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Sem reforma ministerial imediata, a reforma da Previdência não será aprovada no Congresso Nacional, avisou o relator da proposta na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), em entrevista ao jornal 'O Estado de S. Paulo'. Segundo ele, as mudanças de mérito no novo texto só poderão ser negociadas depois que o presidente Michel Temer resolver o descontentamento da base aliada, que cobra a substituição, principalmente, dos quatro ministros do PSDB, partido que ameaça desembarcar do governo. "De todas as questões que forem colocadas teremos que destacar e trazer para o texto aquilo que traga de fato voto", diz Oliveira Maia, defendendo que, para conseguir os 308 votos necessários para aprovar a reforma na Câmara, o governo deve fazer uma contabilidade "pragmática". A seguir, os principais trechos da entrevista.

Quais as chances hoje de o texto negociado ser aprovado no plenário da Câmara?

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Não há dúvida, e o presidente (da Câmara) Rodrigo Maia deixou claro isso, que existem dois gestos que têm de ser feitos para que a gente consiga aprovar a reforma. Um é em relação ao mérito do projeto, e já estamos trabalhando nisso, vendo o que de fato é mais difícil ser aprovado para viabilizar a aprovação do que é essencial. Mas é necessário também que o governo realize um gesto político com sua base. Esse gesto político se traduzirá certamente em uma mudança ministerial. Há um descontentamento muito grande com o atual formato do ministério. E Temer certamente saberá conduzir esse assunto para que, a partir dele, possamos, de fato, encaminhar as mudanças de mérito.

Há líderes dizendo que só reforma ministerial não é suficiente. Há outras questões?

Não que eu tenha conhecimento. Para mim, o que de fato tem que ser feito é uma mudança no formato do ministério. Mas essas outras questões não saberia dizer quais são.

O que acha da proposta de Rodrigo Maia para que Temer chame individualmente deputados para negociar pleitos dos partidos?

Não estou conduzindo esse assunto. Conduzo a questão do mérito da reforma. Mas, ao meu ver, como deputado e vice-líder do governo, acho que o presidente deveria seguir este conselho de Rodrigo Maia. Na hora que a reforma ministerial recompuser a base, aí teremos condições de conversar com os líderes para saber deles o que realmente é desconfortável para a base votar.

Retirando tanto o aumento do tempo mínimo de contribuição quanto o limite para acúmulo de pensão e aposentadoria, a reforma não ficará muito fraca?

Cada vez que se muda alguma coisa, tem um custo. De todas as questões que forem colocadas, teremos de destacar e trazer para o texto aquilo que traga de fato voto. É preciso saber o que, de fato, traz para a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) os votos necessários para sua aprovação. Se você disser que retirar o BPC (Benefício de Prestação Continuada) do texto não traz nenhum voto, não tem por que retirar o BPC do texto. Essa contabilidade agora tem de ser muito pragmática, no sentido de saber o que nos dá votos suficientes para garantir pelo menos duas ações: estabelecimento de uma idade mínima e o fim dos privilégios do setor público e privado. Esses dois pontos são inegociáveis. Agora, tirar, botar, acrescentar, modificar depende da conversa com as bancadas para saber o que traz voto.

A equipe econômica avalia que é melhor colocar a reforma, mesmo que seja para perder, do que desistir dela. Concorda?

Plenamente. É preciso que cada um deixe clara a sua posição. Não vejo nada mais falso do que aqueles que dizem: vamos deixar para depois da eleição. Porque quem diz isso quer ir para a eleição dizendo que é contra a reforma e depois votar a favor, talvez de uma reforma até muito mais dura do que essa.

É um estelionato então?

Não quero adjetivar comportamento de ninguém. Sem dúvida, não é um comportamento de quem age com veracidade. Sou a favor da reforma neste ano de 2017, serei a favor em 2018, continuarei a favor da reforma depois da eleição, seja qual for o resultado que ela tiver. O cara quer ir para a eleição dizendo que é contra, mas depois vai votar a favor. Isso não é correto. Então, pessoalmente, defendo que se vote a reforma de qualquer jeito.

Vale aprovar uma proposta só com idade mínima, regra de cálculo e mudança para servidores?

Não vejo razão nenhuma de fazer uma reforma para manter privilégios. Sou totalmente contra uma reforma que mantenha privilégios.

Afinal quando o novo texto vai ser enviado?

Não sei quando, mas sei até quando é possível. É possível enquanto a Câmara estiver funcionando este ano. Depois que a Câmara entrar em recesso, não há mais prazo para votar nada. Porque ano que vem eu realmente não acredito de maneira nenhuma que este assunto seja votado na Câmara.

O que acontece se a reforma não for aprovada?

São aquelas consequências que o ministro Meirelles mostrou. Teremos no ano que vem certamente necessidade de mais ajuste tributário, aumento de impostos, contenção de despesas. Em outras despesas pode haver algum tipo de redução, mas nas previdenciárias não. A Previdência ou você paga tudo ou não paga nada. Não pagar nada é o caos. Então vai começar a existir, de um lado, diminuição do gasto com saúde, educação, segurança. Outra medida que resta é aumentar impostos.

Há possibilidade de mudar a idade mínima prevista na proposta, de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres?

Se fizer isso, não tem razão votar a PEC. Se for para mudar esse tipo de coisa, defendo que se tente no plenário aprovar e, perca ou ganhe, mas tenhamos o resultado. Isso aí iria acabar com a PEC. Mudar a idade mínima é acabar com a PEC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nascido em maio de 1930, lá se vão quase nove décadas, Bonifácio José Tamm de Andrada - ou Andradinha, para os mais chegados - é político profissional desde 1954, quando se elegeu vereador da UDN por Barbacena (MG), sua terra natal. Está no 15º mandato consecutivo - UDN, Arena, PSD, PTB e PSDB - e novamente sob holofotes desde que foi indicado como relator da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Conservador de escol, Bonifácio teve participação destacada em vários momentos. Foi, por exemplo, dos que se bateram contra a emenda das Diretas-Já (1984), abstendo-se de votar. Na Constituinte (1987-1988), foi um importante líder do chamado Centrão, tanto na articulação, quanto, principalmente, na elaboração das emendas substitutivas que abriram o leque de propostas. Leia entrevista concedida em maio de 2014 durante pesquisa para um livro sobre a Constituinte.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Carlos Marun (MS), afirmou na tarde desta quinta-feira, 5, que o PSC cederá uma vaga para que o tucano Bonifácio de Andrada (MG) continue na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e à frente da relatoria da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Hoje, a cúpula do PSDB decidiu destituí-lo da suplência do partido na CCJ.

O PSC tem uma vaga de titular na comissão, ocupada hoje pelo líder do governo no Congresso, André Moura (SE). A vaga de suplente é do deputado Pastor Marco Feliciano (SP). Ainda não foi informado se Bonifácio ficará como suplente ou titular.

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Pela regra, os partidos podem ceder vagas nas comissões da Casa a outras bancadas. Geralmente, as legendas fazem acordo para ter mais espaço nas comissões onde seus deputados têm mais atuação política.

Mais cedo, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), lamentou a destituição de Bonifácio. O governista afirmou que havia "zero" chance de o tucano ser substituído na relatoria da segunda denúncia porque havia vários partidos da base aliada dispostos a oferecer uma vaga para o deputado mineiro. "Ele vai poder relatar na vaga de outro partido", disse. Ele disse que estava disposto a ceder sua própria vaga de titular em favor de Bonifácio.

Mansur criticou a "incoerência" do PSDB e disse que a decisão era algo "chato para se fazer com um deputado de 10 mandatos". "Acho que o PSDB dentro da Câmara está muito dividido e isso é muito ruim para o País. Essa decisão de tirar uma figura notória da Casa é uma incoerência muito grande. Ele vai fazer um relatório da cabeça dele", comentou.

Após mais de uma hora de reunião na manhã desta quinta-feira, 5, a cúpula do PSDB decidiu destituir o deputado Bonifácio de Andrada (MG) da vaga de suplente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Como o mineiro não abdicou da relatoria da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o partido vai sugerir ao presidente do colegiado, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que ofereça uma das vagas dos partidos aliados para abrigar Bonifácio. Sem uma dessas vagas, o tucano mineiro ficaria fora da comissão, o que obrigaria Pacheco a escolher outro relator.

O impasse já dura uma semana, desde que Pacheco indicou o tucano como relator. "Em função da importância do trabalho do deputado, ele [Pacheco] cederia uma vaga de seu partido, por exemplo", afirmou o presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).

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Tasso e o líder da bancada, deputado Ricardo Tripoli (SP), destacaram os conhecimentos jurídicos de Bonifácio, mas ponderaram que a sua permanência como relator numa vaga do PSDB causa constrangimentos e aprofunda a divisão entre os tucanos. "Uma solução seria o desligamento do deputado [da vaga tucana] em acordo com o presidente da CCJ. Obviamente, deve ser uma vaga de um outro partido que possa [vir a] acomodá-lo [Bonifácio]. Ele, tecnicamente, em função dos conhecimentos que tem, fará o relatório. Mas não pelo PSDB", disse Tripoli.

Uma das soluções aventadas ontem foi a possibilidade de Bonifácio se licenciar oficialmente do partido, mas a medida foi descartada na reunião desta manhã. Os tucanos ficaram incomodados com a declaração de Bonifácio na quarta-feira, em que ele disse que a Câmara era maior do que os partidos. Hoje, durante entrevista, Tasso ponderou que o parlamentar também tem vínculos partidários a respeitar. "Ele tem obrigações com o partido também", observou Tasso.

