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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o papel de sua pasta é viabilizar o cumprimento dos objetivos de outros ministérios. Ele participa de evento em Itaquera, na zona leste de São Paulo, em área que vai abrigar o empreendimento Copa do Povo, obra do Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Também estavam presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, deputado federal Guilherme Boulos.

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Em seu breve discurso, Haddad disse que o governo trabalha para melhorar os indicadores de emprego e inflação, aumentar o número de jovens em universidades, crianças na escola, médicos em postos de saúde, e acrescentou: "esse é o papel do Ministério da Fazenda, viabilizar que outros ministérios consigam cumprir seus objetivos".

Haddad também acenou a Boulos ao dizer que, quando foi prefeito de São Paulo, o atual deputado foi um dos que sempre chamaram atenção à necessidade de moradias populares na periferia da cidade.

O ministro da Fazenda também aproveitou o discurso para ressaltar o pragmatismo do governo em decisões recentes.

"Hoje saiu na imprensa que o Brasil votou a favor da Argentina para conseguir empréstimo e superar crise, e todo mundo sabe que o atual presidente da Argentina ofendeu o presidente Lula durante a campanha. Mas nem por isso o Brasil governado pelo presidente Lula deixou de apoiar o povo da Argentina", disse Haddad.

Ele também mencionou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve em Brasília e agradeceu Lula por um empréstimo de R$ 10 bilhões que financiará linhas de trem e metrô no Estado.

O ex-presidente da República e candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a prometer um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em sua gestão, caso seja eleito.

"Em primeiro de janeiro, chamarei todos os governadores para definirmos prioridades em infraestrutura. Precisamos discutir um novo PAC com governadores e prefeitos para a economia voltar a crescer", disse Lula neste domingo, 9, em coletiva de imprensa realizada em Belo Horizonte.

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Ele voltou a falar também na retomada do Minha Casa Minha Vida e a ampliar investimentos em saneamento. "Vamos voltar a fazer Minha Casa Minha Vida e vão poder pintar a casa da cor que quiserem", disse Lula, em comparação com o atual programa do governo Bolsonaro, "Casa Verde e Amarela".

Lula também defendeu a participação dos bancos públicos em infraestrutura e no crédito para microempreendedores. "Banco do Brasil, Caixa e BNDES vão financiar infraestrutura e pequenos empresários. O Banco do Brasil vai deixar de financiar só a agricultura e vai financiar também microempreendedores. Vamos financiar cooperativas, desde cooperativa de catadores", afirmou.

Estratégia de campanha no segundo turno

Não tendo ganhado as eleições presidenciais no primeiro turno, o ex-presidente afirmou que o resultado foi "porque uma parcela da população não quis". Na coletiva de imprensa em Belo Horizonte, o petista voltou a lembrar sobre não ter ganhado eleições anteriores em primeiro turno. "Respeitosamente tenho que admitir que nunca ganhei no primeiro turno", disse.

Lula afirmou também que o resultado das urnas será respeitado. "Quem tiver mais votos levará. O resultado será acatado."

Para ele, a polarização vai continuar refletindo no segundo turno. "Esta é uma das campanhas mais polarizadas da história do País. Os votos estão definidos e polarizados. Vamos tentar ganhar votos da abstenção."

Também voltou a pedir que a militância não aceite as provocações dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, seu adversário. "Serão dias tensos", pontuou.

Confiança

Lula voltou a afirmar que está confiante com a vitória da eleição. "Acho que vamos ganhar porque há tendência do povo brasileiro de que podemos fazer mais que outro candidato (o presidente Jair Bolsonaro)."

Com relação às pesquisas, que têm sido criticadas por Bolsonaro e aliados, o ex-presidente observou que elas "servem para fazer avaliação e ver comportamento" e disse que candidatos nunca aceitam pesquisas que o mostram perdendo o pleito .

O presidente da República Michel Temer (MDB) passou por um momento de constrangimento nesta sexta-feira (14). Segundo o jornal O Globo, o emedebista prestigiou a entrega de chaves de 528 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, em Guaratinguetá, interior de São Paulo. Durante o discurso, os moradores gritaram o nome do ex-presidente Lula. 

Na plateia, toda vez que o nome do programa criado na gestão petista era citado no microfone, as pessoas entoavam o nome “Lula”. Para evitar maiores problemas, Temer que costuma fazer longos pronunciamentos, apenas falou por quatro minutos. 

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Durante coletiva de imprensa, após o evento, ele se mostrou tranquilo em relação ao ocorrido. “É natural, estamos em período eleitoral. É natural que as pessoas torçam por seus candidatos. Embora o Lula não seja candidato, o candidato é Haddad”, desconversou. 

O presidente, durante a entrevista, garantiu que a emenda do teto de gastos, aprovada em seu governo, não irá prejudicar o lançamento de novos empreendimentos. Segundo ele, foram entregues mais de 700 mil casas em dois anos de gestão e mais de 30 mil a entregar. Ainda afirmou que há uma sobra de “quase R$ 20 bilhões” para investimentos no setor habitacional. 

 

Em um estilo informal, sem gravata, e com uma mensagem de "fim de ano", o presidente Michel Temer divulgou nesta quarta-feira, 20, nas redes sociais o vídeo que gravou no último domingo no Palácio da Alvorada e que será transmitido hoje nos eventos do Dia Nacional do Minha Casa, Minha Vida. Temer iria participar de uma cerimônia em Alagoas, mas, em razão de recomendações médicas, preferiu cancelar a viagem.

