Com o voto de 18 dos 24 membros do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), a tarifa de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR) foi reajustada mais uma vez nesta sexta-feira (13) - em 14,26%. Criticado por, entre outros fatores, estar acima da inflação, o reajuste poderia ter sido menor, segundo o próprio diretor-presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Rui Rocha.
Entretanto, Rocha explica que outro fator poderia ter sido responsável pela porcentagem mais baixa. “Se tivesse sido realizada na última reunião [no dia 6 de janeiro], o valor seria menor porque tivemos que considerar o diesel, que aumentou 6%”, explicou. A Petrobras anunciou na quinta-feira (5) o reajuste do preço do diesel nas refinarias em 6,1%.
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A reunião da semana anterior foi cancelada após Márcio Morais, representante dos estudantes no CSTM e membro da Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP), conseguir uma liminar impedindo a discussão de correção de passagem. Márcio cobrava a entrega de planilhas de custos para que o aumento fosse analisado sem açodamento.
De acordo com o diretor de operações do Grande Recife, André Melibeu, foi decidido colocar na planilha de custos um aumento de apenas 3% em referência ao diesel, ao invés dos 6,1%. “E aí o empresário que ache um fornecedor com gasolina mais barata”, ele disse.
Desde cedo, manifestantes realizaram atos nos arredores da Secretaria das Cidades, na Zona Oeste do Recife. Uma pessoa foi detida. Um grupo chegou a fechar um trecho da Avenida Caxangá, na Zona Oeste, mas a via foi liberada logo em seguida.
Não há atos marcados para esta sexta, mas os movimentos marcaram uma reunião às 18h da segunda-feira (16) na sede da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco e uma manifestação às 15h da terça-feira (17) com saída do Ginásio Pernambucano.
Reunião – Entre as seis pessoas que não participaram da reunião estão o representante dos usuários comuns, Nael Vicente, e Márcio Morais. Eles participavam dos protestos do lado de fora e quando entraram na secretaria, a votação já havia sido realizada.
“Nós tínhamos uma proposta e não pudemos apresentá-la. Se havia três propostas, seria razoável que cada um apresentasse a sua ao colegiado”, critica Nael Vicente. Ele pretende entrar com uma ação na Justiça para questionar o porquê de um aumento tão superior aos reajustes de outros setores e categorias.
A impressão que ficou é que a reunião foi realizada às pressas, visto que ela tinha primeira convocação marcada para as 8h e segunda para as 8h30. Os membros do CSTM não esperaram Nael e Márcio, que são contrários às propostas do governo e das empresas de ônibus, e a reunião começou às 8h. Basta ter quórum de 50% mais uma pessoa para a reunião ser iniciada.
A proposta da Urbana, de 33,9% de reajuste recebeu apenas um voto; a proposta dos representantes da população no conselho, de reajuste de 7%, recebeu quatro votos; e a do governo recebeu 12 votos. Houve uma abstenção. O CSTM ainda não divulgou o voto de cada participante.