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O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), iniciou a reunião em que deverá ser votado o projeto de resolução que altera as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações interestaduais. Sem acordo entre os Estados, os senadores vão apreciar nesta terça-feira, 23, o parecer do relator Delcídio Amaral (PT-MS) que propõe a adoção de alíquotas diferenciadas em determinadas operações feitas com produtos industrializados e que tenham passado por beneficiamento agrícola.

O relator propôs a adoção de 7% do imposto aos produtos industrializados e os agrícolas que tenham passado pelo chamado Processo Produtivo Básico (PPB) que saem das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e do Estado do Espírito Santo para os demais Estados do Sul e Sudeste. Para todas as demais transações interestaduais, o ICMS será reduzido gradualmente para 4%.

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Atualmente, a alíquota é de 12% nas operações do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e Espírito Santo para o resto do país e de 7% quando a mercadoria é transferida do Sul e Sudeste para as demais regiões.

Para garantir a votação da matéria, o Ministério da Fazenda cedeu da proposta inicial de unificar todas as alíquotas em 4% e deu aval, pelo menos para os produtos industrializados que saem das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e do Estado do Espírito Santo, em direção ao resto do País a manutenção de um porcentual de imposto diferenciado.

Na segunda-feira, 22, de passagem pelo Senado, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que ainda não tinha analisado a questão de se adotar uma segunda alíquota para produtos agrícolas que tenham passado por processo de industrialização. "Vou analisar amanhã (hoje). Se é um produto industrializado, está na lógica geral. Há uma discussão sobre grão, sobre gado, que provavelmente vai surgir amanhã (hoje) na CAE", destacou.

Impasses

A proposta deve ir à votação sob uma série de impasses. Foram apresentadas 18 emendas para tentar alterar o texto. Estados da região Sudeste como São Paulo são favoráveis à adoção de uma alíquota única. Receosos com a eventual perda de arrecadação por conta da mudança do ICMS, governadores querem que os fundos de compensação e de desenvolvimento regional, previstos na Medida Provisória 599/2012, sejam criados por meio de projeto de lei complementar. Para eles, essa fórmula lhes asseguraria maior segurança jurídica. Nelson Barbosa disse ontem que não se opõe à mudança.

Governadores também pedem mais recursos para os dois fundos, embora, até o momento, o governo federal não tenha sinalizado com a ampliação dos repasses. Estima-se que o Executivo vá gastar cerca de meio trilhão de reais em repasse aos estados por conta da mudança com o ICMS.

Por ser um projeto de resolução, regimentalmente a proposta terá de passar apenas pela CAE e pelo plenário do Senado.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou na noite desta segunda-feira, 22, que a adoção de alíquotas diferenciadas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para operações interestaduais "diminui bastante" a possibilidade de guerra fiscal entre os Estados brasileiros.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve votar na terça-feira, 23, o parecer do senador Delcídio Amaral (PT-MS) que propõe adoção da alíquota de 7% do imposto para produtos industrializados que saem das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e do Estado do Espírito Santo para os demais Estados do Sul e Sudeste. Para as demais transações interestaduais, o ICMS será reduzido gradualmente para 4%.

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"Ela (a alíquota diferenciada) diminui bastante (a guerra fiscal)", afirmou Barbosa, na saída de uma reunião realizada no gabinete do presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ). "Fica bem claro (no parecer) o que é que conta com a alíquota diferenciada. É um incentivo à produção e diminui bastante o espaço para a guerra fiscal", disse.

Segundo o secretário executivo da Fazenda, o maior problema que se tem na guerra fiscal atualmente é com comércio, quando se adota alíquotas diferenciadas de forma a simular que um bem tenha origem em um Estado e se aproveita do incentivo do ICMS em outro.

Barbosa destacou que o governo queria a alíquota de 4% para todas as operações. Contudo, disse que a adoção das duas alíquotas foi a saída política possível para votar o texto. Atualmente, a alíquota é de 12% nas operações do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e Espírito Santo para o resto do país e de 7% quando a mercadoria é transferida do Sul e Sudeste para as demais regiões.

Questionado se apoia a emenda do relator para também garantir alíquota diferenciada para beneficiamento agrícola, nos mesmos moldes para os produtos industrializados que venham a sair das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e do Estado do Espírito Santo, o secretário declarou que ainda não viu a emenda. "Vou analisar amanhã. Se é um produto industrializado, está na lógica geral. Há uma discussão sobre grão, sobre gado, que provavelmente vai surgir amanhã na CAE."

