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Em visita ao Rio Grande do Sul, a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, está reunida na tarde desta quinta-feira (4) com 15 membros da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). O encontro, fechado, foi organizado pelo candidato a vice, o gaúcho Beto Albuquerque, que acompanha a ex-senadora.

Marina tenta, com a realização da Expointer, feira internacional do agronegócio em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, se aproximar de lideranças do setor. Depois de almoçar com aliados do PSB em um hotel de Porto Alegre, ela se dirigiu à Expointer. Este é o primeiro contato de Marina com o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, após a confirmação de sua candidatura ao Palácio do Planalto.

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A entidade, uma das mais conservadoras do agronegócio gaúcho, deve apresentar reivindicações do setor à Marina, que nas últimas semanas vem mantendo uma série de reuniões e conversas com representantes do setor agrícola para quebrar a resistência de alguns nomes à sua candidatura.

A expectativa é de que após o encontro ela faça uma caminhada pela feira. Nesta sexta (5), a presidente Dilma Rousseff (PT), que disputa a reeleição, e o candidato Aécio Neves (PSDB) também estarão na Expointer.

Na sessão final de perguntas curtas da entrevista ao G1, chamada de "pinga fogo", a presidenciável Marina Silva (PSB) não respondeu diretamente ser favorável ou contra a adoção de crianças por casais homossexuais. "O olhar é para a criança, a criança deve ser acolhida, respeitando-se critérios da Justiça aplicados para todos", afirmou.

A candidata se disse contra a redução da maioridade penal em caso de crimes hediondos, contra a eutanásia, contra a revisão da lei de Anistia e favorável ao voto obrigatório. Sobre aborto em caso de estupros, respondeu ser a favor de se manter o que hoje já é mantido em lei. Sobre a taxação de grandes fortunas e fim do serviço militar obrigatório, disse que são temas a serem discutidos. E quanto ao ensino religioso nas escolas públicas, disse que o tema já foi resolvido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

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Petrobras

A presidenciável do PSB, Marina Silva, voltou a dizer que pretende acabar com a distribuição de cargos em empresas estatais se for eleita. Questionada especificamente sobre a Petrobras, Marina criticou a gestão feita pelo governo de Dilma Rousseff (PT) na estatal. "A Petrobras é uma empresa respeitada no mundo e no Brasil e, infelizmente, sofreu neste governo o que há de pior", disse, citando a desvalorização da empresa em valor de mercado e o crescimento de seu endividamento.

A candidata reforçou que, como já estabelecido antes da morte de Eduardo Campos, está mantido o compromisso de fazer nomeações para estatais e agências reguladoras com base em critérios de competência.

Marina disse que os ataques de adversários que assumem que ela tirará recursos do pré-sal são falsos. A candidata afirma que o pré-sal é estratégico justamente para gerar recursos a serem investidos em educação e tecnologia e consequente desenvolvimento de uma matriz energética mais diversificada e mais limpa. "Não há necessidade de tirar recursos do pré-sal para o setor do etanol. Os recursos para o pré-sal serão mantidos."

Mandela

Marina disse ter como grande fonte de inspiração Nelson Mandela, que presidiu a África do Sul e terminou com o regime de apartheid sem precisar concorrer a um segundo mandato. "Ele não buscou um segundo mandato e continuou como figura política", disse a candidata em entrevista ao G1.

Marina criticou posturas adotadas pelo PSDB e pelo PT que, segundo ela, assumiram a Presidência com projetos de governo de 20 anos cada um. "Na democracia há que se respeitar a alternância do poder", defendeu, repetindo a promessa de não concorrer a um segundo governo em 2018, caso eleita este ano.

A candidata reafirmou que pretende governar com todos, com os bons quadros que existem em todas as legendas e com apoio da sociedade. Com essa argumentação, disse que será possível aprovar a reforma política.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), fez nesta terça-feira um duro discurso no qual chamou a candidata do PSB à Presidência e ex-colega de partido, Marina Silva, de um "FHC de saias". O petista acusou Marina de agir como um "pêndulo", que se bandeia para um lado e outro, e que "vai baixar a cabeça ao mercado financeiro, deixando a política neoliberal novamente aumentar juros e voltar a inflação". "A proposta de Marina é deixar que a mão do mercado regule tudo. É dar autonomia total ao Banco Central, coisa que nem o Fernando Henrique deu. Ela, agora, propõe deixar que os tecnocratas assumam as rédeas do país. É dar prioridade à inflação mínima, como aconteceu no governo passado, chegando a 45%", criticou Costa, em discurso da tribuna do Senado.

Para o petista, Marina é uma alegoria criada para ser vendida como novidade, mas tal alegoria "se travestia de velhas políticas". Ele criticou o que considera de alianças eleitorais de conveniência e disse que as "raposas" estão lá. Citou o apoio de Paulo Bornhausen, candidato ao Senado pelo PSB e filho do ex-senador Jorge Bornhausen, crítico contumaz do PT.

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No pronunciamento, Humberto Costa, que também é coordenador da campanha à reeleição de Dilma Rousseff em Pernambuco, explorou as incongruências de Marina. Disse que ela não aceita doações de empresas da indústria de armas enquanto o tesoureiro do PSB, Márcio França, não faz qualquer restrições a repasses. Destacou que ela não conseguiu criar seu próprio partido, o Rede Sustentabilidade, e não tem o controle da legenda que a hospeda provisoriamente, o PSB. "Que controle teria ela sobre um eventual governo? O que quero chamar atenção é para o risco dessas incongruências, a prática de pregar uma coisa e fazer outra. Essa atitude política camaleônica que não se sabe, de fato, o que esconde. É uma política errática, sem lado", disse, ao ironizar que até um vereador de Goiás conseguiu construir um partido nacional - numa referência indireta a Eurípedes Junior, presidente do PROS.

