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A guerra entre a polícia e o grupo hacker Anonymous teve mais um capítulo nesta semana com o roubo de cerca de 10 GB de uma base de dados que incluía e-mails privados e informações enviadas por informantes confidenciais. Os hackers afirmam ter conseguido esses dados durante ataques a mais de 70 delegacias de cidades pequenas nos Estados Unidos.

Os hackers em questão fazem parte de um grupo afiliado ao Anonymous conhecido como AntiSec, que diz querer “envergonhar, desacreditar e incriminar policiais por todo os Estados Unidos”, como retaliação pelas prisões de membros do grupo.

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O AntiSec afirma ter comprometido os servidores da companhia Brooks-Jeffrey, que possui uma loja de computadores e uma empresa de marketing online que cria sites para delegacias de xerifes na região sul dos EUA.

“Levou menos de 24 horas para fazer root do servidor da BJM e copiar todos os seus dados para os nossos servidores privados”, afirmou o AntiSec por meio de um comunicado divulgado no sábado (6).

Até o fechamento desta reportagem, não havíamos conseguido entrar em contato com a Brooks-Jeffrey para comentar o assunto.

Os hackers já tinham derrubado muitos sites das delegacias na semana passada, mas no fim de semana o AntiSec mostrou que tinha ido além do mero defacement (pichação) na web, ao postar mensagens de e-mail, senhas, números de seguridade social (espécie de CPF dos EUA), números de cartão de crédito e mensagens de informantes confidenciais.

Nos EUA, a investigação do Anonymous está sendo liderada pelo FBI (Federal Bureau of Investigations). Os sites dos xerifes parecem ter sido atacados simplesmente porque fazem parte da comunidade policial e porque uma falha de segurança da Brooks-Jeffrey os tornou um alvo fácil para os hackers.

Os hackers costumam atacar provedores de serviços para terceiros como uma forma de atingir alvos mais sensíveis. No início deste ano, a anunciante online Epsilon Data Management foi comprometida, forçando dezenas de companhias, como J.P. Morgan, Verizon e TiVO, a avisarem milhões de consumidores de que seus endereços de e-mail haviam sido roubados.

Muitos dos sites de xerifes que sofreram defacement já haviam sido restaurados no dominho de manhã. As vítimas incluem xerifes nos estados do Arkansas, Mississipi e Missouri. 

Os hackers alegam ter obtido senhas, informações de contato e números de seguridade social do site da Associação de Xerifes do Missouri, que continuou fora do ar no domingo.

O rebaixamento da classificação de crédito dos Estados Unidos está adicionando mais pressão sobre a China para deixar a sua condição de economia apoiada em exportações, que produziu montanhas de reservas internacionais em dólares declinantes, embora os políticos chineses, assim como aqueles em Washington, frequentemente resistam ao confronto de decisões políticas duras necessárias para conduzir mudanças.

Alguns analistas dizem que a dura retórica chinesa voltada aos EUA, após o rebaixamento do rating pela Standard & Poor's, demonstra o desejo de Pequim de desafiar a liderança econômica mundial dos EUA, que a China acredita estar em declínio inexorável.

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Analistas também dizem que os comentários chineses são destinados a abrandar as críticas de que o gerenciamento econômico do governo chinês permitiu a elevação das reservas locais para mais de US$ 3 trilhões - de longe a maior reserva internacional do mundo.

Em um editorial neste sábado, a agência estatal de notícias Xinhua classificou o rebaixamento como uma "conta vencida que a América tem de pagar por seu próprio vício em dívida e política míope em Washington". O editorial também renovou a demanda de Pequim por uma "reserva cambial global nova, estável e segura".

Treasuries - O rebaixamento é uma pancada, em particular, para a China, uma vez que é o maior detentor de títulos dos EUA, em grande parte como resultado da política chinesa de encorajar as exportações, restringindo o valor do yuan e usando os dólares para comprar Treasuries, único mercado mundial profundo e líquido o bastante para comprar compras em tal escala.

