Tópicos | denunciados

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou nesta quinta-feira, 16, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a segunda leva de acordos de não persecução penal fechados com mais 12 denunciados por participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Os primeiro três acordos foram encaminhados no mês passado.

##RECOMENDA##

Os ministros precisam homologar os termos para que eles tenham validade jurídica. Se forem chancelados pelo STF, os contratos seguem para a Justiça Federal em primeira instância, que vai monitorar o cumprimento.

O acordo só está disponível para quem responde por crimes de médio potencial ofensivo, ou seja, para quem teve participação secundária nos protestos, como pessoas que incitaram as manifestações. Os vândalos que invadiram e depredaram os prédios na Praça dos Três Poderes não terão esse direito.

Quem tiver interesse em assinar o termo precisa confessar os crimes e cumprir as cláusulas impostas pela PGR. Em troca, a ação penal em curso no STF é arquivada e as medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, são revogadas. Se houver descumprimento, o processo pode ser retomado.

A PGR afirma que, até o momento, mais de 300 denunciados manifestaram interesse em assinar o termo. As propostas estão sendo encaminhadas por e-mail.

Veja as condições propostas pela PGR:

- Cumprimento de 300 horas de serviços comunitários ou em entidades públicas;

- Pagamento de multa, calculada de acordo com a situação financeira de cada réu. Os valores estabelecidos nos novos acordos variam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil;

- Participação presencial em um curso sobre democracia com carga horária total de 12 horas. O uso de celular na sala será proibido;

- Não usar redes sociais abertas até terminar de cumprir as cláusulas.

Foi o ministro Alexandre de Moraes quem autorizou a PGR a negociar os acordos de não persecução penal com parte dos réus dos atos golpistas. Ele atendeu a um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, que coordena as investigações dos atos golpistas, deu aval para as negociações.

A PGR fez uma análise individualizada da situação de cada réu antes de disparar as propostas. O trabalho envolve a checagem de antecedentes e de outros acordos de não persecução penal e um levantamento das condições financeiras para definir o valor da multa.

Investigação

Os primeiros 25 réus do 8 de janeiro foram condenados pelo STF a penas que chegam a 17 anos de prisão, além da obrigação conjunta, com todos os condenados do caso, ao pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões. A PGR já enviou os argumentos finais em 231 ações.

A investigação sobre o papel de financiadores e autoridades continuam. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos investigados. Sete oficiais da cúpula Polícia Militar do Distrito Federal foram denunciados por omissão.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que pelo menos 250 réus, acusados de crimes mais graves relacionados aos ataques golpistas de 8 de janeiro, serão julgados em até seis meses. A fala foi feita em evento promovido pela revista piauí na manhã desta terça-feira, 13, em Brasília.

O Supremo já abriu mais de mil ações penais envolvendo supostos executores materiais dos crimes, autores intelectuais e instigadores dos atos.

##RECOMENDA##

Ao todo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncias contra 1.187 acusados de envolvimento nos atos que resultaram na depredação das sedes dos três Poderes.

A Corte analisa as denúncias em blocos desde o final de abril. Dos 1.406 que seguiram presos após as audiências de custódia, permanecem na prisão 152 homens e 64 mulheres.

No mesmo evento, Moraes também defendeu o diálogo entre ministros da Corte e o presidente da República. "A conversa institucional, a conversa republicana, faz parte e, eu diria, é um dever institucional. Os poderes têm que conversar", afirmou.

No final de maio, Moraes e o ministro Gilmar Mendes participaram de um churrasco oferecido pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem maioria para receber a sétima leva de denúncias da Procuradoria Geral da República (PGR) contra mais 70 bolsonaristas envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro. Os ministros Alexandre de Moraes, relator das investigações, Rosa Weber, Luiz Fux, Edson Fachin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram para tornar os extremistas réus.

Moraes defendeu que os radicais tentaram "destruir o regime democrático e suas instituições, pregando a violência, pleiteando a tirania, o arbítrio, a violência e a quebra dos princípios republicanos".

##RECOMENDA##

O que o Tribunal está decidindo nesta etapa é se aceita ou não as denúncias para abrir processos contra os radicais. O mérito das acusações será debatido em um segundo momento, quando na prática poderão ser impostas condenações.