Na mensagem, o presidente diz que hoje é um dos dias "mais importantes" do seu governo porque com a entrega da casa própria ele está realizando "o sonho de milhares de brasileiros de ser dono da sua casa". "Ao todo são mais de 20 mil famílias realizando esse sonho", disse o presidente. Segundo o governo, ao todo 30 municípios em 14 Estados terão solenidades para marcar a entrega de 21 mil unidades habitacionais.

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Com um discurso similar ao que era usado pela ex-presidente Dilma Rousseff em eventos do Minha Casa, Minha Vida, Temer destaca que as chaves das residências serão entregues às mulheres. "Eu quero dar destaque e reverenciar aqui as mulheres que assumem a condição de chefe de família. Mulheres que, além de trabalhar fora para garantir o sustento e o bem estar dos seus, ainda acumulam as tarefas domésticas", disse. "E que por direito e merecidamente como chefes de família e dona de casa agora são as donas da casa, senhoras de um lar", completou.

O presidente disse ainda que trabalha para que 2018 seja um ano melhor para os brasileiros, destacou que a inflação e os juros estão em queda e que o emprego está aumentando. "O País está melhorando e, com programas sociais, estamos juntos encerrando este ano com chave de ouro", afirmou.

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Durante evento, realizado na tarde desta segunda-feira (6), com o objetivo de anunciar novas medidas para o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), o ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que o programa sofreu uma forte paralisação, no ano de 2015, mas, que foi retomado após o presidente Michel Temer (PMDB) assumir o mandato. “Além de mantermos, ele [programa] se revigora com nova esperança nos compromissos que assumimos hoje”, disse.

O ministro ainda disse que as novas medidas irão gerar emprego e melhor qualidade de vida para as pessoas. “Em poucos meses de governo, sobre esse importante programa de habitação, Temer entregou habitação para aqueles que não têm. Também é um pacto firmado entre o governo e o setor da construção civil”, enalteceu. 

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Entre as ações que serão apresentadas estão a contratação de novas unidades habitacionais, o reajuste de renda dos beneficiários do programa e a ampliação do teto dos imóveis por recorte territorial e localidade. 

 

A Caixa anuncia os primeiros contratos para a faixa 1,5 do Minha Casa Minha Vida, com investimento total de R$ 298,4 milhões. De acordo com comunicado do banco, serão construídas 2.674 unidades habitacionais, prevendo beneficiar 10,6 mil pessoas nos estados de Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Segundo o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, "uma parte da população que não estava sendo atendida será contemplada com a faixa 1,5". No total, a Caixa pretende contratar 40 mil novas unidades habitacionais ainda este ano nessa faixa, cuja característica é de até R$ 45 mil de subsídio conforme o município e juros de 5% ao ano.

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O cliente deve atender às demais condições de análise do crédito previstas nas faixas 2 e 3. O teto, diz a Caixa, para o financiamento varia de acordo com a região. Conforme o município, o valor vai de R$ 70 mil a R$ 135 mil. O subsídio também varia de acordo com o local em que o empreendimento está sendo construído. O financiamento, com recursos do FGTS, poderá ser feito em até 360 meses (30 anos).

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, afirmou nesta quinta-feira, 11, que o governo vai contratar mais de 600 mil unidades do programa Minha Casa Minha Vida em 2017. Ele se comprometeu a zerar o estoque de obras paradas do programa num prazo de dez meses.

De acordo com Araújo, serão 40 mil imóveis da faixa 1,5, 400 mil das faixas 2 e 3, 100 mil do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), 35 mil para entidades rurais e 35 mil entidades urbanas.

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O ministro participou de evento com empresários do setor de construção no Palácio do Planalto, onde foi anunciada a retomada das obras de 10 mil unidades, além da nova faixa 1,5 para famílias com renda de até R$ 2.350.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciará nesta quinta-feira, 11, em cerimônia que está sendo realizada no Palácio do Planalto com empresários do ramo da construção e com a presença do presidente em exercício, Michel Temer, que a pasta vai retomar 10 mil unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A estratégia é um esforço de mostrar que o governo está empenhado em "retomar obras paradas", como tem defendido Temer.

Araújo também anunciará a contratação de unidades na nova faixa 1,5 do programa, atendendo famílias com renda bruta mensal limitada a R$ 2.350. Segundo a pasta, na nova modalidade, a família contará com subsídios de até R$ 45.000, conforme renda e localização do imóvel, além de juros reduzidos. Para a faixa 1,5, de acordo com os dados do Ministério das Cidades, estão destinados recursos no total de R$ 3,8 bilhões.

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O ministro anunciará também o compromisso do governo de retomar obras. Segundo o balanço do ministério, o governo afastado da presidente Dilma Rousseff deixou 50,2 mil resistências com obras paralisadas.

Com a suspensão das faixas que atendem os mais pobres, o Minha Casa Minha Vida (MCMV) vai deixar de gerar R$ 70 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) em três anos, até 2018. Desde que a terceira etapa do programa começou, em janeiro de 2016, a população que mais precisa ficou de fora. As contratações da faixa 1, que beneficia as famílias que ganham até R$ 1,8 mil, estão suspensas desde 2015 e não foram retomadas. A faixa 1,5 - que contemplaria famílias que ganham até R$ 2.350 por mês - sequer chegou a sair do papel.

O jornal O Estado de S. Paulo mostrou, na edição de domingo, dia 17, que a suspensão de novas contratações e a paralisia das obras do programa atingem 6,1 milhões de famílias em todo o País, número estimado para os que precisam de moradia digna. O MCMV foi criado, em 2009, justamente para combater o déficit habitacional, mas a interrupção do programa deve reverter a tendência favorável dos últimos anos.

