Os incêndios florestais continuavam neste domingo (1º) na Turquia - onde deixaram seis mortos - e na Grécia, onde os bombeiros tentavam pelo segundo dia apagar as chamas que castigam o noroeste do Peloponeso, em meio a uma onda de calor.
Cerca de 20 casas foram queimadas, e oito pessoas ficaram feridas, em um grande incêndio florestal que continuava neste domingo (1º) no noroeste do Peloponeso, perto da cidade de Patras, informou a Defesa Civil grega.
Com problemas respiratórios e queimaduras, os oito feridos leves foram transferidos para hospitais da região, disse a mesma fonte.
Cinco localidades foram evacuadas por causa deste intenso incêndio declarado no sábado (31), devido às altas temperaturas, disseram os bombeiros.
Na madrugada de domingo, cerca de 300 bombeiros, com 77 caminhões, oito aviões de combate a incêndio e cinco helicópteros, tentavam controlar o fogo.
Desde a manhã de sábado, 58 incêndios florestais foram registrados. A maioria deles foi rapidamente controlada, conforme os bombeiros.
Dimitris Kalogeropoulos, prefeito de Aigialeias, uma das cidades próximas ao incêndio, afirma que "a catástrofe é imensa".
O incêndio também causou enormes engarrafamentos, bloqueando os motoristas por horas. A estrada principal entre Corinto e Patras foi fechada ao tráfego no sábado, assim como a ponte Rio-Antirio que liga o Peloponeso e a Grécia continental.
A Grécia enfrenta uma nova onda de calor desde sexta-feira (30), com temperaturas entre 42°C e 44°C, de acordo com serviços meteorológicos. Há poucos dias, um incêndio devastou o Monte Pentélico, perto da capital grega.
Em julho de 2018, 102 pessoas morreram na cidade costeira de Mati, perto de Atenas, o pior número de mortos causado por um incêndio no país.
- Turquia: pior incêndio em uma década
Os incêndios no sul da Turquia forçaram mais moradores a abandonarem suas casas neste domingo, enquanto aumenta a pressão sobre o governo por sua resposta a estes dramáticos incêndios florestais.
Este é o pior ano para incêndios na Turquia em uma década, de acordo com dados oficiais, com quase 95.000 hectares queimados desde janeiro, em comparação com uma média de 13.516 entre 2008 e 2020 no mesmo período.
Desde o início dos incêndios, na quarta-feira (28), seis pessoas morreram, e mais de 330 receberam atendimento médico.
Um bairro na cidade turística de Bodrum foi evacuado, informou a rede turca da CNN, porque o vento forte soprava as chamas em direção ao distrito de Milas, que fica próximo.
Sem ter como deixar a localidade pela estrada, 540 moradores foram transferidos para hotéis em barcos, acrescentou a emissora.
Também houve evacuações na cidade de Sirtkoy, na província de Antalya, relatou a rede NTV, que exibiu imagens de nuvens de fumaça cinza ao redor das casas.
O ministro da Agricultura e Florestas, Bekir Pakdemirli, disse que 107 dos 112 incêndios declarados estão sob controle, enquanto as chamas continuam a arder nas regiões turísticas de Antalya e Mugla.
As temperaturas continuarão altas na região, em torno de 40ºC, após registrarem níveis recordes no mês passado. Em 20 de julho, o serviço de meteorologia registrou 49,1ºC no município de Cizre, no sudeste do país.
O governo foi criticado pela escassez de aviões-hidrante, o que obrigou a Turquia a aceitar ajuda de Azerbaijão, Irã, Rússia e Ucrânia.
Especialistas indicam que a mudança climática causará mais estragos na Turquia, com mais incêndios, caso não sejam tomadas medidas para remediar o problema.
Segundo dados da União Europeia, a Turquia sofreu 133 incêndios desde o início de 2021, em comparação com uma média de 43 nesta mesma época do ano entre 2008 e 2020.