Até o momento, o ministro Kassio Nunes Marques foi o único a votar contra, repetindo o padrão dos julgamentos anteriores. Ele afirma que o Tribunal sequer deveria estar analisando as denúncias, porque os acusados não têm direito a foro privilegiado.

Ao manter o caso sob sua tutela, o STF busca uniformizar as ações, o que seria impossível se o processo fosse desmembrado na primeira instância.

As denúncias envolvem bolsonaristas que estavam acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília, pedindo intervenção das Forças Armadas após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PGR afirma que o acampamento virou um ponto de organização e apoio para os atos golpistas.

Em seu voto, Nunes Marques rebateu e disse que não há provas de que os manifestantes que estavam no acampamento participaram dos atos de vandalismo. "Com efeito, as denúncias partem de meras ilações, com fotos e descrições das atividades desenvolvidas no acampamento montado em frente ao Quartel General de Brasília, sem apontar nenhum comportamento concreto dos denunciados que pudesse dar suporte a tal acusação", escreveu.

O Supremo Tribunal Federal já colocou 1.175 radicais no banco dos réus por suspeita de envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília.

O número é resultado de um esforço para analisar com rapidez todas as 1.390 denúncias oferecidas pela PGR. Os ministros avaliam que a resposta do Tribunal precisa ser firme e passa pela responsabilização célere dos radicais.

Os julgamentos começaram no dia 18 de abril e, desde então, se tornaram semanais. A votação acontece no plenário virtual. O Tribunal decidiu julgar as denúncias em blocos. Dessa forma, as acusações são analisadas individualmente, mas a votação acontece em conjunto, o que agiliza as decisões.

Os crimes citados pela PGR são associação criminosa, golpe de estado, deterioração de patrimônio tombado, dano qualificado e incitação ao crime.

As denúncias analisadas até o momento atingem radicais que invadiram e depredaram os prédios públicos na Praça dos Três Poderes e pessoas acusadas de incitarem os atos golpistas.

Por enquanto, nenhuma autoridade foi acusada formalmente. O órgão ainda investiga se agentes públicos foram omissos ou coniventes com os golpistas. Bolsonaro é um dos investigados.

A análise das denúncias do 8 de janeiro no STF:

- 1º julgamento (18 a 24 de abril): 100 denúncias recebidas;

- 2º julgamento (25 de abril a 2 de maio): 200 denúncias recebidas;

- 3º julgamento (3 a 8 de maio): 250 denúncias recebidas;

- 4º julgamento (9 a 15 de maio): 245 denúncias recebidas;

- 5º julgamento (16 a 22 de maio): 249 denúncias recebidas;

- 6º julgamento (23 a 29 de maio): 131 denúncias recebidas.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal deu início nesta terça-feira, 16, em sessão virtual, ao julgamento que pode tornar réus mais 250 denunciados por atos golpistas de 8 de janeiro. Os ministros analisam a quinta leva de acusações da Procuradoria-Geral da República sobre supostos incitadores do levante radical que deixou rastro de destruição na Praça dos Três Poderes.

Assim como ocorreu nos outros quatro julgamentos sobre acusações pelos atos de 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, relator, defendeu a abertura de ações penais a partir das 250 denúncias sob crivo do Plenário virtual.

##RECOMENDA##

A sessão - na qual os ministros podem depositar seus votos à distância - tem previsão de terminar na próxima segunda-feira, 22.

A expectativa é a de que o julgamento termine com placar igual aos anteriores - 8 a 2 pelo recebimento das acusações, com votos divergentes dos ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça. Caso sejam abertos os novos 250 processos sobre a ofensiva antidemocrática, o número de réus chegará a 1045.

Ao todo, foram apresentadas mais de 1,3 mil denúncias, uma contra cada investigado detido em meio à depredação do 8 de janeiro e no dia seguinte, no acampamento montado em frente ao QG do Exército em Brasília.

O Supremo analisa o recebimento das acusações em blocos, semanalmente.

