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Os cérebros de uma emboscada que deixou 58 mortos em 2009 nas Filipinas foram condenados nesta quinta-feira em Manila a 30 anos de prisão, ao fim do julgamento sobre o maior massacre cometido por rivalidade política no país.

Em 23 de novembro de 2009, 58 pessoas, incluindo 32 jornalistas, que viajavam em um comboio na província de Maguindanao, na ilha de Mindanao, foram assassinadas e seus corpos jogados em uma vala comum.

O clã Ampatuan, uma poderosa dinastia política local, foi acusado de planejar o massacre para frustrar a candidatura de um membro de uma família rival ao cargo de governador da província.

Nesta quinta-feira, Andal Ampatuan Jr, que em 2009 aspirava suceder o pai como o governador da província, e outros quatro membros da família foram declarados culpados pelo assassinato de 57 pessoas e condenados a 30 anos de prisão. O corpo da 58ª vítima não foi encontrado.

Estes foram os primeiros veredictos anunciados pelo tribunal de Manila. Mais de 100 pessoas foram acusados.

O caso provocou indignação internacional e deixou evidente o poder de algumas famílias intocáveis.

As famílias das vítimas denunciaram em várias ocasiões um processo judicial interminável, repleto de acusações de corrupção e marcado pelo assassinato de testemunhas.

A família Ampatuan goza de muito poder na província pobre de Maguindanao.

A ex-presidente filipina Gloria Arroyo autorizou o clã, em troca de apoio político, a criar uma milícia privada com milhares de homens para conter a insurreição muçulmana na região.

O Ministério Público acusou a família Ampatuan de ter cometido a matança a plena luz do dia, ao abrir fogo contra o comboio que transportava, entre outros, a esposa de seu rival Esmael Mangundadatu, vários integrantes de sua família, advogados e jornalistas.

O motivo era evitar a candidatura de Esmael Mangundadatu ao cargo de governador, que na época estava nas mãos do patriarca Andal Ampatuan Sr.

Mangundadatu foi eleito governador em 2010. Andal Ampatuan Sr faleceu em 2015, mas quatro de seus filhos estavam entre os acusados.

A organização Human Rights Watch elogiou o veredicto e pediu uma reforma do sistema judicial no país "para acabar com a impunidade".

"Este veredicto deveria estimular os líderes políticos do país a agir para reduzir o apoio do Estado aos exércitos privados e as milícias que contribuem para o surgimento de chefes de guerra como os Ampatuan".

O veredicto não encerra o caso, pois outros 80 suspeitos se encontram em liberdade, incluindo policiais corruptos e outros membros do clã Ampatuan que representam uma ameaça para a segurança das testemunhas e as famílias das vítimas.

Estas últimas temiam uma absolvição e possíveis atos de vingança.

Libertado sob fiança em 2015 contra a opinião do MP, Sajid Ampatuan, outro filho do falecido patriarca, foi eleito prefeito de Shariff Aguak, reduto do clã, e reeleito este ano.

A Procuradoria Geral do México informou neste domingo que prendeu vários indivíduos supostamente ligados ao assassinato de três mulheres e seis crianças que pertenciam a uma comunidade mórmon de origem americana assentada em Sonora, no norte do México.

O órgão disse em comunicado que a captura foi realizada durante a madrugada, mas não especificou o local, quantos são os detidos nem se estão ligados a uma organização criminosa.

"Nas primeiras horas deste dia (domingo), em um esforço conjunto e cumprindo os mandados de busca obtidos de um juiz especializado, foi realizada a detenção de vários indivíduos supostamente envolvidos nos eventos mencionados", explica o comunicado.

O anúncio foi feito enquanto parentes das vítimas, incluindo Julián LeBarón, ativista e um dos líderes desta comunidade mórmon, participavam de uma manifestação na Cidade do México contra a violência.

Enquanto a marcha avançava ao longo do turístico Paseo de la Reforma, o presidente Andrés Manuel López Obrador enviava uma mensagem a dezenas de milhares de seus seguidores para marcar seu primeiro ano de governo.

As autoridades afirmam que traficantes seriam os responsáveis pelo massacre ocorrido no início de novembro e que teria sido resultado de um erro dos criminosos.

No entanto, os mórmons rejeitam esta versão porque o consideram um ataque direto.

O crime provocou indignação no México e nos Estados Unidos. O presidente americano Donald Trump disse dias atrás que designaria os cartéis de drogas como terroristas, o que no México foi interpretado como uma potencial intervenção.

López Obrador alertou na sexta-feira que "estrangeiros armados não podem intervir" no México, embora tenha esclarecido que "não há nada a temer" porque acredita que o presidente Trump sempre foi "respeitoso".

Dezenas de manifestantes invadiram um campo da ONU em Beni, nordeste da República Democrática do Congo (RDC), como parte de um protesto contra uma série massacres atribuído ao grupo armado ADF.

A RDC anunciou operações militares “conjuntas” com a ONU, segundo a presidência após este ataque à Missão das Nações Unidas no Congo (Monusco) em Beni, onde a tensão dos últimos dias suspendeu a luta contra a epidemia de ebola que matou cerca de 2.200 pessoas.

