Tópicos | Marina

A condução da economia num eventual governo presidido pela ex-senadora Marina Silva seria muito próxima da adotada por um governo capitaneado pelo tucano Aécio Neves, avalia o mercado financeiro. É o que disse na tarde desta segunda-feira (18), ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara.

Essa, de acordo com ela, pode ser uma das explicações para o mercado estar reagindo com tranquilidade à pesquisa do Datafolha publicada nesta segunda mostrando Marina em segundo lugar nas intenções de votos e derrotando a presidente Dilma Rousseff no segundo turno das eleições.

##RECOMENDA##

O levantamento do Datafolha colocou para os eleitores um cenário que pressupõe o PSB já tendo confirmado o nome da ex-senadora como cabeça da chapa que disputará a Presidência da República em substituição ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na cidade de Santos, litoral paulista, na última quarta-feira, 13.

O PSB ficou de definir o nome que encabeçará a chapa no lugar de Campos na quarta-feira desta semana. O mais provável, segundo esperam os especialistas, é de que Marina seja a indicada - até pelo fato de ela ter sido a candidata a vice-presidente de Campos.

De acordo com Thaís, a situação com a qual a ex-senadora se deparou depois da tragédia que ceifou a vida de Campos deve requerer de Marina um comportamento diferente do protagonizado por ela na eleição presidencial de 2010. Naquela época, de acordo com a economista, a ex-senadora "ocupou o espaço de uma candidata de nicho: limpa, calcada na sustentabilidade, dispensando apoios corporativos, quase beata".

A mudança de comportamento de Marina, segundo Thaís, deverá ocorrer porque, em uma eventual confirmação no segundo turno das eleições, Marina terá que costurar alianças. Mas também, segundo a economista, contribui para a serenidade do mercado nesta segunda-feira as sinalizações do PSB e da própria Marina de que, caso seja ela a escolhida, os compromissos assumidos por Campos - seja nas coligações estaduais como no âmbito econômico - serão mantidos. Isso coloca Marina como uma eventual presidente que manterá o compromisso com o tripé macroeconômico, composto por metas de inflação, fiscais e câmbio flutuante.

"Não sei como ela (Marina) se portaria com relação às reformas estruturais e dos ajustes necessários na economia. Vai depender da habilidade dela em manejar os apoios políticos", disse a economista-chefe da Rosenberg.

Pesquisa Datafolha publicada nesta segunda-feira (18) mostra que a presidente Dilma Rousseff (PT) está tecnicamente empatada com Marina Silva (PSB) em um eventual segundo turno. Segundo o levantamento, Dilma tem 43% contra 47% de Marina. Em um cenário contra o candidato Aécio Neves (PSDB), a petista venceria com 47% das intenções ante 39% do tucano. Em julho, Dilma tinha 44% contra 40% de Aécio, diferença dentro da margem de erro da pesquisa.

O levantamento do Datafolha foi feito entre 14 e 15 de agosto, com 2.843 eleitores em 176 municípios do País. A pesquisa foi registrada no TSE sob o protocolo BR-00386/2014 e tem margem de erro máxima de 2 pontos porcentuais e nível de confiança de 95%.

##RECOMENDA##

Rejeição

O instituto também apurou a rejeição dos três principais candidatos na disputa presidencial. A presidente Dilma Rousseff tem a maior taxa de rejeição: 34% dos eleitores dizem que não votariam nela de jeito nenhum. A taxa de rejeição de Aécio Neves (PSDB) é de 18% e de Marina Silva (PSB), 11%.

Na pesquisa anterior, divulgada no início de julho, quando Eduardo Campos (PSB) figurava entre os candidatos, a taxa de rejeição de Dilma era de 35%. Aécio tinha 17% e Campos, 12%.

O levantamento do Datafolha foi feito entre 14 e 15 de julho, com 2.843 eleitores em 176 municípios do País. A pesquisa foi registrada no TSE sob o protocolo BR-00386/2014 e tem margem de erro máxima de 2 pontos porcentuais e nível de confiança de 95%.

Pesquisa Datafolha publicada nesta segunda-feira (18) mostra a presidente Dilma Rousseff com 36% das intenções de voto, contra 20% do candidato do PSDB, Aécio Neves, e 21% de Marina Silva, possível escolhida do PSB para ocupar a vaga deixada por Eduardo Campos. O levantamento é o primeiro depois da morte do ex-governador pernambucano em um acidente de avião na quarta-feira (13). Nessa simulação, Marina e Aécio aparecem em um empate técnico na segunda colocação e devem disputar uma das vagas para o segundo turno.

Entre os demais candidatos, o Pastor Everaldo (PSC) soma 3% das intenções de voto. Zé Maria (PSTU) e Eduardo Jorge (PV) aparecem com 1%. Luciana Genro (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e Mauro Iasi (PCB) não pontuaram.

##RECOMENDA##

Com a participação de Marina como candidata, os números de voto nulo ou em branco reduziram 5%. Na última pesquisa, ainda com Campos, esse grupo somava 13% e, agora, recuou para 8%. Indecisos eram 14%, caindo para 9% nesta pesquisa.

O Datafolha também testou um cenário em que o PSB não apresenta um substituto para Campos. Nessa simulação, Dilma tem 41%, Aécio aparece com 25%, Pastor Everaldo com 4%; Zé Maria, Eduardo Jorge, Luciana Genro e Rui Costa Pimenta somam 1% cada. Brancos e nulos registravam 13% e indecisos 12%.