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Além do aspecto social de atendimento da demanda habitacional da população de baixa renda, a paralisia do programa tem efeito econômico. No caso do emprego, se o programa seguir sem as duas faixas vão deixar de ser geradas 1,3 milhão de vagas, das quais 660 mil diretamente nas obras e outras 682 mil ao longo da cadeia, segundo o estudo "Perenidade dos programas habitacionais", da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em momento de frustração de recursos para o cumprimento das metas fiscais, a descontinuidade dessas duas faixas também afetaria a arrecadação em R$ 19 bilhões nos três anos.

Se o programa todo parasse (incluindo as faixas 2 e 3, direcionadas para famílias com renda de até R$ 3,6 mil e R$ 6,5 mil, respectivamente), o impacto total seria da ordem de R$ 145,7 bilhões ao longo do período das obras, estimado em três anos. Esse valor corresponderia a 2,5% do PIB.

A meta do governo da presidente afastada Dilma Rousseff era contratar 2 milhões de moradias até 2018 - número que foi revisto de 3 milhões de unidades da promessa de campanha à reeleição. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que não assumiu a meta do governo anterior. Segundo ele, em 2016, devem ser contratadas 400 mil unidades das faixas 2 e 3. O ministro prometeu lançar a faixa 1,5 em agosto deste ano e contratar entre 40 mil e 50 mil unidades neste ano. As contratações da faixa 1, porém, só vão retornar quando as obras já contratadas forem concluídas.

Obras

Com o MCMV, o setor da construção se transformou em um dos protagonistas da economia. No entanto, em 2015, o impacto do programa na geração de renda e emprego diminuiu com o fim de parte significativa das obras e o reduzido número de contratações. O PIB da construção registrou retração de 7,6% e o total de empregos com carteira assinada atingiu 2,9 milhões de trabalhadores, patamar semelhante ao do início de 2010. A projeção da FGV para o PIB da construção neste ano é de nova retração, da ordem de 5% ao ano.

"As construtoras especializadas na faixa 1 estão encolhendo", afirma José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Para ele, o programa não voltará a contratar no mesmo ritmo, dada à situação fiscal. A aposta dele é que a faixa 1,5 - prometida como a grande novidade do MCMV 3 e que não saiu do papel - consiga alavancar as contratações, com menos gastos para o governo, já que a faixa utiliza recursos do FGTS.

As empresas desses empreendimentos que beneficiam os mais pobres - com subsídio de até 95% do valor do imóvel - precisam seguir exigências distintas do que é pedido nas outras faixas. As construtoras vendem ao governo federal um empreendimento completo, por meio dos bancos oficiais que fazem os pagamentos de acordo com a construção. Os beneficiários são escolhidos pelas prefeituras. Nas outras faixas, as construtoras usam recursos próprios ou outros tipos de financiamentos, seguindo as características e preços do programa.

Construtoras

A paralisia do Minha Casa para as famílias mais pobres está obrigando as construtoras que se especializaram no programa a voltarem ao mercado de incorporação imobiliária.

No Maranhão, o programa de habitação popular já respondeu por até 90% do faturamento das construtoras. Hoje, essa parcela varia entre 10% e 20%, segundo Osvaldino Pinho, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Maranhão (Adenima). "Os atrasos deixaram as empresas com um pé atrás em relação ao governo", diz Pinho. As construtoras da faixa 1 do Minha Casa trabalhavam com a expectativa de pagamento pontual do governo federal de acordo com o andamento da construção. O atraso de até três meses para receber uma fatura inviabilizou a continuidade das obras já que as empresas operavam com pouco capital para fazer o pagamento aos fornecedores e funcionários. Sem o Minha Casa, não há outra alternativa a não ser voltar ao mercado e brigar com concorrentes de peso, como Gafisa, Cyrela e PDG.

Dono da Lastro, Pinho espera a volta dos pagamentos para retomar as obras do empreendimento que toca em Imperatriz junto com outras duas construtoras. Segundo o Ministério das Cidades, a retomada das obras das mais de 50,1 mil unidades habitacionais que estão paradas em todo o País deve levar um ano e custará R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.

Em São Luís, as obras de 3 mil unidades do Residencial Mato Grosso foram retomadas no início do mês. O conjunto ficou parado por nove meses e só estará concluído em julho de 2018. A notícia de que as empresas voltariam a contratar levou 800 homens para a frente do canteiro em busca de emprego. Eles foram dispensados pois, segundo engenheiro responsável, Arie Araújo, os 70 operários contratados eram suficientes para manter a construção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, disse que o banco vai retomar "imediatamente" as obras de 80 mil unidades do Minha Casa Minha Vida que estão paradas.

Occhi disse que, na semana que vem, terá uma reunião com o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e com o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, para estabelecer a retomada dessas obras. A maioria dessas 80 mil moradias pertence à faixa 1 do programa, destinada às famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil.

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Assim que assumiu o ministério, Araújo colocou em suspensão as contratações da modalidade "entidades". O ministro também disse ao jornal O Estado de S. Paulo que revisaria a meta da presidente afastada de contratação de 2 milhões de moradias até 2018.

"Vamos colocar o pé no acelerador, voltar a fazer os investimentos e acelerar o que é possível fazer", afirmou, depois da posse dele no Palácio do Planalto. A retomada das obras, segundo Occhi, atingirá não apenas os empreendimentos do Minha Casa Minha Vida mas também outros projetos que estavam paralisados com a indefinição do comando do banco.

Occhi reafirmou a projeção do banco de liberar cerca de R$ 91 bilhões em financiamentos imobiliários em 2016, praticamente o mesmo valor do ano passado. Segundo ele, a Caixa e a equipe econômica estudam outras fontes de recursos para os empréstimos à casa própria, tendo em vista a fuga de dinheiro da caderneta de poupança.

