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Mais de 1.400 feminicídios foram registrados no Brasil em 2022, o que representa um recorde de uma mulher morta a cada seis horas por questões ligadas ao gênero, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (8), dia em que o presidente Lula anunciou medidas para prevenir a violência contra as mulheres.

O número total de 1.410 representa cerca de 5% a mais que em 2021 e é o maior registrado desde que a lei do feminicídio entrou em vigor, em 2015, informou o portal de notícias G1, mencionando dados oficias dos 26 estados do país e do Distrito Federal.

Se forem considerados os homicídios de mulheres, sem levar em conta suas motivações, o número aumentou 3% entre 2021 e 2022, para 3.930.

O aumento dos feminicídios contrasta com uma queda, leve, no número total de assassinatos no ano passado. Com 40.800 casos, o país registrou uma redução de 1% em relação a 2021.

"É intolerável", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante um ato pelo Dia Internacional da Mulher no Palácio do Planalto.

"Estamos apresentando hoje um pacote de medidas para colocar um fim a essa barbárie, mas é preciso ir além do combate à intolerável violência física contra as mulheres", afirmou.

O governo anunciou um aumento dos recursos para centros de atenção às mulheres e recriará um programa de acompanhamento policial preventivo para as vítimas de violência doméstica.

Lula se apresentou de maneira contrária ao governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (2019-2022), a quem acusou de cortar recursos e estimular de forma velada a violência contra mulheres.

O político de extrema direita foi criticado por suas declarações sexistas, como quando, em 2014, disse a uma deputada que ela era feia demais para ser estuprada.

Ao lado de sua esposa Janja e várias ministras, além da ex-presidente e aliada Dilma Rousseff, Lula anunciou também que enviou ao Congresso um projeto de lei de igualdade salarial.

Além disso, o Brasil ratificará a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra a violência, incluída a violência de gênero, nos locais de trabalho.

O Projeto de Lei 410/23 garante atendimento prioritário a crianças e adolescentes órfãos em razão de feminicídio no Sistema único de Saúde (SUS), no acesso à Justiça, na matrícula em escolas, entre outros serviços públicos.

O texto em análise na Câmara dos Deputados se destina aos dependentes de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica e familiar ou em flagrante menosprezo e discriminação à condição de mulher.

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Mais de 2 mil órfãos A autora, deputada Yandra Moura (União-SE), cita dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, segundo o qual foram registrados 1.341 casos de feminicídio em 2021.  Considerando a taxa de fecundidade do País, os pesquisadores afirmam que o feminicídio deixou cerca de 2.300 órfãos no Brasil, neste período. 

"Precisamos acima de tudo, dar visibilidade aos invisíveis órfãos do feminicídio", afirma a parlamentar. “Reconstruir essa história de vida para superação desses traumas adquiridos é um grande desafio”, acrescenta.  O texto também garante prioridade de atendimento nos pedidos direcionados ao INSS, bem como na assistência jurídica, por parte do Ministério Público e da Defensoria Pública, sobre a proteção dos bens herdados por esses órfãos. 

Tramitação

A proposta ainda será despachada para análise pelas comissões da Câmara.

*Da Agência Câmara de Notícias

A deputada estadual Delegada Gleide Ângelo (PSB) chegou em Brasília nesta segunda-feira (6), cumprindo agenda administrativa com deputados federais, senadores e ministros. A visita da parlamentar tem o intuito de apresentar projetos e programas em favor da igualdade de gênero e pelo enfrentamento da violência doméstica e familiar.

 Ângelo defende a implantação de políticas públicas mais efetivas no combate à violência doméstica, e mencionou os casos mais recentes que aconteceram em Pernambuco, logo após o Carnaval: em Olinda, na Região Metropolitana, Pombos, na Zona da Mata, Afogados da Ingazeira, no Sertão, e Limoeiro, no Agreste.

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“Muito simbólico e emblemático estarmos aqui em Brasília, na Semana da Mulher. O Brasil continua sendo um dos países onde mais se matam mulheres no mundo. Em Pernambuco, não é diferente: em 15 dias, temos a triste realidade de 12 mulheres assassinadas. Não podemos ficar de braços cruzados. Temos de trabalhar para sanar onde estamos falhando, do contrário, as mulheres vão continuar morrendo”, disse.

A parlamentar seguirá a agenda de reuniões com os ministros da Pesca e Aquicultura, André de Paula, do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, da Ciência Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e da Mulher, Cida Gonçalves.

Mais um ano em que a violência contra as brasileiras têm sido crescente no país. É o que mostra a quarta edição da pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil. Realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o levantamento permite estimar que cerca de 18,6 milhões de mulheres brasileiras foram vitimizadas em 2022, o equivalente a um estádio de futebol com capacidade para 50 mil pessoas lotado todos os dias. Em média, as mulheres que foram vítimas de violência relataram ter sofrido quatro agressões ao longo do ano, mas entre as divorciadas a média foi de nove vezes.