Na resposta espontânea, que soma a intenção de voto sem apresentação dos nomes de candidatos, a presidente Dilma lidera com 24%, Aécio aparece com 11% e Marina com 5%. Na última pesquisa, a candidata do PT tinha 22%, contra 9% do tucano e 0% de Marina.

Na pesquisa anterior, divulgada pelo Datafolha em meados de julho, quando Campos era o candidato do PSB, Dilma tinha 36% das intenções de voto diante de 20% de Aécio e 8% de Campos. O Pastor Everaldo (PSC) aparecia com 3%. José Maria (PSTU), Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro, Rui Costa Pimenta (PCO) e Eymael (PSDC) tinham 1% cada. Levy Fidelix (PRTB) e Mauro Iasi (PCB) não pontuavam. Brancos e nulos somavam 13% e indecisos, 14%.

O levantamento do Datafolha foi feito entre 14 e 15 de agosto, com 2.843 eleitores em 176 municípios do País. A pesquisa foi registrada no TSE sob o protocolo BR-00386/2014 e tem margem de erro máxima de 2 pontos porcentuais e nível de confiança de 95%.

O deputado federal pelo PMDB e candidato à vice governador na chapa de Paulo Câmara, Raul Henry, também falou com a imprensa durante o velório que acontece em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no Centro do Recife. O político falou sobre o legado de Eduardo Campos.

“Fica o sentimento de muita e dor e tristeza. Uma perda enorme. Mas fica também o orgulho da trajetória dele, da vida e do legado. O que ele deixou será sempre importante para o filhos, amigos e companheiros de luta. A nossa obrigação aumenta muito, de honrar a memória como ele dizia ‘embalar para Pernambuco os sonhos que ele embalava’. Temos que tornar realidade esses sonhos e levar adiante o projeto. Eduardo é o maior líder da história de Pernambuco. É uma perda nacional pois ele representava a esperança que o povo tinha numa política nova”, afirmou Henry.

##RECOMENDA##

O deputado defendeu o nome de Marina para a vaga de candidata à presidente. “Eduardo Campos construiu com ela um programa de governo e esse programa será honrado por ela. Ele decidiu ser candidato no momento que essa aliança foi formada. Ele sabia que uma energia inovadora para o país estava reunida e que tinha obrigação de ser levada adiante”, finalizou.

Com informações de Elaine Ventura

A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), durante sua visita ao velório de Eduardo Campos, se colocou à disposição para exercer o papel de vice de Marina Silva, cujas especulações apontam como provável substituta do ex-governador pernambucano. “Eu conheço os projetos idealizados por Campos”, comentou Erundina, que ainda destacou sua experiência e trajetória política.

Outro nome cotado ao cargo de vice é o do ex-deputado e atual coordenador de campanha do PSB, Maurício Rands. Ele, ao contrário de Erundina, foi mais evasivo. “O momento de discussão não é agora. Não quero trabalhar em cima de especulações”, disse. Rands é primo de Renata Campos, viúva de Eduardo, e também comentou sobre a possibilidade dela atuar como vice de Marina. “Renata sempre foi uma militante ativa, não é uma pessoa inexperiente. Ela vai continuar prestando apoio de qualquer forma”, destacou.

##RECOMENDA##

O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, também evitou discutir o assunto. Ele destacou que não vai discutir política neste momento. Amaral esclareceu que estas questões serão discutidas na próxima quarta-feira (20), às 15h, na executiva nacional do PSB em Brasília. 

A candidata a vice-presidente na chapa do PSB, Marina Silva, passou o dia de ontem em casa, na Vila Nova Conceição, bairro da zona sul de São Paulo. Pela manhã, recebeu a visita de um grupo de aliados da Rede Sustentabilidade, partido que tentou criar no ano passado. Seu marido e uma de suas filhas também desembarcaram na capital paulista ontem para dar apoio à ex-ministra, que ficou muito abalada com a morte do seu companheiro de chapa, Eduardo Campos. Ela espera a confirmação do dia do velório para seguir para o Recife.

Apesar das especulações em torno do seu nome para ser a nova candidata à Presidência do PSB, Marina tem repetido a aliados que está de luto e que não falará sobre eleição nos próximos dias. "Ela está muito triste, consternada, profundamente recolhida", afirmou o deputado licenciado Walter Feldman, porta-voz nacional da Rede.

##RECOMENDA##

Segundo Feldman, haverá tempo "suficiente" para tratar do assunto depois do enterro de Campos. De acordo com a legislação eleitoral, a coligação tem dez dias após a morte do candidato para registrar um novo nome para disputar a eleição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O jornal britânico Financial Times publicou mais uma reportagem na edição desta sexta-feira (15) sobre os desdobramentos políticos da morte de Eduardo Campos. A publicação diz que cresce a expectativa por eventual candidatura da Marina Silva e que a ex-ministra do Meio Ambiente "tem maior chance de derrotar Dilma Rousseff em outubro". Apesar do tom elogioso ao perfil de Marina, o FT questiona a ex-ministra sobre o que pensa dos grandes temas, como a macroeconomia.

Na reportagem "Brasil abalado pela morte de uma estrela política em ascensão", o FT informa que cresce a chance de uma candidatura Marina Silva, mas destaca que a ex-ministra deu poucas pistas sobre os temas importantes. "A grande questão é que tipo de Brasil que ela iria querer. Com princípios ambientalistas e evangélica convicta, é provável que a senhora Silva lute para formar alianças e vencer o poderoso lobby agrícola", diz o jornal.

