Tópicos | Macron

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou na quarta-feira (21) que se reunirá com autoridades iranianas nesta semana para "tentar propor coisas".

Entre os membros da comitiva do Irã estará o chanceler do país, Mohamad Javad Zarif. O encontro antecederá a reunião do G-7 na França, e um dos temas principais debatidos pelos líderes será o programa nuclear iraniano.

##RECOMENDA##

Teerã rompeu em julho com os limites estabelecidos, após crise iniciada pela saída unilateral dos EUA do acordo em 2018. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente francês, Emmanuel Macron, supervisionou a comemoração anual do Dia da Bastilha na França, que este ano tem como tema a cooperação militar na União Europeia.

Bandeiras dos 10 países da Iniciativa Europeia de Intervenção, um pacto militar conjunto criado no ano passado, estavam na parada militar do domingo pela avenida Champs Elysees, em Paris.

##RECOMENDA##

Embora a exibição incluísse mais de 4.000 forças armadas, 69 aviões e 39 helicópteros, seu maior interesse era um homem que voava pelo ar em um dispositivo flyboard - a invenção do ex-campeão francês de jet ski, Franky Zapata.

As tensões nas ruas continuam altas em Paris, após meses de manifestações anti-Macron, pedindo mais ajuda para os trabalhadores franceses. Neste domingo, imagens da televisão mostraram policiais abordando um dos líderes do movimento Jaquetas Amarelas, Eric Drouet, enquanto ele ficava parado à margem do desfile. Fonte: Associated Press.

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (27) que não assinaria nenhum acordo comercial com o Brasil se o presidente Jair Bolsonaro se retirasse do acordo climático de Paris, ameaçando colocar uma trava nas negociações comerciais UE-Mercosul.

As conversações da União Europeia (UE) com o Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai –, o quarto maior bloco comercial do mundo, se intensificaram, com Bolsonaro dizendo neste mês que um acordo poderia ser assinado "em breve", enquanto a UE o chama de "prioridade número um".

##RECOMENDA##

No entanto, a UE se preocupa com uma possível onda de importações de carne bovina e a hesitação do Mercosul em relação à abertura de alguns setores industriais, como carros, fizeram com que prazos passados tivessem passado. Um acordo pode estar próximo, mas fora do alcance.

A França, em particular, está preocupada com o impacto, em sua vasta indústria agrícola, das importações sul-americanas que não teriam que respeitar as rigorosas regulamentações ambientais da UE. “Se o Brasil deixar o acordo de Paris, no que nos diz respeito, não poderemos assinar um acordo comercial com eles", declarou Macron a repórteres no Japão antes de uma reunião do G20.

"Por uma simples razão. Estamos pedindo aos nossos agricultores que parem de usar pesticidas, estamos pedindo a nossas empresas que produzam menos carbono, que tenha um custo de competitividade", explicou.

"Então, não vamos dizer de um dia para o outro que vamos permitir a entrada de produtos de países que não respeitem nada disso", acrescentou.

No início deste ano, a França votou contra a abertura de negociações comerciais entre a UE e os Estados Unidos por causa da decisão de Washington de renunciar ao acordo climático de Paris.

No entanto, a medida francesa não impediu a abertura das negociações comerciais porque a maioria necessária dos países-membros da UE a apoiou. Não está claro se a França seria capaz de mobilizar outros países da UE se votasse contra um acordo do Mercosul.

Da Sputnik Brasil

O presidente francês Emmanuel Macron recebeu nesta quinta-feira o líder indígena Raoni e assegurou-lhe o apoio da França em sua luta para proteger a biodiversidade e os povos da Amazônia, vítimas de um crescente desmatamento.

Por ocasião desta reunião, o Palácio do Eliseu anunciou que a França planeja sediar uma cúpula internacional de povos indígenas do mundo inteiro, provavelmente em junho de 2020.

##RECOMENDA##

O chefe de Estado francês conversou por 45 minutos no Palácio do Eliseu com Raoni três outros líderes da Amazônia - Kailu, Tapy Yawalapiti e Bemoro Metuktire - que realizam uma turnê na Europa até o final de maio. Ao final da reunião, eles levantaram os braços nos degraus do Eliseu.

O objetivo desta turnê europeia de três semanas é lançar um SOS junto à opinião pública e líderes políticos para salvar a grande reserva do Xingu, uma enorme reserva de biodiversidade de cerca de 180.000 km2.

"Busco um milhão de euros para financiar muros verdes feitos de bambu, para delinear a grande reserva do Xingu, que tem sofrido com a intrusão permanente de traficantes de madeira e de animais, garimpeiros e caçadores, que vêm caçar em nossas terras", disse Raoni em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo Le Parisien.

O Eliseu informou, após o encontro que a França "apoiaria o projeto de Raoni", como parte de "seu compromisso com a biodiversidade e no âmbito da presidência do G7" este ano. Esse compromisso, incluindo financeiro, será anunciado posteriormente.