“As casas dos funcionários das Nações Unidas foram atacadas e vandalizadas”, afirmou uma porta-voz da Monusco contatada pela AFP.

O escritório atacado está localizado próximo a um acampamento de Capacetes Azuis do Malauí, segundo a Monusco.

As forças congolesas também estavam presentes no local.

"Os Capacetes Azuis começaram a atirar para o ar, mas nenhum disparo foi dirigido aos manifestantes”, disse à AFP um porta-voz da missão da ONU.

Antes dos manifestantes invadirem, dois helicópteros das Nações Unidas pousaram brevemente na base civil da ONU e partiram, de acordo com o correspondente da AFP.

As forças de segurança congolesas dispararam balas reais para tentar conter manifestantes perto da base e de outra não muito longe, segundo a mesma fonte.

Pelo menos um manifestante e dois policiais ficaram feridos, de acordo com o correspondente da AFP no local.

Em visita a Paris, a presidente do Parlamento congolês, Jeanine Mabunda, se perguntou publicamente sobre o papel da Monusco, estimando que a missão, ao custo de um bilhão de dólares por ano, “não pode permanecer indefinidamente”.

“Há um desconforto entre a presença, o custo da Monusco na RDC e os resultados obtidos”, afirmou à AFP Mabunda, que julgou “legítimo que as populações se perguntem por que essa força continua na RDC”.

Antes de atacar a base da ONU em Beni, manifestantes atearam fogo na prefeitura, que foi parcialmente destruída, segundo o correspondente da AFP.

- Luta antiebola ameaçada -

A luta contra a epidemia de ebola, que assola a região, está interrompida desde sexta-feira.

Oito civis morreram no início desta segunda-feira em Bokeine, norte de Beni, em um novo assassinato atribuído às Forças Democráticas Armadas (ADF), disse um porta-voz do exército.

No total, 77 civis perderam a vida em Beni e arredores nas mãos do ADF em retaliação à ofensiva do exército congolês contra suas bases, anunciou em 30 de outubro.

Manifestantes denunciam há vários dias a falta de ação do exército e dos Capacetes Azuis presentes na região, antes dos assassinatos da ADF.

No sábado, um manifestante morreu quando a polícia dispersou uma marcha em Beni.

A Monusco se defende das acusações afirmando que o exército congolês lançou suas operações contra o ADF de maneira unilateral.

Os voluntários das ONGs em Beni foram convidados a ficar em suas casas nesta segunda-feira, “protegidos de ângulos de tiro e longe de portas e janelas”, afirmaram fontes humanitárias.

Os parentes de 58 pessoas mortas no pior massacre político das Filipinas realizaram uma vigília neste sábado (23) em Ampatuán, na província de Maguindánao, para homenagear as vítimas uma década depois dos assassinatos e expressar sua revolta pelo ritmo lento da justiça.

Os membros da família acenderam velas e soltaram balões brancos enquanto as crianças cantavam em coro pedindo por justiça nesta cidade no sul das Filipinas, onde 58 pessoas, incluindo 32 jornalistas, foram massacrados e jogadas em valas na beira da estrada em novembro de 2009.

"Sabemos há muito tempo quem são os culpados. Agora eles devem tomar a decisão certa", disse à AFP Jergin Malabanan, cuja mãe foi uma das jornalistas mortas em um dos ataques mais mortais aos profissionais da imprensa.

Os líderes da dinastia da família Ampatuán, que governaram a empobrecida província de Maguindánao, no sul, são acusados de organizar o massacre para tentar cancelar o desafio eleitoral proposto pelo candidato rival local Esmael Mangudadatu.

O caso se arrastou por anos na justiça, com acusações de suborno e táticas de atraso contra a defesa, que incluíram até Salvador Panelo, porta-voz do presidente Rodrigo Duterte.

O julgamento terminou em julho, mas o Supremo Tribunal deu ao juiz de primeira instância até 20 de dezembro para examinar as evidências nas quais seu veredicto se basearia.

Um helicóptero militar jogou uma chuva de flores quando milhares de parentes, jornalistas, amigos e autoridades locais se reuniram em torno de um monumento no topo da colina onde estavam registrados os nomes das 58 vítimas.

As autoridades mexicanas disseram ontem que as armas e a munição usadas no massacre de uma família mórmon vieram dos EUA. O secretário de Segurança, Alfonso Durazo, disse que em breve começará a operar um programa bilateral "para controlar o tráfico de armas dos EUA para o México".

"De todas as armas vinculadas a atos criminosos no México, 70% são procedentes dos EUA", destacou o secretário. (com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia mexicana prendeu nesta terça-feira (6) um homem suspeito de ter participado de uma emboscada que provocou a morte de um grupo de nove mórmons norte-americanos da família LeBarón, na fronteira do México com os Estados Unidos.
    A informação foi revelada pela emissora CNN, citando as autoridades do país.

No entanto, a identidade do suposto criminoso não foi divulgada. Segundo a Agência Ministerial para Investigações Criminais (Amic), o indivíduo foi detido enquanto mantinha dois reféns em uma colina no estado de Sonora. As autoridades apreenderam também armas e uma grande quantidade de munições.

