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A Sampdoria anunciou nesta sexta-feira (13) que mais quatro jogadores do seu elenco estão com coronavírus, além de um médico. Esses casos positivos para o Covid-19 se somam ao do atacante Manolo Gabbiadini, anunciado na última quinta.

Os jogadores com o coronavírus são o defensor gambiano Omar Colley, o meio-campista sueco Albin Ekdal, o atacante Antonino La Gumina e o meio-campista norueguês Morten Thorsby. O médico Amedeo Baldari também está com a virose. "A saúde deles é boa e estão em casa em Gênova", afirmou o clube no comunicado oficial.

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"A Sampdoria reitera que aplicou imediatamente todos os procedimentos exigidos por lei: todas as instalações do clube estão fechadas, o elenco, os dirigentes e os funcionários potencialmente envolvidos estão em auto-isolamento voluntário em casa", acrescentou o clube.

Dos jogadores da Sampdoria infectados, apenas La Gumina não possui status de titular. O time dirigido pelo técnico Claudio Ranieri faz temporada ruim e ocupa apenas o 16.º lugar no Campeonato Italiano.

Além dos cinco atletas da Sampdoria e de um dos seus médicos, a elite do futebol do país teve outro caso de coronavírus entre seus jogadores, com o defensor Daniele Rugani, da Juventus.

A Itália é o segundo país do mundo com mais casos de coronavírus, atrás apenas da China. Segundo a Defesa Civil, são 1.266 mortes, sendo 250 nas últimas 24 horas. Além disso, o número oficial de pessoas contaminadas é de 17.660.

Elevado ao grau de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última quarta-feira (11), o novo coronavírus (Covid-19) deve seguir preocupando as autoridades e a população mundial por tempo indeterminado. A disseminação do vírus mortal por nações dos cinco continentes já causou a morte de mais de 4 mil pessoas em todo o planeta. A preocupação com o contágio fez com que muitos eventos culturais, de moda, esportivos, políticos, corporativos e até uma conferência sobre o próprio Covid-19 fossem cancelados em diversos países do mundo. 

Tomorrowland Winter

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Na França, a edição de um dos festivais de música eletrônica mais famosos do planeta foi cancelada pelo governo. A festa, que aconteceria pela segunda vez em Alpe d'Huez a partir do dia 14 de março, ainda não foi reagendada pelos organizadores do evento.

Coachella e SXSW

Considerado um dos maiores eventos da música pop nos Estados Unidos, o Coachella foi adiado. A princípio, a festa que seria realizada em abril foi alterada para o mês de outubro. As cantoras brasileiras Anitta e Pabllo Vittar eram atrações do espetáculo que acontece no estado da Califórnia. De acordo com os organizadores, ainda não há confirmação se as apresentações serão as mesmas da programação original. Outro grande festival que envolve música e cultura alternativa teve sua suspensão ligada ao Covid-19, a 33ª edição do South by Southwest (SXSW), realizado no estado do Texas, também não acontecerá.

E3

O mundo dos games também foi vítima indireta da propagação do Covid-19. Conforme publicado no LeiaJá, a E3, a feira de jogos mais importante do planeta, que aconteceria entre 9 e 11 de junho em Las Vegas (EUA), foi cancelada pela organização do evento na última quarta-feira (11).

São Paulo Fashion Week

Em comunicado publicado na última quinta-feira (12), a organização dos desfiles cancelou o evento programado para ser realizado entre 24 e 28 de abril. A conferência internacional da SPFW, que seria dia 27 de abril, também será remarcada. Na nota, os organizadores mantiveram a temporada SPFW N50 que celebra os 25 anos do evento na capital paulista no mês de outubro.

Copa Libertadores da América e Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo 2022

A disputa do tradicional torneio do futebol sul-americano teve suas atividades suspensas devido ao surto de Covid-19. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), organizadora da competição, determinou a paralisação do torneio entre os dias 15 e 21 de março. As partidas marcadas para este período serão reagendadas. Os jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, campeonato de alçada da Conmebol e da Federação Internacional de Futebol (FIFA) que começaria no próximo dia 23 de março, também estão cancelados. Além disso, países como Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Paraguai terão jogos de suas disputas nacionais com portões fechados.

Liga dos Campeões da UEFA e Campeonatos Nacionais europeus

Nesta semana, a Liga dos Campeões da UEFA teve as partidas entre Valencia x Atalanta, na Espanha, e Paris Saint-Germain x Borussia Dortmund, na França, realizadas com portões fechados. A federação europeia ainda adiou jogos entre Juventus x Lyon, na Itália, e Manchester City x Real Madrid, na Inglaterra, e os duelos não têm data marcada para acontecer. A Liga Espanhola adiou as próximas duas rodadas do torneio nacional após o Real Madrid decidir entrar em quarentena após um dos atletas de basquete dos Merengues ter sido diagnosticado com o Covid-19. Na primeira e segunda divisões do Campeonato Francês, a entrada de torcedores nos estádios está proibida até o dia 15 de abril. A Itália, um dos lugares mais atingidos pelo vírus, suspendeu todos os campeonatos nacionais até 3 de abril. Em Portugal, o público está proibido de acessar os campos por tempo indeterminado.

NBA

Nos Estados Unidos, a NBA, principal liga de basquete do planeta, está suspensa por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pela organização na noite da última quarta-feira (12), quando o pivô francês Rudy Gobert, jogador do Utah Jazz, testou positivo após exame realizado para detecção do Covid-19.

