Os fotógrafos da moda de rua, que trabalham à margem dos desfiles para registrar os "looks" interessantes dos que comparecem a esses eventos, lançaram uma campanha para denunciar o fato de que as blogueiras utilizem suas imagens sem o seu consentimento.
Este movimento, intitulado #NoFreePhotos ("Fotos grátis não"), foi iniciado na Semana de Moda de Milão por cerca de 30 fotógrafos, aos quais se somaram, desde então, "muitos outros", explicou à AFP um deles, o francês Nabile Quenum.
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"Algumas blogueiras acham que têm direito a publicar uma foto sem citar o nome do autor, é uma falta de respeito", disse durante a Semana de Moda de Paris este fotógrafo do chamado "street style" (moda de rua), que trabalha há oito anos neste setor em plena expansão graças às redes sociais e ao "boom" dos blogs.
"É uma minoria crescente e temos que acabar com isso", acrescentou, explicando que o movimento começou a germinar na Semana de Moda de Nova York, no início do mês.
Os fotógrafos reprovam que estes 'influencers' e blogueiros, assim como algumas marcas, utilizem as fotos em que aparecem sem pedir autorização, violando assim os direitos autorais.
Os 'influencers', muito seguidos nas redes sociais, publicam estas fotos em que aparecem a fim de cumprir suas obrigações contratuais com as marcas que lhes emprestam roupas e acessórios.
Estes fotógrafos se comprometeram a não mencionar o nome dessas pessoas nas fotos, colocando no lugar a 'hashtag' #NoFreePhotos.
"Queremos ressaltar que se trata do nosso trabalho e que devem nos pagar em caso de uso comercial" das fotos, afirma Nabile Quenum, que cobre as Semanas de Moda em várias capitais.
"Algumas garotas são famosas graças a nós", acrescentou. "Fotografamos as pessoas que achamos descoladas, não fazemos isso ao acaso, somos árbitros neste sentido. As marcas podem inclusive detectar o que está na moda e isso pode ser uma vantagem para chegar ao consumidor".
A campanha provocou a reação do blogueiro de moda Bryan Grey Yambao, que tem 640.000 seguidores no Instagram e 580.000 no Twitter.
"Entendo a necessidade dos fotógrafos de serem compensados economicamente", mas "imaginem se todos os 'influencers', jornalistas e fashionistas começassem a se queixar de que tiram suas fotos e as vendem sem sua autorização", questionou no Instagram.