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A prisão ocorreu dois dias depois que o grupo, que viajava em três carros por Rancho de la Mora, entre Chihuahua e Sonora, caiu em uma emboscada de homens armados, que atiraram contra os veículos. Entre as vítimas, estão três mulheres e seis crianças, sendo dois gêmeos recém-nascidos de seis meses.

De acordo com o procurador-geral de Chihuahua, Cesar Peniche Espejel, o assassinato pode ter sido comandado pelo recém-formado cartel de drogas "Los Jaguares". A polícia mexicana também investiga a ligação de outros carteis.

A suspeita é de que a família tenha sido confundida. No entanto, membros da família são ativistas e fazem campanha contra grupos criminosos de Sonora e Chihuahua. "Depois da prisão do 'El Chapo' o cartel de Sinaloa sofreu fragmentações. Esses grupos vêm crescendo perto da fronteira com os Estados Unidos e estão envolvidos com tráfico de imigrantes e de drogas", explicou Espejel a rádio mexicana "Imagen".

Após o massacre, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou às autoridades mexicanas para iniciarem uma "guerra aos cartéis de drogas". "Se o México precisar ou pedir ajuda para se livrar desses monstros, os Estados Unidos estão prontos, dispostos e capazes de se envolver para fazer o trabalho de maneira limpa e eficaz", escreveu em sua conta no Twitter.

O presidente mexicano, Manuel López Obrador, por sua vez, disse que pretende conversar com seu homólogo americano sobre a tragédia. "Toda a cooperação necessária: é isso que vou dizer ao presidente Trump, e ver em que eles podem ajudar, mas cuidando da nossa soberania, assim como eles fazem e como todos os países fazem", declarou Obrador.

Da Ansa

Foi um massacre com requintes de crueldade. Nove membros de uma família de mórmons americanos - três mulheres e seis crianças - foram fuzilados e queimados na terça-feira (5), em uma estrada do Estado de Sonora. A chacina evidencia os erros da segurança pública do México, que se deteriorou sob comando do presidente Andrés Manuel López Obrador.

No primeiro semestre, 17 mil pessoas foram assassinadas no México - 5% a mais que o mesmo período de 2018, segundo o Sistema Nacional de Segurança Pública (SNSP), órgão ligado à secretaria de governo. Segundo projeções do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi), o país deve bater novo recorde este ano, superando os 30 homicídios por 100 mil habitantes - o triplo do que era em 2007, quando a guerra às drogas do presidente Felipe Calderón completou seu primeiro ano, e 75% a mais que 2015.

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O massacre ocorreu em plena luz do dia. Um dos sobreviventes, Julián LeBarón, contou que a família viajava em três carros entre duas comunidades na fronteira com os EUA, quando foram emboscados. Entre as crianças mortas, a mais velha era um garoto de 12 anos. As duas mais novas eram gêmeas de 8 meses. Depois de metralhado, um dos carros foi incinerado. Um dos meninos foi abatido quando tentava escapar.

Segundo autoridades locais, oito crianças sobreviveram. Algumas conseguiram se esconderam atrás de uma árvore. Outra, de 12 anos, caminhou alguns quilômetros até encontrar ajuda. "Nós não sabemos o porquê, não sabemos quem fez isso", disse Julián. "Todos estão em estado de choque."

Apesar de não haver pistas dos responsáveis, Obrador e seu ministro da Segurança, Alfonso Durazo, colocaram a culpa nos suspeitos de costume. "É uma zona de disputa entre diversos grupos criminosos", afirmou Durazo. "O comboio pode ter sido confundido por cartéis."

A violência logo ganhou a atenção de Donald Trump, que ofereceu ajuda a Obrador. "Agora é hora de o México, com a ajuda dos EUA, realizar uma guerra contra os cartéis e eliminá-los da face da Terra", tuitou o presidente. "Os cartéis ficaram tão grandes e poderosos que, às vezes, você precisa de um Exército para combater um exército."

No início, Obrador hesitou - aceitar ajuda de Trump pode ser um suicídio político no México - e disse que agiria "com independência e soberania". "Acho que não precisamos ter a intervenção de um governo estrangeiro", disse. Mais tarde, ele amenizou o discurso e conversou com o presidente americano por telefone sobre cooperação na fronteira.

O presidente mexicano está sob fogo cerrado por ter feito pouco para conter a violência desde que assumiu, em dezembro do ano passado. Durante a campanha, ele lançou a estratégia apelidada "abraços, não balas". Mas, depois que assumiu, o máximo que fez foi criar uma nova corporação, a Guarda Nacional, que manteve o caráter militar do combate às drogas - tática que carcomeu a popularidade de governos anteriores.

Em outubro, o Exército prendeu Oviedo Guzmán, filho do traficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, em Culiacán. Em poucas horas, o cartel de Sinaloa transformou a cidade em praça de guerra - 8 pessoas morreram. Reunido com o gabinete de Segurança Pública, Obrador decidiu soltar Oviedo, alegando querer preservar a segurança da população. "Nunca vamos optar por guerra. O que importa para nós é a vida das pessoas."

