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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, designou os servidores Ernani César e Silva Cabral e Pedro Augusto Junger Cestari para, nesta ordem, substituírem o seu chefe de gabinete, Marcelo Fiche, durante afastamentos e impedimentos legais. A portaria com a indicação dos dois substitutos está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira.

Nesta semana, o chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Marcelo Fiche, e o chefe da assessoria técnica e administrativa do gabinete, Humberto Alencar, pediram férias para, afastados, poderem se defender das acusações publicadas pela Revista Época de que teriam recebido propina de R$ 60 mil da empresa Partnersnet Comunicação Empresarial, que presta serviços de assessoria de imprensa ao Ministério. A empresa e os dois assessores de Mantega negam as acusações.

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O Ministério Público da Suíça renovou nesta semana o pedido de cooperação das autoridades brasileiras na investigação do caso Alstom, empresa suspeita de pagar propina a agentes do governo paulista para obter contratos metroferroviários. Um primeiro pedido, no qual os suíços solicitavam interrogatórios e diligências, havia sido feito em 2011, mas acabou ignorado, segundo o Ministério Público Federal brasileiro, por uma "falha administrativa". A Procuradoria-Geral da República afirmou que, agora, o pedido será atendido.

O procurador da República em São Paulo, Rodrigo de Grandis, que era o responsável pelas apurações, disse na semana passada que arquivou o pedido dos suíços numa pasta errada, motivo pelo qual ele ficou parado.

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No pedido, de fevereiro de 2011, o Ministério Público da Confederação Helvética apontava para o ex-diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) João Roberto Zaniboni, que recebeu US$ 836 mil em uma conta em Zurique.

Os procuradores suíços suspeitam que Zaniboni recebeu propinas do esquema Alstom. A investigação revela que o executivo, que atuou na CPTM entre 1998 e 2003 - governo dos tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin -, assinou aditamentos a contratos da estatal com a multinacional que somaram R$ 11,4 milhões.

Em ofício endereçado ao Ministério Público Federal em São Paulo, aos cuidados de Rodrigo de Grandis, os suíços também pediam buscas na residência de Zaniboni e seu interrogatório.

Havia ainda pedidos para que fossem ouvidos Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira, consultores a quem o Ministério Público atribui o papel de lobistas.

"Ele (Arthur) refuta veementemente a denominação de lobista porque sempre trabalhou como consultor, ostenta uma larga experiência na área técnica. Jamais praticou qualquer ato ilícito, muito menos relacionado a pagamento de propinas", rebate o advogado Eduardo Carnelós.

Jogo de empurra. Ontem, a Procuradoria-Geral da República anunciou que o pedido de colaboração foi renovado nesta semana após uma negociação conduzida pela Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal.

De acordo com a Procuradoria, a secretaria apresentou na quinta-feira um relatório preliminar sobre a demora no cumprimento das diligências. No documento, há menção a uma suposta outra falha, esta do Ministério da Justiça. O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do ministério teria enviado o pedido diretamente para a Procuradoria da República em São Paulo. De acordo com o relatório, o correto teria sido encaminhar a solicitação para a Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

O Ministério da Justiça reagiu à Procuradoria-Geral divulgando uma nota. "Não houve qualquer falha na tramitação dos pedidos de cooperação oriundos da Suíça referentes ao denominado Caso Alstom. Os mencionados pedidos de cooperação foram encaminhados (...) à então Assessoria de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República (atual Secretaria de Cooperação Internacional) (...). Os únicos ofícios que foram encaminhados somente ao procurador da República, Rodrigo de Grandis, foram seis reiterações dos pedidos iniciais, como forma de cobrar o andamento do pedido, procedimento adotado pelo departamento", afirma o texto.

Investigado por causa da demora, o procurador Rodrigo de Grandis não deverá participar das diligências que serão feitas agora pelo Ministério Público Federal em São Paulo a pedido da Suíça. Segundo a Procuradoria, ele está desde o mês passado em licença para estudos. O procurador deverá voltar a atuar em janeiro.

O Ministério Público Federal tem suas próprias investigações sobre o caso Alstom, duas ao todo. A primeira apura fraude em licitação e pagamento de propina. A outra investigação apura suspeita de corrupção internacional, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Suspeito de receber propina em contas da Suíça, o ex-diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) João Roberto Zaniboni assinou cinco contratos de aditamentos com as multinacionais acusadas de integrar o cartel de trens. Os acordos foram fechados pelo engenheiro entre outubro e dezembro de 2002, no governo do tucano Geraldo Alckmin.

Os aditamentos elevaram gastos da estatal em R$ 11,6 milhões, em valores da época. Na mesma ocasião, segundo o Ministério Público da Suíça. Zaniboni recebeu "numerosos pagamentos" que somaram US$ 836 mil na conta Milmar, de sua titularidade, no Credit Suísse, em Zurique.