Já as investigações quanto a autores intelectuais e financiadores dos crimes ainda não foram concluídas, assim como a apuração sobre suposta 'omissão' de autoridades ante os atos de vandalismo - essa parte da apuração atinge o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o governador do DF Ibaneis Rocha.

Com o recebimento das denúncias, as defesas são intimadas a se manifestar sobre as acusações da Procuradoria-Geral da República e dá-se início à instrução das ações penais, com depoimentos e coleta de provas. Essa fase deve ocorrer ainda perante o Supremo. As ações penais já abertas pelo STF devem ser abastecidas com informações extraídas em celulares apreendidos com os acusados presos em 8 de janeiro.

Nesta segunda-feira, 15, Alexandre de Moraes autorizou a Polícia Federal a acessar os aparelhos e rastrear dados que podem ser úteis não só à instrução dos processos no STF, mas também às investigações sobre financiadores.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira, 9, pela abertura de ações penais contra 225 incitadores e 25 executores dos atos golpistas de 8 de janeiro. Caso o parecer seja encampado pela maioria dos ministros da Corte, como ocorreu nos outros julgamentos sobre a ofensiva antidemocrática, o número de réus pelo vandalismo às dependências dos três Poderes pode ir a 800.

Trata-se da quarta leva de denúncias analisada pelo STF, em bloco. Até o momento, 550 investigados respondem formalmente à Corte máxima por crimes ligados aos atos de 8 de janeiro - 350 são apontados como incitadores dos atos de vandalismo e outros 200 como executores materiais dos delitos.

##RECOMENDA##

Aos executores dos atos golpistas, a Procuradoria-geral da República atribui crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Já aos incitadores são atribuídos delitos de incitação ao crime e associação criminosa.

Com o recebimento das denúncias, as defesas são intimadas a se manifestarem sobre as acusações da PGR e dá-se início às ações penais, com os devidos tramites de oitivas e coleta de provas. Há a expectativa de que tal processo de instrução deva tramitar no Supremo.

A Corte máxima deve seguir analisando, semanalmente, as acusações ofertadas pelo Ministério Público Federal. Foram apresentadas mais de 1,3 mil denúncias contra investigados detidos em meio a depredação do 8 de janeiro e também no dia seguinte à ofensiva, no acampamento golpista montado em frente ao QG do Exército em Brasília.

As investigações quanto a autores intelectuais e financiadores dos crimes ainda não foi concluída, assim como a apuração sobre suposta "omissão" de autoridades ante os atos de vandalismo - a qual atinge o ex-ministro Anderson Torres e o governador Ibaneis Rocha.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus os primeiros 100 denunciados envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, vândalos depredaram a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso e o Palácio do Planalto.

Com o fim do julgamento, os acusados passam a responder a uma ação penal e se tornam réus no processo. Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, vai analisar a manutenção da prisão dos acusados que ainda permanecem detidos.

##RECOMENDA##

O julgamento virtual, que começou na madrugada da terça-feira (18), e terminaria às 23h59 dessa segunda (24). Por volta das 23h30, todos os ministros já tinham votado.

O placar do julgamento foi finalizado com 8 votos que seguiram totalmente o relator pelo recebimento integral das denúncias. Os ministros André Mendonça e Nunes Marques seguiram parcialmente o relator. Em função de aposentadoria de Ricardo Lewandowski, a Corte não conta com o voto do 11° ministro.

Além do relator, ministro Alexandre de Moraes, votaram pelo recebimento das denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Luiz Fux e a presidente, Rosa Weber.

Divergências

O ministro Nunes Marques abriu divergência em relação aos demais votos para rejeitar 50 denúncias contra investigados que estavam em frente ao quartel do Exército em Brasília no dia dos atos golpistas.

Para o ministro, não há provas de que os acusados participaram dos atos de vandalismo.

“De tudo quanto foi exposto, entendo que não se pode caracterizar a justa causa para instauração da ação penal lastreada no simples fato de alguém estar acampado ou nas imediações do Quartel General do Exército em Brasília, sem que se demonstre e individualize sequer uma conduta criminosa atribuída aos denunciados”, disse o ministro.

No mesmo processo, Mendonça também entendeu que não há provas contra os acusados. “No presente grupo de cinquenta denúncias, não se está a tratar das pessoas presas no dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes praticando vandalismo”, completou.

Em relação aos outros 50 investigados, que fazem parte de outro processo julgado, Nunes Marques entendeu que o caso deve ser analisado pela Justiça Federal. Contudo, votou pela rejeição da denúncia pelo crime de associação criminosa e aceitou pelo crime de dano ao patrimônio alheio.

No mesmo processo, o ministro André Mendonça entendeu que as denúncias devem ser analisadas pela primeira instância do Justiça, e não pelo Supremo. No entanto, votou para tornar os 50 acusados réus no processo.

O Bradesco afirmou nesta quinta-feira (28) que a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), e recebida pelo Judiciário, que torna réus o presidente e mais três executivos do banco por envolvimento em um suposto esquema de corrupção é um "juízo preliminar, decorrente dos argumentos expendidos exclusivamente pelo Ministério Público Federal".

Em nota, a instituição reiterou sua "convicção de que nenhuma ilegalidade foi praticada por seus representantes". O banco afirma ainda que, "em respeito ao rito processual", apresentará "oportunamente" argumentos à Justiça.

##RECOMENDA##

A Corregedoria-Geral do Ministério da Fazenda informou, porém, que, além dos casos que constam da denúncia aceita pela Justiça Federal em Brasília, foram identificados cerca de 30 processos que envolveriam negociações entre o banco e os acusados de operar um esquema de propinas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de tribunal da Receita Federal. Segundo ela, a Fazenda pode pedir nova análise de todos esses casos.

"A relação do Bradesco com a organização criminosa já tinha mais de dez anos. Não se tratou de evento episódico", disse o procurador da República Frederico Paiva, da Operação Zelotes. Na denúncia aceita pela 10.ª Vara Federal, em Brasília, o MPF destaca intervenções do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, em reuniões entre executivos do banco e integrantes da organização acusada de vender vantagens em processos na Receita e no Carf. Os procuradores da Operação Zelotes também argumentam que as tratativas sobre processos envolvendo cifras bilionárias não poderiam ocorrer sem o conhecimento do presidente do banco.

Numa conversa destacada na denúncia, Jefferson Salazar, ex-auditor da Receita que está entre os denunciados, diz que "a reunião lá com o 'Bra' (Bradesco) foi muito boa" e que as negociações "dariam samba". "Estavam todos, o vice e o presidente. O 'Trabu' (Trabuco) cumprimentou todo mundo lá e saiu", afirmou.

Em outro diálogo, ocorrido no dia em que o Bradesco perdeu julgamento no Carf, Mário Pagnozi, advogado acusado de captar clientes para o esquema, afirma que o teor das tratativas estava sendo levado ao conhecimento do presidente do banco: "O Trabuco entrou (e falou a Mário): 'Mário, fico feliz de você estar aqui ajudando o banco'".

Segundo o MPF, o ex-chefe da Receita Eduardo Cerqueira Leite consultava processos de interesse do Bradesco na Delegacia Especializada em Instituições Financeiras de São Paulo e procurava advogados e lobistas do banco. O grupo elaborava "papers" com orientações sobre como proceder em processos na Receita e no Carf.

Após perder julgamento em primeira instância no Carf, o grupo acusado de negociar propina com o Bradesco teria atuado para que o servidor da Receita Lutero Fernandes, que assessorou o ex-presidente do órgão, Otacílio Cartaxo, elaborasse parecer recomendando a admissão de um recurso do banco.

Pelo trabalho, o assessor receberia um porcentual do débito de R$ 2,7 bilhões que a instituição tentava abater em julgamento no órgão. O valor seria pago por Jorge Victor Rodrigues, um dos principais envolvidos no esquema, que também seria o responsável por repassar um "mensalinho" de R$ 5 mil ao assessor.

Vantagem

Conforme os investigadores, Fernandes admitiu que receberia a vantagem em depoimento à PF. O valor não chegou a ser repassado, no entendimento dos investigadores, porque a Zelotes foi deflagrada no início de 2015, o que frustrou os planos dos investigados.

Procurados, Eduardo Cerqueira Leite, Jefferson Salazar, Mário Pagnozi e seus advogados não foram localizados.

O criminalista Délio Lins e Silva, que representa Lutero Fernandes, disse que seu cliente prestou um primeiro depoimento à PF, sem advogado, mas que depois retificou suas declarações. Segundo ele, Fernandes não era responsável por elaborar pareceres no Carf e tampouco admitiu qualquer recebimento de vantagem ou participação em esquema de corrupção. O advogado disse que seu cliente não ganhava "mensalinho". Os pagamentos, explicou, eram referentes à remuneração da esposa dele, que trabalhava para Jorge Victor Rodrigues.

Rodrigues classificou as acusações de absurdas. Disse que não teve contato com representantes do Bradesco e que não recebeu "nenhum tostão" relativo a processos do banco. Disse ter sido procurado por pessoas que negociavam com o banco um assessoramento jurídico, mas que as conversas não avançaram. Afirmou ainda que o Bradesco perdeu julgamento no Carf e que não há que se falar em prejuízo ao poder público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e mais nove pessoas por suposto envolvimento em esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Com isso, Trabuco e os demais denunciados passam à condição de réus em ação penal sobre o caso, investigado na Operação Zelotes.

Na decisão, o magistrado determina que os envolvidos sejam citados para apresentarem defesa às acusações num prazo de vinte dias. "Nesse juízo preliminar, não vislumbro qualquer elemento probatório cabal capaz de informar a acusação, sem prejuízo da análise particularizada com a eventual contraprova", escreveu ele.

##RECOMENDA##

Os executivos do Bradesco são suspeitos de negociar com um grupo que comprava decisões no Carf, espécie de tribunal que avalia débitos de grandes contribuintes com a Receita Federal. Além de Trabuco, se tornaram réus da ação penal Luiz Carlos Angelotti, diretor de Relação com Investidores do Bradesco; Domingos Figueiredo de Abreu, diretor vice-presidente; e Mário da Silveira Teixeira Júnior, ligado ao Conselho de Administração do banco.

O banco tem negado qualquer envolvimento de seus executivos no esquema. "O Bradesco nega ter contratado serviço de lobistas no Carf e afirma que Trabuco não participou de qualquer reunião com o grupo citado", sustentou em nota divulgada em maio deste ano, após a Polícia Federal indiciar Trabuco e outros diretores.

As investigações mostraram que o grupo investigado por corromper integrantes do Carf conversou com executivos do banco a respeito de um "contrato" para anular um débito de R$ 3 bilhões com a Receita Federal.

 

Defesa

O Bradesco se manifestou sobre a decisão da Justiça Federal de Brasília que aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o presidente da instituição financeira, Luiz Carlos Trabuco, dois diretores e um executivo ligado ao banco.

"O Bradesco reitera sua convicção de que nenhuma ilegalidade foi praticada por seus representantes e, em respeito ao rito processual, apresentará oportunamente seus argumentos ao Poder Judiciário."

 

Veja quem são os denunciados:

Eduardo Cerqueira Leite, servidor da Receita

Mário Pagnozzi Júnior, consultor e advogado

José Teruji Tamazato, consultor e advogado

Jorge Victor Rodrigues, ex-conselheiro do Carf

Lutero Fernandes do Nascimento, servidor da Receita

Jefferson Ribeiro Salazar, ex-servidor da Receita

Luiz Carlos Angelotti, diretor de Relação com Investidores do Bradesco

Domingos Figueiredo de Abreu, diretor vice-presidente do Bradesco

Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco

Mário da Silveira Teixeira Júnior, ligado ao Conselho de Administração do Bradesco

A presidente Dilma Rousseff chegou há pouco ao desfile do Sete de Setembro no Rolls Royce presidencial, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No palanque tomado por autoridades, nota-se a ausência de pessoas supostamente beneficiadas pelo esquema de desvio de verbas na Petrobras, segundo teria revelado o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa em depoimento à Policia Federal e ao Ministério Público.

Não está presente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB AL) que, segundo revelou o portal Estadão.com na tarde da última sexta feira, foi citado por Costa. Também não veio o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão que, segundo a revista Veja, também teria sido mencionado.

##RECOMENDA##

O governo montou um esquema de segurança para o desfile do Sete de Setembro que também serviu para minimizar o risco de vaias. O Rolls Royce no qual a presidente Dilma Rousseff chegou foi precedido por um grupo de motocicletas com as sirenes ligadas. Além disso, a estrutura física dos palanques mantém os populares longe. O palanque presidencial fica blindado, nas laterais, pela instalação de "camarotes vip". O acesso por trás é fechado pelo esquema de segurança. À frente, ficam os palanques da imprensa e mais um para convidados, cercados por tapumes que impedem a chegada de pessoas a um raio de aproximadamente 50 metros.

Nesta quarta-feira (23) O Ministério Público Federal (MPF), em Palmares, denunciou à Justiça Federal quatro acusados de assaltar a agência dos Correios, em Xexéu, na Zona da Mata pernambucana no último dia 3 de outubro. Todos os integrantes da quadrilha já estão presos.

No dia do crime, os assaltantes renderam o vigilante da agência e levaram a quantia de R$ 3,5 mil. Um dos denunciados chegou a atirar na camera de segurança para evitar a captação da imagem. Além de roubo, os denunciados são acusados de formação de quadrilha, tendo em vista o envolvimento em vários assaltos no interior do estado. Todos os acusados, ouvidos durante interrogatório policial, confirmaram a participação no assalto aos Correios de Xexéu.

##RECOMENDA##

Os acusados podem pegar até 19 anos de prisão se condenados pela Justiça Federal, terão que pagar multar e ressacir o dinheiro roubado em valores corrigidos.

Os depoimentos de cinco policiais militares - quatro mulheres e um homem - foram decisivos para a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) no caso do pedreiro Amarildo de Souza. Os promotores negam ter havido delação premiada. Uma das policiais que depôs, a soldado Thaís Gusmão, acabou no rol de 25 denunciados. À exceção de Thaís, que teria ficado do lado de fora "vigiando" enquanto a tortura transcorria, os demais depoentes ficaram dentro do contêiner.

Do local, embora não pudessem ver, conseguiam escutar pelas paredes finas a aplicação dos suplícios a Amarildo. Em comum, os depoentes têm o pouco tempo na corporação. Os "recrutas", na linguagem da promotora Carmen de Carvalho, não foram denunciados por omissão porque não teria ficado provada a capacidade deles para intervir e cessar a sevícia. As soldados Carolina Andrade Martins, Dezea Juliana da Costa Sousa e Monique Sant'Ana Pinheiro teriam ficado bastante nervosas ao ouvir a tortura. O único depoente homem, Alan Jardim da Rosa, teria tentado intervir, mas foi ridicularizado por outros PMs, de acordo com a denúncia.

##RECOMENDA##

"Duas das soldados que relataram o fato disseram `Olha, na hora eu entrei em pânico, comecei a chorar, eu tampava os ouvidos, não sabia o que fazer. Sou recruta, sou operacional`", afirmou Carmen. Na acusação, o MPRJ destaca que Carolina, Juliana e Monique nunca participaram de qualquer operação, "jamais prenderam alguém" e se viram em situação "de profundo estresse".

Ao fazer um aditamento à denúncia e acrescentar os nomes de 15 policiais militares supostamente envolvidos na morte do pedreiro Amarildo de Souza, de 43 anos, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) detalhou nesta terça-feira, 22, as conclusões da investigação sobre o caso. Até o momento, de acordo com a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, foi possível identificar quatro PMs que tiveram participação ativa nas torturas que mataram Amarildo, desaparecido desde 14 de julho, após ser levado por policiais até a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na capital fluminense.

A partir do relato de cinco PMs que ficaram dentro de um contêiner e colaboraram com a investigação prestando depoimento, foi possível ouvir de dentro da estrutura de metal a sessão de suplício e reconhecer vozes que indicam a presença ativa do soldado Anderson Maia, do tenente Luiz Medeiros, do soldado Douglas Vital e do sargento Reinaldo Gonçalves.