A decisão provocou uma onda de críticas, até do Exército, que sempre se manteve discreto no México. "Nós nos sentimos afrontados, enquanto mexicanos, e ofendidos, como soldados", disse Carlos Gaytán, general da reserva, sobre a libertação de Oviedo. "Os militares estão realmente incomodados", afirmou o cientista político Javier Oliva Posada, da Universidade Nacional Autônoma do México.

Já o massacre de crianças desta terça parece ter tirado do sério até seus mais fiéis eleitores. "Para que diabos votamos no senhor?", questionou o ator Gael García Bernal no Twitter. "Melhor que o governo assuma sua responsabilidade e faça o impossível para isso não se repita."

Analistas, no entanto, dizem que algumas causas do aumento da violência no México não têm relação direta com o presidente. A principal delas é a prisão ou morte de chefões do tráfico, como Chapo. A ausência de líderes fragmenta os cartéis e novas facções menores buscam ocupar o vácuo de poder recorrendo a ações violentas.

Outro fator, segundo especialistas, é o crescimento do mercado doméstico de consumidores de drogas, que favorece a expansão de gangues que lutam por território em grandes cidades. Em maio, a ONG Citizen’s Council for Public Security and Criminal Justice colocou cinco cidades mexicanas entre as seis mais violentas do mundo: Tijuana, Acapulco, Ciudad Victoria, Ciudad Juárez e Irapuato - todas com mais de 80 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Em Tijuana, a epidemia de homicídios chegou ao ápice, com 138 homicídios a cada 100 mil moradores. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Milhares de pessoas participaram, na noite desta quarta-feira (14), de uma vigíla em memória das vítimas do massacre de El Paso, onde um atirador matou 22 pessoas e feriu outras 26 em um supermercado no dia 3 de agosto.

A multidão, comovida, ocupou a maior parte da arquibancada do estádio de beisebol desta cidade do Texas, na fronteira com o México. O público era majoritariamente americano, mas muitos mexicanos cruzaram a fronteira para participar da vigília.

O atirador, um jovem branco de 21 anos armado com um fuzil de assalto, declarou aos investigadores que o ataque tinha como alvo os "mexicanos" que estavam no supermercado. 

Oito mexicanos morreram no ataque. Foram "injustamente atacadas pela cor de sua pele, sua cultura e seu idioma", disse em espanhol Jesús Seade, subsecretário para América do Norte da chancelaria mexicana, que participou da cerimônia com outros funcionários e políticos do país vizinho.

"Não deixaremos que o ódio provoque mais ódio", disse o governador do Texas, Greg Abbott, ao denunciar o "terrorismo doméstico".

O americano acusado de matar 22 pessoas em um hipermercado Walmart de El Paso, Texas, disse à polícia depois de ser detido que seu alvo eram os "mexicanos", segundo a declaração juramentada da ordem de prisão, revelada nesta sexta-feira (9).

O depoimento registrado na ordem de prisão do agressor, identificado como Patrick Wood Crusius, de 21 anos, indica que ele confessou ter cometido o massacre após se entregar às autoridades.

"Eu sou o agressor", disse em voz alta, levantando as mãos enquanto saía de seu veículo cercado pela polícia perto do Walmart.

Crusius foi preso e levado para a delegacia de polícia, onde ele abriu mão de seu direito de permanecer em silêncio ou de ter um advogado presente.

"O acusado declarou que, uma vez dentro da loja, abriu fogo usando seu AK-47, atirando em múltiplas vítimas inocentes. O acusado declarou que seu alvo eram os mexicanos", indicou o documento de acusação do suspeito, identificado como Patrick Crusius, de 21 anos, e que será indiciado por assassinatos múltiplos.

Segundo a imprensa, citando autoridades, antes de realizar o ataque, o jovem teria publicado um manifesto na internet denunciando uma "invasão hispânica" no Texas.

No manifesto, Crusius disse que estava "defendendo" os Estados Unidos "da substituição cultural e étnica causada por uma invasão".

El Paso faz fronteira com o município mexicano de Ciudad Juaréz e tem uma população de 680 mil pessoas, sendo que 83% delas são de origem hispânica.

Líderes políticos democratas nos EUA que disputam a indicação do partido para a candidatura a presidente em 2020 responsabilizaram diretamente, em programas de TV neste domingo, o presidente americano, Donald Trump, pelos dois massacres que ocorreram neste fim de semana no país, no Texas e em Ohio, que provocaram no total 29 mortes e 44 feridos.

Beto O'Rourke, ex-prefeito de El Paso, cidade no Texas onde um atirador matou 20 pessoas e feriu 24 cidadãos em um supermercado Walmart no sábado, destacou que a "retórica de ódio" de Trump incentiva o racismo e xenofobia e cria um ambiente de divisão nacional, no qual há apoio do presidente a pessoas defensoras da "supremacia branca". "Este presidente precisa parar com estas palavras que provocam um dano muito sério à coesão do país", disse.

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O senador Cory Booker, do Estado de New Jersey, apontou que Trump não pode mais fazer comentários contra negros e imigrantes, pois além ser uma postura errada e preconceituosa, que não pode ser adotada por ninguém, sobretudo o presidente dos EUA, ele como líder da nação acaba estimulando "extremistas" a provocar assassinatos. "É sabido que desde 11 de setembro, os atos de terrorismo por racismo e contra pessoas de origem de outras nações superam quaisquer outra forma de ataque em massa nos EUA."

Pete Buttigieg, prefeito de South Bend, no Estado de Indiana, também atacou afirmações racistas e contra imigrantes de Trump e destacou que o presidente precisa também trabalhar para viabilizar leis federais que coíbam o acesso por civis de armas normalmente utilizadas por policiais e militares, como metralhadoras e fuzis. Segundo ele, após cada massacre nos EUA as autoridades do governo Trump "dizem que agora será diferente" e destacou que depois do que ocorreu no Texas e Ohio se não houver novas normas sobre o tema não sabe o que mais será necessário para tornar realidade tais legislações.

Em defesa do presidente americano, Mick Mulvaney, chefe de gabinete em exercício na Casa Branca, disse que Trump trabalha para adotar medidas para evitar que pessoas desequilibradas emocionalmente possam adquirir tais armamentos pesados. "O presidente também é contra essas pessoas que acreditam na supremacia branca, que são pessoas doentes e ele os condena de forma explicita", apontou. "Os problemas de massacres precisam ser avaliados de uma forma social", disse, e destacou que não é justo responsabilizar Donald Trump por tais atos violentos.

Nove pessoas foram mortas e ao menos 16 ficaram feridas em Ohio no segundo tiroteio em massa em menos de 24 horas nos EUA. De acordo com relatos da polícia da cidade de Dayton, a ação de um atirador começou no distrito de Oregon às 1 da manhã deste domingo, e oficiais que estavam próximos do local conseguiram acabar com a ocorrência rapidamente. O tenente-coronel Matt Carper afirmou, entrevista coletiva, que o suspeito foi alvejado e morreu.

A polícia disse acreditar que havia apenas um atirador e ainda não identificou o suspeito ou um motivo para a ação. Carper disse que o suspeito usou uma arma longa e disparou várias vezes.

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A porta-voz do Hospital de Miami Valley, Terrea Little, afirmou que 16 vítimas foram recebidas no hospital, mas não informou suas condições. A porta-voz da Kettering Health Network, Elizabeth Long, disse que várias vítimas de um tiroteio foram levadas para hospitais do sistema, mas não revelou um número.

Com uma população de cerca de 140 mil habitantes, Dayton fica no oeste de Ohio. O distrito de Oregon é um bairro histórico que Carper descreveu como "uma parte segura do centro", onde estão instaladas opções de entretenimento, incluindo bares, restaurantes e teatros. "Isso é extremamente incomum, obviamente, para qualquer comunidade, quanto mais para Dayton", disse Carper. "No nosso distrito de Oregon, isso é inédito."

O tiroteio em Ohio aconteceu horas depois de um jovem ter aberto fogo em uma área comercial lotada de El Paso, no Texas, deixando 20 mortos e mais de 24 feridos. Poucos dias antes, em 28 de julho, um jovem de 19 anos matou três pessoas, incluindo duas crianças, no Gilroy Garlic Festival, no norte da Califórnia.

O tiroteio deste domingo em Dayton é o 22º assassinato em massa de 2019 nos EUA, de acordo com o banco de dados de assassinatos em massa da AP/USA Today/ Northeastern University, que rastreia os homicídios onde quatro ou mais pessoas morreram, sem incluir o infrator.

Fonte: Associated Press

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta terça-feira (30) que o Ministério comandado com ele vai enviar um auxílio de força tarefa ao estado do Pará.

Um confronto entre facções criminosas dentro do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, nesta segunda-feira (29) deixou 57 detentos mortos. O ocorrido é considerado um dos maiores massacres em presídios desde o ocorrido no Carandiru, em 1992. Na época, foram 111 detentos 

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"A pedido do Governo do Estado do Pará, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou ao DEPEN o envio de Força Tarefa de Intervenção Penitenciária - FTIP para atuar naquele Estado por 30 dias. Há ainda presídios naquele Estado que serão brevemente finalizados, melhorando o cenário. Vamos ajudar", disse Moro.

Após o ocorrido, o Gabinete de Gestão da Segurança Pública determinou a transferência imediata de 46 presos envolvidos no confronto. Entre os presos para transferência estão 16 detentos que foram identificados como líderes de facções.

Um tribunal da Nova Zelândia condenou nessa terça-feira (18), a 21 meses de prisão, um homem de 44 anos que redistribuiu a transmissão ao vivo do atentado supremacista de 15 de março contra duas mesquitas da cidade de Christchurch, onde 51 pessoas morreram.

Philip Arps, dono de uma empresa de isolamento térmico de Christchurch que se promove com imagens neonazistas e de supremacia branca, foi considerado culpado de duas acusações de distribuição de material inaceitável.