Fórmula 1

O mundo da velocidade também foi atingido pelo surto. Um membro da equipe McLaren de Fórmula 1 foi diagnosticado com o coronavírus. O time britânico não participará do Grande Prêmio (GP) da Austrália, em Melbourne. A etapa inaugura a temporada 2020 da categoria mais importante do automobilismo mundial. Já na próxima corrida, no Bahrein, o acesso do público não será permitido. O GP da China também foi adiado e não tem data para ser realizado.

XIII Cúpula Hemisférica de Prefeitos e Governos Locais

A edição de número 13 do evento que envolveria a participação de prefeitos e governadores de países latino-americanos no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, está cancelada. A convenção dos líderes seria realizada entre os dias 17 e 20 de março.

Conferência sobre coronavírus

Em Nova York (EUA), o evento Doing Business Under Coronavirus foi cancelado por medo da doença se alastrar entre os participantes. A organização não-governamental Council on Foreingn Relations (CFR), organizadora da conferência, decidiu suspender todos os encontros agendados pela empresa até o dia 11 de abril.

A Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) anunciou, nesta sexta-feira (13), que as atividades acadêmicas estão suspensas pelo período de três semanas, iniciando a partir da próxima segunda-feira (16). O motivo da paralisação das atividades é em função da pandemia de coronavírus.

A medida foi adotada no intuito de minimizar a disseminação das potenciais contaminações do COVID-19 e propiciar condições para que a universidade possa se estruturar para o atendimento em saúde da comunidade. 

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A decisão foi tomada junto com representantes do hospital-escola da instituição, faculdades de medicina e enfermagem, pró-reitorias de ensino de Assuntos Estudantis e de Gestão de Pessoas.

Em nota, a Ufpel informa que os estudantes envolvidos em atividades acadêmicas consideradas essenciais receberão as devidas orientações nas suas respectivas unidades. As orientações referentes aos servidores da universidade serão divulgadas até o final do dia.

A pandemia do novo coronavírus é "controlável", afirmou nesta quinta-feira (11) o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma reunião com os países membros.

"Esta é uma pandemia controlável", disse. "Mas precisamos de maior vigilância para identificar, isolar, diagnosticar e tratar cada caso e romper a cadeia de transmissão", completou, antes de reconhecer sua preocupação porque "alguns países não estão enfrentando a ameaça com o compromisso político necessário".

Ele destacou que os países deveriam adotar um "enfoque global adaptado a sua situação, com a contenção como pilar central".

Ghebreyesus pediu aos países que "encontrem um equilíbrio justo entre a proteção da saúde, a prevenção das perturbações econômicas e sociais e o respeito dos direitos humanos".

Em todo o mundo foram registrados mais de 125.000 casos de infecção em mais de 100 países e territórios, com 4.600 mortes, de acordo com um balanço da AFP com base em fontes oficiais.

Pela primeira vez desde o início da epidemia, em dezembro na China, a OMS classificou na quarta-feira o novo coronavírus como "pandemia", alarmada por sua "propagação", pela "gravidade dos casos" e pela "insuficiência das medidas adotadas".

"Para salvar vidas, temos que reduzir a transmissão. Isto significa encontrar e isolar o maior número possível de casos e colocar em quarentena seus contados mais próximos", explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O governo do Distrito Federal suspendeu as aulas por cinco dias a partir desta quinta-feira (12) devido ao novo coronavírus. A decisão foi sancionada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e publicada em uma edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quarta-feira (11). Além disso, também estão suspensos eventos fechados e autorizações para manifestações em espaços públicos.

A medida foi tomada até que seja compreendido o impacto da pandemia do COVID-19 no mundo e sua interferência no Brasil. Por ser capital do país e ter Produto Interno Bruto (PIB) elevado, Brasília é uma cidade em que muitas pessoas vêm de viagens do exterior e, por isso, é necessário a cautela.

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As atividades que foram suspensas são: qualquer tipo de evento que exija licença do poder público e que reúna mais de 100 pessoas, como também atividades educacionais em escolas, universidades e faculdades tanto na rede pública quanto na rede privada.

O decreto também salienta que bares e restaurantes poderão continuar a funcionar desde que as mesas sejam postas a uma distância de pelo menos dois metros umas das outras. O texto também indica que o tempo de aplicação das medidas pode ser reavaliado a qualquer momento. Confira mais detalhes na publicação extra do DODF.

A Índia suspendeu nesta quarta-feira todos os vistos de turismo até 15 de abril, e afirmou que colocará em quarentena os viajantes vindos de sete países afetados pelo vírus, em uma tentativa de conter a propagação do novo coronavírus, indicou o governo em comunicado.

A suspensão dos vistos começará em 13 de março, segundo o comunicado.

No entanto, ficam isentos da medida os vistos diplomáticos, para organizações internacionais, de trabalho e para execução de projetos.

Todos os viajantes "que chegarem de ou que tenham visitado China, Itália, Irã, República da Coreia, França, Espanha, Alemanha depois de 15 de fevereiro ficarão de quarentena por um mínimo de 14 dias", acrescenta o comunicado do governo, segundo o gabinete de imprensa.

O número de pessoas infectadas com Covid-19 no mundo atingiu 124.101, das quais 4.566 morreram em 113 países e territórios, segundo um balanço da AFP baseado em fontes oficiais nesta quarta-feira, às 14H00.

No dia anterior no mesmo horário foram diagnosticadas 6.761 novas infecções e 315 mortes.

