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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que reestrutura os ministérios e vetou trechos que havia prometido à ministra do Meio Ambiente, Mariana Silva, para preservar a atuação da pasta em áreas estratégicas do ponto de vista ambiental e evitar o esvaziamento das funções da ministra. Lula barrou trechos que deixavam a cargo do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Política Nacional de Segurança Hídrica e a gestão de recursos hídricos, ações historicamente coordenadas pelo Meio Ambiente.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público, pois a gestão das águas é tema central e transversal da política ambiental, da qual a água constitui um dos recursos ambientais da Política Nacional do Meio Ambiente", diz a razão do veto apresentada pelo Palácio do Planalto ao Congresso. "O êxito da implementação das Políticas Nacionais de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente, que historicamente no Brasil foram desenvolvidas de forma alinhada, serviu de referência para a construção dos modelos estaduais de gerenciamento de recursos hídricos e meio ambiente, inspirados no modelo da União, facilitou a articulação e o alinhamento necessários para a gestão das águas em suas diferentes dominialidades", reforça.

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Sobre a gestão dos recursos hídricos, o governo alega que a questão abrange aspectos que vão além da garantia da infraestrutura hídrica, "o que pressupõe compreender a água como um bem de domínio público, cuja disponibilidade em qualidade e em quantidade, como insumo para as atividades humanas, é indissociável da manutenção dos processos ecológicos e sua interação com a adaptação às mudanças climáticas."

A nova lei é fruto do projeto de conversão de medida provisória editada por Lula no primeiro dia seu terceiro mandato para dar um novo desenho à Esplanada. O texto, porém, sofreu várias alterações na Câmara, desfigurando a proposta original pensada pelo governo Lula. A transferência da Política Nacional de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente para a pasta da Integração e Desenvolvimento Regional, por exemplo, é um desejo do chamado Centrão, mas muito criticada por ambientalistas. As mudanças no texto causaram impasses e embates entre governo e parlamentares, resultando, ao final, em uma aprovação no limite do prazo de vencimento da MP.

Lula vetou também o dispositivo que previa como competência do Ministério das Cidades o planejamento, a coordenação, a execução, o monitoramento, a supervisão e a avaliação das ações referentes ao saneamento e às edificações nos territórios Indígenas. "A proposição legislativa contraria o interesse público, pois inviabilizaria a utilização do saneamento ambiental e das edificações indígenas como determinantes ambientais de saúde, indicadores fundamentais para embasar as tomadas de decisão em dados epidemiológicos, conforme estabelecido pela Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e geraria impactos negativos diretos na saúde das populações indígenas", defende o Planalto.

Abin

Um outro ponto vetado por Lula diz respeito à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A proposição rejeitada estabelece que competiria ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República coordenar as atividades de inteligência federal. No entanto, argumenta o governo, a Lei nº 9.883, de 7 de dezembro de 1999, estabelece que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, responsável por planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País. "A supressão do inciso elide, assim, o conflito de competência".

O Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira (1º), por 51 votos contra 19, a Medida Provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios. Não houve alterações em relação ao texto aprovado na Câmara dos Deputados.

O debate no plenário do Senado se deu em torno principalmente do aumento do número de pastas da Esplanada de 23 para 37 ministérios ou órgãos com status de ministério. A oposição criticou o aumento. Para o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), seria preciso reduzir o número de pastas.

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“Não é quantidade de ministérios que traz competitividade, que traz qualidade. Às vezes se você tem um número menor e tem políticas eficientes, é muito melhor”, pontou o parlamentar. ”O que o Brasil precisa é de políticas de estado, não de governo”, concluiu.  A crítica foi rebatida pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), para quem é preciso separar os temas por ministérios para que a política seja melhor executada.

“O que aconteceu no governo passado: juntaram sob o mesmo ministério Planejamento, Fazenda, Indústria e Comércio, Previdência e Trabalho. Cinco setores que são absolutamente distintos e muitas vezes conflitantes.

Para o parlamentar, a divisão por temas é fundamental para o planejamento e execução de políticas públicas direcionadas.  Prazo A MP chegou ao Senado no último dia antes de perder a validade, após turbulências políticas na Câmara dos Deputados. Segundo o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, a medida correu o risco de não ser apreciada.

Já no Senado, o ambiente foi mais amigável ao governo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, criticou a forma como o processo foi conduzido pela Câmara. 

Mudanças Editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro dia de governo, o texto aprovado hoje manteve as modificações feitas na Comissão Mista, com retirada de atribuições dos ministérios do Meio Ambiente, dos Povos Indígenas e do Desenvolvimento Agrário. A MP que reestrutura os ministérios agora segue para sanção presidencial.

Entre as mudanças no Ministério do Meio Ambiente, foi retirada da pasta a Agência Nacional de Águas (ANA), passando a supervisão do órgão ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Já o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um cadastro eletrônico obrigatório a todas as propriedades e posses rurais, é transferido para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

O MMA também perdeu o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Os três sistemas serão de responsabilidade do Ministério das Cidades.

O Ministério dos Povos Indígenas deixará de cuidar da homologação de terras de povos originários, devolvida à pasta da Justiça e Segurança Pública.  Além disso, houve a redistribuição de atribuições da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – que passou a ser vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao qual a companhia pertencia antes.

Pelo texto aprovado, o Mapa ficará responsável pela garantia de preços mínimos, à exceção dos produtos da sociobiodiversidade, e as ações sobre comercialização, abastecimento e armazenagem de produtos, bem como o tratamento das informações relativas aos sistemas agrícolas e pecuários.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou que vai se reunir ainda nesta quarta-feira, 31, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "Depois da reunião, eu falo com vocês", disse o petista ao ser questionado por jornalistas se, de fato, pretende se encontrar com o líder do Centrão, como informou mais cedo o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A reunião entre Lula e Lira foi articulada após uma ligação telefônica entre os dois e em meio à crise do governo na relação com a Câmara. Lula precisa que Lira paute a votação da MP dos Ministérios, e assegure a vitória, sob pena de a Esplanada voltar à configuração deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já nesta sexta-feira, 2.

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A declaração de Lula a jornalistas foi feita na saída da Aeronáutica, onde o presidente participou de uma reunião sobre assuntos estratégicos com o Alto-Comando, seguida de um almoço.

Nesta quarta-feira, 30, a Câmara adiou a votação da MP dos Ministérios e deixou uma bomba-relógio para o governo. O texto vale até esta quinta-feira, 1.º, e, como mostrou o Estadão, pode levar 17 ministros a perderem seus postos, caso caduque.

Há ainda o temor de que deputados de União Brasil, Republicanos e PP votem contra a MP em razão da insatisfação do Centrão com a articulação política do Palácio do Planalto. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, já anunciou que o partido que faz oposição a Lula deve se posicionar contra a MP.

Líderes partidários já defendiam a entrada de Lula "em campo" para atenuar a crise e minimizar a resistência dos parlamentares. Há reclamações principalmente sobre o ritmo de liberação de emendas e a demora na nomeação de aliados para cargos regionais.

