Por Adriana Cavalcante
O tema saúde pública sempre desperta análise negativa, recheada de reclamações e críticas de mau atendimento. Mas de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgada nesta quinta-feira (22), com exclusividade, pelo Portal LeiaJá, o recifense vive um momento diferenciado, com um elevado grau de aprovação desses serviços. O estudo, realizado nos dias 06 e 07 de dezembro, tem margem de erro de 5% e ouviu 480 usuários na capital pernambucana.
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Com foco nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Samu e Farmácias Populares, o levantamento surpreende. Em relação às UPA’s, 55,2% avaliam como bom e ótimo a prestação do serviço. O Samu alcança a aprovação de 73,6% dos entrevistados e a Farmácia Popular atinge o teto de 80,0%, entre bom e ótimo.
A pesquisa também abordou a comparação na gestão da saúde do atual governo estadual em relação a períodos anteriores. E o resultado é igualmente positivo, com o registro de 61% entre bom e ótimo, na comparação.
Outros aspecto tratado é o perfil dos usuários dos três programas focados pela pesquisa – tendo sido aferido itens como renda familiar, escolaridade, e empregabilidade.
UPA’s - Apesar da satisfação dos recifenses, vale ressaltar que a mostra é um retrato do momento. Nas UPA’s, 64,8% dos entrevistados disseram já ter sido atendido pessoalmente em uma delas. Eles elogiaram basicamente a limpeza, localização, e respeito por parte dos funcionários.
Mas nem tudo são flores. Ao mesmo tempo, itens como tempo de espera para o atendimento, estrutura para acompanhantes (porque o paciente só tem direito a um familiar por perto) ficaram no ranking das insatisfações.
Para o economista do Instituto de Pesquisa da Maurício de Nassau, Djalma Guimarães, essa aparente contradição na avaliação, na verdade, é compreensível “porque por mais que demore o atendimento e isso comprometa a agilidade do processo, o atendimento, no entanto, é mais humano. E parece que é isso que conta”.
Ainda no caso das UPA’s, foco inicial do estudo, chama a atenção às diferenças do nível de aprovação entre uma e outra unidade, das seis pesquisadas. Mesmo o sistema funcionando em rede.
Mas, segundo Djalma Guimarães, por mais que o modelo seja único e funcione em rede, o diferencial, na avaliação feita pelo usuário, pode estar associado a fatores como demanda maior numa ou noutra unidade e a própria gestão existente em cada uma delas.