Os líderes chineses têm mostrado publicamente preocupação sobre a segurança dos Treasuries que detêm, hoje estimados em US$ 1,2 trilhão. O rebaixamento pela S&P dá a eles mais para se preocupar. "É um despertar para a China", disse Zhao Qingming, analista do China Construction Bank, um dos quatro maiores bancos estatais do país. "A China deveria tentar balancear sua conta corrente o mais cedo possível".

Zhao diz que se a China mantiver seu superávit comercial, que ficou em cerca de US$ 22,3 bilhões em junho, segundo os dados mais recentes, teria poucas escolhas a não ser continuar comprando Treasuries.

A recusa de Pequim em permitir apreciação mais rápida da moeda, dizem analistas, reflete temor quanto a um forte impacto sobre a economia.

"Está claro que a China precisa se reequilibrar, e está claro que o reequilíbrio será doloroso", disse Michael Pettis, professor da Peking University. O rebaixamento do crédito dos EUA, ele disse, "pode dar munição para aqueles na China que veem necessidade de reequilíbrio".

Yuan - Desde que a China retomou o processo de revalorização da moeda no verão passado, o yuan, também conhecido como renminbi, subiu 6% ante o dólar. Mas, o yuan já se depreciou contra grande parte de outras moedas durante o mesmo período, incluindo o euro e o iene.

Li Daokui, conselheiro do PBoC (BC chinês), escreveu em seu blog que a decisão da S&P, embora "razoável", faria diversos investidores vender dívida norte-americana, resultando em "turbulência" nos mercados financeiros globais. Ele previu que o rebaixamento faria o Federal Reserve (o BC dos EUA) lançar uma terceira rodada de compras de bônus para estabilizar os juros de longo prazo. "Devemos estar preparados do nosso lado", disse Li, sem detalhar o que isso significa. O material está no site do Wall Street Journal, citado pela Dow Jones. As informações são da Dow Jones.

Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), advertiu que o rebaixamento da classificação da dívida dos Estados Unidos pela Standard & Poor's significa mais problemas para os mercados financeiros. "Considerando o fôlego com o qual o mercado caiu ao longo da última semana, é muito improvável, se a história pode servir de guia, que isso não irá levar um tempo até se estabilizar", disse o ex-chairman, em entrevista ao programa "Meet the Press", da rede NBC. "A reação inicial, na minha avaliação, vai ser negativa", afirmou.

Segundo a Dow Jones, Greenspan não está prevendo um duplo mergulho dos EUA na recessão, mas espera desaceleração.

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Ele acrescentou que o mercado acionário de Israel, um dos poucos a estarem abertos, "afundou" hoje, mas disse que é difícil determinar se a causa havia sido o rebaixamento ou protestos amplos contra o alto preço ao consumidor em Israel.

Greenspan disse que há "zero probabilidade" de que os EUA deem o calote nas suas obrigações, mas acrescentou que a decisão da S&P "atingiu a autoestima dos Estados Unidos, a alma... Está tendo um efeito muito mais profundo do que eu imaginei que poderia ocorrer". As informações são da Dow Jones.

Representantes do G-20, grupo das principais nações industrializadas e emergentes, realizaram teleconferência para discutir possível ação coordenada para minimizar a volatilidade nos mercados depois do rebaixamento da classificação soberana dos Estados Unidos, disse um oficial sul-coreano.

Os vice-ministros das Finanças do G-20 conversaram, na manha de hoje, segundo uma fonte sul-coreana. Não houve detalhes, mas o oficial disse que "sérias discussões" prosseguem, à medida que o G-20 busca conter uma ruptura nos mercados, em face do rebaixamento do rating soberano dos EUA e da turbulência no endividamento europeu.

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A teleconferência parece marcar o primeiro esforço para coordenação política entre as principais economias desde o rebaixamento dos EUA pela Standard & Poor's, na sexta-feira. As informações são da Dow Jones.