Como mostrou a Coluna do Estadão, a ordem no Planalto é pagar as emendas parlamentares e destravar as nomeações políticas nos Estados e ministérios. O assunto virou tema da reunião de emergência convocada por Lula com os ministros palacianos para tratar da MP dos Ministérios.

O clima de desgaste deu os primeiros sinais quando a Câmara aprovou o Projeto de Lei do Marco Temporal, em uma derrota ao governo petista. Por 283 votos a 155, os deputados estabeleceram que só podem ser demarcadas terras indígenas que estivessem ocupadas depois da promulgação da Constituição de 1988.

Como mostrou o Estadão, há ainda outro impasse a ser gerido. Lira quer a demissão do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). O presidente da Câmara ficou furioso com um tuíte do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é seu adversário político e pai do ministro. Na postagem, Calheiros escreveu que Lira é "caloteiro", "desvia dinheiro público" e "bate em mulher".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião de emergência na manhã desta quarta-feira, 31, no Palácio da Alvorada, para discutir com seus principais auxiliares a crise em torno da Medida Provisória (MP) da reestruturação dos ministérios. O governo identificou risco real de o texto, que vence nesta quinta-feira, dia 1º, não ser votado a tempo no Congresso. A consequência seria a retomada da formatação da Esplanada de Jair Bolsonaro (PL) já no dia 2.

Publicada no primeiro dia da nova gestão, a MP determinou a "espinha dorsal" do governo Lula, definindo um total de 37 pastas, sendo 31 ministérios e seis órgãos com igual status. Caso ela perca a validade, 17 ministérios deixarão de existir, como mostrou o Estadão. Um deles seria o do Planejamento, de Simone Tebet, figura central do governo.

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O relatório apresentado pelo relator da MP, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), manteve as pastas criadas por Lula, mas alterou competências de algumas delas, como as do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, e foi aprovado por ampla maioria - 15 votos a favor e 3 contra - na comissão especial mista que o apreciou na semana passada. Na prática, os ministérios de Marina Silva e Sonia Guajajara foram "desidratados".

Na semana passada, Lula havia dito que trabalharia para reverter o esvaziamento das competências das duas pastas e tentou minimizar a crise. O presidente chegou a dizer que às vezes "acorda com notícias parecendo que o mundo acabou".

Nesta terça-feira, 30, porém, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, contradisse o discurso do presidente e afirmou que o governo defenderia o relatório da MP dos Ministérios "do jeito que está".

A reunião no Palácio da Alvorada teve a presença de Padilha e do ministro Rui Costa (Casa Civil), além do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Pouco depois, Lula recebeu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, dando seguimento à pauta de política externa.

De acordo com relatos, Lula quer um esforço de guerra para votar o texto nesta quarta-feira, com todo o governo mobilizado. Até mesmo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que mantém boa relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi convocado. Na noite desta terça, Lira adiou a votação da MP da reestruturação após identificar risco de derrota do texto.

Marco temporal

Pouco antes do adiamento, a Câmara já havia imposto outra derrota a Lula ao aprovar o projeto de lei 490/2007, o chamado PL do Marco Temporal. Apesar de governistas terem tentado adiar a votação, a proposta contou também com votos de parlamentares de partidos da base. Como mostrou o Estadão, Lula tem acumulado derrotas no Congresso - já são cinco em cinco meses de governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira, 26, com as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, e disse que o governo vai trabalhar para reverter o esvaziamento de suas pastas promovido pelas mudanças feitas pela Câmara no texto da Medida Provisória (MP) de reestruturação da Esplanada dos Ministérios. O texto removeu competências importantes das duas titulares do primeiro escalão do governo e teve voto de quatro parlamentares do PT, sem que o governo atuasse para proteger as pastas de Marina e Sônia Guajajara.

O encontro entre Lula e as ministras ocorreu no Palácio do Planalto. Também participaram da reunião o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom).

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"Feita a avaliação, a gente precisa reafirmar a prerrogativa de quem ganhou a eleição e de quem ganhou a implementação de um projeto político. A prerrogativa é do governo de poder se organizar para melhor forma possível", disse Rui Costa. "Portanto, o governo continuará trabalhando para nos outros espaços administrativos que a MP tramitará para que os conceitos originais que foram mexidos e, em nossa opinião estão desalinhados com as políticas que precisam ser implementadas, que nós possamos retomar o conceito original", completou.

Marina e Guajajara não participaram da entrevista em que os ministros relataram o que foi tratado na reunião com Lula.

Lula também chamou para o encontro a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck. Caso o relatório seja aprovado, a pasta de Esther Dweck será responsável pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), até então alocado no Ministério do Meio Ambiente.

O CAR é o registro público eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais e funciona como um dos principais instrumentos do governo contra a grilagem de terras e para o controle do desmatamento no País.

A desidratação das pastas de Marina e Guajajara gerou reação em grupos organizados da sociedade civil e dentro do próprio governo. Marina chegou a falar em "resistir" e reagiu ao ato do Congresso ao dizer que os parlamentares "estão transformando a MP da gestão do governo que ganhou na MP do governo que perdeu", numa alusão à estrutura da Esplanada durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), que desmontou a área ambiental para privilegiar os interesses da bancada ruralista.

Além do CAR, a pasta de Marina perdeu a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para o Ministério da Integração e a gestão de resíduos sólidos para o Ministério das Cidades. Já Guajajara não terá mais sob seu comando a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), devolvida ao Ministério da Justiça.

Apesar da ofensiva do Centrão contra a estrutura de Ministérios idealizada pelo núcleo duro do governo durante a transição, Lula tem minimizado as perdas de seus subordinados. Em publicação no Twitter na última quinta-feira, 25, o presidente escreveu "o jogo" apenas começou e que as pessoas "não podem se assustar com a política".

Nesta sexta-feira, o ministro Padilha afirmou ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que Marina desempenha o papel de "sustentar" a agenda ambiental da gestão Lula. Quando questionado sobre a possível saída da ministra do governo, Padilha disse que "em nenhum momento isso entrou em discussão".

Além de ter seu ministério desconfigurado pelo Centrão, Marina também entrou em confronto com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em torno de um pedido da Petrobras para exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.

Lula também chamou ao Planalto os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, no Senado, Jacques Wagner, e na Câmara, José Guimarães. Eles serão os responsáveis por negociar eventuais modificações no relatório apresentado pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que acabou aprovado por 15 votos a 3 na Comissão Mista que analisa a proposta de reestruturação do governo Lula.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou nesta quinta-feira, 25, o esvaziamento dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de Marina Silva, e dos Povos Originários, de Sônia Guajajara. O petista participou de cerimônia do Dia da Indústria na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo o presidente, a intervenção do Congresso é "normal".

Nesta quarta-feira, 24, a comissão especial formada por deputados e senadores para tratar da Medida Provisória (MP) dos Ministérios aprovou parecer que enfraqueceu as pastas de Marina e Sônia. Quatro parlamentares do PT deram aval às mudanças. "Tem dias que a gente acorda com notícias parecendo que o mundo acabou. Eu fui ver o que estava acontecendo, era a coisa mais normal", disse o presidente a empresários, ao lado também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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"Até então a gente estava mandando a visão de governo que nós queríamos. A comissão no Congresso Nacional resolveu mexer. Coisa que é quase impossível de mexer na estrutura de governo, porque é o governo que faz. E agora começou o jogo. Nós vamos jogar, vamos conversar com o Congresso, vamos fazer a governança daquilo que a gente precisa fazer", disse o presidente.