Segundo ele, o governo tem expectativa de que haverá redução dos juros básicos neste ano, o que deve fazer com que a caderneta volte a ter uma certa atratividade. Ele lembrou que o FGTS fez um aporte de dinheiro R$ 21,7 bilhões para as linhas de financiamento imobiliários em 2016. A Caixa tem 67% do mercado de crédito à casa própria, afirmou.

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse que, se confirmada a suspensão de novos contratos do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, "vai ter uma explosão de ocupações em todo o País". Para Boulos, a divulgação sobre o cancelamento de novas construções "foi um ataque brutal" do governo do presidente em exercício Michel Temer. "A política de moradia foi a primeira vítima dos cortes do programas sociais. Vamos fazer intensas e contundentes mobilizações nos próximos dias. Em breve, vai ter uma explosão de ocupações em todo o País, uma onda que vai começar em breve por São Paulo."

Na quinta-feira, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, chegou a afirmar ao Estadão que o programa passará por um "aprimoramento", mas ontem recuou e disse em nota que tem compromisso com a continuidade do MCMV. Araújo acrescentou que está sendo "cauteloso" para avaliar a meta que o governo Temer vai estabelecer na terceira fase do programa. "O que estamos fazendo é sendo cautelosos, avaliando o que nos permite prometer para que não possam ocorrer falsas esperanças, iremos trabalhar arduamente para que possamos fazer o melhor para a população."

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Segundo Boulos, a resposta dos movimentos de moradia vai ser nas ruas. "É uma reação. Milhares de pessoas estavam segurando a onda, aguardando sua vez por novas moradias. Você achava que essas pessoas vão para casa chorar? Elas vão reagir", destacou o coordenador do MTST e da Frente Povo Sem Medo, que reúne organizações ligadas a movimentos sociais.

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse ontem que "não há como atingir a meta do Minha Casa Minha Vida sem o Minha Casa Minha Vida". Mesmo com a suspensão dos novos contratos, Haddad garantiu que a Prefeitura está "preparada" para atingir a meta de 55 mil unidades habitacionais, fixada no início do mandato do petista, em 2013.

"A Prefeitura comprou terreno, licenciou os empreendimentos e está disposta a subsidiar cada unidade construída aqui em até R$ 20 mil pelo Minha Casa Paulistana", afirmou, acrescentando que foram investidos R$ 730 milhões em desapropriações de terrenos para o programa. Embora tenha mostrado abertura para alternativas além do MCMV, Haddad sublinhou que os investimentos do programa federal são necessários para alavancar as construções na capital paulista.

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O ministro da Cidades, Bruno Araújo, disse que o governo estuda a criação de um programa habitacional e de saneamento que, por meio de parcerias público-privadas (PPPs), beneficiará parcelas da população que atualmente não são atendidas pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Em entrevista à Agência Brasil, o ministro reiterou que o Programa Minha Casa, Minha Vida vai continuar "firme e forte", negando que será suspenso.

“[Ainda] Não estamos anunciando um novo programa, mas equipes técnicas estão sendo formadas no ministério para estudar medidas de captação do capital privado em habitações e saneamento. Quando esse desenho de programa estiver pronto e tiver autorização da Presidência da República vamos, em um outro momento, apresentar esse modelo de programa que, apesar de nada ter a ver [diretamente] com o Minha Casa, Minha Vida, poderá funcionar como linha de reforço auxiliar dele, tendo-o como linha mãe”, antecipou à Agência Brasil o ministro.

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Segundo Bruno Araújo, esse reforço para a construção e entrega de mais unidades habitacionais, com perfil diferenciado do programa original, seria feito por meio de PPPs. “A iniciativa privada seria chamada para receber terrenos e construir unidades para a população. E ela [a iniciativa privada] exploraria serviços comerciais vinculados às unidades. Esse é apenas um exemplo de formas para trazer recursos da iniciativa privada a fim de prover mais alternativas de habitação e saneamento para a população”, disse.

Mas neste momento, disse o ministro, o mais importante é que o programa está preservado. “Da minha parte, não há hipótese nenhuma de suspensão do Minha Casa, Minha Vida, a não ser que venha por meio de alguma autorização de instituição superior que encontre fundamentos para isso. Mas não vejo essa possibilidade nem no TCU [Tribunal de Contas da União] nem em nenhum outro órgão. Até porque o programa faz bem à sociedade brasileira, à produção do emprego e à autoestima do cidadão que sonha com sua propriedade”.

Primeiras impressões

Após as primeiras impressões que teve em relação ao ministério, Araújo disse que o desafio será grande. “Encontrei um quadro de colapso das contas públicas e um volume de obras em andamento e prometidas ao Brasil que eram incompatíveis com os recursos e com o poder da sociedade em pagar essas contas”, disse o ministro. “A falta de planejamento impossibilitaria a sociedade de cumprir, no tempo que gostaria, essas obras. Agora vamos ter de apostar no crescimento da economia para ter base de recursos a fim de dar segmento às ações. Enquanto isso, vamos buscar, com gestão, qualidade e redução de custos, ajudar a viabilizar recursos”.

Para compensar a falta de recursos e aperfeiçoar o programa, Araújo pretende melhorar as normas técnicas e “retirar as amarras burocráticas que vão parar no preço do imóvel”. As metas, acrescentou o ministro, só serão apresentadas após a equipe técnica concluir as análises. De acordo com Bruno Araújo, a expectativa é que um diagnóstico seja apresentado até o final do mês ou no início de junho.