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Promotores e procuradores que rastreiam contratos de estatais paulistas avaliam que os extratos bancários indicam o primeiro caso concreto de corrupção na grande investigação sobre o alcance dos casos Alstom e Siemens - multinacionais sob investigação por formação de carteis para obter a supremacia de licitações da CPTM e no Metrô, no periódo de 1998 a 2008.

Um dos aditamentos que Zaniboni subscreveu, em 20 de dezembro de 2002, fez subir em R$ 4,13 milhões contrato com a Alstom para prestação de serviços de revisão geral com fornecimento de materiais de 29 trens. O valor original do contrato, que fora fechado em 21 de agosto de 1998, saltou de R$ 19,49 milhões para R$ 23,62 milhões.

No mesmo dia em que aditou o contrato da Alstom, Zaniboni fez outros dois acordos, um com a Inepar e o outro com a Bombardier - o primeiro representou acréscimo de R$ 3,08 milhões, o segundo de R$ 3,13 milhões.

Trilha

A investigação mostra o caminho da propina até a conta de Zaniboni. A Alstom fez depósitos na França em favor de duas offshores sediadas no Uruguai, controladas pelos irmãos Arthur Teixeira Gomes e Sérgio Meira Teixeira - suspeitos de terem agido como lobistas e consultores da multinacional.

Os aportes foram realizados no período entre 22 de setembro de 1999 e 20 de dezembro de 2002. Os ativos de Zaniboni tem origem em propinas que teriam sido pagas ao engenheiro antes dos aditamentos, segundo o Miniswtério Público.

"Foi possível comprovar no período entre maio de 2000 e dezembro de 2000 pagamentos isolados dos indiciados Gomes Teixeira e Meira Teixeira a tal João Roberto Zaniboni que foi, entre 1999 e 2003 diretor da CPTM, uma companhia estadual de São Paulo", diz relatório dos investigadores suíços.

Na semana passada, diante da força tarefa de promotores e procuradores, Zaniboni disse que o dinheiro em sua conta na Suíça tem origem em consultoria que alega ter prestado para os irmãos Teixeira. Ele não detalhou exatamente os serviços e afirmou que não possui cópias dos contratos de consultoria.

O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-diretor da CPTM, rechaçou a suspeita de propina. "(Zaniboni) recebeu os valores por serviços efetivamente prestados de consultoria anteriormente à posse na diretoria da CPTM." Pacheco afirma que os aditamentos autorizados pelo engenheiro "foram todos absolutamente legais e têm justificativa plausível por intercorrências no cumprimento dos contratos". O advogado confirmou que Zaniboni não tem cópia dos acordos de consultoria. "Não teve contrato."

Alckmin comentou o caso. "Seja funcionário ou ex-funcionário, haverá tolerância zero", disse o governador, segundo quem o ex-diretor da CPTM já havia sido chamado para falar à Procuradoria Geral do Estado, que acompanha o caso do cartel, mas não compareceu. Zaniboni não trabalha mais no governo paulista desde 2003. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ex-executivo da Siemens afirmou em depoimento ao Ministério Público que houve pagamento de propina para beneficiar a empresa alemã e outras suspeitas de formação de cartel em licitações do sistema metroferroviário paulista. Até então, havia só a admissão de um esquema de cartel para obter contratos durante os anos de 1998 e 2008, sem a participação de agentes públicos dos governos tucanos que se sucederam no comando do Estado.

O depoimento foi prestado na quinta-feira passada, dia 10, por um dos seis executivos que subscrevem o acordo firmado em maio com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na qual a Siemens admitiu o cartel.

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A testemunha citou dados que podem mudar o cenário da apuração, inicialmente restrita aos acertos prévios entre as multinacionais. Segundo um dos integrantes da força-tarefa montada pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, o depoimento "indicou coisas importantes".

O conteúdo das declarações está em análise pelas autoridades. As informações obtidas começaram a ser cruzadas com um inquérito policial que contém dados de quebra de sigilo bancário de suspeitos.

Os promotores têm ressaltado que não pretendem conduzir a investigação exclusivamente direcionada para a composição de empresas e preços ajustados à margem da Lei de Licitações. Eles suspeitam que o cartel não teria obtido contratos vantajosos sem pagamento de propinas. Por isso, insistem junto a testemunhas para que revelem pistas sobre a corrupção. O depoimento da semana passada animou os investigadores.

Revelação

O acordo de leniência, firmado em 22 de maio, prevê a revelação de detalhes do cartel. Seis ex-executivos da Siemens se dispuseram a contar o que sabem: Daniel Mischa Leibold, Everton Rheinheimer, Jan-Malte Hans Jochen Orthmann, Nelson Branco Marchetti, Newton José Leme Duarte e Peter Andreas Gölitz. A própria Siemens no Brasil e a matriz na Alemanha subscrevem o acordo de leniência com o Cade.

No âmbito do Ministério Público foram instaurados 45 inquéritos, relativos a contratos da Siemens e outras 18 empresas que integrariam o cartel.