##RECOMENDA##

O FT reconhece que Marina "defende a estabilidade macroeconômica". Apesar disso, o jornal diz que a ex-ministra detalhou pouco o que pensa sobre a economia. Diante dessa falta de detalhamento, o jornal diz que eventual candidatura Marina Silva "é um enigma para os investidores de todo o mundo". Um dos ouvidos pela reportagem diz que a candidata poderia ser mais amigável ao mercado quando comparada à reeleição de Dilma Rousseff, mas não seria tão positiva aos negócios como eventual vitória de Aécio Neves.

A reportagem tenta, ainda, traçar um breve perfil de Marina Silva. "Ela é de confiança por parte da comunidade evangélica, respeitada por grande parte da elite intelectual do Sudeste pelo trabalho para proteção da floresta amazônica. A luta para superar a pobreza, a doença e o analfabetismo dão um apelo mais amplo", diz o FT, que lembra que a ex-ministra foi um dos nomes que ganhou popularidade durante os protestos populares do ano passado. "Muitos a identificam como um político menos político - um outsider capaz de superar problemas endêmicos como a corrupção", diz o texto.

O grupo majoritário do PSB defende a confirmação de Marina Silva como nome do partido ao Palácio do Planalto após a trágica morte de Eduardo Campos em um desastre aéreo ocorrido anteontem (13) em Santos, no litoral paulista. Os dirigentes e líderes da legenda, no entanto, querem em troca garantias da candidata a vice. Pedem, por exemplo, que ela não ataque as alianças políticas estaduais costuradas pela cúpula.

Marina é contra acertos do PSB com os tucanos, por exemplo, em São Paulo e no Paraná, por considerá-los um obstáculo ao discurso da "nova política", usado por ela e adotado por Campos. A pedido do companheiro de chapa, ela havia parado de fazer críticas públicas às alianças. Mas não vinha participando de eventos ao lado de Campos nesses Estados-problema.

##RECOMENDA##

O temor dos líderes é de que, com a morte do ex-governador, a ex-ministra do Meio Ambiente volte à carga contra os acordos. Só após obter as garantias da aliada - que se filiou ao PSB em outubro do ano passado após não conseguir registro da Rede Sustentabilidade na Justiça Eleitoral -, é que ela deverá ser confirmada candidata.

Na Rede, que, apesar de não ter sido registrada oficialmente, tenta se organizar como uma estrutura autônoma dentro do PSB, a promessa é de que tudo o que foi acordado antes será respeitado. "Houve muita colaboração e harmonia entre o PSB e a Rede desde outubro do ano passado. Aprovamos o que foi feito pelo PSB. Vamos manter o programa e tudo o que já foi decidido", afirmou ontem Pedro Ivo, um dos coordenadores da campanha de Marina e o responsável pelos acordos nos Estados.

O tempo é outra preocupação dos líderes do PSB. Para que qualquer acordo seja fechado, Marina tem de mostrar, antes, que está disposta a levar adiante o projeto. A ex-ministra está reclusa em seu apartamento em São Paulo. Não quer falar de política num momento trágico como esse. Pela lei eleitoral, o partido tem dez dias para definir o substituto de Campos. Os programas de TV dos candidatos, porém, começam na terça que vem. "O (prazo) legal são dez dias, e o (prazo) político nós temos que ter a consciência que o guia eleitoral (propaganda) começa no dia 19", disse ontem o governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB).

Nota

Oficialmente, o PSB afirma que somente discutirá a escolha do substituto de Campos após o sepultamento do ex-governador - há previsão de que isso ocorra até o fim de semana, mas tudo depende dos trabalhos de identificação dos restos mortais das sete pessoas que estavam no jatinho que caiu em Santos. Em nota assinada por Roberto Amaral, que assumiu a presidência do PSB com a morte de Campos, o partido disse que "tomará, quando julgar oportuno e ao seu exclusivo critério, as decisões pertinentes à condução do processo político-eleitoral". Ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Amaral é o principal foco de resistência ao apoio a Marina.

A ala majoritária da legenda, porém, vê na ex-ministra uma maneira de não "sumir" na campanha presidencial, o que poderia prejudicar, por exemplo, a eleição de parlamentares. "Tenho certeza de que pela relação que Eduardo e Marina construíram nos últimos meses ele quer que ela seja candidata", disse Júlio Delgado, do grupo majoritário. Em 2010, quando disputou o Planalto pelo PV, ela obteve 19,33% dos votos e acabou na terceira colocação. Nas mais recentes pesquisas de intenção de voto, Campos variava de 8% a 9%.

Aliados

Os outros quatro partidos que integram a coalizão formada em torno do ex-governador de Pernambuco (PHS, PRP, PPL e PSL) também defendem seu nome. O presidente do aliado PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse considerar natural que Marina assuma o lugar de Campos. Mas, para ele, fundamental é a manutenção do projeto lançado pelo ex-governador. "Quero frisar que o mais importante não são os candidatos, mas a continuidade do projeto de Eduardo Campos para o País", disse Freire, para quem o PSB precisa ter candidato sob o risco de a eleição ser decidida no 1.º turno a favor da presidente Dilma Rousseff. (Colaboraram Erich Decat, Isadora Peron, Pedro Venceslau, Valmar Hupsel Filho e Mateus Coutinho). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), ex-prefeito de Recife e ex-governador de Pernambuco, reconciliou-se com o líder do PSB Eduardo Campos em 2012, depois de vinte anos de afastamento, e tornou-se um interlocutor frequente do antigo desafeto. Os dois almoçaram juntos, sozinhos, na quarta-feira anterior ao acidente que matou Campos. "Ele disse que estava contando nos dedos as horas e os minutos para começar o programa eleitoral na TV. Estava entusiasmado, botou na cabeça que podia fazer algo novo", lembra o senador.