O desmatamento, que havia diminuído drasticamente na Amazônia de 2004 a 2012, voltou a crescer em janeiro: +54% em relação a janeiro de 2018, segundo a ONG Imazon.

Com Raoni, Emmanuel Macron também discutiu a difícil situação das comunidades indígenas no Brasil.

"Como um país amazônico" com a Guiana, "a França está naturalmente comprometida com a luta contra o desmatamento e defende os direitos dos povos indígenas, especialmente como atores-chave na preservação das florestas e da biodiversidade e, por isso, engajados na luta contra as mudanças climáticas", ressaltou o Eliseu antes da reunião.

Os coletes amarelos voltaram às ruas de diversas cidades da França, incluindo a capital Paris, para manter a pressão sobre o governo de Emmanuel Mácron. Esta é a 12ª semana seguida de protestos no país. Os manifestantes se opõem à política econômica do atual governo que, defendem eles, privilegia a parcela mais rica da sociedade francesa.

Nos atos deste sábado, os manifestantes prestarão homenagens aos "coletes amarelos" feridos durante confrontos com a polícia. O movimento ganhou esse nome por causa dos coletes fluorescentes que devem ser usados por motoristas franceses em caso de emergência.

##RECOMENDA##

Macron minou parte do apoio ao movimento ao realizar um debate nacional em cidades de toda a França. Mas alguns líderes dos coletes amarelos continuam tentando manter o ímpeto do movimento.

De acordo com o governo, aproximadamente 2 mil pessoas foram feridas durante os protestos, que tiveram início em 17 de novembro do ano passado. Além disso, dez pessoas morreram em incidentes nas estradas relacionados às manifestações. Cerca de 69 mil pessoas em todo o país participaram das manifestações na semana passada, menos que os 80 mil que foram às ruas nas duas semanas anteriores, segundo o Ministério de Interior do país. Fonte: Associated Press.

Alexandre Benalla, que foi chefe de segurança do presidente francês, Emmanuel Macron, foi detido na quinta-feira (17) por uso irregular de passaporte diplomático e por suspeita de falsificação de documentos.

Benalla foi demitido em julho, após a revelação de que ele bateu em manifestantes durante um protesto. (Com agências)

##RECOMENDA##

Milhares de manifestantes vestindo coletes amarelos se concentram em diferentes pontos da França neste sábado (12), especialmente em Paris e Bourges, no centro do país, para o 9º fim de semana consecutivo de protestos contra o governo do presidente Emmanuel Macron.

Com medo de novos episódios de violência, o Ministério do Interior voltou a aumentar o dispositivo policial, com 80 mil agentes mobilizados em todo o país - 5 mil deles em Paris, segundo a agência Efe.

##RECOMENDA##

Depois da trégua natalina, cerca de 50 mil coletes amarelos já se manifestaram na semana passada e houve registro de incidentes violentos. A polícia teme que neste sábado haja um aumento na mobilização dos manifestantes.

Em Paris, vários manifestantes se concentraram em frente ao Ministério de Economia, em Bercy. A polícia controlava as bolsas e mochilas dos manifestantes que chegavam à região e, até o início da manhã, não houve registro de tumulto.

A Champs-Élysées, palco de confrontos em dezembro, foi fechada foi fechada preventivamente. O tráfego também foi interrompido em diversas ruas no entorno da Praça da República e da Estação do Norte.

A cidade de Bourges, no centro do país, foi escolhida para concentração dos coletes amarelos para facilitar a participação de manifestantes que vierem de outras províncias.

O vice-ministro do Interior, Laurent Nunez, prometeu "tolerância zero" contra os desordeiros, em mensagem do Twitter. "Se houver confusão, aqui como em toda a França, daremos uma resposta extremamente firme", afirmou Nunez, que está em Rouen (a cerca de 150 km de Paris).

Manifestações na França

O primeiro protesto, em 17 de novembro, reuniu cerca de 290 mil pessoas. Muitas portavam o colete amarelo fluorescente - item de segurança obrigatório nos veículos franceses -, que acabou virando símbolo da nova onda de protestos.

Desde então, a França enfrentou uma série de bloqueios de rodovias, protestos de motoristas de ambulâncias e manifestações de estudantes secundaristas. (com agências internacionais)

Autoridades francesas estão defendendo as ações policiais no país para conter a violência de protestos promovidos pelos coletes amarelos depois que um policial foi visto brevemente segurando uma arma no meio de uma multidão em Paris. O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu "as mais severas punições legais" contra as manifestantes violentos. Em breve discurso realizado durante visita ao Chade, Macron pediu "ordem, calma e união".

O número de manifestantes caiu drasticamente no sábado, no sexto fim de semana consecutivo de ações do movimento dos coletes amarelos, mas a violência voltou ao foco novamente em Paris. Um vídeo do policial armado cercado por manifestantes circulou pelas redes sociais. Ele não disparou, mas a ameaça de ação letal chocou cidadãos.

