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O candidato à Presidência da República, João Amoêdo (Novo), afirmou que se for eleito deve privatizar a Petrobras. A promessa foi feita durante agenda de campanha em São José dos Campos, no interior de São Paulo.

“Gostaria de privatizar a Petrobras e acabar com o monopólio. A melhor proteção para o brasileiro, para o consumidor em qualquer área, é ter concorrência, livre mercado. O que que acontece no Brasil é que infelizmente com determinadas amarras em vários setores você tem concentração”, declarou.

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Amoêdo também esteve no Vale do Paraíba para participar de um evento do partido no qual é filiado. A cidade abriga a refinaria Henrique Lage, unidade da Petrobras, que tem capacidade para processar até 40 milhões de litros de petróleo por dia.

Segundo o candidato, a privatização da estatal deve ser feita para aumento do mercado. “A Petrobras iria partir para privatização para ter um mercado melhor e abrir para concorrência”, avaliou.

O presidenciável ainda citou a parceria entre a Embraer, empresa que iniciou suas atividades em São José dos Campos, e a estadunidense Boeing como um modelo a ser seguido na economia.

“Eu acho muito bem-vindas as parcerias globais. A Embraer, inclusive, é um exemplo disso. É uma empresa que cresceu muito em função da abertura que ela teve, de trazer componentes de fora, trazer softwares de fora, e isso foi fundamental. O Brasil hoje é um país muito fechado para o mundo”, finalizou.

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) realizará um debate com os candidatos à Presidência da República sobre o saneamento no Brasil. O evento está marcado para 14 de setembro, das 10h às 12h, em São Paulo.

Seis presidenciáveis – ou seus representantes – foram convidados de acordo com a colocação na última pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Alvaro Dias (Podemos).

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Como o ex-presidente Lula está preso desde 7 de abril por sua condenação em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá, seu representante no debate deverá ser Fernando Haddad.

Os candidatos deverão explicar suas propostas para o saneamento em uma fala de até 10 minutos. Após as falas individuais, cada presidenciável responderá três perguntas. Serão selecionadas questões enviadas por profissionais associados da ABES e pelo público em geral. Os interessados devem enviar perguntas para o e-mail imprensa@abes-dn.org.br até 10 de setembro, com o assunto “eleições”.

Já no período da tarde, das 14h às 16h, a instituição promoverá outro debate, mas com candidatos ao governo do estado de São Paulo (ou seus representantes). Para convidar os candidatos, a ABES usou o mesmo critério dos presidenciáveis. Devem participar João Doria (PSDB), Paulo Skaf (MDB), Márcio França (PSB), Luiz Marinho (PT), Professora Lisete (PSOL) e Major Costa e Silva (DC).

Ambos debates ocorrerão no Instituto de Engenharia, localizado na avenida Doutor Dante Pazzanese, 120, Vila Mariana, na capital paulista. As inscrições para assistir ao debate presencialmente devem ser feitas pelo e-mail comunicacao@abes-sp.org.br.

O candidato do PPL à Presidência da República, João Goulart Filho, defendeu a interferência no Banco Central e no sistema financeiro nacional para reduzir a taxa de juros real a 0,5% ao ano.

"Não podemos colocar os banqueiros conduzindo nossa taxa de câmbio, a nossa taxa de juros. É colocar a raposa cuidando do galinheiro", afirmou o candidato, que se apresenta como Jango Filho, em referência ao ex-presidente João Goulart, deposto em 1964. 

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Segundo Goulart Filho, há 20 anos, o país tinha 25 bancos privados, mas atualmente quatro instituições detêm 75% dos ativos do sistema financeiro.

Goulart Filho disse ainda que vai suspender o processo de privatização das estatais e analisar a reestatização da Vale - empresa criada em 1942 e vendida em maio de 1997. "Nossas estatais são fundamentais e estratégicas para o país", disse o candidato, citando a Eletrobras, criada no governo de seu pai (1961-1964). 

O candidato do PPL foi o quinto entrevistado pelos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). As entrevistas, sempre ao vivo, ocorrem a partir das 17h30, com transmissão pela TV Brasil, Rádio Nacional, Portal EBC e Agência Brasil. 

O programa tem duração de 45 minutos, dividido em três blocos, e é realizado na sede da EBC, em Brasília, com a participação de profissionais da Agência Brasil, TV Brasil e Rádio Nacional. Participaram da entrevista com Jango Filho, a âncora Roseann Kennedy e os jornalistas Carolina Pimentel (Agência Brasil), Priscilla Mazenotti (Rádio Nacional) e Paulo Leite (TV Brasil).

O objetivo é mostrar à população as propostas e ideias de todos os candidatos, enriquecendo o debate dos grandes temas nacionais. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio, em reunião na sede da EBC, com a participação de assessores dos candidatos à Presidência da República. O próximo entrevistado é o candidato Alvaro Dias (Pode), nesta quarta-feira (5).

Confira os principais trechos da entrevista de Goulart Filho:

Comunicação pública

O candidato defendeu um sistema público de comunicação. “Somente dessa maneira a gente pode se informar”.

Reestatização

Sobre uma possível reestatização, o candidato afirmou que as empresas estatais são fundamentais e estratégicas para o país. Disse que vai suspender as privatizações em curso, como a da Eletrobras, e reestatizar a Vale do Rio Doce.

Sistema bancário e juros

Goulart Filho disse que, se eleito, interferirá no Banco Central e no mercado de bancos privados. O candidato defendeu taxa de juros de 0,5% ao ano. “Não podemos deixar o banqueiro conduzindo a nossa taxa de juros e a nossa taxa de câmbio”.

Ele fez críticas à concentração das instituições financeiras no país. “Há 20 anos, nosso país tinha 25 bancos privados. Hoje, quatro instituições financeiras detêm 70% dos ativos financeiros”.

Emprego e salário mínimo

Goulart Filho defendeu a expansão do mercado interno, além de propor a duplicação do salário mínimo. Mas não explicou como geraria 20 milhões de empregos em 4 anos, como prevê seu programa de governo.

Bolsa Família

O candidato do PPL defendeu o programa Bolsa Família. “Ninguém pode ser contra. Mais de seis milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza. Não podemos prescindir [do programa] por uma questão humanitária”.