A pesquisa traz dados inéditos sobre diferentes formas de violência física, sexual e psicológica sofridas pelas brasileiras no ano passado. Em comparação com as edições anteriores, todas as formas de violência contra a mulher apresentaram crescimento acentuado no ano passado. Segundo o levantamento, 28,9% das brasileiras sofreram algum tipo de violência de gênero em 2022, a maior prevalência já verificada na série histórica, 4,5 pontos percentuais acima do resultado da pesquisa anterior.

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"Todos os dados da pesquisa são realmente bem tristes, mas, quando olhamos para as violências sofridas pelas mulheres no Brasil, comparado com as pesquisas que a gente fez anteriormente, todas as modalidades de violência foram acentuadas nesse último ano. Então as mulheres estão sofrendo cada vez mais violência. Há aumento de 4 pontos percentuais sobre as mulheres que sofreram algum tipo de violência ou agressão no último ano, comparado com a pesquisa anterior. Esse é um dado que choca bastante”, lamenta a a pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Amanda Lagreca.

A pesquisa ouviu 2.017 pessoas, entre homens e mulheres, em 126 municípios brasileiros, no período de 9 a 13 de janeiro de 2023, e foi realizada Instituto Datafolha e com apoio da Uber. 

Os dados de feminicídios e homicídios dolosos de mulheres do ano de 2022 ainda não estão disponíveis, mas o crescimento agudo de formas graves de violência física, que podem resultar em morte a qualquer momento, é um sinal, diz a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno. “Não será surpresa se nos depararmos com o crescimento de ambas as modalidades de violência letal contra as mulheres. Infelizmente, o Brasil ficou mais inseguro para todas nós.”

Os resultados da pesquisa mostraram que 11,6% das mulheres entrevistadas foram vítimas de violência física no ano passado, o que representa um universo de cerca de 7,4 milhões de brasileiras. Isso significa que 14 mulheres foram agredidas com tapas, socos e pontapés por minuto.

Entre as outras formas de violência citadas, as mais frequentes foram as ofensas verbais (23,1%), perseguição (13,5%), ameaças de violências físicas (12,4%), ofensas sexuais (9%), espancamento ou tentativa de estrangulamento (5,4%), ameaça com faca ou arma de fogo (5,1%), lesão provocada por algum objeto que foi atirado nelas (4,2%) e esfaqueamento ou tiro (1,6%).

A pesquisa apresentou um dado inédito: uma em cada três brasileiras com mais de 16 anos sofreu violência física e sexual provocada por parceiro íntimo ao longo da vida. São mais de 21,5 milhões de mulheres vítimas de violência física ou sexual por parte de parceiros íntimos ou ex-companheiros, representando 33,4% da população feminina do país.

Se considerado os casos de violência psicológica, 43% das mulheres brasileiras já foram vítimas do parceiro íntimo. Mulheres negras, de baixa escolaridade, com filhos e divorciadas são as principais vítimas, revelou a pesquisa. 

“Quando a gente olha esse dado de 33,4%, comparado com média global da Organização Mundial da Saúde, de 27%, o que estamos vendo é que no Brasil esse número é mais elevado do que o número um estimado pela OMS”, lamenta Amanda Lagreca.  Para a pesquisadora, outro dado chocante é com relação ao autor da violência. Pela primeira vez, o estudo apontou o ex-companheiro como o principal autor da violência (31,3%), seguido pelo atual parceiro íntimo (26,7%).

O autor da violência é conhecido da vítima na maior parte dos casos (73,7%). O que mostra que o lugar menos seguro para as mulheres é a própria casa – 53,8% relataram que o episódio mais grave de agressão dos últimos 12 meses aconteceu dentro de casa. Esse número é maior do que o registrado na edição de 2021 da pesquisa (48,8%), que abrangeu o auge do isolamento social durante a pandemia de covid-19.  Outros lugares onde houve episódio de violência foram a rua (17,6%), o ambiente de trabalho (4,7%) e os bares ou baladas (3,7%). Sobre a reação à violência, a maioria (45%) das mulheres disse que não fez nada. Em pesquisas anteriores, em 2017 e 2019, esse número foi de 52%.

O número de vítimas que foi até uma Delegacia da Mulher aumentou em relação a 2021, passando de 11,8% para 14% em 2022. Outras formas de denúncia foram: ligar para a Polícia Militar (4,8%), fazer um registro eletrônico (1,7%) ou entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher pelo Disque 180 (1,6%).

Assédio sexual A pesquisa mostrou que 46,7% das brasileiras sofreram assédio sexual em 2022, um crescimento de quase 9 pontos percentuais em relação a 2021, quando a prevalência de assédio foi de 37,9%.

Com a pesquisam pode-se estimar que 30 milhões de mulheres que relataram ter sofrido algum tipo de assédio; 26,3 milhões de mulheres ouviram cantadas e comentários desrespeitosos na rua (41,0%) ou no ambiente de trabalho (18,6% - 11,9 milhões), foram assediadas fisicamente no transporte público (12,8%) ou abordadas de maneira agressiva em uma festa (11,2%).