A Polícia Federal também abriu inquérito criminal, mas estava encontrando dificuldades para obter informações porque os lenientes queriam restringir a colaboração à ação do cartel - nos termos do acordo firmado com o Cade. A pedido da PF, a Justiça Federal autorizou o questionamento dos lenientes sobre corrupção. A Justiça decidiu pela inexistência de sigilo para fins de apuração de crimes. Na prática, os lenientes são obrigados a falar o que sabem, não podem alegar sigilo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Estadual (MPE) abriu um inquérito criminal específico para apurar possível formação de cartel e fraude em licitações por parte das empresas investigadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no esquema denunciado pela alemã Siemens. O promotor do caso, Marcelo Mendroni, disse que os executivos das 19 empresas suspeitas serão tratados como uma "organização criminosa" e que há "fortes indícios" de formação de cartel.

A Siemens divulgou ontem nova nota sobre o caso. Refutou "quaisquer acusações que não sejam baseadas em provas validadas por órgãos oficiais competentes".

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O novo inquérito será tocado em paralelo aos 45 já em andamento no MPE sobre compras do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) nos últimos 15 anos. Essas investigações, algumas delas arquivadas, foram reabertas e são conduzidas por uma força-tarefa de dez promotores, sendo oito da área cível (da Promotoria Pública do Patrimônio Público e Social) e dois da criminal - do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro (Gedec).

A diferença entre as investigações, segundo Mendroni, é que os casos já em andamento são específicos para as denúncias apresentadas (como, por exemplo, preços suspeitos para a compra de trens da CPTM). E o objetivo dos promotores do Patrimônio é recuperar o dinheiro público que eventualmente foi desviado nas irregularidades.

O procedimento criminal, instaurado anteontem, vai correr em segredo. Mendroni deverá solicitar acesso às investigações de seus colegas do Patrimônio para comprovar a existência do cartel e já tem os sete volumes da investigação do Cade - que têm e-mails e outros documentos entregues pela Siemens por meio de um acordo de leniência, instrumento jurídico que dá imunidade a um delator do cartel.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cruzamento de documentos da Justiça suíça com aqueles em posse do Ministério Público paulista e da Polícia Federal apontam para um intermediário a serviço da Alstom e da Siemens no Brasil. A suspeita é de que as duas empresas tenham usado o consultor Arthur Teixeira para pagar propinas a agentes públicos a fim de obter contratos.

Na documentação do país europeu, o nome aparece como parte do sistema de corrupção montado pela Alstom. Nos papéis das autoridades brasileiras, ele é citado como contratado pela Siemens para agir em licitações.

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Ambas as empresas atuaram em São Paulo, na série de governos do PSDB no Estado iniciada em 1995 por Mário Covas.

Siemens, empresa alemã, denunciou a existência de um cartel para obter contratos tanto em São Paulo quanto no Distrito Federal que, somados, chegam a R$ 1,925 bilhão. Os governos poderiam ter economizado até 30% desse total caso o esquema não tivesse praticamente eliminado a livre concorrência.

Arthur Teixeira e Sérgio, seu irmão - que hoje está morto -, teriam contas offshore na Suíça para realizar os pagamentos das propinas no Brasil. Diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) são suspeitos de receber dessas offshores na época do governo Covas. Cópias de documentos sobre o tema estão em poder da Polícia Federal.

Contas

No caso envolvendo a empresa francesa Alstom, o nome de Arthur Teixeira é citado na investigação tocada pelo Ministério Público suíço como destinatário, em março de 2001, de uma transferência de cerca de US$ 256 mil. O dinheiro foi parar numa das contas offshore.

A transferência seria uma indicação da rota do pagamento da propina, segundo investigadores. Os suíços obtiveram dezenas de documento da multinacional francesa, depois de uma série de intervenções nos escritórios da empresa. A Alstom, na época, garantiu que cooperava com a investigação e que havia passado por uma ampla mudança de comportamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma operação realizada nesta segunda-feira em Bauru e Jaú, cidades no interior paulista, resultou na prisão de nove pessoas. Cinco são oficiais de Justiça que receberiam propina para acelerar processos de apreensão de veículos com prestação em atraso. Os outros presos são uma advogada e três empresários donos de escritórios de cobrança.

A investigação começou no meio do ano passado e teve à frente o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Para cada vez que apressasse a localização e a retomada do veículo, o oficial ganharia entre R$ 300 e R$ 750. A operação foi denominada "Injustiça" e teve o apoio de 28 policiais militares, resultando também na apreensão de computadores, documentos e uma arma.

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Os envolvidos responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de formação de quadrilha. Os que trabalham no fórum foram afastados do cargo e podem perder a função em definitivo. De acordo com o Gaeco, um dos nove presos também é suspeito de atuar em um esquema de compra de votos na eleição passada e estaria ainda ligado ao narcotráfico.

O Conselho Superior da Magistratura de São Paulo, reunido na tarde desta quinta feira, deu prazo de 15 dias para manifestação da defesa do desembargador Arthur Del Guércio sobre parecer que veta a sua aposentadoria imediata. Del Guércio, há 30 anos na magistratura paulista, está sob investigação.