Lula encerrou o assunto defendendo a política e a negociação. "O que a gente não pode é se assustar com a política. Quando a sociedade se assusta com a política e começa a culpar a classe política, o resultado é infinitamente pior. É na política que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas do País", afirmou o petista.

Almoço com o presidente

Antes de ir para a Fiesp, Lula almoçou com Marina Silva no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em um evento em homenagem ao Dia da África. O encontro foi registrado pela ministra, que publicou uma fotografia ao lado do presidente.

Mais cedo, em entrevista à GloboNews, Marina disse que o governo está vivendo "a crise dos seis meses" e comparou o cabo de guerra no Congresso com o que passou nos primeiros mandatos de Lula, quando também foi ministra. Na época, ela deixou o governo após a gestão petista dar aval para a construção da Usina de Belo Monte, em Altamira (PA).

Ela também criticou a atual articulação política do Palácio do Planalto no Congresso. "Ninguém constrói uma maioria porque tem vontade. A gente constrói quando há condições objetivas para isso. E, nesse momento, o governo vive, sim, essa dificuldade."

O Ministério da Educação lançou oficialmente, nesta quinta-feira (17), a reestruturação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previsto para 2024. Na ocasião, o secretário de Educação Básica, Mauro Rabelo, deu detalhes sobre as principais mudanças que estarão presentes na nova avaliação.

O documento apresentado mostra que o primeiro instrumento de avaliação, que contempla temas da formação geral básica, inclui produção de textos em Língua Portuguesa, ou seja, questões discursivas, além de uma redação.

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De acordo com o secretário, os itens abertos, assim como a redação, representam, no mínimo, 25% da pontuação da primeira etapa. Já a avaliação de Língua Inglesa será de forma integrada a outras áreas de conhecimento. "Por exemplo, pode ter uma questão de história com um texto escrito em Língua Inglesa para o estudante poder avaliar e, depois, vem a pergunta relativa a aquela questão de história", esclarece. 

O segundo instrumento, que é formado pelos Itinerários Formativos, é organizado em 4 blocos, divididos em duas partes ou eixos: Investigação Científica e Processos de Intervenção Social. Logo, os estudantes deverão escolher apenas um bloco de questões para responder de acordo com a graduação escolhida. Confira a divisão por blocos:

Bloco 1: Linguagens e Suas Tecnologias +Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Bloco 2: Matemática e Suas Tecnologias + Ciências da Natureza e Suas Tecnologias

Bloco 3: Matemática e Suas Tecnologias + Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Bloco 4: Ciências da Natureza e Suas Tecnologias + Ciências  Humanas e Sociais Aplicadas

"As universidades têm autonomia. Então, elas é que vão apontar para cada curso qual é o bloco que elas vão utilizar para fazer a seleção dos estudantes. O mesmo curso em uma instituição pode apontar um bloco e, em uma outra, apontar um bloco diferente", adverte o secretário. 

O Alibaba Group Holding anunciou, nesta segunda-feira (6) uma reestruturação na equipe de e-commerce e nomeou um novo diretor financeiro, à medida que a gigante de tecnologia enfrenta crescente pressão do governo chinês, desaceleração do crescimento e queda no preço das ações.

A empresa informou que suas várias unidades de e-commerce chinesas seriam combinadas em uma a partir do próximo ano e que formaria uma nova equipe internacional de comércio digital. A diretora financeira Maggie Wu deixará o cargo e Toby Xu, atualmente o vice-diretor financeiro, a sucederá a partir de 1º de abril, disse o Alibaba. Wu continuará como sócia e diretora executiva no conselho.

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O CEO da companhia,Daniel Zhang, em uma carta a funcionários, destacou que a nova estrutura é um esforço para "capacitar a organização da empresa para se tornar mais ágil".

A remodelação ocorre após um ano tumultuado para a empresa sediada em Hangzhou. American Depositary Receipts (ADRs) caíram ao nível mais baixo em mais de quatro anos. A nova estrutura parece estar de acordo com o que o Alibaba chama de seus três pilares estratégicos: consumo doméstico, globalização e computação em nuvem.

No início deste ano, o Alibaba pagou uma multa recorde de US$ 2,8 bilhões depois que uma investigação antitruste descobriu que a corporação havia abusado de sua posição dominante no mercado. A empresa também injetou mais dinheiro em negócios nascentes este ano, em busca de mais áreas de crescimento e para afastar rivais como o app de compras Pinduoduo, bem como empresas como a proprietária da TikTok, ByteDance Ltd., que está entrando no comércio eletrônico. Fonte: Dow Jones Newswires.

Quase seis anos após a prisão de Marcelo Odebrecht, que marcou o declínio do império baiano, o grupo tenta reerguer sua construtora, com novas obras e um possível sócio para ajudar a financiar a retomada. Nos últimos anos, depois que a Operação Lava Jato desmantelou o esquema de corrupção entre as construtoras, a Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) viu seu faturamento e carteira de obras minguarem rapidamente enquanto uma série de problemas financeiros surgiam, como o vencimento de dívidas.

Hoje, com a reestruturação financeira concluída, a empresa tenta virar a página, superar a imagem arranhada e conquistar novos contratos de obras. O recomeço parte de um novo patamar - bem distante dos tempos áureos dos megaempreendimentos de infraestrutura que tornaram a companhia uma das gigantes do mundo no setor.

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Em 2014, impulsionado pelas obras da Copa do Mundo e da Olimpíada, o faturamento da construtora alcançou R$ 32,4 bilhões. No ano passado, as receitas representaram 10% desse montante - a empresa faturou US$ 600 milhões (R$ 3,3 bilhões, pela cotação do dólar de ontem). Com as seis obras conquistadas nos últimos 12 meses, o presidente da empreiteira, Marco Siqueira, espera dobrar esse montante em 2021, para US$ 1,1 bilhão (R$ 6 bilhões).

No total, a empresa tem 26 contratos ativos, sendo 15 no Brasil e 11 em países como Panamá, Peru, Argentina, Guiana, Angola, Gana e Estados Unidos. A construtora trabalha com um pipeline (projetos em prospecção) de 131 projetos, que somam R$ 17 bilhões, para serem explorados. Mas, ao contrário do passado, quando o poder financeiro da companhia era exponencial, atualmente conseguir garantias para participar de todas as disputas do mercado virou um desafio.

Uma das estratégias da construtora é conseguir uma injeção de capital para reforçar o balanço da empresa e permitir explorar novos projetos. "Estamos conversando com um possível sócio para participar desse início de um novo ciclo. Temos capacidade técnica, certificações, pessoas e estamos prontos para novos projetos", diz Siqueira. As negociações estão sendo tocadas pela holding e envolvem fundos de private equity.