Uma mulher morreu após ser atropelada na frente da filha, de cinco anos, na madrugada desta quinta-feira (2), no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, no bairro Olhos D'Água, em Minas Gerais. O marido é suspeito do crime. 

Um frentista relatou ao g1 que viu um caminhão passando duas vezes em cima do corpo da vítima e, em seguida, a criança sai correndo e gritando "papai", em direção ao veículo. 

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Acompanhada da menina, a mulher de 28 anos teria ido ao local para encontrar o marido, de 39 anos. O supeito fugiu após o atropelamento. 

A Polícia Militar Rodoviária foi acionada e entrou em contato com a mãe do suspeito para buscar a neta. Uma perícia foi realizada e o corpo seguiu para o Instituto Médico Legal (IML). 

O homem que tentou matar a ex-companheira a facadas em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, foi preso nesta quinta-feira (2), no bairro do Ibura, na Zona Sul da capital. A vítima foi salva pelo irmão, que também foi ferido para evitar a consumação do crime. 

Nesta manhã, policiais da 10ª Delegacia de Homicídios de São Lourenço cumpriram um mandado de prisão preventiva em decorrência dos fatos ocorridos no domingo (26). O agressor vai responder por tentativa de feminicídio e de homicídio contra o ex-cunhado. 

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Segundo a investigação, o homem também é suspeito de atear fogo na casa do ex-sogro, em novembro do ano passado. 

O ataque foi flagrado por câmeras de monitoramento e teria sido motivado por inconformismo com o fim do relacionamento. De acordo com os relatos, a convivência do casal seria marcada por agressões físicas e psicológicas, que se intensificavam quando o homem consumia bebida alcoólica.  

Uma mulher foi salva pelo irmão de uma tentativa de feminicídio cometida pelo ex-companheiro, na manhã desse domingo (26), em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. O criminoso estaria insatisfeito com o fim do relacionamento e feriu a ex com facadas. 

Câmeras registraram o momento em que o homem de 43 anos corre para golpear a mulher de 41. Ela havia chegado ao trabalho por volta das 6h40, acompanhada do irmão de 43. O criminoso consegue atingir a mulher, mas tem a ação interrompida pelo irmão, que revida com golpes de capacete, mas também é esfaqueado.  

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Após o ataque, ele deixou o local em uma moto. Os dois feridos foram socorridos para a UPA do município  

Policiais do 20° Batalhão realizaram diligencia para localizar o suspeito. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso. 

Uma mulher de 21 anos foi assassinada pelo marido a golpes de faca na noite da segunda-feira (20), na Zona Rural de Inajá, no Sertão pernambucano. De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu depois de uma discussão do casal. 

Segundo informações, a vítima, identificada como Ivanice Maria da Silva, estava em casa e o principal suspeito, o marido Rodrigo José do Nascimento, de 27 anos, chegou embriagado e ameaçou vender o celular de Ivanice, que foi esfaqueada por Rodrigo depois de uma discussão sobre a venda do aparelho. 

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A irmã da vítima, de 16 anos, que também estava no local na hora do crime, foi agredida por Rodrigo José por tentar impedir que a irmã fosse ferida. Ivanice não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O suspeito fugiu. 

O caso é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco. 

Nota na íntegra

“A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Delegacia de Inajá, registrou ocorrência de feminicídio que vitimou uma mulher, de 21 anos, no bairro do Centro do município de Inajá na noite da última segunda-feira. Houve ainda uma lesão corporal por violência doméstica familiar de uma adolescente, de 16 anos, irmã da vítima. O principal suspeito é o companheiro da vítima que fugiu após desferir golpes de arma branca nas duas. A PCPE informa que todas as providências necessárias estão sendo tomadas”.

Uma jovem identificada como Ana Gabriela Gomes, de 18 anos, foi assassinada e queimada pelo marido, Marcelo Ribeiro Martins, de 28 anos, nesta quinta-feira (16), no bairro Shopping Park, em Uberlândia-MG. De acordo com a Polícia Militar (PM), o homem foi preso em flagrante a cerca de 100 metros do local do crime. 

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o fogo na calçada da casa em meio a pedaços de madeiras e móveis e, em seguida, um morador usando uma mangueira para controlá-lo 

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No dia anterior ao crime, Ana Gabriela havia discutido com o companheiro. A suspeita é de que Marcelo tenha premeditado o crime e usado drogas antes de matá-la. 

Segundo a TV Integração, a vítima e o suspeito viviam juntos há cerca de três anos e tinham um filho de três meses, que estava sendo criado pelos avós. O relacionamento era conturbado. 

A Polícia Militar do Mato Grosso do Sul prendeu em flagrante, na noite dessa segunda-feira (30), um homem acusado de torturar e estuprar a esposa em sua casa, no bairro de Santo Amaro, em Campo Grande. A vítima foi encontrada nua, amarrada e em estado de choque pelos policiais.