##RECOMENDA##

Os sindicatos de policiais disseram neste domingo que o policial agiu em legítima defesa. O ministro do Interior da França, Édouard Philippe, elogiou o "profissionalismo e compostura" das forças de segurança do país e pediu um debate nacional para abordar as preocupações econômicas dos manifestantes. Fonte: Associated Press.

Os "coletes amarelos" voltaram às ruas de Paris neste sábado (22) para protestar, porém em menor número. Os protestos estavam desorganizados, com pequenos grupos dispersos em diferentes pontos de Paris. Algumas centenas de pessoas cercadas por forças policiais marcharam em direção à Igreja Madeleine, próxima ao Palácio Elysée. Foram registrados confrontos de alguns manifestantes que tentavam ultrapassar o bloqueio e policiais, que dispararam bombas de gás lacrimogêneo.

O Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, permaneceu fechado, depois de os "coletes amarelos" terem anunciado que protestariam em frente ao local. Somente alguns manifestantes apareceram. O maior número de pessoas em protesto se reuniu, pacificamente, aos pés da Basílica de Sacre Coeur, no bairro de Montmartre. O Museu do Louvre e a Torre Eiffel, que tinham sido fechados semanas atrás, permaneceram abertos.

##RECOMENDA##

Fora de Paris, cerca de 200 rotatórias permaneceram ocupadas em todo o país. No sul da França, perto da fronteira com a Espanha, dezenas de manifestantes bloquearam caminhões. Na região central do país, perto de Saint-Etienne, os manifestantes bloquearam estradas e fizeram fogueiras, mas o comércio local permaneceu aberto.

Nas últimas semanas, diversas manifestações do grupo trouxeram caos à capital francesa, com mais de cem pessoas detidas. O movimento inicialmente ia contra o aumento no preço de combustíveis, mas se transformou em uma ação nacional contra injustiças econômicas das quais os franceses com menor renda alegam serem vítimas.

O arrefecimento recente dos protestos se deve, em parte, às concessões feitas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que incluem isenção de taxas ao longo do tempo e congelamento dos preços do gás e da eletricidade neste inverno. As medidas deverão custar cerca de 10 bilhões de euros (US$ 1,14 bilhão). Fonte: Associated Press.

O presidente da França, Emmanuel Macron, deve fazer um discurso à população sobre a onda de protestos que atinge o país amanhã à noite, segundo um funcionário do governo. O oficial disse que o pronunciamento será feito do Palácio do Eliseu, sede do governo francês.

O silêncio de Macron, que não se dirigiu aos franceses desde o início das manifestações, alimentou a insatisfação da população com o seu governo e aumentou a intensidade da mobilização. Ainda na segunda-feira (10), Mácron planeja se reunir com autoridades nacionais e locais para ouvir suas propostas e discutir soluções, numa tentativa de enfraquecer as mobilizações.

##RECOMENDA##

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não deve comentar sobre assuntos domésticos da França, se referindo a posts feitos por Trump em sua conta oficial do Twitter sobre os protestos que ocorrem no país. "Nós não participamos dos debates americanos.

Vamos viver nossa própria vida nacional", disse Le Drian, em uma entrevista a emissora televisiva local. Segundo o ministro, Macron teria dito a mesma frase em uma conversa com Trump.

No sábado, um novo protesto violento ocorreu em Paris e em cidades da região, pelo quarto fim de semana seguido. Cerca de 135 pessoas ficaram feridas em todo o país, incluindo 71 em Paris entre manifestantes e policiais. O Ministério do Interior da França disse neste domingo que 1.220 pessoas foram detidas em torno de Paris, após policiais inspecionarem estações de metrô por todo o país.

Os manifestantes protestam principalmente contra os altos custos de vida do país. O movimento, marcado pelos coletes amarelos dos manifestantes, teve início com o aumento do imposto de combustível há cerca de um mês. Na semana passada, numa tentativa de reverter as mobilizações, Macron revogou o aumento das tarifas. Fonte: Associated Press

O presidente da França, Emmanuel Macron, planeja se reunir com autoridades nacionais e locais na segunda-feira (10) para ouvir suas propostas e discutir soluções para a onda de protestos violentos que acontecem na capital francesa, segundo um funcionário do governo. O oficial do Palácio do Eliseu, sede do governo francês, disse que o objetivo do presidente é mobilizar a ação de autoridades que representem interesses políticos, econômicos e sociais do país em uma tentativa de enfraquecer as manifestações.

No sábado, um novo protesto violento ocorreu em Paris e em cidades da região, pelo quarto fim de semana seguido. Cerca de 135 pessoas ficaram feridas em todo o país, incluindo 71 em Paris entre manifestantes e policiais. O Ministério do Interior da França disse neste domingo que 1.220 pessoas foram detidas em torno de Paris, após policiais inspecionarem estações de metrô por todo o país.

