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O presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do atacante Neymar nesta quarta-feira (5) e declarou que pretende ir ao amistoso entre Brasil e Catar, no estádio Mané Garricha, em Brasília, para dar um abraço no jogador que foi acusado de estupro por uma mulher.

"Espero dar um abraço no Neymar antes do jogo. É um garoto. Está num momento difícil, mas eu acredito nele", afirmou Bolsonaro durante entrevista coletiva em Aragarças, no interior de Goiás.

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Esta é a primeira declaração pública de Bolsonaro desde que a denúncia contra Neymar veio à público no último final de semana.

O atacante da seleção foi acusado de estuprar uma brasileira em um hotel de luxo em Paris, na França, no dia 15 de maio. No entanto, em um vídeo publicado no Instagram, ele negou a denúncia e disse que a relação sexual foi consensual.

Após a revelação da gravação, na qual havia conversas e fotos da mulher, Neymar também se tornou alvo de uma investigação pelas polícias civis do Rio de Janeiro e São Paulo pela divulgação das imagens íntimas já que é um crime previsto no Código Penal.

Após ser questionado sobre o caso por uma repórter da "Folha de S.Paulo", Bolsonaro criticou o jornal e ainda colocou em dúvida a versão da mulher sobre o estupro. "Você está julgando o Neymar. A Folha de S.Paulo já está julgando o Neymar como sempre me julgou nesse tempo todo", acrescentou.

Hoje a noite, às 21h30 (horário de Brasília), o time comandado por Tite faz seu primeiro jogo de preparação para a Copa América em partida contra o Catar. A seleção, no entanto, tem sido ofuscada nos preparativos para a competição após a acusação de estupro.

Da Ansa

O dono de uma empresa de Abreu e Lima, no Grande Recife, que prestou serviços para a campanha a deputado federal de Luciano Bivar (PSL) admitiu em conversa gravada que participou de um esquema para desvio de verba nas eleições de 2018. A denúncia é destaque no jornal Folha de São Paulo.

A conversa teria sido gravada por um político sem o conhecimento do empresário. No vídeo recebido pela Folha, Luiz Claudio Cordeiro Palhares Junior, da Colossu's Empreendimentos, afirmou ter devolvido para a campanha de Luciano Bivar R$ 30 mil declarados como gasto eleitoral.

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O esquema teria funcionado da seguinte forma: a pedido de um ex-vereador alaido de Bivar, Palhares confeccionou R$ 8 mil em materiais gráficos, mas emitiu nota no valor de R$ 38 mil, para que fossem pegos R$ 30 mil.

Conforme a discriminação da nota fiscal da Colossu's Empreendimentos, foram confeccionados 200 perfurados, 1,2 mil adesivos, 100 mil santinhos, 60 mil praguinhas, 700 bandeiras e 300 camisas para a "campanha do candidato a deputado federal Luciano Bivar nas eleições de 2018". O custo do serviço foi de R$ 36.176,25 e os impostos custaram R$ 5.426,43.

Segundo a Folha, o político que fez a gravação pergunta o que a empresa seria capaz de rodar e Palhares responde: "Tu pode fazer o seguinte, como eu fiz lá com o cara: ele rodou cerca de R$ 8 mil em material e R$ 38 [mil] de nota, entendeste?".

Em seguida, o dono da Colossu's detalha o esquema: "Ele fez um material dele, com uma marca dele também 'Bob Esponja apoia Luciano' e ele só fez R$ 8 mil, só que na nota eu justifiquei R$ 38 [mil] para ele pegar os R$ 30 mil, entendeste? Aí eu botei os R$ 38 [mil] mais o imposto".

Procurado pela Folha, Palhares inicialmente disse que desconhecia o teor do diálogo gravado. Em nova oportunidade, ele informou que poderia ter conversado sobre o assunto, mas que não teria admitido irregularidades. "Se eu falei algo do assunto é porque pode ser que eu tenha dito que já tinha rodado os R$ 8 mil e faltava rodar o resto. Até porque a nota do material que eu tirei foi de R$ 42 mil", se explicou ao jornal.

Todo material foi entregue, segundo o empresário. A Folha visitou o endereço do empreendido, mas não havia pessoas no local. Palhares iniciou a mudança de endereço na última sexta-feira (22).

