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O vice-presidente, general Hamilton Mourão, se reuniu na segunda-feira (8) com o vice americano, Mike Pence, e refutou a possibilidade de qualquer intervenção militar na Venezuela. Para Mourão, a pressão econômica feita pelos Estados Unidos sobre o regime de Nicolás Maduro deve propiciar o fim do governo chavista. Pence teria pedido a Mourão para "usar sua experiência" para negociar com os militares da Venezuela.

"Isso é um processo, não há solução imediata para esse processo vivido na Venezuela. A questão econômica está chegando num ponto de estrangular o país e esse momento será o momento que as Forças Armadas (venezuelanas) então terão condição de assumir o poder e abrir o caminho para a saída do governo Maduro", afirmou Mourão a jornalistas após a reunião.

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Os Estados Unidos têm adotado sanções econômicas contra aliados de Maduro. Mourão mencionou as últimas sanções impostas pelos americanos, na sexta-feira (5) que atingem o petróleo exportado da Venezuela para Cuba. Caracas envia a Cuba 59 mil barris de petróleo por dia, que equivalem a 70% do consumo de Havana.

"A situação está difícil, não tem bolinha de cristal para chegar e dizer 'é amanhã, ou semana que vem', mas eu vejo que o desenlace está próximo", afirmou Mourão.

Segundo Mourão, Pence quis saber a opinião do brasileiro sobre a crise no país vizinho. Ele disse ter expressado o que vem repetindo nos últimos dias: a solução para a crise na Venezuela precisa ser resolvida pelos próprios venezuelanos. "Nenhum de nossos países irá intervir na Venezuela de maneira militar. A questão militar é dos venezuelanos", afirmou Mourão.

Uma fonte da Casa Branca afirmou que Pence incentivou Mourão a usar a experiência como adido militar em Caracas para influenciar militares venezuelanos a romper com o chavismo. O governo americano espera que o Brasil ajude na interlocução com os militares do país vizinho, que até agora dão suporte a Maduro.

"Ele tem a credibilidade de ser um líder importante na região com formação militar", disse a fonte da Casa Branca, que pediu para não ser identificada. "É uma voz muito importante e está usando essa voz para avançarmos." Mourão, contudo, disse que não houve pedido de Pence para fazer a interlocução com militares da Venezuela. O vice-presidente brasileiro avaliou que Maduro já perdeu a capacidade de liderar as Forças Armadas venezuelanas.

Os dois falaram sobre a presença militar da Rússia na Venezuela. Mourão disse que a presença russa preocupa, porque o país é uma força externa ao continente. "A Rússia está tentando manter os seus interesses, uma vez que investiu bastante dinheiro", disse Mourão.

A reunião dos dois vice-presidentes durou cerca de 30 minutos. Os dois também falaram sobre as relações do Brasil com a China. Pence apresentou a Mourão "preocupações" com relação a questões de propriedade intelectual e disputa tecnológica com relação à China, mas disse entender que o país é um grande parceiro comercial do Brasil.

O vice-brasileiro disse ter deixado claro que o Brasil "busca com a China um relacionamento estratégico na busca de beneficio mútuo para ambos os países". Mourão negou que os dois tenham falado sobre a eventual transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, defendeu que o governo tenha um trabalho "persistente" na área social para resolver a criminalidade do País. Caso contrário, disse Mourão, o governo vai "enxugar gelo", mesmo com bons trabalhos na polícia. Ele ainda comparou as prisões a "masmorras" e "colônias" do crime.

"Com as pessoas vivendo amontoadas em favela, sem acesso a água, a luz, com o traficante colocando a televisão a cabo para eles, nós não vamos resolver o problema. Temos de agir de forma vigorosa na área social", afirmou Mourão, aplaudido pela plateia do Brazil Conference, evento organizado pelos estudantes brasileiros das universidades de Harvard e do MIT.

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O enfoque social para resolução dos problemas de segurança agradou à plateia em Harvard, mas segundo especialistas não parece dar o tom da gestão. As políticas de segurança apresentadas pelo governo Bolsonaro até o momento, por outro lado, têm se voltado à repressão de crimes e à flexibilização do porte de arma.

Mourão disse que o sistema prisional tem "masmorras" e, por isso, as prisões não conseguem atingir a finalidade esperada. "Como é que eu vou educar uma pessoa se jogo em uma prisão que é uma masmorra, sem ter atividade laboral, sem ter progressão educacional?", indagou, também sob aplausos. A fala aconteceu no momento que foi questionado sobre as políticas repressivas na área da educação.

A comparação entre cadeias e masmorras foi feita anteriormente em um governo petista. Em 2015, em lançamento de dados sobre o sistema prisional, o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que os presídios brasileiros eram "masmorras medievais".