A China (sem os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia foi declarada no final de dezembro, adicionou 80.778 casos, com 3.158 mortes. Entre terça e quarta-feira, 24 novos casos e 22 mortes foram registrados no país asiático.

No resto do mundo, foram registrados 4.323 casos de pessoas infectadas (6.737 novas infecções) nesta quarta-feira, dos quais 1.408 morreram (293 novos).

Os países mais afetados depois da China são Itália (12.462 casos, dos quais 2.313 novos, 827 mortos), Irã (9.000 casos dos quais 958 novos, 354 mortos), Coreia do Sul (7.755 casos, dos quais 242 novos, 60 mortos), Espanha (2.128 casos, dos quais 506 novos, 47 mortos).

Desde terça-feira, Albânia, Suécia, Irlanda, Bélgica, Panamá e Bulgária registraram seus primeiros casos fatais. Brunei, Honduras, Bolívia, Costa do Marfim, Turquia, anunciaram casos pela primeira vez em seu território.

Nesta quarta-feira, e desde o início da epidemia, a Ásia adicionou 90.535 infecções (3.236 mortes), a Europa 22.307 (930), o Oriente Médio 9.876 (364), Estados Unidos e Canadá 989 (29), a América Latina e Caribe 148 (2), Oceania 129 (3) e a África 117 (2).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (11) pandemia para o Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus. Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. 

O termo é utilizado quando uma epidemia – grande surto que afeta uma região – se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. Atualmente, há mais de 120 países com casos declarados da infecção.

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A questão da gravidade da doença não entra na definição da OMS de pandemia que leva em consideração apenas a disseminação geográfica rápida que o vírus tem apresentado.

"A OMS tem tratado da disseminação [do Covid-19] em uma escala de tempo muito curta, e estamos muito preocupados com os níveis alarmantes de contaminação e, também, de falta de ação [dos governos]", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, no painel que trata das atualizações diárias sobre a doença. "Por essa razão, consideramos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia", explicou durante a conferência de imprensa em Genebra.

Ao caracterizar o Covid-19 como uma pandemia, Tedros Adhanom afirmou que o termo não deve ser usado de forma leviana.

"Pandemia não é uma palavra a ser usada de forma leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários", declarou. 

Recomendações permanecem

O diretor-geral da OMS ressaltou que a declaração não significa a adoção de novas recomendações no combate ao vírus.

“Descrever a situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS sobre a ameaça representada por esse coronavírus. Não altera o que a OMS está fazendo nem o que os países devem fazer”, disse Adhanon.

Durante a conferência, ele lembrou o que a OMS preconiza a todos países. “Lembro a todos os países que solicitamos: ativar e ampliar seus mecanismos de resposta a emergências, informar profissionais sobre riscos e como podem se proteger; encontrar, isolar, testar e tratar todos os casos de Covid-19, rastreando todos os contatos”.

"Todos os países devem encontrar um bom equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar disrupções econômicas e sociais e respeitar os direitos humanos", avaliou o diretor-geral. 

Outras pandemias

A última vez que a OMS declarou uma pandemia foi em 2009, para o H1N1. Estima-se que a doença tenha infectado cerca de 1 bilhão de pessoas e matado milhares no primeiro ano de detecção.

Ainda segundo a OMS, uma pandemia de gripe ocorre quando um novo vírus emerge e se espalha pelo mundo, e a maioria das pessoas não tem imunidade.

Há 100 anos, o mundo enfrentou uma outra pandemia, a de gripe espanhola. Estima-se que entre 50 e 100 milhões de pessoas tenham morrido entre 1918 e 1920. 

Brasil está mais preparado

Na semana passada, em entrevista à Agência Brasil, o médico infectologista Rivaldo Venâncio, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), afirmou que o Brasil está mais preparado para lidar com o Covid-19 do que estava, em 2009, para enfrentar a pandemia da gripe H1N1. Segundo ele, a população precisa se manter informada, mas não há razão para pânico.

Nesta quarta-feira (11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia devido ao novo coronavírus.

Junto à declaração houve fala de Tedros Adnahom Ghebreyesus, diretor-geral da organização.

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"A descrição da situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS da ameaça representada por esse vírus. Isso não muda o que a OMS está fazendo, nem o que os países devem fazer", disse Ghebreyesus.

O diretor-geral da OMS também afirmou que os países agora precisam preparar respostas para detectar, proteger, tratar, reduzir a transmissão, inovar e aprender. A OMS afirma que há 118 mil casos de infectados pelo novo coronavírus no mundo em 114 países, além de 4.291 mortes. A organização usou o Twitter para publicar a declaração com uma citação de Ghebreyesus.

Da Sputnik Brasil

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para a possibilidade de o avanço do coronavírus se tornar uma pandemia, mas ponderou que o surto ainda pode ser contido. "Estamos em um ponto decisivo", definiu durante entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.

Segundo dados mais recentes da entidade, 78.630 casos da doença foram registrados na China, com 2.747 mortes. Mas, de acordo com Tedros, o principal foco de preocupação se deslocou para fora do país asiático. "Nos últimos dois dias, o número de novos casos de coronavírus no resto do mundo superou o número de novos casos na China", destacou.

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Ainda de acordo com a OMS, além do gigante asiático, 44 países relataram 3.474 diagnósticos do vírus, com 54 mortes. "Minha mensagem para cada um desses países é a seguinte: esta é sua janela de oportunidade. Se agirem agressivamente agora, podem conter o coronavírus e salvar vidas", disse Tedros.