Saúde

O candidato afirmou que os repasses de recursos para as Organizações Sociais devem ser suspensos.

 Ele disse que saúde pública está às traças, mas não é problema do SUS e se mostrou contrário à Emenda 95, que limita o teto de gastos do país por 20 anos.

Ainda sobre saúde, o candidato criticou a DRU (Desvinculação de Receitas da União) e defendeu o funcionamento da máquina pública: “No nosso governo, distribuição de recursos, somente para instituições públicas”.

Segurança e porte de armas

Goulart Filho criticou uma política que facilite o acesso da população a armas. “Dar uma arma para cada pessoa é uma irresponsabilidade”.

Sobre a população carcerária, hoje de cerca de 750 mil,  ele disse que pretende fazer convênios com faculdades de direito para rever os processos dos presos provisórios, que não deveriam estar na cadeia.

Defendeu a descriminalização das drogas, cujos usuários, segundo ele, devem ser tratados como caso de saúde pública. Ele defendeu a descriminalização, mas não especificou de que forma isso ocorreria: “Temos de avaliar caso a caso”.

O candidato do PPL afirmou que é completamente contra o uso de militares na segurança pública em centros urbanos. “Não tenho nada contra militares, mas passamos por situação muito grave”, ressaltou. Goulart Filho citou a necessidade de capacitação da polícia de fronteira e união de informações de diferentes tipos de polícias.

Educação

Sobre recursos para educação, o candidato Goulart Filho disse que o Brasil paga R$ 380 bilhões pelo serviço da dívida e que, “na medida em que baixam os níveis de juros a preços internacionais, é possível ter recursos para saúde e educação”. Ele defendeu a federalização do ensino básico e as escolas de tempo integral.

Segundo Goulart Filho, as universidades privadas estão sendo compradas por empresas estrangeiras. Se eleito, o candidato afirmou que, no primeiro ano de governo, pretende criar novos cursos noturnos nas universidades públicas e gerar mais um milhão de vagas.

Sobre o ensino superior, o candidato disse ainda que o país vive uma situação atípica com 1,9 milhão de alunos nas universidades públicas e mais de 6 milhões nas universidades privadas. “Nossa proposta é que os recursos do MEC sejam só usados para as universidades públicas”.

Cultura

Goulart Filho disse que a Lei Rouanet é um bom instrumento, desde que os recursos sejam bem redistribuídos. “Devemos rever a Lei Rouanet para eventos apenas de caráter público”.

O candidato lamentou as perdas do acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. "O que se perdeu não vamos recuperar nunca mais. Temos que reagir no Ministério da Cultura para uso público e não com coisas privadas".

Candidato à Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL) responsabilizou o também postulante ao cargo e deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) pela ameaça recebida por uma funcionária da campanha do psolista nessa quarta-feira (29). 

Segundo Boulos, a mulher, que teve o nome preservado, estava em frente ao comitê dele, localizado na zona oeste de São Paulo, quando um homem branco de aproximadamente 35 anos de idade passou em um carro em frente gritando "Boulos o c..., aqui é Bolsonaro"  e, em seguida, teria apontado uma arma em direção a ela. 

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O caso foi registrado na 14º Distrito Policial, em Pinheiros. À polícia, a funcionária de Boulos disse ter respondido "o que é isso, fascista" quando ele mostrou a arma em sua direção e depois seguiu com o veículo. 

"Nós exigimos investigações e providências. Não é possível que o nível de intolerância, o nível de ódio, estimulado pelo próprio Jair Bolsonaro, chegue a esse ponto de ameaçar uma mulher ali em frente ao comitê. A responsabilidade política disso é do Bolsonaro, que sai estimulando uso de arma de fogo, que pega mão de criança e faz gestos de arma de fogo", afirmou Guilherme Boulos, em vídeo publicado nas redes sociais.

“Não vamos nos intimidar diante disso, temos que vencer e combater esse clima de intolerância e ódio”, acrescentou o candidato. A campanha de Boulos conseguiu fotografar o veículo, um Chevrolet Classic preto, placa EXS-0031. O dono do veículo já foi identificado pela polícia. 

Uma das estratégias para alcançar eleitores, a publicação de anúncios em redes sociais como o Facebook ou Instagram teve baixa adesão entre os candidatos à Presidência da República no início da campanha. Dos 13 presidenciáveis, apenas três pagaram para promover suas campanhas entre os dias 16 e 27 de agosto.

Henrique Meirelles (MDB) é o candidato que mais pagou por anúncios. Foram 191 desde o dia de 17 de agosto, o primeiro em que os anúncios dele apareceram nas redes sociais. Todos estão registrados no CNPJ de sua campanha. Na primeira semana, até o dia 23, o presidenciável também havia sido responsável pelo anúncio mais caro, na faixa entre R$ 10 mim e R$ 50 mil. Esse último, de acordo com registros do Facebook, o rendeu mais de 1 milhão de exibições.

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Em segundo lugar, João Amoêdo (Novo) é o candidato com mais anúncios próprios, com 38 publicações pagas, das quais 20 foram do partido e 18 pela sua própria campanha. Já Guilherme Boulos (PSOL) teve 28 anúncios registrados com o CNPJ de sua campanha, todos a partir do dia 24 de agosto.

Apesar dos demais presidenciáveis não terem pago anúncios, os registros do Facebook indicam que parte das publicações foram pagas por terceiros. Lula (PT) é o candidato que mais aparece em anúncios de apoio pagos por outros candidatos. São 75 citando o ex-presidente, seja por apoio direto, por hashtags ou pela incorporação de Lula ao próprio nome.

O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, teve seu sobrenome em 65 anúncios favoráveis. Todos pagos por outros candidatos. Geraldo Alckmin (PSDB) teve o nome beneficiado em um anúncio pago pelo deputado estadual tucano Marco Vinholi. Marina Silva (Rede) também é citada em uma única publicação favorável, financiada pelo senador Randolfe Rodrigues, do mesmo partido. Por fim, Ciro Gomes (PDT) não teve nenhum anúncio favorável.