Ainda com a lembrança deste último encontro, Jarbas defende que a coligação de Campos lance a candidatura de Marina Silva à Presidência. "A hora é de chorar e trabalhar. A coligação deve anunciar Marina e tem que fazer de imediato", defende o senador, integrante da ala do PMDB independente.

##RECOMENDA##

Na tarde de quarta-feira, Jarbas divulgou uma nota em que lamentava a morte do aliado. "Estava muito machucado", diz. Nesta quinta-feira, lembrou a retomada da amizade com Campos, que trabalhou na Prefeitura de Recife durante a primeira gestão de Jarbas (1986 a 1988), com quem rompeu em 1992. Naquele ano, Eduardo Campos, neto do líder socialista e ex-governador Miguel Arraes, disputou a prefeitura da capital, mas perdeu para Jarbas. Em 1998, o peemedebista venceu Arraes, que tentava a reeleição de governador. As desavenças continuaram até dezembro de 2011, quando amigos em comum promoveram a reaproximação de Jarbas e Campos. Nas eleições municipais de 2012, a aliança estava firmada.

"Tivemos uma primeira conversa no fim de 2011, eu disse que não tinha conversa com o PT e abrimos um diálogo sobre 2014. No começo de 2012, eu disse que Eduardo era um quadro novo, mas precisava se desgarrar do PT. Em junho de 2012, fiz uma cirurgia no coração. Estava no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, quando nosso candidato a prefeito, Raul Henry, foi me visitar e disse que Eduardo Campos tinha cogitado uma aliança conosco para enfrentar o PT. Respondi que já estava conversando com Eduardo sobre 2014, mas que a aliança podia começar em 2012. Vencemos as eleições. No fim de 2012 e em 2013 passei a trabalhar para trazer o PMDB para Eduardo", lembrou Jarbas.

A entrada de Marina Silva no PSB, em outubro do ano passado, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vetou a fundação de um novo partido, a Rede Sustentabilidade, liderado pela ex-senadora, foi outro episódio que Jarbas acompanhou de perto, embora não fosse do partido. O peemedebista estava na Suíça quando recebeu um telefonema do senador Pedro Simon (PMDB-RS), outro aliado de Campos. Simon disse que Marina tinha interesse em conversar com o então governador de Pernambuco. "Liguei para Eduardo, disse que achava que ele devia ouvir Marina. Pedro levou Eduardo à casa de Marina, foi tudo muito rápido", contou Jarbas.

Com bom trânsito entre representantes do agronegócio, Jarbas teve dificuldades em convencer os empresários de se aliarem a Eduardo Campos depois do lançamento da candidatura da ambientalista Marina a vice na chapa socialista. Mesmo assim, acreditava que a ex-senadora poderia levar o voto da juventude e das grandes cidades. Agora, defende que Marina assuma o lugar de Campos. "Temos a obrigação de levar esse projeto adiante", diz.

Cientistas políticos ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apostam que, com a morte nesta quarta-feira do candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, o partido deve lançar a candidatura da vice na chapa, Marina Silva, na corrida ao Palácio do Planalto. A avaliação inicial é a de que o "fator simpatia" com a consternação pela tragédia pode impulsionar uma eventual chapa encabeçada por Marina com resultados até melhores do que obtidos por Campos até o momento. Mas ressalvam que a estratégia só dará certo se ela mantiver os acordos eleitorais costurados por Campos, agindo de forma pragmática.

"O PSB não tem outra alternativa a não ser confirmar ela. O partido não tem outro candidato e precisa lançar uma chapa bem forte para puxar as alianças nos Estados", afirmou o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB). Ele aposta que no início da próxima semana, passado o período de luto, o partido vai se reunir para lançar Marina e escolher o vice dela. Pela legislação eleitoral, o PSB tem preferência na indicação do cabeça de chapa, mas pode abrir mão para os outros cinco partidos que compõem a coligação assumir a candidatura. O nome, entretanto, deverá ter o apoio da maioria da aliança. Em 2010, Marina obteve no primeiro turno 19,6 milhões de votos (19,33%).

##RECOMENDA##

Se antes tinha dúvidas, David Fleischer considera que, com Marina no páreo, a possibilidade de se ter um segundo turno é 100% fechado. O também cientista político da UnB Paulo César Nascimento tem opinião distinta de Fleischer. Para ele, a entrada de Marina pode contribuir para uma reeleição em primeiro turno da presidente Dilma Rousseff.

Paulo César Nascimento avalia que um dos prejudicados com a saída de Campos da corrida eleitoral é o candidato do PSDB, Aécio Neves. Segundo ele, o presidenciável do PSB retirava votos de Dilma no Nordeste, o que favoreceria o tucano. "O Aécio certamente é a primeira vítima, independentemente de Marina se lançar como candidata", ponderou. Nascimento lembrou que o PSB vai ter problemas se apoiar a candidatura de Marina, uma vez que o "casamento" entre o partido e a Rede Sustentabilidade, legenda cujo registro de criação foi negado e acabou sendo abrigada pelos socialistas, sempre foi "bastante tumultuado". "O Campos teceu alianças regionais e ela fez de tudo para bloquear os acordos", destacou.

O cientista político Murilo Aragão, da consultoria Arko Advice, afirmou que a tragédia pode ressaltar o potencial eleitoral de Marina, que, frisou, sempre quis ser candidata a presidente. "Na substituição, ela pode ficar acima dos pontos que o Campos", disse, que também aposta num segundo turno com esse cenário. Murilo Aragão considerou ainda que, além de facilitar a vida de Dilma no Nordeste, a eventual entrada de Marina "encurta" os espaços da petista e de Aécio no Sudeste. Ele ainda considera que a tragédia trará uma maior atenção do eleitorado para as eleições, reduzindo o número de indecisos - na última pesquisa Ibope, divulgada na semana passada, 24% dos entrevistados anunciaram votar em branco, nulo ou estavam indecisos. Para ele, paradoxalmente, a morte de Campos vira um "eleitor importante". "Seu falecimento vira um catalisador de indecisos", destacou.

A institucionalização da autonomia do Banco Central não é um problema na chapa do PSB à sucessão presidencial, segundo a candidata a vice-presidente Marina Silva. Há um consenso, segundo ela, em torno da questão, mas a criação de garantias para assegurar a autonomia do órgão regulador, como um projeto de lei, por exemplo, ainda está em discussão.

"Nossa posição unânime é de que o BC tem de ter autonomia porque sem ela não há como dar conta daquilo que queremos recuperar que são os instrumentos da política econômica. O Eduardo (Campos) sempre tem defendido a autonomia na prática e o sinal do ponto de vista político que viria com a institucionalização", afirmou Marina, ao Broadcast Político.

##RECOMENDA##

Segundo ela, assegurar a autonomia do BC via um projeto de lei é um tema que divide especialistas, com alguns indicando que a medida seria um sinal forte enquanto que outros acreditam que não é o caso de efetivá-la. Marina afirmou que é preciso verificar a oportunidade e a conveniência de tal passo.

Sobre a política de crédito a ser proposta pelo programa de governo de Eduardo Campos, do qual é vice, a candidata afirmou que a chapa é bastante criteriosa quanto à transparência e debate da participação dos bancos públicos no estímulo ao crescimento da economia brasileira. Para ela, não é possível escolher "quem são os ganhadores" no setor bancário.

"A sociedade precisa de critérios transparentes para que se possa disponibilizar meios, recursos e financiamentos. Até porque isso sai do orçamento público e não é discutido no Congresso, não tem transparência. É nesse sentido que estamos sendo bastante criteriosos", explicou ela.

De acordo com Marina, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não poderia ter sido usado em um momento que não era mais oportuno, diferentemente do que aconteceu em 2008, quanto era necessário fazer uma alavancagem em função da crise econômica europeia. Passada a crise, o estímulo ao crescimento econômico via oferta de crédito por parte dos bancos públicos, segundo ela, não poderia ter sido continuado.

Marina afirmou ainda que a chapa do PSB à sucessão presidencial está fechando informações para lançar o programa de governo, cuja previsão é 13 de agosto. Segundo ela, as equipes estão dando suporte no levantamento de dados, números, recursos e uma base mínima de como será a implementação de determinadas propostas. Essa etapa, conforme Marina, dá um "trabalho relativo".

"Eu e o Eduardo não queremos fazer alguma coisa que depois a gente diga que está insuficiente. Claro que nunca vai estar totalmente suficiente porque é um processo aberto. Quando chegar o momento da transição, se Deus quiser, muitas coisas terão de ser revisitadas, mas estamos fazendo de forma criteriosa", disse Marina.

A candidata participou na manhã de hoje de caminhada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ao lado da ex-prefeita de São Paulo e deputada federal Luiza Erundina (PSB). Durante o percurso, a candidata parou para fotos com eleitores. Enquanto esperava na fila para conferir a exposição dos Mayas na Oca, Marina foi chamada de "homofóbica" por duas pessoas presentes e rebateu: "Isso não é verdade".

A Comunidade do Sol Nascente, em Ceilândia, cidade-satélite no entorno de Brasília, foi escolhida pelo candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e sua vice, Marina Silva (PSB), para dar início à campanha presidencial na manhã deste domingo (6). No local, sob a gestão do petista Agnelo Queiroz, o presidenciável fez críticas às gestões federal e local do Partido dos Trabalhadores.

"Não se pode admitir que a 35 quilômetros do Palácio do Planalto, num Estado governado pelo mesmo partido (da presidente Dilma), você ande nas ruas de uma comunidade e sequer o lixo é retirado das ruas" afirmou.

##RECOMENDA##

A Sol Nascente é considerada a maior comunidade carente do Distrito Federal, com população estimada em 100 mil pessoas. Nas ruas onde passou o grupo com militantes e assessores, montes de lixo se acumulam e o esgoto escorre pela via. De acordo com Marina Silva, a escolha do local considerou o conjunto de problemas presentes na área, que estão entre as temáticas do programa de governo do partido. "A escolha não foi em relação a reduto eleitoral de ninguém porque as pessoas são livres. A escolha foi exatamente em função dos temas que nós estamos priorizando", disse.

Em 2010, a então candidata Marina Silva ficou em primeiro lugar no Distrito Federal, com 42% dos votos válidos. No região, entretanto, muitos moradores não os conheciam. O atendente de farmácia Joelson de Oliveira nunca ouviu falar em Eduardo Campos ou Marina Silva e se diz incomodado com a presença de políticos na região em período eleitoral. "Agora vai vir muita gente aqui. Depois da eleição, eles somem", disse.

A opinião é compartilhada por Ana Maria Reis, que vende verduras em uma barraca. "Nesta época, eles aparecem. Fazem promessas e promessas", afirmou. Na rua, um senhor que passou ao lado dos candidatos reclamava: "Agora, todo mundo vem apertar a nossa mão."

Em discurso para os moradores, Marina Silva disse que, se Eduardo for eleito, eles voltarão ao local para fazer um plano de trabalho. "Não estamos fazendo promessa, estamos aqui para assumir um compromisso", disse.

Em pouco mais de uma hora de caminhada pela região, Campos e Marina cumprimentaram alguns moradores que observavam a movimentação nas portas de suas casas e ouviram reclamações sobre as condições do local. "Eu fui andando, perguntando a cada um qual era o principal problema e todas as vezes as respostas vinham ao encontro do nosso programa", disse Campos.

O ex-governador de Pernambuco, que fez todo o percurso com um microfone de lapela preso à camisa, sempre acompanhado por uma equipe de vídeo, falou dos problemas de educação, saúde e segurança pública na área. "Essa comunidade do Sol Nascente representa todas as prioridades a que nós chamamos atenção nas nossas diretrizes. (...) O que foi feito aqui foi feito pela força do povo. O que não foi feito aqui era exatamente a parte que caberia aos governos fazer", afirmou. Na caminhada, a dupla estava acompanhada do senador Rodrigo Rollemberg, candidato do PSB ao governo do Distrito Federal, e do deputado federal Reguffe (PDT), candidato da coligação ao Senado.

[@#galeria#@]

Marina (Tainá Müller) e Clara (Giovanna Antonelli) protagonizaram nesta segunda (30) o beijo gay entre duas mulheres no horário nobre da Globo. O casal apaixonado se beijou na novela Em família. A fotógrafa pediu a assistente em casamento e as duas selaram o amor. Marina comprou uma aliança e deu de presente para a namorada, que ficou feliz com a surpresa. Pediu ainda para que ela usasse o anel na mão direita, mostrando um igual em seu dedo. 

##RECOMENDA##

E deve vir mais por aí, já que Manoel Carlos prometeu dois beijos, um mais tímido e outro pra valer. Talvez os últimos capítulos da trama reservem cenas mais ousadas. O beijo, que era pra acontecer na semana final da novela, foi antecipado, o que alterou o ritmo da trama. 

A novela que vem recebendo críticas começou a tirar cartas da manga, como a loucura de Laerte (Gabriel Braga Nunes) e a revelação de que Nando (Leonardo Medeiros) é o pai da pequena Bia. 

Essa não é a primeira vez que duas mulheres se beijam na TV. Em 2011, Luciana Vendramini e Gisele Tigre, em Amor e Revolução, do SBT, protagonizaram um beijo caloroso e entraram para a história como as primeiras atrizes a fazerem isso numa novela. Depois de tanto tempo, foi a vez de Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) se beijarem em Amor à Vida. A novela vai ao ar às 21h15.

O secretário nacional do segmento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis) do PSB, Luciano Freitas, admitiu a dificuldade de convencer esse eleitorado a votar numa chapa composta pela vice Marina Silva, que é evangélica. Freitas afirmou que o grupo tem "receio" de alguns posicionamentos da vice de Eduardo Campos. "Por mais que tenhamos receio em relação a algumas falas dela que venham causar constrangimentos, dentro da composição do partido ela não tem voz majoritária", disse o dirigente.

Freitas informou que o programa de governo do candidato à Presidência da República trará propostas contemplando o setor. O programa deve ser lançado em meados de julho e as propostas para o segmento LGBT devem integrar o capítulo "Cidadania e Identidade" - que abrange sugestões para juventude, mulheres, negros, movimentos populares, comunidades indígenas e setor sindical. O grupo pediu que a campanha faça uma defesa aberta do projeto de lei que criminaliza a homofobia.

##RECOMENDA##

O dirigente lembrou que Marina é contrária à união religiosa de casais homoafetivos, mas que reconhece o direito à união civil. Ele negou que o fato de Marina ser adepta da Assembleia de Deus cause constrangimentos e ressaltou que a Rede Sustentabilidade, sigla em formação liderada por Marina, não é em sua maioria evangélica. "Mesmo que ela possa tensionar no sentido de ser contrária a algumas políticas feministas e LGBT, ela está dentro de uma composição que ela terá de respeitar", enfatizou.

Para Freitas, a liderança de Campos prevalecerá sobre opiniões conservadoras relacionadas às bandeiras feministas e de militantes da causa LGBT. "Nós temos um certo receio em relação aos posicionamentos dela (Marina), mas a gente tem confiança em duas coisas: que o partido dela é formado por intelectuais e militantes da área de Direitos Humanos e ela está dentro de uma chapa que tem proposta clara em relação aos homossexuais", disse.

O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e sua vice, Marina Silva, tiveram um encontro anteontem, em Brasília, para tentar encerrar a crise causada pelas divergências entre os dois grupos na formação de palanques estaduais.

Segundo aliados, os dois tiveram uma conversa "muito boa", na qual reafirmaram o compromisso de seguir juntos no plano nacional. A três dias da convenção nacional do PSB - marcada para amanhã, em Brasília -, o encontro serviu para superar as diferenças surgidas com a formação de alianças estaduais que desagradaram ao grupo de Marina. "Acho que superamos (os desentendimentos) e agora é bola para frente", resume Neca Setubal, próxima à ex-ministra.

##RECOMENDA##

Marina disse a Campos que está disposta a relevar as diferenças regionais para poderem começar a campanha nacional em sintonia. Em nota divulgada ontem, a Rede negou "dificuldades no relacionamento" com o PSB. O grupo reafirmou que não vai fazer campanha para aliados do PSB dos quais discorde, como vinha sendo dito por seus integrantes.

Dois a um. É o caso, por exemplo, de São Paulo - o eixo Rio-São Paulo foi o epicentro da crise entre PSB e Rede, que insistia em candidaturas próprias. O diretório paulista decidiu apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) e terá a vaga de vice na chapa tucana. No Rio, o PSB vai apoiar o petista Lindberg Farias - a sigla vai ocupar a vaga para o Senado. As alianças confrontam o discurso de Campos e Marina, em que tentam ser uma opção à polarização PT-PSDB na disputa nacional.

Em compensação, no segundo maior colégio eleitoral do País prevaleceu a tese de candidatura própria. A Executiva mineira do PSB decidiu ontem lançar o ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado, de 77 anos, pai do deputado Júlio Delgado, presidente do diretório local. Colaboraram Marcelo Portela e Suzana Inhesta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o PSB anunciar as alianças com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo e com o senador Lindberg Farias (PT) no Rio, a ex-ministra Marina Silva afirmou nesta sexta-feira, 20, que "não há problemas" nas escolhas feitas pelo pré-candidato da legenda à Presidência, Eduardo Campos.

Em São Paulo, o PSB terá a prerrogativa de indicar um nome para a vice na chapa de Alckmin em sua campanha à reeleição. No caso do Rio, o partido indicou o nome do deputado Romário para a vaga no Senado na chapa do PT na disputa pelo governo. Marina afirmou que a indicação desses nomes ficará a critério do pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos (PSB).

##RECOMENDA##

"Será uma decisão de Eduardo. Ele ficará o responsável pela escolha, já tínhamos acertado estes pontos", afirmou a ex-ministra em Manaus, onde participou da convenção do PSB no Estado. "Não há problemas quanto as escolhas do Eduardo Campos, reforçou".

As declarações da ex-senadora Marina Silva (PSB) em relação à aliança do PSDB com o PSB em São Paulo foram avaliadas pelo candidato a presidente da República, Aécio Neves (PSDB), nesta quarta-feira (18), no Recife. Alegando encarar às críticas como algo “natural”, o parlamentar também analisou a aliança da organizadora do Rede Sustentabilidade com o ex-governador Eduardo Campos (PSB).

“Eu sempre acreditei nas coisas naturais na política. O PSB de São Paulo já caminha com o PSDB há muito tempo. Você criar uma ruptura numa eleição não é natural, acho que não tem efeito eleitoral”, opinou. 

##RECOMENDA##

Por não acreditar que a ruptura da parceria com o PSB seja o melhor caminho, Neves defendeu o apoio firmado a nível local. “Por isso, que aqui nós vamos continuar com o entendimento que houve porque é o entendimento natural do partido e eu jamais submeteria meus companheiros a um sacrifício, em razão da minha candidatura nacional”, contextualizou o senador. 

O tucano também encarou com naturalidade as discordâncias entre Marina e Campos, e inclusive, disse sempre torcer pela candidatura de ambos. “É natural que Eduardo e Marina tenham divergências em determinados sistemas, mas eu acho que a aliança deles é sólida e faz bem para o Brasil. Eu sempre estimulei tanto a candidatura de Eduardo quanto a de Marina, exatamente porque trazem oxigênio novo ao debate político”, frisou.

Apesar de concordar com os nomes de Eduardo Campos e Marina Silva na disputa eleitoral, Aécio Neves mandou um recado para os concorrentes nas urnas e garantiu não temer. “Eu não temo. Quem quer disputar a presidência da República não pode temer adversário, tem que respeitar os adversários e de forma muito clara, mostrar o que nós queremos”, disparou. 

 

Em visita ao Centro Cultural Cartola, na favela da Mangueira, na manhã desta quarta-feira, 18, o pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, reiterou apoio à candidatura do deputado Miro Teixeira, do PROS, ao governo do Rio. O deputado e ex-jogador de futebol Romário (PSB-RJ) será candidato ao Senado, confirmou Campos, presidente nacional do partido.

O ex-governador de Pernambuco procurou pôr fim a especulações de que Miro desistiria de concorrer, por causa de desavenças entre o PSB e o PROS sobre a coligação proporcional (para eleição de deputados). "Estamos confirmando o que a gente vem dizendo há mais de 120 dias: que vamos apoiar a candidatura do Miro e do Romário para o Senado", afirmou Campos, que foi à comunidade ao lado da pré-candidata a vice, Marina Silva, e de Miro.

##RECOMENDA##

Romário passou rapidamente pela comunidade e foi embora depois de poucos minutos, alegando ter outro compromisso.

Chamados por moradores, os pré-candidatos viram de perto as péssimas condições em que vivem cerca de 300 pessoas que ocuparam em um prédio federal abandonado, ao lado do centro cultural. O edifício onde funcionou a sede do IBGE está vazio há mais de 15 anos. As famílias, com muitas crianças, vivem em meio ao lixo, sem água e esgoto.

Uma moradora abordou Marina, a quem chamou de "nossa presidente", disse que tinha contraído tuberculose e pediu ajuda dos políticos. "Queremos moradia", gritaram algumas pessoas quando viram a movimentação no prédio.

Em discurso, Campos se disse impressionado com as condições precárias de vida no edifício e prometeu "limpar a política no Brasil". "É impossível não se chocar com um prédio público em que as crianças moram no lixo, com esgoto a céu aberto. É a presença da exclusão absoluta. O País ainda tem muito disso e, para mudar, é preciso limpar a política no Brasil. Existe descaso com o Brasil real, precisamos promover o encontro do Brasil oficial com o Brasil real. Não queremos corrupção, patrimonialismo, nem divisão dos brasileiros", discursou, no centro cultural.