“Temos muitas unidades prontas precisando ser ocupadas, inclusive por usuários que já estão pagando as prestações. Vamos levar esse volume e esses dados ao presidente para fazer encaminhamentos o mais rápido possível e permitir que esses brasileiros com imóvel pronto não fiquem do lado de fora contemplando algo que já é seu. Vamos rapidamente buscar uma solução para isso”.

Construção Civil

Na avaliação do ministro, além de diminuir o déficit habitacional do país, o Minha Casa, Minha Vida poderá também ajudar o governo a diminuir o desemprego e a reativar a economia. “Faço uma aposta de que, no caso específico do Minha Casa, Minha Vida, além do forte componente social de entregar unidades habitacionais para o brasileiro que sonha com seu imóvel, será uma forma mais rápida de injetar emprego na economia, de estancar esse processo de aumento do desemprego, e de fornecer acesso ao mercado de trabalho de forma muito rápida”, disse. “Essa é a defesa que farei junto à equipe econômica, para garantir, ao programa, recursos do Orçamento da União, compatibilizados com o FGTS”.

O governo do presidente em exercício, Michel Temer, abandonou a meta traçada pela presidente afastada Dilma Rousseff de contratar 2 milhões de moradias do Minha Casa Minha Vida até o fim de 2018, disse o ministro das Cidades, Bruno Araújo. Ao jornal O Estado de S. Paulo, ele afirmou que toda a terceira etapa do programa - e não apenas a modalidade Entidades - está suspensa e passará por um processo de "aprimoramento".

Araújo estimou em 40 dias o tempo necessário para fazer um raio X da principal vitrine de seu ministério. Segundo o ministro, a nova meta para o Minha Casa vai depender da análise das contas públicas a cargo da equipe econômica de Temer, chefiada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "É preferível que identifiquemos os reais limites do programa e que os números anunciados sejam o limite de contratação", afirmou. Segundo ele, "metas realistas" não geram expectativas falsas tanto nos empresários - que precisam fazer o planejamento pelo tamanho do programa - como para os beneficiários.

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Dilma Rousseff anunciou o MCMV 3, pela primeira vez, em julho de 2014, na véspera do início da campanha eleitoral, na comunidade do Paranoá, em Brasília. Naquele dia, prometeu construir 3 milhões de moradias até o fim de 2018, número que foi repetido na campanha e no início do segundo mandato. Posteriormente, recuou para 2 milhões de unidades, com investimentos de cerca de R$ 210,6 bilhões, sendo R$ 41,2 bilhões do Orçamento-Geral da União.

A terceira etapa do programa, porém, não engatilhou, e o ministro diz que todas as condições serão reavaliadas, até mesmo a grande novidade - a criação da faixa intermediária, batizada de faixa 1,5 - que nunca saiu do papel. Ela beneficiaria famílias que ganham até R$ 2.350 por mês, com subsídios de até R$ 45 mil para a compra de imóveis, cujo valor pode chegar a R$ 135 mil, de acordo com a localidade e a renda. Além do "desconto", os juros do financiamento, de 5% ao ano, também seriam subsidiados com recursos do FGTS.

O ministro disse que vai propor a Temer fazer uma cerimônia simbólica para inaugurar, simultaneamente, as moradias do programa que estão prontas, mas que aguardavam a agenda de ministros para eventos de inauguração. De acordo com a Caixa, 46,2 mil moradias da faixa 1 do programa (que atende famílias que ganham até R$ 1,8 mil) estão com as obras concluídas, em fase de legalização para serem entregues aos beneficiários.

Dessas, 15,5 mil estão localizadas em cidades do interior, com menos de 50 mil habitantes. Ainda segundo o banco, desde que foi criado, o programa já contratou 1,73 milhão de moradias na faixa 1, das quais 967 mil foram entregues. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse ao jornal O Estado de S. Paulo ter orientado a Caixa a suspender emendas e contratos do ministério até ele ter "clareza" sobre seu orçamento. Com isso, poderia ter espaço para "escolhas" ao longo do ano.

Ainda com os quadros que tinha no gabinete da Câmara dos Deputados espalhados pela mesa da sede do ministério, Araújo afirmou que é importante uma "sincronia" com as vice-presidências do banco estatal que tocam os programas do governo, como o Minha Casa Minha Vida. A seguir, os principais trechos da entrevista.

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O sr. encontrou muitos esqueletos no ministério?

No primeiro momento, na sexta-feira, fomos surpreendidos. Uma das principais áreas temáticas do ministério é a habitação. Havia uma decisão técnico-política importante tomada sobre o Minha Casa Minha Vida Entidades, uma modalidade que representa um porcentual pequeno do programa, mas é instrumento de conexão com parte da sociedade, que são organizações não governamentais. Mudanças substanciais foram tomadas por um governo que estava sendo afastado. Nas demais áreas, não começamos a fazer a ocupação técnica para ter clareza. Tem um estoque muito grande de coisas a aprofundar. Diretrizes que estou dando para a minha equipe: tirar amarras ideológicas e burocráticas, o que dá para fazer com uma gestão mais eficiente. Se não tem dinheiro, tem de dar mais eficiência.

O documento "A Travessia Social" defende que o Minha Casa tenha foco nos pobres. Michel Temer detalhou de que forma?

Não tivemos uma conversa dessa amplitude. Ele me pediu o zelo pela manutenção dos programas sociais. Recebi o convite na quarta-feira às 19 horas e tomei posse na quinta-feira. Num processo normal de transição democrática, a eleição é em outubro e a posse, em janeiro. Tem um processo de desenvolvimento para já entrar com uma equipe. Aqui, entrei com o chefe de gabinete. Leva um tempo para estabelecer.

A última meta de Dilma era contratar 2 milhões de moradias até 2018. E a do governo Temer?