Parte da impressão de propaganda política é terceirizada, segundo o empresário. O material contratado por Ernandes Bob, o citado Bob Esponja, teria sido rodado na Graff Center - Gráfica Rápida, no centro de Abreu e Lima. A empresa estava fechada na manhã da segunda-feira (25) e o proprietário não atendeu as ligações do jornal de São Paulo.

A Colossu's só prestou mais um serviço durante as eleições de 2018 além da campanha de Bivar, conforme dados do TSE. A empresa foi contratada por R$ 45,8 mil para organizar uma estrutura de recepção a Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha a presidente.

Ernandes Bob é ex-vereador e presidente do PSL em Igarassu, também na Região Metropolitana. Ele é apontado como uma das apostas do partido para disputar a prefeitura em 2020.

O PSL já é investigado por uma candidatura laranja em Pernambuco. Maria de Lourdes Paixão recebeu R$ 400 mil de dinheiro público na eleição do último ano, teve apenas 274 votos e diz ter gasto R$ 380 mil em uma gráfica com indícios de ser de fachada. A candidata recebeu mais verba do PSL do que Jair Bolsonaro.

 

Derrotado na disputa pela Presidência da República, Fernando Haddad (PT) assegurou que se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tivesse sido condenado em um processo, na ótica dele, "frágil", teria conseguido "conter a ascensão da direita" no Brasil - que deu vitória nas urnas à Jair Bolsonaro (PSL), tido por Haddad como uma representação da extrema direita na América Latina.

"Lula tem significado histórico profundo. Saiu das entranhas da pobreza, chegou à Presidência e deixou o maior legado reconhecido no país", argumentou o petista, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo nesta segunda-feira (26). Fernando Haddad foi o substituto de Lula na disputa presidencial do PT, uma vez que o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por condenações na Lava Jato.

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O ex-prefeito de São Paulo declarou ainda que ele foi um dos primeiros a prever a ascensão da extrema direita no cenário político nacional. Naquele momento, o ex-ministro acreditava que João Doria (PSDB) seria a personificação do que é Bolsonaro hoje. "Doria seria um PSDB bolsonarizado, mas com aparência tucana", apostava Haddad.

Para o petista, a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos foi o que "abriu espaço para a extrema direita no mundo". No entanto, Haddad acredita que o movimento político dos EUA nada tem a ver com o brasileiro. "Trump é tão regressivo quanto Bolsonaro. Mas não é, do ponto de vista econômico, neoliberal. E o chamado Trump dos trópicos (Bolsonaro) é neoliberal", afirma.

“Escola Sem Partido é um projeto autoritário"

Ainda em entrevista à Folha, Fernando Haddad que, além de ter sido ministro da educação no governo Lula, também é professor, classificou o Escola Sem Partido como um projeto "autoritário que está nascendo dentro da democracia".

O petista acredita que esse projeto é uma forma de repressão e intimidação dos docentes em sala de aula.

"Quando um presidente eleito vem a público num vídeo dizer que os estudantes brasileiros têm que filmar os seus professores e denunciá-los, você está em uma democracia ou em uma ditadura?", indagou.

Após ter o nome de sua empresa citada na matéria da Folha de São Paulo como uma das supostas compradoras de pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp, Luciano Hang, dono das lojas 'Havan', teria divulgado, nesta sexta-feira (19), segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o número de contato do repórter Ricardo Galhardo, do Estadão. O jornalista afirma que ligou para o empresário a fim de esclarecer algumas dúvidas do possível envolvimento da empresa na denúncia feita pela Folha.

Segundo a Abraji, em sua conta no Twitter, Luciano teria divulgado o número do jornalista na sequência de uma postagem em vídeo. "Acabei de receber a ligação do Ricardo, do Estadão, perguntando se nós estávamos disparando mensagens de textos sobre alguma coisa para os nossos clientes (sic)". No vídeo, o empresário argumenta, no entanto, que estava acontecendo na verdade em sua loja a 'Net Promoter Score', uma metodologia de pesquisa de satisfação criada em 2003.

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"Olha só pessoal onde esses jornais estão querendo chegar. Estão querendo ligar isso à política. O Estadão e Ricardo, eu tenho numero dele e gravado", aponta o empresário Luciano Hang.

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De acordo com a Abraji, em seguida, o dono da Havan, que tem mais de 61 mil seguidores, terias divulgado um print com o número do Ricardo Galhardo. Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, por conta disso o repórter começou a receber mensagens agressivas no WhatsApp.