O desembargador é acusado de pedir dinheiro a advogados em troca de votos favoráveis às demandas sob sua responsabilidade. Pelo menos cinco advogados relataram à Presidência do Tribunal de Justiça a conduta do desembargador, que alegava dificuldades financeiras quando fazia solicitações de dinheiro - em geral, pedia R$ 35 mil.

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Os criminalistas José Luís Oliveira Lima e Camila Torres César fazem a defesa de Del Guércio. Eles argumentam que não há registro de que alguém tenha atendido ao pedido do desembargador. Alegam em defesa perante o Órgão Especial do TJ que Del Guércio leva uma vida modesta e que a casa onde mora foi financiada.

Os advogados requereram a aposentadoria do desembargador, mas um parecer juntado aos autos da investigação é contrário à medida. O parecer é do desembargador Samuel Alves Junior, presidente da Seção de Direito Público do TJ. Ele considera que a aposentadoria não pode ser concedida antes do encerramento do procedimento administrativo.

SERGIPE - O procurador federal aposentado, Gilmar de Souza Araújo, 60 anos, foi preso por policiais da Companhia de Radiopatrulha, nesta terça-feira (12), em Aracaju, após ter oferecido R$ 500 para arquivar a multa por dirigir sem a carteira de motorista. 

Natural do Rio de Janeiro, Gilmar Araújo foi abordado após os policiais serem avisados de que ele estava com sinais de embriaguez, após sair de um posto de conveniência, localizado no bairro Coroa do Meio, Zona Sul da capital.

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Ao ser parado pelos policiais, foi constatado que o procurador dirigia sem a Carteira Nacional de Habilitação, com visíveis sinais de embriaguez ao volante. Também foi identificado pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) que os documentos do veículo estavam atrasados desde 2009.

Os policiais efetuaram a voz de prisão quando Araújo ofereceu R$ 500 para que a Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran) não fosse acionada. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Turismo e Araújo está preso na Delegacia Plantonista de Aracaju.

Com informações da SSP/SE

 

Relatório da Polícia Federal revela como uma organização criminosa se infiltrou em setores da Secretaria da Fazenda de São Paulo e corrompeu servidores para se apoderar de processos fiscais de empresas autuadas por sonegação e outras irregularidades. O documento, de 125 páginas, mostra os movimentos e o dia a dia intenso da quadrilha, alojada inclusive na rotina do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), órgão composto de 16 Câmaras Julgadoras e vinculado à Coordenadoria de Administração Tributária da Fazenda.

A investigação aponta extenso período de predomínio do esquema de pagamento de propinas em dinheiro vivo. A PF identificou o braço da organização no 9.º andar do Palácio Clóvis Ribeiro, sede histórica do Fisco, à avenida Rangel Pestana, no Centro.

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A PF indiciou por quadrilha, corrupção passiva e subtração de documentos três funcionárias da área administrativa da Fazenda - Cleiresmar Machado, na pasta desde 1990 e há 11 anos na Divisão de Apoio às Câmaras do TIT; Denise Alves dos Santos, vinculada à Procuradoria-Geral do Estado; e Maria Rodrigues dos Anjos, dos quadros do tribunal de impostos.

Elas tinham acesso sem obstáculos a procedimentos fiscais e aos autos de infração e imposição de multas. A Fazenda informou que no dia 13 de janeiro exonerou duas suspeitas, Cleiresmar e Maria Rodrigues. A essas funcionárias cabia a missão de dar sumiço nos autos de processos fiscais. A PF estima que pelo menos 100 processos foram surrupiados - total ou parcialmente - , entre 2009 e final de 2012, quando a Operação Lava Rápido foi deflagrada e prendeu três empresários - Antonio Honorato Bérgamo, Wagner Renato de Oliveira e Antonio Carlos Balbi. Eles já foram denunciados pela Procuradoria da República. O juiz Márcio Ferro Catapani, da 2.ª Vara Criminal Federal, mandou soltar os investigados, mas abriu a ação penal.

Escritório oculto

O reduto da quadrilha, segundo a PF, era um "escritório oculto" na avenida Alcantara Machado, no bairro da Mooca, onde Oliveira dava expediente. Desde 1998 ele trabalha com importação e restauração de carros antigos - daí o nome dado à operação da PF. Nesse escritório os federais recolheram em novembro trechos de 12 processos relativos a 8 empresas autuadas em R$ 50,84 milhões. O procedimento relativo à Alpha Galvano Químico Brasileira encabeça a lista - autuação de infração e imposição de multa número 3.155.190-7, de 18 de outubro de 2011, no valor de R$25.170.542,57.

Em outro endereço, de Honorato Bérgamo, foi apreendido processo de autuação de uma estamparia no valor de R$ 20.062.769,15.