Neste domingo, antes do momento das perguntas, contudo, no pronunciamento inicial, o atual vice-presidente chegou a dizer que as prisões eram como "colônias de férias" do crime organizado - uma expressão que ele não repetiu no momento de perguntas e respostas.

Maioridade penal

Ele defendeu também a redução da maioridade penal e o endurecimento da legislação quanto à progressão de penas. "A nossa legislação penal, na minha visão e na visão do governo, é branda ainda. Criminoso tem de cumprir seu tempo na cadeia", disse Mourão.

Clima

Apesar dos aplausos ao falar de segurança, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, acabou confrontado verbalmente por estudantes de Harvard em outros temas. Ao sugerir que a alteração no clima mundial poderia ser um fenômeno natural e cíclico, a plateia de estudantes reagiu. "Não sabemos se é uma daquelas curvas senoides (ou seja, apenas uma oscilação)", disse Mourão, quando foi interrompido por gritos de "não" da plateia. "Ou se (a mudança climática) veio para ficar", completou.

Durante a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro chegou a ameaçar retirar o Brasil do Acordo de Paris e filhos do presidente já ironizaram nas redes sociais o aquecimento global. Mourão, assim como Bolsonaro já fez, ressaltou que o País não deixará o acordo climático. "Vamos nos sujeitar aos ditames ali colocados."

Outro tema tratado na Brazil Conference foi o do desmate. Ele afirmou que o "arco do desmatamento" chegou ao limite. "Temos de fazer todo esforço para parar por aqui e temos de fazer todas as atividades necessárias para o reflorestamento. É dessa forma que o presidente (Jair) Bolsonaro vê esse problema."

Por outro lado, Mourão defendeu que os produtores rurais sejam levados em consideração no debate, pois "são os principais interessados em preservar a terra que eles têm". "Porque se elas forem atingidas em termos ambientais os agricultores perderão a capacidade de produzir." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, mostrou respeito e alinhamento à orientação do presidente da República, Jair Bolsonaro, durante sua participação no Brazil Conference em Harvard e MIT e defendeu que Bolsonaro é "muitas vezes tão criticado, muitas vezes tão pouco compreendido".

"Para Bolsonaro, moldar o futuro é a suprema arte de um governo. A visão do presidente é muito clara: ele está trabalhando para as próximas gerações e não para as próximas eleições", disse Mourão. "Ele tem firme que em primeiro de janeiro de 2023, quando entregarmos nosso bastão, o País deverá estar com suas reformas prontas, com a base em condições para que então tomemos o rumo para aquilo que tem que ser nosso destino manifesto."

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O vice-presidente também ressaltou que os brasileiros no futuro merecem viver as quatro liberdades manifestadas pelo presidente democrata Franklin D. Roosevelt em 1941: liberdade de expressão, religiosa, do medo e de não ser submetido à vontade de ninguém.

O vice-presidente também apontou que parcela da classe política no Brasil atua com "a lógica do século 19", na qual avalia que grande parte das decisões de governo precisa fazer parte da Constituição. "O Supremo Tribunal Federal julga tudo: do alfinete ao foguete."

Neste domingo, ele também minimizou a queda de popularidade dizendo que o "Executivo não tem varinha de condão". "Vejo naturalmente essa queda inicial na popularidade", afirmou Mourão. O vice-presidente disse que há uma "ansiedade" muito grande por parte da sociedade e que sabe que as pessoas clamam por mudanças.

O levantamento indicou que 30% dos brasileiros consideram a gestão do presidente Bolsonaro ruim ou péssima, enquanto com Dilma Rousseff o índice foi de 7%, Lula, 10%, FHC, 16%, Itamar Franco, 11%, e Fernando Collor, 19%. A fatia dos que avaliam a gestão de Bolsonaro como ótima ou boa é de 32% e, regular, de 33%.

O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, rechaçou neste sábado (6) críticas de que estaria atuando como um contraponto ao presidente Jair Bolsonaro. "Jamais. Eu sou complementar ao presidente, eu complemento ele", disse Mourão, ao ser questionado se adotava um antagonismo a Bolsonaro.

Aliados do presidente têm se incomodado com o que consideram agendas do vice-presidente que "destoam da linha do governo" e declarações recentes de Mourão que "parecem contrariar ou desautorizar posições prévias do presidente", segundo fonte do governo.

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A fala de Mourão aconteceu nos Estados Unidos, onde ele tem agenda criticada por ala do governo. Os encontros do vice-presidente na manhã deste sábado incluíram, por exemplo, uma reunião de cerca de uma hora com o ex-ministro Mangabeira Unger, que já criticou o governo Bolsonaro. Mangabeira foi também o guru de Ciro Gomes (PDT) durante a campanha eleitoral de 2018.

Ontem, no evento organizado por alunos brasileiros de Harvard e do MIT, Ciro afirmou que Mourão quer "de forma descarada" ocupar o lugar de Bolsonaro e chamou o presidente de "idiota".