Para o presidente da construtora, as condições atuais são favoráveis à retomada mais firme das atividades da empresa. Com a reestruturação financeira, há uma janela de quatro anos para focar no crescimento da companhia até que algumas dívidas comecem a vencer. Além disso, ele acredita que em algum momento o governo vai se voltar para os investimentos de infraestrutura, que têm um efeito multiplicador para o crescimento econômico. "O nome do jogo agora é conquistar novos contratos."

O executivo reconhece, porém, que as condições serão diferentes. Além do tamanho da construtora, existe uma nova realidade de obras no País: os megaempreendimentos deram lugar a projetos menores e mais espalhados. Diferentemente do passado, quando a OEC só disputava grandes licitações, hoje o objetivo é incrementar a carteira de obras. "Mas devemos focar em contratos acima de R$ 150 milhões", diz Siqueira.

No fim do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) e o Ministério Público Federal encerraram o monitoramento externo feito no grupo durante quatro anos. O trabalho de fiscalização fazia parte do acordo de leniência, fechado em 2016 com o DoJ e autoridades brasileiras e da Suíça.

O advogado Otavio Yazbek, que foi o monitor brasileiro na empresa, afirma que esse não foi um processo simples, seja pelo momento delicado da companhia ou porque envolveu uma transformação ampla da cultura da organização, com a implementação de medidas em vários níveis. Segundo ele, considerando o ambiente de negócios atual, é possível que quem contrate a Odebrecht demande algum tipo de segurança adicional. "Mas entendo que a empresa tem condições de mostrar os avanços e o que está em vigor, e isso é o mais importante para enfrentar os riscos e desafios de novas linhas de negócio."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em grave crise financeira, o Vasco anunciou nesta sexta-feira medidas drásticas para recuperar suas contas. A diretoria do clube carioca divulgou um processo de reestruturação para reduzir a folha salarial em R$ 40 milhões. Para tanto, demitiu 186 funcionários. Além disso, transferiu parte da sede administrativa e suspendeu as modalidades olímpicas e paralímpicas do clube.

"O cenário é desafiador, mas estamos certos que chegou a hora de enfrentarmos com força e determinação os problemas e mazelas que há anos assolam nosso clube", disse a direção, em nota.

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De acordo com o Vasco, as dívidas atingem cerca de R$ 720 milhões e são de curto prazo, em sua maioria. Para piorar a situação, a perda de receitas da TV, causada pelo rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, deve alcançar R$ 100 milhões somente neste ano.

"Nosso endividamento líquido, atualmente girando em torno de R$ 720 milhões, encontra-se em níveis muito elevados e concentrados em curto prazo, a inadimplência generalizada com fornecedores torna o Vasco refém de penhoras judiciais, os atrasos de salários de atletas e funcionários se tornaram rotineiros, a antecipação de recursos, com comprometimento de receitas futuras, foi usada indiscriminadamente nos últimos anos e hoje é uma possibilidade praticamente exaurida."

A solução encontrada pela diretoria foi apresentar uma profunda reestruturação do clube. "Com foco na redução da folha de pagamentos e na maior eficiência e produtividade em todas as áreas do Vasco da Gama, o clube está implantando mudanças profundas em sua estrutura que incluem a extinção e/ou fusão de funções, diminuição de níveis hierárquicos e a integração física e operacional de equipes. Para alcançar esses objetivos, o clube conta com consultorias em finanças e gestão de alto padrão."

Neste processo de mudanças, a diretoria avisou que vai priorizar os departamentos de futebol profissional, futebol feminino e futebol de base. Assim, o clube cortou 186 funcionários, ou 35% da folha de pagamento. "O clube contratou empresa especializada de recolocação de pessoal para auxiliar esses profissionais no processo de transição de suas carreiras."

Outra mudança atingiu a sede administrativa, que será transferida para um imóvel cedido por comodato, sem cobrança de aluguel, no centro do Rio de Janeiro. "A nova sede concentrará as funções administrativas do Clube. Permanecerão em São Januário o departamento de futebol de base, departamento de patrimônio, departamento de esportes olímpicos e paralímpicos, departamento de comunicação (Secretaria), o Colégio Vasco da Gama, e o Centro de Memória. O departamento de futebol profissional e o departamento de desportos náuticos seguem em suas atuais sedes no CT do Almirante e sede náutica da Lagoa, respectivamente."

O clube também anunciou o fechamento temporário da sede do Calabouço e a suspensão dos esportes olímpicos e paralímpicos. "O Remo, esporte fundador do clube, e as modalidades paralímpicas serão mantidos com apoio financeiro de vascaínos até que projetos incentivados sejam implantados."

Para recuperar suas finanças, o clube também conta com a contratação de empresas de consultoria e a ajuda de parceiros. "A Diretoria de Integridade e Compliance está revisando todos os contratos do Clube, com especial atenção para aqueles de duração superior a um ano, com valores mais expressivos, ou alvos de denúncias. O trabalho será acompanhado pelo Conselho Fiscal e suas conclusões serão apresentadas aos Conselhos do Clube."

Na primeira decisão para a região após o Sínodo para a Amazônia, o papa Francisco definiu ontem a criação de mais um arcebispo e dois bispos. Esses novos bispos vão responder por uma área de 375 mil km², que tem apenas 15 paróquias.

Na prática, foi reestruturada a Província Eclesiástica de Belém do Pará, suprimindo uma prelazia, que se tornou a Arquidiocese de Santarém. E foram criadas duas novas divisões: a diocese de Xingu-Altamira e a prelazia territorial do Alto Xingu-Tucumã, que também terá um bispo.

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Francisco criou a Província Eclesiástica de Santarém (Brasil), definindo na prática um arcebispado, que terá ligação com a Diocese de Óbidos, a prelazia territorial de Itaituba e as novas circunscrições de Xingu-Altamira e Alto Xingu-Tucumã. Como primeiro arcebispo metropolitano de Santarém foi nomeado dom Irineu Roman, então bispo auxiliar de Belém do Pará.

Ele é o atual secretário do Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em carta divulgada ontem, ele informou que foi informado pelo papa da mudança durante o sínodo.

Dom João Muniz Alves passa a ser o primeiro bispo da nova Diocese de Xingu-Altamira, uma área com 247 mil quilômetros quadrados, 10 paróquias e 24 sacerdotes, com 250 mil católicos. Já o bispo nomeado para Xingu-Tacumã foi o padre espanhol Jesús María López Mauléon, atualmente na Arquidiocese de Fortaleza. Ele responderá por uma área de 128.291 quilômetros quadrados, com 5 paróquias e 10 sacerdotes para atender 130 mil católicos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sob forte crise interna e com parte da legenda em briga com o presidente Jair Bolsonaro, o PSL chamou o ex-secretário especial da Receita Federal Marcos Cintra para ajudar a reestruturar o partido, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Cintra foi demitido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O ex-secretário perdeu o cargo, em setembro passado, porque o presidente Bolsonaro não concordou com a volta de um imposto nos moldes da antiga CPMF. Para atender o presidente e acabar com especulações em torno do retorno do tributo, o ministro demitiu o seu auxiliar.

No PSL, Cintra recebeu a missão de aprimorar o conteúdo técnico da atuação da sigla e auxiliar as bancadas no Congresso no debate dos grandes temas nacionais, como as reformas econômicas, entre elas a reforma tributária que tramita na Câmara e no Senado com duas propostas diferentes.

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Cintra trocou o PSD pelo PSL em janeiro deste ano. O convite para a filiação foi feito diretamente pelo presidente do partido, Luciano Bivar. Na época, o deputado também chamou o secretário para presidir o Instituto de Inovação e Governança (Indigo), fundação ligada ao partido.

À reportagem, Cintra informou que vai acelerar a formulação de propostas de governo para o PSL e trabalhar na capacitação de quadros do partido em todo o País. Segundo ele, sua atividade será programática. Ele ressaltou que sua atuação na fundação Indigo é pro Bono.

Fora do governo, ele é um crítico da demora da equipe econômica em apresentar a sua proposta de reforma tributária, que vem sendo discutida desde a transição e pode perder a prioridade de tramitação no Congresso para a reforma administrativa.

Há quem defenda no partido que Cintra possa inclusive ajudar o PSL a arrumar suas contas. Como o Estadão/Broadcast mostrou na semana passada, o PSL acumula dívidas de ao menos R$ 5,9 milhões com a União relacionadas aos seus diretórios regionais.

A maior parte (86%) diz respeito a multas eleitorais, aplicadas por irregularidades envolvendo gastos em campanhas de candidatos do partido. Dirigentes da sigla atribuem os débitos a gestões anteriores da legenda nos Estados.

Novo imposto

A criação da Contribuição sobre Pagamentos (CP), com forma de cobrança muito parecida à CPMF, era o ponto central da proposta de reforma desenhada quando Cintra integrava a equipe de Guedes. O ministro chegou a defender publicamente a criação do novo imposto, rejeitado pelo presidente.

Cintra afirma que o presidente do partido, Luciano Bivar, tem uma proposta de reforma tributária importante para ser defendida.

"Pessoalmente sempre defendi o Imposto Único. Agora estou mais livre para debater a minha proposta de introduzir um imposto compatível com a Nova Economia digital", disse Cintra. O economista afirma, no entanto, que o partido deve analisar todas as propostas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco do Brasil prepara uma reestruturação em sua alta cúpula, a primeira no governo de Jair Bolsonaro, segundo apurou o 'Estadão/Broadcast', serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. O entendimento da gestão Rubem Novaes, escolhido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para chefiar o banco, é de que a ampliação das vice-presidências do BB nas gestões anteriores ocorreu para acomodar indicados políticos.

O BB tem 9 vice-presidências, 27 diretorias e 12 unidades de negócios. A estrutura supera a dos concorrentes privados, que possuem entre três e quatro vice-presidências, no máximo, com exceção do Santander Brasil. A gestão anterior do BB fez tentativas de reestruturação, mas não tocou em questões críticas como a redução de cargos de direção. Agora, as mudanças devem atingir as vice-presidências de varejo, agronegócios, tecnologia e governo, de acordo com fontes.

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Ontem, o assunto foi debatido durante longa reunião do Conselho de Administração do BB. O martelo, contudo, ainda não estaria batido e as mudanças estão sendo discutidas.

Dentre as possibilidades, está desmembrar a vice-presidência de negócios de varejo, antes capitaneada por Marcelo Labuto, que deixou o BB no início do ano para reforçar o quadro do concorrente Santander. Uma alternativa, conta uma fonte, é dividir as atividades entre a vice-presidência de distribuição de varejo, tocada por Carlos Motta dos Santos, e a de tecnologia, chefiada por Fabio Barbosa.

Já estaria definido, por exemplo, que a diretoria de canais digitais, uma das mais relevantes na vice-presidência de negócios de varejo, será integrada à de tecnologia.

Outra vice-presidência que deve passar por mudanças é a de governo, que tem João Pinto Rabelo Júnior no comando. Tradicionalmente ocupada por indicações políticas, a área pode ser integrada à de agronegócios, cujo destino também está em análise.

Como grande parte dos créditos no segmento tem foco na pessoa física, diz uma fonte, uma possibilidade é combinar parte dessa estrutura também em uma vice-presidência única de negócios de varejo.

Outra mudança no radar é a unificação de algumas áreas corporativas do BB como jurídico, marketing e segurança. Também causa desconforto na gestão atual o fato de vice-presidentes e diretores do banco participarem de conselhos de administração de outras empresas.

Planos

Um estudo chegou a ser feito pela consultoria Mckinsey em 2017 para apontar possíveis movimentos de redução na estrutura do BB. Uma das propostas era justamente o movimento considerado pela administração atual, de fundir as vice-presidências de agronegócios e governo. Questões políticas, contudo, impediram que a máquina do BB fosse enxugada na ocasião.

Entre analistas, o movimento de reestruturação do BB é bem recebido sob a ótica de corte de custos, eficiência e governança corporativa. Um deles, na condição de anonimato, lamenta que esse passo ocorra somente após o banco ter perdido executivos de peso para a iniciativa privada.

No início do ano, o então vice-presidente de negócios de varejo do BB, Marcelo Labuto, renunciou ao cargo. Antes dele, Rogério Panca, de meios de pagamentos, e Alberto Monteiro, que chefiava a vice-presidência de relações com investidores, também saíram da instituição rumo ao Santander Brasil.

Neste ano, sob a gestão de Rubem Novaes, o BB fez um programa de demissão voluntária, chamado pelo banco de Programa de Adequação de Quadros (PAQ), com mais de 2,3 mil adesões. O objetivo era adequar o pessoal às necessidades do banco. Agora, a perspectiva é ir além. Procurado, o BB não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Campeão Paulista, Sul-Americano, um dos líderes do Novo Basquete Brasil (NBB) e pela quarta vez sede do Jogo das Estrelas. Os resultados de sucesso do Sesi Franca na edição 2018/2019 marcam um momento de consolidação da reestruturação feita pela equipe após A crise financeira que há cinco anos quase fez um dos times mais tradicionais do País fechar as portas.

Comandante das atuais conquistas como treinador e dono de outros quatro títulos por Franca como atleta, Helinho ajuda a explicar o porquê de a cidade receber o título de "capital nacional do basquete". "É um trabalho de mais de 60 anos nesse esporte. Se você for a um restaurante da cidade, há fotos de times de 1931. São praticamente 90 anos de basquete."

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Nesse período, uma linhagem de grandes técnicos ajudou a criar mentalidade vencedora no time, que garantiu 11 conquistas nacionais. Em todas as taças, o pai de Helinho, Hélio Rubens Garcia, esteve presente no papel de atleta ou treinador.

"Ganhar não é possível sempre, mas ser competitivo para Franca é importante. Isso é uma coisa passada do Pedroca (Pedro Fuentes, que dá nome ao ginásio) para o meu pai e do meu pai para mim e eu repeti quando assumi em 2016", disse.