O petista disse que Marina, se vencer, não teria "ninguém para governar". "Não teria base nesse Congresso, não teria aliados", afirmou. "O governo usaria a população como instrumento de pressão sobre o Legislativo. Transformar isso em forma de governabilidade é um equívoco absoluto", afirmou. Costa criticou ainda a política de alianças, citando que, por um lado, recrimina apoio do PSB, mas o tesoureiro do partido é candidato a vice do governador tucano, Geraldo Alckmin, assim como ela recrimina o PT, mas no Rio seu partido apoio a candidatura ao governo de Lindbergh Farias. E destacou que o programa de governo de Marina é a "síntese dessas contradições", ao citar que o conjunto de promessas não aguentou 24 horas em pé.

Presidente do PSB-RJ, o deputado federal Glauber Braga, candidato à reeleição, diz que, se a candidata do partido à Presidência da República, Marina Silva, fundar uma nova legenda, a Rede Sustentabilidade, a decisão será respeitada pelos socialistas e não se transformará em um problema na condução do novo governo, se ela for eleita. "A gente está muito focado na eleição agora, a gente quer trabalhar firmemente para vencer as eleições. O que eu posso te dizer é que, o que for a indicação de Marina no que diz respeito à fundação ou não da Rede, vai ter o nosso respeito. Vamos respeitar a decisão adotada por ela", afirma Braga.

Questionado como o PSB vê a hipótese de ficar com a Vice-Presidência da República - e não mais com a Presidência - no caso de fundação da Rede, o deputado insiste: "Isso não é problema, respeitamos o que for a decisão da Marina". Marina tornou-se candidata a presidente depois do acidente aéreo que matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, de quem a ex-senadora era vice, no dia 13 de agosto. A ex-senadora ingressou no PSB, a convite de Campos, em outubro passado, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impediu a fundação da Rede.

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Para Braga, "a qualidade da candidata e das propostas que ela apresenta" é a maior garantia de que o entusiasmo com a candidatura de Marina, segunda colocada nas pesquisas, não é apenas uma onda. O deputado evita falar em articulação para o segundo turno: "E se for a vontade dos brasileiros eleger Marina no primeiro turno?" "A gente passou do momento de dor pela perda do Eduardo para o momento de respeito em relação às posições claramente colocadas pela Marina. As coisas estão sendo feitas de forma clara. A gente respeita as posições de Marina, mas a gente vê na candidatura dela também a defesa do legado de Eduardo. Quando a gente vê na boca da Marina a defesa das propostas feitas por Eduardo, como a universalização da educação em tempo integral, dá mais força ainda à candidatura dela", sustenta o dirigente.

Braga minimiza os efeitos do recuo do PSB em relação aos direitos da comunidade LGBT, depois da divulgação do programa de governo, na sexta-feira. "O que está sendo realizado é realmente um afinamento para que a proposta final seja o que foi discutido com vários membros da coordenação da campanha. A linha mestra para mim, nesta questão, é ser contra qualquer discriminação, seja de orientação sexual, de gênero, de raça e de opção religiosa. Este para mim é o centro, o relevante", diz.

Decorridas menos de 24 horas do lançamento oficial de seu programa de governo, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, emitiu nota oficial para retificar o que havia prometido em relação à defesa dos direitos da população homossexual. Alegando "falha processual na editoração do texto" divulgado, ela recuou em relação aos pontos mais polêmicos e rejeitados pelos pastores de denominações evangélicas, onde se abriga parte considerável de seu eleitorado.

No último sábado (30), após a divulgação do programa, ao mesmo tempo que as redes sociais registravam manifestações de apoio da comunidade LGBT, pastores e políticos da bancada evangélica disparavam críticas, insinuando que Marina perderia o apoio do eleitorado de suas igrejas.

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Um dos pontos que mais deixam evidente o recuo da candidata, que pertence à igreja Assembleia de Deus, é a supressão da promessa de "articular no Legislativo a votação do PLC 122". O objetivo desse projeto de lei, que tramita desde 2006, é equiparar o crime de homofobia ao racismo, com a aplicação das mesmas penas previstas em lei.

Desde que surgiu, ele tem sido combatido pela bancada evangélica, com o argumento de que pastores que atacarem a homofobia em seus programas de rádio e TV também poderão ser criminalizados, o que seria uma restrição do ponto de vista da liberdade religiosa.

Outro recuo dos mais notáveis se refere à união entre pessoas do mesmo sexo. Na versão original, Marina prometeu "apoiar propostas em defesa do casamento civil e igualitárias com vistas à aprovação dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação, que garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição e no Código Civil". Na proposta modificada, ela diz que vai "garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo".

Em outras palavras, ela vai se limitar a cumprir determinações legais já existentes, que surgiram no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que reconhecem a união civil entre pessoas do mesmo sexo e obrigam os cartórios a registrar essas uniões. A promessa, portanto, apenas informa que a determinação do Supremo será cumprida. O que os gays reivindicam é uma lei que garanta o direito à união na Constituição. Isso os deixaria livres de mudanças nas interpretações do STF e do CNJ. Em outras palavras, teriam mais segurança.