Mourão entrou na mira de ala do governo mais alinhada com o escritor Olavo de Carvalho. O vice-presidente minimizou os incômodos e disse não se importar com críticas. "A crítica faz parte do jogo político, eu não me importo com crítica", disse Mourão neste sábado.

Segundo ele, Mangabeira Unger falou a ele sobre "a proposta que ele tem hoje de economia do conhecimento, que é a visão que ele tem do mundo moderno". "A produção industrial começa a atingir seu limite e o conhecimento passa a ser algo que vale muito dinheiro", explicou Mourão.

O vice-presidente também se reuniu com o empresário Jorge Paulo Lemann e, à tarde, terá um encontro com a comunidade de imigrantes brasileiros na reunião de Boston. Mourão está nos EUA para participar da Brazil Conference, evento organizado pelos alunos de Harvard e do MIT. Na segunda-feira, ele participará de um encontro com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, na capital dos Estados Unidos.

Por incomodar uma ala do Planalto, a viagem de Mourão é encarada como uma "viagem pessoal" dentro do governo. Apenas a visita a Pence teria contado com o intermédio da área internacional do Planalto.

A agenda de Mourão prevê ainda uma entrevista à rede de televisão CNN. A emissora é crítica ao presidente dos EUA, Donald Trump, que já chamou jornalistas da CNN de "fake news". Quando esteve em Washington, há pouco mais de 15 dias, Bolsonaro decidiu dar uma entrevista à FOX News, a emissora que é geralmente elogiada por Trump e frequentemente escolhida pelo governo americano para entrevistas exclusivas. O governo Bolsonaro tem feito um movimento de aproximação da gestão de Trump.

A agenda do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, nos Estados Unidos prevê uma entrevista à rede de televisão CNN. A emissora é crítica ao presidente dos EUA, Donald Trump, que já chamou jornalistas da CNN de "fake news". A entrevista, que ainda consta na agenda de Mourão como um compromisso "a confirmar", é um contraponto à escolha do presidente Jair Bolsonaro nos EUA.

Quando esteve em Washington, há pouco mais de 15 dias, Bolsonaro decidiu dar uma entrevista à FOX News, a emissora que é geralmente elogiada por Trump e frequentemente escolhida pelo governo americano para entrevistas exclusivas. O governo Bolsonaro tem feito um movimento de aproximação da gestão de Trump.

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A entrevista à CNN não é o único contraponto de Mourão à agenda do presidente nos EUA. O vice-presidente terá uma agenda com imigrantes brasileiros em Boston, neste sábado. A passagem de Bolsonaro pelos EUA foi marcada por um recuo em uma declaração sobre imigrantes.

Em entrevista à Fox, Bolsonaro defendeu a construção de um muro na fronteira dos EUA com o México, como proposta por Trump, e afirmou que a maioria dos imigrantes não tem boas intenções. No dia seguinte, o presidente brasileiro se desculpou. Também em Washington, o filho de Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro, afirmou que os imigrantes ilegais são uma "vergonha" para o País.

Mourão tem agenda em Boston, onde participa do evento Brazil Conference, organizado por alunos das universidades de Harvard e do MIT, durante o fim de semana. Na segunda-feira, ele tem encontros em Washington, capital dos Estados Unidos, incluindo uma reunião com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence.

Aliados do presidente têm se incomodado com o que consideram "agendas de Mourão que destoam da linha" do governo e com declarações recentes do vice-presidente que "parecem contrariar ou desautorizar posições prévias do Presidente", segundo uma fonte do governo.

A viagem de Mourão é encarada, por isso, como uma "viagem pessoal". Apenas a visita a Pence teria contado com o intermédio da área internacional do Planalto.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, evitou declarar diretamente se o nazismo é de direita, mas sinalizou divergência em relação ao conceito que o presidente Jair Bolsonaro tem do movimento. "De esquerda é o comunismo. Não resta a menor dúvida", disse ao ser questionado por jornalistas. Diante de novos questionamentos sobre o assunto, Mourão afirmou que nazismo e comunismo estão em lados opostos. "Nazismo e comunismo são duas faces de uma moeda só, o totalitarismo", afirmou.

Nesta terça-feira, 2, depois de visitar o Yad Vashem, o Centro de Memória do Holocausto, em Jerusalém, Jair Bolsonaro afirmou concordar com o chanceler Ernesto Araújo em relação à avaliação de que o nazismo foi um movimento de esquerda. "Não há dúvida", resumiu o presidente.

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Na noite desta terça-feira, 2, durante coletiva de imprensa, Mourão inicialmente rebateu as perguntas de jornalistas sobre o conceito do nazismo com outra pergunta: "Vocês têm dúvida disso?". Confrontado com as divergências que surgiram sobre a questão devido a posicionamentos de integrantes do governo, Mourão definiu o nazismo como "um movimento autoritário, o nacional socialismo", e fez um breve resumo sobre o seu surgimento na Alemanha.

Em seguida, foi questionado mais uma vez se "considera que (o nazismo) é de direita ou de esquerda". "De esquerda é o comunismo, né? Não resta a mínima dúvida. Quer dizer, acho que se a gente for olhar... Sou crítico contumaz dessa questão de direita e esquerda, acho que são ambas visões totalitárias de controle total da população, de desrespeito aos direitos humanos, que não se coadunam com o espírito que a gente busca para a humanidade", declarou.

Novamente questionado, ponderou que critica extremos da direita e esquerda, mas que nazismo e comunismo estão em lados opostos de uma mesma moeda. "Eu critico esquerda e direita. Acho que esquerda é quando tem visão onde o estado intervém mais na vida das pessoas, diferente de ser autoritário, isso é ser esquerda. E direita é você dar mais liberdade aos empreendedores, ter mais liberdade para poder estabelecer seus negócios, propriedade privada. Isso é o que eu acho de direita e esquerda. Nazismo e comunismo são duas faces de uma moeda só, o totalitarismo."

Em 13 dias como presidente em exercício desde 1º de janeiro, Hamilton Mourão priorizou reuniões e encontros com políticos e com o setor privado. Levantamento do Estadão mostra que em 54 compromissos oficiais de sua agenda enquanto comandou o País na ausência de Jair Bolsonaro, Mourão esteve 14 vezes com prefeitos, deputados, senadores e governadores e nove com empresários e investidores.

A agenda de Mourão na Presidência também registra oito encontros com autoridades internacionais e também oito com militares. Membros da equipe de governo foram recebidos pelo general seis vezes. Ele também esteve com jornalistas (4), membros do poder Judiciário (3) e religiosos (2). O levantamento identificou duas agendas apontadas como "despacho interno".

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A ampla maioria das agendas de Mourão na Presidência se deu no Palácio do Planalto. Foi assim em 35 delas. Além das reuniões no gabinete, fez três visitas oficias (entre elas, para os governadores tucanos João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul) e compareceu a onze eventos, como o desta terça-feira, 2, no Rio, uma feira do setor privado sobre defesa e segurança. Ainda hoje ele tinha encontro marcado com o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Enquanto disputavam a corrida eleitoral em 2018, Bolsonaro disse que Mourão ainda não tinha "tato político". Para o cientista político Kleber Carrilho, da Universidade Metodista, não é bem assim. "Ficou claro no governo que isso não é verdade. Um general não é um néscio. Ele tem demonstrado visão estratégica. Mourão é o maior estrategista político do governo e tem tido um papel de apaziguador e de uma referência estável no governo", diz Carrilho. "Ele dá ao governo uma cara de um ambiente planejado politicamente, coisa que Bolsonaro não consegue fazer."

Protocolar

Assim como em outras agendas públicas como presidente em exercício, Mourão foi protocolar nesta terça e mostrou um discurso institucional no Rio. "Minha presença aqui é para afiançar que o presidente Jair Bolsonaro quer promover reformas estratégicas para destravar a economia, para que o livre comércio seja efetivado no Brasil", disse, destacando acreditar que a reforma da Previdência será aprovada "nos próximos meses".

O tom é o mesmo de outras ocasiões. Quando Bolsonaro foi à Suíça participar do Fórum Econômico Mundial, em janeiro, Mourão defendeu mudanças nas regras da Previdência para militares - naquele momento, o governo ainda não havia enviado a proposta para o Congresso. Ele defendeu 35 anos de contribuição e disse que as mudanças seriam "positivas ara o país". Há alguns dias, enquanto Bolsonaro estava no Chile, Mourão disse que o Congresso aprovará a reforma até agosto e defendeu diálogo entre o governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia - o fim de semana havia sido marcado pelas rusgas públicas entre Bolsonaro e o deputado do DEM.

Mourão também protagonizou polêmicas. Na primeira ausência de Bolsonaro, assinou um decreto que flexibilizava a classificação de dados ultrassecretos por membros do governo. O decreto foi barrado pela Câmara. Nesta semana, ele responsabilizou Bolsonaro pela divulgação, por parte do Planalto, de um vídeo que celebrava o golpe de 1964, que instituiu a ditadura militar no Brasil.

Até agora, Mourão foi acionado cinco vezes para atuar como presidente em exercício - foi assim durante as viagens de Jair Bolsonaro para Davos (Suíça), Washington (EUA), Santiago (Chile) e Jerusalém (Israel), e quando o presidente foi submetido à cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal - a terceira em decorrência da facada durante a campanha eleitoral.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, afirmou que o vídeo distribuído ontem pelo Palácio do Planalto em defesa do golpe de 1964 foi "decisão do presidente" Jair Bolsonaro. "Foi divulgado pelo Planalto, é decisão dele (do presidente)", disse Mourão a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto. Ele viaja hoje a São Paulo, onde terá encontro com investidores.

Ao ser questionado sobre o fato de que a comunicação do palácio não sabe dizer exatamente quem seria responsável pelo conteúdo e envio da mensagem, Mourão desconversou. "Também não sabe? Então... Eu nem vi esse vídeo", respondeu o presidente em exercício.

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No material distribuído pelo Planalto no domingo, data em que o golpe de 1964 completou 55 anos, o apresentador diz que o Exército "salvou" o País. "O Exército nos salvou. O Exército nos salvou. Não há como negar. E tudo isso aconteceu num dia comum de hoje, um 31 de março. Não dá para mudar a história", diz o apresentador do vídeo em um trecho do material.

O vídeo tem aproximadamente dois minutos, não traz a indicação de quem seria seu autor e foi distribuído por um número oficial de WhatsApp do Planalto, usado pela Secretaria de Comunicação da Presidência para o envio de mensagens de utilidade pública, notícias e serviços do governo federal. Para receber os conteúdos, os jornalistas precisam ser cadastrados no sistema.

A assessoria de imprensa do Planalto foi procurada e, como resposta, disse que não iria se pronunciar. A equipe também confirmou que o canal usado para disparar o vídeo é mesmo oficial. "Sobre o vídeo a respeito do dia 31 de março, ele foi divulgado por meio de nosso canal oficial do governo federal no WhatsApp. O Palácio do Planalto não irá se pronunciar."

O mesmo vídeo foi compartilhado no Twitter pelo deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). "Num dia como o de hoje o Brasil foi liberto. Obrigado militares de 64! Duvida? Pergunte aos seus pais ou avós que viveram aquela época como foi?", escreveu, no post em que anuncia o vídeo.

Justiça

O aniversário de 55 anos virou pano de fundo para mais uma polêmica na gestão Jair Bolsonaro, após o presidente recomendar aos quartéis comemorarem a "data histórica". Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, ele também minimizou o fechamento do Congresso Nacional, ao comparar a edição de decretos-leis e a edição de medidas provisórias pelo governos pós-ditadura. "Entre os probleminhas que nós tivemos e que outros países tiveram, olha a Venezuela a que ponto chegou?" Diante das reações, Bolsonaro mudou o discurso e passou a falar em "rememorar" o golpe.

As discussões em torno da data foram parar na Justiça. No último sábado, uma juíza de plantão no Tribunal Regional Federal da 1.ª Região cassou liminar que proibia o governo de promover os eventos alusivos ao golpe de 1964. Apesar de "reconhecer a sensibilidade do tema em análise", Maria do Carmo Cardoso decidiu que a recomendação do presidente Bolsonaro para comemorar a data se insere no âmbito do poder administrador.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, classificou como "ruído" as recentes divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Ruídos ocorrem. Estamos em um mundo onde a comunicação se faz de forma instantânea e a transparência é muito maior que em outros períodos", avaliou Mourão. "Acho que houve algum ruído na comunicação entre os dois", reforçou Mourão. Ele falou pelo menos mais duas vezes que houve "ruído", e ponderou que as coisas serão "acertadas"

Em resposta ao presidente da Câmara, Bolsonaro lamentou e avaliou como "irresponsável" a declaração do parlamentar fluminense quando disse que ele está "brincando de presidir o País". Antes, o presidente da República fez insinuação de que Maia "passa por um momento difícil" em entrevista gravada ao programa "Brasil Urgente", apresentado por José Luiz Datena, na TV Bandeirantes. Na semana passada, o marido da sogra do democrata, Moreira Franco, foi preso.

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Mourão voltou a afirmar que Maia é "importante" e "imprescindível no processo que estamos vivendo no Brasil pelo papel que ele tem dentro da Câmara dos Deputados".

Sobre a derrota na Câmara, minimizou a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que engessa parcela maior do Orçamento e torna obrigatório o pagamento de despesas hoje passíveis de adiamento. Sobre o assunto, disse que a questão "está sendo mal interpretada". "Muda muito pouco, dá mais poder ao recurso das bancadas, que torna impositiva, obrigatório este gasto. Tudo está atrelado à arrecadação."

"O orçamento é um crédito e se o financeiro não cobre este crédito, tem duas linhas de ação: ou você faz um contingenciamento ou começa a fazer aquela pedalada e dar aqueles restos a pagar que vão se juntando e acaba acontecendo o que ocorreu com a presidente Dilma", disse Mourão.

Após a prisão do ex-presidente Michel Temer, nesta quinta-feira (21), o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, afirmou que "é muito ruim para o País ter um ex-presidente preso". Ele lembrou que já fez comentário semelhante sobre o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril do ano passado. Mourão assumiu interinamente a Presidência após viagem de Jair Bolsonaro ao Chile, no início da tarde desta quinta.

