Tópicos | fraudes em licitações

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) aprovou, nesta quarta-feira (7), um pedido de intervenção do Governo do Pernambuco no comando da gestão de Gravatá, no Agreste, e o afastamento do prefeito Bruno Martiniano (sem partido). De acordo com o órgão, Martiniano teria cometido diversas irregularidades à frente da prefeitura do município, entre elas, a falsificação de processos licitatórios e desvios nos recolhimentos previdenciários.

De acordo com o auditor do Ministério Público de Contas (MPCO), Cristiano Paixão, que assina o pedido, foram encontrados 14 diferentes tipos de indícios de irregularidades nas prestações de contas do gestor. Os relatórios dos auditores do tribunal também apontam para a possibilidade de crimes de corrupção e improbidade administrativa.

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O MPCO chegou aos indícios após investigarem a construção do CAIC de Gravatá. A escola de referência recebeu mais de R$ 1 milhão de recursos do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) para a construção e os técnicos do tribunal apontaram falhas durante o processo de licitação e, por várias vezes, a prefeitura não respondeu os ofícios com pedidos de informação.

Agora que a solicitação de intervenção foi aprovada por unanimidade no TCE, ela será analisada pelo Ministério Público do Estado e depois pelo Tribunal de Justiça (TJPE). Se aprovada em todas as instâncias, governador Paulo Câmara (PSB) deverá nomear um interventor que assume o comando da cidade até dezembro de 2016, quando se encerra o mandato do atual prefeito. 

O pedido de intervenção é medida excepcional, prevista pelo artigo 35 da Constituição Federal e o 91 da Constituição do Estado, e é adotada apenas quando os órgãos de controle consideram inviável a permanência do prefeito no cargo por fatos que atentem contra o regime democrático e a probidade administrativa. 

O ex-prefeito do município de Pedra, localizado no Agreste de Pernambuco, Francisco Macedo, e o titular da empresa H & L Locação e Serviços, Luiz Bispo, foram condedanos pelo Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), por fraudes em licitações. Segundo consta na sentença, os condenados fraudaram três processos licitatórios, nos anos de 2005 e 2006, com a intenção de desviar verbas públicas federais. 

O objetivo das licitações era contratar empresa de locação de veículos, com motorista, para transporte de estudantes e professores, bem como de médicos e enfermeiros para postos de saúde localizados na zona rural. Os recursos eram provenientes do Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE) e do Fundo Municipal de Saúde. 

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As apurações demonstraram que o próprio titular da empresa vencedora dos certames, Luiz Bispo, era o responsável pela condução dos processos licitatórios, tudo feito com conhecimento e conivência do então prefeito de Pedra. Além disso, em um dos certames não houve publicação de edital de licitação na imprensa oficial, o que prejudicou o caráter competitivo, considerando que a H & L Locação e Serviços foi a única participante da licitação. Em outro processo, apesar de existir formalmente o convite a três empresas, a H & L Locação e Serviços foi novamente a vencedora do certame, com o direcionamento da licitação. 

A H & L Locação e Serviços também não possuía veículo próprio em seu nome, contrariando uma das exigências do edital de licitação. A Justiça Federal concordou com a argumentação do MPF de que as práticas irregulares tiveram como objetivo o desvio de verba pública, em prejuízo da população, e condenou Francisco Macedo e Luiz Bispo a 10 anos e seis meses de prisão pela prática de crimes de responsabilidade. Eles poderão recorrer da sentença em liberdade. O ex-prefeito já foi condenado por impobridade adminstrativa, em novembro do ano passado.

*Com informações do MPF

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