##RECOMENDA##

Os manifestantes protestam principalmente contra os altos custos de vida do país. O movimento, marcado pelos coletes amarelos dos manifestantes, teve início com o aumento do imposto de combustível há cerca de um mês. Na semana passada, numa tentativa de reverter as mobilizações, Macron revogou o aumento das tarifas. Fonte: Associated Press

O sol ainda não tinha raiado quando os primeiros "coletes amarelos" começaram a chegar neste sábado, 8, no local designado para a manifestação em Anthy, cidade francesa com pouco mais de 2 mil habitantes no Departamento da Alta Saboia, na região de Auvérnia-Ródano-Alpes . O preço da gasolina, que motivou o início de protestos como esse há um mês, justamente no interior, já não é um tema no grupo. Hoje, há reivindicações heterogêneas de um público, pelo menos em Anthy, bastante homogêneo.

Antes de gritar contra o presidente Emmanuel Macron, os 4ºC do final do outono exigiam que fogueiras fossem acesas. Num outro canto, croissant, baguete e outros produtos locais eram trazidos. Dentro de uma barraca, uma senhora preparava café quente e chá para os manifestantes.

##RECOMENDA##

"Essa aqui é nossa aldeia gaulesa", explica Nadège Leyglene, numa referência às histórias de Asterix, o símbolo de uma França autossuficiente e, claro, soberana e nacionalista. No ano passado, Macron polemizou ao criticar cidadãos que se recusavam a aceitar reformas, alertando que os franceses eram "gauleses refratários". "Bom, se Macron disse que somos gauleses, montamos então nossa aldeia", ironiza Nadège, vestindo um gorro com chifres.

Longe de Paris, a reportagem acompanhou o dia de manifestação no interior da França, base original do movimento que já chegou a todos cantos do país neste sábado, houve mais de mil prisões e dezenas de feridos. Na Alta Saboia, uma das áreas mais conservadoras do país, várias foram os pontos de ação dos "coletes amarelos". Um dos locais escolhidos foi uma rotatória com intenso movimento aos pés dos Alpes. Conforme os carros circulavam, a ordem era de não impedir a passagem, mas garantir que o movimento chamasse a atenção. Muitos motoristas faziam sinais de apoio, buzinando ou entregando frutas.

Entre os cerca de 80 manifestantes, duas eram as palavras mais repetidas para explicar o motivo pelo qual estavam ali: a "raiva" contra a elite no poder e a "decepção" em relação aos partidos tradicionais. S e o movimento começou para frear a ideia de uma elevação de impostos sobre os combustíveis, quatro semanas depois, a reivindicação é bem mais ampla. "O que queremos é ter garantias de chegar ao final do mês", explica Nadège, espécie de síndica da aldeia.

Entre suas reivindicações está uma alta dos salários, redução de impostos e o fim dos privilégios para a classe política, além da criação de um sistema de consultas populares.

Enquanto mantinha acesa uma fogueira em um dos cantos do acampamento improvisado, Augustin não escondia sua decepção. "Como é que podemos trabalhar toda a vida para uma aposentadoria de € 700 (R$ 3,1 mil)?", questiona. "Quem é que consegue viver com isso?".

União Europeia

Para Marc, policial aposentado, é preciso mudar as leis para que a população possa ser consultada em assuntos como o casamento entre homossexuais e impostos. Marc acredita que um general como presidente seria uma solução. "Não para pôr os tanques nas ruas. Apenas para que seja alguém que tenha o sentido de servir ao país e uma visão estratégica", justificou. Ele reclama do "totalitarismo imposto pela União Europeia". "Não há mais soberania", lamenta.

O policial aposentado colaborou com o partido de extrema direita de Marine Le Pen e recusou a associação da legenda ao fascismo. "Esse é um partido que terá uma votação ainda maior em 2019, nas eleições para o Parlamento Europeu", diz. Ele garantiu, no entanto, que no movimento não existe apenas eleitores de direita.

Oficialmente, o movimento não tem filiação com partido político, nem sindicatos. Entre os manifestantes, apenas o primeiro nome costuma ser usado para se identificar. São pequenos comerciantes, agricultores, profissionais liberais e um número expressivo de aposentados. "Isso é algo espontâneo do povo", insiste Nadège. Na aldeia, a reportagem não encontrou nenhum imigrante árabe ou negro. Havia poucos jovens.

Nas rodas de conversas, o assunto variava entre as críticas à cegueira de Macron diante do movimento e comentários sobre quanto se gastava para manter os privilégios dos políticos. "Vocês viram que gastaram € 400 mil (R$ 1,7 milhão) para trocar o carpetedo Eliseu?", diz um. "E os gastos com motoristas?", rebate outro.

Não faltavam ainda comentários sobre a UE. "Esse é um projeto americano para impedir que as nações europeias possam ser fortes", dizia um aposentado. Não eram poucos os que ainda elogiavam a "coragem" do Reino Unido em deixar o bloco econômico. "Eles sabem que, a partir de agora, a UE vai massacrar as nações e, por isso, saíram antes", pontuou Marc.