O homem de 27 anos, casado com a vítima de 20 anos há pouco mais de 1 ano, manteve a esposa em cárcere privado e, segundo a investigação, usava uma faca, maçarico, ferro de passar e um isqueiro para torturar a mesma. Ela ainda teria sido obrigada a dizer para a família que estava tudo bem, em uma ligação telefonica.

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Um irmão da vítima estranhou o comportamento da jovem e fez a denúncia aos policiais. O agressor ainda tentou despistar a PM, negando o crime, mas as autoridades entraram na casa e acharam a moça amarrada, em estado de choque e cheia de queimaduras.

Um homem de 32 anos é suspeito de atear fogo na casa da ex-mulher após ser solto em audiência de custódia, no bairro São Bento, em Boa Vista (RO), na terça-feira (17). O homem havia sido preso no domingo (15), depois de agredir a ex de 35 anos. 

O suspeito fugiu após atear fogo na residência da vítima e ainda não foi localizado pela Polícia Militar. Segundo a PM, a vítima estava na casa da irmã quando foi informada pelos vizinhos do ocorrido. Quando chegou ao local, as chamas já haviam sido controladas pelos moradores. 

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A mulher relatou à polícia que tem uma medida protetiva para que o suspeito não se aproxime dela. Ele teria ameaçado matar a ex e os filhos e atear fogo na casa dela quando fosse liberado.

Eles tinham um relacionamento de 10 anos, que terminou há dois meses e o suspeito não aceita o fim da relação. Os dois tiveram quatro filhos juntos. 

Ainda que o fogo só tenha queimado as roupas dela e das crianças, a mulher disse estar aterrorizada com o que houve. Ela conta que o ex-marido é agressivo e já cumpriu pena por roubo durante cinco anos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. 

A delegada do caso, por sua vez, informou à Justiça que o suspeito descumpriu a medida protetiva e pediu providências. 

Raul Gazolla não poupou palavras ao falar sobre Guilherme de Pádua, assassino de Daniella Perez, durante entrevista ao podcast Pod Sempre. Segundo informações do jornal Metrópoles, o artista começou disparando:

- Ele não pagou na prisão, mas pagou com a vida. O demônio não vem com chifre na cabeça, pintado de vermelho, com rabo. O demônio vem disfarçado de anjo. Ele estava na igreja disfarçado de pastor, falando a palavra de Deus.

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O ator ainda foi sincero ao falar quais são os seus sentimentos em relação à morte dele, que aconteceu em dezembro de 2022.

- Senti alegria e raiva. Alegria porque demorou para ir, mas foi, e raiva porque queria ter ajudado. Não sou um assassino, não teria interesse em nenhum em matar os assassinos da minha mulher, mas queria pelo menos ter dado uns tapas na orelha dele.

Em seguida, revelou que teve infartos devido ao alto nível de estresse.

- Qual o fator que faz com que eu tenha tido esses infartos? O primeiro, é hereditário e outro fator é o estresse. Eu tive alguns estresses na minha vida. Um, que a gente já sabe, que foi o assassinato da minha mulher.

Outro fator que afetou sua saúde foi a perda de um parente próximo.

- Eu tive um outro estresse muito grande na minha vida, que foi: eu tinha um sobrinho, de 22 anos, que morreu atropelado por um trem em Minas Gerais. Eu o criei como um irmão mais novo, eu tinha uma paixão enorme por ele.

Raul também deu mais detalhes sobre os infartos.

- Eu tenho cinco infartos, tenho dois stents [...] Esse último que eu tive foi por excesso de treino, estava muito animado e botando para quebrar, porque eu ia fazer esse personagem que é dono de academia, o Van Damme, na novela. Eu estava empolgadíssimo treinando jiu-jítsu, e quando estou treinando, não tenho problema nenhum, as artérias dilatam coisa e tal. Mas quando eu puxo demais, elas vão voltando ao estado normal. Tenho duas artérias ali meio doentinhas e elas fecham cem por cento. Quando fecham, o sangue não chega cem por cento ao coração e quando não chega chega por cento, o coração faz força para empurrar ele pro corpo. E aí eu sinto uma pontada, uma dorzinha e eu falei: Ih, tô infartando.

 

Passados oito anos da promulgação da Lei 13.104, de 9 de março de 2015, conhecida como Lei do Feminicídio, o assassinato de mulheres em situação de violência doméstica e familiar ou em razão do menosprezo ou discriminação à sua condição aumentaram no país. A lei alterou o Código Penal para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, além de incluí-lo no rol dos crimes hediondos.

O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) começou a compilar e divulgar os dados sobre o crime de feminicídio no estado em 2016 e mostra o crescimento dos casos nos últimos anos. Foram 78 em 2020, 85 em 2021 e saltou para 97 no ano passado, ainda sem computar os dados de dezembro. Há notícias de pelo menos mais três casos no último mês de 2022. Quanto às tentativas de feminicídio, foram 270, 264 e 265 em cada ano, respectivamente.