"Já falei a respeito da mesma situação do presidente Lula. É muito ruim para o país ter um ex-presidente preso. Agora seguem as investigações", disse Mourão a jornalistas no Palácio do Planalto. Questionado se a prisão de Temer era esperada, Mourão respondeu que "não tinha detalhes" e "estava por fora".

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Sobre a tramitação de propostas do governo Jair Bolsonaro no Congresso, considerou que a prisão de Temer não deve atrapalhar, mas que deixa "todo mundo querendo se equilibrar". "Acho que não atrapalha. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A verdade é que fica aquela coisa igual cachorro em cima de canoa, todo mundo querendo se equilibrar", afirmou.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, evitou fazer comentários sobre a eventual criação da comissão parlamentar de inquérito para investigar o "ativismo judicial" em tribunais superiores, chamada de CPI da Lava Toga. "I'm out (Estou fora, em inglês)", respondeu sobre o assunto.

Nesta terça-feira (19), o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) protocolou requerimento para a criação da CPI. O documento conta com 29 assinaturas. Esta é a segunda tentativa de emplacar a comissão no Senado.

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EUA

O presidente em exercício disse ainda que a viagem aos Estados Unidos faz com que o presidente Jair Bolsonaro se consolide como "líder do Brasil".

Para Mourão, a visita oficial foi um "sucesso". Questionado sobre as polêmicas declarações do presidente e um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sobre imigrantes, Mourão afirmou que eles já se desculparam publicamente.

O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira (19), que a reforma da Previdência não é a solução de todos os males, mas sim um passo inicial. Em palestra a empresários do Distrito Federal, Mourão disse que a aprovação da reforma criará um ambiente de confiança. "Os investidores verão que o governo estará cumprindo promessas de campanha", disse o presidente em exercício.

Mourão enfatizou que a reforma não irá solucionar da noite para o dia a crise fiscal do País, mas, reforçou, é "o passo inicial". Na avaliação dele, o início do segundo semestre seria o prazo ideal para aprovação da reforma. "Isso é o ótimo. Mas o ótimo é inimigo do bom."

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O presidente em exercício também defendeu uma abertura da economia, porém de forma "lenta, gradual e segura". "Temos que abrir a economia para o comércio mundial. Mas essa abertura tem que ser lenta, gradual e segura. Porque, enquanto não reformarmos o sistema tributário, será um massacre para nossa produção local", disse.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (19), que a reforma da Previdência dos militares deve gerar economia de R$ 13 bilhões aos cofres públicos em 10 anos. Ele não deu detalhes sobre os custos iniciais que serão gerados com a reestruturação da carreira. "Será superavitário em dez anos", disse. "O saldo é de R$ 13 bilhões positivos para a União."

Segundo Mourão, a proposta está pronta, mas ainda depende do aval do presidente Jair Bolsonaro. O texto será apresentado ao presidente nesta quarta, pela manhã, no Palácio do Alvorada, após ele retornar de viagem aos Estados Unidos.

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"Já está tudo ajustado, vai apresentar para o presidente amanhã para o presidente fechar esse pacote. Não tem nada que tenha que definir por parte do Ministério da Defesa, só a decisão presidencial agora", disse Mourão.

Para o presidente em exercício, a contribuição dos militares deve ter aumento progressivo para evitar a redução imediata de salários da categoria.

Mourão destacou que, com a proposta dos militares, haverá aumento da alíquota de 7,5% para 10,5% ao longo dos próximos dois anos. Somando com os 3,5% do plano de saúde, valor que já é adotado, concluiu que a contribuição vai aumentar para 14% ao longo dos próximos dois anos.

Ainda não foi acertado se o presidente Bolsonaro levará pessoalmente o texto ao Congresso, nem se a proposta será apresentada ao Legislativo no período da tarde.

De acordo com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, não é possível garantir que a proposta será entregue ao Congresso no período da tarde. "Um passo de cada vez, estamos fazendo os ajustes finais. A proposta será apresentada ao presidente amanhã pela manhã", frisou.

O presidente em exercício Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (18), após encontro com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que há convergência de ideias com o tucano e que essa foi a tônica do almoço que os dois participaram no começo da tarde.

Segundo Doria, este não foi um encontro político. O tucano afirmou também que tem diferenças com o PSL de Jair Bolsonaro, mas que isso não impede um bom relacionamento com o governo para tratar de "boas ideias pelo Brasil". De acordo com Mourão, o governo federal tem como objetivo estreitar relacionamento com os Estados para atrair investimentos. Doria emendou e disse estar satisfeito com as parcerias com o governo federal.

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O tucano disse ainda que além da reforma da Previdência, tratou com Mourão do programa de desestatização estadual e de investimentos em infraestrutura.

Após a declaraçao do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, de que os jogos violentos de video game podem ter influenciado o massacre na escola em Suzano, em São Paulo, o assunto se tornou um dos mais comentados no Twitter, na manhã desta quinta-feira (14). 'Somos gamers, não assassinos', dizem fãs de jogos na rede social.

