É de conhecimento de todos, que o cigarro provoca doenças como câncer, enfisema pulmonar, derrame cerebral e enfermidades cardiovasculares. Contudo, muitos desconhecem o quanto, o gasto feito com habito de fumar, pode afetar a saúde financeira do indivíduo e da família. Entre a população das classes D e E, os fumos representam 13 % dos gastos e esse percentual vem aumentando, com tendência a ser igualado ao consumo de produtos de mercearia e vestuário.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo como um problema de saúde pública. Essa epidemia pode matar mais 8 milhões de pessoas por ano, até 2030. De acordo com pesquisas recentes do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), o cigarro faz parte de um novo grupo de produtos que integra a cesta de consumo da classe C – extrato social responsável por 38,7% das compras do brasileiro.
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Segundo o médico pneumologista e sanitarista Alberto José de Araújo, do Rio de Janeiro, esse tipo de investimento chega a comprometer um quarto da renda de uma pessoa que ganha um salário mínimo. “Escravizados pela dependência, muitos fumantes não percebem que, se deixassem de gastar seu dinheiro com cigarro, poderiam investir em bens essenciais, como uma melhor alimentação, melhor qualidade de vida e, também, poderiam planejar viagens, adquirir geladeira, TV, entre outros”, informa Araújo.
O especialista demonstra através de cálculos, como os gastos com o consumo de cigarros são significantes: “se uma pessoa que fuma diariamente um maço de cigarros a um preço médio de R$ 5,50 deixasse de fumar por um ano, ela conseguiria economizar R$ 2.007,50 – o suficiente para comprar uma TV de LED de 46 polegadas, cerca de 25 cestas básicas, ou ainda, uma viagem de ida e volta de São Paulo para Fortaleza, no mês de julho, com dinheiro sobrando para as despesas do passeio.”
Segundo Alberto José de Araújo, é importante que o fumante reflita sobre as perdas financeiras que sua dependência acarreta e, em longo prazo, nos gastos para remediar os efeitos nocivos do cigarro que podem comprometer o orçamento doméstico. “Isto pode ajudar o fumante a se mobilizar para fazer uma tentativa para deixar de fumar. Se o fumante fizer o simples exercício de calcular o que deixaria de gastar no primeiro ano sem fumar e, pensar o que poderia concretizar com esta economia, isto poderia encorajá-lo fortemente a parar”.
No final de 2012, o valor do produto aumentou 16% em 20 estados brasileiros. De acordo com dados da Receita Federal, além da alta já sentida, os cigarros devem subir 13% em 2014 e 10% em 2015. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA3, em 1989, aproximadamente 35% dos brasileiros fumavam. Em 2008 este índice caiu para 17,2%.
Tratamento
Atualmente, o tratamento farmacológico do tabagismo inclui, entre outras terapias, a reposição de nicotina e medicamentos que auxiliam no controle da vontade e ansiedade de fumar como a bupropiona e a vareniclina - único produto desenvolvido especificamente para o tratamento do tabagismo.
Dados da OMS revelam que fumantes que tentam parar de fumar sem ajuda médica têm menor chance de sucesso (uma média de 5%). E mesmo entre os que conseguem largar o cigarro, apenas de 0,5% a 5% mantêm a abstinência por um ano sem acompanhamento médico.
Com informações de assessoria