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Apenas na favela da Rocinha, foram dois casos no dia 29 de dezembro e mais dois nos primeiros dias deste ano. Em todo o estado do Rio, houve pelo menos quatro casos nos primeiros dias de 2023, além de uma tentativa de feminicídio. A vítima está internada.

A coordenadora executiva da organização Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia), a advogada Leila Linhares Barsted, que também integra o Comitê de Peritas do mecanismo de segmento da convenção de Belém do Pará, da Organização dos Estados Americanos, para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, explica que o feminicídio é um fenômeno social grave.

De acordo com ela, o crime foi intensificado pela pandemia de covid-19, quando vítimas e agressores passaram a conviver por mais tempo, bem como reflete o machismo estrutural e os altos índices de violência do país.

“O índice de violência, o incentivo às armas de fogo, esses discursos de ódio, né? Há uma misoginia e um machismo que estão cada vez mais fortes na sociedade brasileira. Ou seja, aquele machismo que se fazia um pouco mais discreto está nas páginas dos jornais, proferido por lideranças das instituições do Estado. Então é como se houvesse uma licença para que homens exercessem o machismo de uma forma mais grave contra as mulheres”.

Casos de 2023

No Dossiê Mulher do ISP, que traz dados de 2016 a 2020, os números mostram que a maioria das vítimas de feminicídio é morta pelo companheiro ou ex-companheiro (59%) e dentro de casa (59%). Barsted explica que o feminicídio normalmente envolve uma relação íntima, na qual o homem considera ter a posse da mulher.

“Ou seja, é o machismo que não admite que a mulher fuja do controle desse homem. Então, muitas vezes esses eventos ocorrem exatamente quando as mulheres não querem mais viver em situações de violência e resolvem se separar. Esse machismo se dá exatamente nesse sentido, da ideia de que o homem tem a posse da mulher e quando ele perde a posse, decide então castigá-la”.

Os feminicídios ocorridos no estado este ano confirmam os dados.

No dia 1º, Stephany Ferreira do Carmo, 25 anos, foi esfaqueada dentro de casa, na Cidade Alta, zona norte da capital, na frente do filho de 7 anos. Ela está internada com quadro estável, após ficar em coma induzido e passar por uma cirurgia. O suspeito, que foi preso, é Adriano Quirino, com quem a vítima mantinha relacionamento há um ano. A briga teria sido por ciúmes.

No dia 2, Gabriela Silva de Souza, 27 anos, foi esganada até a morte pelo marido, Fábio Araújo da Silva, em Belford Roxo, na baixada fluminense. Ele se entregou à polícia. Gabriela havia decidido se separar, depois de descobrir uma traição do companheiro.

Também no dia 2, Rosilene Silva, 39 anos, foi atingida por quatro tiros no Mercado de Peixe de Cabo Frio, onde trabalhava. Ela já havia denunciado o ex-marido, Thiago Oliveira de Souza, por violência doméstica. Ele foi preso no dia seguinte, na BR-101, em Casimiro de Abreu.

No domingo passado (8), Carmem Dias da Silva, 29 anos, foi morta a facadas e com cortes de vidro, na Rocinha, após uma briga com Wendel Luka da Silva Virgílio, preso em flagrante. Era a primeira vez que Carmem se encontrava com Wendel, que conheceu pela internet. Ela era sobrinha do pedreiro Amarildo Souza, morto em 2013 após ser levado para averiguações na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.

Também na Rocinha, Daniela Barros Soares, de 29 anos, levou um tiro na cabeça enquanto dormia, no dia 9, do ex-marido Rios Loureiro de Souza Sablich, que se entregou na Cidade da Polícia. Rios e Wendel tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva na audiência de custódia, ocorridas terça-feira (10).

Enfrentamento à violência

Em sua posse, no dia 1º, o governador Cláudio Castro afirmou que dará prioridade ao combate à violência contra a mulher e ao feminicídio. Ele citou programas já implementados por sua gestão, como o aplicativo Rede Mulher, o atendimento aos familiares das vítimas do feminicídio, a Patrulha Maria da Penha, a Casa Abrigo e o Ônibus Lilás.

Castro também criou a Secretaria da Mulher, que será comandada por Heloísa Aguiar. A reportagem solicitou entrevista com a secretária, mas ainda não obteve retorno.

Outra área que será fortalecida este ano é a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que elegeu a primeira mulher no cargo de defensora-geral em 68 anos de história da instituição. Na cerimônia de posse, na terça-feira (10), Patrícia Cardoso afirmou que traz a perspectiva de gênero, o combate à violência contra a mulher e que pretende implantar essa visão na defensoria.

“São estatísticas absurdas, as mulheres estão sendo mortas cada vez mais. Esse desafio do enfrentamento da violência contra a mulher, da capacitação dessa mulher para que possa arrumar as malas, como a minha avó fez [a mala] do meu avô, essa capacidade, esse empoderamento, são muito importantes. A Defensoria, junto com o governo do estado, tem papel de destaque e eu queria deixar isso registrado”.

