Tópicos | Duda Mendonça

O marqueteiro Duda Mendonça morreu, nesta segunda-feira (16), aos 77 anos, em decorrência de um câncer no cérebro. Ele estava internado no hospital Sírio Libanês havia mais de dois meses. A informação foi publicada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Desde a internação em São Paulo, a pedido da família, as informações sobre o estado de saúde do publicitário não estão sendo divulgadas.

Famoso por sua atuação em campanhas petistas, e por ter criado o slogan "Lulinha, Paz e Amor", em 2002, Mendonça também trabalhou com nomes como Paulo Maluf, Miguel Arraes, Ciro Gomes, e Paulo Skaf.

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Em 2005, em depoimento à CPI dos Correios, Mendonça confessou ter recebido R$ 10,5 milhões pela campanha à eleição de Lula via caixa 2. Ele chegou a virar réu no processo do Mensalão, mas foi absolvido em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal.

Os ministros concluíram que ele não teria como saber se era ilícita a origem de R$ 10,3 milhões que recebeu em 2002 na campanha de Lula ao Palácio do Planalto.

Anos mais tarde, em 2016, teve seu nome envolvido na Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido R$ 10 milhões para o grupo político do presidente Michel Temer delatado por executivos da Odebrecht.

Em 2017, seguindo o caminho de outros dois publicitários do PT, João Santana e Mônica Moura, o marqueteiro assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Casado com Aline Mendonça, ele deixa quatro filhos.

Um dos maiores sucessos de Maria Bethânia, a música Cheiro de Amor, foi descoberta pela artista de uma forma um tanto inusitada. A canção, ou parte dela, era, na verdade, um jingle de um motel na Bahia. Apaixonada pela composição, a cantora acabou tomando-a para si e transformando-a em um sucesso maior ainda.

A história foi revelada pelo publicitário Duda Mendonça no livro Casos e Coisas. Ele contou que parte da música foi escrita para a propaganda do motel Le Royale, localizado em Salvador, na Bahia, em 1979, e a publicidade se tornou um grande sucesso; tanto que várias cópias foram feitas para serem entregues aos clientes.

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Maria Bethânia também se encantou pela canção e entrou em contato com o publicitário, na época, pedindo-lhe autorização para gravar a música. Devidamente autorizada, a artista encomendou a segunda parte da composição a Jota Moraes e Paulo Sérgio Valle. Cheiro de Amor foi gravada no disco Mel e chegou a ser trilha de novela.  

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu homologar o acordo de colaboração premiada firmado pela Polícia Federal com o ex-marqueteiro do PT Duda Mendonça, informaram ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, fontes com acesso à investigação. A decisão do ministro é sigilosa.

No caso de Duda Mendonça, a homologação permitirá que ele preste depoimento no inquérito que apura o suposto repasse de R$ 10 milhões para o grupo político do presidente Michel Temer delatado por executivos da Odebrecht.

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Chamado para depor, o marqueteiro havia se negado a cooperar com a investigação porque o seu acordo ainda não havia sido homologado por Fachin. O acordo de Duda foi assinado com delegados da Superintendência da PF no Distrito Federal e aguardava homologação há mais de um ano na mesa do ministro.

Legitimidade

Na semana passada, o STF decidiu que delegados de polícia - tanto da Federal como da Civil - podem fechar acordos de delação premiada. Por maioria, os ministros também firmaram o entendimento de que não é obrigatório que o Ministério Público dê aval à colaboração feita com a polícia. Nos dois casos, porém, caberá ao juiz a homologação ou não do acordo e a definição final dos possíveis benefícios aos delatores.

O único voto contrário à possibilidade de a PF fechar os acordos veio justamente de Fachin. Para o ministro, "a orientação majoritária" da Corte "dilui o instituto da colaboração e esgarça os poderes do Ministério Público".

O resultado impôs uma derrota ao Ministério Público, que trava disputa nos bastidores com a Polícia Federal sobre o controle de investigações em curso no País, principalmente a Operação Lava Jato.

O pano de fundo é o modelo de acordo defendido pelas instituições: para a PF, é um meio de obtenção de prova para um fato pontual; já o MP entende que a delação é de natureza processual, como se o acordo fosse uma negociação na ação penal, em que o material oferecido pela delator já teria que ser prova de suas declarações.