Marina se igualou à atual presidente Dilma Rousseff ao suprimir do programa a promessa de "desenvolver material didático destinado a conscientizar sobre a diversidade de orientação sexual e as novas formas de família".

Em 2011, pressionada pela bancada evangélica no Congresso, Dilma interrompeu a distribuição de material didático que se destinava justamente a combater a intolerância nas escolas, afirmando que seu governo não faria divulgação de nenhum tipo de orientação sexual. De la cá para cá, Dilma tem sido duramente criticada pela comunidade LGBT por essa decisão. Na sexta-feira, com a divulgação de seu programa, Marina ganhou elogios de quase toda a comunidade, que voltou a se lembrar da atitude de Dilma.

Energia nuclear

O programa também foi alterado para omitir a energia nuclear como uma das fontes alternativas que seriam priorizadas num governo Marina. A "errata" foi divulgada ainda na sexta-feira. A campanha atribuiu o erro à "falta de revisão". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Com uma base no Congresso que deverá ser semelhante à do ex-presidente Fernando Collor, a eventual eleição da candidata do PSB, Marina Silva, deve pôr em xeque o modelo de presidencialismo de coalizão que sustenta as relações do Executivo com o Legislativo desde a redemocratização, em 1985, e deverá levá-la a uma dependência grande do PSDB.

Como há uma rejeição forte do grupo da candidata ao PMDB, e o PT já sinaliza que migrará para a oposição se Marina for eleita, a expectativa é que a sigla tucana integre o centro de forças de um eventual governo da ex-ministra do Meio Ambiente, formando a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, atrás de petistas e peemedebistas.

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A agenda legislativa anunciada por Marina até o momento reforça essa expectativa: ela pretende aprovar duas grandes reformas constitucionais, a política e a tributária, que precisam do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados federais.

A "tucanodependência" de Marina tem ainda outro motivo: o PSB tem boa interlocução com a sigla. São três os principais nomes a fazer esta ponte. O deputado Márcio França (PSB), tão próximo do PSDB que nesta eleição concorre como vice do governador Geraldo Alckmin; Walter Feldman (PSB), atual coordenador da campanha da ex-ministra, ex-tucano; e Roberto Freire (SP), presidente do PPS, antigo aliado do PSDB. Além deles, o ex-governador José Serra (PSDB), que concorre ao Senado por São Paulo, é um interlocutor no partido. A ex-ministra já declarou que gostaria de contar com o apoio de Serra caso ele seja eleito.

Por meio do PSDB, outros partidos poderiam aos poucos aderir a um eventual governo Marina e lhe dar a maioria que ela precisa. Caso, por exemplo, do PSD de Gilberto Kassab. Secretário-geral do partido, o ex-deputado Saulo Queiroz acha que o PSDB não terá outro caminho a não ser apoiá-la e diz que a sua própria sigla poderia integrar sua base.

"Todo mundo que não está no jogo da Dilma poderá fazer o jogo da Marina. Não mantivemos nenhum cargo no governo Dilma. O único que temos é uma indicação pessoal dela, não do partido. Até mesmo uma aproximação com o PSD é perfeitamente viável, por que não?" Segundo Queiroz, compor maiorias no Congresso "não é difícil" com "uma coisa em mãos chamada poder".

Estimativa feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, aponta que Marina teria um apoio consistente de 80 a 120 deputados, no máximo, na próxima legislatura. Esse seria o chamado "núcleo duro" da presidente, formado por parlamentares eleitos pela coligação dela e de outros que passam a apoiar o governo após as eleições.

Marina também deve ter o apoio condicionado de 213 a 253 deputados. O Diap prevê que 180 deputados fariam oposição frontal a uma gestão Marina. Os dados são semelhantes aos que Collor teve durante seu governo, entre 1990 e 1992. Para a aprovação de um projeto de lei, são necessários 257 dos 513 deputados. Para emendas constitucionais, são necessários 308 votos.

Para o atual líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), o debate de propostas com os congressistas num governo Marina será em cima de "temas pactuados".

Modelo Itamar O modelo idealizado é o mesmo colocado em prática pelo presidente Itamar Franco (1992-1994): escolhas pessoais para os ministérios e maiorias eventuais para aprovar projetos. "Duvido que alguém vai querer um ministério, uma emenda e que o governo vai pressionar alguém para votar", afirmou o senador Pedro Simon, líder do governo Itamar no Senado e aliado de Marina. Ele citou como padrão de comportamento a aprovação das propostas que culminaram na criação do Plano Real.

Entretanto, os críticos deste modelo lembram que o governo Itamar foi tampão e se deu antes da intensa polarização entre PT e PSDB na política nacional. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Em evento do diretório do PMDB de São Paulo em Jales, a presidente Dilma Rousseff partiu para o ataque à candidata do PSB, Marina Silva. Em um discurso focado na "defesa das instituições", a presidente relembrou o período ditatorial para criticar o discursos da ex-senadora de que não governa com partidos, mas sim com pessoas.

"Em uma democracia, quem não governa com partidos está flertando com o autoritarismo", afirmou a presidente. Ela procurou, também, associar o discurso de Marina à ditadura militar que, segundo ela, foi o período em que "poucos e bons" governavam. "Eu me lembro da ditadura, onde o que se dizia era o seguinte: empresário é para fazer negócio, estudante é só para estudar, todas as pessoas têm que trabalhar. Uns poucos, uns bons, governarão", disse. "Poucos e bons governaram, essa era a visão mais atrasada, que nós na época chamávamos a visão da tecnocracia, de que tinha no Brasil (sic) escolhidos que não eram escolhidos pelo povo e que eram os mais capazes", acrescentou.