Ricardo disse à Abraji que havia ligado para o empresário para obter declarações sobre a suspeita de que ele contratou envios de mensagens em massa a favor do candidato Jair Bolsonaro. "Quando perguntei sobre o assunto, ele me xingou, disse que iria 'me f***er' e que iria colocar meu telefone nas redes sociais". O LeiaJá tentou contato com a assessoria de imprensa da Havan, porém, até o fechamento desta matéria, nossas ligações não foram atendidas.

Tempo depois, o próprio Twitter teria removido a postagem por violar regras de uso da plataforma. Em seu site oficial, a Abraji destacou: "Ações como esta comprometem a liberdade necessária aos jornalistas para fazer perguntas - especialmente as incômodas. Sem essa liberdade, a democracia definha", ponderou a Associação.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, autorizou, nesta sexta-feira (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a conceder entrevistas na na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está preso desde 7 de abril, após ser condenado em segunda instância na Lava Jato.

 Despacho foi em favor da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, e do jornalista Florestan Fernandes que questionaram censura à atividade jornalística por parte da 12ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela execução da pena de Lula.

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De lá para cá, vem se manifestando à imprensa através de cartas encaminhadas pelos seus aliados durante visitas. O ex-presidente recebeu uma pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. 

A autorização foi em resposta a uma reclamação feita pelos jornalistas, apontando que a 12ª Vara Federal de Curitiba negou a permissão para a entrevista impondo censura à atividade jornalística e mitigando a liberdade de expressão, contra decisão já tomada pelo STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 130/DF que garante "a plena liberdade de imprensa como categoria jurídica proibitiva de qualquer tipo censura prévia". 

"Não há como se chegar a outra conclusão, senão a de que a decisão reclamada, ao censurar a imprensa e negar ao preso o direito de contato com o mundo exterior, sob o fundamento de que 'não há previsão constitucional ou legal que embase direito do preso à concessão de entrevista ou similares', viola frontalmente o que foi decidido na ADPF 130/DF", argumenta o ministro na decisão.

Lewandowski também diz que "não raro diversos meios de comunicação entrevistam presos por todo o país, sem que isso acarrete problemas maiores ao sistema carcerário". Além disso, o magistrado ressalta que impedir a entrevista seria "nítida quebra no tratamento isonômico entre eles". 

Morreu nesta terça-feira, 21, aos 61 anos, o advogado, jornalista e escritor Otavio Frias Filho, diretor de Redação do jornal Folha de S.Paulo. Ele tinha câncer no pâncreas. Deixa as filhas Miranda, de 8 anos, e Emilia, de 1 ano, que teve com Fernanda Diamant, editora da revista literária Quatro Cinco Um, e os irmãos Maria Helena, médica, Luiz, presidente do Grupo Folha, e Maria Cristina, editora da coluna Mercado Aberto. O velório será realizado a partir das 11h30 e a cerimônia de cremação, às 13h30, no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.

Paulistano, Frias Filho foi o responsável por consolidar o "Projeto Folha", conjunto de medidas editoriais que estabeleceu normas de escrita e conduta do jornal que é considerado como um dos marcos da imprensa brasileira. Esses princípios nortearam também o Manual da Redação, lançado em 1984, o primeiro livro do gênero colocado à disposição do público. "Ele criou na Folha um novo jornalismo, inovador e corajoso, que serviu de exemplo para várias empresas do setor. Uma grande perda para todos", afirmou o diretor-presidente do jornal "O Estado de S. Paulo", Francisco Mesquita Neto.

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Assumiu a chefia do jornal no início dos anos 1980 no período da campanha "Diretas Já", quando teve papel crítico ao regime militar. Frias Filho defendia a tese de que cabia ao jornalismo ser sempre crítico ao governo, não importando quem estivesse no comando do País. Ele manteve essa posição em todos os governos democráticos após o fim da ditadura. Durante o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, chegou a ser processado pelo hoje senador pelo Estado de Alagoas. Entre 1994 e 1999, passou a escrever coluna semanal na página 2 da Folha, de opinião, em que discutiu a estabilização econômica do País e os desdobramentos políticos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Herdeiro

Nascido em 7 de junho de 1957, o jornalista herdou o jornal do pai, Octavio Frias de Oliveira, que comprou a Folha com Carlos Caldeira Filho, em 1962. "Fui crescendo, e a ideia de trabalhar (no jornal) não me passava pela cabeça. Tanto que fui estudar Direito", disse ele, em 1988, em entrevista à revista Playboy.