Esse carinho da cidade pelo time, de geração para geração, como nos Garcia, ajudou a construir a relação com os fãs. E foi aos torcedores que o Franca recorreu nos momentos de maior aperto, entre 2014 e 2015, quando perdeu o patrocinador master, da Vivo, e as dívidas chegaram aos R$ 4 milhões.

A campanha "Franca patrocina Franca" foi criada para impedir o fechamento do time, algo que aconteceu com outras equipes paulistas como Santo André, COC/Ribeirão, Jaú, Rio Claro, Assis e São Bernardo.

A situação começou a mudar quando empresários e a prefeitura "adotaram" a equipe. A participação da empresária Luiza Helena, dona da rede varejista Magazine Luiza, na gestão de Franca neste momento é destacada pelo treinador. "Hoje existe um estatuto em que as sete maiores entidades da cidade têm cadeira no conselho deliberativo e nada é aprovado sem o aval delas. O conselho foi responsável por eleger uma diretoria executiva. Isso faz de Franca modelo de gestão." Um empréstimo de R$ 900 mil, com membros do conselho como avalistas, foi feito para sanar dívidas e criar fluxo de caixa.

Em 2017, a Magazine Luiza se tornou patrocinador master da equipe e a parceria que existia com o Serviço Social da Indústria (Sesi) na base foi estendida ao elenco principal do basquete. Além de passar a utilizar toda a infraestrutura de treinamentos, um aporte financeiro passou a ser feito. Em março de 2018, o presidente da Fiesp, Sesi-SP e Senai-SP, Paulo Skaf, assinou renovação do acordo por duas temporadas. Hoje, o custo/ano do basquete de Franca é de R$ 9 milhões, o maior do NBB ao lado do Flamengo.

PRESSÃO - Ao Estado, Helinho admitiu que todo esse trabalho na parte administrativa gera uma pressão natural pelos títulos, algo que às vezes demora a acontecer. "Para a nossa felicidade, os títulos apareceram de forma rápida e isso mostra que estamos no caminho certo."

As vitórias também serviram para reforçar o acerto na decisão de assumir o posto ocupado por outras cinco pessoas desde 1959. "Estou feliz como técnico. Faz quase três anos que estou na área e tenho mais de 30 anos de vivência com o treinador mais vitorioso do Brasil, meu pai", comentou. A meta do Franca é bastante clara: primeiro lugar no NBB e na Liga das Américas, como pede a cidade.

A Avianca contratou a Galeazzi & Associados, consultoria especializada em reestruturação de empresas e conhecida por realizar cortes drásticos de custos, para assessorá-la financeiramente em seu processo de recuperação judicial. A Galeazzi já tem participado da renegociação das dívidas da companhia aérea com credores e nas conversas com eventuais investidores, entre eles o fundo Elliott.

Segundo fontes próximas à Avianca, três investidores estão analisando a possibilidade de realizar um aporte na empresa. A agência de notícias Bloomberg havia informado, na última sexta-feira, que o fundo Elliott é um dos que vem negociando - informação que foi confirmada pelo Estado.

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O Elliott, do bilionário americano Paul Singer, é conhecido por comprar empresas em dificuldades - chegou a olhar a operadora Oi, por exemplo. Foi também um fundo de Singer que adquirir a dívida da Argentina, em 2002, após o país ter dado calote. Conseguiu, 14 anos depois, receber até 15 vezes o valor investido inicialmente. O Estado apurou, porém, que as conversas com o Elliott ainda estão em fase inicial.

Uma injeção de capital daria uma alívio à empresa, que foi a única das aéreas nacionais a não receber aporte nos últimos anos. Em 2018, as companhias do setor sofreram com a alta do dólar e do petróleo, além de queda de demanda em decorrência da greve dos caminhoneiros.

A Galeazzi e a Avianca fecharam contrato pouco antes do ano novo. Desde o início de janeiro, três funcionários da consultoria trabalham na companhia aérea. Segundo fonte próxima ao caso, está sendo analisada qual será a capacidade de pagamento da Avianca após a o processo de redução das operações - a frota diminuirá de 57 para 38 aeronaves.

Em recuperação judicial desde dezembro, a Avianca tem quase R$ 500 milhões em dívidas e está brigando na Justiça para não perder seus aviões. Ela tem até 1.º de fevereiro para apresentar uma proposta de pagamento às empresas que arrendam as aeronaves. Caso não seja fechado nenhum acordo, a Justiça poderá decretar a reintegração de posse dos aviões automaticamente.

Procuradas, Avianca e Galeazzi não se pronunciaram. A reportagem não conseguiu contato com o Elliott.

Na manhã desta quinta-feira (8), a Prefeitura do Recife bateu o martelo e confirmou para após o carnaval de 2019 o início da revitalização da Avenida Conde da Boa Vista, localizada no Centro do Recife. Dentre as mudanças que acontecerão com essa requalificação, apenas 40 fiteiros serão fixados no decorrer da Avenida e os demais vendedores ambulantes serão instalados em outros locais no centro do Recife, em terrenos que - segundo afirma a prefeitura, já foram adquiridos.

A reestruturação do principal corredor de ônibus e de pedestres do Recife terá um investimento de cerca de R$ 15 milhões, todo esse dinheiro vindo do cofre público municipal.

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Os ambulantes cadastrados pela Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) poderão trabalhar nos 40 fiteiros que serão dispostos ao longo da Conde da Boa Vista ou nos centros de comércio localizados nas ruas da Saudade e 7 de Setembro, que serão entregues em 2019. 

O Secretário João Braga afirma que os cadastros dos ambulantes já foram feitos e os terrenos adquiridos, mas não soube precisar quando esses centros de comércio serão finalizados e os vendedores relocados. "Existem 94 vendedores ambulantes cadastrados na prefeitura. Na Conde da Boa Vista só ficarão os artigos que possam ser vendidos nesses fiteiros", explica Braga.

Para viabilizar o início das mudanças, duas licitações foram publicadas no Diário Oficial do Município nos dias 1º e 6 de novembro, referentes aos passeios públicos e iluminação, respectivamente. Ficando em aberto a licitação para a construção das duas estações de BRT.

As estações serão construídas no canteiro central, substituindo as seis que existem atualmente. Estações essas que foram finalizadas há pouco tempo, longe dos padrões definidos para ser entregue à população, atendendo uma demanda inicial da Copa do Mundo de 2014. Francisco Papaleo, secretário das cidades, informa que no caso das estações entregues e que agora precisarão serem retiradas, não houve um desperdício do dinheiro público investido.

“Tudo isso foi pensado para você ter um serviço temporário de BRT na Avenida Conde da Boa Vista. Eu não diria que houve um desperdício do dinheiro público porque elas (as estações) foram concluídas com a parceria da iniciativa privada”, assegura.

Com a “nova” Conde da Boa Vista prometida, os pedestres, passageiros do transporte coletivo e condutores de veículos particulares devem ter uma avenida “mais acolhedora, arborizada e eficiente no seu dia a dia”, acentua a prefeitura. Os ciclistas também devem ser beneficiados e poderão chegar à avenida com mais segurança pelas rotas que serão instaladas no entorno.