Com discrição, o governo de Barack Obama iniciou uma batalha nos bastidores com a Standard & Poor's para fazê-la recuar de sua decisão de rebaixar a nota de risco de crédito de longo prazo dos EUA. O Departamento do Tesouro escuda-se no erro de US$ 2 trilhões nos cálculos dos gastos públicos feitos pela agência para colocar em xeque a credibilidade da decisão da S&P. Ontem, a agência de avaliação de risco mostrou-se inflexível.

A agência argumenta que o equívoco não é razão suficiente para alterar a nova nota dos EUA, AA+. "Um julgamento defeituoso, com um erro de US$ 2 trilhões, fala por si mesmo", afirmou ontem um porta-voz do Tesouro, que preferiu não se identificar. "O foco primário continua no atual nível da dívida, a trajetória da dívida como uma parte da economia, e a aparente falta de disposição das autoridades eleitas em lidar com o panorama fiscal de médio prazo dos EUA", afirmou a S&P, por meio de comunicado. "Nenhum desses fatores foram significativamente afetados pela suposta revisão do suposto crescimento dos gastos correntes e, portanto, não há impacto na decisão", completou.

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Nessa batalha, o governo preferiu emitir apenas uma declaração, na qual não mencionou diretamente a decisão da S&P. Por meio de comunicado, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou ter Obama insistido em um acordo fiscal mais amplo para a redução da dívida federal em longo prazo. O fato de o acordo sancionado na terça-feira ter envolvido um esforço fiscal de US$ 2,1 trilhão - não algo próximo a US$ 4 trilhões - pesou no rebaixamento da nota, segundo a S&P.

"Nas próximas semanas e meses, o presidente (Obama) vai encorajar fortemente o comitê fiscal bipartidário e os membros do Congresso a um compromisso comum para pôr a recuperação econômica mais forte e um melhor caminho de longo prazo na área fiscal acima das nossas diferenças políticas e ideológicas", afirmou o comunicado.

Nem Obama, nem o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, fizeram declarações até o fim da noite de ontem. Colaboradores mais próximos municiaram a imprensa e os agentes de mercado com a reação oficial sobre a ausência de confiança e de credibilidade da avaliação da S&P. A única reação oficial partiu do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, que culpou o partido democrata e a Casa Branca pelo rebaixamento.

A Casa Branca mostrou-se contrariada com o momento do anúncio, por crer que a economia americana está melhor do que há seis meses. Autoridades esforçaram-se em desfazer a previsão de reação forte dos mercados. Seu otimismo estava assentado no fato de as duas principais concorrentes da S&P, a Moody's e a Fitch Ratings, terem mantido a nota máxima. Igualmente os colaboradores de Obama consideraram equivocada a avaliação anterior da S&P, de abril passado, de que um rebaixamento deveria reduzir a procura pelos títulos do Tesouro de 10 anos ou pressionar para uma maior remuneração desses papéis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os EUA e seus aliados da União Europeia no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) não pretendem ficar restritos à declaração presidencial da semana passada condenando o regime de Bashar Assad pela violência contra os opositores. Eles devem, já nesta semana, pressionar por uma resolução do CS, que tem um peso bem maior do que a medida adotada na quarta-feira.

Apesar de publicamente celebrar a declaração presidencial, diplomatas dos EUA e da União Europeia revelam - sob condição de anonimato - insatisfação com o resultado dos esforços contra a Síria na ONU, considerada uma vitória dos países integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

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Um diplomata de um dos países que integram de forma permanente o CS disse à reportagem que "convencer o Brasil a adotar uma posição mais dura é fundamental para avançar com punições mais duras à Síria". Segundo negociadores da declaração presidencial, os brasileiros estiveram entre os que mais insistiram para a inclusão de atos violentos da oposição contra o governo sírio no texto final. Isso irritou países europeus e os EUA da mesma forma que no ano passado, quando os brasileiros votaram contra sanções ao Irã.