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A fala da presidente ocorre um dia após a divulgação de nova pesquisa que mostrou Dilma empatada com Marina Silva no primeiro turno da disputa presidencial com 34% das intenções de voto e, no segundo turno, uma vitória de Marina com 10 pontos de vantagem.

Questionado sobre o levantamento, o vice-presidente Michel Temer desconversou. "Não preocupa não, nós temos um mês e quatro dias de campanha", disse. Neste mesmo período, em 2010, o Datafolha apontava a presidente com 47% das intenções de voto contra 29% de José Serra (PSDB) e 9% de Marina. Naquela época, as pesquisas já apontavam a vitória de Dilma no segundo turno.

Tentando não deixar transparecer preocupação com os novos números do Datafolha, Temer deixou claro que a campanha precisa "politizar" e reforçou o discurso da "preocupação com as instituições". "Temos que mostrar o que o governo fez, mostrando mais mudanças para o futuro e, do outro lado, a política, nosso governo é obediente às instituições. Veja que não houve nenhuma agressão, seja aos partidos, ao Legislativo e ao Judiciário", afirmou.

A fala de Temer não apaga, no entanto, o desconforto causado pelas posições de Paulo Skaf, o candidato do partido ao governo de São Paulo, que tem evitado aproximação com o PT e chegou a dizer, de público, que não iria a Jales nem abraçaria Dilma no palanque. Skaf, porém, apareceu no evento. No discurso de dez minutos, não citou Dilma. Fez apenas uma referência indireta à presidente.

Eles não ficaram próximos e nem se cumprimentaram. Hoje com 20 pontos na pesquisa Datafolha, em segundo lugar - o governador Geraldo Alckmin (PSDB) lidera com 50 pontos e o petista Alexandre Padilha vem em terceiro, com 5 pontos - Skaf teme a rejeição aos petistas no Estado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Todos os exercícios a respeito da montagem de um eventual governo de Marina Silva apontam para a busca de ajuda em partidos tradicionais e consolidados. Por não ter registro legal, a Rede Sustentabilidade da ex-ministra por enquanto está abrigada no PSB. Ela forneceria alguns nomes para um governo Marina Silva. Mas não o suficiente.

Entre os integrantes da Rede que poderão compor um ministério de Marina estão Bazileu Margarido, dirigente da agremiação e integrante do comitê financeiro da candidata. Fala-se que ele ocuparia o lugar que hoje é do ministro Gilberto Carvalho no governo Dilma. O deputado Walter Feldman (PSB-SP) também estaria no novo ministério, num cargo de interlocução com o Congresso. O fiel escudeiro João Paulo Capobianco, ligado a ONGs ambientalistas, poderia ir para a Casa Civil.

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Na área econômica é dada como certa a presença dos economistas André Lara Resende, um dos pais do Plano Real no governo Itamar Franco, e Eduardo Giannetti. Os dois são os principais "cérebros" do programa econômico de Marina.

A educadora Neca Setubal, da família que administra o Banco Itaú, que fez o programa educacional de Marina, poderia ir para o Ministério da Educação. Outro da Rede, Pedro Ivo, também está na lista. Do PSB circulam nomes como Maurício Rands (PE), Márcio França (SP), Júlio Delgado (MG) e o jogador Romário (RJ). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Considerado Estado-chave pelos candidatos de oposição na disputa presidencial, por causa do eleitorado simpático a "novidades", o Rio de Janeiro está no foco de Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) neste fim de semana. Na tentativa de consolidar a onda em seu favor desde que assumiu a candidatura no lugar de Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo no dia 13, Marina visita neste sábado (30) a favela da Rocinha ao lado do deputado e ex-jogador Romário (PSB), favorito na disputa pelo Senado. No fim da tarde, tem encontro com jovens, base importante da Rede Sustentabilidade, liderada pela ex-ministra e ex-senadora.

No dia seguinte, domingo (31), Aécio faz a quinta agenda no Rio em duas semanas, em um esforço para estancar a queda nas intenções de votos dos fluminenses desde a entrada de Marina na disputa. "Romário queria levar Marina a uma comunidade e escolheu a Rocinha. Eles estão juntos na campanha. Já a juventude tem afinidade com Marina desde a campanha de 2010 e do início da Rede. Mas, quando Marina foi para o PSB, parte dos jovens se afastou, não entendeu o movimento. Agora se reaproximou, pede material de campanha. Os jovens têm tempo disponível para se envolver na campanha, têm gás renovado, expressam a emoção desta candidatura", diz o porta voz da Rede no Rio e integrante da executiva nacional, Carlos Painel. Marina filiou-se ao PSB em outubro passado, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vetou a criação da Rede.

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Segundo pesquisa divulgada na última terça-feira pelo Ibope, com entrevistas entre 23 e 25 de agosto, Marina chegou a 30% de intenções de voto no Estado, oito pontos atrás da presidente Dilma Rousseff. Eduardo Campos tinha apenas 5% no Ibope em pesquisa feita entre os dias 26 e 28 de julho. Aécio perdeu quatro pontos e Dilma subiu três.