A organização explicou que a maior parte dos países que já registraram a doença está em fase de importação do vírus, mas que há casos de redes de transmissões próprias. "As epidemias no Irã, na Itália e na Coreia do Sul demonstram o que o coronavírus é capaz", lembrou o diretor-geral.

O médico etíope citou a África como região que requer maior atenção, por ter sistemas de saúde mais frágeis, mas disse que todos os países do mundo têm comunidades vulneráveis. Para ele, o surto está em uma fase "delicada" e pode ir para qualquer lugar.

Olimpíada

A OMS está trabalhando com autoridades japonesas para avaliar a viabilidade dos Jogos Olímpicos de Tóquio, marcados para julho. "Não teremos uma decisão sobre as Olimpíadas em breve", explicou o diretor-executivo da entidade, Michael Ryan, em entrevista coletiva.

Ryan lembrou que outros grandes eventos aconteceram durante epidemias anteriores, como a do zika, em 2016, quando foram realizados os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), cobrou nesta quarta-feira, 26, que o avanço do novo coronavírus (Covid-2019) seja considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta medida seria um reconhecimento de que a doença infecta, simultaneamente, pessoas ao redor do mundo, ou seja, não está restrita a uma região, e permitiria ampliar a lista de alerta de países para a doença.

Hoje, a OMS considera a doença uma emergência global, colocando em alerta apenas países em que há transmissão interna "consistente" da doença, com mais de 5 infecções dentro do mesmo território. Ou seja, que não foram "importadas" de outras nações.

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Na segunda-feira, o Ministério da Saúde adicionou mais oito países na lista de alerta do novo coronavírus, incluindo os primeiros três da Europa: Itália, Alemanha, França. Além desses, entram no rol do governo federal Austrália, Filipinas, Malásia, Irã e Emirados Árabes.

Isso significa que serão considerados suspeitos da doença passageiros que estiveram nesses locais e que apresentem sintomas da doença, como febre e tosse. O novo enquadramento, antecipado pelo Estado, é resultado da confirmação da transmissão do vírus dentro desses países.

Antes da nova definição, pessoas com sintomas de gripe vindas da Itália, por exemplo, não recebiam atenção especial da vigilância sanitária brasileira, pois a suspeita do novo coronavírus era descartada na hora. Agora, haverá um protocolo específico pelo qual, caso o passageiro tenha febre associada a algum outro sintoma, será enquadrado automaticamente como caso suspeito.

O critério para o Brasil aumentar a lista foi o definido pela OMS, de países onde houve mais de 5 casos confirmados de transmissão interna. Mas o governo brasileiro defende a inclusão na lista de todas as nações onde tenham pessoas infectadas, mesmo que a transmissão interna não tenha começado.

Isso evitaria que autoridades sanitárias descartem como suspeito o caso de uma pessoa que apresente sintomas do coronavírus, mas que não esteve em países em alerta. O protocolo considera a possibilidade da doença apenas para quem esteve em locais deste rol.

Os Estados Unidos, por exemplo, onde há 53 casos confirmados até esta quarta-feira, 26, não estão na lista de alerta, pois não há transmissão interna. Pela proposta de Mandetta - que ainda precisaria de mudança de posição da OMS -, o sistema de vigilância em saúde do Brasil iria considerar a possibilidade de novo coronavírus em paciente que esteve nos EUA e apresenta febre e outro sintoma gripal.

"Muito em breve a OMS terá de considerar o novo coronavírus como pandemia. Aliás, já tem critérios para (considerar). Já deveriam ter inclusive dado nota sobre", disse Mandetta em coletiva de imprensa para anunciar a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil.

O ministro da Saúde reconhece que o Brasil pode ter ignorado diagnósticos desta doença apenas porque o paciente não esteve em países da lista. "Você não tem como saber se uma pessoa, mesmo assintomática, não é portadora", disse.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta quarta-feira, porém, que não se deve ter pressa de classificar o surto do novo coronavírus como uma pandemia, embora o número de casos da doença fora da China tenha aumentado significativamente nos últimos dias. "Não devemos ficar muito ansiosos em declarar uma pandemia sem uma análise cuidadosa e lúcida dos fatos", afirmou Tedros.

Segundo Tedros, a China relatou até agora 78.190 casos do coronavírus para a OMS, incluindo 2.718 mortes. Fora da China, há 2.790 casos em 37 países e 44 óbitos, acrescentou.

A lista de alerta de novo coronavírus tem sido ampliada pelo Brasil desde a semana passada, seguindo recomendações da OMS. Além dos países incluídos na segunda-feira, o Brasil a lista inclui outros 8 países: China, Japão, Cingapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta quarta-feira (26) que não se deve ter pressa de classificar o surto do novo coronavírus como uma pandemia, embora o número de casos da doença fora da China tenha aumentado significativamente nos últimos dias.

"Não devemos ficar muito ansiosos em declarar uma pandemia sem uma análise cuidadosa e lúcida dos fatos", afirmou Tedros.

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Segundo Tedros, a China relatou até agora 78.190 casos do coronavírus para a OMS, incluindo 2.718 mortes. Fora da China, há 2.790 casos em 37 países e 44 óbitos, acrescentou.

Tedros disse ainda que, ontem, o número de novos casos confirmados fora da China superou pela primeira vez o total de novas infecções no país asiático, onde o surto teve origem.

Infectologista da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Edimilson Migowski acredita que a chance de enfrentarmos uma pandemia do novo coronavírus nos próximos meses é "muito grande". Para ele, hoje diretor do Instituto de Pediatria da UFRJ, o ideal para o país é impedir ou, ao menos, retardar ao máximo, a entrada do vírus no Brasil. Até agora, nenhum caso da doença foi registrado no País.