90 árvores serão plantadas; as calçadas terão mais de 2 mil metros quadrados de ampliação; bicicletários e bancas para vendedores ambulantes cadastrados serão colocados ao longo da Boa Vista, além de mais lixeiras e nova programação semafórica com foco também nos pedestres estão na lista de promessas da requalificação da Avenida Conde da Boa Vista, que tem 1,6 quilômetro de extensão.

O prazo estimado para que tudo seja concluído é de 1 ano. Segundo confirmado pela prefeitura, enquanto os trabalhos estiverem em andamento, esquemas de mobilidade serão colocados em prática à medida que o cronograma da obra for avançando.

Circulação dos veículos particulares

No sentido cidade/subúrbio, não haverá restrição de circulação. Já no sentido subúrbio cidade, veículos vão poder trafegar na via para acesso local, com possibilidade de prosseguir apenas uma quadra e, então, sair da avenida. Para fiscalizar essa determinação de tráfego, quatro novos equipamentos de fiscalização eletrônica serão instalados para coibir a passagem irregular dos veículos.

Mesmo após perder a receita dos 9 aeroportos já concedidos e de outros 13 que estão na fila de transferência à iniciativa privada, o governo de Michel Temer deve deixar de lado os planos para reestruturar a Infraero e garantir sua sustentabilidade. Isso porque a desistência de leiloar o Aeroporto de Congonhas, principal fonte de receitas da estatal, vai permitir que a empresa chegue ao fim de 2018 sem depender de dinheiro do Tesouro Nacional para pagar despesas de custeio.

"As medidas já tomadas e as que estão planejadas permitem dar fôlego financeiro para a Infraero até que o próximo governo resolva o que fazer", disse à reportagem o secretário de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, Dario Reis.

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Para reequilibrar a Infraero, estavam em análise diversas alternativas, que iam de um total desmonte da empresa até seu fortalecimento com a injeção de recursos privados, passando pela abertura do capital. No entanto, o governo não chegou a um consenso sobre qual rumo tomar. De tudo o que foi discutido, a única mudança com chances de avançar é a criação de uma subsidiária responsável pela navegação aérea.

O freio no desmonte da Infraero atende a pressões políticas do PR, partido que domina a área de Transportes desde 2003, no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Foi por pressão do partido que Temer concordou em retirar Congonhas do programa de privatização. Pela mesma razão, o Ministério dos Transportes autorizou a reabertura do Aeroporto da Pampulha para voos de longa distância.

As pressões do PR são admitidas por fontes do governo e por aliados do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que na prática comanda o partido. Os pleitos de Congonhas e Pampulha existiam há bastante tempo, mas as conversas se intensificaram às vésperas da votação, pela Câmara, da segunda denúncia contra Temer. O partido tem uma bancada de 38 deputados. Mesmo com as concessões, 10 deles votaram contra o presidente.

O PR disse, em nota, que integra a base do governo e que não negociou votos. O líder do partido na Câmara, José Rocha (BA), disse que as decisões sobre Congonhas e Pampulha são políticas de governo.

Questionada, a Infraero disse que "o adiantado do trabalho de finalização dos estudos indicam que os planos (de reestruturação) serão executados dentro do planejado. A estatal informou, ainda, que Congonhas representa 15% do total do faturamento da Infraero e "segue como fonte indispensável para a solvência do sistema."

Saneamento

A principal medida de saneamento financeiro planejada para a Infraero é a venda das participações de 49% que ela tem nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos, Brasília, Confins e Galeão. Além de receber os recursos referentes à venda de sua participação acionária, a estatal deixará de ter gastos que hoje é obrigada a fazer na condição de sócia das concessionárias desses aeroportos. São investimentos previstos nos contratos e taxas de outorga devidas ao próprio governo federal.

Ainda não se sabe quanto essas participações deverão render. Estão em curso estudos que determinarão seu valor. Mas, segundo Reis, secretário de Aviação Civil, serão recursos suficientes para garantir o funcionamento da estatal por uns dois anos sem precisar recorrer ao Tesouro. Assim, o futuro governo terá tempo para decidir o que fazer com a Infraero.

Este ano, a Infraero deverá fechar com um resultado operacional positivo em torno de R$ 400 milhões. As receitas são estimadas em R$ 3,2 bilhões e as despesas, em R$ 2,8 bilhões. Se forem considerados os investimentos, porém, a conta sai do campo positivo para um prejuízo entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.

As receitas deste ano foram engordadas pela demora na transferência dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre, leiloados em março, para seus concessionários. Os grupos que arremataram esses aeroportos só receberão totalmente os terminais em dezembro. Assim, durante praticamente todo este ano, a Infraero ficou com a receita gerada por eles. É algo como R$ 250 milhões.

"Realmente, é preciso pensar a situação da Infraero num contexto bem amplo", disse a advogada Letícia Queiroz, do escritório Queiroz Maluf, especialista em concessões. "Não sou de visão estatizante, mas não dá para acabar com ela sem ter certeza que haverá quem opere os aeroportos deficitários."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), uma das mais importantes do país, retoma suas atividades neste domingo, às 18h, com um concerto beneficente na Sala Cecília Meireles, na Lapa, centro do Rio, após um período de grave crise financeira. O concerto beneficente, em prol da própria fundação mantenedora da orquestra, terá como regente o maestro Roberto Tibiriçá e como solista o pianista Leonardo Hillsdorf. No repertório, obras de Chopin, Johann Strauss e Tchaikovsky.

Mais do que um retorno, a apresentação de hoje marca a conquista de dois novos e importantes contratos de patrocínio que permitiram à OSB regularizar, no início de setembro, o pagamento dos músicos, que ficaram meses sem receber salários. Ao longo dos anos de 2015 e 2016, a OSB perdeu a maior parte de seus investidores, em função da crise financeira no país, o que gerou um rombo de R$ 21 milhões e a suspensão das atividades de uma orquestra que soma mais de 5 mil concertos em 77 anos de atuação.

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“Com a reestruturação executiva que promovemos recentemente, seremos capazes de apresentar ao público um trabalho absolutamente novo no mercado e na história da música sinfônica no país, focando também nos projetos de responsabilidade social”, afirmou o presidente do conselho curador da Fundação OSB, Eleazar de Carvalho Filho. Ele informou que serão anunciadas no evento de hoje as datas dos próximos concertos na Sala Cecília Meireles, espaço da Secretaria Estadual de Cultura que, a partir de agora, concentrará a temporada de apresentações da orquestra.

A Fundação OSB também firmou parceria com a Rádio MEC FM, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), para transmissões ao vivo dos concertos pela emissora e pelas redes sociais. Em entrevista ao programa Antena 1, da MEC FM, o pianista Miguel Proença, diretor da Sala Cecília Meireles, manifestou satisfação em abrigar os concertos da orquestra que marcou sua carreira musical.

“Quando cheguei ao Rio de Janeiro, ainda jovem, para estudar, não perdia os concertos da OSB. Os solistas da orquestra eram marcantes. Eu me lembro de Jacques Klein tocando em 11 concertos da OSB em um mesmo ano. Maestros maravilhosos passaram pela orquestra. Não há como uma instituição dessas desaparecer”, afirmou.