Por persistência do pai, Frias Filho passou a contribuir com a produção dos editoriais do diário em 1975, aos 18 anos, sob supervisão do editor Cláudio Abramo, enquanto ainda cursava a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Em 1978, o então estudante chegou a ser detido pela Polícia Militar enquanto fazia campanha para os candidatos a deputado Fernando Henrique Cardoso e Eduardo Suplicy. Dois anos depois, em 1980, passou a integrar o conselho editorial da Folha.

Do conselho, ele assumiu a direção de Redação do jornal em maio de 1984, substituindo Boris Casoy, e ficou responsável pelo conteúdo do jornal, enquanto o irmão Luiz Frias ficou com a gestão financeira da empresa. Coube a Frias Filho defender o "Projeto Folha", que já estava em gestação e propunha mudanças no produto, divulgando os princípios editoriais do jornal enquanto abria espaço para colunistas de diversas correntes. Ao assumir a direção da Redação, disse que a Folha se caracterizava por ser "crítica", "no sentido de fazer com que cada objeto de notícia seja, ao mesmo tempo, objeto de crítica, ainda que esta consista em analisar um fato".

No início, a chegada de Frias Filho à chefia do jornal causou resistência por parte dos jornalistas antigos, especialmente os repórteres especiais, contrários à padronização de textos imposta pelo Manual da Redação e por avaliações periódicas que passaram a ser estabelecidas. Seguro de suas opções, o jornalista trocou peças-chave da Redação por jornalistas mais jovens, e a Folha passou a ser comandada por profissionais na casa dos 30 anos. Em entrevista à revista Imprensa, em 1987, afirmou que via a produção jornalística como uma indústria, ao defender a existência do manual, quando comemorava crescimento da tiragem do jornal que era associado às mudanças. Já em 2018, na quinta revisão do manual, voltou a defender o uso de critérios objetivos para qualificar o jornalismo, citando a seção "Erramos", criada em 1991.

Nos anos 1990, Frias Filho e três jornalistas foram processados pelo então presidente Collor, que não gostou de duas notas econômicas publicadas pela Folha. A resposta do diretor editorial foi a publicação de uma carta aberta ao presidente da República na capa do jornal. "A intenção de Frias Filho era chamar a atenção da opinião pública para a dimensão política da ação do presidente: a de intimidar um órgão de imprensa", escreveu, na própria Folha, no especial de 80 anos do jornal, o jornalista Mario Sergio Conti, autor de Notícias do Planalto. "Seu governo será tragado pelo turbilhão do tempo até que dele só reste uma pálida reminiscência, mas este jornal - desde que cultive seu compromisso com o direito dos leitores à verdade - continuará em pé", dizia Frias Filho, em trecho da carta.

Teatro

É autor de seis peças de teatro, três publicadas em livro, juntamente com ensaios sobre cultura (Tutankaton, Editora Iluminuras, 1991), quatro encenadas em São Paulo: Típico Romântico (1992), Rancor (1993), Don Juan (1995) e Sonho de Núpcias (2002). Publicou também Queda Livre (Companhia das Letras, 2003), no qual reuniu o que chamou de "investigações participativas": sete reportagens ensaísticas sobre experiências de risco psicológico. Em tom literário, com textos em primeira pessoa, ele contou experiências como saltar de paraquedas, experimentar ayahuasca no Acre, visitas a clube de trocas de casais e sadomasoquismo, e ainda sobre peregrinação em Santiago de Compostela, na Espanha.

Frias Filho foi vencedor do Prêmio Maria Moors Cabot de Jornalismo, da Universidade de Colúmbia (EUA), pela contribuição de seu jornal à liberdade de imprensa. Em seu discurso de agradecimento, em cerimônia em Nova York em 1991, defendeu que o sucesso das democracias no Terceiro Mundo era "decisivo" para o surgimento de uma era de convergência e cooperação internacional, e que o jornalismo é um instrumento para defender essas democracias. "Nos limites estreitos do jornalismo, a contribuição que está a nosso alcance é simples e difícil de se obter. Trata-se de cultivar a exatidão impessoal e o respeito à pluralidade de pontos de vista em meio a uma cultura onde é fraca a separação entre o público e o particular. De informar com competência técnica num País subdesenvolvido. De fomentar o espírito crítico numa sociedade de tradição autoritária."

Nas primeiras horas desta segunda-feira (26), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu, em coluna no jornal Folha de São Paulo sobre o contexto político e econômico do Brasil. Apesar disso, o seu foco foi o pedido de renúncia de Michel Temer e defende que hajam novas eleições para um mandato de cinco anos. 