O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, defendeu nesta quinta-feira a redução do valor cobrado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o querosene da aviação. "É uma iniciativa extremamente importante não só para as companhias, mas sobretudo para o usuário, quem usa o avião como meio de transporte e ainda paga muito caro em função dos custos e dentro dos custos das companhias a questão do combustível é um dado fundamental", afirmou, que se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Segundo o ministro, o combustível dos aviões chega a representar mais de 45% dos gastos das empresas. Para ele, esse custo é um problema que deve ser contemplado por todas as unidades da Federação, especialmente aquelas, como o Distrito Federal, que é um polo que organiza o sistema aéreo, recebendo e colocando aviões de todas as regiões do País. O Distrito Federal reduziu de 25% para 12% a alíquota do ICMS do querosene usado na aviação comercial.

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Moreira Franco lembrou que atualmente o senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator do projeto de resolução enviado pelo governo, já discute o piso e o teto do ICMS nos casos de operações interestaduais. "Essa é uma questão que diz respeito ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), não é do governo federal, é o núcleo de governança dessa parte federativa que é formada pelos secretários de Fazenda dos Estados", destacou.

O ministro voltou a defender o debate sobre o aumento da participação de empresas estrangeiros no capital das companhias aéreas nacionais. Atualmente o porcentual máximo é de 20%. Na passagem pelo Congresso, o ministro recebeu o relatório da Subcomissão Temporária de Aviação Civil do Senado.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, reuniu-se nesta terça-feira com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), discutindo a questão da proposta de unificação da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual. De acordo com o Barbosa, surgiu um pedido de alguns Estados para que os Fundos de Compensação de Receitas e Desenvolvimento Regional sejam criados por um projeto de lei complementar e não por uma Medida Provisória.

"Estávamos discutindo se essa medida pode ser feita ou não. A diferença é que a lei complementar está acima de uma lei orçamentária. Ela fixa e não pode ser alterada por MP. Ao você aprovar, vai aprovar o cronograma dos 20 anos e vai ter que ser seguido por todos os orçamentos", afirmou Barbosa, ao sair do encontro. A criação dos fundos de compensação está prevista na Medida Provisória 599/2012 para garantir a unificação da alíquota do ICMS.

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Questionado se há abertura do governo a essa mudança, Barbosa disse que a proposta está sendo avaliada. "Viemos analisar e ver o que os Estados estão propondo. Vamos avaliar. A princípio, estamos dispostos a dar as garantias, mas queremos saber como será essa lei complementar. Basicamente foi isso." Segundo Barbosa, a prioridade é a votação da resolução que unifica a alíquota interestadual do ICMS. "Primeiro vamos votar a resolução. Depois, vamos ver como encaminhar (a proposta) dos fundos, seja via MP ou seja lei complementar. Tem que ter a resolução primeiro", enfatizou.

Os taxistas que usam o Gás Natural Veicular (GNV) terão isenção total do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A novidade foi anunciada nesta segunda-feira (8) pelo governador Eduardo Campos.

Com a isenção do ICMS, a economia poderá chegar até a 50%. Para cada 100 quilômetros rodados, por exemplo, a redução será acima de R$ 19 para quem usar o gás natural em vez do etanol, e de quase R$ 15 sobre a gasolina. 

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De acordo com o Governo do Estado, em Pernambuco uma média de 41 mil veículos já utilizam o GNV. Ao todo, são 30 mil taxistas usuários, sendo 8.500 na Região Metropolitana do Recife (RMR) e 6.125 na capital.

Além da economia, a utilização do GNV contribui para a preservação do meio ambiente, já que o gás é menos poluente que os demais combustíveis. O abastecimento pode ser feito em um dos 76 postos espalhados pelo Recife, (RMR) e Interior do Estado. 

Mesmo com a isenção, a Copergás manterá o bônus que já vinha concedendo, de R$ 500, para quem instalar um kit-gás no veículo. 

Com informações da assessoria

 

 

 

O governo deve propor um novo modelo para PIS/Cofins no início de 2014. A estimativa foi feita nesta quarta-feira pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, acrescentando que as discussões devem começar neste ano. Em audiência pública no Senado, disse que a intenção é "racionalizar e resolver a questão de devolução de crédito".

Barbosa explicou que nem todas as compras de insumo geram crédito e, segundo ele, "a reforma vai fazer com que tudo gere crédito". De acordo com o secretário, a proposta não pode ser feita de "imediato", porque há uma política de desoneração tributária em setores da economia em curso. "Não é possível fazer este ano. Se houver consciência, (vamos) transitar para o novo modelo em 2014."

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Ele lembrou ainda que, desde 2007, o governo tem mexido no PIS/Cofins. À época, a devolução do crédito demorava 4 anos e hoje, cerca de 3 meses.

O governo continua encontrando resistência dos Estados para consolidar uma proposta única que permita unificar a alíquota de ICMS nas operações interestaduais. Depois de cinco horas de debate com os secretários de Fazenda das regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, o relator da resolução que reduz para 4% o ICMS, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que o assunto está sendo "levado com muito cuidado" para não haver erro no mérito da proposta. "Não podemos errar na fórmula porque, no mérito, este projeto é inquestionável para o Brasil", afirmou após a reunião presidida pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

O debate mais difícil ainda ficou para quarta-feira, quando a reunião será com os nove Estados do Nordeste. A região é que mais tem defendido a manutenção de alíquotas diferenciadas entre Sul e Sudeste e os demais Estados. Pessoas envolvidas na negociação dizem que a discussão com o Nordeste é mais delicada porque ainda engloba disputas políticas.

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Os Estados do Sul e Sudeste apresentaram ao Ministério da Fazenda e ao relator a proposta de reduzir de 12 para 8 anos o prazo de transição para atingir a alíquota única de 4%. Atualmente, sobre as operações destas regiões para as demais a tarifa cobrada é de 7%. Quando as operações são realizadas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo para o restante do País, o ICMS é de 12%. O esforço em trazer a alíquota para um patamar menor é para acabar com a chamada guerra fiscal, pela qual os governos estaduais concedem benefícios tributários para atraírem investimentos.

"Acho que a gente evoluiu. Eu quero uma trajetória mais curta (que os 12 anos), mas dependendo de como for, até pode ser mais longa. Mas não tão longa como está no projeto", afirmou o secretário de Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi. "Quanto mais longa a transição, pior para o Brasil. Claro, qualquer mudança é melhor do que o que está aí. Só que para a economia brasileira, para a competitividade, quanto mais rápido caminharmos para uma uniformidade de alíquota, melhor", disse o secretário de Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly.

"A nossa tese é de que a alíquota não pode ter assimetria. A reforma perde o sentido", afirmou o secretário de Fazenda de Santa Catarina, Nelson Serpa. Ele disse que Sul e Sudeste também pleitearam a elevação de R$ 8 bilhões para R$ 12 bilhões por ano o valor previsto do Fundo de Compensação de Receitas, que será criado pela União para bancar a queda na arrecadação de ICMS. Segundo ele, os R$ 8 bilhões serão insuficientes. Hauly apresentou dados dando conta de que os Estados do Sul e Sudeste arrecadam 71% do ICMS no País, enquanto que as demais regiões, 29%.

O senador Delcídio Amaral disse que o secretário Nelson Barbosa não se comprometeu com os pedidos apresentados nesta terça-feira pelos Estados. Segundo ele, o governo estudará a possibilidade de elevar os recursos do Fundo de Compensação. Amaral se comprometeu em colocar o seu relatório na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no dia 16 de abril. Antes, porém, Barbosa irá participar de outra audiência pública sobre o projeto, marcada para quinta-feira.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator da resolução que unifica a alíquota do ICMS interestadual, disse nesta terça-feira que se houver vontade política, a reforma será aprovada. Segundo ele, é preciso que o governo priorize a mudança no ICMS que, na sua avaliação, será a mais importante reforma do Governo Dilma. "É a mãe das reformas", disse.

O senador falou ao chegar nesta manhã ao Ministério da Fazenda para participar de uma nova rodada de negociações com os Estados e com o secretário executivo do Ministério, Nelson Barbosa. "Vamos analisar por região e ver como se conduz esse processo, afirmou.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já sinalizou que poderá ampliar o prazo de transição para a unificação de alíquota, previsto na resolução em 12 anos, para atender aos Estados menos desenvolvidos. O governo, no entanto, tem reafirmado que não gostaria de ver aprovada a proposta das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste de manter uma alíquota diferente de ICMS em relação ao Sul e Sudeste.

Delcídio afirmou que, apesar dos Estados reclamarem de futuras perdas de arrecadação com a reforma, os entes terão ganhos. "Isso é redução de carga tributária", disse, lembrando que a medida trará uma maior demanda e mais competitividade para os Estados. Segundo ele, se houver ajustes a serem feitos na proposta, em função de um acordo fechado nas reuniões desta terça-feira, ele incluirá esses ajustes no seu relatório, que será apresentado no dia 16.

O governo fará um esforço concentrado na próxima semana para tentar fechar uma proposta de consenso com os governos dos Estados que permita a aprovação do projeto de unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual em 4%. O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, fará reuniões ao longo da próxima semana com os secretários de Fazenda dos Estados, e o relator da resolução que unifica a alíquota, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e da medida provisória (MP) que cria dos Fundos de Compensação e de Desenvolvimento Regional, senador Walter Pinheiro (PT-BA).

A ideia é ouvir sugestões e aperfeiçoar a proposta que foi enviada ao Congresso no fim de 2012. Delcídio e Pinheiro pretendem apresentar os relatórios na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no dia 16. O presidente da CAE, Lindbergh Faria (PT/RJ), disse que colocará a proposta em votação na mesma semana.

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Nesta terça-feira, o governo recebeu o primeiro apoio de bancada à proposta, depois de almoço com senadores do bloco PTB, PR, PSC e PPL. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu aumentar o prazo de transição para a unificação de alíquota, que é de 12 anos. Essa é uma das reivindicações dos governos estaduais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mas encontra em São Paulo a maior resistência. Mantega também concordou em encontrar outros incentivos que permitam criar um instrumento mais barato para os investimentos nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Ele, no entanto, deixou claro que quer uma alíquota única, apesar de as administrações estaduais destas regiões defenderem taxas diferenciadas de ICMS em relação ao Sul e Sudeste.

O senador da base aliada do governo Romero Jucá (PMDB-RR) mostrou um posicionamento contrário à proposta da União sobre a unificação do ICMS interestadual. Ele defendeu a diminuição das alíquotas do imposto, atualmente de 7% e 12%, mas com a diferenciação das taxas por regiões do País.

Segundo ele, o ideal seria que os Estados do Sul e Sudeste cobrassem um ICMS de 4% e que os Estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, além do Espírito Santo, de 7%. "Seria uma distribuição de renda. Seria uma forma de equilibrar o bolo", argumentou.

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Jucá pediu também que o governo leve em conta a convalidação dos projetos implantados ou em processo de chegada nos Estados. "É preciso uma equação que não acabe com os incentivos que já foram implantados, sob pena de desindustrializarmos Estados que estão em desenvolvimento", disse. "Cada governador vai defender projetos implantados em seus estados", continuou.

O senador disse ainda que o governo conseguiu acabar com a guerra do portos. "Enfrentamos essa questão, independente da visão aguerrida de São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás. Neste caso, a discussão política terá de ser muito mais sofisticada", comparou.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Lindbergh Faria (PT-RJ), disse nesta terça-feira que colocará em votação a proposta de unificação do ICMS nas operações interestaduais na semana do dia 16 de abril. Segundo ele, o relatório que prevê a queda da alíquota para 4% em um período de 12 anos será apresentado pelo relator, senador Delcídio Amaral (PT-MS), no dia 16 de abril. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) vai apresentar o relatório da Medida Provisória 599 que cria dos Fundos de Compensação de Receitas e de Desenvolvimento Regional.

Lindbergh disse que insistirá nos prazos porque a MP pode perder sua eficácia em 06 de junho. A previsão do senador é que a proposta de reforma do ICMS possa ser votada no plenário do Senado no início de maio. A data inicial de votação na CAE era 26 de março, mas foi postergada para permitir uma negociação com todos os Estados, que reivindicam ajustes à proposta apresentada pelo governo.

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Amaral disse que unificação do ICMS vai promover uma mudança de paradigmas nos Estados e vem de encontro "ao tão propalado crescimento e aumento da produção". Ele informou que manterá reuniões com os secretários estaduais de Fazenda, após o ferido da Semana Santa.

O senador Walter Pinheiro disse que é preciso chegar a um acordo que garanta segurança jurídica e do ponto de vista orçamentária aos Estados. "É preciso que se construa um caminho da paz, mas que dentro dessa guerra econômica se use novas armas que possam transferir para os Estados o poder de decisão e que possam continuar no caminho do desenvolvimento regional", afirmou.

Sobre a determinação do presidente da CAE de levar a proposta em votação, Pinheiro brincou: "o Lindberg vai deixar de ser Faria e será Lindbergh Fará".

O relator do projeto de unificação do ICMS na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou nesta terça-feira que é preciso arredondar a proposta para não correr o risco de na votação entrar em "rota de colisão". "Senão, não aprova nada", disse Delcídio, após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e líderes do Congresso e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Na reunião, ficou decidido o adiamento da votação da proposta na CAE, que estava prevista para o dia 26 de março.

Amaral disse que essa reforma é fundamental para o País e que não pode acontecer o que ocorreu com o projeto de distribuição dos royalties do petróleo. "Olha o que fizeram com os royalties. Qual é o resultado? Vocês leram o parecer? Ela (ministra Cármen Lúcia) leva ao pé da letra dizendo que não tem nem passado, nem presente, nem futuro porque royalty, à luz da Constituição, é de quem está impactado com a produção", disse ele, referindo-se à liminar concedida nesta segunda-feira (18) pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, suspendendo os efeitos da lei dos royalties.

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Segundo o senador, é preciso conversar mais em relação à proposta de unificação do ICMS. "Estamos vacinados para não perder essa reforma que é fundamental." Amaral não quis se comprometer com uma nova data para a votação mas acha ser possível a apreciação da matéria pela CAE em abril. Segundo ele, a semana que vem é atípica em razão do feriado da Semana Santa. Questionado se o problema era de quórum para votação no dia 26, ele respondeu: "Não é quórum. É questão de fundo, de mérito. E aí não dá para brincar".

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) considera difícil votar a unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) daqui a uma semana (dia 26), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Na semana passada, o presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que levaria o tema para a apreciação com ou sem a existência de um acordo.

"Por enquanto, acho difícil (votar no dia 26). No momento, o que temos que fazer é esticar as conversas", afirmou Pinheiro ao sair de encontro no Ministério da Fazenda com os ministros Guido Mantega e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e outros parlamentares para tratar do assunto. "Primeiro temos que fazer o entendimento com as partes a partir dos pontos levantados", declarou a jornalistas.

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Os governadores estão divididos sobre a proposta do Executivo de unificar a alíquota do ICMS em 4% levando-se em conta um período de transição. Atualmente, existem duas alíquotas: uma de 7% e outra de 12%. Os Estados da Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e o Espírito Santo defendem a assimetria das taxas, enquanto Sul e Sudeste querem a unificação.

Senadores da base aliada envolvidos diretamente nas negociações do projeto enviado pelo governo que unifica em 4% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para operações interestaduais admitem que, para aprovar a mudança, a administração federal terá de ceder em alguns dos pontos do pacote tributário. Parlamentares dizem que, no voto, a proposta, do jeito que está, será derrotada no plenário do Senado. A previsão é de que a matéria seja apreciada pelos 81 senadores em meados de abril, logo depois de votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

De acordo com um senador governista, o Poder Executivo federal terá de aceitar um de dois caminhos. O primeiro seria manter a proposta de 4% e aumentar o valor previsto na Medida Provisória (MP) 599/2012 em repasse dos fundos de compensação e de desenvolvimento regional para equilibrar as contas dos governos dos Estados a partir da alíquota única. O outro é manter no projeto a política atual de alíquotas diferenciadas para as Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e o Espírito Santo, de um lado, e Sul e Sudeste, do outro.

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Atualmente, as três primeiras regiões e o Espírito Santo praticam 12% de ICMS e os demais governos estaduais, 7%. O governador Renato Casagrande (PSB) foi um dos que cobraram nesta terça-feira, em audiência pública sobre a reforma do ICMS, a manutenção das alíquotas diferenciadas para as duas partes, com a adoção de 7% para Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, e 4% para Sul e Sudeste.

Segundo um senador aliado do Executivo federal com acesso à cúpula do Ministério da Fazenda, a equipe econômica não admite de forma alguma alterar o projeto de resolução para ter duas porcentagens diferenciadas. A Fazenda está em negociação com senadores, principalmente os petistas Walter Pinheiro (BA) e Delcídio Amaral (MS), para encontrar meios de, pelo menos, tentar aumentar a fatia do bolo. Foi o que defendeu na reunião desta terça-feira na CAE o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

"Não vejo por que o governo federal gastar quase meio trilhão de reais em fundos para deixar a coisa do jeito que está", afirmou Alckmin, em referência ao gasto com os fundos de compensação e de desenvolvimento previstos na MP 599/2012, ao mesmo tempo que, como defendem governadores do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, além de Casagrande, mantém a adoção de dois porcentuais.

Mesmo agendada para ser votada na comissão na próxima semana, a ideia da gestão federal, do jeito que está, conta com a divergência de 21 Executivos estaduais: os 7 Estados do Norte, os 9 do Nordeste, 4 do Centro-Oeste e o Espírito Santo. Por se tratar de um projeto de resolução, a proposta só passa regimentalmente pelo Senado. Caso todos senadores desse bloco se oponham à adoção da taxa única de 4%, serão 63 de 81 votos contrários numa eventual votação em plenário - uma derrota expressiva para a Presidência da República, que tem se esforçado em fatiar a reforma tributária e acabar com a guerra fiscal entre as administrações estaduais.

Outra queixa generalizada dos governadores é a da forma de criação dos dois fundos, via MP. Os chefes dos Executivos estaduais defendem a criação dos fundos por emenda constitucional, o que impediria, conforme deles, a matéria de ficar sujeita aos rumores orçamentários da União. "Sem fundo constitucionalizado, não dá", afirmou o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB).

O receio é de que, nesse ponto, ocorra o mesmo das compensações da Lei Kandir, em que a cada ano é preciso aprovar uma nova lei para repassar os recursos aos Estados exportadores. Delcídio, relator do projeto de resolução sobre a unificação do ICMS, disse que este é um ponto de preocupação.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado discute na manhã desta terça-feira com governadores o projeto de resolução enviado pelo governo federal que unifica a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Entre os convidados, estão os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. O governo federal tem se mantido inflexível em manter a alíquota em 4%. Um racha entre Sul e Sudeste, de um lado, e do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de outro, mantém a polêmica.

O presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ), prometeu que levará o tema à votação no dia 26 mesmo sem um consenso. Atualmente, está instalada no País a chamada guerra fiscal, na qual os governadores concedem redução de tributos para atrair a instalação de fábricas no Estado.

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No entendimento do governo, a concessão do benefício só é possível porque as alíquotas atuais são altas e diferenciadas entre as regiões. Enquanto Norte, Nordeste e Centro-Oeste aplicam uma taxa de 12% nas operações interestaduais, Sul e Sudeste cobram uma alíquota de 7%.

O Estado do Rio deixou de arrecadar R$ 8,906 bilhões de ICMS - o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, principal fonte de receita dos governos estaduais - no ano passado porque o tributo sobre petróleo e derivados é cobrado no destino e não na origem, como na maioria dos produtos.

O cálculo foi feito pela Secretaria de Fazenda. Para este ano, deixariam de entrar nos cofres estaduais R$ 8,816 bilhões. O valor é superior ao arrecadado pelo Estado e pelos municípios fluminenses com royalties e participação especial (PE) sobre o petróleo e serve de argumento para os Estados produtores lutarem contra a redistribuição dos recursos.

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Ano passado, o Estado arrecadou R$ 4,4 bilhões nos dois itens. Só em royalties, os municípios receberam R$ 3,2 bilhões. Os cálculos das perdas para o governo estadual e para os municípios com a nova distribuição dos royalties seriam de cerca de R$ 3 bilhões apenas para este ano, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços.

Na argumentação contra as mudanças na distribuição dos recursos dos royalties, os Estados produtores dizem que a discussão não pode ignorar o ICMS e outros pontos do pacto federativo. "A questão dos royalties veio como uma compensação porque o petróleo foi para o destino", afirmou o secretário estadual de Fazenda do Rio, Renato Villela.

A compensação foi decidida na Assembleia Constituinte, encerrada em 1988. Nas discussões, a cobrança do ICMS sobre petróleo e derivados e sobre a energia elétrica foi colocada no Estado de destino. "Quando se discutiu a Constituição de 1988, foi dito que não era possível o Estado do Rio ter royalty e ao mesmo tempo ter o ICMS na origem. Por isso, não dá para discutir as duas coisas sem estarem associadas", afirmou o deputado estadual fluminense Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB).

O deputado apresentou uma proposta de emenda à Constituição do Rio para mudar a cobrança do ICMS para a origem - mesmo que a mudança dependa de alteração da Constituição Federal. Com as regras atuais, o Rio arrecadou, em 2012, R$ 3 bilhões em ICMS sobre petróleo, ou 6,3% do total arrecadado por todos os Estados - R$ 48,6 bilhões.

Os dados foram levantados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). São Paulo, o maior consumidor de petróleo e derivados, arrecadou R$ 10,8 bilhões, ou 22,3% do total.

O pesquisador Gabriel Leal de Barros, do Ibre/FGV, ressaltou que, embora os dados do Confaz costumem ter inconsistências, mostram que a discussão não deveria ser separada de outras questões do pacto federativo, como a reforma do ICMS e a distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, reiterou nesta terça-feira a posição a favor da unanimidade nas decisões do Conselho de Política Monetária (Confaz). "A unanimidade do Confaz não é nenhuma jabuticaba", disse, citando exemplos em que este mecanismo é exigido, como a votação na União Europeia (UE) para mudanças tributárias no bloco. De acordo com Barbosa, enquanto a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) for de 12%, o poder de um governo de Estado é muito grande porque pode decidir sobre as finanças de outra administração estadual. "Quando a alíquota for menor, pode ter critérios mais flexíveis de unanimidade", afirmou, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Ele ainda rebateu as críticas sobre o valor do fundo de compensação de perdas de arrecadação e sobre a composição do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR). Barbosa afirmou que a simulação do governo estimou que seria de R$ 15 bilhões a perda de arrecadação se não houvesse os benefícios fiscais. Por isso, o governo previu R$ 8 bilhões como "o valor provável" das perdas de receitas. Segundo o secretário executivo do Ministério da Fazenda, é necessário que a gestão federal estabeleça uma previsibilidade do valor a ser ressarcido aos governos estaduais.

