidade, equidade e inclusão.

De acordo com o portal americano Abc7News, Garg esteve envolvido em outras controvérsias antes, como evidencia um e-mail que ele teria enviado para seus funcionários, e foi obtido pela Forbes. “Vocês são muito lentos. Vocês são um bando de golfinhos idiotas… então parem. Pare. Parem agora. Vocês são uma vergonha”, ele teria escrito.

Parte dos rodoviários, que atua no Recife e Região Metropolitana, começou esta terça (31) mobilizada  em frente à garagem da empresa Transcol, em um movimento de protesto contra demissões em massa que estão sendo promovidas pelas empresas locais de transporte urbano. Através da página do Sindicato dos Rodoviários no Facebook, vídeos da manifestação e até uma transmissão ao vivo está em curso atualizando a situação. De acordo com o presidente do sindicato, Aldo Lima, estima-se que cerca de 10 mil profissionais serão dispensados.

Em entrevista à emissora TV  Clube, Aldo relatou que diversos profissionais se depararm com uma lista que informava quem estava sendo desligado das empresas, na manhã desta terça (31), ao chegarem para o trabalho. O presidente do sindicato afirma que as demissões estão acontecendo nas empresas Transcol, Pedrosa, Caxangá, Metropolitana e Itamaracá, entre outras. “Todas as empresas estão demitindo, estão nesse processo de demissão em massa. Mesmo que seja uma afronta legal, mas as empresas estão demitindo seus trabalhadores e estão jogando esses trabalhadores na rua da amargura”. Ele estima que cerca de 10 mil profissionais estão sendo desligados.  . 

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Aldo falou, também, que entre os demitidos estão cobradores, motoristas, funcionários de serviço gerais e manutenção, e que estes estão sendo dispensados sem seus direitos trabalhistas, como percentagem de Fundo de Garantia e rescisão. “Os trabalhadores estão perdendo os seus empregos em um momento como esse onde todos os empregos devem estar assegurados, a renda dos trabalhadores deve ser assegurada para poderem se alimentar. Nós estamos aqui querendo cobrar dos orgãos públicos e das empresas que revoguem essas demissões de forma imediata. Estamos flexíveis para discutir”. 

Procurada pelo LeiaJá, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco, Urbana, se posicionou através de nota. Confira na íntegra.

A Urbana-PE esclarece que o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR) enfrenta um quadro de dificuldades sem precedentes em sua história. A redução da demanda de transporte por ônibus já passa de 75% face às medidas impostas de isolamento social para conter a disseminação do Covid-19. Esse cenário de crise repercute diretamente na operação do serviço, uma vez que o modelo de custeio atualmente adotado depende, quase que exclusivamente, da quantidade de passageiros transportados e da arrecadação tarifária.

Nessa terça-feira (26), a Prefeitura de Picos, no Piauí, anunciou o corte de 500 contratados. Os cortes afetam diversas secretarias municipais e, segundo a administração municipal, gerará uma economia de R$ 600 mil reais por mês.

De acordo com a secretária de governo, Maria Santana, os cortes se fazem necessários para que o município possa "enxugar a máquina administrativa e mantê-la funcionando".

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Confira a nota na íntegra:

"A Prefeitura municipal de Picos vem por meio desta nota informar a população sobre a necessidade de alguns ajustes e de enxugamentos na máquina administrativa, tendo em vista que a receita não foi capaz de acompanhar o orçamento previsto devido à crise financeira que assola os municípios brasileiros. Ainda por determinação do Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI) e a fim de conter gastos, o executivo municipal promove a partir do dia 1º de outubro o início de uma nova reestruturação da administração com o corte de todos os contratados. Pedimos a compreensão de todos, pois alguns atendimentos ou serviços poderão inicialmente ficar prejudicados, todavia, precisamos de forma efetiva capitalizar recursos para continuarmos com os trabalhos e a máquina administrativa funcionando".

Representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) discutiram, na manhã desta sexta-feira (22), possíveis medidas de prevenção para evitar uma série de demissões em massas do grupo JBS. A situação dos empresários envolvidos na Operação Lava Jato preocupa o MPT por conta do risco de fechamento de unidades da empresa.

A audiência foi realizada no Senado Federal e contou com a presença do Procurador do MPT do Paraná, Heiler Ivens. Segundo ele, o alerta de uma possível demissão em grande escala, se dá diante do atual cenário que envolve todo o grupo JBS. "Esse temor tem fundamento na perspectiva da situação econômica da empresa, da situação política da empresa, da imagem dela que já está muito comprometida perante a sociedade e perante aos próprios credores, especialmente os bancos", disse, em entrevista a Rádio MPT.