Lei eleitoral

A lei 9.504 afirma que o impulsionamento de conteúdo em redes sociais deve ser feito somente com o fim de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações, o que impede o pagamento para promover postagens que ataquem outros candidatos.

No entanto, desde o início da campanha foram publicados 37 anúncios criticando seis presidenciáveis: Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSOL), Guilherme Boulos (PSOL), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu 20 pedidos de registro de candidaturas avulsas à Presidência da República. Desses postulantes, 18 não têm filiação partidária, o que contraria a previsão constitucional.

No artigo 14, parágrafo 3º, inciso V, a Constituição impõe como uma das condições de elegibilidade a filiação partidária. Dois dos que pleiteiam candidatura a presidente têm filiação partidária: João Antônio Ferreira Santos (PSC) e Valéria Meirelles Monteiro (PMN).

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Casos

O PSC chegou a aprovar a candidatura de Paulo Rabello de Castro a presidente, mas depois decidiu se unir ao Podemos e apoiar Álvaro Dias. Rabello ficou como vice-presidente na chapa da coligação Pode/PRP/PSC/PTC.

A jornalista Valéria Monteiro chegou a disputar a convenção do PMN, mas o partido decidiu não ter candidato a presidente nem participar de coligação. Esses pedidos aguardam decisão da presidência do TSE.

O advogado Rodrigo Sobrosa Mezzomo encabeça uma das chapas avulsas.

Em 2016, ele tentou disputar a prefeitura do Rio de Janeiro e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a rejeição de sua candidatura.

O relator da ação no STF, ministro Luís Roberto Barroso, decidiu não liberar o voto para apreciação no plenário antes de outubro.

Números

Segundo dados do TSE, 28.348 candidatos pediram registro na Justiça Eleitoral para os cargos em disputa neste ano: além de presidente, governador dos 26 estados e do Distrito Federal, duas vagas de senador por unidade da federação, deputado federal, estadual e distrital.

São 13 candidatos a presidente, 199 a governador, 355 a senador, 8.368 a deputado federal, 17.526 a deputado estadual e 963 a deputado distrital.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar até 17 de setembro se aceita ou não os registros de todos os candidatos à Presidência da República. Entre os fatores a serem analisados estão as contestações feitas por terceiros, que este ano foram apresentadas contra as candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Henrique Meirelles (MDB).

Há dois tipos de contestação que podem pesar contra os candidatos: as impugnações, que podem ser interpostas por outros candidatos, partidos ou coligações e também pelo Ministério Público; e as chamadas “notícias de inelegibilidade”, que podem ser protocoladas por qualquer cidadão que deseje informar à Justiça Eleitoral algo que impeça alguém de concorrer.

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Em ambas as situações, a contestação deve ser feita no prazo de cinco dias a partir da publicação pelo TSE de um edital com o pedido de registro. Cada candidatura tem um edital próprio.

Geraldo Alckmin

No caso de Alckmin, por exemplo, sua candidatura é alvo de uma impugnação, feita no prazo previsto pelo adversário Henrique Meirelles. Ele alega irregularidade na documentação de seis dos nove partidos que compõem a coligação do candidato do PSDB. São eles o PTB, PP, PR, DEM, PRB e Solidariedade.

Em suas atas de convenção nacional, essas legendas não teriam expressado adequadamente a concordância com a presença de outros partidos na coligação, argumenta Meirelles, por meio de seus advogados.

O candidato do MDB pede que o registro de Alckmin seja negado, ou, ao menos, que os partidos citados sejam excluídos da coligação adversária, o que resultaria em perda de tempo de TV e rádio na propaganda eleitoral gratuita.

Ao TSE, a defesa do candidato do PSDB negou qualquer irregularidade e alegou que a candidatura de Meirelles faz uma “mera tentativa de criar um fato político”.

O relator do caso é o ministro Tarcísio Vieira, que, antes de decidir, abriu no último dia 22 um prazo de cinco dias para as alegações finais, uma última oportunidade para ambas as partes se manifestarem.

Henrique Meirelles

Ontem (23), Meirelles teve sua candidatura contestada pelo advogado Enio da Silva Mariano, que o acusou de violar a legislação eleitoral por pedir votos em dois templos religiosos, o que não seria permitido, segundo o advogado. Ele cita dois templos visitados pelo candidato, um em São Paulo e outro em Brasília.

A contestação, entretanto, foi protocolada após o prazo previsto. Caberá ao relator do registro de Meirelles, ministro Jorge Mussi, decidir se a notícia de elegibilidade merece prosseguir. A Agência Brasil entrou em contato com representantes do candidato do MDB por telefone e email, mas não obteve retorno até o momento.

Jair Bolsonaro

O mesmo advogado que contestou a candidatura de Meirelles apresentou, também na noite de quinta-feira (23) e após o prazo previsto, contestação contra a candidatura de Jair Bolsonaro. Os argumentos usados foram iguais, de que de modo irregular o candidato pediu votos em um templo religioso, neste caso no Rio de Janeiro.

Bolsonaro é alvo ainda de uma notícia de inelegibilidade feita dentro do prazo previsto. Nela, o advogado Rogerio Phanardzis Ancora da Luz argumentou que o candidato não estaria apto a entrar na corrida presidencial por ser réu em duas ações penais em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), nas quais ele é acusado de incitação ao estupro por declarações feitas à deputada Maria do Rosário (PT-RS).

No ano passado, o Supremo decidiu que réus não podem figurar na linha sucessória nem substituir o presidente, de acordo com a Constituição. Nesta semana, os ministros do STF Marco Aurélio Mello e Celso de Mello disseram que a Corte ainda precisa definir se réu pode ou não assumir a Presidência caso eleito. De modo reservado, no entanto, um outro ministro do STF avaliou ser improvável impedir a posse de alguém nesse caso, uma vez que a legislação eleitoral não impede réu de se candidatar.

O relator do registro de candidatura de Bolsonaro no TSE é o ministro Napoleão Nunes Maia. Até a publicação da reportagem, a Agência Brasil não havia conseguido contato com o candidato ou algum representante.

Lula

Candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o que acumula o maior número de contestações, 16 no total. São sete impugnações, entre elas, a da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que é também procuradora-geral Eleitoral.

A PGR alegou que Lula não pode concorrer por causa de sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá (SP), confirmada na segunda instância da Justiça Federal. Isso enquadra o presidente nos critérios de inelegibilidade na Lei da Ficha Limpa, afirmou Raquel Dodge.

Todas as outras contestações à candidatura de Lula seguem a mesma argumentação. A defesa do ex-presidente sempre negou que ele tenha cometido qualquer crime e afirma não haver provas contra o petista e que julgamento teve motivações políticas.

Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Seus advogados tentam garantir-lhe o direito de recorrer em liberdade às instâncias superiores, suspendendo a execução da pena de 12 anos e um mês de prisão. Em paralelo, a defesa tenta também obter decisão da Justiça Eleitoral que assegure a participação do ex-presidente em atos de campanha.

O relator do registro de Lula é o ministro Luís Roberto Barroso, que ontem (23) mandou intimar a defesa do ex-presidente a se manifestar sobre as contestações a seu registro. O prazo se encerra em 30 de agosto.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já aprovou o registro de cinco dos 13 candidatos à Presidência da República e seus respectivos vices que pretendem disputar as eleições de outubro.

Até o momento, foram considerados aptos para disputar o pleito Vera Lúcia (PSTU), Cabo Daciolo (Patriota), Guilherme Boulos (PSOL), João Amoêdo (Novo) e Marina Silva (Rede). De acordo com a lei eleitoral, o TSE tem até dia 17 de setembro prazo para julgar todos os registros.

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Os demais pedidos de registro serão julgados nas próximas semanas porque esses candidatos foram os últimos a registrar a candidatura. Os pedidos são julgados após a tramitação no prazo previsto na lei eleitoral para que candidatos, coligações e o Ministério Público Eleitoral (MPE) possam impugnar registros e indicar algum fato que possa causar a inelegibilidade de postulantes aos cagos em disputa.

Ainda serão analisados os registros dos candidatos Álvaro Dias (Pode), Ciro Gomes (PDT), Eymael (DC), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL), João Goulart Filho (PPL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O primeiro turno das eleições será realizado no dia 7 de outubro.

De acordo com o TSE, mais de 27,6 mil candidatos a presidente, governador, senador e deputado federal, estadual e distrital vão disputar os votos de 147,3 milhões de eleitores brasileiros.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intimou na noite desta segunda-feira (20) todos os candidatos às eleições deste ano, inclusive os 13 candidatos à Presidência da República, a detalharem a declaração de bens, após a Corte recuar de uma simplificação no sistema de declarações para as eleições deste ano.

Na eleição de 2014, ao declarar um bem imóvel, por exemplo, o candidato precisava detalhar além do valor, o tamanho e o endereço, mas neste ano tais informações não estavam sendo exigidas.

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No ano passado, o TSE resolveu simplificar o sistema de prestação de informações, com o intuito de torná-lo mais leve e célere, e extraiu os campos de detalhamento na declaração de bens. Com a repercussão negativa da medida, o ministro Luiz Fux, presidente da Corte até a semana passada, decidiu recuar e reincluir os campos no sistema.

Segundo o TSE, a medida tem por objetivo conferir “o maior grau de transparência possível ao processo eleitoral”.

A partir do momento em que foram intimados, todos os candidatos, a todos os cargos, passaram a poder fazer o detalhamento. Ao todo, 27.811 políticos tiveram pedidos de registro de candidatura protocolados no TSE.

Somados somente os candidatos à Presidência da República, o patrimônio declarado neste ano foi de mais de R$ 834 milhões. Os dois mais ricos concentram boa parte dessa quantia: João Amoêdo (Novo), com R$ 425 milhões; e Henrique Meirelles (MDB), com R$ 377,5 milhões.

Neste ano, os candidatos têm permissão, se quiserem, a bancar a integralidade dos gastos de campanha, observados os limites de R$ 70 milhões para o primeiro turno e de R$ 35 milhões para o segundo turno.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em carta divulgada nesta segunda-feira (13), que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) são a voz dele pelo país durante as eleições, enquanto ele estiver preso. No texto, enviado ao radialista Luís Vianna da Rádio Povo do Ceará, o líder petista também faz questão de reafirmar que é candidato à Presidência e pretende reconstruir o Brasil.

“Como você bem sabe há mais de 120 dias me encarceraram na sede da Polícia Federal em Curitiba sem provas e com um único objetivo: me tirar das eleições presidenciais. Então aproveito essa linha direta com você para mandar um recado ao povo do Ceará. Sou candidato sim à Presidência da República”, declara Lula.

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“Os últimos dias foram de muitas angústia e também de vitória. Nosso aliado histórico, o PCdoB, vai conosco nesta que será a eleição mais disputada dos últimos tempos. Acharam que me isolando aqui, me calariam, mas eu falarei pela voz do companheiro Fernando Haddad e da companheira Manuela Dávila. Que irão viajar o Brasil dizendo o que estamos propondo para consertar tudo que o golpe desarrumou neste país”, completa o ex-presidente no texto.

Haddad é candidato a vice na chapa de Lula, mas após o dia 17 de setembro, prazo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem para julgar se defere ou não o pedido de candidatura do ex-presidente, ele deve ser substituído por Manuela. Caso o TSE não permita que Lula seja candidato, quem deve assumir o posto é o próprio Haddad. A solicitação para que o líder-mor petista seja candidato será apresentado à Justiça Eleitoral na próxima quarta-feira (15), durante um ato que está sendo organizado pelo PT. 

Ainda na carta, Lula diz que em breve estará no Ceará. “Assim que a justiça for feita e eu deixe de ser um preso político”, observa. E finaliza: “tenho certeza e muita esperança de que podemos reconstruir o Brasil e voltar a ter uma nação soberana. Isso é o que me anima a seguir de cabeça erguida”.

A candidatura do ex-presidente foi oficializada pelo PT no último dia 4, mas Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para iniciar o cumprimento da pena de 12 anos e um mês de reclusão pela qual foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A condenação enquadra o petista na Lei da Ficha Limpa e implicar na reprovação do pedido de candidatura. 

Apesar do candidato à Presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva estar preso e impossibilitado de participar do primeiro debate televisivo entre os presidenciáveis, a legenda anunciou que fará, nesta quinta-feira (9), uma transmissão ao vivo, a partir das 22h, com as propostas do petista para o pleito. 

De acordo com o convite divulgado, vão participar do "debate com Lula" o candidato a vice, Fernando Haddad (PT), a presidente nacional da sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB), que deve assumir o posto de vice na chapa assim que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar o pedido de registro de candidatura de Lula. 

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O debate entre os postulantes ao comando do Palácio do Planalto será na TV Bandeirantes, às 22h. Para tentar que Lula estivesse presente, apesar de preso, a legenda entrou com um mandado de segurança no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4). 

Além da presença no estúdio, em São Paulo, ou por videoconferência, o PT também sugeriu que Lula pudesse participar por vídeos gravados previamente na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está desde 7 de abril. A investida foi sem sucesso. 

O ex-presidente foi confirmado como candidato no último sábado (4), durante a convenção nacional do PT. Lula, contudo, está preso para iniciar o cumprimento da pena de 12 anos e um mês de prisão pela qual foi condenado na Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A condenação, inclusive, pode ser mote para o registro de candidatura dele ser barrado a partir da Lei da Ficha Limpa.

Presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) resolveu rebater, nesta terça-feira (7), as críticas do candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), sobre as alianças firmadas pela legenda em torno da postulação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As siglas que estavam sendo cortejadas por Ciro, PCdoB e PSB, posicionaram-se em favor do petista. 

O PCdoB será vice na chapa e o PSB não vai apoiar formalmente nenhum presidenciável, mas parte dos governáveis firmaram alianças em prol de Lula. Ciro chegou a dizer que a estratégia petista era para isolá-lo e prejudicar sua candidatura.

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“Fazemos política para fortalecer o projeto que acreditamos e estamos construindo com o povo brasileiro. Nossas alianças não são para isolar ninguém, mas para somar na estratégia que traçamos. Queremos eleger Lula para resgatar o Brasil da tragédia em que se encontra”, argumentou Gleisi, em publicação no Twitter. 

Ao repercutir as postura do PCdoB e do PSB, Ciro ainda afirmou que a declaração de neutralidade da legenda pessebista foi por pressão e “medo”.

"É impressionante como a gente assiste soluções de gabinetes que acintosamente desrespeitam a mínima regra de palavra dada para ser cumprida, as estruturas estão querendo fazer o jogo dentro de gabinetes e dali jogando cartas, excluindo da opção da população candidaturas como Marília Arraes (PT) e Márcio Lacerda (PSB)", disse, em referência à agora candidata a deputada federal e ao candidato ao governo mineiro, que decidiu levar seu nome à convenção contra a recomendação da direção nacional do PSB.

As convenções partidárias confirmaram 13 candidatos à Presidência da República – o maior número desde 1989, quando foram 22 concorrentes, já que o comunicador Silvio Santos teve a candidatura impugnada. Neste período, somente o PSDB e o PT disputaram todas as eleições presidenciais com candidatos próprios.

Partido com maior número de filiados – 2,4 milhões -, o MDB não tinha candidatura própria há quatro eleições. Depois que o ex-governador de São Paulo e ex-presidente do partido, Orestes Quércia, ficou em quarto lugar na disputa de 1994, o MDB transitou entre chapas do PSDB e do PT – legendas que monopolizaram as eleições desde aquele ano.

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Após o lançamento do Plano Real, o tucano Fernando Henrique Cardoso venceu a eleição no primeiro turno em 1994, com 54,3% dos votos. Naquele ano, o cardiologista Eneas Carneiro (morto em 2007), conhecido pelo discurso agressivo e o bordão “meu nome é Eneas”, surpreendeu o país conquistando cerca de 4,6 milhões de votos, mais do que Quércia e do que o pedetista Leonel Brizola (morto em 2004).

Em 1998, Fernando Henrique Cardoso foi reeleito, novamente vencendo no primeiro turno, com 53% dos votos. Naquele ano, 12 candidatos participaram da eleição presidencial. As eleições de 2002 marcaram o começo da hegemonia do PT: foram quatro vitórias seguidas, todas contra o PSDB.

Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito e reeleito em 2002 e 2006. Depois, Dilma Rousseff conquistou o Palácio do Planalto em 2010 e foi reeleita em 2014, mas não completou o mandato.

Nas quatro últimas eleições presidenciais, a decisão veio no segundo turno.

--> Veja aqui quem são os candidatos à Presidência

Em convenções nacionais realizadas nesta quinta-feira (2), o Partido Progressista (PP) e o Democratas (DEM) oficializaram apoio à candidatura do pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Gerado Alckmin.

Outros partidos já aprovaram em convenção o apoio a Alckmin: PRB, PSD, PTB e Solidariedade. Com isso, confirmam-se as expectativas de o chamado Centrão – grupo formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade – apoiar o ex-governador de São Paulo antes mesmo de ser definido o nome do candidato à vice-presidência.

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Partido Progressista

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), garantiu o apoio de seu partido ao programa de reformas defendido pelo PSDB. “Vamos apoiar todas as reformas que o senhor propuser, para enfrentarmos os problemas de nosso país", disse o presidente do PP.  

Alckmin agradeceu a confiança do partido. “Vamos trabalhar juntos e unidos nesse momento histórico. O que o Brasil quer é ser progressista, com progresso, emprego e oportunidade para a população. O desenvolvimento é o novo nome da paz, para termos investimentos”, disse Alckmin em discurso após a aprovação do partido a sua candidatura.

Democratas

Na convenção do DEM, Alckmin agradeceu o apoio e a confiança do partido ao seu nome. “Vamos fazer juntos uma grande campanha”. Segundo ele, o foco do seu programa de governo será a retomada do emprego. “O Brasil é um país vocacionado para crescer, mas para crescer precisa ter confiança”. Ele afirmou que, se eleito, vai trabalhar para que o Brasil receba investimentos voltados à retomada econômica.

O presidente nacional do DEM, ACM Neto, ressaltou que, a partir do próximo ano, o Brasil vai viver “momentos difíceis e que medidas duras terão que ser tomadas”, com responsabilidade fiscal e equilíbrio das contas públicas. “Temos que ser sinceros desde a campanha”, acrescentou.

Sem candidato a vice definido, o MDB confirmou hoje (2) o nome do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como candidato à Presidência da República. O resultado foi anunciado pelo presidente da legenda, Romero Jucá (RR), que ressaltou que dos 419 votantes, 85% disseram sim a Meirelles. Em 2014, segundo Jucá, 54% dos convencionais apoiaram a chapa Dilma/Temer na corrida presidencial. “A votação de hoje demonstra a unidade do partido”, ressaltou.

Diante de toda cúpula emedebista e apoiadores, o presidente da República, Michel Temer, pediu à militância empenho para levar o nome de Meirelles de maneira convincente pelo Brasil. “Tem que levar a ideia com a alma”, ressaltou acrescentando que o MDB tirou o Brasil de uma “crise extraordinária” e vai colocar o país nos trilhos.

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Ao agradecer ao MDB, Meirelles defendeu um pacto de confiança pela governabilidade e disse que tem resultados a mostrar não apenas como ex-ministro da Fazenda, mas também no comando do Banco Central, onde passou oito anos. “Convido vocês a nos unirmos com firmeza e serenidade, vamos ganhar essas eleições, trabalhar e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos”, disse.

Henrique Meirelles falou das diretrizes de seu programa de governo e destacou como prioridades investimentos em infraestrutura, para diminuir as distâncias no país, além de saúde e segurança pública. O presidenciável também prometeu reforçar o Bolsa Família. Para gerar empregos, Meirelles disse que pretende resgatar a política econômica, atrair investimentos e fazer as reformas que o país precisa. “Minha meta é fazer o país crescer 4 %, ao ano”.

Perfil

Henrique Meirelles, 72 anos, é goiano de Anápolis. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo PSDB, cargo do qual abdicou para comandar o Banco Central de 2003 a novembro de 2010, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No governo do presidente Michel Temer comandou o Ministério da Fazenda de maio de 2016 a abril de 2018.

Fez parte do movimento estudantil de Goiânia. Cursou Engenharia Civil na Escola Politécnica da USP, em São Paulo, e tem MBA em Administração pelo Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi presidente mundial do BankBoston, onde ingressou em 1974 e se tornou presidente da instituição no Brasil em 1984. Já fez parte do conselho da Harvard Kennedy School of Government e da Sloan School of Management do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Com a viagem do presidente Michel Temer ao México, nesta segunda-feira (23), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, assumiu interinamente a Presidência da República. Pela segunda semana seguida ela assume o comando do país. Como o presidente Temer tem agenda na África do Sul para a 10ª Cúpula do Brics, que ocorre entre os dias 25 e 27, Cármen Lúcia deve permanecer no cargo durante toda a semana.

Essa é a quarta vez que Cármen Lúcia comanda o país desde o início do período eleitoral. Os primeiros na linha sucessória para ocupar o cargo na ausência de Temer do país são o presidente Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), seguido pelo do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Ambos também viajaram ao exterior durante a ausência de Temer para evitar de assumirem o cargo e se tornarem inelegíveis nas próximas eleições, de acordo com as regras eleitorais.

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A presidente interina tem agenda de trabalho a partir das 14h, no Palácio do Planalto. Entre as autoridades que receberá estão os governadores do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori; do Piauí, Wellington Dias, e de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Na terça-feira (17) da semana passada, Cármen Lúcia também assumiu interinamente a Presidência com a viagem de Temer a Cabo Verde para participar da 12ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

México e África

O presidente Michel Temer embarcou na manhã de hoje para o México onde se encontrará com o presidente do país, Enrique Peña Nieto, e participará de jantar oferecido aos chefes de Estado. Amanhã (24), participa da 1ª Reunião de Presidentes do Mercosul e da Aliança do Pacífico, na cidade de Puerto Vallarta.

Na reunião, os presidentes devem aprovar uma declaração conjunta e um plano de ação que complementa e amplia a pauta de trabalhos conjunta definida em abril de 2017 em temas como facilitação de comércio, cooperação regulatória, agenda digital e comércio inclusivo.

Com a possibilidade de ser assinado no futuro um acordo entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul, o Brasil é um dos principais interessados na parceria, já que ainda não tem acordo de livre comércio com o México.

Após a visita ao México, Temer viajará a Johanesburgo, na África do Sul, para a 10ª Cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A cúpula ocorre entre os dias 25 e 27 de julho. Ainda não há confirmação sobre que os dias em que o presidente Temer permanecerá no evento.

Pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, a deputada Manuela D'Ávila refutou, nesta segunda-feira (23), a possibilidade dela deixar a disputa. Segundo a comunista, a alternativa vem sendo descartada porque a sugestão do PCdoB de unidade da esquerda já no primeiro turno não vem se concretizando.  

"Ao que tudo indica, nosso apelo pela unidade não está tendo êxito. Então, o que posso eu fazer se não receber com muita honra o desafio que me foi lançado pelo meu partido e que creio tem sido exitoso", disse Manuela, em conversa com jornalista Aracaju, onde ela cumpre agenda. 

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Na última semana, rumores de que Manuela desistiria do pleito foram levantados no meio político depois de encontros da direção nacional do PCdoB com a do PT e o candidato Ciro Gomes (PDT). A pré-candidata chegou a ser apontada como possível vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Sobre as conversas do PCdoB com o PT, a presidenciável disse que o Tribunal Superior Eleitoral deve reconhecer a candidatura de Lula e pontuou que não disputa os votos dele.  "Nós não disputamos o legado do ex-presidente Lula porque nós o reconhecemos como um candidato legítimo de um partido historicamente aliado nosso, que é o PT. Ao que tudo indica, o Tribunal Superior Eleitoral também reconhecerá essa candidatura e ele disputará as eleições até o seu término", declarou.  A convenção do PCdoB que pretende oficializar a candidatura de Manuela será no dia 1º de agosto. 

No primeiro fim de semana de convenções nacionais, os partidos políticos confirmaram cinco candidatos a presidente da República: Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Vera Lúcia (PSTU). As convenções têm de ser realizadas até 5 de agosto, e o prazo para pedir o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral encerra-se em 15 de agosto.

A lei eleitoral permite, a partir da homologação das convenções, a formalização de contratos para instalação física e virtual dos comitês dos candidatos e dos partidos. O pagamento de despesas, porém, só pode ser feito após a obtenção do CNPJ do candidato e a abertura de conta bancária específica para movimentação financeira de campanha e emissão de recibos eleitorais.

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Segundo o calendário das eleições de 2018, a partir de quarta-feira (25), a Justiça Eleitoral poderá encaminhar à Secretaria da Receita Federal os pedidos para inscrição de candidatos no CNPJ. A partir dessa data, os partidos políticos e os candidatos devem enviar à Justiça Eleitoral, para divulgação na internet, os dados de arrecadação para financiamento da campanha eleitoral, observado o prazo de 72 horas após o recebimento dos recursos.

Nas convenções nacionais, o PSL, o PDT e o PSC não escolheram os candidatos a vice. Caberá à direção nacional do PDT articular as alianças para o primeiro turno das eleições e o vice de Ciro Gomes. O PSC vai buscar um vice que agregue apoios, mas o candidato demonstrou disposição de ter uma mulher na sua chapa. No PSL, o nome forte para compor a chapa de Bolsonaro é o da advogada Janaina Paschoal, que participou da convenção ao lado do candidato a presidente.

O PSOL formou uma chapa puro sangue: Sônia Guajajara será a candidata a vice de Boulos. O partido, no entanto, disputará as eleições de outubro coligado com o PCB, que realizou convenção na última sexta-feira e aprovou a aliança. O PSTU optou por não fazer coligações. O vice de Vera Lúcia será Hertz Dias.

O PMN e o Avante realizaram ontem convenções nacionais e decidiram não lançar candidatos a Presidência da República. Na convenção, o Avante decidiu dar prioridade à eleição de deputados federais: terá uma chapa com cerca de 80 nomes e pretende eleger pelo menos cinco. O Avante não definiu se apoiará algum candidato a presidente no primeiro turno. O PMN decidiu dar apoio a nenhuma chapa nas eleições presidenciais.

No próximo sábado (28), devem reunir-se SD, PTB, PV, PSD e DC.

O PSTU realizará na noite de hoje (20), 19h, na capital paulista sua convenção partidária para oficializar o nome de Vera Lúcia como candidata do partido à Presidência da República e de Hertz Dias como vice da chapa. A convenção, segundo a legenda, contará com representantes de várias categorias de trabalhadores, como metroviários, professores e metalúrgicos, e também com movimentos sociais.

O partido não fará nenhuma coligação para a disputa presidencial, nem alianças nas eleições estaduais. 

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Após quatro campanhas com o candidato José Maria de Almeida (Zé Maria), o PSTU indicará Vera Lúcia para as eleições presidenciais em outubro. Operária sapateira com trajetória no movimento sindical e popular, Vera Lúcia, 50 anos, nasceu no sertão pernambucano e se mudou ainda criança para Aracaju com a família fugindo da seca. Na capital sergipana, trabalhou como garçonete e datilógrafa antes de começar a trabalhar na fábrica de calçados Azaleia, onde iniciou a militância sindical. É formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e se dedica atualmente à formação política de ativistas.

Hertz Dias é maranhense e desde muito cedo se envolveu com o movimento hip hop. É o fundador do Movimento Quilombo Urbano, que une o rap e a militância política em defesa dos direitos dos jovens negros da periferia. Hertz é também professor da rede pública de ensino.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou, nesta quinta-feira (19), a pressão que tem recebido para que fique calado e não concorra às eleições deste ano. Em um artigo publicado hoje no jornal Folha de São Paulo, o líder petista fez um panorama do cenário do país desde que ele foi preso, em 7 de abril deste ano, e ponderou que se querem derrotá-lo, “façam isso de forma limpa nas urnas”. 

Segundo Lula, nos mais de cem dias em que está detido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, um “governo ilegítimo corre nos seus últimos meses para liquidar o máximo possível do patrimônio e soberania nacional que conseguir”, como a venda da Embraer. No artigo, ele cita também o aumento do desemprego, da pobreza e a greve dos caminhoneiros que aconteceu em maio.

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Com o relato de críticas ao governo de Michel Temer (MDB), o ex-presidente indaga se foi para isso que “os poderosos sem votos e sem ideias” promoveram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e se uniram para deixá-lo fora do pleito eleitoral deste ano, inclusive, com a decisão da juíza Carolina Lebbos que o impede de conceder entrevistas e participar de atos de campanha. 

“Parece que não bastou me prender. Querem me calar. Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem que eu diga? O que está acontecendo hoje com o povo? Não querem que eu discuta soluções para este país? Depois de anos me caluniando, não querem que eu tenha o direito de falar em minha defesa?”, perguntou no artigo, pontuando que a própria presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, já chegou a dizer que "cala boca já morreu".

Apesar de tudo isso, Lula aproveitou o espaço para reiterar que é candidato à Presidência da República. “Eu sou candidato porque não cometi nenhum crime. Desafio os que me acusam a mostrar provas do que foi que eu fiz para estar nesta cela”, disparou. 

“Por que falam em ‘atos de ofício indeterminados’ no lugar de apontar o que eu fiz de errado? Por que falam em apartamento ‘atribuído’ em vez de apresentar provas de propriedade do apartamento de Guarujá, que era de uma empresa, dado como garantia bancária? Vão impedir o curso da democracia no Brasil com absurdos como esse?”, completou, questionando.

Para o ex-presidente, os maiores interessados em que ele dispute as eleições deveriam ser aqueles que não querem que ele volte a comandar o país. “Querem me derrotar? Façam isso de forma limpa, nas urnas. Discutam propostas para o país e tenham responsabilidade, ainda mais neste momento em que as elites brasileiras namoram propostas autoritárias de gente que defende a céu aberto assassinato de seres humanos”, argumentou.

No artigo, Lula ainda ressalta que sempre exerceu o diálogo quando comandou o país e frisou ter trabalhado para “que a inclusão social fosse o motor da economia e para que todos os brasileiros tivessem direito real, não só no papel, de comer, estudar e ter moradia”. A atuação, segundo ele, provoca medo em seus adversários.

“Querem que as pessoas se esqueçam de que o Brasil já teve dias melhores? Querem impedir que o povo brasileiro —de quem todo o poder emana, segundo a Constituição— possa escolher em quem quer votar nas eleições de 7 de outubro? O que temem? A volta do diálogo, do desenvolvimento, do tempo em que menos teve conflito social neste país? Quando a inclusão dos pobres fez as empresas brasileiras crescerem?”, indagou o ex-presidente. 

Por fim, ele diz que “o Brasil precisa se reencontrar consigo mesmo e ser feliz de novo”. “Podem me prender. Podem tentar me calar. Mas eu não vou mudar esta minha fé nos brasileiros, na esperança de milhões em um futuro melhor. E eu tenho certeza de que esta fé em nós mesmos contra o complexo de vira-lata é a solução para a crise que vivemos”, declarou.

Leia o artigo na íntegra:

Estou preso há mais de cem dias. Lá fora o desemprego aumenta, mais pais e mães não têm como sustentar suas famílias, e uma política absurda de preço dos combustíveis causou uma greve de caminhoneiros que desabasteceu as cidades brasileiras. Aumenta o número de pessoas queimadas ao cozinhar com álcool devido ao preço alto do gás de cozinha para as famílias pobres. A pobreza cresce, e as perspectivas econômicas do país pioram a cada dia.

 Crianças brasileiras são presas separadas de suas famílias nos EUA, enquanto nosso governo se humilha para o vice-presidente americano. A Embraer, empresa de alta tecnologia construída ao longo de décadas, é vendida por um valor tão baixo que espanta até o mercado. 

Um governo ilegítimo corre nos seus últimos meses para liquidar o máximo possível do patrimônio e soberania nacional que conseguir —reservas do pré-sal, gasodutos, distribuidoras de energia, petroquímica—, além de abrir a Amazônia para tropas estrangeiras. Enquanto a fome volta, a vacinação de crianças cai, parte do Judiciário luta para manter seu auxílio-moradia e, quem sabe, ganhar um aumento salarial.

Semana passada, a juíza Carolina Lebbos decidiu que não posso dar entrevistas ou gravar vídeos como pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, o maior deste país, que me indicou para ser seu candidato à Presidência. Parece que não bastou me prender. Querem me calar.

Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem que eu diga? O que está acontecendo hoje com o povo? Não querem que eu discuta soluções para este país? Depois de anos me caluniando, não querem que eu tenha o direito de falar em minha defesa?

É para isso que vocês, os poderosos sem votos e sem ideias, derrubaram uma presidente eleita, humilharam o país internacionalmente e me prenderam com uma condenação sem provas, em uma sentença que me envia para a prisão por "atos indeterminados", após quatro anos de investigação contra mim e minha família? Fizeram tudo isso porque têm medo de eu dar entrevistas?

Lembro-me da presidente do Supremo Tribunal Federal que dizia "cala boca já morreu". Lembro-me do Grupo Globo, que não está preocupado com esse impedimento à liberdade de imprensa —ao contrário, o comemora.

Juristas, ex-chefes de Estado de vários países do mundo e até adversários políticos reconhecem o absurdo do processo que me condenou. Eu posso estar fisicamente em uma cela, mas são os que me condenaram que estão presos à mentira que armaram. Interesses poderosos querem transformar essa situação absurda em um fato político consumado, me impedindo de disputar as eleições, contra a recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Eu já perdi três disputas presidenciais —em 1989, 1994 e 1998— e sempre respeitei os resultados, me preparando para a próxima eleição.

 Eu sou candidato porque não cometi nenhum crime. Desafio os que me acusam a mostrar provas do que foi que eu fiz para estar nesta cela. Por que falam em "atos de ofício indeterminados" no lugar de apontar o que eu fiz de errado? Por que falam em apartamento "atribuído" em vez de apresentar provas de propriedade do apartamento de Guarujá, que era de uma empresa, dado como garantia bancária? Vão impedir o curso da democracia no Brasil com absurdos como esse?

Falo isso com a mesma seriedade com que disse para Michel Temer que ele não deveria embarcar em uma aventura para derrubar a presidente Dilma Rousseff, que ele iria se arrepender disso. Os maiores interessados em que eu dispute as eleições deveriam ser aqueles que não querem que eu seja presidente.

Querem me derrotar? Façam isso de forma limpa, nas urnas. Discutam propostas para o país e tenham responsabilidade, ainda mais neste momento em que as elites brasileiras namoram propostas autoritárias de gente que defende a céu aberto assassinato de seres humanos.

Todos sabem que, como presidente, exerci o diálogo. Não busquei um terceiro mandato quando tinha de rejeição só o que Temer tem hoje de aprovação. Trabalhei para que a inclusão social fosse o motor da economia e para que todos os brasileiros tivessem direito real, não só no papel, de comer, estudar e ter moradia.

Querem que as pessoas se esqueçam de que o Brasil já teve dias melhores? Querem impedir que o povo brasileiro —de quem todo o poder emana, segundo a Constituição— possa escolher em quem quer votar nas eleições de 7 de outubro?

 O que temem? A volta do diálogo, do desenvolvimento, do tempo em que menos teve conflito social neste país? Quando a inclusão dos pobres fez as empresas brasileiras crescerem?

O Brasil precisa restaurar sua democracia e se libertar dos ódios que plantaram para tirar o PT do governo, implantar uma agenda de retirada dos direitos dos trabalhadores e dos aposentados e trazer de volta a exploração desenfreada dos mais pobres. O Brasil precisa se reencontrar consigo mesmo e ser feliz de novo.

Podem me prender. Podem tentar me calar. Mas eu não vou mudar esta minha fé nos brasileiros, na esperança de milhões em um futuro melhor. E eu tenho certeza de que esta fé em nós mesmos contra o complexo de vira-lata é a solução para a crise que vivemos.

Luiz Inácio Lula da Silva

Ex-presidente da República (2003-2010)

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