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Ele admitiu que enviou o vídeo a aproximadamente 30 pessoas. (Com agências internacionais)

Vinte e seis civis foram mortos nesta terça-feira por um grupo armado que atacou dois vilarejos no noroeste da República Centro-Africana - anunciou o chefe da Missão das Nações Unidas local (Minusca).

Trata-se do pior massacre cometido no país desde a assinatura, em 6 de fevereiro, de um acordo de paz entre o governo e 14 grupos armados.

"A Minusca condena nos termos mais fortes os assassinatos ocorridos nos vilarejos de Koundjili e Djoumjoum, com mais de 26 mortos e muitos feridos", tuitou o representante do secretário-geral das Nações Unidas na RCA, Mankeur Ndiaye.

O massacre ocorreu nessas duas aldeias localizadas a cerca de 50 quilômetros de Paoua, perto da fronteira com o Chade.

"Em 21 de maio, membros do grupo armado 3R (Retorno, Reclamações, Reconciliação) organizaram uma reunião com moradores dos vilarejos de Koundjili e Djoumjoum", segundo uma fonte da ONU.

"Quando os moradores apareceram para a reunião, elementos do 3R abriram fogo contra eles de forma indiscriminada, matando 12 civis em Koundjili, e 14, em Djoumjoum", acrescentou.

O grupo 3R assinou o acordo de paz de fevereiro. Em troca, seu líder, Bi Sidi Souleymane (conhecido como Sidiki), foi nomeado em 25 de março "conselheiro especial militar" do primeiro-ministro, responsável pela criação de unidades conjuntas associando membros das Forças Armadas (FACA) e grupos armados.

Preparado desde 2017 pela União Africana, o acordo assinado em fevereiro em Cartum é o oitavo desde o início da crise em 2013, marcada pela derrubada do presidente François Bozizé.

Nenhum dos acordos anteriores levou à estabilidade, em um país onde os grupos armados controlam 80% do território e lutam pelo controle dos recursos naturais.

Quase 25% das 4,5 milhões de pessoas da RCA foram forçadas a fugir de suas casas.

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O livro-reportagem "Encurralados na Ponte: O Massacre dos Garimpeiros de Serra Pelada", do jornalista e escritor Paulo Roberto Ferreira, será lançado nesta quarta-feira (22), a partir das 18 horas, na sede da Editora Paka-Tatu, localizada na rua Bernal do Couto, em Belém. A publicação traz atualizações sobre o massacre ocorrido em 29 de dezembro de 1987, quando garimpeiros protestavam na ponte rodoferroviária de Marabá, Sudeste do Pará, em busca de melhores condições de trabalho, e foram surpreendidos por violenta ação policial.

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Paulo Roberto, que acompanha os conflitos entre os garimpeiros e o governo federal desde 1984, voltou ao local do massacre 30 anos depois para apurar novos depoimentos de pessoas que sobreviveram à tragédia. A obra, de acordo com o jornalista, demonstra que o método usado no massacre de Eldorado do Carajás (1996) foi inaugurado com os garimpeiros nove anos antes: o encurralamento.

O jornalista revela também outros conflitos que ocorreram depois, inclusive no período do governo Fernando Henrique Cardoso, quando o Exército e a Polícia Federal ocuparam as ruas de Serra Pelada. Também mostra que as disputas entre garimpeiros e a mineradora Vale permanecem até hoje.

O livro trata ainda das desavenças entre as lideranças dos garimpeiros, que resultaram em mortes e golpes pelo controle da cooperativa. Segundo Paulo Roberto, todo o ouro extraído de Serra Pelada (quase 40 toneladas) não foi capaz de mudar o quadro de miséria que ainda predomina em Serra Pelada.

"É importante conhecer a história do massacre dos garimpeiros porque foi um episódio que ficou escondido devido a uma série de fatores. O primeiro foi que ocorreu nas vésperas do ano novo, época em que muitas pessoas viajam e não se ligam no noticiário. O segundo fator está relacionado à própria categoria garimpeira, um segmento que envolve muitos interesses, pois inclui trabalhadores avulsos, ou seja, fazem parte os grandes comerciantes (de Marabá, Imperatriz e até de Belém), que são os donos de barrancos, os meia-praças, que entravam com algum dinheiro (e portanto como sócios no negócio da extração do ouro) e a grande maioria, que eram os formigas, os carregadores de sacos de terra, que ganhavam por diária trabalhada. Muita gente ligada às organizações de defesa dos direitos humanos ficava cautelosa em defender uma causa que na maioria das vezes beneficiava prioritariamente os donos do capital", analisou o escritor.

Segundo Paulo Roberto, quando a tragédia aconteceu, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos (SDDH), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e os partidos de esquerda mostraram reações, mas não houve um acompanhamento e uma cobrança permanente, o que resultou no esquecimento do caso.

"A sociedade brasileira assiste estarrecida essa onda de eliminação das pessoas pelas milícias, o que representa um retrocesso em relação às conquistas obtidas com a Constituição Federal de 1988. Os conflitos no campo, com graves ameaças às lideranças dos trabalhadores rurais, também é algo preocupante. Daí a importância de se colocar na pauta nacional a necessidade de combate às formas autoritárias de solução de conflitos. O livro permite esse debate também", informou Paulo Roberto.