Migowski recomenda a vacinação maciça contra a gripe comum, "para não sobrecarregar o sistema de saúde", que tem poucos leitos com isolamento apropriado disponíveis no caso de uma epidemia. Ainda assim, o ex-coordenador de vigilância sanitária do Estado e ex-presidente do Instituto Vital Brazil consegue ver um lado positivo na crise. "Se os brasileiros redobrarem os cuidados com a higiene das mãos, a exemplo do que ocorreu em 2009 e 2010, vamos reduzir muitas outras doenças infecciosas", disse.

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Até agora, as únicas ações para deter o avanço do novo coronavírus são a quarentena, o isolamento dos doentes e as medidas simples de higiene, como lavar mais as mãos ou usar máscaras. Até que ponto tais medidas são eficazes?

Realmente, até este momento, as medidas que podem ser adotadas na prevenção dessa doença infecciosa são a boa higiene das mãos, manter distância de 1,5 metro a 2 metros das pessoas infectadas ou que apresentem algum tipo de infecção respiratória, principalmente se forem provenientes de alguma região de risco. Outra medida é que as pessoas que apresentam problemas respiratórios usem a máscara. As pessoas saudáveis só devem usar a máscara se estiverem convivendo com as infectadas.

Numa entrevista anterior, o senhor falou que na última pandemia enfrentada pelo mundo, de influenza H1N1, entre 2009 e 2010, a insistência global na mensagem sobre "lavar as mãos com mais frequência" acabou reduzindo a incidência de várias outras doenças infecciosas. A atenção redobrada com medidas simples poderia ser um aspecto positivo da mobilização mundial?

MIGOWSKI: Sim. De toda crise, podemos tirar algumas lições. Neste momento, a exemplo do que ocorreu entre 2009 e 2010, se os brasileiros redobrarem a atenção com a higiene das mãos, usarem álcool a 70% e lavarem as mãos com água e sabão várias vezes por dia, evitarem colocar as mãos não higienizadas nos olhos, na boca e no nariz; isso certamente vai reduzir bastante a incidência de diversas doenças infecciosas, como conjuntivite, gripe, resfriado, gastroenterite. Várias doenças podem ser evitadas de forma eficiente apenas com o cuidado redobrado com a higiene das mãos.

O Brasil optou por trazer os cidadãos que estavam em Wuhan, epicentro da epidemia na China, e os deixar isolados por 18 dias. O senhor acha que essa quarentena é realmente necessária?

Acho prudente manter o grupo em quarentena por pelo menos duas semanas. A quarentena evita que o vírus circule entre nós. E quanto menor a circulação, melhor para todos nós. Outro detalhe importante é que essas pessoas estão vindo de lugares diferentes de Wuhan. Então, minha proposta é que elas fiquem isoladas delas mesmas. Quer dizer, que cada família fique em um local reservado e não tenha contato direto com outras. Porque se um desses brasileiros desenvolver a doença não vai submeter os outros ao mesmo risco.

Em sua opinião, quais as chances de o novo coronavírus se transformar numa pandemia mundial?

A chance de termos algo mundial é muito grande. É uma doença de transmissão respiratória, contagiosa entre as pessoas, um vírus para o qual 100% da população mundial é vulnerável. O potencial para uma pandemia é grande

Se enfrentarmos uma pandemia, quais seriam as consequências mais graves para o País?

O grande problema de termos uma pandemia é que os pacientes desse novo coronavírus demandam isolamento respiratório e de contato. Alguns pacientes, cerca de 15% do total, evoluem para uma forma mais grave. Se muitas pessoas adoecerem ao mesmo tempo há um risco de sobrecarga do sistema de saúde. O número de leitos com isolamento, tanto no setor público quanto no privado, é muito restrito. Então podemos enfrentar uma falta de vagas apropriadas. Nem todos os doentes poderão ficar internados da forma ideal tanto para ele próprio quanto para os profissionais de saúde. Para evitar sobrecarga ainda maior, sugiro que todos se vacinem contra a gripe.

De que forma a vacinação maciça contra a gripe comum pode ajudar?

Embora a vacinação contra a gripe não proteja contra o novo coronavírus, muitos dos sinais iniciais das duas doenças são muito parecidos. Se tivermos uma boa cobertura vacinal, evitaremos a circulação do vírus da gripe e reduziremos o número de pessoas chegando aos hospitais com um quadro clínico inicial semelhante ao do coronavírus, causando confusão e sobrecarga.

Há alguma lição positiva que se possa tirar desse episódio?

Sim, a importância da higienização das mãos e de pessoas saudáveis manterem uma distância de 1,5 metro a 2 metros das enfermas. Seja o vírus que for. Um resfriado leve numa pessoa pode causar um quadro bem mais grave em uma outra, mais idosa. Uma outra lição importante é a do uso da máscara pelas pessoas que apresentem algum quadro infeccioso. Essas são lições que certamente poderemos levar para outras epidemias, sobretudo de vírus respiratórios.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou nesta terça-feira (4) que a epidemia de pneumonia viral que surgiu na China ainda não constitui uma "pandemia".

"Atualmente, não estamos numa situação de pandemia", termo que se aplica a uma situação de propagação mundial de uma doença, declarou à imprensa a diretora do Departamento de Preparação Mundial para Riscos Infecciosos da OMS, Sylvie Briand.

"Estamos em uma fase epidêmica com múltiplos surtos", acrescentou. Desde sua aparição em dezembro na cidade de Wuhan, no centro da China, o novo coronavírus já infectou mais de 20.000 pessoas e se espalhou para mais de 20 países.

Já matou 425 pessoas na China continental, de acordo com o último relatório anunciado pelas autoridades nesta terça-feira. Outra pessoa morreu na região autônoma chinesa de Hong Kong, e uma morte foi relatada nas Filipinas.

Briand lembrou que o berço da epidemia era a província de Hubei. "A transmissão de homem para homem é intensa, e as autoridades chinesas adotaram medidas" para limitar a propagação da doença, disse ela.

"Esperamos que, com base nessas medidas tomadas em Hubei, mas também em outros lugares em que casos foram relatados, possamos parar a transmissão e nos livrar desse vírus", acrescentou.

Ela reconheceu que era um "desafio", devido ao deslocamento das populações e à facilidade de transmissão do vírus. "Não estou dizendo que é fácil, mas (...) achamos que é possível", frisou.

Chamado 2019-nCoV, o novo vírus e o da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa) pertencem à mesma família - a dos coronavírus - e têm 80% de semelhanças genéticas.

A transmissão do vírus entre humanos foi estabelecida, mas os cientistas ainda estudam a facilidade com que ele pode ser transmitido.

O vírus é transmitido por gotículas emitidas por um paciente doente, "o que significa que o vírus permanece por algum tempo em superfícies, mas ainda não sabemos por quanto tempo", observou Briand, enfatizando a importância da lavagem frequente das mãos.

Ela também ressaltou que as pessoas com sintomas devem usar máscaras para evitar espalhar o vírus para outras pessoas.

Quanto aos outros, ela diz que "é preciso ter muito cuidado. A máscara em si não é suficiente para se proteger completamente", advertiu.

"É por isso que devemos lavar as mãos regularmente, porque o risco é que as pessoas, sem perceberem, toquem em superfícies infectadas e depois levem a mão aos olhos, à boca. E ali, de fato, a máscara representa uma falsa segurança", insistiu.

O governador da Califórnia (EUA ocidental), Gavin Newsom, ordenou nesta quinta-feira (30) o "fechamento total" das praias de um município que ainda estava aberto, que no último final de semana estava lotado de pessoas apesar da ordem de confinamento.

"Vamos fazer o fechamento total dessa parte do estado, apenas em Orange County", disse Newsom a repórteres.

Esse condado decidiu manter suas praias abertas mesmo em meio à pandemia, apenas solicitando aos usuários que respeitassem o distanciamento social.

Mas como estão localizadas entre Los Angeles e San Diego, que fecharam suas praias para evitar grandes multidões, dezenas de milhares de pessoas foram até elas no último fim de semana, em meio a altas temperaturas.

E "os alarmes dispararam", disse o governador. "Pessoas que não estavam praticando distanciamento físico, puderam retornar aos seus locais fora de Orange County sem nem mesmo saber se pegaram ou não a doença e colocaram outras pessoas em perigo".

"Vamos fazer uma pausa temporária nessas praias, estaduais e locais", reiterou.

"Poderemos reabrir rápido em seguida, mas temos que garantir que estamos indo bem. Por que arriscar o grande progresso alcançado?", ressaltou.

Um dos supervisores do condado, Don Wagner, disse que a medida foi uma "reação exagerada", que "colocará em risco as atitudes de cooperação e os esforços coletivos no combate à doença".

"Os médicos nos alertam sobre a importância do ar fresco e da luz solar na luta contra doenças infecciosas, incluindo benefícios para a saúde mental", escreveu.

Ao contrário de outros estados dos Estados Unidos, a Califórnia rapidamente implementou medidas de contenção generalizadas, que ajudaram a impedir a disseminação do coronavírus e do superlotação hospitalar, pontos essenciais para evitar muitas mortes, segundo especialistas.

Até o momento, o estado registra quase 49.000 casos de COVID-19 e 1.982 mortes, 95 somente nas últimas 24 horas, disse Newsom.

No entanto, o número é relativamente pequeno para o estado, o mais populoso dos Estados Unidos e um dos primeiros a ser atingido pela crise na saúde causada pelo coronavírus.

Estudo que aponta para o risco de pandemias globais de doenças graves como Ebola, influenza e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) será apresentado na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (24).

O relatório A World At Risk (Um mundo em risco) é o primeiro documento anual elaborado pelo órgão independente Global Preparedness Monitoring Board - GPMB (Conselho de Monitoramento da Preparação Global). O órgão foi lançado em maio de 2018, pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e é formado por 15 membros, entre líderes políticos, chefes de agências e especialistas de vários países.

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Segundo o relatório, questões como conflitos prolongados, estados frágeis e migrações forçadas favorecem a rápida circulação de vírus letais em todo o mundo, bem como as mudanças climáticas, a crescente urbanização e a falta de água tratada e de saneamento básico.

De acordo com a co-presidente do GPMB, Gro Harlem Brundtland, os líderes mundiais têm respondido às emergências em saúde com ciclos de pânico e negligência.

Ações urgentes

“Está mais do que na hora de trabalhar em ações urgentes e continuadas. Isso deve incluir aumento do financiamento em níveis locais, nacionais e internacionais para evitar a propagação de surtos. Também exige que os líderes tomem medidas proativas para fortalecer os mecanismos de coordenação e de preparação entre os governos e a sociedade para responder rapidamente a uma emergência.”

