Depois de 27 sucessos de bilheteria, os filmes de super-heróis da Marvel não têm mais mundos para conquistar, então agora se dirigem aos universos paralelos.
O tão aguardado "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", que estreia na quinta-feira (5) no Brasil e no dia seguinte nos Estados Unidos, envia o feiticeiro, interpretado pelo inglês Benedict Cumberbatch, para saltar entre novas dimensões estranhas, coloridas e aterrorizantes, com a ajuda da adolescente América Chavez (Xochitl Gomez).
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O filme explora o conceito do "multiverso", popularizado pelas HQs, em que universos infinitos e versões infinitas de cada personagem, herói ou vilão, coexistem lado a lado.
"Sim, nós abrimos essa porta", disse Cumberbatch na segunda-feira na pré-estreia mundial em Los Angeles.
"E eu vou te dizer uma coisa, está lindo, muito lindo", acrescentou.
No entanto, uma franquia de Hollywood que prosperou em tornar o mundo dos quadrinhos acessível a um grande público estaria se tornando muito complicada?
"Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" está cheio de referências não apenas aos filmes que o antecederam, mas também a séries de televisão da plataforma Disney+, como "WandaVision" e "Loki".
Uma crítica do The Hollywood Reporter afirmou que o conceito de universos paralelos "começa a parecer uma marca da franquia".
A trama repetida "é uma ideia fascinante" que, no entanto, pode ser demais para um universo como o da Marvel, "que já tem praticamente um número infinito de personagens e eventos", escreveu John Defore.
A Variety considerou que é o tipo de filme que obriga "até os fãs mais fervorosos a se esforçarem para poder acompanhá-lo".
"É uma bagunça atraente, mas ainda assim uma bagunça", escreveu Owen Gleiberman, da Variety.
- "Momento ideal" -
Em todo caso, a história recente ensinou a não subestimar o atrativo do "Universo Cinematográfico da Marvel".
A franquia modificou o que se falava sobre a falta de atenção dos adolescentes da Geração Z com sucessos como "Vingadores: Ultimato", de 2019, que foi o último de mais de 20 filmes interconectados, voltando mais de uma década ao original "Homem de Ferro" (2008).
Arrecadou quase US$ 2,8 bilhões globalmente, rapidamente se tornando a produção de maior bilheteria de todos os tempos, antes de ser superado novamente por "Avatar".
"Marvel significa sucesso em Hollywood agora", disse o analista da Exhibitor Relations, Jeff Bock.
"E é por isso que ninguém pisca quando você fala em uma arrecadação de US$ 150 milhões ou US$ 200 milhões nas estreias", acrescentou.
Kevin Feige, o influente presidente da Marvel Studios, disse na semana passada que o planejamento das produções de super-heróis para a próxima década está bem avançado.
Além disso, o conceito de várias versões de personagens queridos já foi bem-sucedido, incluindo "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa", que estreou em dezembro e é o terceiro filme de maior bilheteria de todos os tempos nos Estados Unidos.