Deputado federal candidato à reeleição, o tucano Otávio Leite diz que os políticos estão em fase de "aguardar a decantação do furacão que passou até que as coisas fiquem mais claras". Em relação ao eleitorado, afirma: "As ruas estão tímidas, introspectivas". Por isso, considera crucial a presença constante de Aécio em atividades de campanha no Rio. O candidato do PSDB participará de um jogo de futebol na Barra da Tijuca no domingo.

Presidente do PSD-RJ, um dos partidos da base de Aécio no Estado, o ex-deputado e candidato a uma vaga na Câmara Indio da Costa lembra que "Aécio já era o candidato com mais atividades no Rio" e destaca que o tucano ainda não é totalmente conhecido do eleitorado, ao contrário de Dilma e Marina.

"O momento é muito mais de comoção do que de consolidação do quadro. É hora de estar nas ruas. Não de bater (na adversária do PSB), mas de mostrar propostas", afirma Indio, candidato a vice-presidente em 2010 na chapa de José Serra. Naquele ano, Marina teve 31,5% dos votos fluminenses e ficou em segundo lugar, na frente de Serra. O esforço de Marina é consolidar e ampliar este eleitorado, enquanto Aécio procura sensibilizar uma fatia deste universo, em especial de renda e escolaridade mais alta, com o discurso de que é a "mudança segura", enquanto Marina não apresenta "propostas objetivas".

A difícil situação de Aécio no Rio fragilizou o movimento "Aezão", que prega o voto conjunto em Aécio e no governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e foi criado por uma dissidência do PMDB-RJ em reação à candidatura própria do PT para o governo do Rio. Muitos peemedebistas têm se voltado para suas próprias campanhas e a de Pezão e dividem material de campanha entre Dilma e Aécio, com o argumento de que fazem "dobradinhas" com aliados dos dois candidatos. "É preciso ter sangue frio até que tudo se acomode de novo", diz o fundador do Aezão, o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, coordenador da campanha de Aécio no Rio.

Os coordenadores de programa de governo da candidata à Presidência Marina Silva (PSB), Neca Setúbal e Maurício Rands, afirmaram nesta sexta-feira que o programa que está sendo apresentado é apenas um começo das ideias que um eventual governo de Marina colocará em prática. "Temos consciência de que terminamos uma primeira fase desse programa. Agora nossa fase será focada em ampliar ainda mais o diálogo, através da internet", afirmou Neca, destacando que o programa apresentado hoje já "é fruto de um trabalho de muita participação" da sociedade.

Rands destacou que o programa ainda não está numa "estação de chegada definitiva". "E sim apenas em uma estação de uma caminhada de ouvir o Brasil", afirmou. Antes dos discursos de Neca e Rands foi apresentado um vídeo que lembrou a aliança entre Marina e Eduardo Campos em 5 de outubro do ano passado. Neca, que representa a Rede Sustentabilidade na coordenação do programa, destacou que desde então foi firmado um compromisso em torno de uma aliança programática com "três princípios básicos".

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Segundo ela, um deles era manter a conquista da sociedade em relação à estabilidade econômica e inclusão social. "Os outros princípios foram a democratização da democracia e trabalhar na direção da desenvolvimento sustentável", acrescentou. Rands destacou que essa aliança programática está "ouvindo o Brasil" guiada por valores "que permeiam e configuram um projeto de País com o qual todos nós sonhamos: desenvolvido, com justiça social e sustentabilidade ambiental", disse.

O coordenador destacou alguns pontos do programa em sua apresentação como políticas de descentralização de recursos com a União, dando mais força aos municípios. Ele citou ainda propostas de universalização do saneamento, de ampliação de programas de moradia e responsabilização maior da União com a área da segurança pública.

O programa de governo da coligação liderada pelo PSB de Marina Silva defende uma "intervenção urbana", visando melhorar a qualidade de vida nas cidades. O texto critica as últimas gestões por terem adotado políticas urbanas excludentes e cita especificamente o Ministério das Cidades, criado em 2003, mas que, segundo a campanha, tem sido "pontual e desarticulado" nos temas básicos da habitação, do saneamento e da mobilidade. Para a educação, o texto mantém diversos programas do governo atual, como o Pronatec e Ciência sem Fronteiras, porém com aperfeiçoamento, além de defender fortemente o investimento na educação integral.

Avaliando que as grandes cidades entraram em colapso em termos de mobilidade, o programa fala em priorizar os veículos não motorizados e o transporte público, melhorando sua qualidade e mudando hábitos. O texto destaca também a poluição gerada pelo transporte individual. Uma das principais propostas da coligação é apoiar Estados e municípios para a construção, em quatro anos, de mil quilômetros de vias para veículos leves sobre trilhos (VLTs) e de corredores de ônibus integrados (BRT) em todas as cidades com mais de 200 mil habitantes. O texto também defende a expansão das malhas metroviária e ferroviária e a criação de um programa para financiar os custos de deslocamento dos estudantes brasileiros.

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Sobre segurança pública, o programa alia a questão à desigualdade social e propõe o Plano Nacional de Redução de Homicídios, com definição de metas para prevenção de homicídios e aumento da capacidade de investigação, mas sem especificar essas metas. "Garantir a segurança a todos é um dos mais complexos desafios nesse campo, porque passa necessariamente pelo debate sobre as causas da violência, entre elas, a desigualdade", afirma o texto.