Reestruturação

A nova fase marca também o resultado de um trabalho de nove meses na reestruturação e na qualificação da gestão da fundação mantenedora da orquestra. “Implantamos importantes áreas gerenciais como a controladoria, a unidade de monitoramento de projetos e análise de conformidade legal – o que estamos chamando de ‘compliance cultural’. Procuramos estabelecer novos paradigmas de gestão, sobretudo alinhados com as mudanças da Lei Rouanet. Temos trabalhado lado a lado com o Ministério da Cultura, buscando o rigor necessário na prestação de contas dos projetos incentivados e chegamos a um sistema de gestão que pode servir de modelo para outros projetos culturais”, disse a diretora executiva da Fundação OSB, Ana Flavia Cabral Souza Leite.

Uma das novidades é o empreendimento da fundação no campo da responsabilidade social, com o projeto Conexões Musicais, que tem como proposta desenvolver os dois pilares de uma verdadeira política cultural – formação e fruição. O projeto de democratização do acesso à cultura será desenvolvido ao longo de três anos, passando por 30 cidades que já foram pré-selecionadas e propõe a música como instrumento de transformação e de envolvimento de milhares de crianças, alunos da rede pública de ensino e toda a população das localidades por onde a orquestra passa.

A reestruturação conta com o apoio dos músicos da OSB. “Sofremos muito nesse período sem salários e sem estar junto ao nosso público. O drama pessoal às vezes pesava mais do que o desejo de lutar, mas optamos por acreditar. Todos nós, músicos e administração, tiramos lições dessa crise. Hoje os músicos, através das comissões, mais do que nunca participam da gestão de forma efetiva”, disse o representante dos músicos, Nikolay Sapoundjiev.

Os ingressos para o concerto beneficente custam R$ 300, a inteira, e R$ 150, a meia-entrada. A Sala Cecília Meireles fica no Largo da Lapa, 47, no centro do Rio.

De uma empresa com faturamento de R$ 3,5 bilhões (em valores atualizados pela inflação), 29 fábricas e 45 mil empregados para uma de R$ 1,3 bilhão de receita total, três fábricas e 15 mil funcionários. Essa foi a transformação pela qual passou, entre 2010 e 2016, a Vulcabrás, companhia que já ostentou o título de maior fabricante de calçados do País e hoje tem apenas 4% do mercado.

Após um processo pesado de reestruturação, que durou quase três anos, a companhia voltou a dar sinais positivos para o mercado. Bem menor, após cinco anos de prejuízo, a empresa conseguiu registrar lucro em 2016, e, em 2017, deverá repetir o desempenho. No primeiro semestre, a companhia, dona de marcas como Azaleia e Olympikus, teve lucro de R$ 51,6 milhões, ante R$ 200 mil no mesmo período de 2016.

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A transformação da Vulcabrás poderá alcançar seu auge no mês que vem, com a "reestreia" da companhia na Bolsa. Hoje, com apenas uma parcela muito pequena (1,79%) de suas ações negociadas na B3, os papéis praticamente não têm liquidez. Por isso, a emissão das ações, agendada para outubro, é vista como uma reestreia. A Vulcabrás também trabalha para, até lá, migrar para o Novo Mercado, segmento de mais alta governança corporativa da Bolsa, em uma estratégia para atrair investidores.

Com a operação na B3 (a Bolsa paulista), os acionistas da Vulcabrás pretendem levantar recursos para pagar dívidas e investir no parque fabril, além de recuperar parte do capital que injetaram na companhia no período de crise - segundo fontes próximas a operação, o fundador Pedro Grendene colocou cerca de R$ 450 milhões nos últimos anos. Procurada, a Vulcabrás não comentou as informações, argumentando que está em período de silêncio.

Recursos. Os aportes da família Grendene foram uma das poucas opções de recursos disponíveis durante o período de reestruturação da empresa. Entre 2011 e 2015, diante do elevado grau de endividamento e do baixo fluxo de caixa, o crédito bancário encareceu para a companhia. Houve ainda a tentativa fracassada de venda de uma participação para o fundo Pátria Investimentos até que a Vulcabrás decidisse contratar a consultoria Galeazzi, especializada em reestruturação de empresas e famosa por realizar cortes drásticos de custos.

Com a Galeazzi diante das operações, começaram as demissões e o fechamento de fábricas. Em dezembro de 2012, às vésperas do Natal, deu-se um dos momentos mais difíceis da história da empresa: 12 unidades fabris na Bahia tiveram suas atividades encerradas e cerca de 3 mil funcionários dispensados. As fábricas eram todas pequenas, produziam modelos de calçados não lucrativos e tinham baixo nível de produtividade. A opção foi manter as unidades grandes, concentrando as linhas de produção.

O corte radical de custos na empresa, no entanto, não foi a única justificativa para a melhora no desempenho da empresa. A crise econômica, que obrigou boa parte dos consumidores brasileiros a migrar nas suas compras para produtos mais baratos e nacionais, acabou ajudando na recuperação da companhia.

Apenas no ano passado, a importação de calçados em todo o País recuou 28,5%. No acumulado de 2017 até agosto, a retração é de 0,3%. Os tênis Olympikus, principal produto da Vulcabrás, têm preços inferiores aos importados, apesar do apelo de design e tecnologia, o que acabou favorecendo a marca.

A importação de calçados a preços competitivos, registradas no período anterior à recessão brasileira, havia sido justamente um dos fatores que haviam levado a Vulcabrás à crise.

Posicionamento. O especialista em varejo Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail, conta que todas as nacionais, como Rainha e Topper, sofreram com a concorrência com as estrangeiras. "As brasileiras não têm condições de competir direto com o importado no segmento esportivo. Elas precisam investir em um nicho ou criar a percepção de valor ao cliente, mostrar que seus produtos têm uma qualidade ou um design superior considerando o posicionamento de preço", diz.

Para Edson D’Aguano, também especialista em varejo, a empresa melhorou o design do Olympikus. Os sapatos Azaleia, porém, ainda não se destacam tanto entre os concorrentes, avalia.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, diz que o setor ainda se encontra em uma fase difícil e que apenas as marcas mais consolidadas, que investem em design, tem conseguindo sobreviver. "A Vulcabrás é uma das que têm tido um crescimento interessante", acrescenta.

Diante da situação das rodovias de Pernambuco, permeadas por buracos e irregularidades, o Ministério dos Transportes anunciou na quarta-feira (2) a retirada de R$ 30 milhões do orçamento nacional para manutenção da BR 101, no entorno da capital. 

O valor, retirado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), deve ser parcialmente destinado às obras de requalificação definitiva. Cerca de R$ 10 milhões são para as obras emergenciais de recuperação, que foram iniciadas em julho. 

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A requalificação definitiva deve ser iniciada no final de agosto, quando os serviços emergenciais forem finalizados. A empresa responsável pelos projetos de revitalização das vias receberá R$ 192 milhões em investimentos. A obra deve ocorrer pelos 30,4 quilômetros de BR 101, no contorno do Recife, sob responsabilidade do Governo do Estado. 

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