Para Basterd, o fato de ter duas mulheres em posições de poder e decisão deve contribuir para o enfrentamento à violência. De acordo com a advogada, é preciso institucionalizar o diálogo entre as diversas instituições que trabalham nessa área, para promover de fato uma rede integrada de proteção à mulher vítima de violência e, assim, prevenir o feminicídio.

“Eu espero sim que a nova secretária possa ter força suficiente e interlocução contínua com os demais poderes e com os movimentos de mulheres. O Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres tem uma comissão de segurança da mulher, a Escola de Magistratura do Rio de Janeiro tem um fórum permanente sobre violência contra as mulheres. Então é importante que a nova gestora de política das mulheres possa abrir um canal de interlocução com os movimentos sociais, com as outras organizações do estado, para que a gente possa realmente fortalecer essa política e colocá-la em prática”.

Ela destaca também a necessidade de garantir orçamento para a implementação das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha e a devida fiscalização para verificar se elas estão funcionando, bem como a produção de dados estatísticos sobre o tema.

“Muitas vezes isso fica escrito em grandes documentos, em grandes propostas, mas os recursos orçamentários, a capacitação, o aumento e o fortalecimento das equipes acabam não se concretizando. Sugerimos que os dados sobre medidas protetivas possam ser mais completos. Que tipo de medida, qual o perfil da mulher que recebeu a medida, qual o perfil do agressor, qual a resposta que essa mulher recebeu do Poder Judiciário? Ou seja, são muitas questões que ainda precisam ser preenchidas.”

Transição federal

No Relatório do Gabinete de Transição Governamental, o grupo que tratou das políticas para as mulheres apontou a gravidade do problema.

“No primeiro semestre de 2022, o Brasil bateu recorde de feminicídios, registrando cerca de 700 casos no período. Em 2021, mais de 66 mil mulheres foram vítimas de estupro; mais de 230 mil brasileiras sofreram agressões físicas por violência domés­tica. Os dados são do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Embora todas as mulheres estejam expostas a essas violências, fica evidente o racismo: as mulheres negras são 67% das vítimas de feminicídios e 89% das vítimas de violên­cia sexual.”

Os dados do feminicídio são do relatório Violência contra Meninas e Mulheres do 1º semestre de 2022, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que notificou 699 casos no período analisado. O documento foi lançado em dezembro. Nos anos anteriores, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, da mesma instituição, relata 1.229 feminicídios em 2018, 1.330 em 2019, 1.354 em 2020 e 1.341 em 2021. Os dados completos de 2022 ainda não foram divulgados.

O relatório da transição aponta o desmonte das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher como causa do agravamento da situação, como a paralisação do Disque 180, que teve apenas R$ 6 milhões no ano de 2023 destinados aos serviços de denúncia, acolhimento e orientação das mulheres vítimas de violência doméstica.

“No caso do programa Mulher Viver Sem Violência, os principais eixos que garantiam a capacidade de execução foram retirados da legislação, desobrigando o Estado de cumpri-los. O orçamento do programa foi desidratado em 90%, e a construção de Casas da Mulher Brasileira foi paralisada”.

A coordenadora da Cepia afirma que toda a rede de proteção foi desmontada nos últimos anos, apesar de o país contar com o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, envolvendo as três esferas de governo, lançado em 2007 e atualizado em 2011.

“O que a gente está vendo é que a rede de atendimento às mulheres, nos últimos anos, tem se enfraquecido cada vez mais. São centros de referência com instalações precárias, são equipes desfeitas, as delegacias, o atendimento na área da saúde, esses serviços públicos têm sido enfraquecidos e muitos desmobilizados no Brasil todo”.

De acordo com Basterd, é urgente uma mudança de mentalidade para tirar o país da barbárie imposta por pensamentos como o machismo, o racismo e a homofobia, bem como o aumento da cultura armamentista.

“Então, são políticas públicas de âmbito nacional, o desarmamento da população, a educação da população para padrões civilizatórios. Nós estamos vivendo padrões de barbárie, com discursos de ódio, uma intolerância imensa, e claro que tudo isso incentiva esses criminosos, esses feminicidas, a praticarem esses atos contra as mulheres. Não se trata apenas de punir agressores, de punir criminosos, se trata sim de reeducar a sociedade para padrões civilizatórios das relações entre os indivíduos”.

Um homem invadiu uma loja e tentou matar a ex-companheira no município de Novo Oriente, a cerca de 400 quilômetros de Fortaleza, no Ceará, mas o tiro acabou atingindo o pai da mulher, que tentou defendê-la. O caso aconteceu na manhã de quinta-feira (5). A ex-companheira já tinha uma medida protetiva contra o suspeito. 

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu e levou o homem para um hospital da região, mas a condição de saúde dele ainda não foi divulgada. 