A PF encontrou em poder da quadrilha 19 impressos de extratos de processos da Fazenda denominados "TIT" e 26 planilhas com resumo sobre a situação fiscal de empresas, incluindo números de autos de infração, os processos correspondentes, os valores das sanções, juros de mora e andamento. Os autos subsidiam inscrições em dívida ativa.

Os investigadores destacam manuscritos a lápis encontrados com a quadrilha. São anotações cifradas que a PF está analisando. Uma delas: "Juiz do CARF do TIT", "20 a 70%", "180 meses - 400.000,00"". No verso desse papel, as inscrições: "AUTO INFRAÇÃO", "DEV. SUSPENSA", "7.000.000,00". Para a PF pode ser indício da corrupção.

Apontados como mentores da trama, Bérgamo - o Zoio Azul -, Oliveira e Balbi foram indiciados por quadrilha, falsidade ideológica, tráfico de influência, corrupção ativa, crime financeiro e lavagem de dinheiro. Balbi recrutava laranjas. Bérgamo, que se identifica como fiscal de rendas aposentado, cuidava do registro de empresas de fachada para movimentar recursos sonegados ao Fisco.

Dois anos após a Prefeitura de São Paulo assumir a administração da Feira da Madrugada, na região do Brás, centro de São Paulo, a área de quase 120 mil metros quadrados virou terra sem lei. Novos boxes são construídos clandestinamente e negociados a comerciantes por até R$ 500 mil. Quem tem barraca no local ainda convive com ambulantes que ofertam todo tipo de mercadoria, de sacolas a espigas de milho. Tudo sob os olhos de funcionários da Secretaria Municipal de Coordenação de Subprefeituras, pasta responsável pela gestão do espaço.

Quem recebe a propina para liberar o trabalho dos camelôs e a construção das novas barracas, segundo afirmam os comerciantes, é a administração da feira, que atua em conjunto com uma associação de comerciantes não reconhecida pela Prefeitura. Oficialmente, o gestor é o coronel da reserva da Polícia Militar João Roberto Fonseca, assessor especial das Subprefeituras. Na prática, a função é dividia com Manuel Simão Sabino Neto, o presidente da Comissão dos Comerciantes da Feira da Madrugada Pátio do Pari (Cofemapp).

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A lista de irregularidades cresceu durante a gestão municipal e pode ser facilmente comprovada durante uma visita ao espaço. A própria organização da feira revela as fraudes, a partir da identificação dos boxes. É possível encontrar um, dois ou até três com a mesma numeração. A reportagem constatou duas lojas cadastradas como PO 25. Uma vendia camisas e a outra, calças. Há dois cadastros para o estande PO 14 - para venda de relógios e bijuterias.

Igualmente notória é a construção de boxes. Em época de Natal, quando a demanda por artigos do comércio popular mais do que dobra, a procura por um espaço para vender aumenta. Há quem compre até no atacado, para alugar posteriormente. As construções são feitas preferencialmente na área reservada ao estacionamento.

Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo flagrou duas barracas sendo erguidas e simulou interesse na compra de uma já existente, por R$ 300 mil - o repasse também é proibido, já que o cadastro é pessoal e intransferível. Durante a conversa, mantida em um dos corredores da feira, a única garantia apresentada foi uma procuração e um termo de permissão de uso no nome do proprietário original. "Um dia, quando terminar essa polêmica, isso dará direito para você dizer: eu quero mudar para o meu nome. A ‘chinesada’ só quer assim", explicou o negociador. Hoje, estrangeiros representam quase a metade dos comerciantes da feira.

O aluguel segue a mesma linha. Interessados negociam diretamente com o dono do box, mas o preço segue uma espécie de "tabela de mercado". No primeiro mês, o pagamento é maior. Custa R$ 4 mil. Nos meses seguintes, cai para R$ 3 mil. A diferença tem explicação. Segundo comerciantes ouvidos pela reportagem, o novato precisa pagar uma taxa para entrar no espaço. Funciona como uma espécie de licença, cuja renda é revertida para o grupo comandado pelo coronel e pela associação.

Toda a ampliação irregular do uso do espaço segue uma suposta hierarquia. Os interessados devem procurar inicialmente os "corretores". Assim como no mercado formal, são eles que procuram o espaço adequado de acordo com a oferta e a procura. Depois de negociada, a compra é autorizada e começa a construção do espaço. A tarefa é feita pelos "serralheiros", que tentam usar o mesmo material para não fugir do padrão e assim evitar chamar atenção. O passo final é a obtenção do cadastro, que passaria pelo próprio coronel Fonseca.

Mensalidade

A Prefeitura afirma gastar R$ 1,5 milhão por mês com a manutenção da feira. Mas a Cofemapp cobra R$ 250 mensais dos comerciantes, com o argumento de que o investimento feito pela gestão Gilberto Kassab (PSD) não é suficiente. O grupo, no entanto, não é reconhecido pela Prefeitura, que já indeferiu por três vezes o pedido de cogestão do espaço, segundo informações publicadas no Diário Oficial da Cidade. Há uma semana, a reportagem presenciou uma reunião em que Sabino pedia o pagamento aos associados: "Todo mundo aqui conhece o velho ditado. Alguma coisa de graça é boa?"

Na prática, quem caminha pelos corredores tem mesmo a impressão de que a feira é administrada pela associação, que tem 67 funcionários contratados. Eles ajudam na segurança, na manobra dos veículos e na cobrança das mensalidades. Alguns fazem o papel de zeladores, ajudando até em pequenos consertos e limpeza. Para serem identificados, alguns usam crachás e abusam de rádios comunicadores. Diferentemente da Prefeitura, cuja marca não é ao menos notada no espaço, a Cofemapp tem logotipo próprio. Ele é visto em forma de adesivo nas barracas, com o nome de Sabino e a inscrição: "autorizado".

Neste ano, passou a funcionar a Operação Delegada no local. Mas ali não reina o rigor com camelôs pelo qual ficou conhecida a administração do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Ao contrário do que ocorre em outras áreas de São Paulo, com autorização da Cofemapp, comerciantes ambulantes com mercadorias em sacolas não fogem dos PMs. As irregularidades são investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61, suspeito de cobrar propina para liberar um caminhão, foi oficialmente afastado de suas funções nesta segunda-feira (26). Ele foi preso,  no último dia 16, enquanto recebia o valor de R$ 1,5 mil para liberar um caminhão que estava apreendido na Delegacia da Verzéa. O decreto foi publicado no Diário Oficial, à pedido da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social do Estado. 

Ele recebeu habeas corpus no dia 21 e responderá ao inquérito em liberdade. A delegada responsável pelo caso é Andrea Veras da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos, que terá 30 dias para concluir as investigações. 

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O delegado da Polícia Civil de Pernambuco, Carlos Gilberto Freire, foi preso, nessa sexta-feira (16), ao ser flagrado recebendo propina de um comerciante. O valor, que era de R$ 1,5 mil, foi fechado em R$ 700, pela liberação de um caminhão que havia sido apreendido. No momento do flagrante, o civil passou mal e foi internado.

De acordo informações da polícia, o proprietário do veículo contou que o caminhão foi apreendido na delegacia da Várzea, na quarta-feira (14), pois estava com parcelas atrasadas e os documentos irregulares. Para liberar o veículo, o delegado, que é plantonista na unidade, teria cobrado R$ 1,5 mil.

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O comerciante procurou a Corregedoria do Estado e foi orientado a marcar um encontro. Um esquema foi montado pelos policiais da Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos e conseguiu prender o delegado em flagrante.

No momento da prisão, o delegado passou mal e foi socorrido pelo Samu para o Procape. Ele está com escolta policial e, após receber alta médica, será encaminhado ao Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

Oito policiais rodoviários que atuavam em um posto policial de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, foram presos nesta quarta-feira (14) acusados de cobrar propina para não multar motoristas. Eles fiscalizavam trechos de duas rodovias (RJ 116 e RJ 142) e exigiam dinheiro (de R$ 10 a R$ 150) de quem trafegava por ali, mas aceitavam até queijo e goiabada para liberar os veículos - em geral, de carga.

Vítimas chegaram a comprar produtos que foram retirados por policiais em lojas de Nova Friburgo. Um motorista depositou dinheiro na conta de um policial. A investigação começou há dois meses e resultou na operação Mercúrio, promovida nesta quarta pelo Ministério Público e pela Corregedoria da Polícia Militar para cumprir nove mandados de prisão. Um PM está foragido.

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Os policiais serão processados por corrupção passiva (quando funcionário público se aproveita do cargo para solicitar ou receber vantagem indevida) e concussão (quando funcionário público usa a função para exigir vantagem indevida). O comandante da companhia e o chefe de inteligência do setor também poderão ser punidos. Segundo o comando da PM, eles tinham o dever de fiscalizar os subordinados.

A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de corrupção que envolve aproximadamente 80 dos cerca de 600 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que atuam no Estado do Rio. Eles são acusados de cobrar propina para permitir a circulação de mercadorias proibidas pelas rodovias federais do Rio.

Em outros casos, segundo a denúncia, o grupo apreende as mercadorias, mas não registra a ação na delegacia, ficando com o material para vendê-lo. A denúncia foi divulgada nesta quinta-feira (1) pelo jornal "O Globo". A PF não se manifestou, alegando que a investigação ainda está em curso, em segredo. O Ministério Público Federal (MPF) também não se pronunciou sobre a denúncia.

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Segundo o jornal, a investigação começou em 2009 e envolveu escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e a infiltração de agentes na quadrilha. Mais de cem pessoas já foram identificadas e denunciadas à Justiça Federal e ao Ministério Público. Além de policiais rodoviários federais, estão envolvidos policiais civis e militares.

Donos de transportadores ou motoristas que não pagavam a propina exigida eram punidos com fiscalização minuciosa nos postos da PRF, mesmo quando estavam com a documentação em dia. Para evitar essa burocracia, até os empresários que não tinham nenhuma pendência legal acabavam aceitando pagar propina aos policiais. Pelas estradas federais do Estado do Rio circulam diariamente cerca de 100 mil caminhões, segundo as entidades do setor.