O publicitário Duda Mendonça, responsável pelo marketing da campanha de Paulo Skaf (PMDB) a governador, acredita que o 2º turno em São Paulo depende do desempenho do candidato do PT, Alexandre Padilha. "O que vai decidir se vai ter 2º turno é a votação do Padilha. Como Geraldo Alckmin (PSDB) está caindo, se ele chegar mais próximo dos 20%, nós vamos para o 2º turno", disse nesta quinta-feira, dia 1º.

Conforme a mais recente pesquisa Ibope, o tucano ainda lidera com 45%, mas teve queda de 4 pontos porcentuais em relação à anterior. Skaf oscilou dois pontos para cima, chegando a 19%, e Padilha três, para 11%.

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Apesar de estar "na torcida" por Padilha, ele não vê chance de o petista ultrapassar o PMDB. "Skaf não tem menos de 25% e as pesquisas vão mostrar isso. Quem vai perder votos é Alckmin, que tem margem grande de eleitores não fiéis."

Segundo Mendonça, o eleitorado firme do tucano representa 35% das intenções de voto. Acima desse patamar está um eleitorado cuja adesão a Alckmin seria frágil. "Muitos estão com o governador porque são contra o PT. Esse eleitorado tem migrado para a gente."

A respeito da recusa de Skaf a apoiar a presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição e aliada do PMDB no plano federal, Mendonça disse que o peemedebista preferiu se definir como adversário do PT em São Paulo. A decisão, afirma, foi do candidato. "Tem coisas de que ele não abre mão e eu respeito."

Protagonista de grandes campanhas eleitorais, como a que elegeu Lula presidente em 2002, Duda Mendonça diz ter colocado todo empenho pessoal na campanha de Skaf. "Ontem, gravei com ele às 5h30", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O marqueteiro do candidato ao governo Paulo Skaf (PMDB), Duda Mendonça, minimizou as críticas ao programa eleitoral em que Skaf dizia que o governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) governava "sem tesão". "Eu não estou batendo em ninguém na campanha eleitoral. Essa coisa de tesão foi coisa da imprensa. Nas nossas pesquisas o que chamou mais atenção foi o vergonha na cara", afirmou, referindo-se a um outro trecho do programa. "Para a imprensa foi um prato cheio, mas para as pessoas não foi nada."

Questionado se a ideia da propaganda com esse termo tinha sido ideia sua, o marqueteiro afirmou que Skaf é quem define os textos que vão ar. "É sempre ele que define texto. Eu só dou sugestões", disse Duda, ao chegar de helicóptero para o debate entre os candidatos promovido pelo SBT.

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Duda disse ainda que não considera que Skaf fez ataques pessoais ao governador. "Não é ataque pessoal, mas ele não tem (tesão) mesmo. A posição do governador é um cara mais doce, mais tranquilo. O Skaf é um cara mais ágil, que se mexe. Temos que marcar as diferenças", explicou.

Embate nacional

Apesar de se dizer focado nas eleições estaduais, Duda fez uma breve avaliação do cenário nacional, após a entrada de Marina Silva no lugar do então candidato do PSB, Eduardo Campos. "Não acho que deve ter grandes mudanças. Na hipótese do segundo turno, aposto na Marina e na Dilma, mas não estou acompanhado", afirmou, ponderando que a presidente hoje tem a vantagem do maior tempo de televisão. "Isso ajuda muito".

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, determinou a liberação de bens e recursos dos publicitários Duda Mendonça e Zilmar Fernandes que forem bloqueados por causa do processo do mensalão. Tanto Duda quanto Zilmar foram absolvidos no julgamento.

A decisão deve ser cumprida por dois bancos, pela Junta Comercial do Estado de São Paulo e por cartórios de registro de imóveis. Duda foi responsável pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002. Ele e a sócia Zilmar foram acusados de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

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Duda Mendonça surpreendeu a Polícia Federal ao negar, em depoimento no inquérito da Operação Logoff, vínculo com a Mkpol Marketing Político - empresa que a PF sustenta oficialmente ter sido operada por um executivo do publicitário para fazer a campanha eleitoral do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), em 2010.

Duda foi ouvido "em declarações" segunda-feira, 29, na superintendência regional da PF em Salvador. Nesse ato não foi indiciado. Ele também negou conhecer personagem importante do caso, Samuel Vieira Martins da Silva, que a PF afirma ser "motoboy funcionário" do publicitário e responsável pela entrega de dinheiro, R$ 104,7 mil ao todo, em nome de uma empresa fantasma - Brickell Internet e Processamento de Dados -, a profissionais recrutados na campanha de Coutinho.

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A investigação revela que o dinheiro para cobrir as despesas eleitorais teria sido desviado de um contrato superfaturado entre a Prefeitura de João Pessoa e a empresa Ideia Digital para o programa Jampa Digital - instalação de internet gratuita para a população carente da capital paraibana. O desvio teria somado R$ 1,66 milhão, segundo laudo pericial da PF. Parte desse valor, R$ 800 mil, passou pela Brickell. Duda afirmou que fez apenas "consultoria" - criação, slogan, música e cartazes - para o pessebista por meio da JECM (iniciais de seu nome). Cobrou R$ 500 mil, valor faturado em nota contra o comitê de campanha do governador da Paraíba.

A PF argumenta que o executivo José Eugênio de Jesus Neto, ligado a Duda, figura como procurador da empresa de fachada Brickell. Em seu relato, o publicitário declarou que Neto é prestador de serviço contratado "atuando somente na empresa Duda Mendonça e Associados Propaganda na área financeira e administrativa".

Ele assegurou que "não é sócio" da Mkpol e "não associa este nome a nenhum publicitário que conheça". Afirmou que "desconhece" que a Mkpol pagava seus funcionários. Indagado sobre seus antecedentes, Duda fez alusão ao processo do mensalão, no qual foi réu e acabou inocentado. Ele disse que "já foi indiciado e processado, mas não preso, tendo sido absolvido pelo Supremo Tribunal Federal".

Apesar da reiterada negativa de Duda, a PF e o Ministério Púbico Federal estão convencidos de seu envolvimento em "sonegação e lavagem de ativos". A PF descobriu que a Mkpol faz uso de um endereço eletrônico que leva o nome do publicitário, "muito sugestivo da pessoa que realmente a controla". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Polícia Federal afirma ter encontrado importante testemunha da campanha do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), beneficiada com pagamentos ilegais de empresa fantasma a uma equipe de filmagens que, em 2010, produziu a campanha eleitoral do político. O motorista R.G.S.F., servidor da Universidade Federal da Paraíba, confessou que recebeu três pagamentos, no valor total de R$ 3,3 mil, da Brickell Internet e Processamento de Dados Ltda.-ME. Segundo a PF, a Brickell é pessoa jurídica de fachada que teria sido operada por um executivo da Mkpol, empresa de marketing político do publicitário Duda Mendonça, sob suspeita de prática de lavagem de dinheiro.

A Mkpol prestou serviços no primeiro turno da candidatura de Coutinho ao governo. O motorista assinou com a Mkpol contrato de trabalho temporário por três meses na campanha, "de domingo a domingo", mas recebeu da Brickell. O pagador do motorista foi Samuel Vieira Martins da Silva, motoboy funcionário de Duda, apurou a PF. Rastreamento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostra que Samuel fez depósitos em diversas contas que somaram R$ 104,7 mil.

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Os recursos para custear os serviços do motorista e de outros profissionais mobilizados para a campanha do pessebista teriam sido desviados de contrato de R$ 6,6 milhões entre a gestão Coutinho na prefeitura com a empresa Ideia Digital para instalação do programa Jampa Digital - distribuição de internet grátis para a população carente de João Pessoa, em 2009. Na ocasião, Coutinho exercia mandato de prefeito da capital paraibana. O laudo pericial 161/2013 aponta superfaturamento de R$ 1,662 milhão.

"R.G.S.F. revelou que essa empresa Mkpol prestou serviços para a campanha do governador Ricardo Coutinho", diz relatório subscrito pelo delegado Felipe Alcântara de Barros Leal, que conduziu o inquérito. O motorista foi contratado em agosto de 2010. R.G.S.F. disse que sua missão era transportar cinegrafista que fazia captação de imagens do candidato do PSB "para o guia eleitoral". Os depósitos foram realizados em uma conta de seu pai.

Pagamentos da empresa fantasma haviam sido identificadas pelo Coaf. Agora a PF descobriu um dos beneficiários dos repasses ilícitos. "As novas provas obtidas são reveladoras." Para o MPF, o vice governador Rômulo Gouveia (PSD) também foi beneficiado. "Como se percebe há uma ligação íntima entre a empresa Ideia Digital, a fantasma Brickell, Duda Mendonça e Ricardo Coutinho, que fatalmente decorre do direcionamento dos recursos desviados do projeto Jampa Digital em prol das candidaturas dos mesmos ao governo da Paraíba." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Absolvidos da acusação de envolvimento com o mensalão, o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes pediram o desbloqueio de seus bens ao Supremo Tribunal Federal. O bloqueio dos bens de ambos foi determinado no decorrer da tramitação do processo pelo relator do caso, ministro Joaquim Barbosa.

Os advogados de Duda Mendonça e Zilmar Fernandes argumentam, no pedido, que o desbloqueio é uma consequência lógica da absolvição de ambos das acusações de que teriam lavado e remetido criminosamente recursos para o exterior. O dinheiro seria pagamento pela campanha eleitoral de Lula em 2002.

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O bloqueio foi pedido pelo Ministério Público Federal como forma de garantir o pagamento da dívida que Duda Mendonça e Zilmar teriam com o Fisco. Na época, o MP calculava em aproximadamente R$ 30 milhões. Mas a defesa dos dois refutava a conta, mas admitia uma dívida próxima a R$ 7 milhões. Relator do processo, Joaquim Barbosa deferiu pedido de bloqueio dos bens em 2006.

Antes de iniciado o julgamento do mensalão, Duda Mendonça já havia acertado com o Fisco o pagamento dos tributos que deixou de recolher. Fato que foi lembrado por durante o julgamento da ação penal.

Em 2008, antes do julgamento, Duda Mendonça tentou reverter a decisão e desbloquear seus bens. Ele argumentava que metade dos R$ 7 milhões devidos já havia sido paga à Receita. O restante, de acordo com ele, estaria em discussão na esfera administrativa.

Além disso, tentava desbloquear especialmente os bens imóveis, pois sua empresa precisava vendê-los para ter uma "sobrevida financeira" e se livrar da falência. Na época, a defesa de Duda Mendonça argumentou que em razão do escândalo do mensalão, houve redução drástica nas receitas da empresa. Joaquim Barbosa negou o pedido.

Na abertura da sessão do julgamento do mensalão desta tarde, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou atrás no seu voto e decidiu condenar o publicitário Duda Mendonça e a sócia dele, Zilmar Fernandes, pelo crime de evasão de divisas. O ministro Joaquim Barbosa, relator da ação que inicialmente havia votado pela absolvição da dupla, também acompanhou Mendes, considerando os dois culpados. A mudança dos dois votos, contudo, não altera o resultado pela absolvição deles do crime: 7 votos para livrá-los e 3 para condená-los.

Gilmar Mendes disse inicialmente que, após o voto que deu na segunda-feira, retornou ao gabinete para analisar "algumas questões fáticas dos autos". O ministro afirmou que o fato de alguém ter uma dívida a receber em razão de um trabalho não lhe permite ganhar de qualquer maneira. "A licitude do seu crédito não lhe dá o direito de receber de qualquer forma", afirmou. Ele comparou a situação com alguém que receba uma dívida de um produto de um roubo.

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No voto, o ministro explorou ainda mais a argumentação que havia usado na sessão passada para considerar os dois culpados pelo crime de lavagem de dinheiro. Nas alegações finais, o Ministério Público pediu ao STF que alterasse o enquadramento penal da dupla, embora a Corte tenha rejeitado a mudança durante o julgamento.

Mendes disse que a conta Düsseldorf, pela qual Duda e Zilmar receberam no exterior as dívidas da campanha presidencial de 2002, foi aberta em 19 de fevereiro de 2003. O ministro observou o primeiro empréstimo da SMP&B com o Banco Rural, no valor de R$ 10 milhões, foi firmado em oito dias antes. Foi Valério, a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que abasteceu os milionários repasses para a Düsseldorf. Além disso, o primeiro saque da conta de uma das empresas de Valério para quitar despesas a pedido do PT ocorreu no final de 2002.

O ministro disse que iria seguir o voto do colega Marco Aurélio Mello, único que havia, até o momento, votado por condenar a dupla. Segundo Mello, os dois eram obrigados por lei a declarar os mais de R$ 10 milhões que receberam em uma conta no exterior em recursos como pagamento da dívida da campanha. "Reconheço a prática delitiva de evasão de divisas", afirmou.

Em seguida, o relator Joaquim Barbosa também pediu para votar a favor da condenação de Duda e Zilmar. "Pode me incluir, é absolutamente verdadeiro e incontornável o que disse Gilmar Mendes", disse. "Os acusados eram partícipes do crime", completou Mendes, pouco depois.

Conhecido pelo estilo espalhafatoso, pelas festas promovidas, pelo gosto por artigos caros - como barcos e helicópteros, além de fazendas - e competições que envolvem animais, como vaquejadas e as ilegais rinhas de galo, o publicitário Duda Mendonça optou por fugir dos holofotes nas semanas que antecedem o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O publicitário não tem sido visto nas sedes de sua principal agência, a Duda Propaganda, em Salvador e em São Paulo. "Tem ficado mais no ar do que na terra", contou uma das funcionárias da empresa na capital baiana. Duda tem alternado períodos na Europa - onde também possui agências - com outros em suas fazendas e casas de praia na Bahia e no Pará.

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"Ele quis dar um tempo", admite um dos filhos de Duda, o empresário Alexandre Mendonça. "Muitas coisas que foram publicadas sobre ele não são verdadeiras ou foram tiradas de contexto. Por isso, ele está tomando uma série de pequenos cuidados, para que essas coisas não aconteçam de novo neste momento."

Antes mesmo do escândalo do mensalão, Duda protagonizou em 2004 uma situação embaraçosa ao ser preso durante operação da PF de repressão a uma rinha de galo no Rio. Ele voltou a atuar em campanhas eleitorais e no ano passado trabalhou pela divisão do Pará e a criação de mais dois Estados - campanha derrotada no plebiscito. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Nas suas alegações finais encaminhadas aos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, a defesa de Duda Mendonça sugere que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pode ter feito outras remessas para o exterior além dos recursos depositados na conta de uma offshore criada pelo publicitário nas Bahamas.

Em agosto de 2005, no auge do escândalo do mensalão, durante depoimento à CPI dos Correios, Duda Mendonça afirmou aos parlamentares que, do pacote de R$ 25 milhões fechado com o PT para a campanha de 2002, cerca de R$ 10,5 milhões foram depositados no ano seguinte na conta da Dusseldorf Company, vinculada ao BankBoston em Miami.

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Contestando a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR), versão sustentada também pela defesa de Valério, os advogados do publicitário afirmam que "é falacioso o argumento de que eles (os acusados, Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes) foram os únicos que receberam valores no exterior e que, por essa razão, mentiram ao afirmar que agiram assim por determinação de Marcos Valério".

No documento de 16 páginas encaminhado em abril ao Supremo, os advogados Tales Castelo Branco e Frederico Crissiúma - que posteriormente deixaram a representação dos réus - destacam que a revelação "dessas operações só veio à tona em razão da confissão dos acusados". "O que ocorreu, na verdade, é que o Ministério Público Federal e a CPMI dos Correios não foram capazes de descobrir outros pagamentos efetuados por Marcos Valério no exterior. Isso não significa, em absoluto, que outras situações irregulares não possam ter ocorrido, ainda mais considerando-se a identificação das 'unidades externas do Banco Rural, formais e clandestinas', como o Ministério Público Federal anotou em alegações finais." Procurado, o advogado Luciano Feldens, novo representante de Duda Mendonça, não foi localizado.

Crimes

O publicitário e sua sócia respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. No memorial encaminhado ao STF, a defesa sustenta que os acusados desconheciam a origem ilícita dos recursos depositados na conta Dusseldorf e que eles estavam dispensados de apresentar declaração de depósitos no exterior conforme regra do Banco Central.

Outro lado

"Não há nenhum outro caso em que o pagamento tenha sido feito no exterior a não ser o de Duda", reagiu o criminalista Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério. "Ele (Duda) insinua, supõe, faz conjectura, mas não tem prova concreta. De todas as pessoas da lista de pagamentos feitos pelo Marcos Valério, atendendo ao pedido do Delúbio (Soares) para o PT e partidos da base aliada, o único pagamento no exterior foi o do Duda."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Eduardo Kattah e Fausto Macedo)

O PT de Fortaleza iniciou entendimentos para que o marqueteiro Duda Mendonça comande a candidatura de Elmano de Freitas, ex-secretário da Educação, à sucessão da prefeita Luizianne Lins (PT).

Uma primeira conversa entre Elmano, Luizianne e Duda aconteceu no feriado de Corpus Christi. Duda chegou a dizer que será fácil trabalhar o nome de Elmano, pois ele conta com o apoio da presidenta Dilma Roussef, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Luizianne. Independentemente de o governador Cid Gomes, presidente estadual do PSB, apoiar a candidatura do petista, Duda considera que será possível eleger o sucessor de Luizianne.

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O marqueteiro terá a missão de tornar conhecido o ex-secretário de Educação de Luizianne. Ele disse que vai mostrar na campanha os avanços conquistados na administração de Luizianne, na qual Elmano faz parte desde o primeiro mandato (2005-2008). Antes de assumir a pasta da Educação, Elmano comandava na Prefeitura o Orçamento Participativo, que libera recursos públicos à medida da demanda da comunidade.

O publicitário Duda Mendonça trocou de advogado às vésperas do julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Duda e sua sócia, Zilmar Fernandes, são réus na ação por lavagem de dinheiro e evasão de divisas e eram defendidos desde 2005 pelo criminalista Tales Castelo Branco. A defesa da dupla foi assumida pelo advogado Luciano Feldens.

A banca de advocacia de Feldens atua na defesa do banqueiro Daniel Dantas no caso da Operação Satiagraha, deflagrada em julho de 2008 pela Polícia Federal. No ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou uma condenação de Dantas por considerar ilegal a participação de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na ação policial. O Ministério Público recorreu da decisão ao Supremo.

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Em julho do ano passado, o Ministério Público Federal pediu, nas alegações finais, a condenação de Duda e Zilmar pelos dois crimes. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sustenta que há farta prova de que eles receberam no Brasil e no exterior mais de R$ 10 milhões do esquema comandado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, a mando da cúpula do PT. No depoimento mais dramático da CPI dos Correios, em agosto de 2005, Duda Mendonça admitiu ter recebido parte da dívida da campanha presidencial de Lula em recursos pagos fora do País via caixa dois.

No final de julho de 2011, Tales sustentou, também nas alegações finais, que não há crime no fato de seus clientes terem mantido depósito no exterior. O advogado disse também que, como o saldo da conta no final do ano era menor de R$ 100 mil, não havia a exigência, segundo as normas do Banco Central, de declarar esse recurso. Essa tese já constava de parecer que Tales encomendara a Luciano Feldens. Além disso, pela legislação atual, o crime de lavagem de dinheiro precisa ter um delito antecedente, o que, disse o ex-defensor nas alegações, não há.

O motivo de Tales ter deixado a defesa de Duda e Zilmar, segundo pessoas próximas que acompanharam o caso, seria um desentendido ao longo da condução do caso. A troca de advogados no processo foi oficializada ao Supremo no final do mês passado. Procurado, Tales não quis comentar o que o levou a desistir da causa. O ex-defensor acredita que os dois serão inocentados no julgamento. "Acredito piamente não só na absolvição, mas também na inocência deles", afirmou Tales.

O atual advogado, que também preferiu não falar sobre a troca na defesa, disse que o caso da dupla "independe de ter havido mensalão". "No caso de Duda, não se trata de interpretação de prova, se trata de falta de base legal da acusação", disse Feldens, que não descarta pedir novas diligências antes do julgamento do processo. A reportagem não localizou Duda ou Zilmar.

Na semana que vem, os ministros do Supremo se reúnem para definir regras do julgamento (se o tribunal fará sessões nas manhãs e às tardes, por exemplo). A previsão é que o julgamento ocorra até agosto, antes da aposentadoria do ministro do STF Cezar Peluso.

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