Um dia após o atentado e a posterior fala de Mourão, fãs dos jogos eletrônicos saíram em defesa dos games e a hashtag #somosgamersnaoassassinos segue como uma das mais comentadas do dia. Na rede social, o debate sobre a inluência dos jogos violentos nas atitudes das crianças e dos adolescentes ganhou força.

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Isso porque no perfil de um dos atiradores, o jovem Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, foi possível encontrar diversas postagens em que ele demonstrava ser fã de jogos omo os da série Call of Duty e Ghost Recon. Outras pessoas apontaram que os trajes dos assassinos eram de inspiração dos jogos de violência. 

Mourão afirmou à imprensa que os jovens estão muito viciados em videogames violentos. "Estou muito triste com essa situação. Temos que entender o porquê de isso estar acontecendo. Essas coisas não aconteciam no Brasil. Na minha opinião (...) vemos essa garotada viciada em videogames (...) videogames violentos. Tenho netos e os vejo muitas vezes mergulhados nisso aí. Quando eu era criança, jogava bola, soltava pipa. A gente não vê mais essas coisas. Lamento profundamente tudo o que ocorreu".

A declaração do vice de Bolsonaro não foi bem recebida pela comunidade de gamers e ele tem sido duramente criticado pela fala, desde então. "Colocar a culpa nos jogos é mais fácil do que num lar que talvez não teve pai presente, ou num ambiente de crescimento não saudável né", postou um usuário do Twitter.

Outro apontou que a fala de Mourão é hipocrisia. "Vamos parar com a hipocrisia. Se for para falar de influência então vamos proibir séries, filmes, sua novelinha de fim de tarde, jornal da manhã, etc. Vamos nos privar de tudo e nos acolher em uma bolha", publicou.

Confira algumas postagens abaixo:

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou na tarde desta quarta-feira (13), que é preciso entender por que tragédias como a de Suzano, em São Paulo, estão acontecendo com mais frequência no País. "É muito triste. A gente tem que chegar à conclusão por que isso está acontecendo. Essas coisas não aconteciam no Brasil, aconteciam em outros países", lamentou o vice.

Na manhã desta quarta, um adolescente e um homem encapuzados mataram pelo menos dez pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano. Eles abriram fogo contra as vítimas e em seguida cometeram suicídio.

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Mourão não considera que a tragédia em Suzano tenha relação com o debate sobre flexibilização da posse e porte de armas, uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro na campanha, mas admitiu que a associação neste momento será inevitável. "Não vejo essa questão. Vai dizer que a arma que os caras estavam lá era legal? Acho que não tem nada a ver, mas sei que a questão vai ser colocada", declarou.

Mourão não quis opinar sobre a fala do senador Major Olímpio (PSL-SP), que disse que a tragédia seria evitada se os professores da escola estivessem armados. Questionado sobre a declaração, Mourão respondeu: "no coments (sem comentários, em inglês)".

Para Mourão, um dos motivos pelo qual esse tipo de crime passou a ocorrer no Brasil é o uso excessivo de videogame e de jogos considerados violentos. Ele citou como exemplo seus netos, que disse que passam o dia "mergulhados nisso".

O vice também avaliou que atualmente pais e mães são obrigados a trabalhar e é preciso oferecer mais opções de escola em tempo integral. Ele lembrou que, quando criança, costumava jogar futebol, soltar pipa e brincar de bola de gude.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, considera importante a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para mudar o chamado pacto federativo, acabando com as despesas obrigatórias e as vinculações orçamentárias. A ideia foi defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Para Mourão, a proposta ajudaria a resgatar um poder do Legislativo. "Julgo que é muito bom porque o Congresso recupera um poder que hoje ele não tem, que é realmente montar o Orçamento. E o Executivo fica com a grande função de executar o Orçamento", disse o vice. Ele também negou que o envio da PEC da desvinculação ao Senado possa atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência.

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Pronto há mais de seis meses, o projeto da desvinculação chegou a ser anunciado como Plano B de Paulo Guedes caso a reforma da Previdência não fosse aprovada, mas acabou ganhando vida própria, diante do rombo registrado nas finanças de prefeitos e governadores em todo o País. "Os políticos têm de assumir as suas responsabilidades, as suas atribuições e os seus recursos", disse Guedes.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o presidente Jair Bolsonaro foi "mal interpretado" ao dizer que democracia e liberdade só existem quando as Forças Armadas assim o querem. Segundo Mourão, a frase não tem tom ameaçador, como foi visto por alguns, e, sim, faz referência ao caso de países como a Venezuela.

Ao chegar ao Planalto após o almoço, Mourão falou, bem-humorado, que já sabia o que os jornalistas queriam perguntar e tratou logo de tentar esclarecer a nova polêmica. "Eu já sei qual é o assunto e vou dizer muito claramente o que o presidente quis dizer. Ele está sendo mal interpretado. O presidente falou que onde as Forças Armadas não estão comprometidas com democracia e liberdade, esses valores morrem. É o que acontece na Venezuela. Lá, infelizmente as Forças Armadas venezuelanas rasgaram isso aí", disse Mourão a jornalistas.

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Para o vice, foi "exatamente isso que o presidente quis dizer". Questionado se concorda com a afirmação de Bolsonaro, Mourão respondeu que, "se as Forças Armadas não são comprometidas com democracia e liberdade, elas não subsistem". "Está aí a Venezuela para mostrar", reforçou.

Ao ser indagado sobre as críticas que têm recebido de um dos gurus do governo, o filósofo Olavo de Carvalho, Mourão desconversou e mandou um "beijinho".

O vice-presidente também evitou comentar o vídeo compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro com cenas obscenas que associou aos blocos de carnaval. Ontem, o Planalto soltou uma nota para dizer que o presidente não quis criticar o carnaval de forma genérica. "Sobre isso eu não vou comentar", afirmou o vice.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, voltou a defender uma solução pacífica para a crise na Venezuela, afirmando que é preciso arranjar uma "porta de saída" para o presidente do país, Nicolás Maduro. "Não queremos guerra no nosso continente, temos que buscar preservar essa paz", disse Mourão, em entrevista à GloboNews na noite desta quarta-feira, 28.

Mourão afirmou ainda que a guerra civil é um "cenário possível" pela situação que o país vive hoje, mas avaliou que é menos provável que os conflitos respinguem para o Brasil, já que a fronteira entre o País e a Venezuela é menos povoada.

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O vice-presidente defendeu ainda a necessidade de se convocar eleições na Venezuela após a saída de Maduro e avaliou que a OEA terá papel importante nessa missão. "Se militares assumirem e não convocarem eleições, vamos trocar seis por meia dúzia", disse.

Sobre as últimas ações do governo federal em relação à Venezuela, como o envio de ajuda humanitária ao país vizinho, Mourão disse acreditar que não configuram uma mudança da diplomacia brasileira. "O Itamaraty continua a agir como sempre agiu", afirmou, pontuando que a situação se impôs e o Brasil precisou lidar com os refugiados que atravessaram a fronteira.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira, 26, que o vazamento da investigação da Receita Federal que atinge 134 agentes públicos pelo Fisco "tem que ser melhor investigado". "Precisa ser esclarecido se foi uma iniciativa dentro de um processo de investigação ou iniciativa própria de um auditor".

No início do mês, documentos da investigação da Equipe Especial de Programação de Combate a Fraudes Tributárias (EEP Fraude) foram vazados com o conteúdo de um dos investigados, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, além de sua esposa, Guiomar Feitosa.

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Nesta segunda-feira, 25, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a esposa do presidente do STF Dias Toffoli, Roberta Maria Rangel, além de uma ministra do Superior Tribunal de Justiça também estão incluídas nas investigações.

Durante discurso em São Paulo na posse da diretoria da Associação Brasileira de Materiais de Defesa e Segurança (Abinde), Mourão também opinou sobre a polêmica carta enviada por e-mail pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, à escolas das redes pública e privada, divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 25.

"A discussão (sobre a carta do MEC) está mal centrada. Buscamos resgatar o civismo. Infelizmente ao longo dos últimos tempos, se perdeu o respeito aos próprios símbolos pátrios. Agora, a forma como isso foi colocado não ficou boa".

No conteúdo da carta, o ministro solicitava a leitura de uma mensagem oficial, finalizada com o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro em 2018 e com o canto do hino nacional pelos alunos. Um vídeo com os alunos cantando enfileirados deveria ser enviado pela escola ao ministério.

Nesta terça, Rodríguez voltou atrás, retirando o slogan de campanha "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" do texto, que foi reenviado para escolas, com a explicação de que não se tratava de uma obrigatoriedade, mas sim de uma orientação do ministério.

Mourão também criticou a afirmação do líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo, a respeito do encaminhamento de uma reforma da previdência para os militares através de medida provisória: "Vi que o líder do governo andou falando isso. Ele pode mandar por medida provisória, mas será encaminhada como projeto de lei. São cinco leis a serem alteradas", disse.

Em relação aos conflitos na fronteira com a Venezuela, Mourão enfatizou que o Brasil não deve alterar a maneira como tem endereçado a questão. "Nossa posição na Venezuela é usar a diplomacia como método e as pressões políticas e econômicas necessárias até que o Sr Nicolas Maduro (presidente eleito do País) compreenda que é hora dele se retirar".

Sobre o líder da oposição, Juan Guaidó, ter se autoproclamado presidente, reconhecido inclusive pelo Brasil, Mourão disse que "a Constituição venezuelana permite isso".

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