O programa define como objetivos o combate "ativo" ao tráfico de armas e de drogas, buscando modelos em ações bem-sucedidas. O combate aos crimes financeiros também ganhou espaço, mas também sem um plano de metas mais específico. A ideia é realizar "pesquisa apurada dos casos de lavagem de dinheiro no Brasil e no exterior e encontrar uma solução adequada para nossas especificidades". Em termos de habitação, o programa propõe manter, ampliar a aprimorar o programa Minha Casa, Minha Vida, com a construção de 4 milhões de moradias até 2018. "Para isso, reforçaremos as condições de financiamento às famílias e abriremos um processo de diálogo que avalie a possibilidade de incluir outras instituições financeiras, além das já participantes, no programa", diz o texto.

Saneamento

Em relação ao saneamento, a coligação fala em implementar uma política de universalização dos serviços e ampliar os investimentos no setor. Outras propostas envolvem incentivar o tratamento de esgoto, implementar a coleta seletiva em 100% dos municípios brasileiros e aliar esforços privados e públicos para efetuar melhorias mais rapidamente. "A participação do setor privado para alcançar metas do governo federal nas áreas de saneamento, abastecimento de água e destinação de resíduos sólidos precisa ser enfrentada com urgência", diz o programa.

Educação

No capítulo do plano de governo apresentado hoje pelo PSB para a área de Educação, Cultura e Ciência, Tecnologia e Inovação, foram reiteradas propostas já apresentadas pelo então candidato Eduardo Campos e mantidas agora por Marina Silva, como a educação em tempo integral, com adaptação das unidades escolares para garantir espaço à introdução das novas atividades, a valorização e qualificação do professor, o combate ao analfabetismo e o atendimento às crianças de 0 a 3 anos.

Nenhuma das principais medidas adotadas pelo governo do PT deve ser descontinuada, mas podem haver reformulações. O programa do PSB propõe, por exemplo, "avaliar e incrementar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), promovendo cursos profissionalizantes adequados ao desenvolvimento do País e às suas diferentes realidades".

Sobre o Ciência sem Fronteiras, citado recorrentemente pela presidente Dilma Rousseff, o texto fala em aperfeiçoá-lo "de modo que se aproveitem os jovens que voltam do exterior e também se promova substancial aumento da cooperação. Sobre outra questão polêmica, a de cotas para ingresso no ensino superior, a proposta é fortalecer estas políticas, assim como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (Prouni).

Avaliação

Já o Enem, sistema de avaliação da qualidade de ensino e para ingresso em universidades, que registrou problemas nos últimos anos, seja por vazamento de provas ou por falhas na correção das redações, foi citado superficialmente no programa, que propôs apenas "aprimorar a prova para atender às renovações curriculares propostas para o Ensino Médio".

Outras propostas do programa nestas áreas são: aumentar o orçamento direto do Ministério da Cultura a partir do primeiro ano do governo; assegurar a total liberdade de expressão e criação artística, sem censura ou critérios de valor; reestruturar a Ancine, garantindo transparência nos processos internos; preparar o país para as Olimpíadas criando programas para apoiar municípios na disseminação das modalidades de esportes e as habilidades e valores que criam em diferentes espaços públicos (praças, parques e clubes); renovar e desburocratizar a Lei de Incentivo ao Esporte.

O deputado federal Júlio Delgado (PSB) afirmou nesta sexta-feira que o programa de governo da candidata à Presidência Marina Silva terá uma linha econômica que vai "confortar e tranquilizar o mercado". "O programa da Marina tem a responsabilidade das pessoas que estavam acompanhando o Eduardo (Campos), que era o (Eduardo) Gianetti e o André Lara (Resende). Se ela vai ter uma linha mais liberal, o que eu posso dizer que é uma linha que conforta e tranquiliza o mercado", afirmou, ao chegar para o evento de lançamento do programa do PSB, em São Paulo.

De acordo com Delgado, a ideia de que possa haver desconfiança sobre a condução da economia caso Marina seja eleita está sendo desfeita. "A performance dela no debate e as falas que ela tem tido em relação a isso estão tirando uma eventual desconfiança que poderia haver", afirmou. "Há uma tranquilidade, o mercado tem recebido positivamente o crescimento da Marina", completou.

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O deputado destacou a reação da bolsa de valores e a queda do dólar como sinais de aceitação aos novos patamares de intenção de votos de Marina. Segundo Delgado, há a percepção de que o programa de Marina pode "retomar crescimento e conter meta inflacionária de uma forma diferenciada". Para Delgado, é preciso continuar passando a mensagem de que o mercado pode ficar tranquilo. "O que eles não querem é a manutenção do que está", avaliou. "Ela (Marina) tranquiliza o PSB, o mercado e estamos muito otimistas", finalizou.

O candidato a vice-presidente na chapa do PSB, Beto Albuquerque (PSB), voltou a poupar Marina Silva de responder sobre possíveis irregularidades sobre o avião que caiu com o ex-candidato Eduardo Campos e outras seis pessoas no último dia 13. Ele respondeu às indagações dirigidas a Marina e afirmou que o uso do avião está "claro". Mas admitiu que "não está clara a compra da aeronave", numa referência à transação feita entre o Grupo Andrade e empresários de Alagoas.

"Sobre a compra do avião, vocês devem procurar os proprietários, que têm nome, sobrenome e endereço", disse. "Os custos até a queda serão lançados na prestação de contas do Eduardo, que será encerrada com a morte do candidato".

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Questionado se o partido não investigou a origem do avião, Albuquerque disse que uma apuração como essa seria semelhante a entrar num táxi e perguntar ao dono se o veículo é roubado. "Houve a oferta do avião, isso foi pago e agora cabe à Justiça", disse.

Albuquerque reafirmou que o PSB fará o ressarcimento dos créditos e débitos pela utilização da aeronave e que a legenda tem todo interesse que a Polícia Federal e o Ministério Público aprofundem as investigações tanto sobre a compra como sobre as causas do acidente.

O vice cobrou ainda que o Ministério Público Federal em Santos investigue a suspeita de que a queda do avião possa ter sido causada por um choque com um drone. "Isso precisa ser esclarecido e não pode ser colocado embaixo do tapete", disse.

O candidato a vice disse ainda que não crê que haja irregularidade na concessão de benefícios fiscais à Bandeirantes Companhia de Pneus LTDA, uma das empresas que teriam adquirido a aeronave. Em 2011, quando era governador de Pernambuco, Eduardo Campos retirou limites de importação de pneus para a empresa, medida que havia sido definida em um governo anterior ao dele. "Fazer link com essa ação tomada em 2011 pode ser uma ilação", afirmou Albuquerque.

O presidente do PT, Rui Falcão, anunciou nesta quinta-feira medidas judiciais e administrativas para retirar do ar um vídeo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece declarando apoio à candidata do PSB à Presidência, Marina Silva. A gravação divulgada na internet é uma montagem com base em um depoimento em que Lula pede votos para a deputada federal Marina Santanna, candidata do PT ao Senado em Goiás.

O vídeo fraudado traz o logo oficial da campanha de Marina Silva ao Palácio do Planalto e o sobrenome da candidata petista ao Senado é suprimido, dando a entender que o ex-presidente estaria pedindo apoio à adversária da presidente Dilma Rousseff na corrida presidencial. "Temos uma candidata ao Senado, a deputada federal Marina Santanna, que recebeu, como é natural, uma gravação de apoio do presidente Lula", disse Falcão. "É uma montagem fraudada, que suprime o sobrenome (da candidata petista) e coloca apenas o presidente Lula apoiando Marina', como se fosse a candidata do PSB", concluiu. Ele não atribuiu a autoria do vídeo ao PSB ou a Marina Silva.

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De acordo com ele, já foi enviado um pedido administrativo ao Google para retirar a peça do Youtube. Será encaminhada ainda à Justiça Eleitoral uma representação por propaganda eleitoral irregular que, de acordo com Falcão, "pode induzir o eleitor a erro". Também será pedido ao Ministério Público Eleitoral a instauração de um inquérito criminal para apurar as práticas de "falsidade ideológica de cunho eleitoral" e para identificar os responsáveis. O presidente do PT disse que, mais adiante, a coligação vai entrar com uma ação cível para retirar o vídeo do ar. "Ele viola o direito autoral e o direito de imagem (de Lula). Continuaremos na nossa linha de, nas nossas redes sociais, não nos valermos de fraudes e adulteração", declarou o petista.

O coordenador jurídico da campanha de Dilma, Flávio Caetano, classificou a gravação modificada de "absolutamente fraudulenta e criminosa". Por último, Falcão disse que o PT não estuda pedir investigação sobre a origem dos recursos para a compra do jatinho usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo na semana retrasada em Santos (SP).

A candidata a presidente da República Marina Silva (PSB) rebateu, em um mesmo discurso, seus dois principais adversários na campanha eleitoral, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Sem citar nomes, respondeu nesta quinta-feira às afirmações de Aécio, que considerou temerário o governo de amadores e inexperientes, numa referência a Marina, e ainda Dilma, que hoje afirmou que a distinção entre bons e maus pregada pela candidata do PSB é complicada e simplista.

"Muita gente no Brasil diz que não podemos ser governados por amadores do sonho. Ou apostam no sonho, ou vamos continuar nas mãos dos profissionais, dos que fazem escolhas incorretas", disse Marina em discurso na Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro), em Sertãozinho (SP).

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Ela ratificou que escolherá os melhores quadros para compor seu governo, caso seja eleita, e não indicados por partidos ou grupos. "A escolha tem de ser feita por essa gente que tem o sonho amador." Marina comparou a desconfiança que existe em relação ao seu nome às situações enfrentadas pelos ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. "Diziam que o Lula não tinha capacidade e que o Fernando Henrique era acadêmico demais", disse.

Ainda segundo ela, "o Brasil não precisa de gerente, precisa de quem tem visão estratégica, de quem sabe onde vai chegar e como vai chegar e que reúne todos os setores", numa referência, também velada, ao estilo de governar de Dilma. "Não tenho dúvida que os brasileiros escolherão as mudanças e não querem ficar na polarização PT e PSDB", concluiu.

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, classificou nesta quinta-feira de "mal entendido" as divergências que levaram à saída de Carlos Siqueira da coordenação geral da campanha. A candidata relatou que disse aos dirigentes do partido, em uma reunião ontem (20), que o nome para a coordenação da campanha seria indicado pela cúpula socialista. "Eu não iria fazer interferência na coordenação já indicada pelo PSB", disse a ex-ministra. "Estamos diante de uma situação que tem um mal entendido e o próprio PSB precisa entender".