Segundo o documento, se o mundo enfrentasse um surto como a pandemia de Influenza de 1918, o vírus poderia se espalhar globalmente em 36 horas e o número de vítimas fatais poderia chegar a 80 milhões de pessoas. Conhecida como Gripe Espanhola, estima-se que a pandemia de 1918 infectou 500 milhões de pessoas, um terço da população mundial na época, com 50 milhões de mortes, o equivalente a cerca de 3% da população.

O relatório alerta que uma pandemia nessas proporções na atualidade pode destruir 5% da economia global, além de colapsar muitos sistemas nacionais de saúde, atingindo as comunidades mais pobres. De acordo com o levantamento, entre 2011 e 2018 a OMS acompanhou 1.483 eventos epidêmicos em 172 países, de doenças como Ebola, Zika, SARS e febre amarela. No Brasil, foram detectadas no período epidemias de febre amarela, malária e Zika.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que os surtos mais graves de doenças como Ebola, cólera e sarampo geralmente ocorrem nos locais que possuem os sistemas de saúde mais fracos.

“Como líderes de nações, comunidades e agências internacionais, devemos assumir a responsabilidade pela preparação de emergências e prestar atenção às lições que esses surtos estão nos ensinando. Temos que tomar medidas preventivas antes que eles aconteçam.”

O texto destaca que algumas providências foram tomadas após o surto de Ebola de 2014 na África Ocidental, que infectou 28,6 mil pessoas e fez 11,3 mil vítimas fatais, principalmente em Serra Leoa, Guiné e Libéria. Segundo o relatório, o custo econômico e social da epidemia na região foi de 53 bilhões de dólares.

A OMS decretou o fim do surto em janeiro de 2016, porém, um novo foi detectado em agosto de 2018 na República Democrática do Congo e já registrou 2,6 mil casos, com 1,8 mil mortes, segundo dados da OMS.

O relatório A World At Risk diz que, em julho de 2019, 59 países desenvolveram um Plano de Ação Nacional para Segurança da Saúde, mas, até o momento, nenhum deles foi totalmente financiado.

Brasil

No Brasil, após a pandemia de influenza de 2009, o governo lançou, em 2010, a Estratégia Nacional de Vacinação Contra o Vírus da Influenza Pandêmica (H1N1). Na época, chamada de gripe suína, a pandemia de 2009 matou 18,5 mil pessoas no mundo todo. Porém, um estudo publicado pela revista médica The Lancet Infectious Diseases aponta que o número de mortes pode estar entre 151,7 mil e 575,4 mil entre os anos de 2009 e 2010.

O Brasil registrou 50.482 casos em 2009, com 2.060 mortes por influenza A/H1N1, segundo dados do Ministério da Saúde. Após o início da vacinação, em 2010 foram 973 casos da doença e 113 mortes. Em 2011, os números caíram para 181 casos e 21 mortes.

O diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan, Alexander Precioso, destaca a importância da estratégia brasileira de imunização para controlar os surtos de doenças infectocontagiosas transmitidas por vírus.

“O Instituto Butantan foi identificado como um produtor de vacinas de influenza estratégico e recebe apoio técnico e financeiro para produzir lotes de vacinas de determinadas cepas de vírus influenza que teriam o potencial de causar pandemia. Ocorreu no passado com o vírus Influenza H5N1, depois com o H1N1 e finalizamos este ano o estudo clínico de outro vírus influenza potencialmente pandêmico que é o H7N9”.

Segundo Precioso, o vírus H7N9 ainda não se disseminou de forma alarmante entre seres humanos, tendo ocorrido predominantemente entre animais. Porém, o monitoramento internacional da OMS identificou o H7N9 como tendo potencial para desenvolver um comportamento de rápida disseminação levando a uma potencial pandemia.

O diretor reitera que a vacinação é uma ação emergencial para ajudar a conter surtos, mas deve ser coordenada com outras medidas importantes para evitar uma epidemia.

“Não é só ter a capacidade de produzir vacinas, mas é ter todo um contexto de políticas de saúde que vão abordar as diversas áreas que possam contribuir para o controle de uma determinada pandemia. Exemplos: disponibilidade de ter a vacina, acesso aos serviços que podem imunizar, condições mais gerais que a população se encontra. É muito mais fácil você controlar uma pandemia em uma sociedade onde questões de saneamento e nutrição são adequados do que em regiões precárias.”

Atualmente, o Brasil tem enfrentado o aumento de casos de sarampo e de dengue, iinformou.

Recomendações

O relatório A World At Risk traz sete recomendações urgentes para os líderes mundiais se prepararem para enfrentar emergências em saúde. A primeira é se “comprometer com a prevenção, implementando integralmente o Regulamento Sanitário Internacional e aumentando o investimento em prevenção como parte integrante da segurança nacional e internacional.”

A segunda é o compromisso político de países e de organizações intergovernamentais regionais para cumprir o financiamento para prevenção e monitorar o progresso nas reuniões anuais. O relatório indica que todos os países construam “sistemas resistentes de prevenção”, com coordenadores de alto nível e prioridade para o envolvimento da comunidade.

Os países, doadores e instituições multilaterais “devem se preparar para o pior cenário de uma pandemia de vírus respiratório em rápida evolução”, promovendo pesquisas e o desenvolvimento de novas vacinas e medicamentos, com compartilhamento rápido de informações. As organizações internacionais de financiamento devem integrar o tema a seus planejamentos e sistemas de incentivos, assim como os financiadores de assistência ao desenvolvimento de países mais pobres e vulneráveis.