A declaração do presidente russo, Dmitri Medvedev, alertando Assad - de que, se a violência continuar, um "futuro triste pode esperá-lo" - foi considerada uma das melhores notícias para os EUA na semana passada. Moscou foi, ao longo dos últimos dois meses, o principal obstáculo para a aprovação de uma resolução. A Rússia possui um entreposto militar em Latakia, na costa síria, e ameaçava vetar qualquer texto no conselho. A relutância russa começou a diminuir com a percepção no Kremlin de que Assad está ficando enfraquecido. Esta avaliação é compartilhada por consultorias de risco político consultadas pela reportagem, como a Strafor.

O gancho para voltar a insistir em uma resolução no CS será a apresentação na quarta-feira do relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre a situação síria, que deve apresentar mais condenações à repressão das forças do regime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um eventual rebaixamento da nota de risco de crédito dos EUA e suas graves consequências para a economia global já vinham sendo considerados pela equipe econômica do governo do Brasil nas reuniões que deram formato final às medidas cambiais e de incentivo à produção nacional tomadas nas últimas duas semanas. Ainda assim, diante da concretização da revisão negativa pela agência Standard & Poor’s, na última sexta-feira, novas intervenções poderão ser feitas.

Na noite de ontem, estava prevista uma teleconferência de representantes dos governos do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) para discutir o agravamento da crise internacional.

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De acordo com integrantes do Ministério da Fazenda, o impasse sobre a elevação do teto da dívida americana pelo Congresso, solucionado apenas no limite do prazo para se evitar um calote, reforçou a necessidade da tomada de medidas mais pesadas e amplas para defender a economia brasileira diante de um cenário internacional que remete cada vez mais à crise na qual o mundo mergulhou no fim de 2008.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) só soube do anúncio da agência de rating no fim da noite de sexta-feira, ao chegar a São Paulo, procedente de Lima, no Peru, onde se reuniu com os demais ministros de finanças do continente sul-americano para discutir estratégias conjuntas para o enfrentamento da turbulência global.

A avaliação na pasta é de que, com o rebaixamento de fato da nota dos EUA pela S&P, as incertezas nos mercados devem se agravar ainda mais nos próximos dias, com potencial de se espalharem rapidamente para outros países. Tanto que Mantega deve reunir sua equipe logo na segunda-feira para analisar a situação e planejar novas ações que possam blindar o País contra um novo aumento da especulação, que tende a desaguar na entrada de mais dólares no País.

"Temos que tomar precauções para proteger a nossa economia, mas vamos ter que dar um jeito de não deixar o País parar", afirmou um assessor de Mantega. Ele destacou que as últimas medidas de controle de contratos derivativos (no mercado futuro) criaram instrumentos importantes para conter a variação cambial, mas lembrou que tão importantes como as ações de defesa são as medidas de estímulo a setores cruciais da economia, incluídas no chamado Plano Brasil Maior.

Esse cordão de isolamento se faz necessário porque, como o próprio ministro estima, as crises fiscais que se arrastam nos EUA e principalmente na Europa ainda devem impedir o crescimento da economia mundial nos próximos dois ou três anos. Por isso, avalia a fonte, Mantega poderá ter que lançar mão de seu propalado "arsenal de medidas", inclusive repetindo parte das ações de estímulo adotadas na crise de crédito que estourou no fim de 2008. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O rebaixamento da classificação de risco de crédito dos EUA pela Standard & Poor's marca uma nova era financeira e o sistema global terá de se ajustar a ela, afirma Mohamed El-Erian, executivo-chefe e codiretor de investimentos da Pacific Investment Management Co. (Pimco), em artigo no Financial Times.

"Os mercados globais financeiros vão reabrir na segunda-feira para uma realidade diferente", diz El-Erian. As consequências operacionais imediatas vão desde a recodificação de riscos até a avaliação de garantias e gestão de liquidez. A reação de segmentos-chave, como mercado monetário, e dos grandes credores dos EUA terá de ser atentamente monitorada, afirma o gestor do maior fundo de renda fixa do mundo.