Marina disse que pediu que o comitê financeiro da candidatura fosse assumido por um de seus mais próximos aliados, Bazileu Margarido, e que o porta-voz da Rede, Walter Feldman, ficasse como coordenador-adjunto da campanha. De acordo com relatos de pessoas presentes à reunião de ontem, Siqueira entendeu que, com o gesto, estava sendo afastado das funções pela agora candidata, confirmada ontem pela Executiva nacional do PSB.

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Carlos Siqueira deixou hoje o posto ao chegar na sede da legenda, em Brasília. De acordo com o marqueteiro, a campanha entra agora em uma nova fase e que ele ocupava o cargo quando o candidato era o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto na semana passada em um acidente aéreo. "Eu estava na coordenação de uma pessoa que era do meu partido e em quem eu tinha confiança", afirmou.

Mais saídas

Marina não respondeu diretamente se o PSL estava de fato deixando a aliança e disse apenas que o partido não estava presente nesta reunião por "circunstâncias pessoais". A presidenciável repetiu hoje que os compromissos "programáticos" acertados pela aliança PSB-Rede, costurado por Campos, eram os compromissos da coligação.

Ela citou bandeiras como o aumento de investimentos na área da saúde, a adoção do Passe Livre e a educação em tempo integral, além da melhora da infraestrutura brasileira. "Não faz sentido o Brasil perder 30% da sua produção agrícola por falta de infraestrutura", disse.

 

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, criticou a política energética criada e gerenciada pela presidente Dilma Rousseff desde que ela assumiu o Ministério de Minas e Energia no primeiro governo do ex-presidente Lula. "É lamentável que o Brasil tenha, desde 2002, a ameaça do apagão. E digo lamentável, porque temos há 12 anos uma mesma pessoa à frente da política energética do nosso País, inicialmente como ministra de Minas, depois da Casa Civil e, agora, como presidente", afirmou. "Essa política energética está custando caro ao povo brasileiro", disse.

Marina considerou que o uso de usinas termelétrica para compensar a baixa dos reservatórios de hidrelétricas em períodos de seca, como atualmente, deve ser acionado para "eventualidades extremas" e não como componente fixo do grid energético como é feito há cerca de um ano. "Infelizmente, estamos sujando a matriz energética brasileira", disse. "Os arremedos que estão sendo feitos com as térmicas para os momentos que são baixa dos reservatórios têm de ser reduzidos", sugeriu.

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Apesar da crítica, ela reconheceu que é difícil substituir neste momento as térmicas e que, caso eleita, vai "recorrer às fontes que já existem para fazer a complementação" representada pela baixa na produção das hidrelétricas.

A candidata expôs suas propostas para o setor, afirmando que a meta de um eventual governo seu será "aumentar as fontes de geração sustentáveis". Marina afirmou ser importante "combinar o que temos (hidrelétricas) com outras fontes, como solar, biomassa e eólica". "Temos o compromisso de resolver de forma estrutural esse problema que se arrasta desde 2001, com fontes sustentáveis para não ter a dependência quase exclusiva das hidrelétricas", disse.

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira, 20, em São Paulo, que, se eleito, não fará um governo apenas do PSDB e de seus aliados, mas um governo "com as melhores cabeças". Numa crítica indireta à falta de experiência administrativa da nova concorrente do PSB, Marina Silva, disse que tem o privilégio de ter o apoio de lideranças políticas "já experimentadas", "éticas e honradas", que irão ajudá-lo a resolver os problemas do País.

"Vamos governar com quem tem experiências exigidas, como o governador Geraldo Alckmin, que é fundamental para o Brasil", reiterou, ao lado do governador paulista e candidato à reeleição.

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Ainda sobre a mudança no cenário eleitoral, Aécio disse ter certeza de que o eleitorado vai levar em conta, na hora do voto, "a experiência dos aliados". "Não vou atacar A ou B. Vou dar ao Brasil o melhor caminho e o melhor caminho é o PSDB", afirmou.

Indagado sobre a crítica de Marina Silva aos adversários que estão usando o espólio de Eduardo Campos, Aécio disse que não iria responder porque os dois foram muito amigos por mais de 30 anos e se respeitavam. "E este sentimento vai continuar", disse.

Em nota divulgada na noite desta terça-feira, o PSB confirmou a indicação do líder da bancada na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS), para compor a chapa presidencial que será liderada pela ex-senadora Marina Silva. No documento, assinado pelo presidente da sigla, Roberto Amaral, o partido informa que a chapa será sacramentada em reunião da Executiva Nacional amanhã, às 15h, em sua sede, em Brasília.

Amaral disse que a viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, foi consultada sobre a possibilidade de ser a vice de Marina Silva, mas ela declinou do convite porque além de ter "compromissos familiares", ela precisa dedicar seus primeiros esforços para eleger Paulo Câmara ao governo de Pernambuco. Segundo a nota, a vitória de Câmara era um sonho que Eduardo "sempre sonhou". O presidente da sigla esteve reunido durante todo o dia em Recife com dirigentes do PSB pernambucano e hoje ouviu a cúpula do partido sobre a composição da candidatura.

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Fábio Vaz de Lima, marido de Marina Silva, pediu exoneração do cargo de secretário adjunto que ocupava no governo do Acre, comandado pelo petista Tião Viana. O decreto foi publicado na edição desta terça-feira do Diário Oficial do Estado.

No ano passado, mesmo após Marina se filiar ao PSB para ser vice de Eduardo Campos, Lima decidiu permanecer no governo do PT. Marina deverá ser anunciada candidata à Presidência pelo PSB.

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