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Barbosa rebateu também as críticas sobre o prazo de transição para unificação do ICMS. "Cai daqui a 13 anos. Isso são quantos mandatos? Então, tem tempo para se adequar, adaptar-se e com a ajuda da União para fazer esta travessia", disse. Barbosa afirmou também que a decisão de compor a maior parte do FDR com recursos financeiros (empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é porque há uma limitação nos recursos orçamentários. "Dá mais transparência e mais comprometimento do outro lado, da empresa que vai tomar o empréstimo. Além disso, o incentivo de ontem vai financiar o incentivo do outro ano", disse.

Acordo

 

Barbosa declarou que está em discussão um acordo para convalidar os incentivos fiscais do ICMS concedidos até agora pelos Executivos estaduais. Questionado por senadores sobre qual a melhor forma de ratificar os benefícios dados, o secretário executivo do ministério esclareceu que o assunto está em discussão no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Barbosa admitiu não saber se é possível convalidar esses incentivos por meio de emenda à Medida Provisória (MP) 599/2012, que criou os fundos de compensação e desenvolvimento regional por conta da unificação da alíquota do ICMS. "Ele (a convalidação) resolve para traz, meio que equaliza. Para a frente, você vai ter as novas regras", destacou.

O secretário executivo reconheceu, mais uma vez, que a proposta não atende a todos os pedidos das gestões estaduais e que até "pode ser" melhorado. Entre os pontos em discussão, Barbosa falou da possibilidade de alocação de mais recursos da administração federal nos fundos. Questionado, o secretário não quis falar sobre mudanças nas regras das dívidas de Estados e prefeituras com o Poder Executivo federal, destacando que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve abordar o assunto em breve no Congresso.

Competitividade

Barbosa acredita que, para melhorar a competitividade de produtos brasileiros, o ideal seria ter uma alíquota zero de ICMS. "O ideal é zero, porém, não é uma coisa que se faz rápido. Por isso, estamos propondo (a unificação de todos os Estados em) 4%, que é intermediário", considerou. Conforme o secretário, a alíquota de 4% tem vários benefícios, como a diminuição do espaço para disputa fiscal, reconhece incentivos, melhora a fiscalização e a competitividade. Barbosa salientou que as exportações de alguns produtos que passam por algum nível de industrialização, como a soja, que vira óleo e passa a ter cobrança de ICMS, desestimula a produção brasileira. "O etanol também sofre com a alíquota de ICMS", pontuou. Por isso, para Barbosa, uma alíquota de 4% é melhor do ponto de vista da eficiência econômica. "Estamos dispostos a fazer transferência de recursos para compensação em 12, 13 anos", considerou.

O secretário acha que os parlamentares não precisam temer a interrupção dessa transferência porque ela será obrigatória, independente do governo que assumir o País. Sobre o andamento das discussões, Barbosa julga que os debates precisam caminhar na "velocidade necessária". O secretário citou que, recentemente, o Executivo federal apresentou uma série de medidas, projetos ou contribuições, como a Resolução 13 com incentivos e o comércio eletrônico, que aguarda votação na Câmara. "Esperamos que seja o mais rápido possível."

O coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), Cláudio Trinchão, informou que o colegiado vai tentar solucionar "administrativamente" todas as demandas da Resolução 13, que unifica em 4% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre bens e mercadorias importadas.

Ele disse que, na próxima reunião do Confaz, podem ser votadas mudanças administrativas à resolução, que foi aprovada ano passado pelo Senado Federal. "Se administrativamente não resolver através da Resolução 13, nós vamos poder pensar, em última situação, na alteração da Resolução 13", afirmou nesta terça-feira, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que discute a adoção da alíquota única de 4% do ICMS.

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O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) afirmou que Santa Catarina perdeu em fevereiro R$ 90 milhões, mês em que entrou em vigor a Resolução 13. Ele declarou ser favorável à inclusão no fundo de compensação da unificação da alíquota do ICMS interestadual de recursos para reposição das perdas com a resolução que acabou com a chamada guerra dos portos.

Calabi

O secretário de Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, defendeu a alíquota única para o ICMS interestadual e a manutenção da unanimidade nas decisões do Confaz. Segundo ele, os Estados têm autonomia para conceder incentivos fiscais, mas não têm o direito de ameaçar a autonomia dos outros Estados. Isso porque, afirmou, a Constituição manda um Estado honrar o crédito cobrado por outro Estado. Por isso, Calabi disse ser contrário à proposta dos Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste de uma alíquota de ICMS maior para estas Regiões.