Campos e Marina pregaram união da população para enfrentar o momento de "desilusão" do País.

A decisão do PSB paulista de aprovar um indicativo de apoio à candidatura de Geraldo Alckmin em São Paulo provocou a primeira crise na aliança entre o partido e a Rede Sustentabilidade de Marina Silva. No momento em que a candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República cai nas pesquisas de intenção de voto, a Rede espera que a Executiva Estadual do PSB volte atrás da decisão da última sexta-feira (6), sob a ameaça de apoiar outro candidato no Estado. A cúpula do PSB acha difícil mudar sua posição.

"Passamos os últimos seis meses discutindo (o palanque estadual) e nenhuma proposta conseguiu conciliar (os interesses). Se a Rede tivesse aprovado meu nome, talvez não tivéssemos chegado a esse impasse", criticou deputado Márcio França, presidente do diretório estadual do PSB de São Paulo.

##RECOMENDA##

A 20 dias da convenção que vai chancelar a candidatura de Campos, o ex-governador de Pernambuco ligou para Marina para dizer que havia se esforçado para vencer a resistência do diretório paulista e emplacar uma candidatura própria (como quer a Rede). Ele lamentou não ter conseguido convencer a militância de São Paulo.

Marina não cogita a hipótese de deixar a chapa de Campos, mas deixou claro sua insatisfação ao publicar nas redes sociais uma nota chamando a aliança em São Paulo de "equívoco". O diretório paulista da Rede se reunirá na próxima quarta-feira (11) para discutir quem poderia ganhar o apoio dos "marineiros" na sucessão estadual. "Acreditamos que até a convenção (do PSB) essa posição pode ser revertida", afirmou o porta-voz nacional da Rede, o deputado Walter Feldman (SP).

Embora dirigentes da Rede sejam oficialmente filiados ao PSB, França ressalta que a Rede Sustentabilidade é um outro partido, que assumiu o compromisso de não interferir em questões internas do PSB. Uma eventual mudança de posição só seria possível na convenção estadual, marcada para o dia 20 deste mês. A convenção nacional será no dia 28 em Brasília.

Logo que Marina divulgou a nota rechaçando a aliança com os tucanos em São Paulo, França também usou as redes sociais para dizer que respeitava a ex-senadora, mas que a decisão era fruto de uma votação no diretório. Desta forma, o dirigente considera remota a possibilidade de qualquer intervenção no diretório. "Só admito veto se a pessoa for ligada à desonestidade. E o Alckmin é um símbolo de retidão", defendeu França. Na terça-feira (10), a direção do PSB também deve se reunir em São Paulo para discutir os rumos da campanha e o palanque paulista.

Os aliados de Marina pregam uma candidatura própria nos Estados, principalmente em São Paulo, como forma de desconstruir a polarização entre PSDB e PT. "Ali (em São Paulo) é uma coligação eleitoral e a nossa aliança com o Eduardo é programática. Queremos uma expressão da nova política em São Paulo e não há a possibilidade de apoio a uma chapa sob o comando do PSDB", resumiu Feldman. "Se tivesse uma solução melhor (que o apoio a Alckmin), já teríamos chegado a ele", afirmou França.

As divergências entre a ex-senadora e pré-candidata a vice-presidente na chapa do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e o PSB, desta vez não são especulações ou boatos. Neste sábado (7), a organizadora do partido Rede Sustentabilidade criticou a decisão dos socialistas em apoiar o PSDB em São Paulo e viu a decisão como um “equívoco”.

Na página de seu Facebook, Marina divulgou uma nota se posicionando sobre a aliança. Segundo ela, a não aceitação da parceria não é uma atitude única, mas de todos os integrantes da Rede. Sem medido das consequências, ela deixou claro que não seguirá esta indicação e não ficará ao lado do PSB de São Paulo, exceto, se mudarem de ideia até a data da convenção.

##RECOMENDA##

Confira abaixo a nota na íntegra:

Nota sobre a decisão do diretório do PSB de SP de apoiar o projeto político do PSDB no estado

Juntamente com todos os integrantes da Rede Sustentabilidade, discordo da indicação aprovada ontem na reunião do diretório estadual do PSB de São Paulo de apoiar o projeto político do PSDB. Para nós, isso é um equívoco. Consideramos necessário manter independência e lançar uma candidatura própria, que dê suporte ao projeto de mudança para o Brasil liderado por Eduardo Campos, e que dê ao povo de São Paulo a chance de fazer essa mudança também no âmbito estadual.

A Rede Sustentabilidade não seguirá essa indicação. Em todo o país, estamos debatendo o assunto e apoiando nossos companheiros de São Paulo na busca de uma alternativa que supere a velha polarização PT-PSDB, e que proporcione apoio efetivo à candidatura de Eduardo Campos, que demonstre uma nova forma de fazer política e, principalmente, que represente os ideais de democracia e sustentabilidade expressos no programa de nossa Aliança.

Esperamos que os companheiros do PSB, em sua convenção estadual, não levem adiante essa proposta. Nesse sentido, manteremos o diálogo aberto e respeitoso. Mas, desde já, deixamos clara nossa posição de que, caso essa indicação não seja revertida, seguiremos caminho próprio e independente em São Paulo. 

A nova força política que emerge no Brasil, interpretando o desejo de mudança tantas vezes manifestado por milhões de pessoas, encontrará também em São Paulo sua legítima expressão.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando