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O governo federal publicou anteontem no Diário Oficial da União o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), que prevê acabar com os lixões e aterros controlados nos próximos dois anos - ainda há cerca de 3 mil unidades desse tipo no País. Conforme o documento, a meta até 2040 será reciclar ou recuperar 48,1% dos resíduos sólidos urbanos. Hoje, pouco mais de 2% passam por reaproveitamento.

Esse plano era esperado desde 2010, quando foi instituída por lei a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O Planares representa a estratégia de longo prazo para colocar a política em prática. Além de diagnóstico, o Planares traz metas, projetos e ações para as próximas duas décadas. O documento deve ser atualizado a cada quatro anos.

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Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite diz que o Planares fortalece a relação do governo com o setor privado. Segundo ele destaca, em nota, a publicação traz "mais segurança jurídica e previsibilidade para o investidor desenvolver infraestrutura física e logística para melhorar a gestão de resíduos sólidos no País, como reciclagem, reutilização e transformação de tudo isso em uma atividade verde relevante para o Brasil".

O Brasil gera 217 mil toneladas de resíduo sólido urbano ao dia. - 79 milhões de toneladas por ano. A taxa de descartes secos que, no lugar de irem parar no solo, são recuperados para reciclagem é de pouco mais de 2% da massa total. Para orgânicos, que são quase metade do lixo, é de 0,2%. A decomposição do lixo orgânico é fonte de emissão do metano, gás de efeito estufa.

Tentativas de encerrar lixões são antigas e outras metas foram descumpridas. Leis dos anos 1980 e 1990 já falavam da obrigação de descarte ambientalmente correto com previsão de sanções penais e administrativas.

Em 2010, a Política de Resíduos Sólidos previa acabar com os locais de descarte irregular em quatro anos. O Marco Legal do Saneamento Básico, de 2020, prorrogou esse prazo em capitais e regiões metropolitanas para 2021, e em cidades com menos de 50 mil moradores, para 2024. Mais de 61% das cidades faziam descarte inadequado do lixo em 2010. Em 2019, essa proporção caiu para 56%.

DEMORA

Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Silva Filho diz que a espera de mais de uma década atrapalhou. "O país acabou estagnado", critica. "Quando não tínhamos esse plano, ficávamos no abstrato. Não tinha como cobrar, exigir e monitorar." Para ele, soluções neste setor devem ser conjuntas e envolver prefeituras, governos estaduais e União.

Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Pedro Côrtes avalia que a meta de extinguir lixões em 2024 não é "alcançável" para pequenos cidades que carecem de recursos e estrutura. "Em 2010, se previa formar consórcios entre pequenos municípios para a construção de aterros sanitários, prevendo uma gestão conjunta de resíduos urbanos. Esse tema pouco evoluiu em 12 anos", destaca.

RECICLAGEM E VERBA

Para bater a meta de quase metade dos resíduos reaproveitados, o Planares prevê recuperar 20% de recicláveis secos e 13,5% da fração orgânica. Para o último, a ideia é que todos o municípios tenham iniciativa de valorização do resíduo, "como coleta seletiva de orgânicos, compostagem e digestão anaeróbia (processo de degradação da matéria por microrganismos, que produz biogás e digestato, com propriedades fertilizantes) em escala piloto ou comercial".

Será preciso ainda aumentar o aproveitamento energético por meio do biogás e do tratamento térmico. A ideia é de que, em 20 anos, mais de 60% do biogás de aterros sanitários e de digestão anaeróbia virem eletricidade. Com isso, há potencial de abastecer 9,5 milhões de lares. Quase 15% dos resíduos devem ser destinados a locais com tecnologia térmica para virar energia.

Outro foco é a sustentabilidade financeira. A diretriz é que toda cidade tenha alguma forma de cobrança pelo serviço. A ideia é assegurar também que 72,6% da população tenha acesso à coleta seletiva até 2040. Hoje, essa taxa é inferior a 40%.

O documento reconhece ainda o papel de associações de catadores e dos autônomos. Mas destaca que só 3,7% das prefeituras têm contrato formalizado com esses trabalhadores. Para reduzir a insegurança e a vulnerabilidade da categoria, é proposto ter 95% de formalização de contratos com cooperativas e associações de catadores nos municípios onde atuam até 2040.

O governo também deu aval ao Programa Recicla+, que cria o Certificado de Crédito de Reciclagem. Esse título comprova a restituição da massa de produtos que podem ser reaproveitados no ciclo produtivo (logística reversa). Com o programa, o governo estima investimento potencial de R$ 14 bilhões ao ano.

O certificado pode ser adquirido pelas empresas para comprovar o cumprimento das metas de logística reversa. Reciclar parte dos produtos é obrigação legal para fabricantes, importadoras, distribuidoras e comerciantes de vários itens, como agrotóxicos e eletrônicos. Os operadores do programa podem ser cooperativas de catadores, agentes de reciclagem, titulares dos serviços públicos de limpeza urbana, consórcios, empresas e microempreendedores (MEI).

Também foi lançada a nova versão do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR+). Por meio de mapas 3D, painéis e relatórios, ele reúne dados sobre a gestão do lixo no País.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a afirmar que a vacinação contra a covid-19 deve ser iniciada no País em "meados de fevereiro". Para este cronograma, ele considerou que os dois laboratórios nacionais que participam do desenvolvimento de vacinas, Fiocruz e o Instituto Butantan, devem apresentar ainda em dezembro os dados finais de pesquisa de seus imunizantes e pedir o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Se conseguir manter o planejado do Butantan e Fiocruz, de apresentar fase 3 dos estudos, e toda a documentação de fase 1 e 2, ainda em dezembro à Anvisa, aí teremos janeiro para a análise da Anvisa e possivelmente em meados de fevereiro para frente estejamos com essas vacinas recebidas e registradas para iniciar o plano", disse Pazuello.

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A Fiocruz deve produzir no Brasil a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. Mas os pesquisadores responsáveis já reconheceram erros nos testes iniciais e a necessidade de ampliar ensaios clínicos para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro.

Já o Butantan trabalha para o registro da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, ainda neste mês. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirma que os dados finais sobre esta vacina serão entregues em 23 de dezembro à Anvisa.

O governo está sob pressão para antecipar esse calendário. O Reino Unido e os Estados Unidos já começaram a aplicar as doses, ainda que em grupos restritos e com autorização de uso emergencial das vacinas. Além disso, Doria, desafeto do presidente Jair Bolsonaro, afirma que começará a campanha no seu Estado em 25 de janeiro - ainda que os dados finais da Coronavac sejam desconhecidos.

Nas últimas semanas, Pazuello apresentou diversas datas para começar a vacinação no País. Ele afirmou que o calendário poderia começar entre dezembro e março. Em entrevista nesta quarta-feira após apresentar o plano nacional de vacinação, o ministro afirmou que só pode apontar data para começo da campanha após o registro do produto na Anvisa.

No plano nacional, a Saúde afirma que, após ter as vacinas em mãos, consegue enviar em até cinco dias o produto para os Estados e o Distrito Federal, que devem repassar aos municípios, etapa que tem "prazo variável". "Até então temos o 'se', que vai ganhando corpo, vai se fortalecendo para virar um fato. Registrado em entregue em fevereiro, iniciamos no mais curto prazo. Há possibilidade de ser registrado ontem? Não. Vai fazer registro em 1 dia? Não. Não está registrado em nenhuma agência internacional", disse ele.

Se houver registro, o imunizante pode ser distribuído a todos os públicos, inclusive na rede privada, mas o tempo de análise da Anvisa é de até 60 dias. Esse prazo pode cair, caso haja registro do imunizante em outra autoridade sanitária de peso, ou a farmacêutica já tenha entregue parte dos estudos, caminho chamado de "submissão contínua" pela Anvisa. A agência brasileira ainda estima que precisará de até 10 dias para avaliar pedidos de uso emergencial, que podem servir apenas para aplicação no SUS, em públicos restritos, como de idosos ou profissionais de saúde. O ministério ainda corre atrás de insumos como seringas e agulhas.

No documento, o ministério afirmou que, após ter as vacinas em mãos, consegue enviar em até cinco dias os produtos para os Estados e Distrito Federal, que devem repassar aos municípios, etapa que tem "prazo variável".

Em um discurso pacificador no lançamento do plano nacional de vacinação, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 16, que o País se aproxima de uma "alternativa concreta" para o combate à covid-19. Apesar de embates contra governos estaduais desde o início da pandemia, em especial com o paulista João Doria (PSDB), Bolsonaro destacou que todos os governadores estão unidos pelo "bem comum" e minimizou "exageros" ocorridos.

"A grande força que todos nós mostramos agora é união para buscar solução de algo que nos aflige há meses. Se algum de nós extrapolou ou até exagerou foi no afã de buscar solução", disse. "Nós todos irmanados estamos na iminência de apresentar uma alternativa concreta para nos livrarmos desse mal, que é o plano nacional de operacionalização da vacinação contra a covid-19", afirmou.

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Bolsonaro ressaltou que o País conta com "27 governadores com um só propósito: o bem comum e a volta à normalidade". O chefe do Executivo voltou a repetir que o governo irá adquirir imunizantes de empresas que se encaixarem "nos critérios de segurança e efetividade" da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para isso, citou a promessa já anunciada de editar medida provisória de crédito especial de R$ 20 bilhões.

O presidente ressaltou ainda que a Anvisa é uma agência "referência" e de "participação fundamental na decisão de qual vacina deve ser apresentada de forma gratuita e voluntária para todos os brasileiros". "Peço a Deus que estejamos certos. A solução está por vir", reforçou. Ele afirmou ainda que espera "brevemente" o retorno do País à normalidade.

Em seu discurso, o presidente também agradeceu e elogiou a atuação do presidente da Anvisa, Antônio Barra, e a coordenação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Em mais um sinal de paz, Bolsonaro disse que deputados e senadores foram "excepcionais" no apoio ao governo para o combate à pandemia e o socorro de Estados e municípios.

O governo federal lançou nesta quarta-feira (16) uma nova versão do plano nacional de imunização contra a Covid-19. No documento não consta a estimativa de data para começo da vacinação, mas o Ministério da Saúde afirma já negociar cerca de 350 milhões de doses de imunizantes para 2021, sendo que a imunização deve exigir duas aplicações em cada pessoa.

Em evento no Palácio do Planalto no que anunciou o novo plano, o presidente Jair Bolsonaro adotou um tom de conciliação em seu discurso. "Se algum de nós extrapolou, ou exagerou, foi no afã de buscar solução", afirmou o presidente. Na terça-feira (15), em entrevista à Band TV, Bolsonaro disse que não iria se vacinar, numa declaração que foi criticada por especialistas por desestimular a imunização no País.

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Na nova versão do plano apresentada nesta quarta-feira, o governo passa a afirmar que está negociando a compra da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan. O órgão é ligado ao governo paulista, comandado por João Doria (PSDB), adversário político de Bolsonaro.

O plano mantém quatro fases de vacinação de grupos prioritários, sendo que as três primeiras devem imunizar 49,65 milhões de pessoas. Nessa etapa inicial, a ideia é usar doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, que será fabricada pela Fiocruz, além de aplicar a vacina da Pfizer em profissionais de saúde de capitais e regiões metropolitanas que atuaram na pandemia. A ideia é receber 2 milhões de doses da Pfizer no primeiro trimestre de 2021.

O governo também volta a considerar a população carcerária como parte do grupo prioritário para vacinação.

Foto: GOVESP

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou nesta quinta-feira (10) que o governo federal deverá investir cerca de R$ 1,2 bilhão em 2017 para ações na área de segurança pública. A gestão está prestes a finalizar um plano nacional de segurança, que deverá concentrar os gastos com operações na fronteira, além de combate à violência doméstica e ao número de homicídios.

O anúncio foi feito durante reunião do Colégio Nacional de Secretários de Segurança (Consesp), em Goiânia. Moraes, no entanto, não detalhou a origem da verba nem se ela se soma aos R$ 788 milhões para aplicação no sistema prisional anunciados pelo presidente Michel Temer no fim do mês passado.

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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, também estava no evento. Ela voltou a criticar o cenário de violência notado no País e pediu a união dos poderes para enfrentar o crescimento do crime. "Um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês e um estudante do ensino médio, R$ 2,2 mil por ano. Alguma coisa está errada na nossa Pátria amada", afirmou. "Darcy Ribeiro fez em 1982 uma conferência dizendo que, se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios. O fato se cumpriu. Estamos aqui reunidos diante de uma situação urgente, de um descaso feito lá atrás", lembrou a ministra.

As informações foram divulgadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No evento, Cármen Lúcia afirmou que a violência no País exige mudanças estruturantes e esforço conjunto. "O crime não tem as teias do Estado, as exigências formais e por isso avança sempre. Por isso são necessárias mudanças estruturais. É necessária a união dos poderes nacionais, dos poderes dos Estados, e até mesmo dos municípios, para que possamos dar corpo a uma das maiores necessidades do cidadão, que é ter o direito de viver sem medo. Sem medo do outro, sem medo de andar na rua."

Visitas

Desde que assumiu a presidência do CNJ, a ministra tem visitado presídios para inspecionar as condições das unidades. Até agora, Rio Grande do Norte e Distrito Federal receberam visitas-surpresa e a ideia é inspecionar todos os Estados.

"Estamos em estado de coisas inconstitucionais. Eu falo que estamos em estado de guerra. Temos uma Constituição em vigor, instituição em funcionamento e cidadão reivindicando direitos. Precisamos superar vaidades de detentores de competências", declarou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, Raul Jungmann (PPS), enviou ao Ministério das Cidades, nesta terça-feira (19), um pedido de informação para obter explicações sobre os atrasos e as reduções no orçamento do Plano Nacional de Saneamento Básico. De acordo com o estudo “Burocracia e Entraves no Setor de Saneamento”, realizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), desde 2002 o Governo Federal está investindo apenas metade do que deveria anualmente para atingir a meta de universalizar o saneamento até 2033.

"Do jeito que vai, só depois de 2050 é que as populações carentes terão água e esgoto. Isso é inadmissível em um país que tem a oitava maior economia do planeta", criticou Raul Jungmann. "Na verdade, não estou surpreso porque essa é apenas mais uma promessa dos governos Lula-Dilma que não foi cumprida, mas estou espantado, pois o abandono e o atraso são ainda mais graves do que poderíamos imaginar", acrescentou o parlamentar.

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No Nordeste, Jungmann alertou que, segundo dados da CNI, a rede de coleta e tratamento de esgotos não beneficia nem 30% da população. Além disso, um terço dos nordestinos não é atendido por nenhuma rede de abastecimento de água. "Este problema se agrava nas periferias das grandes cidades e nas zonas rurais, ou seja, onde se encontram as populações pobres", frisou o pós-comunista, lembrando que a questão pode agravar a proliferação do aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, chikungunya e zika. 

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura Filho, disse nesta segunda-feira (10) que está confirmado para amanhã o lançamento do Plano Nacional de Energia Elétrica pela presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, o plano reflete "a necessidade de o Brasil criar a 'energia do amanhã', com a construção de usinas e linhas de transmissão para atender bem um mercado que cresce a taxas razoáveis".

"Essa expansão se faz pelos leilões de energia. Temos um programa que está em expansão no sistema, fruto dos leilões já realizados, e de expansão com novas usinas que deverão ser licitadas em leilões neste ano e em 2016, como a hidrelétrica de São Luiz de Tapajós (PA)", afirmou a jornalistas. Ventura Filho deu as declarações antes de sua participação na audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre o desenvolvimento e o uso da energia solar fotovoltaica, a proposta de implantação da agência estadual de energia elétrica e o aumento da conta de energia dos irrigantes do Estado. O secretário, porém, não deu detalhes qual matriz energética será considerada no plano, embora tenha citado, além da hidrelétrica, a eólica e a solar.

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Ventura Filho negou que o setor esteja passando por uma crise e que a decisão de desligar as térmicas em um período de seca e de nível baixo dos reservatórios não foi arriscada. "O sistema elétrico hoje apresenta condição de segurança energética muito grande. Nós tivemos a decisão de desligar as térmicas, que terá reflexo no curto prazo, com preços menores. Fora das bacias São Francisco e Paraná, estamos com condições hidrológicas razoáveis - o Sul está com bastante energia. A segurança energética está garantida e esse plano vai sustentar isso", declarou.

Ainda segundo ele, há informações hidrológicas que permitem avaliar com "segurança" o atendimento do sistema até o período seco. "Nós temos estoque de água nos nossos reservatórios, temos parque gerador bom. E a partir de dezembro estaremos no período chuvoso. E mesmo que não seja tão favorável em nível de precipitação, o atendimento de 2016 também está garantido", declarou. Ele destacou ainda que, em 2014, o Brasil instalou 7 mil megawatts a mais no sistema; em 2015, serão mais 6 mil megawatts e, em 2016, a previsão é de inclusão de 10 mil megawatts, com a entrada da energia gerada na usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA).

Sobre preços, o secretário comentou que por conta dos desligamentos das usinas térmicas, a tendência é que os custos de geração caiam e as tarifas ao consumidor também. "E se atendermos o mercado com (energia) eólica e solar também teremos custos mais acessíveis ao consumidor", disse.

Sobre a criação da Agência Reguladora de Energia Elétrica do Estado de Minas Gerais, Ventura Filho declarou que reflete a importância da dimensão do País, que é grande. "A questão da energia elétrica é federal, mas é muito importante descentralizar para que essas agências regionais reflitam a peculiaridade de cada região do País. É um trabalho que deverá ser feito integrado à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para que os resultados sejam realmente positivos", falou.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB), disse acreditar que as exportações são a chave para a retomada do crescimento econômico do Brasil. "Exportar nada mais é do que contratar demanda externa", explicou. O ministro participou nessa quarta-feira (5) da cerimônia de lançamento do Plano Nacional da Cultura Exportadora, em Belo Horizonte, com a presença do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e do presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior.

A ação é o braço regional do Plano Nacional de Exportações – lançado pelo Governo Federal em junho deste ano – e tem o objetivo de aumentar o número de empresas mineiras que operam no comércio exterior e, consequentemente, aumentar as exportações de produtos e serviços do Estado. Minas Gerais foi o primeiro estado a receber o Comitê Gestor do PNCE, que será responsável por monitorar a performance do programa com as empresas do estado. Inicialmente, 2 mil empresas de 15 setores econômicos estão aptas a participar do programa. A meta é cobrir todos os estados brasileiros até o final de 2016. Os próximos estados a receber comitê gestor são Rio Grande do Sul e Pernambuco.

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"Minas Gerais já realizou exportações na casa dos US$ 40 bilhões", disse o ministro enfatizando que a pauta do estado é muito concentrada em minério de ferro e que, no momento,  os preços internacionais têm prejudicado o desempenho do estado. "Se estivéssemos com os preços de um ano atrás, nos primeiros sete meses do ano, Minas Gerais teria exportado  US $ 4 bilhões a mais", acrescentou.

O PNCE é desenvolvido em cinco etapas bem definidas – sensibilização, inteligência comercial, adequação de produtos e processos, promoção comercial e comercialização. O programa conta ainda com três temas transversais para o direcionamento das empresas: financiamento, qualificação e gestão.

 

Acompanhada dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro (PTB), do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, a presidente Dilma Rousseff (PT), lançou nesta quarta-feira (24), o Plano Nacional de Exportações (PNE). A iniciativa foi apresentada no Palácio do Planalto, em Brasília, e tem vigência até 2018. 

O Plano nasceu de amplo debate com o setor privado e busca conferir um novo status ao comércio exterior, com ações que vão além de uma visão de curto prazo. Para isso, o PNE foi estruturado em cinco pilares: Acesso a mercados; promoção comercial; facilitação de comércio; financiamento e garantias às exportações e aperfeiçoamento de mecanismos e regimes tributários para apoio às exportações.

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Entre o objetivo da ação, a principal é fomentar a cultura exportadora no país, com diversificação da pauta, foco nos produtos de maior densidade tecnológica e aumento da base de empresas exportadoras, com destaque para ações que promovam uma maior regionalização das vendas ao exterior. “Estamos adotando uma nova palavra de ordem: aumentar nossa participação no comércio mundial”, destacou a presidente.

Nos seis primeiros meses deste mandato, afirmou Dilma, foram definidas uma estrutura de negociações e de busca de relações comerciais e de parcerias de investimento. “Conquistar mercados para nossos produtos é algo que tem um sentido interno e doméstico importante. Significa criar empregos e renda para toda a população brasileira. Significa criar oportunidades, riqueza e renda para todos os empreendedores brasileiros”, ressaltou, acrescentando a ampliação do comércio exterior. “Seremos parceiros do setor produtivo para que o comércio exterior amplie sua importância como setor e como vetor de estímulo à competitividade e ao crescimento da economia”, pontuou. 

Durante apresentação, Armando Monteiro declarou que o crescimento médio do comércio exterior é maior que o crescimento do PIB mundial. “Há um PIB equivalente a 32 “Brasis” além das nossas fronteiras, 97% dos consumidores está lá fora. O mercado internacional nos oferece mais oportunidades do que risco, temos espaço para ocupar”, avaliou o ministro. 

O Plano – Com validade até o ano de 2018, o PNE foi construído em parceria com a coordenação do setor privado. Desde janeiro de 2015, foram realizadas diversas reuniões para discussão e consulta, em todas as regiões do país. Participaram desse processo cerca de 80 entidades representativas dos mais diversos setores produtivos, entre empresas, entidades setoriais e sindicais, patronais e de trabalhadores. 

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto (PTB), reuniu-se nesta sexta-feira (27) com os representantes de empresas exportadoras de Pernambuco para colher contribuições ao Plano Nacional de Exportação. A proposta está sendo finalizada pelo governo federal deve ser lançada nas próximas semanas com o objetivo de estimular as vendas do Brasil, ampliando mercados e as oportunidades de emprego no país.

Segundo Monteiro, o Brasil precisa aproveitar melhor as oportunidades que estão surgindo. “Temos que nos associar aos fluxos de comércio e às regiões com maior dinamismo para procurar novas janelas de oportunidade. E sinalizamos para isso ao fazermos a nossa primeira viagem ao exterior exatamente aos Estados Unidos, que é o principal mercado de manufaturados do Brasil, que voltou a crescer e que oferece possibilidades muito promissoras para o nosso país”, ressaltou o petebista, durante encontro realizado na sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe).

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Ao lado do presidente da Fiepe, Ricardo Essinger, o ministro também ressaltou que “Pernambuco tem que ter uma participação importante no Plano Nacional de Exportação”. Na opinião dele, o plano também precisa ter uma visão regional. “A base exportadora no Brasil é ainda muito concentrada. Acho muito importante um esforço para que a gente possa engajar a média e a pequena empresa no país. Nesse sentido, o papel das Federações é muito importante”, salientou.

O encontro articulado pela diretoria da Fiepe conotu com cerca de 30 representantes de grupos como Acumuladores Moura, João Santos, Oxinor, Engarrafamento Pitú e Petroquímica Suape. Além de Armando Monteiro como representante do governo, o secretário de Comércio Exterior do Ministério, Daniel Godinho, também aprofundou a discussão com os empresários. 

 

 

 

 

 

A presidenta Dilma Rousseff tem até esta quarta-feira (25) para sancionar o Plano Nacional de Educação (PNE). A sanção ocorre após quase quatro anos de tramitação do projeto no Congresso Nacional. A grande conquista e também o maior desafio será a destinação de, no mínimo, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação por ano, a partir do décimo ano de vigência do plano.

O PNE estabelece 20 metas para serem cumpridas ao longo dos próximos dez anos. Os objetivos vão desde a educação infantil até o ensino superior, passam pela gestão e pelo financiamento do setor, assim como pela formação dos profissionais.  A expectativa é que a presidenta não vete a destinação dos 10% do PIB para o setor. No primeiro PNE, que vigorou de 2001 a 2010, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) vetou a destinação de 7% do PIB para educação. Atualmente, são investidos 6,4% do PIB.

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Além do financiamento, o plano assegura a formação, remuneração e carreira dos professores, consideradas questões centrais para o cumprimento das demais metas. Pelo texto encaminhado à sanção, até o sexto ano de vigência, o salários dos professores da educação básica deverá ser equiparado ao rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente. Além disso, em dez anos, 50% desses professores deverão ter pós-graduação. Todos deverão ter acesso à formação continuada.

Levantamento feito pelo Movimento Todos pela Educação, com base em dados oficiais, mostra que será preciso elevar os salários em 50% para atingir a média de R$ 3,6 mil mensais dos demais profissionais com formação equivalente. Na educação básica estão 2,1 milhões de professores. O PNE também estabelece, no prazo de dois anos, planos de carreira para os professores de todas as etapas de ensino.

"Ter um professor mais valorizado é ter um professor mais motivado em sala de aula, uma aula melhor, isso tem ligação com o aprendizado do aluno. Só isso não melhora, mas é um elemento importante", diz a secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Marta Vanelli.

Segundo ela, a questão salarial está ligada às reivindicações da categoria e é a causa de diversas greves dos professores. Marta explica que caberá aos estados e municípios garantir que essa meta seja cumprida, avaliando em cada localidade o percentual que poderá ser acrescentado aos salários a cada ano.

Para a gerente da Área Técnica do Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, o salário não necessariamente traz qualidade, mas "sem dúvida tem impacto na atratividade da carreira". A qualidade deve vir com a qualificação e formação dos professores. Segundo o levantamento feito pela entidade, até 2012, 29% dos professores tinham pós-graduação. Outros 21,9% sequer tinham ensino superior completo.

Até o fim do ano, o ministro da Educação, Henrique Paim, pretende fazer uma grande discussão para melhorar  a formação dos profissionais. A presidenta Dilma Rousseff já disse que os recursos do petróleo, com a Lei dos Royalties, serão destinados também para melhorar o salário dos docentes.

Na avalição do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, para que o plano seja cumprido é preciso que os governos se comprometam. "Governos no plural, o governo federal, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios". Os governos estaduais e municipais devem elaborar os próprios planos, com base no PNE, no prazo de um ano. "Não basta só fazer o plano, é preciso que ele seja elaborado com a participação da sociedade", ressalta. 

Após a intervenção do Palácio do Planalto, a base aliada conseguiu derrotar uma articulação patrocinada pela bancada do PSDB no Senado e aprovou na noite desta terça-feira, 17, um texto do Plano Nacional de Educação (PNE) de interesse do governo Dilma Rousseff. Os aliados retomaram uma proposta que fixa metas de qualidade e aumento de investimento para a educação pública no País pelos próximos 10 anos.

Na última semana de novembro, os tucanos aproveitaram um "cochilo" da base aliada apoiaram um texto na Comissão de Educação do Senado, comandada pelo partido, que, na prática, aumenta o volume de recursos que o governo estava disposto a cumprir para atingir as metas do PNE. O plano foi encaminhado em 2010 ao Congresso e voltará novamente para a Câmara dos Deputados.

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Na sessão de hoje, contudo, a maioria dos integrantes da base apoiou a proposta alternativa apresentada pelo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). O texto de Braga prevê um aumento progressivo do investimento público na educação para atingir o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) após o quinto ano de vigência do plano e, ao fim de 10 anos, no mínimo 10% do PIB.

O líder do governo, entretanto, excluiu as duas novas fontes de financiamento para se alcançar as metas do plano: a de destinar 50% dos bônus de assinatura dos contratos de partilha de produção e petróleo e gás e pelo menos 25% dos recursos das compensações financeiras da União, Estados, Distrito Federal e municípios para exploração mineral e de recursos hídricos usados para geração de energia elétrica. Dessa forma, permanecem como fontes para o PNE 75% das receitas da União do petróleo seriam que destinados para a educação e os outros 50% do rendimento do Fundo Social do pré-sal.

Eduardo Braga também rejeitou a sugestão de Alvaro Dias (PSDB-PR) de fixar prazo de um ano para a aprovação de uma lei que defina o porcentual mínimo que cabe a todos os entes federados para elevar os recursos para a educação de forma a atingir as metas. O líder do governo também rejeitou a possibilidade de punir, por crime de responsabilidade, a autoridade competente que não tenha executado o orçamento programado para a educação em um dado ano.

O texto de Braga prevê a inclusão de mais uma meta, a de número 21, que visa a ampliar os estímulos à produção científica e à inovação. Para o relator, a proposta garante avanços importantes para o financiamento público da educação, com os 10% do PIB previstos para "programas fundamentais para a educação poder avançar" como o Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Com as mudanças, o texto foi criticado por parlamentares da base aliada e até por entidades estudantis. Ex-ministro da Educação de Lula, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu a proposta tucana. "O que eu estranho é que o PT se considera progressista de esquerda e diz que o PSDB é conservador. O conservador está defendendo a educação pública. O PT está defendendo a educação privada", disse ele, para quem a proposta de Braga não compromete os 10% do PIB com a educação pública.

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, afirmou que as entidades estudantis vão lutar para que na volta do texto à Câmara seja restabelecida a proposta aprovada pelos deputados em outubro de 2012. Ela criticou a lentidão para se aprovar a matéria. "A gente vê projetos aqui na Casa que não são tão prioritários e que são discutidos com muito mais celeridade", destacou.

O governo instituiu a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria foi publicada hoje, no Diário Oficial da União. O objetivo é promover a saúde integral da população LGBT, "eliminando a discriminação e o preconceito institucional e contribuindo para a redução das desigualdades e para consolidação do SUS como sistema universal, integral e equitativo".

Ao falar sobre o lançamento do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (21) que o desafio para construir uma sociedade inclusiva no Brasil é imenso. O mais importante, segundo ela, é acabar com o preconceito.

“A pessoa com deficiência pode viver sem limites desde que nós consigamos eliminar as barreiras que a sociedade coloca no caminho”, ressaltou, durante o programa semanal Café com a Presidenta.

Dilma lembrou que o plano prevê investimentos de R$ 7,6 bilhões até 2014, com o objetivo de melhorar a situação de vida das pessoas com deficiência e reduzir os obstáculos que limitem o convívio social.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que mais de 45 milhões de brasileiros declararam ter algum tipo de deficiência. De acordo com a presidenta, as políticas previstas no plano serão diferenciadas para cada tipo de necessidade, com ações para pessoas de baixa renda, pessoas fora do mercado de trabalho e crianças e adolescentes fora da escola.

A previsão é que sejam comprados 2,6 mil ônibus acessíveis para o transporte escolar. O governo pretende também equipar 17 mil escolas públicas, associações dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs) e outras instituições de educação especial com salas de recursos multifuncionais.

Dilma destacou que jovens com deficiência que recebem atualmente o Benefício da Prestação Continuada (BPC) e forem contratados como aprendizes poderão continuar no programa por até dois anos. Posteriormente, caso perca o emprego, o retorno ao BPC é imediato.

A partir do próximo ano, está prevista a construção de 45 centros de reabilitação, com serviços especializados em deficiência intelectual, física, visual e auditiva. Outra novidade é que todas as casas do Programa Minha Casa, Minha Vida 2 – destinadas às famílias que ganham até R$ 1,6 mil – serão adaptadas.

“Todas elas terão portas mais largas e corredores e banheiros mais amplos para facilitar a locomoção das pessoas com deficiência”, explicou a presidenta.

Por fim, foi criada uma linha de crédito para a compra de equipamentos como cadeiras de rodas motorizadas, equipamentos que imprimem em Braille e lupas eletrônicas. O governo também vai deixar de cobrar impostos sobre equipamentos de saúde e educação destinados a pessoas com deficiência.

“Outra ação muito importante é a criação de cinco centros tecnológicos para treinamento e uso de cães-guia. Vamos criar um centro em cada região do país”, concluiu Dilma.

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