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Somente neste ano, seis mulheres já foram assassinadas no Ceará. De acordo com a Polícia Civil, a mulher estava no estabelecimento com o pai quando o homem chegou e atirou. 

Vídeos de câmeras de segurança mostram quando o rapaz entra no local e as pessoas pedindo para ele não atirar. Disparos são ouvidos logo em seguida e ele sai correndo rapidamente. 

O caso está sob investigação na Delegacia Municipal de Novo Orienta, unidade da Polícia Civil, para apuração das circunstâncias do crime. 

A Polícia Civil de Pernambuco prendeu o homem suspeito de cometer feminicídio contra Amanda Silva Pedrosa, que foi encontrada morta com os pés e mãos amarrados na quarta-feira (28). 

Em atualização*

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A primeira fase de investigações sobre o assassinato de Cláudia Gleice da Silva Ramos, de 33 anos, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, pelo ex-companheiro, o soldado da Polícia Militar Guilherme Barros, foi concluída pela Polícia Civil de Pernambuco e o soldado foi indiciado pelo crime de feminicídio. 

Após matar a ex-companheira, que estava grávida de três meses, o soldado Guilherme Barros foi até o 19º Batalhão de Polícia Militar de Pernambuco, matou dois colegas de corporação e em seguida se matou. A tragédia aconteceu no dia 20 de dezembro de 2022

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O inquérito do assassinado de Cláudia foi enviado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). No entanto, dada a morte do suspeito, o promotor responsável pela análise do crime solicitará à justiça o arquivamento do caso. 

A fase foi concluída depois de dias de investigações e depoimentos de testemunhas e pessoas próximas aos envolvidos e definiu-se que a motivação do crime foi a não aceitação do término do namoro por parte de Guilherme. 

O ex-lutador do UFC Phil Baroni, 46, foi preso no último domingo em San Pancho, no México, sob suspeita de ter assassinado sua namorada em um motel. Ele teria chamado a polícia ao local, que encontrou a mulher sem vida. Ele estaria sob influência de drogas e alegou que houve um acidente durante uma briga entre o casal.

O caso foi noticiado pelo jornal mexicano Tribuna De La Bahia. Phil Baroni se identificou como "Phillips" ao chamar a viatura policial, que fazia ronda pela área. Sua namorada, identificada como "Paola", estava inconsciente em um quarto ao lado.

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A mulher, nua e coberta por um lençol, não tinha sinais vitais quando a polícia chegou ao local e apresentava marcas de golpes no rosto e em partes de seu corpo. Phil Baroni foi preso sob suspeita de homicídio e uma investigação está em curso para descobrir a real causa da morte de Paola.

Em seu depoimento, Baroni afirmou que, por volta das 15h (horário local) do último domingo, estava fumando maconha e bebendo cerveja no quarto antes de discutir com a namorada, que teria revelado ter tido relações sexuais com outro homem. Como reação, o lutador mandou que a mulher tomasse um banho. Quando ela se negou, Baroni a pegou pelo braço a arremessou no banheiro.

Ela teria batido a cabeça e a nuca e Baroni tentou ajudar a levantá-la. Após alguns minutos, ela já não tinha mais sinais vitais. Ele teria tentado reanimá-la segundo a versão contada pelo atleta, sem sucesso. Autópsias estão sendo realizadas no corpo da namorada para determinar a causa da morte.

Baroni teve passagens por algumas das principais organizações de MMA do mundo, como o UFC e o Bellator. Polêmico, foi suspenso em 2003, após golpear o árbitro Larry Landless em sua derrota para Evan Tanner, no UFC 45. Ele conta com 16 vitórias e 19 derrotas em seu cartel.

Uma mulher de 39 anos foi encontrada morta e amordaçada dentro de apartamento na Rua Gaspar Pérez, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife. O corpo da vítima foi encontrado com mãos e pés amarrados, além de um cordão no pescoço. A mulher, identificada como Amanda Silva Pedrosa, pode ter sido morta por asfixia. Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco reconheceu a tipificação do crime e informou que as investigações já foram iniciadas. 

"A Polícia Civil informa que está investigando o feminicídio que vitimou uma mulher de 39 anos. O fato aconteceu ontem (28), no bairro da Iputinga, no Recife. Foi instaurado inquérito policial para apurar o caso. As diligências já foram iniciadas e seguirão até a completa elucidação do crime", disse a instituição. 

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O suspeito seria o namorado da vítima que, após cometer o crime, teria fugido com o carro da mulher. Amanda conheceu o companheiro, Rafael Dornelas, de 40 anos, em um aplicativo de namoro e não residia no local há muito tempo. Segundo informações de vizinhos, ele é um microempresário e possui uma comedoria na Zona Norte do Recife.  

Durante a semana, os familiares e amigos de Amanda tentaram entrar em contato com ela, mas não houve retorno. O desaparecimento levou a família a ir ao apartamento, que precisou ser invadido. O corpo de Amanda estava amarrado sobre a cama. As imagens das câmeras de outro condomínio, que fica na mesma rua, serão utilizadas na investigação.   