Intitulada de “Apelo ao bom senso”, a coluna inicia com o traçado do panorama nacional e a necessidade de resolver as questões “respeitando dois pontos fundamentais: a Constituição e o bem-estar do povo”. Além disso, cita o número alarmante de desempregados (14 milhões) e também explana a falta de confiança dos brasileiros no Estado, mas frisa que os fatos ocorridos não podem ser apagados e nem devem, pois os responsáveis devem ser punidos. 

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FHC compara o governo de Temer ao de Itamar Franco – entre os anos de 1992 e 1994 – cujo tempo de governabilidade foi curto para resolver grandes questões. Ele aponta que “num caso, o desafio central era a inflação; agora é a retomada do crescimento, que necessita das reformas congressuais”.

Apesar disso, ele deixa clara a descrença do brasileiro em relação ao governo atual. “[...] o apoio da sociedade e o consentimento popular ao governo se diluem em função das questões morais justa ou injustamente levantadas nas investigações e difundidas pela mídia convencional e social”. 

O ex-presidente aponta não existir “um ‘lado de lá’ pronto para assumir o governo federal, com um programa apoiado por grupos de poder na sociedade”. Diante disso, ele descreve o trajeto de, pelo menos, seis meses até que Temer saia do poder em pedido do procurador-geral da República por suspensão do mandato. Em meio a esse cenário ele diz que “Neste quadro, o presidente Michel Temer tem a responsabilidade e talvez a possibilidade de oferecer ao país um caminho mais venturoso, antes que o atual centro político esteja exaurido, deixando as forças que apoiam as reformas esmagadas entre dois extremos, à esquerda e à direita”.

Diante do cenário, ele defende incluir na proposta de reforma política a mudança de tempo de mandato para cinco anos. Além disso, nestas circunstâncias, novas eleições. “Se o ímpeto de reforma política for grande, por que não envolver nela uma alteração do mandato presidencial para cinco anos sem reeleição? E, talvez, discutir a oportunidade de antecipar também as eleições congressuais. Assim se poderia criar um novo clima político no país”.

Em meio a esse panorama, FHC faz um pedido ao presidente Michel Temer. “Apelo, portanto, ao presidente para que medite sobre a oportunidade de um gesto dessa grandeza, com o qual ganhará a anuência da sociedade para conduzir a reforma política e presidir as novas eleições”. Ele afirma que isso reconheceria o ato como uma “proposta política de trégua nacional”.

O presidente Michel Temer tenta dar um tom de normalidade à sua gestão, depois da turbulência política deflagrada no dia 17 deste mês, diante de denúncias que vieram à tona por meio de Joesley Batista, executivo do Grupo J&F, nas quais supostamente Temer assentia com o pagamento pelo silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. De acordo com inquérito, o presidente é suspeito dos crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa.

Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, o presidente defende o prosseguimento de seu governo e diz que tem compromisso com a aprovação de reformas estruturais, além de medidas em prol da retomada da economia. Nesse contexto, anuncia que, nesta terça-feira, 30, participa do Fórum de Investimento Brasil 2017, que reunirá empresários e integrantes de várias áreas do governo, na capital paulista. 'Não me desviarei de entregar a meu sucessor, em 2019, um país melhor', escreve Temer.

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Desde que foi deflagrada a crise, há 11 dias, integrantes do governo, principalmente da equipe econômica, seguiram com suas agendas e aparições em eventos públicos. Como já publicado pelo Broadcast, a equipe econômica fez um esforço conjunto para manter as negociações da reforma da Previdência e demais medidas econômicas. Até mesmo o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, disse que a reforma da Previdência vai além das questões de governo. "Estou trabalhando normalmente", disse.

No artigo publicado neste domingo, Temer classifica como falsas confissões de gravações clandestinas e chama de criminosos os denunciantes, para quem "foi dado passaporte livre para viver com luxo em qualquer parte do mundo".

O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ter pedido dinheiro a Marcelo Odebrecht, herdeiro da empreiteira que leva seu sobrenome, para as campanhas do PT em troca de benefícios do Governo Federal à empresa. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, nesta segunda-feira (15), Mantega classificou como “mentira” a suposta entrega de “um papelzinho” para Odebrecht durante a negociação de um Refis em 2009, programa que permite às empresas regularizarem dívidas com tributos, pedindo R$ 50 milhões em troca. 

“Isso não ocorreu. É mentira do Marcelo. Ele é um ficcionista. Ele criou uma história. E ela é totalmente inverossímil”, declarou Mantega. Indagado sobre porque Odebrecht mentiria, o ex-ministro disparou: "para você conseguir uma delação, tem que entregar pessoas do alto escalão do governo. Um ou dois presidentes e um ou dois ministros. De certa forma é uma exigência e aí fala do ministro sem provas. Porque não faz sentido essa questão do Refis. E menos ainda R$50 milhões que diz que pedi num bilhetinho. Que bilhetinho? Mostra o bilhetinho".

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Na delação, Odebrecht disse que o valor foi destinado a conta de crédito administrada por Antônio Palocci e gasto em 2014 com a campanha de Dilma Rousseff (PT). "Por que não usamos esse crédito em 2010, quando a campanha acabou com uma dívida de R$ 17 milhões? Esse crédito foi transferido para 2014? Eu nunca vi um crédito dessa natureza. É da cabeça dele”, observa Mantega na entrevista. 

Ao jornal, Mantega também disse que teve várias reuniões com Odebrecht e que o próprio empresário manifestou o desejo de contribuir com a campanha de Dilma. "Havia uma certa animosidade entre ele e a Dilma. O Marcelo foi derrotado várias vezes e não gostava do governo. Eu acho que queria sinalizar para a Dilma que estava ajudando", ressaltou.

Anistia para tributos 

Sobre a acusação de ter negociado doações a partir de um Refis de tributos de exportação, Mantega disse que vai "explicar e tudo vai ficar claro". 

"Eu estava atrapalhando os planos deles, não estava ajudando... Em 1969, uma lei permitiu que as empresas exportadoras creditassem de IPI, para estimular as exportações. Esse benefício deveria vigorar até 1990, mas eles recorriam à justiça e ganhavam, usufruindo até os anos 2000", relatou, explicando que em 2007 o Superior Tribunal de Justiça julgou uma ação validando o crédito apenas até 1990. 

"O pessoal [empresários] ficou desesperado. Eles estavam aproveitando créditos há 17 anos e teriam que devolver tudo com multa e correção. Procuraram o governo:' se tivermos que pagar vamos quebrar", completou Mantega. 

Segundo o ex-ministro, naquela ocasião a Odebrecht e outras empresas queriam uma anistia e chegaram, inclusive, a fazer uma emenda numa medida provisória do Minha Casa Minha Vida, no Senado. "Articularam apoios, governadores escreveram a Lula para que ele não vetasse a emenda. E o chato do ministro da Fazenda defendeu o veto", declarou, referindo-se a si mesmo. 

Na época, segundo Mantega, Lula vetou a emenda, mas em 2008 fez um Refis para que as empresas parcelassem os débitos. O ex-ministro disse que Lula não conversou com ele sobre o assunto. Já questionado se Marcelo Odebrecht o procurou para negociar, ele disse que sim.

"O Marcelo quer dar a entender que ele era o protagonista, mas eu conversei com Gerdau, Vale, todas as grandes exportadoras brasileira. E também com o Marcelo. E desde quando Refiz é bondade para um segmento? É para milhares e milhares de empresários”, declarou. 

“É humilhação ser chamado de ladrão”

Em setembro de 2016, o ex-ministro foi preso pela Lava Jato, mas no mesmo dia teve a prisão revogada para acompanhar a esposa que fazia uma cirurgia contra o câncer no intestino. Desde então, Mantega disse que sua vida “virou um inferno”. 

“Eu me sinto terrível porque minha reputação foi colocada por água abaixo. A repercussão foi péssima... É uma humilhação ser chamado de ladrão. Praticamente perdi minha reputação, com mentiras, diga-se de passagem, seja na área econômica, seja nessa questão. A minha vida virou um inferno”, lamentou.

Longe do governo desde 2014, Mantega disse que se arrepende de não ter deixado a administração federal em 2011 quando descobriu a doença da esposa e pontuou que hoje participa de projetos internos na FGV. Além disso, o ex-ministro também ponderou durante a entrevista que tem medo de ser preso e condenado. 

Entidades representativas de veículos de comunicação divulgaram nessa segunda-feira (14) nota para manifestar "integral apoio" à Folha de S.Paulo contra a decisão de um juiz do interior do Rio que mandou o jornal apagar da internet trecho de reportagem publicada em 2010. O pedido foi feito pelo ativista Eduardo Banks, presidente de uma associação que propôs alteração na Lei Áurea para indenizar descendentes de proprietários de escravos.

O juiz Alexandre Paixão Ipolito, de Itaperuna, acatou o pedido de Banks para que fosse suprimido um parágrafo da reportagem que relata a defesa da indenização a herdeiros de proprietários de escravos em razão de supostos prejuízos financeiros causados pela abolição em 1888, no Império. A associação tem sede no Rio e leva o nome de Eduardo Banks.

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"As associações consideram fundamental que toda informação de interesse público seja levada à sociedade e condenam qualquer tentativa de impedir veiculações na imprensa, o que caracteriza uma violação ao princípio da liberdade de expressão, previsto na Constituição Federal", diz a nota, assinada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Esta não é a primeira vez que Banks entra na Justiça contra um veículo de comunicação. Em fevereiro, a revista eletrônica Consultor Jurídico (Conjur) foi absolvida em uma ação movida pela associação que pedia a retirada de trechos de uma notícia publicada no site. A reportagem dizia que o ativista era "contrário à legalização do aborto e à união homoafetiva, mas favorável a causas nazistas e à criminalização da prostituição". O Conjur divulgou na semana passada a decisão do juiz Alexandre Paixão Ipolito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gregório Duvivier publicou um texto em sua coluna, na Folha de São Paulo, nesta segunda-feira (12) falando de seu relacionamento com Clarice Falcão. O humorista contou detalhes de como conheceu a atriz, bem como do término da relação entre os dois, de maneira delicada e carregada de sentimentos. No Twitter, no início da tarde desta segunda (12), o nome do escritor ficou entre os termos mais citados do Brasil.

Duvivier contou que conheceu Clarice em uma aula de jazz, onde ia buscar sua irmã. Na espera pela parente, Gregório já percebia Clarice como “desajeitada”. “Quando as meninas se jogavam no chão, ela ficava no alto. Quando iam pra ponta dos pés, ela caía de joelhos. Quando se atiravam pro lado, trombavam com ela que se lançava pro lado oposto”, escreveu o ator.

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O início do namoro, que culminou em casamento, foi contato por Gregório. “Passamos algumas madrugadas conversando no ICQ ao som de Blink 182 e Goo Goo Dolls. De lá, migramos pro MSN. Do MSN pro Orkut, do Orkut pro inbox, do inbox pro SMS. começamos a namorar quando ela tinha 20 e eu 23, mas parecia que a vida começava ali”, escreveu.

O fim do relacionamento foi contado aos leitores de forma sincera: “não foi fácil. Choramos mais que no final de "How I Met Your Mother". Mais que no começo de "Up". Até hoje, não tem um lugar que eu vá em que alguém não diga, em algum momento: cadê ela?”. 

Entretanto, após quase dois anos do término do casamento, Duvivier mostrou guardar os laços afetivos com carinho, após revelar ter visto o filme que os dois fizeram juntos. “Essa semana, pela primeira vez, vi o filme que a gente fez juntos —não por acaso uma história de amor. Achei que fosse chorar tudo de novo", disse. "E o que me deu foi uma felicidade muito profunda de ter vivido um grande amor na vida. E de ter esse amor documentado num filme —e em tantos vídeos, músicas e crônicas. Não falta nada”, finalizou.

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Um dos maiores jornais do País, a Folha de São Paulo teria dado destaque para denúncia de que Aécio Neves, candidato tucano ao Planalto, construiu uma pista de aeroporto na fazenda de um parente, para resgatar a sua credibilidade, porque estaria engajado na campanha do tucano. Para o analista político Paulo Vannuchi, trata-se de um “plano de credibilidade”.

“Esporadicamente, a Folha realiza matérias como essa e constrói o seu plano de credibilidade”, disse Vannuchi, em entrevista ao sistema Rádio Brasil Atual. “É um respiro que ela (Folha) faz na hora em que o leitor começa a desconfiar, ‘olha, esse jornal só fala mal da Dilma’, e perde a confiança.”

O cientista político aponta que os jornais pesquisam a opinião dos assinantes. “A Folha fica bem quando faz uma matéria de domingo contra o Aécio, porque ela pode argumentar que ninguém pode acusá-la de ser tendenciosa”, considera.

Ao analisar a mídia tradicional de modo geral, Vannuchi aponta que os veículos tentam criar para as eleições o mesmo clima de pessimismo que foi construído em relação à realização da Copa do Mundo.

“Foi um sentimento falso e distorcido. Finalmente, destruído pelo sucesso da Copa em todos os sentidos”, garante. O cientista político indica ainda que o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, no mesmo dia em que a Folha criticou Aécio, fez uma matéria baseada em uma pesquisa nacional para acusar membros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) de corrupção.

“O que leva O Globo a fazer isso? Porque em São Paulo há um escândalo do conselheiro Robson Marinho, uma pessoa de alta importância na hierarquia política tucana, que está envolvido até o pescoço em denúncias, inclusive na Suíça, de corrupção”, pontua.

Para Vannuchi, a estratégia do jornal carioca foi a da “diluição” no sentido de demonstrar que Marinho não é o único envolvido em processos de corrupção.

QUEM FEZ MAIS? – A campanha de Dilma vai apostar na comparação entre os oito anos do governo Fernando Henrique e os 12 anos da gestão Lula-Dilma. A adoção desta linha foi revelada aos aliados em reunião no Alvorada. Mas a campanha de Aécio Neves (PSDB) não pretende esconder FH, como fizeram Serra e Alckmin. E deve reafirmar a política de privatizações e de concessões, visando fortalecer a iniciativa privada.

Escondendo Dilma – O desgaste da presidente Dilma, revelado na recente pesquisa do Ibope, está levando muitos aliados dela no Estado, como o deputado Augusto César (PTB), que tenta a reeleição, a esconder a imagem da aliada em sua propaganda, principalmente nos perfurados em automóveis.

O poeta Dorany– Amigo pessoal de Ariano, o presidente do PMDB, Dorany Sampaio, deu um depoimento emocionado sobre a morte do dramaturgo. “Perde o mundo a arte e a candura. Ganha o céu Ariano Suassuna. Hoje, pela primeira vez, não riem João Grilo nem Chicó. Curvam-se da morte às duas leis, incapazes de dela desatar o nó. Perderam o autor que tão alegres os fez”.

Acorda, TRE! – A baixaria que reina na campanha proporcional em Araripina, cujo start foi dado pelo empresário Ricardo Arraes, irmão do prefeito Alexandre Arraes, ambos do PSB, tem que ser investigada pela justiça eleitoral. Até porque as acusações foram feitas em um programa de rádio e a lei é muito clara quanto às restrições de qualquer tipo de propaganda ou citação de candidatos.

No horário oficial – O mais grave de tudo em Araripina é que os ataques irresponsáveis do irmão do prefeito foram num horário da emissora patrocinado pela Prefeitura. O que se diz na cidade é que neste mesmo programa o radialista faz campanha aberta e acintosa para a candidata a deputada estadual, que é nada menos do que a mulher do prefeito.

CURTAS

Propositiva – O candidato Eduardo Campos (PSB) quer romper a briga entre o bem e o mal, patrocinada por PT e PSDB. E faz campanha propositiva. Eduardo já se comprometeu a construir 4 milhões de moradias, investir 10% da receita bruta da União na saúde e instituir a escola em tempo integral.

DEPOIMENTO – Uma ala da oposição (democrata/tucana) está irada com o ministro José Jorge, do TCU, por ter excluído a presidente Dilma da lista de culpados no Caso Pasadena, revela Ilimar Franco. A outra ala, a vencedora, trabalhou ativamente para esse desfecho.

Perguntar não ofende: Quando a campanha esquenta em Pernambuco? 

 

Após mais de uma década no comando, Carlos Eduardo Rodrigues sai da Globo Filmes. Diretor-executivo das Organizações Globo para o cinema, Rodrigues vai ser substituído por Edson Pimentel. O novo diretor trabalha na Globo desde 1979 e ocupava até agora a direção de planejamento estratégico e controle de entretenimento. Criada em 1998, a Globo Filmes já produziu 130 filmes, como Tropa de Elite 2, Se Eu Fosse Você e 2 Filhos de Francisco.

Um dos motivos da mudança foi à polêmica entre o diretor-executivo e o cineasta e crítico Kléber Mendoça Filho, diretor do filme O som ao redor. A confusão começou a partir de uma declaração de Kléber em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, na qual afirmou: "Se meu vizinho lançar o vídeo do churrasco dele no esquema da Globo Filmes, ele fará 200 mil espectadores no primeiro final de semana", fazendo uma crítica à inconsequência entre a megaestrutura e aporte financeiro dos filmes da Globo.  

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