Por Ana Luiza Imbelloni.

Dezenas de pessoas se reuniram em torno do memorial em uma vigília na sexta-feira (19) à noite pelo 20° aniversário do massacre na Escola de Ensino Médio de Columbine, em Littleton, no Colorado.

Em 20 de abril de 1999, 12 estudantes e uma professora foram assassinados por dois adolescentes com várias armas e bombas de fabricação caseira. A dupla atacou a instituição, cujo nome se tornou uma triste referência para tiroteios em escolas.

Desde então, houve vários tiroteios em instituições de ensino nos Estados Unidos.

Apenas em 2018, 17 estudantes e professores foram mortos por um ex-aluno da Escola de Ensino Médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, no estado da Flórida, em fevereiro. Em dezembro de 2012, 27 pessoas - crianças em sua maioria - foram vítimas de outra tragédia desse tipo na Escola de Ensino Fundamental Sandy Hook, em Newton, Connecticut. Em 2007, na escola Virginia Tech, em Blacksburg, no estado da Virgínia, 32 morreram em um episódio similar.

Na sexta-feira (19), sobreviventes de Columbine, familiares e amigos se reuniram para relembrar a tragédia em Littleton. Acenderam velas, rezaram e depositaram flores junto às placas com os nomes de seus entes queridos. No memorial, na parte de dentro, uma das paredes contém biografias das vítimas gravadas no mármore. A parede externa enumera os feridos no ataque.

"Nunca se esqueçam", diz a inscrição na pedra. No início da semana, a sobrevivente Amanda Duran manifestou sua irritação com os persistentes tiroteios nas escolas. "Por 19 anos estive triste e de coração partido, mas agora o que eu realmente sinto é raiva", disse Amanda.

"Eu pensei que alguém fosse propor mais leis para as armas de fogo, ou que passariam a exigir testes psicológicos antes da compra de armas", desabafou Amanda, que tinha 15 anos no momento do ataque.

"Mas nada disso aconteceu, e isso me incomoda, me deixa furiosa", afirmou, em entrevista à AFP. As marcas do que ocorreu em Columbine continuam presentes.

A adolescente americana Sol Pais, de 18, obcecada com a tragédia em Columbine, provocou o fechamento de escolas e uma intensa busca policial em Denver, esta semana. Sol viajou da Flórida para o Colorado, onde comprou uma arma e munição. Foi encontrada morta na quarta-feira. Ela teria cometido suicídio.

Dean Phillips, agente especial responsável pelo escritório do FBI em Denver, disse que Sol havia feito comentários no passado que expressavam "uma obsessão" com Columbine e seus autores.

Homens armados mataram pelo menos 14 pessoas depois de forçá-las a descerem dos ônibus em que viajavam no Baluchistão, a mais instável das províncias do Paquistão, no oeste do país - informaram as autoridades.

Os agressores, que usavam uniformes de uma força paramilitar, "pararam os ônibus na estrada costeira de Makran e mataram 14 pessoas", declarou o ministro do Interior do Baluchistão, Haider Ali.

Os passageiros mortos "tinham identificações que não vinham do Baluchistão", disse Ali, acrescentando que dois oficiais, um da Marinha e outro da Guarda costeira, estavam entre as vítimas.

Outra autoridade administrativa confirmou o ataque e o balanço de vítimas.

Os ônibus viajavam entre as cidades de Karachi e Omara, na costa de Baluchistão, segundo o ministro do Interior.

Em nota divulgada por seu gabinete, o primeiro-ministro Imran Khan condenou os assassinatos.

Até agora, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, que aconteceu menos de uma semana depois de uma explosão suicida na capital provincial, Quetta, que matou 20 pessoas.

"Esses incidentes são intoleráveis e não perdoaremos os terroristas que cometeram esse terrível ataque", disse o ministro do Interior do Baluchistão, Mir Zia Langov.

Na fronteira com Afeganistão e Irã, a província do Baluchistão sofre com uma insurgência separatista e a violência islamista, que deixaram centenas de mortos nos últimos anos.

A Índia recorda neste sábado o centenário do massacre de Amritsar, uma das maiores atrocidades do período colonial britânico e pela qual o país ainda espera as desculpas de Londres.

O Alto Comissário (embaixador) britânico na Índia, Dominic Asquith, depositou uma coroa de flores durante uma cerimônia no monumento dos mártires de Jallianwala Bagh, um jardim cercado de muros onde aconteceu massacre na cidade de Amritsar, em Punjab.

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As marcas de tiros ainda podem ser observadas nos muros.

Na tarde de 13 de abril de 1919, soldados britânicos cercaram o jardim e abriram fogo contra milhares de homens, mulheres e crianças desarmados, que estavam reunidos para celebrar o Baisakhi, uma festa organizada na região norte da Índia.

Amritsar era na época cenário de manifestações violentas contra as detenções e o reforço dos poderes repressivos das autoridades britânicas após a I Guerra Mundial.