Agentes da Corregedoria da Polícia Civil do Rio prenderam, nesta quinta-feira, um delegado e cinco inspetores da instituição acusados de cobrar propina de comerciantes na cidade de Magé, na Baixada Fluminense. Além dos seis policiais civis, outro inspetor e um homem que fingia ser policial civil também foram denunciados pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) pelos crimes de formação de quadrilha armada, concussão (exigir vantagem indevida em razão do cargo), corrupção passiva e usurpação de função pública. Todos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Segundo a denúncia do MP-RJ, o grupo era lotado na 66ª DP (Piabetá), em Magé, e atuava exigindo dinheiro de comerciantes e prestadores de serviço da região. A cobrança de propinas teria começado em fevereiro do ano passado. De acordo com as investigações da Corregedoria, o delegado Carlos Alberto Quelotti Villar, à época titular da 66ª DP, chefiava as ações, dando ordens aos inspetores Renato de Simone, Eduardo de Simone, Lucimar de Souza, Adilson de Freitas Silva e Gustavo de Azeredo Lima.

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Já Heldongil Azevedo Aleixo, conhecido como Cigano, tinha livre acesso à delegacia e agia como se fosse policial, utilizando armas de fogo. Ainda de acordo com a denúncia do MP-RJ, Cigano era o único da quadrilha a manter contato pessoal com as vítimas. Para intimidá-las a pagar propina, ele utilizava uma arma. As propinas eram cobradas mensalmente, com valores que variavam entre R$ 100 e R$ 400. Proprietários de ferros-velhos; depósitos de gás, lan houses e mototaxistas eram os alvos preferidos.

Já o inspetor João Paulo Nascimento, o Paulão, mesmo depois de ser transferido para outra delegacia, continuou participando das ações.

Foram presos nesta quinta-feira o delegado Quelotti, os inspetores Eduardo, Lucimar, Adilson, João Paulo e Gustavo; e o falso policial Cigano. Já o inspetor Renato morreu recentemente. Todos os presos foram levados para o Presídio Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com o corregedor da Polícia Civil, delegado Gilson Emiliano, os policiais responderão a processo administrativo-disciplinar, que pode culminar na sua demissão do serviço público.

O presidente e o vice-presidente da Câmara de Vereadores de Anápolis (GO) foram detidos, nesta terça-feira (7), por supostos recebimentos de propinas, em troca da aprovação de lei que liberou a expansão da área urbana e imobiliária do município, a 64 quilômetros de Goiânia (GO).

Na Operação La Plata, e sob acusação de desvio de verbas públicas, foram presos o presidente da Câmara, Amilton Batista de Faria (PTB), o vice-presidente Wesley Cleyton da Silva (PMDB), a mulher do peemedebista, Andréia Juliana Gonçalves Lima, e o chefe do seu gabinete na Câmara, Naasson Costa. Todos são acusados por corrupção ativa, peculato e diversos crimes ambientais.

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A operação foi um trabalho conjunto de três promotorias de Justiça de Anápolis, mais a Polícia Militar (PM) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. E contabilizou o cumprimento de 12 mandados de prisão, cinco mandatos de condução coercitiva e 21 mandados de busca e apreensão.

Eles foram presos e detidos, com prazo de cinco dias, para prestar esclarecimentos, explicou o promotor de Justiça, Denis Bimbati, que investiga o caso há um ano. A propina era para liberação de loteamentos irregulares no município.

Na segunda cidade mais rica do Estado, os novos loteamentos surgiram e foram ocupados em velocidade exponencial nos últimos dois anos. O problema é que parte dessa expansão foi possível graças à invasão de áreas de preservação ambiental (APA). Numa dessas áreas, composta por mata ciliar do Córrego Água Fria, no Jardim Europa, foi construído um supermercado, sem a emissão de licenças prévias.

Para conseguir ou manter um negócio, 12% dos empresários brasileiros aceitariam pagar propinas se isso fosse necessário para ajudar a sobrevivência da empresa em um ambiente de crise econômica. É o que conclui a "Global Fraud Survey 2012", pesquisa realizada pela Ernest & Young, entre novembro de 2011 e fevereiro deste ano, que ouviu 1.750 empresários de pequeno, médio e grande porte no mundo e 50 executivos no Brasil.

O índice, de acordo com a consultoria, é o dobro do registrado em 2010 e, na comparação com outras regiões, é inferior ao registrado globalmente (15%) e na América Latina (14%), mas superior ao porcentual de 3% registrado entre empresários norte-americanos que afirmaram aceitar o pagamento de propinas para essa finalidade.

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Para um número crescente de executivos brasileiros, a pressão para o cumprimento de metas de crescimento de receita está minando o compromisso com o cumprimento de políticas e leis. Para 84% dos 50 brasileiros entrevistados, a corrupção no País é generalizada no ambiente de negócios. O índice é bem superior à média global (39%) e também ao verificado na América Latina (68%). Para 20% dos executivos brasileiros ouvidos, suborno e corrupção crescem por causa da crise econômica.

A pesquisa mostra que 90% dos entrevistados no Brasil disseram que deveria haver, no País, mais supervisão por reguladores. Além disso, 96% disseram acreditar que a gerência sênior das organizações deveria receber sanções penais quando comprovado que não foi feito o suficiente para prevenir fraudes, propinas ou corrupção.

Viagens e presentes

Ainda de acordo com o levantamento, 10% dos empresários brasileiros disseram estar dispostos a bancar viagens e presentes para conseguir um novo negócio. Neste caso, as médias global e americana são maiores, com 30% e 36% dos empresários, respectivamente. Segundo a consultoria, os eventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos - Copa do Mundo em 2014 e Jogos Olímpicos em 2016 - representam desafios para negócios locais que procuram manter relações em um mercado competitivo.

Os entrevistados na pesquisa da Ernst & Young afirmaram que estão trabalhando para garantir que estarão preparados para registrar adequadamente todos os presentes recebidos durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016 para demonstrar uma conduta dentro das regras. "Para encorajar seus funcionários a seguir esses processos, os gestores precisam ter certeza de que todas as funções de compliance e auditoria interna estão sendo respeitados", disse José Francisco Compagno, sócio da área de investigação de fraudes da Ernst & Young Terco.

"Apesar de este ainda ser um tema de muita preocupação entre os empresários brasileiros, houve algum progresso na última década por meio de reformas do setor público", afirmou Compagno. "No entanto, as empresas precisam estar cientes de que cabe a elas criar os processos e a cultura para evitar que seus funcionários alimentem um esquema que nunca será positivo - nem para seus negócios nem para o País."

No Brasil, segundo a pesquisa da Ernest & Young, as ferramentas de compliance mais utilizadas, segundo os entrevistados, para monitorar os processos em uso pelas empresas são: auditorias internas frequentes (94%), auditorias por agentes externos frequentes (92%), canais de denúncia (72%), monitoramento especializado de softwares e de sistemas de tecnologia da informação (72%), revisões regulares por escritórios de advocacia ou consultores externos especializados (58%).

O contraventor Carlinhos Cachoeira mandou entregar propina "embrulhada em jornal" para o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). A informação consta de relatório da PF. O documento esmiúça as relações próximas de Cachoeira com o parlamentar.

Os dados são apontados no capítulo intitulado "transações financeiras" envolvendo o contraventor e o deputado tucano. A PF assinala que Cachoeira manda Geovani Pereira da Silva, seu contador, "passar dinheiro para o deputado Leréia, não sendo possível identificar a que título".

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Grampos da PF flagraram diálogos entre Cachoeira e Leréia. Também caiu no grampo o contador Geovani, foragido. O contraventor o chama de Geo e pede que providencie pagamentos em dinheiro a Leréia. Em 1.º de agosto de 2011, às 14h34, Cachoeira recomenda a Geovani entrega de R$ 20 mil em dinheiro para Leréia "embrulhados em jornal". Uma assessora do contraventor participa da conversa e informa que o dinheiro foi colocado em um "envelope quadrado".

A PF cita o deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ) como outro suposto beneficiário de propinas de Cachoeira. Em escuta de 17 de junho de 2011, Nercessian pergunta a Leréia se "entregou a carta que ele mandou". "Falam de dinheiro que Stepan pediu a Cachoeira", anota a PF.

Em um grampo é citado "Marco", que teria recebido R$ 10 mil de Cachoeira. Em 16 de junho, Leréia comenta com Cachoeira que está em Brasília e vai receber o secretário-geral da ONU, o coreano Ban Ki-Moon.

A PF juntou aos autos cópia da página do site do deputado, com a informação: "Deputados Carlos Leréia e Marco Maia (PT, presidente da Câmara) recebem visita do secretário-geral da ONU". Leréia e Nercessian não retornaram contatos da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou 45 pessoas por pagamento de propina a fiscais do trabalho e a funcionários da Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Entres eles estão empresários e representantes de empresas de segmentos como transporte urbano, ensino e comércio varejista. Em troca de pagamentos rotineiros, os servidores públicos acobertavam irregularidades das empresas.

As investigações são desdobramentos da Operação "Paralelo 251" , deflagrada em abril de 2006, quando foram presas e processadas 56 pessoas, entre auditores fiscais do trabalho e servidores da DRT no Rio.

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Eles foram acusados pelos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, formação de quadrilha e inserção de dados falsos nos sistemas, principalmente por receberem propina para não multarem empresas que descumpriam a legislação trabalhista, em relação, por exemplo, ao recolhimento de FGTS, à jornada de trabalho, ao registro e à segurança de trabalhadores. Os denunciados também ocultavam multas já aplicadas do sistema de dados da DRT e negociavam homologações de termos de rescisão de contratos de trabalho.

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