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Ainda de acordo com Heiler, o MPT tem agido preventivamente no sentido de discutir com o Senado da República para saber como o Ministério poderá atuar caso questões como essas se multipliquem Brasil a fora. "Os direitos e as lesões praticadas sempre serão indenizadas e é disso que trata a atuação do MPT, seja em face da JBS, seja em face de qualquer outra empresa que produza o desemprego em massa", afirmou o procurador. Recentemente a JBS foi condenada em R$ 36 milhões por demissões em massa

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O grupo JBS pagará uma indenização de R$ 10.078.000 após a assinatura, na última quarta-feira (25), de um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) devido à demissão de todos os funcionários sem realizar negociação coletiva. A empresa também é investigada por escândalos de corrupção na Operação Lava Jato. 

O valor será pago em seis parcelas bimestrais, revertidas para os trabalhadores demitidos, com o primeiro pagamento previsto para o dia 26 de junho. A JBS também terá que pagar R$ 240 mil por danos morais à coletividade até o dia 25 de maio de 2018. O acordo também prevê que o frigorífico deverá oferecer cursos profissionalizantes para os ex-empregados.

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Trabalhadores da unidade Recife do Banco Azteca, localizado na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem, protestam na manhã desta segunda-feira (18) contra as mais de 530 demissões feitas pela empresa mexicana em todo o Nordeste. De acordo com os manifestantes, só em Pernambuco cerca de 300 profissionais perderam seus empregos. As demissões aconteceram no último dia 7.

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Segundo a representante do protesto e funcionária do setor financeiro do Azteca, Kátia Cristina Silva, todos os trabalhadores demitidos foram pegos de surpresa. Ela ainda afirmou que a recisão indenizatória não foi paga e o prazo dado para o pagamento acabou na última sexta-feira (15). Kátia ainda declarou que nenhum responsável pelo Banco deu satisfação aos demitidos. “Acho tudo isso um absurdo, porque todo mundo tem família para cuidar e contas para pagar”, disse a funcionária, que tem sete anos de empresa.

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Há três anos no Banco Azteca, a funcionária do setor administrativo Juliana Pinheiro fez sérias denúncias ao LeiaJá. Além de demonstrar revolta com as demissões, a trabalhadora alegou que existe assédio moral na empresa contra colaboradores. “Em alguns setores as pessoas sofrem assédio moral, constrangimento e ainda trabalham fora do horário. Alguns salários estão atrasados e a empresa não paga hora extra”, denunciou Juliana.

Um advogado do Banco Azteca conversou rapidamente com a reportagem do LeiaJá e não quis detalhar a questão das demissões. Fernando Marcelo Rocha disse que os demitidos devem procurar o sindicato da categoria para fazer a homologação e só depois, segundo ele, os pagamentos serão realizados. Por outro, os trabalhadores não aceitam a orientação e cobram o pagamento de imediato.

Neste momento, os trabalhadores ocupam a calçada em frente à sede do Banco. Porém, eles ameaçam fechar a Domingos Ferreira a qualquer momento, o que deve prejudicar o trânsito do local. Além de Pernambuco, os outros estados nordestinos que tiveram demissões são Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba.

O Banco Azteca pertence ao grupo mexicano Salinas. A companhia também é responsável pelas lojas Elektra.

Com informações de Camilla de Assis

Após orientação em notificação recomendatória do Ministério Público do Trabalho (MPT), o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada em Pernambuco (Sintepav-PE) criou a Central de Homologação de Demissões do Cabo de Santo Agostinho. A medida visa agilizar os processos trabalhistas dos milhares de profissionais que serão desligados das empresas do Complexo de Suape, prestadoras de serviço da Petrobrás. 

Cerca de 1.750 atendimentos mensais serão possibilitados pela nova unidade, de acordo com o Sintepav.  A Central é uma ação preventiva para evitar um aumento na taxa de desemprego no Estado, pois o espaço também promete viabilizar a recolocação dos trabalhadores no mercado. A estimativa do MPT é a desmobilização de aproximadamente 42 mil profissionais de empresas contratadas ou terceirizadas, até 2015, após o fim das obras. 

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A previsão do Ministério é de que apenas cinco mil destes trabalhadores sejam reaproveitados em outros postos de trabalho; a maioria dos demitidos é de origem pernambucana. Além dos processos demissionais, a entidade vai disponibilizar orientação e atendimento jurídico para os trabalhadores que enfrentarem qualquer problema de qualquer ordem trabalhista. Uma equipe formada por três advogados estará a disposição dos trabalhadores, sem custo algum aos requerentes. 

A Central – Os atendimentos da Central de Homologação serão realizados das 7h às 16h, por uma equipe com cinco homologadores, com expectativa de um tempo médio de 20 minutos no acolhimento de cada trabalhador. O espaço é localizado na Rua Júlio Alves de Souza, n° 150, no centro do município do Cabo.

O Sintepav destaca que, para efetivar o processo demissional, os trabalhadores devem estar munidos da carteira profissional, cabendo às empresas contratantes a responsabilidade de enviar as informações e documentos necessários à homologação.

Foi realizada, nesta terça-feira (28), a terceira reunião para discutir como será feita a demissão dos cerca de 42 mil trabalhadores do Complexo de Suape. O encontro aconteceu na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no bairro do Espinheiro, e contou com representantes das empresas de Suape e de alguns municípios da Região Metropolitana do Recife, juntamente, com a Procuradoria do Ministério Público do Trabalho (MPT).

De acordo com a procuradora Débora Tito, o foco do terceiro encontro do Fórum Remos (Recolocação de Mão de Obra de Suape) foi articular com as empresas e os municípios um jeito para que os trabalhadores dispensados sejam realocados futuramente. Na concepção da procuradora, o evento apresentou um lado positivo, mas outras questões a se lamentar. 

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“Fiquei um pouco surpresa. As empresas cumpriram seu dever, trouxeram as documentações, não se mascararam. Diferente das entidades públicas (municipal e estadual). Para estas instâncias precisaremos intensificar ações de cobrança”, explicou Débora Tito. A promessa da criação de políticas públicas – que protejam a população envolvida na desmobilização em massa com o término das obras – é uma das queixas do MPT quanto às gestões do Município e do Estado. 

Na notificação recomendatória encaminhada pelo Ministério Público ao Estado de Pernambuco, o órgão judicial recomenda também a ampliação de agências de trabalho nos municípios da região de Suape e a apresentação de um projeto de desmobilização, junto à Petrobrás, com alternativas viáveis de manutenção de empregabilidade dos trabalhadores afetados. É estimado que 28% da mão de obra dispensada sejam de profissionais pernambucanos. 

Cada município decidiu uma data para realização de uma audiência pública para debate com os trabalhadores. O encontro definiu, por fim, a data da nova reunião com as entidades: dia 27 de março, às 14h, na própria Superintendência. Para o representante da Conest Engenharia, Danier de Souza Carvalho, o encontro foi totalmente pacífico. “Já esperávamos que esta demissão em massa fosse acontecer. Todas as admissões que fizemos foram através de contrato. Afinal, toda obra que começa, um dia tem que terminar”, disse.

Com informações de Yasmim Dicastro

Na tarde desta quarta-feira (6), o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco realizou uma audiência pública para planejamento de tomadas de decisão quanto à demissão em massa de funcionários das obras no Porto de Suape, prevista para os anos de 2014 e 2015. O encontro reuniu auditores fiscais e procuradores do Trabalho, além dos representantes das vinte maiores empresas contratadas pela Petrobrás.

“E agora? Esta é a pergunta que o estado precisa fazer, todos sabíamos que as obras iriam acabar, não podemos negar isso. E uma demissão deste nível não tem precedente no país, Pernambuco é piloto. Só durante a construção de Brasília aconteceu algo parecido”, informou a procuradora do Trabalho Débora Tito, responsável pela condução da audiência. 

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A fim de fazer um diagnóstico preventivo sobre questões trabalhistas das empresas envolvidas, um prazo de 30 dias foi dado aos representantes destes estabelecimentos para encaminhamento de alguns documentos: relação das empresas terceirizadas e prestadoras de serviços, dados das empresas (razão social, CNPJ, endereço), número de empregados, funções, número de alojados, endereço dos alojamentos e previsão de término das obras. 

Os dados servirão de base para a elaboração de estratégias em relação aos mais de 40 mil trabalhadores que serão demitidos nos próximos anos - a maioria é pernambucana. Somada às ações para estes profissionais serem relocados, outra grande preocupação é o possível efeito negativo no desenvolvimento do entorno de Suape (munícipios vizinhos).

Segundo o diretor corporativo da Petrobrás e gerente administrativo da Refinaria Abreu e Lima, João Batista do Carmo Aquino, a mão de obra local que será dispensada é a mais necessitada de atenção. “O contingente razoável de pessoal de fora é qualificado, não fica muito tempo de fora do mercado. Eles têm mobilidade; as pessoas locais não têm e estas são as que tendem a gerar problema”, assegurou Aquino. Mesmo relocados, estes profissionais dificilmente manterão o patamar remuneratório atual, afirmam os procuradores. 

Fórum - Para acompanhamento das atividades, foi proposto na audiência o Fórum REMOS – Recolocação da Mão de Obra de Suape e Questões Afins. Prefeituras e sindicatos das cidades envolvidas, além dos representantes empresariais e jurídicos, se reunirão no dia 11 de novembro para debater os direcionamentos do Fórum e levar o histograma das empresas (histórico de funções e desligamentos previstos). 

O encontro acontecerá no auditório da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRT-PE), às 14h. Problemas já recorrentes também estarão em pauta, como os casos de funcionários migrantes que, após desligamento, não recebem a verba rescisória com agilidade, ficando impossibilitados de voltarem aos seus lugares de origem.  

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