O balanço exato do episódio, que exaltou os partidários da independência, é incerto. Os arquivos do período colonial citam 379 mortos, mas os números indianos mencionam quase mil.

Na quarta-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou na Câmara dos Comuns que o massacre representa "uma vergonhosa cicatriz na história indiano-britânica".

"Lamentamos profundamente o que aconteceu e o sofrimento provocado", disse May, que assim como seus antecessores se recusou a pedir desculpas.

O ministro chefe de Punjab, Amarinder Singh, considerou as palavras de May insuficientes e pediu "desculpas oficiais claras".

Na sexta-feira, milhares de pessoas com velas participaram em uma vigília antes da cerimônia de sábado.

A imprensa indiana reiterou esta semana a exigência por desculpas britânicas por este massacre que Winston Churchill, então secretário de Estado para a guerra, chamou de "monstruoso".

"Mesmo no ano do centenário do massacre, a Grã-Bretanha se recusou a dar este passo importante", afirmou o jornal Hindustan Times em um editorial, no qual também considerou que a declaração de May "era talvez um pouco mais forte qualitativamente [...] mas longe de ser suficiente".

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, citou uma "tragédia horrível" e escreveu no Twitter que a recordação das vítimas "nos estimula a trabalhar ainda mais pela construção de uma Índia da qual (as vítimas) estariam orgulhosas".

O líder da oposição Rahul Gandhi, presente em Amritsar, mencionou no Twitter "um dia tristemente conhecido que comoveu o mundo inteiro e mudou o curso da luta pela liberdade indiama".

A Índia celebra eleições legislativas desde quinta-feira e até 19 de maio.

Um adolescente de 17 anos acusado de participar do planejamento do ataque contra a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, tem nesta quinta-feira (4) mais uma audiência no fórum do município, na Grande São Paulo. Na semana passada, ele acompanhou a primeira audiência de instrução do processo, quando foram ouvidas testemunhas de acusação e de defesa. O caso segue em segredo de Justiça.

O jovem é acusado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de ser um dos mentores do ataque. Ele foi apreendido no último dia 19 e está em uma unidade da Fundação Casa. Ele pode permanecer internado por até 45 dias, e, após esse prazo, a Justiça deverá se pronunciar a respeito de uma sentença definitiva, que pode durar no máximo três anos.

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O advogado Marcelo Feller, defensor do adolescente apreendido na semana passada, nega que o jovem tenha qualquer ligação com o crime. Ele diz que o rapaz realmente fantasiou atacar a escola com um dos autores do massacre, também de 17 anos, em 2015, quando ambos tinham entre 13 e 14 anos.

Porém, ainda segundo o advogado, os dois brigaram em outubro daquele ano, voltando a se falar somente em outubro de 2018. De acordo com o defensor, o adolescente apreendido não acreditava que o amigo pudesse realmente fazer o atentado.

O ataque

O atentado contra a escola, na manhã do dia 13 de março deste ano, foi provocado por dois ex-alunos - um de 17 anos e um de 25 - encapuzados e armados. Dez pessoas morreram: duas funcionárias da escola, cinco alunos, um comerciante que era tio de um dos atiradores e os dois atiradores. O atentado deixou ainda 11 feridos.

O único estudante que ainda estava internado após o crime recebeu alta médica na última terça-feira (2). O estudante, de 15 anos, estava na enfermaria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista.

Um Projeto de Lei (PL) protocolado pelo deputado do PSL, Júnior Bozzella, está causaudo revolta nos gamers brasileiros. O parlamentar, filiado ao mesmo partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, quer criminalizar os jogos violentos no país.

No site da Câmara é possível conferir a PL 1577/2019 e suas diretrizes, que pretende coibir o desenvolvimento, a importação, venda, cessão, o empréstimo, a disponibilização ou o aluguel de aplicativos ou jogos eletrônicos com conteúdos que incitem comportamentos violentos.

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Para o deputado, a causa dos recentes massacres envolvendo jovens, como o caso da escola de Suzano, teria relação direta com os jogos eletrônicos. “Ao menos em parte, essa banalização da vida e da violência pela população jovem é advinda pelo convívio constante com jogos eletrônicos violentos”, informa trecho da PL.

A pena para quem infringisse a Lei, caso aprovada, seria de detenção de três a seis meses ou multa. Caso fosse praticado na internet ou em outros meios de comunicação de massa, a penalidade seria triplicada.

Estudos provam o contrário

No último mês de março uma pesquisa feita pelo Oxford Internet Institute chegou à conclusão que os comportamentos agressivos dos jovens não estão associados ao tempo que eles dedicam a jogos classificados como violentos. A pesquisa, que foi publicada na Royal Society Open Science, coletou dados de jovens britânicos que consumiam esse tipo de game.

Na internet

Nas redes sociais a proposta do deputado não está sendo bem aceita pelos usuários. Diversas pessoas acessaram a página do Facebook do parlamentar para demonstrar sua insatisfação com a medida. A primeira publicação do perfil, que não tem relação com a proposta, já consta com mais de 800 comentários, quase todos contrários ao Projeto de Lei.

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