O corpo já foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) trabalha para localizar o suspeito. 

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- - ‘Mulher é morta por ex-companheiro que já havia sido preso’ 

 

Uma mulher de 27 anos foi vítima de feminicídio nesta terça-feira (27), morta com um tiro no peito dado pelo ex-companheiro, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife. A vítima foi identificada como Gabriela Mara da Silva.

Segundo o JC, parentes informaram que a dona de casa estava arrumando a mudança quando foi surpreendida no novo endereço pelo ex-companheiro, de 42 anos. Familiares relataram que o homem havia sido preso em flagrante por violência doméstica há cerca de um mês, após incendiar a casa de Gabriela e a ameaçar com uma faca e, ainda de acordo com eles, o ex-companheiro foi liberado após o pagamento de uma fiança. 

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“Ele ligou para ela depois da delegacia e disse que estava solto depois de pagar a fiança. Disse que se ela não voltar para ele, ele iria matá-la onde ela estivesse”, disse uma parente. 

O crime

A mudança ainda estava sendo feita por Gabriela e pelos familiares, quando o rapaz chegou ao endereço. Além da vítima, outras três mulheres e uma criança estavam na casa e presenciaram o ocorrido. Ele invadiu a residência e jogou gasolina em Gabriela, que correu para pedir ajuda, quando ele sacou uma arma e disparou contra ela. 

“Ele chegou e disse que queria falar e que ela tinha que voltar para ele. Ela disse que não queria mais e quando se afastou, ele jogou uma garrafa de gasolina nela e tentou acender um fósforo. Como não conseguiu, deu um tiro”, relatou a tia que presenciou o crime. 

Uma outra testemunha, amiga da vítima, contou que Gabriela lutou contra o ex-companheiro. 

Feminicídio em Pernambuco

Em Pernambuco, foram registradas 63 mortes violentas motivadas por questões de gênero contra as mulheres entre 1º de janeiro a 30 de novembro de 2022. No mesmo período do ano passado, foram 81 casos. Houve uma queda de 22,2% no número. 

Um policial militar, alocado no 19º Batalhão da Policia Militar, na Zona Sul do Recife é apontado como autor de uma tragédia ocorrida nesta terça-feira (20). De acordo com informações preliminares, fornecidas por integrantes da Polícia Militar de Pernambuco ao LeiaJá, o PM, identificado como Guilherme, disparou sete vezes contra a própria esposa, que estava grávida, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR). A mulher foi socorrida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. 

Após consumar o feminicídio, Guilherme se dirigiu ao 19º Batalhão da PM, onde trabalha, e atirou contra colegas que estavam na sala de monitoramento do local. As vítimas foram a major Aline; o sargento Uchoa, o cabo Rebelo e um tenente identificado como Souza. Souza, que foi promovido a tenente em uma cerimônia na segunda-feira (19), também faleceu após ser alvejado. Os demais foram socorridos, mas ainda não há informações sobre o estado de saúde deles. Segundo as informações, Guilherme se suicidou após o ocorrido. 

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O Instituto de Medicina Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) estão no local. A superintendência da Polícia Militar do Estado está apurando o caso junto à Secretaria de Defesa Social, que emitiu nota e lamentou as mortes (veja abaixo). Às 14h05, o perito Fernando Benevides deixou o prédio do 19º BPM, após examinar a cena do crime, mas informou que não tem autorização para comentar o caso.

*Atualização às 14h10: o sargento Uchoa, segundo companheiros do 19º BPM, levou um tiro de raspão na cabeça, está consciente e passa bem. Além disso, uma campanha foi aberta para coletar doações de sangue para a major Aline, que tem estado de saúde grave. Até o momento da atualização, ainda não havia informações sobre o cabo Rebelo.

Todos os feridos foram atendidos em um hospital particular na Ilha do Leite. Em nota, a unidade de saúde disse que "dois pacientes com ferimentos por projétil de arma de fogo deram entrada na emergência nesta manhã" mas que "até o momento, não há autorização da Polícia Militar de Pernambuco para divulgar o estado de saúde dos pacientes". A PM e a SDS estão focando em prestar assistência às vítimas.

Nota da SDS-PE

"As forças de segurança estão atuando de forma integrada, neste momento, para dar o suporte necessário aos feridos, colegas e familiares, além de investigar e coletar elementos que ajudem a elucidar as circunstâncias e a motivação dessa tragédia envolvendo policiais do 19º batalhão e a esposa de um policial. No contexto atual, não é possível repassar outras informações e é prematuro fazer conjecturas. 

Neste momento de dor e comoção, solicitamos compreensão e respeito às vítimas, familiares, colegas de profissão e demais envolvidos. Oportunamente, faremos novos esclarecimentos. As polícias Militar, Civil, Científica e o Corpo de Bombeiros, além de outros órgãos, estão dedicados ao trabalho."

 

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