O relatório recomenda que a ONU fortaleça a prevenção e a coordenação da resposta a epidemias internacionalmente.

 

A comunidade internacional deve se dar conta de que tem que se preparar para uma pandemia, disse neste sábado Bill Gates, fundador da Microsoft, na Conferência de Segurança em Munique.

Tomando como exemplo a epidemia do ebola na África Ocidental em 2014 e 2015, a gripe espanhola em 1918 e mencionando a possível invenção de um vírus com fins "terroristas", Gates considerou "possível" uma catástrofe em nível mundial.

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Segundo o empresário americano, as guerras e os movimentos de agitação caminham lado a lado com as doenças e são mais propensos a provocar uma pandemia.

"Que apareçam na natureza ou pelas mãos de um terrorista, os epidemiologistas dizem que uma doença transmitida pelo ar que se propagam rapidamente pode matar 30 milhões de pessoas em menos de um ano", explicou Gates durante esta reunião anual de responsáveis da diplomacia mundial.

"As zonas de guerra e outros cenários são os lugares mais difíceis para eliminar as epidemias", assegurou.

Gates disse que é "bastante provável" que o mundo viva uma epidemia assim nos "próximos 10 ou 15 anos". "Para lutar contra as pandemias globais, também se deve lutar contra a pobreza... É por isso que corremos o risco de ignorar a relação entre segurança de saúde e segurança internacional".

Bill Gates, que fez sua fortuna com a empresa de software Microsoft e agora destina milhões de dólares para a filantropia, pediu que os Estados invistam na pesquisa para desenvolver tecnologias capazes de criar vacinas em poucos meses.

E lembrou que a maioria das medidas de controle necessárias são as que os governos realizaram para fazer frente a um ataque biológico terrorista.

"O custo global na preparação diante de uma pandemia está estimado em 3,4 bilhões de dólares por ano. A perda anual que uma pandemia provocaria poderia alcançar os 570 bilhões", afirmou.

Extermínio, Contágio, 2012, O Dia Depois de Amanhã, Vírus, O Nevoeiro, Guerra dos Mundos, Eu Sou a Lenda, O Dia Seguinte, Fim dos Tempos, O Dia em que a Terra Parou. A indústria cinematográfica sempre apresentou inúmeras produções com temas apocalípticos - desde grandes tragédias naturais à ataques alienígenas e vírus mortais - que obtiveram destaque mundial. Da mesma forma, uma série de polêmicas envolvendo previsões para o fim do mundo foram pauta da agenda midiática, como o caso do Cometa Halley em 1910, o calendário Maia em dezembro de 2012 ou a mitologia nórdica em fevereiro de 2015. Apesar da ficção e os casos não concretizados, nem tudo é tão irreal assim.

De pandemias à ataques de robôs, confira 7 previsões apocalípticas que alguns cientistas consideram como possível realidade em um futuro não muito distante. Assista no vídeo:

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Pesquisadores alertaram, nesta quarta-feira (11), para os perigos da gripe aviária H7N9 na China e de uma mutação do vírus gripal A(H1N1) na Índia, que já mataram mais de 1.700 pessoas ao todo.

Caso as autoridades chinesas não consigam controlar o comércio de aves vivas, a gripe H7N9 pode se transformar numa pandemia - uma epidemia que se propaga em escala continental. O alerta foi feito por uma equipe de cientistas, em estudo publicado na revista científica Nature.

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Um sinal de alarme similar foi feito na revista norte-americana Cell Host and Microbe por outros pesquisadores, que se preocupam com uma mutação do vírus gripal A(H1N1) na Índia, o que pode facilitar sua propagação.

No estudo publicado pela Nature, epidemiologistas dirigidos por Yi Guan, da universidade de Hong Kong, tentaram entender porque o vírus H7N9, uma cepa virulenta que surgiu na China em 2013 e reapareceu em 2014. Para eles, a explicação está no comércio intenso de aves vivas no leste e no sul da China.

Surgido inicialmente nas criações de aves da província oriental de Zhejiang, o vírus se propagou nos mercados de aves vivas das províncias vizinhas entre outubro de 2013 e julho de 2014, como mostram análises feitas sobre pacientes hospitalizados na cidade de Shenzhen.

Para evitar a propagação do vírus, os pesquisadores pedem especialmente o fechamento dos mercados de aves vivas e a criação de abatedouros centralizados. O último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), fornecido em 23 de fevereiro, trazia 571 casos de gripe H7N9 confirmados em laboratório. Destes, 212 terminaram em óbito.

Os cientistas temem, em particular, que a circulação entre animais de fazenda permita a mutação do vírus H7N9 para uma cepa muito mais letal para o ser humano. Até o momento, a mutação não ocorreu e uma vacina permite se proteger contra a cepa atual, segundo a OMS.

No segundo estudo, os cientistas norte-americanos relatam ter analisado geneticamente o vírus gripal A(H1N1), que circula na Índia - onde já matou mais de 1.482 pessoas, segundo último balanço divulgado pelo ministério da Saúde indiano.

Trata-se de uma cepa geneticamente diferente da que estava na origem da pandemia de A(H1N1) de 2009-2010, com mutações observadas nos aminoácidos - moléculas que participam da composição das proteínas - do vírus.

Para o grupo coordenado por Ram Sasisekharan, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), a questão é saber se a vacina disponível é eficaz contra esta versão modificada. "A eficácia da vacina atual é discutível e pedidos já foram feitos para que ela seja atualizada", informa o estudo.

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