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Para a economia real, diz El-Erian, o impacto deverá ser sentido no aumento do custo do crédito para praticamente todos os tomadores de crédito norte-americano. Depois dos EUA, outros países podem perder o rating máximo AAA, prevê El-Erian. Isso complicará os esforços de recuperação da Europa se um país como a França estiver entre eles, afirma.

Mas, o mais preocupante, segundo El-Erian, são as genuínas incertezas sistêmicas. "Com os EUA ocupando o centro do sistema financeiro mundial, o rebaixamento de sexta-feira vai provocar uma erosão na posição dos bens públicos globais que o país fornece - desde o dólar como moeda de reserva mundial até seus mercados financeiros como melhor lugar para outros países entregarem suas duramente conseguidas poupanças", afirma.

A Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos da América de AAA para AA+. O rating da dívida de curto prazo dos EUA foi mantido inalterado em A-1+. Tanto o rating de curto prazo como o de longo prazo foram retirados do CreditWatch negativo, no qual haviam sido colocados em 14 de julho; a perspectiva do rating de longo prazo, porém, permanece negativa.

"O rebaixamento reflete nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal com que o Congresso e o governo concordaram recentemente fica aquém do que, em nossa visão seria necessário para estabilizar a dinâmica de médio da dívida. Mais amplamente, o rebaixamento reflete nossa visão de que a eficácia, a estabilidade e a previsibilidade das instituições políticas e formuladoras de políticas dos EUA enfraqueceram, num momento de desafios ficais e econômicos, a um grau que prevíamos quando atribuímos uma perspectiva negativa para o rating, em 18 de abril de 2011", disse a S&P.

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"Desde então, mudamos nossa visão das dificuldades para a superação das divergências entre os partidos políticos quanto à política fiscal, o que nos torna pessimistas quanto à capacidade do Congresso e do governo de alavancarem seu acordo, esta semana, para um plano de consolidação fiscal que estabilize a dinâmica da dívida do governo em algum momento próximo", prossegue o relatório.

O texto também diz que "a perspectiva do rating de longo prazo é negativa. Nós poderemos rebaixar o rating para AA nos próximos dois anos, se virmos que uma redução de déficit menor do que aquela acordada, taxas de juro mais altas ou novas pressões fiscais durante esse período resulte em uma trajetória geral para a dívida mais alta do que assumimos atualmente".

A S&P manteve inalterada em AAA a classificação de transferência e conversibilidade, que avalia a probabilidade de interferência governamental na capacidade de emissores norte-americanos dos setores público e privado de assegurarem moeda estrangeira para honrar o serviço de suas dívidas.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje que o Brasil está "preparado" e tem "capacidade" de enfrentar um ambiente internacional mais difícil nos próximos meses, "se for o caso" de "agudização" do cenário econômico. Em entrevista ao programa "Bom Dia Ministro", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tombini avaliou que o governo brasileiro acompanha o cenário internacional de forma "criteriosa".

Segundo ele, uma vez que as economias estão muito integradas, os problemas no cenário internacional afetam o País. Mas o País está preparado, repetiu Tombini. Ele citou duas ferramentas que auxiliam essa defesa do Brasil e que foram importantes na crise financeira de 2008: as reservas internacionais e os depósitos compulsórios.

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Na sua avaliação, o acordo sobre o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos trouxe "alívio". "O impasse foi superado", mas ele ponderou que a situação da economia internacional inspira "cuidados". Tombini destacou que a economia mundial cresce menos do que o esperado, com revisões de expansão para baixo.

Crédito

O presidente do Banco Central afirmou que o crescimento do crédito no Brasil tem mostrado dinamismo de forma segura. Nesse momento de moderação do crescimento da economia brasileira, segundo Tombini, o crédito cresce menos, mas essa expansão ocorre de forma "vibrante". Ele destacou que os níveis de inadimplência no Brasil são historicamente baixos.

Na sua avaliação, o crédito cresce na esteira da expansão da classe média e da formalização do emprego no Brasil. Para ele, o ritmo de expansão do crédito é saudável. Tombini ponderou que o volume de crédito no País, de 50% do Produto Interno Bruto (PIB), não é dos maiores em relação a outros países.

O Brasil se aproveita do sucesso em meio à "insanidade global", afirma hoje o Financial Times. Segundo o jornal britânico, nos últimos meses os brasileiros se tornaram espectadores dos disparates do mundo desenvolvido, como as dificuldades para elevar o teto da dívida nos Estados Unidos a fim de evitar a moratória, a crise da Grécia e o escândalo envolvendo o tabloide britânico "News of the World", de Rupert Murdoch.

"Um mercado emergente com dificuldades há uma década, o Brasil é hoje um retrato da estabilidade política e econômica comparado com o seu antes dominador parceiro do norte e as antigas potências colonizadoras da Europa", diz o FT.

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Para o jornal, o desafio do Brasil agora é saber como "administrar o sucesso", pois não pode ser complacente frente à tarefa de sair da armadilha de país de renda média em que está preso há décadas. Entre os problemas ainda a serem enfrentados, o FT cita o mercado de trabalho apertado, falta de trabalhadores qualificados, fraco sistema de educação e elevado custo para fazer negócios, em parte devido aos impostos elevados.

A publicação também volta a apontar o aumento do endividamento da população, em razão do "boom" de crédito. "O Brasil precisa ter cuidado para não enterrar sua nova classe média em tanta dívida que, quando o próximo declínio econômico chegar, cairá novamente na pobreza."

O FT avalia que o Brasil pode se sentir orgulhoso neste momento. "Mas precisará continuar vigilante para assegurar que não semeia a próxima crise durante o período de prosperidade."

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, com 269 votos a favor e 161 contra, o projeto de lei que eleva o limite legal de endividamento do governo do país e reduz o déficit orçamentário em US$ 2,7 trilhões em dez anos. O projeto será enviado ao Senado, onde deve ser votado nesta quarta-feira. Caso passe naquele Casa, o presidente Barack Obama já disse que irá sancioná-lo.

O projeto foi elaborado a partir de um acordo entre os partidos Democrata e Republicano alcançado ontem, depois de meses de negociações. A falta de consenso em torno da elevação do limite da dívida, atualmente em US$ 14,29 trilhões, ameaçava deixar o governo dos EUA sem condições de fazer pagamentos hoje, com o risco de declaração de default e de perda do rating de crédito AAA.

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O acordo prevê uma elevação gradual do limite de endividamento. Na primeira etapa, ele será ampliado em US$ 900 bilhões, enquanto o governo cortará despesas de US$ 917 bilhões nos orçamentos dos próximos dez anos. Nas etapas seguintes, um comitê de seis congressistas democratas e seis republicanos deverá selecionar, até 23 de novembro, mais US$ 1,5 trilhão em corte de gastos para ser votado pelo Congresso até 23 de dezembro. Nessa ocasião, o limite da dívida seria elevado em mais US$ 1,2 trilhão.

O "supercomitê" de políticos dos dois partidos terá de produzir cortes de gastos de pelo menos US$ 1,2 trilhão. Se não conseguir, entra em vigor automaticamente uma nova rodada de reduções de gastos, 50% em despesas militares e 50% em despesas com programas domésticos. Além disso o acordo prevê que o Senado e a Câmara votarão uma emenda parlamentar para Orçamento equilibrado até o fim do ano.O projeto foi aprovado na Câmara com o voto favorável de 174 republicanos e 95 democratas. Votaram contra 66 republicanos e 95 democratas. As informações são da Dow Jones.