##RECOMENDA##

De acordo com Eliza, a sessão de tormento aconteceu atrás do equipamento da UPP, no alto da favela da Rocinha. O pedreiro teria sido submetido a afogamento, com a cabeça dentro de um balde d'água, asfixia com saco plástico e choques elétricos com pistola Taser, de uso restrito e controlado pelo Exército. Ainda segundo a promotora, o corpo teria sido retirado pelo telhado e enrolado pela capa da motocicleta de um dos PMs, atada com fita-crepe. O MPRJ não conseguiu avançar nas apurações sobre o destino dado ao cadáver de Amarildo.

Denúncias

Do total de 25 PMs denunciados até agora, oito foram enquadrados por omissão - teriam condições de parar a tortura e nada fizeram para cessá-la. Houve ainda 17 acusados por ocultação de cadáver, quatro por fraude processual e 13 por formação de quadrilha. Eliza afirma que o major Edson dos Santos, comandante da UPP na época do crime, cometeu fraude por duas vezes: uma, quando teria forjado um telefonema atribuído ao traficante Catatau em que ele diz ter sido responsável pela morte do pedreiro e outra por ter, supostamente, jogado óleo sobre o piso da área onde a sevícia ocorreu, para despistar a perícia em busca de gotas de sangue no local.

No caso da ligação de Catatau, os peritos descobriram que a voz que seria dele era, na verdade, de um policial, que ligara para um número que Santos sabia estar grampeado para imputar aos traficantes a morte de Amarildo. Na análise da promotora, o major liderava a quadrilha e estava na sede da UPP durante todo o tempo que o pedreiro era torturado. O corregedor da Polícia Militar, Cezar Augusto Tanner, que estava ao lado dos promotores do Ministério Público, afirmou que "os PMs envolvidos vão parar de trabalhar a partir de agora" e elogiou o trabalho dos representantes do MPRJ.

Mais 15 policiais militares foram denunciados pela morte do pedreiro Amarildo de Souza, de 43 anos, desaparecido desde 14 de julho após ser levado por PMs até a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Agora, o MP aponta o envolvimento de 25 policiais na tortura e morte de Amarildo. Além dos 10 PMs que estão presos, os promotores pediram a prisão de três outros militares.

O grupo será denunciado, de acordo com sua suposta participação no caso, por crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. Segundo a promotora Carmen Eliza de Carvalho, o major Edson Santos liderava a suposta quadrilha e estava na sede da UPP durante todo o tempo que Amarildo estava sendo torturado.

##RECOMENDA##

O corregedor da Polícia Militar, Cezar Augusto Tanner, que participou da entrevista coletiva ao lado dos promotores do Ministério Público, afirmou que "os PMs envolvidos vão parar de trabalhar a partir de agora". O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) atuou no caso nos últimos 10 dias, e concluiu a denúncia do caso de Amarildo.

Oito pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal em Goiás pelo envolvimento no furto de R$ 180 milhões da agência Rio Quente do Banco do Brasil, em Goiás, por meio eletrônico, espalhando o dinheiro em contas espalhadas por sete Estados brasileiros.

Os denunciados, de acordo com o MPF, são Fábio Barreto, Adilson Martins Braga, Elson Resende Marins, João Bosco Araújo Costa, Marcelo de Freitas Mendes, Luiz Henrique Patrício, Arle Schmidt Azambuja e Armando Valdomiro Pereira Fontoura.

##RECOMENDA##

O grupo invadiu o sistema eletrônico da agência em 3 de agosto de 2004, utilizando sem autorização matrículas e senhas de dois funcionários do banco, para transferir o valor de R$ 184.293.000,00 para 19 contas correntes espalhadas pelos Estados do Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Bahia.

Segundo o MPF, o grupo instalou um modem adicional ao sistema da agência que permitia a possibilidade de acesso remoto ao sistema de informática do banco, sem a necessidade da invasão da agência para realizar a transferência de valores.

Elson Resende Marins, empregado da Caixa Econômica Federal, se aproveitou de sua função para abrir contas bancárias na instituição, usando documentos falsos, para o recebimento de parte dos valores transferidos criminosamente pelo grupo.

O dinheiro só não foi sacado porque a Unidade de Gestão de Segurança do Banco do Brasil bloqueou os valores, sob suspeita de fraude, a partir de constatação que o gerente da agência não havia autorizado o procedimento de transferência.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando