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Uma reunião realizada na véspera do dia 8 de janeiro deste ano entre o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos, e o então secretário adjunto de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando de Souza Oliveira, poderia ter evitado a invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes.

O alto escalão da PF pediu ao governo local para impedir que a manifestação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocorresse na Esplanada dos Ministérios. Os agentes federais dispunham de relatórios que comprovavam o teor golpista dos atos e a escala que a mobilização tomou nos dias que antecederam o ataque. O apelo, no entanto, acabou recusado pelo secretário, que alegou se tratar de um ato "pacífico".

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Os detalhes do encontro estão descritos num documento enviado pela Direção-Geral da PF à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro. O relatório informa que também participaram da audiência na véspera dos atentados golpistas a coronel da Polícia Militar, Cíntia Queiroz, o coordenador de contrainteligência da PF, Thiago Severo, e o então chefe do Comando de Operações Táticas (COT). O ofício que reconstitui a reunião é assinado pelo delegado Luiz Eduardo Navajas, que atua como chefe de gabinete de Andrei Passos.

Na reunião, Andrei manifestou preocupação com "o deslocamento de pessoas para Brasília" para participar de atos no dia seguinte "objetivando ocupar a Esplanada dos Ministérios e contestar o resultado das urnas eleitorais". Em outro documento enviado à CPMI, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que até o dia 7 de janeiro já haviam chegado 40 ônibus ao Quartel General do Exército na capital federal e outros 105 veículos fretados, com 3.951 passageiras, estavam a caminho.

De acordo com a PF, Andrei "destacou na ocasião o elevado grau de ameaça à segurança e solicitou providências visando o isolamento da Esplanada dos Ministérios de modo a impedir a aproximação daquelas pessoas que se mostravam, pelas redes sociais, inconformadas com os resultados das eleições presidenciais".

Andrei também apontou que a organização das manifestações e o seu teor golpista foram amplamente divulgados nas redes sociais. A Secretaria de Segurança Pública, por sua vez, disse que estava ciente e que havia "se planejado adequadamente para manter a segurança diante do evento anunciado".

O documento ainda narra um embate de percepções a respeito do que se tratava os atos convocados para o dia 8 de janeiro. A PF argumentou que "aquela movimentação seria, em tese, por si só um ato criminoso, pois atentaria contra o estado democrático de direito, conforme legislação de regência". Já a Secretaria alegou "que se trataria de uma simples manifestação de cunho pacífico".

Sem um acordo satisfatório com o governo do DF, Andrei determinou que fosse encaminhado ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), um ofício com o relato do "cenário crítico que se apresentava e dos possíveis acontecimentos que poderiam advir". O diretor-geral da PF sugeriu a Dino que fosse realizada nova reunião com a Secretaria de Segurança Pública para que "o trânsito desses veículos seja impedido para evitar maiores incidentes e atos de vandalismo, como os ocorridos em 12/12/2022?, quando vândalos tentaram invadir a sede da PF em Brasília e cometeram diversos atos de terrorismo após a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"O objetivo dessas pessoas seria reunir na capital federal grande quantidade de manifestantes que, dentre outras ações, teriam a intenção de "tomar o poder", de "impedir a instalação do comunismo no Brasil", sem determinarem, especificamente, quais ações adotariam ao chegar a esta capital federal para atingirem o seu intento", diz o documento enviado pelo diretor-geral da PF a Dino.

"Pelas informações coletadas até o momento, o grupo pretende promover ações hostis e danos contra os prédios dos Ministérios, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal", prosseguiu. No dia 7 de janeiro, Dino publicou no Twitter que conversou com o governado do DF, Ibaneis Rocha.

Em outro documento assinado no dia 6 de janeiro, a coronel Cíntia Queiroz, então subsecretaria de Operações Integradas, responsável pelo planejamento da segurança dos atos, afirma que a Esplanada poderia ser fechada "mediante acionamento da SSP".

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) disse que "todos os fatos relacionados à operação do dia 8 de janeiro de 2023 estão em processo de apuração".

"A SSP informa, ainda, que não comenta investigações em curso", concluiu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que reestrutura os ministérios e vetou trechos que havia prometido à ministra do Meio Ambiente, Mariana Silva, para preservar a atuação da pasta em áreas estratégicas do ponto de vista ambiental e evitar o esvaziamento das funções da ministra. Lula barrou trechos que deixavam a cargo do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Política Nacional de Segurança Hídrica e a gestão de recursos hídricos, ações historicamente coordenadas pelo Meio Ambiente.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público, pois a gestão das águas é tema central e transversal da política ambiental, da qual a água constitui um dos recursos ambientais da Política Nacional do Meio Ambiente", diz a razão do veto apresentada pelo Palácio do Planalto ao Congresso. "O êxito da implementação das Políticas Nacionais de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente, que historicamente no Brasil foram desenvolvidas de forma alinhada, serviu de referência para a construção dos modelos estaduais de gerenciamento de recursos hídricos e meio ambiente, inspirados no modelo da União, facilitou a articulação e o alinhamento necessários para a gestão das águas em suas diferentes dominialidades", reforça.

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Sobre a gestão dos recursos hídricos, o governo alega que a questão abrange aspectos que vão além da garantia da infraestrutura hídrica, "o que pressupõe compreender a água como um bem de domínio público, cuja disponibilidade em qualidade e em quantidade, como insumo para as atividades humanas, é indissociável da manutenção dos processos ecológicos e sua interação com a adaptação às mudanças climáticas."

A nova lei é fruto do projeto de conversão de medida provisória editada por Lula no primeiro dia seu terceiro mandato para dar um novo desenho à Esplanada. O texto, porém, sofreu várias alterações na Câmara, desfigurando a proposta original pensada pelo governo Lula. A transferência da Política Nacional de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente para a pasta da Integração e Desenvolvimento Regional, por exemplo, é um desejo do chamado Centrão, mas muito criticada por ambientalistas. As mudanças no texto causaram impasses e embates entre governo e parlamentares, resultando, ao final, em uma aprovação no limite do prazo de vencimento da MP.

Lula vetou também o dispositivo que previa como competência do Ministério das Cidades o planejamento, a coordenação, a execução, o monitoramento, a supervisão e a avaliação das ações referentes ao saneamento e às edificações nos territórios Indígenas. "A proposição legislativa contraria o interesse público, pois inviabilizaria a utilização do saneamento ambiental e das edificações indígenas como determinantes ambientais de saúde, indicadores fundamentais para embasar as tomadas de decisão em dados epidemiológicos, conforme estabelecido pela Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e geraria impactos negativos diretos na saúde das populações indígenas", defende o Planalto.

Abin

Um outro ponto vetado por Lula diz respeito à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A proposição rejeitada estabelece que competiria ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República coordenar as atividades de inteligência federal. No entanto, argumenta o governo, a Lei nº 9.883, de 7 de dezembro de 1999, estabelece que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, responsável por planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País. "A supressão do inciso elide, assim, o conflito de competência".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou que vai se reunir ainda nesta quarta-feira, 31, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "Depois da reunião, eu falo com vocês", disse o petista ao ser questionado por jornalistas se, de fato, pretende se encontrar com o líder do Centrão, como informou mais cedo o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A reunião entre Lula e Lira foi articulada após uma ligação telefônica entre os dois e em meio à crise do governo na relação com a Câmara. Lula precisa que Lira paute a votação da MP dos Ministérios, e assegure a vitória, sob pena de a Esplanada voltar à configuração deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já nesta sexta-feira, 2.

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A declaração de Lula a jornalistas foi feita na saída da Aeronáutica, onde o presidente participou de uma reunião sobre assuntos estratégicos com o Alto-Comando, seguida de um almoço.

Nesta quarta-feira, 30, a Câmara adiou a votação da MP dos Ministérios e deixou uma bomba-relógio para o governo. O texto vale até esta quinta-feira, 1.º, e, como mostrou o Estadão, pode levar 17 ministros a perderem seus postos, caso caduque.

Há ainda o temor de que deputados de União Brasil, Republicanos e PP votem contra a MP em razão da insatisfação do Centrão com a articulação política do Palácio do Planalto. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, já anunciou que o partido que faz oposição a Lula deve se posicionar contra a MP.

Líderes partidários já defendiam a entrada de Lula "em campo" para atenuar a crise e minimizar a resistência dos parlamentares. Há reclamações principalmente sobre o ritmo de liberação de emendas e a demora na nomeação de aliados para cargos regionais.

Como mostrou a Coluna do Estadão, a ordem no Planalto é pagar as emendas parlamentares e destravar as nomeações políticas nos Estados e ministérios. O assunto virou tema da reunião de emergência convocada por Lula com os ministros palacianos para tratar da MP dos Ministérios.

O clima de desgaste deu os primeiros sinais quando a Câmara aprovou o Projeto de Lei do Marco Temporal, em uma derrota ao governo petista. Por 283 votos a 155, os deputados estabeleceram que só podem ser demarcadas terras indígenas que estivessem ocupadas depois da promulgação da Constituição de 1988.

Como mostrou o Estadão, há ainda outro impasse a ser gerido. Lira quer a demissão do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). O presidente da Câmara ficou furioso com um tuíte do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é seu adversário político e pai do ministro. Na postagem, Calheiros escreveu que Lira é "caloteiro", "desvia dinheiro público" e "bate em mulher".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião de emergência na manhã desta quarta-feira, 31, no Palácio da Alvorada, para discutir com seus principais auxiliares a crise em torno da Medida Provisória (MP) da reestruturação dos ministérios. O governo identificou risco real de o texto, que vence nesta quinta-feira, dia 1º, não ser votado a tempo no Congresso. A consequência seria a retomada da formatação da Esplanada de Jair Bolsonaro (PL) já no dia 2.

Publicada no primeiro dia da nova gestão, a MP determinou a "espinha dorsal" do governo Lula, definindo um total de 37 pastas, sendo 31 ministérios e seis órgãos com igual status. Caso ela perca a validade, 17 ministérios deixarão de existir, como mostrou o Estadão. Um deles seria o do Planejamento, de Simone Tebet, figura central do governo.

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O relatório apresentado pelo relator da MP, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), manteve as pastas criadas por Lula, mas alterou competências de algumas delas, como as do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, e foi aprovado por ampla maioria - 15 votos a favor e 3 contra - na comissão especial mista que o apreciou na semana passada. Na prática, os ministérios de Marina Silva e Sonia Guajajara foram "desidratados".

Na semana passada, Lula havia dito que trabalharia para reverter o esvaziamento das competências das duas pastas e tentou minimizar a crise. O presidente chegou a dizer que às vezes "acorda com notícias parecendo que o mundo acabou".

Nesta terça-feira, 30, porém, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, contradisse o discurso do presidente e afirmou que o governo defenderia o relatório da MP dos Ministérios "do jeito que está".

A reunião no Palácio da Alvorada teve a presença de Padilha e do ministro Rui Costa (Casa Civil), além do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Pouco depois, Lula recebeu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, dando seguimento à pauta de política externa.

De acordo com relatos, Lula quer um esforço de guerra para votar o texto nesta quarta-feira, com todo o governo mobilizado. Até mesmo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que mantém boa relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi convocado. Na noite desta terça, Lira adiou a votação da MP da reestruturação após identificar risco de derrota do texto.

Marco temporal

Pouco antes do adiamento, a Câmara já havia imposto outra derrota a Lula ao aprovar o projeto de lei 490/2007, o chamado PL do Marco Temporal. Apesar de governistas terem tentado adiar a votação, a proposta contou também com votos de parlamentares de partidos da base. Como mostrou o Estadão, Lula tem acumulado derrotas no Congresso - já são cinco em cinco meses de governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira, 26, com as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, e disse que o governo vai trabalhar para reverter o esvaziamento de suas pastas promovido pelas mudanças feitas pela Câmara no texto da Medida Provisória (MP) de reestruturação da Esplanada dos Ministérios. O texto removeu competências importantes das duas titulares do primeiro escalão do governo e teve voto de quatro parlamentares do PT, sem que o governo atuasse para proteger as pastas de Marina e Sônia Guajajara.

O encontro entre Lula e as ministras ocorreu no Palácio do Planalto. Também participaram da reunião o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom).

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"Feita a avaliação, a gente precisa reafirmar a prerrogativa de quem ganhou a eleição e de quem ganhou a implementação de um projeto político. A prerrogativa é do governo de poder se organizar para melhor forma possível", disse Rui Costa. "Portanto, o governo continuará trabalhando para nos outros espaços administrativos que a MP tramitará para que os conceitos originais que foram mexidos e, em nossa opinião estão desalinhados com as políticas que precisam ser implementadas, que nós possamos retomar o conceito original", completou.

Marina e Guajajara não participaram da entrevista em que os ministros relataram o que foi tratado na reunião com Lula.

Lula também chamou para o encontro a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck. Caso o relatório seja aprovado, a pasta de Esther Dweck será responsável pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), até então alocado no Ministério do Meio Ambiente.

O CAR é o registro público eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais e funciona como um dos principais instrumentos do governo contra a grilagem de terras e para o controle do desmatamento no País.

A desidratação das pastas de Marina e Guajajara gerou reação em grupos organizados da sociedade civil e dentro do próprio governo. Marina chegou a falar em "resistir" e reagiu ao ato do Congresso ao dizer que os parlamentares "estão transformando a MP da gestão do governo que ganhou na MP do governo que perdeu", numa alusão à estrutura da Esplanada durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), que desmontou a área ambiental para privilegiar os interesses da bancada ruralista.

Além do CAR, a pasta de Marina perdeu a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para o Ministério da Integração e a gestão de resíduos sólidos para o Ministério das Cidades. Já Guajajara não terá mais sob seu comando a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), devolvida ao Ministério da Justiça.

Apesar da ofensiva do Centrão contra a estrutura de Ministérios idealizada pelo núcleo duro do governo durante a transição, Lula tem minimizado as perdas de seus subordinados. Em publicação no Twitter na última quinta-feira, 25, o presidente escreveu "o jogo" apenas começou e que as pessoas "não podem se assustar com a política".

Nesta sexta-feira, o ministro Padilha afirmou ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que Marina desempenha o papel de "sustentar" a agenda ambiental da gestão Lula. Quando questionado sobre a possível saída da ministra do governo, Padilha disse que "em nenhum momento isso entrou em discussão".

Além de ter seu ministério desconfigurado pelo Centrão, Marina também entrou em confronto com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em torno de um pedido da Petrobras para exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.

Lula também chamou ao Planalto os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, no Senado, Jacques Wagner, e na Câmara, José Guimarães. Eles serão os responsáveis por negociar eventuais modificações no relatório apresentado pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que acabou aprovado por 15 votos a 3 na Comissão Mista que analisa a proposta de reestruturação do governo Lula.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou nesta quinta-feira, 25, o esvaziamento dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de Marina Silva, e dos Povos Originários, de Sônia Guajajara. O petista participou de cerimônia do Dia da Indústria na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo o presidente, a intervenção do Congresso é "normal".

Nesta quarta-feira, 24, a comissão especial formada por deputados e senadores para tratar da Medida Provisória (MP) dos Ministérios aprovou parecer que enfraqueceu as pastas de Marina e Sônia. Quatro parlamentares do PT deram aval às mudanças. "Tem dias que a gente acorda com notícias parecendo que o mundo acabou. Eu fui ver o que estava acontecendo, era a coisa mais normal", disse o presidente a empresários, ao lado também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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"Até então a gente estava mandando a visão de governo que nós queríamos. A comissão no Congresso Nacional resolveu mexer. Coisa que é quase impossível de mexer na estrutura de governo, porque é o governo que faz. E agora começou o jogo. Nós vamos jogar, vamos conversar com o Congresso, vamos fazer a governança daquilo que a gente precisa fazer", disse o presidente.

Lula encerrou o assunto defendendo a política e a negociação. "O que a gente não pode é se assustar com a política. Quando a sociedade se assusta com a política e começa a culpar a classe política, o resultado é infinitamente pior. É na política que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas do País", afirmou o petista.

Almoço com o presidente

Antes de ir para a Fiesp, Lula almoçou com Marina Silva no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em um evento em homenagem ao Dia da África. O encontro foi registrado pela ministra, que publicou uma fotografia ao lado do presidente.

Mais cedo, em entrevista à GloboNews, Marina disse que o governo está vivendo "a crise dos seis meses" e comparou o cabo de guerra no Congresso com o que passou nos primeiros mandatos de Lula, quando também foi ministra. Na época, ela deixou o governo após a gestão petista dar aval para a construção da Usina de Belo Monte, em Altamira (PA).

Ela também criticou a atual articulação política do Palácio do Planalto no Congresso. "Ninguém constrói uma maioria porque tem vontade. A gente constrói quando há condições objetivas para isso. E, nesse momento, o governo vive, sim, essa dificuldade."

Diante da convocação de novo protesto bolsonarista para "retomada do poder" por meio de mensagens em redes sociais, autoridades do governo Lula já admitem pedir auxílio às Forças Armadas na proteção de prédios públicos em Brasília. Os militares devem atuar na Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes, com envio de soldados e equipamentos militares, como viaturas e blindados do Exército.

Essa é uma previsão já tratada em reuniões prévias por ministros Lula e comandantes das Forças Armadas. O decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, editado por Lula no domingo e vigente ao menos até o fim de janeiro, prevê que o interventor Ricardo Capelli "poderá requisitar a quaisquer órgãos, civis e militares, da administração pública federal, os meios necessários para consecução do objetivo da intervenção". No entendimento de oficiais do Exército, esse artigo abarca o envolvimento de militares.

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As Forças Armadas já desempenham, rotineiramente, a segurança de alguns edifícios da Esplanada, como o Palácio Itamaraty, o Ministério da Defesa e o Palácio do Planalto. No último, além de militares do Gabinete de Segurança Institucional, o Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) atua na proteção. No domingo, 8, esse efetivo não estava presente para assegurar a proteção do Planalto e isso gerou críticas sobre a atuação do BGP no episódio.

O Exército chegou a colocar de prontidão no domingo, 8, 2,5 mil soldados subordinados ao Comando Militar do Planalto. Dois blindados Guarani foram às ruas pela primeira vez, mas ficaram no limite do Setor Militar Urbano, área de segurança militar onde fica o Quartel-General do Exército, em frente ao qual acampavam por dois meses extremistas e intervencionistas.

Sem um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), no entanto, não há respaldo legal para que militares das Forças Armadas atuem em atividades de segurança pública de forma mais ampla e com poder de polícia. Mesmo que houvesse uma GLO em curso, ela deveria ter um período e zona específica de atuação, não sendo aplicada de forma indiscriminada.

Quando autorizadas, as GLOs ativam os comandos operacionais das Forças Armadas, que passam a desempenhar ações preventivas e repressivas para "preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio". O controle operacional das forças de segurança passa a uma autoridade militar formalmente designada.

A GLO é prevista constitucionalmente e autoriza, a pedido de um dos poderes, o emprego das Forças Armadas. Ela é considerada um segundo passo na escala de resposta aos distúrbios, aplicada em casos de esgotamento dos instrumentos das forças de segurança pública, mais dura que a intervenção federal e menos grave do que o Estado de Defesa.

Desde 1992, as GLOs já foram aplicadas 145 vezes, conforme dados do Exército, da Marinha e do Ministério da Defesa.

Em maio de 2017, o então presidente Michel Temer usou a GLO para escalar militares das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, após atos de vandalismo e depredação ao fim de uma greve geral organizada por centrais sindicais e movimentos de esquerda contra a reforma trabalhista e a favor de sua saída do cargo. O decreto ocorreu a pedido do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Na ocasião, houve dura repressão por parte da PM à greve geral, mas mesmo assim sedes de ministérios como, os da Agricultura e da Cultura, foram depredadas, inclusive com tentativas de incêndio.

O decreto de GLO na Esplanada durou menos de 24 horas. Ele foi revogado por Temer na manhã seguinte à sua edição, diante da retomada da ordem. Inicialmente, duraria por 15 dias. O Ministério da Defesa delimitou a ação das Forças Armadas à proteção de prédios.

A Polícia Militar do Distrito Federal fechou, no final da manhã desta quarta-feira (11), a Esplanada dos Ministérios para o trânsito de veículos. A ação foi tomada, de acordo com militares, porque está prevista uma manifestação de bolsonaristas na tarde de hoje.

Nesta quarta-feira, com a possível realização de novas manifestações antidemocráticas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que autoridades de todos os níveis federativos adotem as providências necessárias para impedir tentativas de ocupação ou bloqueio de vias públicas, assim como de espaços e prédios públicos em todo o território nacional.

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No último domingo (8), golpistas invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF e vandalizaram o interior desses prédios.

A posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser de festa, com direito a dois palcos e telões que devem ser espalhados pela Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal. Tudo ainda está sendo discutido, mas integrantes do PT preveem que as apresentações comecem a partir do meio-dia do dia 1º de janeiro do próximo ano.

Segundo O Globo, diversos artistas se colocaram à disposição para participar da posse de Lula e cantar para a multidão que vai acompanhar o evento. Essas apresentações só seriam interrompidas para exibir a cerimônia institucional que acontece em três fases: no Congresso, onde Lula toma posse, a troca de faixa que acontece no Palácio do Planalto, e a recepção de chefes de Estado. 

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Também está sendo discutida a possibilidade de que as comemorações comecem no dia 31 de dezembro deste ano, emendando a festa de réveillon com a posse. "Uma das grandes questões é como receber tanta gente, arrumar lugares para que essas pessoas possam ficar acolhidas. A rede hoteleira está quase tomada", disse o ex-ministro Gilberto Carvalho ao jornal. 

É justamente por isso que o PT deve solicitar passe livre de transporte público em Brasília, pedir uso de áreas públicas para campings, escolas e até incentivar militantes do partido para que hospedem os apoiadores de Lula que viajarão para participar da posse em Brasília.

Depois de a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocar a esposa do ex-presidente da República, Janja da Silva, na propaganda eleitoral, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sugeriu nesta quarta-feira (7) comparar as "primeiras-damas".

"Podemos fazer várias comparações, até entre primeiras-damas", disse Bolsonaro, em discurso em carro de som na Esplanada dos Ministérios, após o desfile que marcou as comemorações da Independência do Brasil.

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De olho no eleitorado feminino, no qual tem alta rejeição, o presidente disse que Michelle Bolsonaro "muitas vezes está na minha frente, não ao meu lado" e disse recomendar aos amigos solteiros que estão "cansados de serem felizes" que se casem "para serem mais felizes ainda".

Logo depois, o presidente beijou a primeira-dama e, ovacionado, aproveitou para puxar um coro de "imbrochável, imbrochável, imbrochável".

O presidente da República, Jair Bolsonaro, mandou um recado às autoridades dos outros Poderes que preferiram não comparecer à cerimônia da manhã desta quarta-feira (7), na Esplanada, após o mandatário fazer da cerimônia em comemoração ao Bicentenário do Brasil um ato político. "Hoje todos sabem quem é o Executivo, Câmara, Senado e todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal", disse o presidente de cima de um carro de som estacionado em frente ao Congresso Nacional.

Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), preferiram não comparecer às comemorações do 7 de Setembro para não terem suas imagens vinculadas à do presidente, temerosos com o tom do discurso de Bolsonaro.

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De fato, o presidente não tratou de amenizar o clima, como queriam integrantes da ala mais moderada da campanha.

"Com reeleição, traremos para dentro das quatro linhas da Constituição todos que ousam ficar fora delas. É obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição", disse em discurso aos apoiadores, após o desfile cívico-militar.

Em outro momento, ele disse que todos podem "ser melhores no futuro" e criticou as pesquisas de intenção de voto, que o colocam atrás e seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Aqui não tem mentirosa Datafolha, é o nosso data povo", disse, ovacionado.

Entre os manifestantes, alguns seguravam faixas com pedidos de impeachment do STF Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Pelo impeachment de Alexandre de Morais", diz uma das faixas, com a grafia errada do sobrenome do ministro.

Auxílio Brasil, inflação e combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou discurso em carro de som na Esplanada dos Ministérios para destacar dados econômicos como a criação de empregos, a queda da inflação e dos preços de combustíveis. Na fala a apoiadores, logo após o desfile que marcou as comemorações da Independência, o presidente também ressaltou a criação do Auxílio Brasil, que disse ser um dos programas sociais mais abrangentes do mundo.

"O Brasil ressurge com a economia pujante e uma das gasolinas das mais baratas do mundo. Tem recorde de criação de empregos e inflação despencando", alegou o presidente da República.

Bolsonaro acrescentou que o País respeita a propriedade privada e "combate a corrupção para valer".

O presidente voltou a dizer que o Brasil passou por questões que agravaram as dificuldades econômicas, como a pandemia, e reclamou da "política errada do fica em casa", contrariando, mais uma vez, recomendações de cientistas que defenderam o isolamento social no início da pandemia para tentar controlar a disseminação do vírus em um momento em que ainda não havia vacina.

Ele disse ainda que o Brasil enfrentou consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Utilizadas eleitoralmente pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, bandeiras do Brasil são distribuídas nesta quarta-feira a apoiadores do governo federal presentes ao desfile cívico-militar de 7 de setembro em Brasília por um funcionário do Palácio do Planalto. O colaborador usa crachá da Presidência da República.

Bolsonaristas chegam paulatinamente à Esplanada dos Ministérios, sede do desfile e, depois, de discurso do presidente. Quem chegou primeiro conseguiu se sentar em arquibancada instalada ao lado da área reservada à imprensa e recebeu as bandeirinhas do funcionário do governo.

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Os apoiadores têm comemorado a chegada dos ministros à Esplanada com aplausos, gritos de "mito" e de "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão".

Sob aplausos de apoiadores, o presidente e a primeira-dama Michelle chegaram à Esplanada dos Ministérios para acompanhar o desfile que marca os 200 anos da Independência do Brasil.

O chefe do Executivo, que após o desfile vai discursar em carro de som instalado em frente ao Congresso Nacional e ao lado de tanques de guerra, usa faixa presidencial. Ministros de Estado marcam presença na área reservada às autoridades, mas outros chefes de poder preferiram se ausentar para evitar associações com o tom eleitoral concedido ao evento.

Os ministros Paulo Guedes (Economia), Marcelo Queiroga (Saúde) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência) também chegaram Esplanada dos Ministérios. Antes, os auxiliares do presidente participaram de um café da manhã com o candidato à reeleição no Palácio da Alvorada.

O chefe do Executivo quer mostrar unidade do governo no momento em que tenta fazer do 7 de setembro um ato político que impulsione seus planos eleitorais.

Na Esplanada, militantes o esperam vestidos com camisetas verde-amarelas e carregando bandeiras do País.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), reuniu ministros para um café da manhã no Palácio do Alvorada na manhã desta quarta-feira (7), antes do desfile cívico-militar em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil. Candidato à reeleição, o chefe do Executivo quer mostrar unidade do governo no momento em que tenta fazer do 7 de setembro um ato político que impulsione seus planos eleitorais.

O café da manhã não constou da agenda oficial de Bolsonaro, mas entrou na do ministro da Economia, Paulo Guedes.

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O início do desfile está marcado para as 9 horas, na Esplanada dos Ministérios.

O presidente deve assistir à solenidade e, depois, discursar a apoiadores em um trio elétrico em frente ao Congresso.

À tarde, Bolsonaro viajará ao Rio de Janeiro para participar de um ato político na Avenida Atlântica, em Copacabana, com apresentações das Forças Armadas. Na orla carioca, é esperado um pronunciamento ainda mais inflamado do que em Brasília.

Em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro participou de manifestações antidemocráticas e chegou a afirmar que não cumpriria mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A declaração gerou uma crise institucional no País. Naquela vez, o conflito só foi apaziguado com uma carta pública de recuo do chefe do Executivo, dois dias depois, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, que indicou Moraes à Corte.

Em postura que expõe o tom político-eleitoral dado às comemorações do 7 de setembro, apoiadores do presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), presentes à Esplanada dos Ministérios para acompanhar o desfile cívico-militar entoam o grito de ordem "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", em referência ao principal adversário do chefe do Executivo na eleição, e ofendem a imprensa. O espaço reservado aos jornalistas é separado do público em geral por um pequeno alambrado.

O desfile para marcar o Bicentenário da Independência do Brasil acontece em frente ao Ministério da Defesa e será acompanhado por Bolsonaro, que, em seguida, discursará em trio elétrico instalado em frente ao Congresso Nacional e ao lado de tanques de guerra.

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A segurança do Supremo Tribunal Federal (STF), alvo de críticas do presidente e seus apoiadores, foi reforçada.

Sob risco de invasão da Esplanada dos Ministérios por caminhões e outros veículos pesados de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), a Polícia Militar do Distrito Federal antecipou para a noite desta segunda-feira (5), a interdição das vias que dão acesso ao Congresso e à Praça dos Três Poderes. O bloqueio das pistas do Eixo Monumental estava previsto para ser feito apenas nessa terça (6), véspera das comemorações do 7 de Setembro.

Um desfile de caminhões e ônibus buzinando pela Esplanada na noite desta segunda-feira fez com que a PM se adiantasse e já colocando em prática o plano da interdição. No ano passado, na véspera de 7 de Setembro, caminhões estacionaram na Esplanada um dia antes do bloqueio da segurança e passaram a ser um dos principais focos de preocupação da segurança por conta do risco de invasão da praça dos Três Poderes.

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A interdição da avenida que dá acesso à Esplanada foi feita com patrulhamento reforçado por veículos da Polícia Militar. Além de sinalização também foram levados blocos de concreto para impedir a passagem de automóveis de grande porte. Um grupo de policiais foi destacado para montar guarda no local para evitar invasões durante a noite. Como revelou o Estadão, o governo do DF montou esquema reforçado de segurança temendo risco de protestos radicais por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. O efetivo policial foi todo colocado em alerta para o dia 7 de setembro.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) pode deixar o Palácio do Planalto com apenas três ministros fieis às pastas assumidas em 2019. A dança das cadeiras ministerial não é novidade na política brasileira, tanto que Lula (PT) iniciou o segundo mandato com apenas seis nomes preservados.

Mesmo antes do cenário polarizado, os acentos da Esplanada já eram ocupados, remanejados e esvaziados conforme a capacidade de governabilidade e de barganha do Presidente. Também é comum que reformas ministeriais sejam feitas às pressas para abafar escândalos e, até mesmo, quando os escolhidos abandonam as pastas para se eleger em projetos pessoais.

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O cientista político e professor da Universidade da Amazônia (UNAMA) Rodolfo Marques descreveu que essa cultura se baseia no conceito do "presidencialismo de coalisão".

“A montagem de um Ministério por parte do presidente se trata, de fato, de movimentos políticos. Muitas vezes você colocar aliados, partidos e representantes de diferentes grupos políticos, exatamente para colocar uma base de apoio estratégica em relação à governabilidade e uma forma de você ter parceiros dentro dessa perspectiva, e isso é muito importante”, apontou.

No governo Lula, Gilberto Gil permaneceu no Ministério da Cultura até o fim da primeira gestão petista, assim como Marina Silva, no Meio Ambiente; Márcio Thomaz Bastos, na Justiça; Celso Amorim, nas Relações Exteriores; Walfrido dos Mares Guia, no Turismo; e o secretário Jorge Armando Félix no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). 

Com cinco meses para o fim do mandato de Bolsonaro, Paulo Guedes se manteve na Economia como alicerce da ideologia liberal, assim como o general Augusto Heleno prosseguiu no GSI como representante do perfil conservador. O outro que se manteve na Esplanada foi o deputado Fábio Faria (PSD), após a recriação do Ministério das Comunicações.

O cientista Rodolfo Marques reforça que essa movimentação pode ser ainda mais evidente daqui para a frente, com a formação das federações partidárias. "Quem for eleito Presidente ou Governador, e compor uma federação partidária, além das votações no Congresso, a base política deve ser por partidos daquela federação. A coligação é mais ampla e flexível em relação a isso", comparou.

Após ficar cinco dias bloqueada por conta das manifestações bolsonaristas de 7 de Setembro, a Esplanada dos Ministérios será palco de protestos pró e contra o governo neste domingo (12). Segundo anunciou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, irão os favoráveis ao governo, que poderão ficar até às 14h. Uma hora depois será a vez dos contrários a Jair Bolsonaro.

"Eles irão se manifestar entre o Museu da República e a Avenida José Sarney, paralela à Avenida das Bandeiras, porém em horários distintos", informou a pasta.

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Após ficar cinco dias bloqueada por conta das manifestações bolsonaristas de 7 de Setembro e ser liberada somente nesta sexta, a área central de Brasília terá o acesso interrompido novamente por conta de manifestações dos dois grupos.

De acordo com a nota divulgada pela secretaria, a manifestação a favor do governo vai acontecer das 9h às 14h na Esplanada. Já os que vão protestar contra o presidente Jair Bolsonaro ocuparão a área de 15h às 19h. "Os atos serão acompanhados pela Polícia Militar do Distrito Federal", informou.

Segundo o governo do DF, a segurança será reforçada durante os dois eventos. "A área central de Brasília permanece sob monitoramento da SSP e forças de segurança locais, por meio do Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) e equipes em campo. O objetivo é garantir a segurança de todos que circulam na região. O policiamento na região será reforçado."

Com uma mobilização maior, os atos contra o governo são organizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e têm como principal reivindicação o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As manifestações também vão acontecer em outras capitais, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG).

É prevista a participação de políticos de variados espectros ideológicos. Na principal manifestação, que vai acontecer em São Paulo, na Avenida Paulista, estão confirmadas as presenças de militantes do PSDB, das centrais sindicais e do presidenciável Ciro Gomes (PDT).

O PT, principal partido de oposição ao governo Bolsonaro, não estará presente. O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes do MBL, afirmou que a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, negou participar. "A Gleisi negou participação antes de convidarmos as esquerdas", disse ao Estadão.

Depois de cinco dias de protestos a favor do governo de Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF), a Esplanada voltou a ser liberada para trânsito nesta sexta-feira, 10. Ainda há alguns caminhoneiros no local, mas, de acordo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, eles estão saindo voluntariamente e a previsão é que a área esteja totalmente desocupada até o final do dia de hoje.

As vias N1 e S1, que ficam entre a Catedral e a Avenida José Sarney, voltaram a ter a circulação de veículos permitida. No entanto, o acesso à Praça dos Três Poderes continua fechado. "A área central de Brasília permanece sob monitoramento da Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF) e forças de segurança locais, por meio do Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) e equipes em campo", informou a secretaria por meio de nota. "O objetivo é garantir a segurança de todos que circulam na região. O policiamento permanece reforçado", completou.

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A liberação ocorre dois dias antes de manifestações convocadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL) pelo impeachment de Bolsonaro. Além de Brasília, os atos estão programados para ser realizados em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ).

Os caminhoneiros começaram a se desmobilizar no final da tarde de ontem, 9. A saída coincidiu com recuos de Bolsonaro, que, mesmo tendo atacado o Supremo e ameaçado não obedecer decisões da Corte, disse, por meio de nota, que não tinha a intenção de agredir as instituições.

Líderes do "Movimento Brasil Verde Amarelo", um dos grupos que organizaram as manifestações governistas de 7 de setembro, divulgaram um vídeo nas redes sociais em que anunciam a saída da capital federal. A mensagem foi divulgada na noite de ontem, após reunião com Bolsonaro.

"A palavra de ordem agora é a seguinte: vamos nos manter em vigília nas nossas bases. Nós que estamos aqui em Brasília vamos voltar para as nossas cidades", afirmou Jefferson Rocha, diretor jurídico da Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra (Andaterra) e um dos porta-vozes do Movimento Brasil Verde Amarelo.

O apoiador de Bolsonaro afirmou que não viu como um recuo a nota divulgada pelo presidente. "O que muitas pessoas veem como um recuo, nós estamos encarando, depois dessa reunião com o presidente, como um passo estratégico em uma medida que será tomada e que vai restabelecer no nosso País o Estado de Direito, que é o que almejamos", disse.

O trânsito na Esplanada estava fechado desde a última segunda-feira, 6, na véspera das manifestações do 7 de Setembro. Na noite de segunda, apoiadores do presidente furaram o bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal e invadiram a Esplanada. O rompimento do bloqueio aconteceu sem muita resistência dos agentes de segurança.

Os protestos dos caminhoneiros, que contaram com bloqueios em vários Estados, começaram durante as manifestações do 7 de Setembro convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro. A pauta dos manifestantes era a defesa do governo federal e contra o Supremo Tribunal Federal, em especial o ministro Alexandre de Moraes.

A saída de alguns caminhoneiros da Esplanada aconteceu logo após o próprio presidente recuar das ameaças feitas ao Supremo durante as manifestações. Há três dias, Bolsonaro chamou Moraes de "canalha" em discurso feito do alto de um carro de som na Avenida Paulista, em São Paulo, e prometeu desobedecer decisões do magistrado. Em nota divulgada nesta quinta-feira, porém, disse que as declarações foram feitas no "calor do momento", que não teve "nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes" e chegou a elogiar Moraes.

Em outro recuo, na noite de quarta-feira, 8, Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, enviaram mensagens pedindo aos caminhoneiros para interromperem as paralisações. Na mensagem, Bolsonaro trata os caminhoneiros como "aliados" e apela para que os manifestantes desobstruam as vias porque "atrapalha nossa economia".