Entre os manifestantes, um deles ainda usava um adesivo da campanha para garantir a independência da Saboia. "Se quisermos, amanhã podemos nos separar da França. Mas estamos trabalhando sem fazer barulho", contou o francês que deu apenas seu apelido: Garfield. "É pelo meu bigode", explicou.

Muitos ainda questionavam a "injustiça" de recair neles a conta a ser paga por uma transição energética para dar uma resposta às mudanças climáticas. A ideia preponderante aqui é que essa conta precisa ser assumida por aqueles com mais recursos e grandes fortunas, e não pelos pequenos produtores. Expressões como "mundialismo" e "cultura internacionalista" justificavam a queda no poder aquisitivo.

Em grupos fechados no Facebook, o movimento tem organizadores que convocam reuniões, apresentam projetos e listas detalhadas das reivindicações. Na maioria das vezes, esses perfis não têm rosto e são ilustrados apenas pelas cores da França ou símbolos nacionais.

Para um movimento que afirma ser espontâneo, a organização é impecável. Uma espécie de cabana foi montada, com alimentos e material para o protesto. Ao lado, duas galinhas foram trazidas com a missão de botar ovos. Uma delas foi batizada de Brigitte, nome da mulher de Macron. Em um anexo, um quarto foi erguido, com duas camas para quem quiser descansar. Não faltam ainda bandeiras da França e cartazes pedindo a renúncia de Macron. Num dos acessos à rotatória, um boneco do presidente permanece enforcado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da França, Emmanuel Macron, comandou nesse domingo (2) uma reunião de seu gabinete para tentar conter a onda de protestos que há três semanas se espalhou pela França. Após o encontro, Macron não descartou decretar estado de emergência, regime de exceção que reforça os poderes da polícia, da Justiça e do Ministério Público - o mesmo decretado após os atentados de novembro de 2015.

A "rebelião dos coletes amarelos", como ficou conhecido o movimento, protesta contra o aumento do preço dos combustíveis. No sábado (1°), os manifestantes transformaram as ruas de Paris em praça de guerra. O quebra-quebra ocorreu em meio aos mais conhecidos cartões postais da capital.

##RECOMENDA##

Os manifestantes viraram carros, montaram barricadas, queimaram latas de lixo e quebraram vitrines de lojas e agências bancárias. Para dispersar os protestos, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água. O Arco do Triunfo foi tomado por uma nuvem de fumaça.

Imagens de TV mostraram o interior do Arco do Triunfo sendo saqueado, a estátua de Marianne, símbolo da república francesa, destruída, e pichações no lado de fora do monumento com slogans anticapitalistas e pedidos de renúncia de Mácron.

Os protestos já são considerados os mais violentos das últimas décadas. Um total de 136 mil pessoas participaram de manifestações em toda a França. A violência deixou 263 feridos, sendo 133 na capital, e 378 pessoas foram detidas, segundo balanço oficial divulgado neste domingo, dia 2.

Para piorar o quadro, Macron estava em Buenos Aires, participando da cúpula do G-20, de onde tentou demonstrar que tem o controle da situação. "Os responsáveis por essa violência querem o caos. Eles traem as causas que afirmam servir. Eles serão identificados e responsabilizados pelas suas ações na Justiça. Respeitarei sempre as contestações e a oposição, mas nunca aceitarei a violência", disse o presidente.

Os manifestantes protestam contra o aumento no preço dos combustíveis e a perda de poder aquisitivo da população. O movimento, que começou no dia 17 de novembro, adotou como símbolo o "colete amarelo", que é uma peça usada para que os motoristas fiquem mais visíveis em caso de emergências em estradas.

Diálogo

No domingo, Macron ordenou ao primeiro-ministro, Édouard Philippe, que mantenha diálogo com líderes políticos e manifestantes para tentar estancar a onda de protestos. O problema é que o movimento não tem uma liderança clara e se organiza por meio das redes sociais, estando desvinculado de qualquer comando político ou sindical.

Philippe até que tentou. Depois de disparar vários telefonemas - não se sabe exatamente para quem -, o primeiro-ministro marcou uma reunião com líderes dos "coletes amarelos" para sexta-feira na residência oficial de Matignon. Foi um fiasco. Apenas dois representantes apareceram.

Após os episódios de sábado, algumas vozes do governo sugeriram mudanças. "Pecamos por estarmos muito distantes da realidade dos franceses", declarou Stephane Guerini, novo líder do partido de Macron, LREM ("A República em Marcha").

O ministro do Interior, Christophe Castaner, reconheceu que o governo errou ao não discutir mais a necessidade de abandonar o petróleo, já que a revolta ocorreu em razão de um imposto sobre combustível destinado a financiar a transição ecológica. Na reunião deste domingo com Macron, Castaner foi incumbido de fazer "adaptações" nos procedimentos de segurança e preparar a polícia para futuros protestos.

Segundo o presidente, os distúrbios "nada têm a ver com a expressão do descontentamento legítimo dos coletes amarelos", mas estaria infiltrado por militares de extrema direita e extrema esquerda, bem como jovens dos subúrbios e anarquistas. (Com agências internacionais). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Centenas de manifestantes contrários ao aumento de impostos para combustíveis na França voltaram a entrar em confronto com policiais neste sábado nos arredores da Avenida Champs Elysées e do Arco do Triunfo, em Paris. Segundo o jornal francês Le Monde, ao menos 122 pessoas foram presas. Os manifestantes construíram barricadas no meio das ruas, atearam fogo e lançaram pedras contra os policiais, que dispararam bombas de gás lacrimogêneo e canhões d'água para tentar dispersar o grupo.

No sábado passado (24), mais de 106 mil pessoas saíram às ruas de diversas localidades francesas em protesto. Conhecidos como "coletes amarelos", os manifestantes marcharam até a Champs Elysées carregando uma faixa na qual se lia "Macron, pare de achar que somos pessoas estúpidas". Além de serem contra o aumento de impostos, eles também se opõem a políticas mais amplas do presidente francês, acusado de estar indiferente às dificuldades econômicas da população.

##RECOMENDA##

Mácron defende que os impostos sobre combustíveis são necessários para reduzir a dependência da França de combustíveis fósseis, mas prometeu novos planos para tornar a "transição energética" mais fácil. Os protestos tiveram início no dia 17 de novembro.

Ainda neste sábado, foram realizados protestos em outras regiões da França, como Gironda, Brest, Toulouse, Montpellier, Lille e Marselha. As autoridades do país vêm enfrentando dificuldades para lidar com o movimento, pelo fato de ele não possuir uma liderança clara e estar atraindo um grupo diverso de pessoas, com múltiplas demandas. Os manifestantes se autodenominaram "coletes amarelos" em alusão aos coletes refletivos que motoristas têm de manter em seus veículos. (Clarice Couto - clarice.couto@estadao.com, com Associated Press)

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, e o presidente da França, Emmanuel Mácron estão reunidos neste sábado (10) no Palácio do Eliseu, sede do governo francês. O encontro acontece dentro das cerimônias de celebração do centenário da Primeira Guerra Mundial.

Os líderes procuraram difundir as tensões recentes a respeito da criação de um exército próprio para a Europa. Na sexta-feira (9), o presidente norte-americano disse no Twitter que "Mácron sugeriu que a Europa construa suas próprias forças armadas para se proteger dos EUA, da China e da Rússia. Muito insultante, mas talvez a Europa deva primeiro pagar a sua parcela justa da OTAN, que os EUA subsidiam em grande parte!", referindo-se à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O presidente norte-americano há tempos tem insistido que os parceiros da aliança deveriam pagar mais.

##RECOMENDA##

No encontro desta manhã, Trump declarou que Mácron "entende que os Estados Unidos sozinho podem fazer muito", acrescentando que o país está disposto a ajudar. "Estamos nos entendendo do ponto de vita da justiça", completou. Mácron defendeu seu ponto de vista. "Eu compartilho as opiniões do Presidente Trump de que precisamos de uma carga muito maior de partilha com a OTAN e é por isso que acredito que a minha proposta de criação de uma defesa europeia é totalmente coerente", afirmou. Ambos também prometeram trabalhar juntos em conflitos na Ucrânia e na Líbia e num roteiro pós-guerra para a Síria.

Sobre o desentendimento entre os presidentes, membros da equipe de Mácron disseram que Trump entendeu de forma equivocada os comentários do líder francês. No início desta semana o presidente francês disse, em entrevista para uma rádio local, que a Europa precisa se proteger contra a China, Rússia e até os EUA na questão do ciberespaço. Posteriormente, em outra entrevista, Mácron afirmou que o continente europeu necessita construir sua própria estrutura militar para não depender mais dos EUA para defesa. Fonte: Associated Press.

O presidente da França, Emmanuel Macron, planeja emendar a mais célebre legislação francesa: a lei de 1905 que estabeleceu a separação entre Igreja e Estado. Texto de referência do secularismo do poder público na Europa, a lei deverá ser alterada para enfrentar um problema contemporâneo, ligado ao radicalismo islâmico e ao terrorismo: o financiamento estrangeiro de grupos religiosos no país.

O objetivo do projeto de emenda é responsabilizar os diretores de centros de culto para impedir que recursos internacionais possam financiar atividades extremistas em território francês. O governo por ora confirma apenas a intenção, mas não revela detalhes.

##RECOMENDA##

Um processo de consulta de líderes religiosos deve começar na próxima semana, em um trabalho coordenado por dois ministérios: o da Justiça e o do Interior - este último responsável pela segurança interna e pelo combate ao terrorismo.