O secretário reiterou que a falta da unanimidade do Confaz também põe em risco a autonomia federativa, porque um conjunto de Estados poderia comandar o caixa de outro ente da federação ao aprovar incentivos fiscais. Ele criticou a proposta do governo de manter o ICMS em 12% para o Amazonas. "Vai tudo para lá.". A mesma alíquota está sendo proposta para o gás da Bolívia.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), endureceu o discurso nesta terça-feira sobre a necessidade de se encontrar uma solução para a unificação das alíquotas estaduais do ICMS. Durante audiência pública, ele disse que o assunto precisa ser colocado em votação, independente da existência de um consenso entre as partes. Participam da audiência, além dos parlamentares, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e secretários de Fazenda estaduais, que defendem posições opostas para uma saída sobre o tema.

"Nós vamos colocar essa reforma do ICMS para rodar. Não podemos abrir mão de prazos. É como se tivéssemos todo o tempo do mundo", criticou. "Vou colocar para votar com o consenso que existir", acrescentou. O presidente disse que tinha um claro sinal a passar para os demais parlamentares.

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As negociações têm que avançar nos próximos 15 dias e acelerar na costura de um consenso entre as partes, na opinião de Lindbergh. "Os senhores têm que apresentar o processo de negociação. Acredito muito na possibilidade de criação do consenso de alguns pontos", disse. "Não é hora de desmarcar nada de votação. O Congresso tem que sair desse impasse federativo", continuou.

Ele se disse convencido de que o Fundo de Participação dos Estados (FPE) não foi votado porque o Congresso não estipulou prazos para tal. "Não saiam os senhores aqui achando que o presidente vai retirar o projeto de pauta", alertou.

O senador Inácio Arruda (PcdoB-CE) provocou o presidente: "Vossa Excelência faz o calendário e nós votamos". Já o parlamentar Ricardo Ferraço (PMDB-ES) salientou que, durante a audiência pública, foi colocado "de A a Z" que não há concordância sobre a criação de uma alíquota única. "Já que vossa excelência quer avançar, e quer tornar pragmáticos os debates, vamos avançar. Mas não há como o Brasil se resumir à Avenida Paulista."

Compensação

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) afirmou nesta terça-feira que é preciso conversar com o governo e com os Estados a fim de criar mecanismos diferenciados para compensar as perdas de empresas já instaladas decorrentes da eventual unificação em 4% da alíquota do ICMS em operações interestaduais. Pinheiro é relator da Medida Provisória 599/2012, que cria fundos para compensar perdas de receita decorrentes da unificação da alíquota do ICMS, previsto em um projeto de resolução que está em discussão no Senado.

O petista disse que é necessário buscar "espaço para dialogar a compensação". Pinheiro saiu em defesa da posição adotada por Lindbergh, de ter marcado o dia 26 como prazo para votação do projeto que unifica a alíquota do ICMS na comissão.

Mesmo diante das críticas de secretários de Fazenda de Estados e de senadores de que não há unanimidade para se votar a proposta, o senador do PT disse que não está desanimado com o debate, conforme chegou a falar o senador Waldemir Moka (PMDB-MS). "O difícil a gente faz logo, o impossível a gente demora um pouco", afirmou ele, ao dizer que não se pode voltar ao "velho debate" de só resolver a questão tributária no País ao apreciar uma reforma de todo o sistema. "Chegamos a conclusão que é impossível (fazer tudo de uma vez) por causa das disparidades", anotou.

Pinheiro lembrou que a aprovação da Resolução 13 pelo Senado, que unificou em 4% a alíquota do ICMS incidente sobre bens e mercadorias importadas, foi aprovada com o compromisso de o governo federal mexer também em outros pontos do sistema tributário.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem encontros agendados nesta terça-feira com os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que os parlamentares sejam parceiros do governo e votem a proposta de redução da alíquota do ICMS, em análise no Congresso.

Mantega reúne-se às 17 horas com o presidente do Senado e, em seguida, às 18 horas, com o presidente da Câmara. O ministro quer sensibilizá-los para a urgência na aprovação da proposta, um instrumento adicional à redução dos preços. A proposta é reduzir e unificar a alíquota do ICMS em 4% em 12 anos. A queda gradativa do imposto é para evitar uma descompensação de receita para os Estados, embora o projeto contemple a criação de um Fundo de Compensação de Receita.

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O projeto será discutido pela manhã na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a partir das 10 horas, com a participação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. A Medida Provisório (MP) 559 trata da unificação das alíquotas interestaduais do imposto nas operações e prestações de serviços realizados nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Espírito Santo, destinadas às Regiões Sul e Sudeste.

As alíquotas seriam fixadas em 11% em 2014, com redução de um ponto porcentual por ano, até chegar em 4% em 2025. Para as operações realizadas nas Regiões Sul e Sudeste com destino às demais, seria adotada uma alíquota de 6% em 2014 para atingir 4% em 2016.

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