Nota do Ministério da Infraestrutura divulgada na manhã desta sexta informou que não há bloqueios nas estradas e que apenas três Estados seguem com protestos de caminhoneiros. No auge da manifestação, os protestos atingiram 16 Estados.

Contato: lauriberto.pompeu@estadao.com

Após mais de três horas de negociação, policiais militares e agentes do Detran, da Secretaria de Segurança Pública e de fiscalização do DF legal não conseguiram desobstruir, na noite da quarta-feira (8), a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O local está bloqueado ao trânsito e ocupado por manifestantes bolsonaristas que invadiram a área para o ato de 7 de Setembro.

O governo do Distrito Federal mobilizou mais de 40 viaturas, entre elas, máquinas pesadas e caminhões dos bombeiros.

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Assim que o comboio da PM, Detran, SSP e DF Legal se aproximou, os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, se sentaram enfileirados na pista e impediram a passagem. Eles não saíram mais do local.

"Temos que restabelecer a Esplanada", disse com coronel PMDF Jorge Eduardo Naime, responsável pela operação e negociações.

O secretário de Segurança Pública do DF, Julio Danilo Ferreira, também se deslocou ao local para tentar desmobilizar os apoiadores bolsonaristas, que pregam a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele manteve conversas com representantes do grupo e da Presidência da República.

O objetivo era retirar da pista caminhões estacionados irregularmente em duas das faixas em frente aos ministérios e remover uma cozinha que abastece com arroz carreteiro os acampamentos ao redor do Ministério da Agricultura.

Há no local costelas sendo preparadas na brasa, no fogo de chão, e dezenas de botijões de gás empilhados, além de barris de chope.

Os manifestantes querem entregar ao presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (9), uma denúncia contra ministros do Supremo. O presidente irá receber os manifestantes, segundo o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ).

"Espero que amanhã [esta quinta-feira] o presidente receba esse documento que seria entregue ao Senado e com esse compromisso cada caminhoneiro e chefe de família possa seguir sua vida", disse na quarta-feira o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), que negociava em defesa dos bolsonaristas, segundo ele, cansados e desgastados.

Ele pediu bom senso aos PMs e disse que "ninguém vai sair do acampamento".

O governo do Distrito Federal informou nesta terça-feira, 31, que a Esplanada dos Ministérios deve ser reservada exclusivamente para as manifestações bolsonaristas no feriado do dia 7 de setembro. Por estar no centro de Brasília e abrigar a sede dos Três Poderes, a Esplanada é, historicamente, o ponto central de grandes manifestações.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do DF, Julio Danilo, um novo local é negociado com as pessoas que pretendem se manifestar, na mesma data, contra o presidente. "A gente tem negociado um espaço que seja na área central, também. Possivelmente, ali próximo à área de Funarte, próximo da Torre de TV", afirmou o secretário em entrevista coletiva.

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A chamada "Torre de TV" está localizada nas mesmas vias que formam a Esplanada, mas a uma distância de aproximadamente três quilômetros dos prédios ocupados pelos ministérios. A área fica distante da Praça dos 3 Poderes. Portanto, manifestantes da esquerda não teriam acesso direto ao local.

O presidente Jair Bolsonaro tem insuflado apoiadores para participarem das manifestações, que têm como mote críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro tem apostado em radicalizar contra as instituições e acusado, sem provas, o Poder Judiciário de armar um complô contra ele.

Segundo informações do governo do DF, 13 organizadores de manifestações da direita e três da esquerda pediram para a Secretaria de Segurança Pública o registro para atos no dia 7 de setembro.

"O direito de manifestação prevê que você pode realizar manifestação independente de autorização do poder público, desde que ela não frustre a realização de outra manifestação", afirmou o secretário, ao comentar que os opositores de Bolsonaro não devem ficar na Esplanada.

"Como nós tivemos essa gama de manifestações anteriores da direita e algumas da esquerda e prezando também pela segurança das pessoas e pelo direito que se manifestem, a gente vai propor um outro local", afirmou o chefe da segurança pública do DF.

De acordo com ele, a esquerda não demonstrou contrariedade em não poder ir para a Esplanada. "A negociação já está bem fluida nesse sentido. Coloco aqui que a gente não tem tido dificuldade de negociação com os movimentos", declarou.

Como mostrou o Estadão, em outra tentativa de evitar violência, o DF aumentou o salário dos policiais militares como forma de conter a radicalização nos atos.

O governo local também anunciou outras ações para evitar confronto e conter aglomerações nas manifestações do 7 de setembro. A Esplanada será fechada para carros e o acesso à Praça dos Três Poderes também será fechado, como costuma acontecer em grandes mobilizações.

O secretário evitou dar detalhes sobre os reforços na segurança pedidos pelo Supremo e pelo Congresso, mas afirmou que o governo do DF está em constante diálogo com os Poderes e que há um planejamento de atuação integrada com as polícias civil, militar, legislativa, os militares que fazem a segurança do Ministério das Relações Exteriores e dos comandos das Forças Armadas, a Força Nacional, que faz a segurança do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e o Gabinete de Segurança Institucional, que cuida do Palácio do Planalto.

Sobre a possibilidade de policiais militares carregarem cartazes com mensagens incentivando atos antidemocráticos, o secretário disse que o "planejamento está voltado com a possibilidade que as pessoas possam se manifestar de forma segura".

"Qualquer tipo de excesso que venha ser julgado indevido vai poder, ou no dia ou posteriormente, ter a atuação dos órgãos de fiscalização, investigação e policiais", completou.

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