Empenhado em construir um acordo que solucione o impasse sobre a dívida dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama apelou para o Twitter, uma das armas de sua campanha eleitoral. Pelo microblog, ele convocou os americanos a enviarem mensagens pelo Twitter aos membros do Congresso. Durante toda a sexta-feira o perfil do presidente tuitou usuários republicanos da Câmara dos Representantes e do Senado. 

Segundo o jornal The Washington Post, após os mais de 100 tweets, o perfil @BarackObama, que era seguido por mais de 9,4 milhões de usuários, perdeu cerca de 30 mil seguidores.

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As timelines foram invadidas por mensagens como "Eleitores do Alaska: twitem @lisamurkowski e peçam a ela que se comprometa com uma solução equilibrada do déficit". Aparentemente, a iniciativa não foi bem recebida.

A deputada republicana Michele Bachmann lançou hoje sua candidatura à presidência dos Estados Unidos. Preferida dos cristãos conservadores e ativistas do grupo conhecido como Tea Party, ela espera conquistar credibilidade para ser considerada uma séria concorrente ao presidente Barack Obama.

Bachmann, que está em seu terceiro mandato na Câmara, pelo Estado de Minnesota, planeja realizar um comício em Waterloo, em Iowa, sua terra natal. O Estado realiza a primeira disputa republicana de nomeação de candidatos, que acontece por meio de reuniões, conhecidas como caucuses.

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O resultado de uma enquete, divulgado na noite de sábado, mostra Bachmann em empate técnico com o governador de Massachusetts, Mitt Romney. A pesquisa mostrou que Romney tem o apoio de 23% dos entrevistados e Bachmann 22%. O levantamento foi feito com pessoas que disseram que provavelmente votariam no caucus do Estado.

Falando do lado de fora de uma mansão história em Waterloo, Bachmann disse que está iniciando sua campanha "não por vaidade", mas porque os eleitores "devem fazer uma escolha corajosa se quisermos garantir a promessa do futuro".

Bachmann é a única mulher a entrar na corrida presidencial até agora. Outra favorita do Tea Party, a ex-candidata à vice-presidência em 2008, Sarah Palin, ainda não declarou se pretende concorrer em 2012.

Em entrevista à Associated Press ontem, Bachmann acusou Obama de fazer uma política equivocada. "Pessoalmente, não tenho nada contra o presidente. Mas ele está errado e suas receitas políticas estão erradas." As informações são da Associated Press.

As autoridades dos Estados Unidos podem abalar a já fraca recuperação econômica se adotarem cortes imediatos de gastos e subirem impostos, afirmou o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês). Porém, um acordo sobre um plano fiscal de longo prazo seria benéfico para a economia. Em relatório, o CBO alertou que, até o fim deste ano, a dívida federal atingirá cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior porcentual desde pouco depois da Segunda Guerra Mundial.

O escritório de pesquisa não partidário do Congresso disse ainda, em sua previsão de longo prazo, que os enormes déficits orçamentários dos EUA que estão agora sendo debatidos em Washington "provavelmente diminuirão marcadamente" durante os próximos anos, à medida que a economia se recuperar e as medidas de estímulo expirarem.

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Apesar da previsão, o documento destaca que o rápido crescimento dos gastos em programas de benefícios, como Seguridade Social e Saúde, bem como a aposentadoria da geração dos baby boomers, continuarão a comer uma porção maior do orçamento federal ao longo dos próximos 25 anos.

O CBO afirmou que, se as atuais leis forem mantidas, o programa de Seguridade Social e os maiores programas obrigatórios de saúde representarão 15% do PIB dos EUA em 2015, uma alta de 10% ante a proporção atual. O escritório disse que o gasto total do governo, excluindo o pagamento de juro, foi em média de cerca de 18,5% nos últimos 40 anos. "A previsão orçamentária para a próxima década em diante é desanimadora", ressaltou o CBO no relatório.

Discussão política

O governo Obama e os membros republicanos e democratas do Congresso têm debatido por meses como e em qual prazo os EUA deveriam começar a lidar com seus déficits anuais. O vice-presidente, Joe Biden, conduziu recentemente conversações com os principais membros dos partidos para alcançar um acordo para elevar o teto da dívida do governo, a fim de evitar um default, bem como para adotar um plano fiscal mais amplo e sustentável.

A principal questão para democratas e republicanos é sobre qual é a melhor forma de alcançar um equilíbrio melhor entre as receitas e os gastos federais. Alguns legisladores, principalmente do partido Republicano, pediram que cortes de gastos imediatos neste ano fossem incluídos em qualquer acordo para aumentar o limite máximo da dívida dos EUA.

Mas o CBO alertou para essa abordagem no relatório, argumentando que a execução de "tais mudanças enquanto a atividade econômica e o emprego continuam bem abaixo de seus níveis potenciais poderá desacelerar o crescimento econômico" do país.

Ainda assim, o escritório concordou com a posição do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, de que os EUA precisam de um plano fiscal crível de médio e longo prazo, para evitar um efeito prejudicial do crescimento dos déficits e um aumento da dívida.

O relatório destacou ainda que uma falha em lidar com os níveis de endividamento crescentes restringirá a capacidade dos formuladores de políticas públicas de responder a uma crise econômica, a reduções da poupança nacional e a uma potencial diminuição no investimento doméstico. As informações são da Dow Jones.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve anunciar na noite de hoje o início da retirada de soldados americanos do Afeganistão. O contingente limitado, estimado entre 3 mil a 5 mil militares, equivale a até 5% do total das tropas dos EUA no front. Outro lote, de até 5 mil soldados, sairão até o fim do ano e pelo menos outros 20 mil serão retirados em 2012, ano em que tentará a reeleição.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, evitou antecipar oficialmente os números que serão anunciados às 21 horas de hoje (horário de Brasília). No pronunciamento desta noite, Obama tentará explicar mais uma vez as prioridades dos EUA no Afeganistão: destruir o Taleban e a Al-Qaeda e estabilizar e reconstruir o país. "O presidente tornará isso claro", disse Carney.

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Entre os militares cujo fim da missão deve ser marcado para julho, estarão incluídos soldados que não chegaram a desembarcar no Afeganistão e estão mobilizados em bases nos EUA, segundo o jornal Washington Post. De acordo com The New York Times, no entanto, ainda há várias opções na mesa de como montar a estratégia de retirada, cuja meta é reduzir para 70 mil o número de militares ao fim de 2012.

O tenente-general Douglas Lute, principal consultor militar de Obama, diz o jornal, defende a retirada de um total de 15 mil soldados até o final deste ano e de outros 15 mil no fim de 2012. Já o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, advoga a retirada de um total de 30 mil entre julho deste ano e julho de 2012.

O secretário de Defesa, Robert Gates, tentou ontem reverter a frustração que poderia ser causada por um corte imediato mais conservador. Para o chefe do Pentágono, a fadiga do Congresso e do povo americano com a guerra do Afeganistão estará refletida no plano a ser anunciado por Obama. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em discurso em Cingapura, Andrew Colquhoun, diretor da Fitch para ratings soberanos da Ásia e do Pacífico, afirmou acreditar que é bastante possível que o teto da dívida dos EUA seja elevado a tempo e que o país evite um não pagamento da dívida. No entanto, "se chegarmos a 2 de agosto sem um aumento no limite de endividamento, a Fitch vai atribuir observação com implicações negativas para o rating soberano dos EUA", disse Colquhoun.

"Em 15 de agosto, os EUA enfrentarão US$ 25 bilhões em pagamentos de cupons sobre US$ 4 trilhões em dívida soberana. Se (...) o teto da dívida não tiver sido elevado e os EUA não forem capazes de cumprir esse pagamento, então os ratings do país serão colocados em default restritivo", afirmou. Embora esse movimento deva ser revertido rapidamente, "é bastante improvável depois de tal default que o rating dos EUA volte para AAA", acrescentou. As informações são da Dow Jones.

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