Nenhum dos maiores princípios da lei seria atingido, e a separação entre Igreja e Estado, assim como a liberdade de culto e a neutralidade do Estado, serão mantidas no novo texto. Por outro lado, a emenda exigirá mais transparência no financiamento de grupos e organizações religiosas que atuarão na França. "Não se trata de reescrever a lei de 1905", afirmou a ministra da Justiça, Nicola Belloubet, à rádio France Inter, tentando tranquilizar os críticos.

Segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, as "reflexões" estão em curso no governo e serão transformadas em um projeto uma vez que as partes envolvidas sejam ouvidas. Ainda conforme o ministro, a expectativa é a de que o projeto seja apresentado ao Parlamento no início de 2019.

Pelo rascunho obtido pelo jornal L’Opinion, o governo pretende incitar associações culturais e adotar padrões mais transparentes de financiamento em troca de uma espécie de "selo" de garantia emitido pelo Estado francês. Esse carimbo definiria a associação religiosa como "cultural", abrindo as portas a uma série de subvenções fiscais. Em troca dos subsídios, as associações culturais - em especial mesquitas e centros de culto islâmico - terão de declarar doações superiores a € 10 mil provenientes de Estados, empresas ou pessoas físicas estrangeiras. A pena para o descumprimento da medida de transparência seriam multas ou o confisco dos recursos.

A questão do financiamento do culto muçulmano está no centro do projeto de Macron de criar o chamado "islã francês", ou seja, uma derivação do islamismo praticado no país e mais integrado aos valores da França.

Esse "islamismo à la francesa" existiria em detrimento de versões do culto muçulmano praticadas no Norte da África, no Catar ou na Arábia Saudita, países que influenciam os rumos da religião muçulmana na França por meio de programas de formação de imãs ou de sustento de mesquitas.

Por trás da medida também está o combate ao radicalismo islâmico e ao terrorismo. Mas, para Tareq Oubrou, imã da mesquita de Bordeaux, o Estado está interferindo no que não deveria.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Passados 17 meses de sua posse, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciará nesta terça-feira (9) a primeira reforma ministerial de seu governo. A iniciativa foi tomada após a demissão do ministro do Interior, Gérard Collomb, um aliado de primeira hora que abandonou o barco na semana passada.

Afetado também pela saída do ex-ministro do Meio Ambiente Nicolas Hulot, estrela do governo, Macron busca reformar uma equipe paritária entre gêneros - número de mulheres igual ao número de homens -, e com novos membros da sociedade civil.

##RECOMENDA##

Em maio de 2017, o então presidente eleito fez o mesmo equilibrismo, rompido com as primeiras demissões. O encarregado de formar a equipe será o atual primeiro-ministro, Édouard Philippe, que deve ser reconduzido ao cargo, após apresentar sua demissão - uma formalidade do sistema político francês.

Além do Ministério do Interior e do de Meio Ambiente, os ministérios do Trabalho, da Justiça, da Saúde, da Cultura, da Comunicação e do Território devem ser envolvidos na nova formatação do governo. Ministros como a atual titular da Cultura, Françoise Nyssen, e o de Agricultura, Stéphane Travert, devem ser dispensados em favor de nomes mais consensuais.

Já ministros como Jean-Yves Le Drian, das Relações Exteriores, Bruno Le Maire, da Economia, Christophe Castaner, das Relações com o Parlamento, e Florence Parly, da Defesa, podem receber ainda mais espaço no novo governo.

Macron conta com uma ampla base de apoio no Parlamento, já que apenas seu partido, República em Movimento (REM), já conta com a maioria na Assembleia Nacional. Com isso, a barganha de postos com aliados de partidos como o Movimento Democrático (MoDem) deve ser pequena. "É preciso continuar fiel ao projeto inicial, mas buscar um novo fôlego", disse o presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand.

Recuperação

O anúncio formal do novo ministério deve ser feito a qualquer momento do dia pelo secretário-geral do Palácio do Eliseu, Alexis Kohler. Com a popularidade em baixa e prestes a iniciar uma segunda onda de reformas, Macron quer "sangue novo" nos ministérios.

Embora tenha recuperado 4% na última rodada de pesquisa do instituto Odoxa, publicada nesta segunda-feira, 8, o presidente ainda registra um nível de aprovação interna semelhante ao de seu antecessor, o socialista François Hollande, que acabou não se reelegendo.

Na sondagem, Macron tem 33% de opiniões favoráveis. O crescimento só não foi maior porque 69% dos eleitores consideram a demissão de Collomb um fracasso para o presidente.

Para Brice Teinturier, cientista político e diretor do Instituto Ipsos, o presidente tem uma oportunidade de mudar os rumos de seu governo sem mudar o programa de reformas. "A promessa central do governo era mudar a política por meio da sociedade civil", disse Brice. "Ele começou a fazê-lo, mas isso se perdeu. O que está em jogo agora é permitir ou não a Macron retomar sua promessa inicial." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os caçadores de nazistas mais famosos da França, Serge Klarsfeld e sua mulher, Beate, receberam nesta segunda-feira, em Paris, duas das condecorações de maior prestígio no país, em cerimônia liderada pelo presidente Emmanuel Macron.

O presidente concedeu a Serge Klarsfeld, 83 anos, a Grã-cruz da Legião de Honra, a máxima condecoração da França.

Beate, 79 anos, que já havia obtido a Legião de Honra em 2014, no grau de Grande Oficial, recebeu a Ordem Nacional do Mérito, outra condecoração.

Serge, nascido em 17 de setembro de 1935 em Bucareste, escapou por milagre da Gestapo em 1943 em Nice, no sul da França, onde seus pais estavam refugiados.

Após obter a nacionalidade francesa, em 1950, estudou história e ciências políticas em Paris e em 1963 se casou com Beate Kunzel, jovem alemã protestante que se negava a esquecer os responsáveis pelo Holocausto.

Durante mais de meio século, Serge Klarsfeld fez campanha com Beate para que o Holocausto fosse reconhecido e para levar os criminosos nazistas e seus cúmplices franceses à Justiça.

O casal localizou a maioria dos chefes da polícia nazista na França, como Kurt Lischka, ex-comandante da Gestapo em Paris, e Klaus Barbie, oficial da polícia secreta alemã conhecido como o "carniceiro de Lyon".

Alexandre Benalla, ex-assessor de segurança do presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quarta-feira que comparecerá diante de uma comissão de inquérito do Senado. Benalla deu início a um escândalo político depois de ter sido filmado espancando um manifestante contrário a políticas de Macron. A sabatina deve ocorrer em uma semana. De acordo com o ex-assessor do presidente francês, os membros da comissão que o interrogará são "pessoas pequenas por quem eu não tenho respeito".

A comissão, que retomou as audiências nesta quarta-feira depois de uma pausa durante o verão no Hemisfério Norte, quer entender a natureza do trabalho de Benalla no Palácio do Eliseu, que lhe deu vantagens e o deixou carregar uma arma. Além disso, o Senado francês deseja descobrir eventuais problemas no governo Macron com assessores e os detalhes da segurança presidencial.

##RECOMENDA##

Benalla, de 27 anos, foi colocado sob investigação logo após o jornal Le Monde tê-lo identificado em 18 de julho, quando foi publicado um vídeo onde o ex-assessor de Macron aparecia espancando um manifestante em um protesto que se tornou violento. Em meio à pressão pública, Benalla foi demitido. Fonte: Associated Press.

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (9) a criação do "Estado de bem-estar social do século 21", com a reforma do sistema de políticas sociais em vigor há 70 anos. Em queda nas pesquisas e pressionado por sua bancada no Parlamento pela falta de iniciativas populares, Macron tentou responder às críticas traçando o plano de reformas para os próximos 12 meses.

Embora ele tenha superado a onda de greves dos últimos meses, Macron vinha sendo pressionado por deputados de seu partido a incrementar as medidas de proteção social na França, em contraponto às reformas liberalizantes adotadas na economia - como a reforma trabalhista, aprovada em 2017.

##RECOMENDA##

A "virada social" foi prometida em discurso ao Congresso, no início de seu mandato, quando ele garantiu que continua comprometido com seu programa social-liberal. "Eu não esqueci, e vocês também não, da escolha que a França fez. Eu não esqueci dos medos, da raiva acumulada durante anos", disse.

Macron afirmou que pretende implantar na França o que chamou de "capitalismo popular", com um Estado comprometido com a luta contra a pobreza e a desigualdade. "Eu não gosto das castas, nem das rendas, nem dos privilégios", disse. "A prioridade do próximo ano é clara: devemos construir o Estado de bem-estar social do século 21."

Uma das primeiras iniciativas será reformar a previdência. Ao contrário de outras reformas já realizadas, a idade mínima de aposentadoria não será elevada. A economia será realizada com o fim dos 40 regimes especiais existentes. A ideia é adotar o modelo nórdico, com um sistema universal calculado "por pontos", no qual cada euro de contribuição resultará em um ponto a mais em uma escala até a aposentadoria.

Macron anunciou ainda a reforma do sistema de seguro-desemprego, que deve resultar na criação de um mecanismo de punição para empresas que abusarem dos contratos de trabalho temporários. A ideia é estimular "empregos de melhor qualidade, para combater a precariedade".

Para Macron, o Estado de bem-estar social "do século 21" será mais eficaz, romperá mecanismos que impedem a mobilidade social e favorecerá "o talento, o esforço e o mérito". O anúncio foi feito no momento em que Macron atingiu o mais baixo nível de popularidade de seu governo (32%) e quando 72% dos franceses acham que sua política beneficia mais os ricos que os pobres.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando