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O vice-presidente Hamilton Mourão reagiu novamente aos ataques do escritor Olavo de Carvalho e seus seguidores contra a cúpula militar do governo de Jair Bolsonaro. No fim de semana, o guru bolsonarista criticou o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Para Mourão, as críticas são "totalmente sem nexo" e ignorá-las "será melhor para todo mundo".

Por meio de seu Twitter, Carvalho acusou Santos Cruz de defender a regulação governamental das redes sociais. "Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu m...", tuitou Olavo no domingo, 5. Mourão deu as declarações ao chegar na tarde desta segunda-feira, 6, ao Palácio do Planalto.

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Mais cedo, o ex-comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, entrou na discussão e, pelo Twitter, afirmou que Carvalho "a partir do seu vazio existencial derrama seus ataques aos militares e às FFAA demonstrando total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e modéstia".

"Verdadeiro Trótski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas brasileiros", afirmou Villas Bôas.

O presidente Jair Bolsonaro condecorou dois desafetos em um único ato. Bolsonaro concedeu ao escritor Olavo de Carvalho e ao vice-presidente Hamilton Mourão o grau máximo da Ordem Nacional de Rio Branco, de Grã-Cruz, indicado para autoridades de alta hierarquia. O decreto com a homenagem está publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) da terça-feira, 30.

Segundo o Itamaraty, a Ordem Nacional de Rio Branco é uma comenda que o presidente do Brasil atribui a personalidades "pelos seus serviços ou méritos excepcionais, se tenham tornado merecedoras dessa distinção".

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Além de Olavo e Mourão, outras 33 pessoas receberam de Bolsonaro o mais alto grau da ordem. Entre as autoridades homenageadas neste nível estão 12 ministros, nove governadores e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Entre os ministros agraciados estão Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça). Já entre os governadores constam nomes como João Doria (SP), Ibaneis Rocha (DF) e Romeu Zema (MG).

Radicado nos Estados Unidos, Olavo de Carvalho é considerado um guru da ala ideológica do governo Jair Bolsonaro. Ele também é conhecido por fazer duras críticas à ala militar do governo, em especial ao vice, o general de reserva Hamilton Mourão, a quem já se referiu como "idiota".

Embora Olavo tenha recebido a homenagem, regulamento do Itamaraty indica que o grau de Grã-Cruz deve ser concedido ao "Presidente da República, Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministros de Estado, Governadores dos Estados da União e do Distrito Federal, Almirantes, Marechais, Marechais-do-Ar, Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército, Tenentes-Brigadeiros, Embaixadores estrangeiros e outras personalidades de hierarquia equivalente".

No mesmo decreto, o presidente também homenageou dois de seus filhos, mas em grau inferior. O senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) receberam o grau de Grande Oficial, o segundo mais importante da Ordem.

O vice-presidente da República, General Hamilton Mourão (PRTB), deve vir ao Recife neste mês de maio, segundo informou o deputado estadual Marco Aurélio (PRTB), líder da oposição na Alepe.

A vinda do vice-presidente ao Recife estava programada para o início de março, com o objetivo de receber o título de cidadão recifense, proposto por Marco Aurélio, na época vereador do Recife.

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O parlamentar, que é do mesmo partido que Mourão, justifica que a concessão do título é mérito do tempo que o general passou no Recife servindo ao Exército. Marco Aurélio afirmou que Mourão deve vir à capital para receber a homenagem no final de maio, após uma viagem ao exterior.

O deputado também destacou que o vice-presidente honrou os recifenses ao ser convidado para representar o estado no ‘Brazil Conference at Harvard & MIT’. “Pode ter certeza que para onde vou o Recife vai no meu coração”, destacou Marco Aurélio sobre a importância de ter sido convidado para representar o estado. O evento aconteceu em Harvard no início de Abril.

Antônio Hamilton Martins Mourão nasceu no Rio Grande do Sul e é, além de político, general da reserva do Exército Brasileiro. Ele ingressou em 1972 na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).

O vice-presidente Hamilton Mourão teve 25% mais compromissos fora do Palácio do Planalto do que Jair Bolsonaro desde o início do mandato. No foco de críticas de aliados do presidente, principalmente de seu filho Carlos, vereador no Rio, Mourão se notabilizou neste início de mandato por ser um vice atuante, com agenda independente. Ontem, o vice-presidente se reuniu com o governador do Piauí, o petista Wellington Dias, no Palácio de Karnak, sede do Executivo estadual.

Embora o antipetismo seja uma bandeira de Bolsonaro, Mourão disse que teve uma conversa "franca, tranquila" com o governador, na qual "debateu, de forma republicana, honesta e sincera, os problemas que atingem o País como um todo e, em particular, o Estado do Piauí". Em seguida, o vice recebeu o título de cidadão piauiense durante solenidade na Assembleia Legislativa.

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Nestes quase quatro meses de governo Bolsonaro, Mourão deixou o gabinete para participar de eventos e reuniões 97 vezes - em 14 delas, estava exercendo a Presidência enquanto o titular permanecia internado ou em viagem oficial. Bolsonaro saiu do Planalto para 78 compromissos.

O número de compromissos do presidente e vice fora de Brasília é similar: Bolsonaro cumpriu 64 agendas oficiais fora da capital federal - esteve no Rio, São Paulo, Brumadinho, Foz do Iguaçu, Macapá e em quatro países. Mourão foi a 71 agendas. Passou por dois países e esteve em mais cidades brasileiras que Bolsonaro: Rio, São Paulo, Sorriso (MT), Caxias do Sul (RS), Carazinho (RS), Não-Me-Toque (RS), Porto Alegre (RS), Manaus (AM) e Teresina (PI).

O levantamento do Estadão foi feito com base nas agendas oficiais do Planalto. Foram desconsideradas agendas apontadas como reuniões particulares, pousos e decolagens e translados. Os números mostram o que talvez seja o motivo das rusgas públicas entre o vice e pessoas próximas e aliados de Bolsonaro, como os filhos Carlos e Eduardo (deputado federal pelo PSL) e o escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo.

Mourão tem aparecido e circulado por ambientes estratégicos. Saiu do Planalto para se encontrar 29 vezes com representantes do setor privado. Bolsonaro fez isso três vezes. Em março, em discurso para uma plateia de cerca de 700 dirigentes empresariais ligados à Fiesp, o vice pregou "diálogo" e pediu "confiança" nos líderes do governo.

Enquanto Bolsonaro costuma receber políticos em seu gabinete e encontrou líderes fora do Planalto quatro vezes, Mourão fez visitas a políticos em dez ocasiões, incluindo encontros com nomes da oposição. A participação de Mourão em eventos com empresários e políticos já rendeu críticas de colegas do próprio governo, que veem nesse tipo de movimento a tentativa de assumir um papel de protagonista no governo e se contrapor a Bolsonaro - desde a posse, o vice divergiu publicamente do presidente em algumas ocasiões.

Durante a semana, Carlos Bolsonaro comandou uma ostensiva onda de ataques contra Mourão nas redes sociais. Bolsonaro reconheceu o clima de tensão. A fim de minimizar os problemas, porém, comparou as dificuldades às de um casamento. "E esse casamento é, no mínimo, até 2022", afirmou. "Vice é sempre uma sombra e, às vezes, não se guia de acordo com o sol. Mas, por enquanto, está tudo bem."

Ativo. Na avaliação do cientista político Marco Antônio Teixeira, da FGV-SP, Mourão ocupou espaços por causa da saúde debilitada de Bolsonaro e teve protagonismo porque a interlocução da Presidência não era "suficientemente adequada". "Mourão agiu como bombeiro, alguém que tentava dar uma interpretação para declarações de Bolsonaro que criavam um mal-estar. Por vezes, ele virou um presidente enquanto o presidente agia como deputado."

Segundo Teixeira, nunca houve um vice tão ativo. "Mas é ativo porque há uma lacuna." Para ele, o fim da "guerra fria" depende mais da família do que do vice. "Isso só se resolve se os atores externos ao governo se comportarem. Essa artilharia não é só contra o Mourão, é contra o núcleo mais estruturado e estratégico do governo, o militar."

O cientista político Maurício Fronzaglia, do Mackenzie, afirmou que a falta de sintonia se deve à falta de um papel claro de Mourão no governo. "A função dele não parece bem definida."

Ontem, com segurança reforçada, o vice se emocionou ao falar do avô, piauiense que migrou para o Amazonas. A solenidade em Teresina foi prestigiada pelos parlamentares petistas. "Por uma questão de urbanidade", afirmou o deputado Franzé Silva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fernando Schüler, cientista político e professor do Insper, fez uma análise da relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão. O especialista respondeu a uma série de perguntas. Confira:

O envolvimento dos filhos do presidente em questões federais voltou à tona com as críticas ao vice Hamilton Mourão por Carlos Bolsonaro. Políticos e especialistas já criticaram tal atuação. Isso tem sido prejudicial?

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Os filhos de Bolsonaro são agentes políticos. Um deles é senador (Flávio), outro é o deputado federal mais votado do País (Eduardo). Eles são líderes do partido do governo e da coalizão que está no governo. Logo, eles necessariamente terão influência no governo, goste-se ou não. Caso Ciro Gomes tivesse sido eleito, é presumível que Cid Gomes seria um ator político influente no governo. O caso de Carlos Bolsonaro é diferente.

Parece claro que, tanto no caso da demissão do ministro Bebianno, como agora, no ataque ao general Mourão, ele cumpre o papel de porta-voz informal do presidente. Como o comportamento se repete, é claro que não se trata de uma casualidade, mas de um método. Bolsonaro opta por criar uma espécie de espetáculo público para repreender seu vice-presidente e resolver assuntos que deveriam ser tratados a portas fechadas.

Como avalia a postura do vice-presidente nesse episódio?

Em relação a Mourão, o erro vem da montagem do governo. O vice deveria ter uma função definida e não ficar vagando por aí, claramente insatisfeito com o tratamento que recebe no governo, buscando alguma mídia e a imagem de "contraponto razoável" ao presidente. Há, na minha visão, um grande erro estratégico aí.

Qual é a sua avaliação a respeito dos primeiros cem dias?

Bolsonaro representa um governo de ruptura, como foram Collor, em 1990, e Lula, em 2003.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O fogo amigo continua alto no Palácio do Planalto. Embora o presidente Jair Bolsonaro peça mais sintonia e menos ruído na equipe, nos bastidores ele também critica o vice Hamilton Mourão. Pouco antes de a nova ofensiva contra Mourão vir à tona, o próprio presidente fez reparos à atuação do general, durante um voo de Brasília para o Rio, em conversa com senadores e um deputado. A impressão de passageiros daquela comitiva foi a de que, para Bolsonaro, Mourão se movimenta como uma espécie de presidente paralelo, mais interessado em holofotes.

A viagem ocorreu no último dia 11, após a cerimônia para comemorar cem dias de governo. O jornal O Estado de S. Paulo ouviu três parlamentares que estavam no voo e, sob a condição de anonimato, todos confirmaram o incômodo do presidente com o vice. Naquele dia, Bolsonaro foi ao Rio para assistir a uma palestra do pastor John Hagee e participar de um almoço do Conselho de Ministros Evangélicos do Brasil.

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Descontraído, acima das nuvens, Bolsonaro apresentou ali vários problemas com o vice que, nove dias depois, apareceram nas redes sociais do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Ele não gostou, por exemplo, de Mourão ter aceitado fazer palestra no Wilson Center, nos EUA, no dia 9, após receber um convite dizendo que os primeiros cem dias do governo foram marcados por uma "paralisia política". A convocação também elogiava o vice, tratado como "uma voz de razão e moderação, capaz de orientar a direção em assuntos nacionais e internacionais".

No "voo da queimação", como ficou conhecida aquela viagem entre os passageiros, Bolsonaro lembrou que havia convidado o general em cima da hora para ser seu vice, no ano passado, porque tinha certeza de que o então presidente do PSL, Gustavo Bebianno, queria a vaga. A convicção vinha do fato de que todo político chamado na campanha para fazer dobradinha com ele era "fuzilado" no outro dia pelos jornais. Bolsonaro concluiu, então, que Bebianno detonava todos os candidatos a vice e agia como um "traidor" para ocupar o posto.

Nomeado ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Bebianno foi demitido em fevereiro, após uma queda de braço justamente com Carlos, o filho "zero dois", que hoje direciona sua artilharia contra Mourão. Os ataques foram puxados pelo escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, que no sábado publicou um vídeo com ruidosas críticas aos militares. Ao se referir à ala fardada do governo, Olavo disse que "cabelo pintado e voz empostada" são a herança das escolas dirigidas por "milicos". O vídeo chegou a ser postado no canal de Bolsonaro no YouTube, mas depois foi apagado. Irônico, o vice respondeu que Olavo "deve se limitar à função que desempenha bem, a de astrólogo".

União

No bate-papo durante a viagem de pouco mais de uma hora ao Rio, após deixar a cerimônia na qual Mourão estava a seu lado, Bolsonaro disse ter certeza de que muitos no governo agem para afastá-lo de seus filhos. Assegurou, no entanto, que ninguém conseguirá separá-lo de Carlos, do deputado Eduardo (PSL-SP) e do senador Flávio (PSL-RJ). Em entrevista publicada na edição de quarta-feira, 24, do Estado, Eduardo afirmou que Mourão tem causado ruído no Planalto por causa de suas declarações polêmicas.

Na prática, Olavo de Carvalho e os filhos de Bolsonaro avaliam que o vice está em campanha e quer o lugar dele. No Twitter, nesta quarta-feira, Carlos voltou a dirigir farpas a Mourão. "Vice contraria ministros e agenda que elegeu Bolsonaro presidente", escreveu ele. Antes, o vereador já havia considerado "estranhíssimo" o alinhamento do vice com "políticos que detestam o presidente", citando a defesa que Mourão fez do ex-deputado Jean Wyllys.

"Esse tipo de comunicação por redes sociais não contribui em nada", afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos que estavam no voo com Bolsonaro. "O governo tem muito dever de casa a fazer para ficar administrando esse tipo de confronto." Além de Sóstenes, participaram da comitiva o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), os senadores Marcos Rogério (DEM-RO), Zequinha Marinho (PSC-PA) e Vanderlan Cardoso (PP-GO), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e Pastor Everaldo, que comanda o PSC. O pastor se sentou ao lado de Bolsonaro no avião.

Mourão disse a interlocutores que considera "absurda e descabida" a desconfiança sobre ele. "Estou aqui para ajudar. Não sou desleal", reagiu o vice, negando que suas ações tenham no horizonte a disputa para as eleições de 2022. "Isso não existe. Não vou me candidatar. Há muito envenenamento nessa história."

O Planalto não quis comentar as críticas feitas por Bolsonaro na viagem do dia 11 ao Rio. Na tentativa de mostrar que não há atrito entre os dois, o presidente convidou Mourão para descer com ele, nesta quarta, a rampa interna da sede do governo e pôs a mão em seu ombro. "Estamos juntos", disse.

Generais próximos de Bolsonaro tentam pôr panos quentes na crise, mas, a portas fechadas, admitem que Carlos está "incontrolável". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No terceiro dia seguido de críticas públicas contra o vice-presidente Hamilton Mourão, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) publicou nesta quinta-feira, 25, no Twitter, um comentário sobre declarações do líder do partido do vice (PRTB), Levy Fidelix.

Fidelix comentava a atuação de Mourão durante o governo de transição. O filho do presidente Jair Bolsonaro fala em "interesse crocodilal". Na imagem compartilhada por Carlos, uma notícia informa que Mourão teria poder para intervir onde achasse necessário e, por ter sido eleito vice-presidente, poderia agir sem pedir licença a ninguém. São declarações de Levy.

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"O que se vê desde a época da transição é um interesse crocodilal em situações desnecessárias", escreveu Carlos nesta quinta. "Aos que pedem para eu parar, digo que se informar ou não é uma escolha e estamos todos no mesmo barco chamado Brasil, mas nos recuperando."

Na quarta-feira, 24, após dizer que não estava apenas "reclamando" do vice no Twitter, Carlos ironizou possíveis associações de suas críticas a Mourão a um suposto apoio a pedidos de impeachment. "Dou gargalhadas quando algum ser tenta induzir que busco impeachment de quem quer que seja. Informar e mostrar a verdade de posicionamentos inadequados e anteriores a qualquer crítica por mim revelada virou motivo para distorções e fake news."

Carlos Bolsonaro tem feito diversas publicações contra Mourão. Também na quarta, replicou um vídeo do youtuber Bernardo Küster intitulado "General Mourão: o traidor?", com o comentário: "Vice contraria ministros e agenda que elegeu Bolsonaro presidente".

Ainda na quarta, respondeu ao próprio Fidelix, depois que ele compartilhou um vídeo em que o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) critica quem "patrocina" rusgas entre o vice e o presidente Jair Bolsonaro. Carlos não é citado nem no vídeo e nem no tuíte do presidente do PRTB.

"Suas posturas nunca foram novidades para ninguém. Não enganam ninguém. Bichinhos característicos, lamentavelmente!", escreveu Carlos. Em resposta a um seguidor que compartilhou o vídeo e escreveu "esse é o culpado, articulando nas costas do Presidente", Carlos respondeu: "Precisa desenhar?"

Entorno

Outros aliados e pessoas próximas de Jair Bolsonaro também estão envolvidos nas rusgas públicas entre Mourão e Carlos. Na quarta, o o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma entrevista com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), irmão de Carlos, em que o parlamentar endossa as críticas do irmão. Para ele, as declarações de Mourão têm causado "ruído" e Carlos está "apenas reagindo".

Após novos ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), o vice-presidente Hamilton Mourão evitou aumentar a polêmica em torno do assunto. "O que eu falei ontem? Quando um não quer, dois não brigam. Então esse assunto, vira página", disse ao chegar ao Palácio do Planalto após almoço, nesta quarta-feira, 24.

Perguntado se conversa com Jair Bolsonaro sobre a ofensiva de Carlos, Mourão disse que "tudo é motivo" para falar com o presidente. "Mas a gente procura levar sem aumentar as tensões. As tensões do dia a dia já são suficientes e não precisa aumentar isso aí."

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O vice disse não ver desavenças entre Jair Bolsonaro e o filho, considerando que o presidente está sem publicar no Twitter desde o domingo de Páscoa. "Pai e filho é pai e filho, não tem essas desavenças. Vamos aguardar. Eu falei ontem a frase da minha mãe: dê tempo ao tempo", declarou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), arquivou o pedido de impeachment do vice-presidente Hamilton Mourão, protocolado na semana passada pelo deputado Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP).

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro pediu ao governo unidade após militares terem demonstrado insatisfação ante as declarações do escritor Olavo de Carvalho contra Mourão e outros militares.

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O pedido do vice-líder do governo no Congresso acusava o general da reserva de "conduta indecorosa, desonrosa e indigna" e de "conspirar" para conseguir o cargo de Jair Bolsonaro. À reportagem, ele afirmou que teve anuência do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Um dos argumentos sustentados no pedido é uma "curtida" (like) da conta de Mourão no Twitter em uma publicação da jornalista Rachel Sheherazade, do SBT.

O vice-presidente Hamilton Mourão pediu "calma" e buscou amenizar a situação gerada após as publicações do vereador Carlos Bolsonaro relacionadas a ele, e disse a jornalistas no final da tarde desta terça-feira, 23, que "todo mundo emite sua opinião", e que "quando um não quer dois não brigam". "Eu sei de todas as angústias, as perguntas que vocês (jornalistas) querem fazer. É o seguinte: calma, todo mundo emite sua opinião, tal e coisa. Então, a minha mãe sempre dizia uma coisa, quando um não quer dois não brigam", disse o vice, afirmando que essa é a sua "linha de ação". "Vamos manter a calma", completou.

O vice fez os comentários antes mesmo de a imprensa perguntá-lo sobre as recentes postagens do filho de Bolsonaro envolvendo Mourão. Nesta terça-feira, Carlos reproduziu um vídeo em que o vice comenta a crise na Venezuela, apontando que a parcela da população contrária ao presidente Nicolás Maduro está desarmada. "Quando a única coisa que lhe resta é o último suspiro de vida, surgem estas pérolas que mostram muito mais do que palavras ao vento, mas algo que já acontece há muito. O quanto querer ser livre e independente parece ser a maior crueldade para alguns", diz o vereador na postagem.

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Questionado se o presidente Jair Bolsonaro deveria agir em relação ao filho como fez nesta segunda-feira, 22, quando afirmou que as "recentes declarações" feitas pelo escritor Olavo de Carvalho, que fez ataques a militares, "não contribuem" para o "projeto de governo", Mourão disse que o "presidente é o presidente", e que ele "tem a forma dele de pensar". "Aguarda, filho é filho", disse o vice. Mourão disse que não teve oportunidade de conversar com Bolsonaro sobre o assunto.

Também nesta terça, o vereador carioca traduziu e expôs "o que parece ser", diz, um convite para uma palestra do vice-presidente nos EUA em que Mourão é chamado de "voz da razão e moderação" no governo marcado por 100 dias de "paralisia política". "Se não visse, não acreditaria que aceitou com tais termos", afirma Carlos na postagem. "Os primeiros 100 dias do governo Bolsonaro foram marcados por paralisia política, em grande parte devido às crises sucessivas geradas pelo próprio círculo interno do presidente, se não por ele mesmo", lê-se na imagem compartilhada pelo filho de Bolsonaro, com versão traduzida por ele.

"Já que desta vez não se trata de curtida, vamos ver como alguns irão reclamar", escreveu Carlos, em referência ao "like" de Mourão numa publicação da jornalista Rachel Sheherazade com críticas a Bolsonaro e elogios a ele. Foi o mesmo tuíte que fez o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) protocolar um pedido de impeachment contra Mourão. Ontem, Carlos já havia criticado o vice-presidente por ter curtido o tuíte crítico a Bolsonaro. No domingo, Carlos publicou - e depois apagou - um vídeo com críticas ácidas do escritor Olavo de Carvalho aos militares.

Porta-voz

O porta-voz da Presidência da República, general Rêgo Barros, disse nesta terça-feira que o presidente Jair Bolsonaro quer colocar um ponto final na desavença pública entre o filho Carlos Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão. Apesar disso, o porta-voz não respondeu se o presidente tomou alguma medida prática ou conversou reservadamente sobre as críticas públicas com o filho ou o vice. Rêgo Barros tratou o tema como uma "pretensa discussão" entre Carlos Bolsonaro e Mourão.

O porta-voz reproduziu, em declaração à imprensa, uma frase atribuída ao presidente sobre o filho e uma série de elogios ao trabalho do vereador. "É sangue do meu sangue", teria dito Bolsonaro. "Carlos foi um dos grandes responsáveis pela vitória nas urnas, contra tudo e contra todos. O presidente enfatiza que estará sempre ao seu lado."

Ao falar sobre o vice-presidente, o porta-voz disse que ele terá o apreço de Bolsonaro. "É o subcomandante do governo, topou o desafio das eleições e terá a consideração e o apreço do presidente", afirmou Rêgo Barros.

O porta-voz relatou que a responsabilidade das publicações críticas a Mourão nas redes sociais de Carlos Bolsonaro são do filho e vereador. "O presidente evidencia que declarações individuais publicadas nas mais diversas mídias são de exclusiva responsabilidade daqueles que as emite. Quaisquer outras influências externas no governo que venham a contribuir para mudanças propostas no Brasil serão sempre bem-vindas", declarou.

Em mais um ataque ao vice-presidente Hamilton Mourão, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSL), que é filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), usou as redes sociais para criticar uma fala de Mourão sobre a crise econômica e política vivida pela Venezuela.

Na postagem de Carlos, Mourão aparece dando uma entrevista na qual menciona o apoio dos militares venezuelanos ao presidente Nicolás Maduro e diz que a população do país vizinho "tem que estar desarmada porque senão nós iríamos para uma guerra civil na Venezuela, o que seria horrível para o hemisfério como um todo".

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A fala de Mourão foi classificada por Carlos como "pérolas que mostram muito mais do que palavras ao vento, mas algo que já acontece há muito tempo", o que seria, na interpretação do vereador, uma reação de alguém que está em seu "último suspiro de vida".

A postagem do filho do presidente é outro capítulo do desentendimento entre ele e Mourão. Nesta segunda-feira, 22, Carlos já havia condenado o vice-presidente por ter curtido um tuíte crítico a Jair Bolsonaro e elogioso ao militar da reserva feito pela jornalista Rachel Sheherazade. No Domingo (21), Carlos publicou - e depois apagou - um vídeo com críticas ácidas do escritor Olavo de Carvalho aos militares.

O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, voltou a atacar Hamilton Mourão nas redes sociais. Carlos traduziu e expôs "o que parece ser", diz, um convite para uma palestra do vice-presidente nos EUA em que Mourão é chamado de "voz da razão e moderação" no governo marcado por 100 dias de "paralisia política".

"Se não visse, não acreditaria que aceitou com tais termos", diz Carlos, indicando supor que Mourão teria consentido com sua descrição no convite. A imagem do comunicado, compartilhada por Carlos, foi publicada na segunda-feira, 22, por um seguidor do vereador, em resposta a outra publicação em que Carlos critica Mourão. "Traduzindo e expondo logo mais! É inacreditável", escreveu o filho do presidente ainda na segunda-feira, em resposta ao seguidor.

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"Os primeiros 100 dias do governo Bolsonaro foram marcados por paralisia política, em grande parte devido às crises sucessivas geradas pelo próprio círculo interno do presidente, se não por ele mesmo", lê-se na imagem compartilhada por Carlos, com versão traduzida por ele. O texto também está disponível no site da Wilson Center, que promoveu o evento.

"Em meio ao marulho político, Mourão emergiu como uma voz de razão e moderação, capaz de atuar em assuntos internos e externos. (...) O ex-general de quatro estrelas também se tornou um dos favoritos dos jornalistas brasileiros - que são frequentemente críticos à nova administração - por sua disposição de se envolver com a mídia e por suas importantes observações sobre a necessidade de o governo valorizar a diversidade de opiniões".

"Já que desta vez não se trata de curtida, vamos ver como alguns irão reclamar", escreveu Carlos, em referência ao "like" de Mourão numa publicação da jornalista Rachel Sheherazade com críticas a Bolsonaro e elogios a ele. A atitude do vice-presidente fez o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) protocolar um pedido de impeachment contra Mourão.

Na segunda-feira, Carlos postou a curtida de Mourão, com a frase: "Tirem suas conclusões". A crise digital não é mais digital. Envolve publicamente o filho do presidente, visto por Bolsonaro o principal responsável por sua campanha nas redes sociais, e seu vice-presidente, pessoa de tráfego aberto com as forças militares do governo e com o mercado.

Mourão tem sido alvo de aliados de Bolsonaro. Além do filho, nesta segunda-feira, em mais uma troca de ofensas e provocações virtuais, o vice respondeu ao escritor Olavo de Carvalho, que costuma criticar os militares do governo, dizendo que o escritor que vive nos Estados Unidos deveria se dedicar àquilo que sabe fazer, de fato: a astrologia.

Olavo respondeu horas depois, dizendo que não se surpreendia com a ultradireita contrária a Bolsonaro apoiar o vice-presidente.

O episódio levou Bolsonaro a criticar, pela primeira vez, o escritor. Olavo está por trás das indicações de ministros como Ernesto Araújo, que chefia o Itamaraty.

O vice-presidente Hamilton Mourão ironizou nesta segunda-feira, 22, as críticas a militares feitas em vídeo pelo escritor Olavo de Carvalho. Em resposta à divulgação do vídeo, Mourão afirmou que Carvalho deveria se concentrar no exercício da "função de astrólogo" por ser a que ele "desempenha bem".

O vídeo em que Olavo de Carvalho aparece fazendo duras críticas aos militares chegou a ser compartilhado no sábado, 20, pela conta oficial do presidente Jair Bolsonaro no YouTube, mas foi apagado no Domingo (21). "Qual a última contribuição das escolas militares à alta cultura nacional? As obras do Euclides da Cunha. Depois de então, foi só cabelo pintado e voz impostada. E cagada, cagada", disse Carvalho.

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Segundo Mourão, Bolsonaro teria dito que não viu o vídeo e que ele deve ter sido publicado por outra pessoa. Um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro republicou o vídeo no domingo. "Em relação ao Olavo de Carvalho, mostra o total desconhecimento dele de como funciona o ensino militar. Acho até bom a gente convidar ele para ir nas nossas escolas e conhecer. E acho que ele, Olavo de Carvalho, deve se limitar à função que ele desempenha bem, que é de astrólogo. Pode continuar a prever as coisas que ele é bom nisso", afirmou Mourão.

Questionado sobre se a série de ataques feitas pelo escritor aos militares gera um desconforto no governo, Mourão afirmou que o desconforto é apenas pessoal. "Olavo de Carvalho perdeu o timing e não sabe o que está acontecendo no Brasil, até porque ele mora nos Estados Unidos. Ele não está apoiando o governo e não está sendo bom para o governo", disse.

De acordo com o vice-presidente, ele não conversou com Bolsonaro ainda sobre o tema. "Até porque acho que ele prefere não dar maior repercussão ao que Olavo de Carvalho vem dizendo", afirmou.

Pedido de impeachment

Além das críticas de Olavo de Carvalho, Mourão também foi alvo de um pedido de impeachment. O vice-líder do governo no Congresso, o deputado federal Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP), acusa o general da reserva de "conduta indecorosa, desonrosa e indigna" e de "conspirar" para conseguir o cargo de presidente.

Um dos argumentos sustentados no pedido é uma "curtida" (like) da conta de Mourão no Twitter em uma publicação da jornalista Rachel Sheherazade, do SBT. "A denúncia por crime de responsabilidade contra Mourão se deu por comportamento indecoroso em várias ocasiões. Exemplo: na medida em que ele curtiu tweet de Rachel Sheherazade, detonando com o presidente Jair Bolsonaro, o louvando como melhor opção para governar o País."

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira, 22, acreditar que a reforma da Previdência será aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta terça, 23, ou quarta-feira, 24.

Ao sair para o almoço no fim desta manhã, o vice-presidente afirmou ter visto, sem especificar onde, que há uma negociação para abrir o sigilo dos cálculos que embasaram a formulação da reforma.

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Mourão também não especificou quem estaria negociando. "Sobre o sigilo dos estudos da reforma, foi feito até no intuito de preservar como foi calculado isso daí", disse.

A CCJ deve iniciar a votação da matéria na tarde desta terça-feira, mas a oposição e o Centrão ainda negociam mudanças no relatório do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) para viabilizar a aprovação da reforma.

O presidente Jair Bolsonaro mandou nesta quinta-feira, 18, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, demitir o general Marco Aurélio Costa Vieira do cargo de secretário especial do Esporte. O militar era apadrinhado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que tentou mantê-lo na função.

Para o lugar de Vieira na secretaria irá o general Décio dos Santos Brasil, que é primo do ex-governador Ciro Gomes (PDT). A indicação de Brasil passou pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que também são generais. Ao fim, o próprio presidente teria chancelado o nome dele para a secretaria. Vieira caiu porque tentava articular a volta do Ministério do Esporte.

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A relação entre o ministro Osmar Terra e o ex-secretário não estava boa. Na semana passada, o ministro não gostou de saber que o subordinado se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro sem comunicá-lo. Vieira atuou como diretor executivo de Operações dos Jogos Olímpicos do Rio e dirigiu o revezamento da tocha olímpica em 2016. Ele ficou 107 dias à frente da Secretaria Especial do Esporte. Procurado pela reportagem, não quis dar entrevista.

Na semana passada, Osmar Terra tentou minimizar as especulações sobre a saída de Vieira e sinalizou que não haveria mudança. "Nossa dificuldade é juntar três ministérios em um e fazer funcionar lá na ponta. Não tem de ficar mudando secretários. Tem é de fazer eles trabalharem e todos estão." Ele reconheceu, no entanto, um "jogo de interesses e de bastidores", sem especificá-los. "Ele (Vieira) tinha uns assuntos dele, específicos, para tratar com o presidente."

A secretaria do general Brasil tem um orçamento de R$ 500 milhões, de um total de R$ 97 bilhões do Ministério da Cidadania, e herdou as atribuições do extinto Ministério do Esporte. A estrutura da área foi reduzida no governo Bolsonaro. No início do ano, 211 cargos e funções foram transferidos para a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.

O órgão é responsável por autorizar a destinação de recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, uma espécie de "Lei Rouanet" da área, que patrocina projetos por meio de renúncia fiscal com um teto anual de R$ 400 milhões.

O deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) protocolou na terça-feira, 16, um pedido de impeachment do vice-presidente Hamilton Mourão. Ele acusa o general de ter tido comportamento indecoroso e vê crime de responsabilidade.

Um dos argumentos colocados no pedido é uma "curtida" (like) da conta de Mourão no Twitter em uma publicação da jornalista Rachel Sheherazade, do SBT. "A denúncia por crime de responsabilidade contra Mourão se deu por comportamento indecoroso em várias ocasiões. Exemplo: na medida em que ele curtiu tweet de Rachel Sheherazade, detonando com o presidente Jair Bolsonaro, o louvando como melhor opção para governar o país."

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No Twitter, o deputado chama o pedido de "tiro de alerta". Ele lembra que Dilma Rousseff (PT) foi alvo de vários pedidos de impeachment "antes do derradeiro". A petista foi tirada do poder em 2016.

"Ontem protocolei pedido de impeachment contra o vice-presidente Mourão. Foi um tiro de alerta!", escreveu Marco Feliciano. "Dilma teve 19 pedidos antes do derradeiro. Espero que o General Mourão tenha postura leal com o presidente Jair Bolsonaro. Chega de conspiração, agora é hora de união!"

O pastor Silas Malafaia usou seu perfil oficial no Twitter nessa sexta-feira (12) para alfinetar o comportamento do vice-presidente da República Hamilton Mourão e as atitudes que ele toma diante do governo.

“Eu queria entender. Pelo que eu sei, Mourão não é porta-voz do governo Bolsonaro, o próprio governo possui o porta-voz que dá informações de todas as ações do governo”, escreveu Malafaia.

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O pastor também pontuou que nunca viu “a imprensa colocar com tanta evidência um vice, como também nunca vi um vice que queira aparecer tanto”. A opinião de Malafaia rendeu comentários favoráveis de internautas.

Por fim, o religioso ainda se propôs a explicar o ‘papel’ do vice-presidente. “Substituir o presidente em seus impedimentos. Deve ter um papel discreto, não ficar dando piruada nas questões do governo. O protagonismo pertence ao presidente. Vice que fala muito tem segundas intenções”, finalizou, afirmando que Mourão não engana ele.

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O vice-presidente, general Hamilton Mourão, isentou o governo federal de qualquer responsabilidade sobre a queda de dois prédios na comunidade da Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro, e afirmou que as milícias, que dominavam a região, devem ser enfrentadas.

Em entrevista à Radio CBN na manhã desta terça-feira, 12, Mourão disse que o Estado do Rio tem que ter maior controle sobre determinadas áreas. "A gente sabe que aquelas áreas são dominadas por facções. Então o que sobra para o governo federal é mais um auxílio ao Estado em relação a alguma necessidade que ele precise nessa busca pelos corpos das pessoas que estavam nos dois prédios e também um prazo maior à cooperação com a questão da Segurança Pública", disse.

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Para Mourão, há necessidade de se buscar uma forma de atuação coordenada entre as três esferas de governo para combater as facções criminosas. "(as facções e milícias) Têm que ser enfrentadas, não pode fugir disso aí. Tem que buscar uma forma de atuação coordenada entre os três entes da federação para que o Estado desempenhe o seu papel. É inadmissível que existam locais que as forças legais, ou os próprios trabalhadores de companhias de luz, de gás, da água, não possam entrar", declarou.

A comunidade da Muzema é uma área sob o domínio de milícias - grupos paramilitares formados por PMs, militares, agentes penitenciários, civis, que exploram ilegalmente vários negócios. Um dos mais conhecidos seria o da construção irregular. A Prefeitura confirmou que os prédios que desabaram são irregulares e estavam interditados desde novembro de 2018.

Nesta semana, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse que as milícias do Rio de Janeiro surgiram com uma "boa intenção de ajudar as comunidades", mas que se desvirtuaram.

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores na Câmara dos Deputados, o ministro afirmou que, durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, os militares mapearam a atuação das milícias. "Foi mapeado e entregue às forças de segurança do Rio de Janeiro", disse.

Bolsonaro

Até as 13 horas desta sexta, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), não havia se pronunciado sobre a tragédia no Rio.

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse nesta terça-feira (9) que o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) deveria ter ficado no Brasil e acreditado na "lei, na política e na polícia" brasileiras. "Nosso governo não tem política para perseguir minorias, esse não é o jeito que nós nos comportamos", disse Mourão, questionado durante evento em Washington, organizado pelo Brazil Institute, do 'think tank' Wilson Center.

"Todo mundo que é brasileiro deve continuar no Brasil e deve estar livre de medo. No caso específico de Willys, eu particularmente acho que ele deveria ter continuado e acreditar na nossa lei e na nossa política e na nossa polícia. Poderíamos protegê-lo", afirmou Mourão.

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Em janeiro, Jean Wyllys anunciou que desistiu de assumir seu terceiro mandato na Câmara e sair do País. Ele disse que tomou a decisão por sofrer ameaças e temer por sua vida. Ele foi reeleito em outubro com 24.295 votos. "Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores", escreveu o deputado do PSOL no Twitter. Jean Wyllys foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a defender a causa LGBT no Congresso Nacional.

"Acho que ele deveria ter ficado. É muito triste quando coisas assim acontecem. O que posso assegurar é que não há política do governo para perseguir quem quer que seja", afirmou Mourão.

A presença no Brazil Institute foi o último evento público de Mourão em Washington. Na capital dos Estados Unidos, ele se reuniu com o vice-presidente americano, Mike Pence, com senadores americanos, e personalidades como ex-embaixadores dos Estados Unidos no Brasil, além de ter comparecido a rodas de conversa privadas com empresários.

Em encontro com senadores americanos, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, foi questionado sobre o comprometimento do presidente Jair Bolsonaro com a democracia e também sobre a interlocução dos militares brasileiros com os venezuelanos. O senador democrata, Bob Menendez, perguntou a Mourão se Bolsonaro "é realmente um democrata".

"Eu deixei claro que o presidente Bolsonaro é um homem que está pensando nas próximas gerações e não nas próximas eleições, que ele respeita totalmente nossa Constituição e as nossas instituições e o sistema que temos no Brasil", disse Mourão. Um grupo de democratas progressistas já enviou três cartas ao governo americano desde a campanha eleitoral questionando posições defendidas por Bolsonaro que, segundo os parlamentares, coloca em risco os direitos humanos e democracia no País.

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Mourão se reuniu por 15 minutos com os senadores Marco Rubio, Bob Menendez, Tom Udall e Jim Risch, no Senado americano. Depois que os dois últimos foram embora, o vice-presidente continuou reunido com Rubio e Menendez por mais 15 minutos. O assunto principal, segundo Mourão, foi a "troca de informações" sobre a situação da Venezuela.

Rubio, que é senador pelo Estado da Flórida, é com frequência descrito por autoridades americanas, nos bastidores, como o embaixador dos Estados Unidos para a América Latina, devido à influência do republicano na política externa de Donald Trump para a região.

O senador republicano esteve por trás da estratégia do governo americano - seguida por cerca de 50 países, incluindo o Brasil - de reconhecer o opositor ao regime chavista, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, e vem defendendo uma política mais dura para forçar a saída de Nicolás Maduro.

Segundo Mourão, Rubio quis saber sobre o contato dos militares brasileiros com os venezuelanos. "Eu disse a eles que o ministro da Defesa venezuelano tem algum tipo de contato com nosso ministro e nós temos oficiais mais novos, tanto do Brasil como da Venezuela, que fizeram curso juntos nos últimos anos e que essa turma se comunica no canal informal", disse Mourão.

Ao deixar a reunião no Senado, ele confirmou que o assunto também foi tratado com o vice-presidente americano Mike Pence. Ontem, contudo, após a reunião com Pence, Mourão tinha negado que os dois vices falaram sobre o contato dos militares dos dois países.

Os Estados Unidos, sob a presidência de Trump e a articulação de Rubio, reiteram que "todas as opções estão sobre a mesa" quando o assunto é Venezuela. A estratégia americana é deixar no ar a ameaça de uma intervenção militar. Nos EUA, Mourão rechaçou o apoio a qualquer tipo de intervenção e disse que não haveria ação militar pelos países do Grupo de Lima e por parte dos EUA. Segundo ele, o Brasil apoia a pressão econômica e diplomática.

"O assunto do dia aqui é Venezuela. A gente expressa nossa posição, manter a pressão política e a pressão econômica e, óbvio, a questão das Forças Armadas venezuelanas terem que neutralizar as milícias e os colectivos que existem lá", afirmou Mourão.

Mourão disse que Rubio não abordou nenhum tipo de opção sobre a Venezuela além da pressão econômica e diplomática. Segundo ele, nem Pence e nem os parlamentares expressaram incômodo com a posição do Brasil - defendida pela ala militar do governo - de explicitar que não haverá intervenção.

"O Brasil expressa o tempo todo a posição de quem? Do Grupo de Lima. O grupo de Lima expressa claramente que vamos manter a pressão política e econômica", disse Mourão.

No Twitter, depois da reunião, Rubio afirmou que foi um "produtivo encontro" para "continuar a trabalhar com os aliados no Brasil para restaurar a democracia na Venezuela e assegurar os valores democráticos na América Latina".

Comércio

Segundo Mourão, os parlamentares também mencionaram que é preciso "deixar de lado a retórica" quando o assunto é intensificar o comércio entre os dois países e destravar pautas como a importação de trigo Américo pelo Brasil e a importação de carne bovina brasileira pelos EUA. O terceiro assunto, segundo o vice-presidente, foi a questão do uso da base de Alcântara

Mourão também agradeceu Rubio por ter escrito uma carta ao presidente Trump endossando a importância de aceitar a candidatura do Brasil à OCDE. Na visita de Bolsonaro a Trump, em março, os Estados Unidos atenderam o pleito brasileiro e se comprometeram em endossar a candidatura do Brasil para aderir à organização. Em troca, o País aceitou abrir mão do status preferencial em negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Antes da visita de Bolsonaro aos EUA, Rubio escreveu um artigo publicado no site da CNN no qual defendeu que o governo Trump apoiasse o Brasil em pleitos como a OCDE em troca de uma aliança estratégica com Bolsonaro.

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