Só teremos clareza quando tivermos o real estado da Nação, apresentado pela equipe econômica. A apresentação do déficit das contas públicas é a certidão de nascimento deste governo. É a referência. Se o Senado decidir pelo afastamento definitivo da presidente, ao fim de 2018 vamos poder fazer a comparação com o retrato que tivermos agora. Em relação a dimensionar tudo isso, precisaremos da clareza do diagnóstico orçamentário. Orientamos a Caixa a suspender algumas emendas e alguns contratos para que nos fosse dado o direito de avaliar como é a situação do ministério até 31 de dezembro, para nos dar espaço para as escolhas ao longo do ano.

O sr. está dizendo, então, que não há meta sem o diagnóstico?

Precisamos do diagnóstico completo da equipe econômica e a clareza interna de como ficou a execução orçamentária até aqui. Só devemos ter um desenho da situação interna ao longo da semana que vem. Precisamos compatibilizar com o diagnóstico que será feito com a equipe econômica. A partir daí, teremos elementos para o planejamento. Como vamos nos portar com essa tendência da economia em relação a entregar as metas que estavam definidas. O governo anterior sempre foi expert em superestimar informações boas e subestimar dados ruins.

O MCMV 3 tinha sido promessa da campanha à reeleição, com aumento das prestações e criação de nova faixa, entre outras novidades. Tudo será revisto?

O programa deve ser aperfeiçoado. Se chegarmos a um diagnóstico de que o MCMV 3 adotou regras absolutamente coerentes e que representa um avanço, será bem-vindo. Mas se identificarmos que há aprimoramentos para reduzir o valor final das prestações, para aumentar o porcentual de entrega, isso é factível. A administração Temer e a participação do PSDB (Araújo é deputado federal pelo PSDB-PE) neste governo tem um compromisso daqui para a frente, trazendo tudo que tem de positivo no seu bojo. Minha Casa Minha Vida 3 está submetido a um processo de aprimoramento.

O setor da construção depende muito do programa. Em quanto tempo será feita a reavaliação?

Quando eu pedi, de forma intuitiva, deduzi que levaríamos 40 dias para ter um diagnóstico. Eu e meus colegas ministros estamos construindo nossas equipes. Estamos dedicando este mês de maio à formação da equipe e ela vai mergulhar nos números e informações do ministério. Nesse intervalo de 40 dias, vamos ter um raio X.

Como resolver a falta de recursos do MCMV, já que o subsídio no faixa 1 é praticamente o valor total do imóvel?

O mais importante é que possamos criar uma relação de absoluta confiança. É preferível que identifiquemos os reais limites do programa e que os números anunciados sejam do limite da contratação. As empresas vão poder planejar com esses números e os cidadãos que aguardam o atendimento vão poder criar uma expectativa verdadeira. Temos de ter clareza, sem criar falsas expectativas. A partir daí, para viabilizarmos novos recursos, precisaremos ter em conta os acertos ou erros das decisões macroeconômicas. Se a economia crescer, essa vai ser a principal mola propulsora dos programas geridos por nós. Qualquer engenharia financeira nova tem de ter o caráter da responsabilidade, previsibilidade e segurança para que não crie qualquer instabilidade no futuro.

O sr. já tem marcada a primeira entrega do MCMV?

Há dezenas de milhares de unidades prontas, com usuários já pagando as prestações. Brasileiros que estão olhando as casas e não podem entrar. O governo anterior não inaugurou porque esperava para saber qual ministro ia fazer a cerimônia. Levarei a proposta ao presidente Temer para que ele autorize numa única solenidade simbólica a entrega das chaves a milhares de brasileiros que não receberam ainda por motivo político.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que fará uma auditoria na modalidade Entidades do Minha Casa Minha Vida. "O Minha Casa Minha Vida vai sofrer ajustes para não gerar falsas expectativas às entidades", afirmou o ministro durante coletiva de imprensa. "Vamos colocar critérios para ajudar a modalidade ter uma eficiência maior na relação entre contratação e entrega."

Na entrevista coletiva, Araújo citou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que mostra que a entrega de moradias da modalidade Entidades representa entre 1% e 1,5% do programa como um todo. Segundo o ministro, das 61 mil unidades contratadas pela modalidade, desde 2009, apenas 7.548 foram entregues até o fim de março.

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Lançamento

Araújo disse que a revisão das regras será feita pela nova equipe da Secretaria de Habitação e que ele mesmo já marcou conversas com as entidades. O ministro afirmou que, depois de realizada a auditoria, vai fazer um lançamento dessa modalidade, mas sem dar uma data para a cerimônia.

Na terça-feira, 17, Araújo revogou a autorização para a contratação de 11.250 unidades da modalidade Entidades do programa. Segundo ele, nos últimos dias o governo da presidente afastada Dilma Rousseff havia autorizado a contratação de mais 34 mil unidades, mas o volume de recursos era correspondente a 6.280 moradias. "O volume de recursos disponíveis é bem menor do que a portaria que apontava a seleção para esse conjunto de unidades. Isso passaria a gerar uma forte pressão sobre as unidades da Caixa sem o devido o volume de recursos para esse atendimento", afirmou.

O ministro também revogou as alterações nas regras para a contratação de moradias da versão rural do MCMV. Elas foram publicadas no Diário Oficial da União no primeiro dia do governo Temer. No Dia do Trabalho, às vésperas da votação do impeachment pelo Senado, Dilma anunciou a contratação de 25 mil moradias da modalidade entidades até 2018. As portarias revogadas foram assinadas pela ministra Inês Magalhães - substituta de Gilberto Kassab (atual ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações) - por ordem de Dilma.

Após a revogação das portarias, a coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) prometeu reagir com protestos "contundentes" nas principais capitais do País.

A modalidade entidades programa difere da maneira como o governo toca as outras obras do Minha Casa Minha Vida. Primeiro, pela forma como são feitos os repasses, parcelados, diretamente para as entidades. No restante do programa, os pagamentos são feitos às construtoras na medida em que as obras andam. Engenheiros dos bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) são responsáveis por essa medição. No MCMV Entidades, uma parcela do dinheiro é repassada antes mesmo do início das obras. As associações e os movimentos sociais têm liberdade para contratar as construtoras ou construir as casas por meio de mutirões, por exemplo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) prometeu reagir com protestos "contundentes" em São Paulo, Rio e Brasília à decisão do ministro das Cidades, Bruno Araújo, de suspender a contratação de mais de 11 mil unidades do programa Minha Casa Minha Vida - Entidades.

Em nota divulgada nesta terça-feira (17), o MTST lembra que o presidente em exercício Michel Temer prometeu não fazer cortes em programas sociais. O grupo faz um inventário de seis dias de governo "golpista" listando ações como a extinção do Ministério da Cultura e declarações dos ministros Mendonça Filho (Educação e Cultura) sobre a possibilidade de cobrança de mensalidades em universidades públicas e Ricardo Barros (Saúde) sobre redução de atendimentos pelo SUS.

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"Este foi o primeiro corte efetivo em programas sociais realizado pelo Governo ilegítimo de Michel Temer, que até ontem anunciava que não tocaria nos recursos para programas sociais. Nossa resposta será nas ruas. Mexeram com o formigueiro", diz o MTST. "Os trabalhadores sem-teto não aceitarão este retrocesso. As ruas derrubarão esta medida inconsequente e antipopular."

Indagado se a suspensão das contratações seria uma retaliação ao MTST, contrário ao impeachment, o líder do grupo, Guilherme Boulos, não se manifestou.

A presidente Dilma Rousseff vetou a presença do deputado federal Francisco Chapadinha (PTN-PA) na solenidade de entrega de 3.081 casas do programa Minha Casa, Minha Vida, financiado pela Caixa Econômica Federal, nesta quinta-feira, 5, em Santarém, no oeste do Pará. O parlamentar, que havia negociado seu voto na Câmara a favor do governo, em troca da nomeação de um aliado seu para a chefia do escritório regional do Incra, mudou de lado na hora da votação do pedido de impeachment, no dia 17 de abril.

Chapadinha, com domicílio eleitoral no município, não foi convidado a acompanhar a visita presidencial pelo cerimonial do Palácio do Planalto. A exclusão do parlamentar foi confirmada pela assessoria do deputado, em Brasília. Dilma chegou ao residencial Salvação, às 15h30, em companhia dos deputados federias Zé Geraldo e Beto Faro, ambos do PT paraense, do senador Paulo Rocha, líder da bancada no Senado, e dos ministros Jacques Wagner, Marco Antônio Martins Almeida e Inês Magalhães.

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Dilma visitou pela primeira vez o município durante seu mandato. Em Santarém, tanto em sua eleição, em 2010, quanto na reeleição, em 2014, a presidente foi derrotada pelos candidatos do PSDB, partido do atual prefeito Alexandre Von, em aliança com o Democratas.

As obras do residencial foram iniciadas na gestão da prefeita petista Maria do Carmo de Lima, que está inelegível por oito anos, por abuso do poder econômico, em decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Pará.

O conjunto residencial Salvação demorou quase sete anos para ser concluído. Nesta sexta-feira, 6, as famílias que já assinaram os contratos de financiamento com a Caixa estarão autorizadas a tomar posse das unidades, mas não contarão ainda com serviços e equipamentos públicos básicos, como feira, mercado, escola, posto de saúde e linha regular de ônibus.

A obra, que foi construída em terreno localizado em uma depressão, encravada por entre serras e a pista que dá acesso ao aeroporto da cidade, enfrentou atrasos por causa do serviço de drenagem de águas pluviais que precisou ser corrigido mais de uma vez porque não deu vazão à forte enxurrada provocada pelo "inverno'amazônico", assoreando o lago do lua, uma área de proteção ambiental, às margens do rio Tapajós.

Segundo a secretaria municipal de Meio Ambiente, que concedeu a licença de operação do residencial, as condicionantes estipuladas à empresa construtora preveem a execução de obras necessárias à correção e manutenção do serviço de drenagem, e a implantação da arborização do local, antes uma área recoberta por vegetação secundária e de savana.

A presidente Dilma Rousseff atacou pela segunda vez nesta quinta-feira, 5, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que ele paralisou o Congresso para votar o impeachment dela.

"O Congresso está parado. O senhor Eduardo Cunha não deixa o Congresso trabalhar desde o início do ano", afirmou, em entrega de moradias do Minha Casa Minha Vida (MCMV), em Santarém (PA).

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Mais cedo, Dilma comentou o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo. "A única coisa que lamento é que ele infelizmente conseguiu votar o impedimento e vocês assistiram a ele presidindo, com a maior cara de pau, o processo na Câmara", afirmou, na cerimônia de inauguração da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

No evento em Santarém, Dilma voltou a dizer que é vítima de um "golpe", pois não cometeu crime de responsabilidade. "É muito frágil daquilo que eles me acusam. O ex-presidente Fernando Henrique fez 101 decretos. E ele foi errado? Não, porque nunca foi crime", disse.

A presidente defendeu novamente a tese de que o impeachment é uma eleição indireta. "Não é o povo que está votando. Porque se apresentar para vocês um programa que corta benefícios sociais, não iria ter voto", disse.

Dilma disse novamente que não vai desistir de lutar pela permanência no cargo. "Eu acho que estou sendo vítima de uma injustiça e eu vou lutar pelo meu mandato, porque eu tenho responsabilidade em relação à democracia no meu País", afirmou.

Legado

Assim como mais cedo, na inauguração de Belo Monte, Dilma fez uma espécie de defesa do seu legado na Presidência. Ela ressaltou políticas de seu governo, como Bolsa Família, ProUni e Fies, e disse que o MCMV é a ação mais importante de seu mandato.

"Não tem esmola aqui. É o dinheiro que o povo paga de imposto voltando para o povo", afirmou. "Por isso, o golpe que querem me dar é contra os nossos acertos, não contra nossos erros."

Em Santarém, Dilma entregou 3.081 casas, que totalizaram investimento de R$ 161,9 milhões. Ocorreram entregas simultâneas em Camaçari (BA), Uberaba (MG), Itapipoca (CE) e Campos dos Goytacazes (RJ). Ao todo, 6.597 unidades habitacionais foram construídas.

De acordo com informações do governo, o MCMV já beneficiou mais de 10 milhões de pessoas, com a entrega de 2,63 milhões de moradias em todo o país. Existem, ainda, 1,59 milhão de moradias em obras e 4,22 milhões de contratadas. Desde a criação do programa, em 2009, já foram investidos R$ 294,5 bilhões para a construção de moradias populares.

A Polícia Federal desencadeou hoje (28/4) a Operação Cabala, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa responsável por lesar a Caixa Econômica Federal, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, em aproximadamente R$ 220 milhões. São investigados construtoras, empregados do banco, contadores, servidores públicos e compradores das casas.

Cerca de 200 policiais federais de Alagoas, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte estão dando cumprimento a 27 mandados de busca e apreensão, 27 mandados de sequestro, com inquirição de 40 pessoas envolvidas nas fraudes. Estão sendo conduzidos para prestar depoimento, na Sede da Polícia Federal no Jaraguá, 5 empregados da Caixa, 11 empresários (donos de construtoras) e 4 contadores.

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De acordo com o que foi apurado pelas investigações conduzidas pela PF, empresas de construção civil construíram quase duas mil casas no município de Teotônio Vilela/AL e as venderam, utilizando-se do subsídio oferecido pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. Os donos das empresas envolvidas ofereciam dinheiro para que as pessoas comprassem as casas e incluíssem essa vantagem indevida no valor venal dos imóveis.

Conforme constado, os mutuários, compradores das casas, não teriam renda suficiente para conseguir os financiamentos imobiliários. Eles só aceitaram comprar as casas porque lhes foi prometida uma vantagem financeira (valores de R$ 1 mil a R$ 3 mil), para a compra das casas construídas.Um conjunto residencial inteiro, no município de Teotônio Vilela, foi depredado pelos compradores, em razão de os vendedores (construtores) não terem entregue o dinheiro prometido para compra destes imóveis.

Investigações também apontaram indícios de que os empregados da Caixa tenham liberado financiamentos imobiliários, mediante o recebimento de vantagem indevida, já que alguns dos compradores não preenchem os requisitos para a aquisição. Alguns deles estariam desempregados, quando da assinatura do contrato. Já os contadores, a pedido dos construtores, teriam confeccionado Declarações de Comprovantes de Renda – DECORE falsos, com o objetivo de burlar as exigências da Caixa e, dessa maneira, conseguir a liberação dos financiamentos.

A PF dará continuidade às investigações. O próximo passo é ouvir os funcionários da prefeitura daquele município e responsáveis pela concessão das licenças de construção e “habite-se. Também serão ouvidos os engenheiros responsáveis pela avaliação dos imóveis.

Os investigados poderão responder pelos crimes de quadrilha, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção ativa, corrupção passiva e estelionato qualificado. Alguns veículos dos envolvidos foram apreendidos, visando a posterior alienação e, por conseguinte, com o dinheiro obtido, ser possível amenizar o prejuízo sofrido pela Caixa.

No discurso de entrega de unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida, nesta terça-feira, 26, em Salvador, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), fez duras críticas ao vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que assume a Presidência em caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ao lado de Dilma, que também participa da cerimônia de entrega das casas, o governador disse que tem sorte por contar com um vice confiável, João Leão (PP). Sem citar nominalmente Temer, disse que seu vice não é traidor, tem caráter e não vai apunhalá-lo pelas costas.

"Este vice é amigo de verdade, não é amigo da onça", disse o governador baiano, nas críticas ao peemedebista. E apresentou, na cerimônia, alguns dos 24 deputados da Bahia que votaram contra o impeachment de Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, 17. "Vai ter luta e não vai ter golpe", disse Rui Costa, enaltecendo a honra dos parlamentares que votaram contra o impedimento da petista, numa votação, segundo ele, capitaneada "por um gângster (Eduardo Cunha) que quer condenar uma presidente séria e honesta".

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Segundo ele, "o golpe" é da "elite perversa" e dos endinheirados do País que não se conformam com a ascensão dos mais pobres. O governador da Bahia também não poupou críticas à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). "A Fiesp, que representa os endinheirados de São Paulo, que recebe imposto sindical, que usa verba pública, pagou uma página de jornal aqui para agradecer aos deputados traíras que votaram com os ricos de São Paulo, negando a vontade do povo baiano." E disse que a Bahia e o Nordeste continuam apoiando o governo petista.

No final de seu discurso, de cerca de 20 minutos, em que defendeu o mandato de Dilma, Rui Costa puxou coro com os presentes para criticar a imprensa, sobretudo a Rede Globo, dizendo: "O povo não é bobo", e o coro dos presentes continuava: "abaixo a Rede Globo".

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