Em uma última tentativa de aprovar novas regras para as eleições de 2018, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) enxugou o projeto da reforma política e apresentou um texto ao plenário da Câmara nesta segunda-feira, 2, de apenas 14 páginas. A última versão divulgada tinha 49 laudas.

Pelo acordo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta costurar, o plenário vai tentar votar nesta terça-feira, 3, tanto o projeto que cria o fundo público que veio do Senado quanto essa versão mais enxuta do relatório do deputado petista.

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A proposta de Maia é que os deputados votem o texto do Senado na íntegra, com a garantia de que o presidente Michel Temer vetará pontos que não agradou à Câmara, como a forma de distribuição do fundo entre os partidos e a permissão para que os recursos do Fundo Partidário sejam usados apenas nas eleições majoritárias.

Na semana passada, Maia já tentou selar esse mesmo acordo, mas não obteve sucesso. Nesta segunda, partidos como o PR, PRB e Podemos continuaram apresentando resistência a essa ideia e não descartam obstruir a votação nesta terça-feira.

Para que as novas regras valham para as eleições de 2018, elas têm de ser aprovadas pelo Congresso esta semana e serem sancionadas até o dia 7 de outubro.

Relatório. O texto apresentado por Vicente nesta segunda traz regras para regulamentar o fundo do projeto do Senado, como uma nova forma de distribuir os recursos entre os partidos.

O relator também manteve no texto os limites de gastos para as campanhas. Um candidato a presidente da República, por exemplo, poderá gastar no máximo R$ 70 milhões. Em 2014, a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff custou R$ 350 milhões e do senador Aécio Neves, que também concorreu à Presidência, R$ 216,8 milhões.

Pelo texto de Vicente, uma campanha de governador vai poder custar, no máximo, R$ 21 milhões; a de senador, R$ 5,6 milhões; a de deputado federal, R$ 2,5 milhões; e a de deputado estadual, R$ 1 milhão.

O projeto também estabelece um teto de doações de pessoas físicas, que não poderão ultrapassar 10% do rendimento bruto do doador, limitado a dez salários mínimos para cada cargo em disputa. Na prática, em 2018, uma pessoa vai poder doar, no máximo, cerca de R$ 50 mil.

A proposta traz ainda regras para o chamado "autofinanciamento". Quem concorrer a cargo majoritário poderá utilizar recursos próprios em sua campanha até o limite R$ 200 mil; já o candidato ao cargo de deputado (federal ou estadual) poderá doar até 7% do limite de gastos determinado para cada campanha.

O relator também manteve regras que beneficiam os partidos, como a permissão para parcelar em até 60 vezes o pagamento das multas e ter um desconto de até 90% se o pagamento for feito a vista.

Vicente, no entanto, retirou temas polêmicos do texto, como a proibição de divulgar pesquisas eleitorais na semana da eleição e a chamada habilitação prévia de candidaturas.

A cúpula do PSDB entrou em campo para pressionar o deputado tucano Bonifácio de Andrada (MG) a abandonar a relatoria da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O que se discute é uma possível destituição da comissão caso o deputado se recuse a deixar a função.

O clima de animosidade chegou ao presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que conversou com o líder da bancada na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), sobre o caso. Interlocutores afirmam que Tasso e Tripoli estão alinhados sobre a questão. Tasso ouviu a opinião do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que tem sido um dos representantes dos cabeças-pretas no Senado.

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"O incômodo é muito grande, parece que a escolha do Bonifácio foi para provocar um segmento do partido que defende a saída do PSDB do governo. Se o partido está dividido em relação ao tema, o mais recomendado é que não fosse alguém do PSDB pra fazer o relatório. Isso me parece uma brutal provocação e um desrespeito às divergências que existem no PSDB", afirmou Ferraço.

Os dirigentes tentam agora persuadir Bonifácio da "inconveniência" do convite feito pelo presidente da comissão, o peemedebista Rodrigo Pacheco (MG). A escolha de Bonifácio para a relatoria da nova denúncia levou a ala jovem do PSDB, os chamados cabeças-pretas, a declarar "guerra" ao Palácio do Planalto.

Para os jovens tucanos, a indicação de Pacheco foi "desrespeitosa" e "desleal" ao partido, que não queria nenhum de seus liderados nesta função. "É muito difícil não ver dedo do palácio nisso aí", afirmou o deputado Fábio Sousa (PSDB-GO) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após ser sorteado como novo relator, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito para investigar o presidente Michel Temer, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no caso que envolve a edição de um decreto no setor de portos.

"A ninguém deve ser indiferente o ônus pessoal e político de uma autoridade pública, notadamente o presidente da República, figurar como investigado em procedimento dessa natureza", disse Barroso.

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Segundo ele, "este é o preço imposto pelo princípio republicano, um dos fundamentos da Constituição brasileira, ao estabelecer a igualdade de todos perante a lei e exigir transparência na atuação dos agentes públicos".

Em junho, quando Temer foi denunciado por corrupção passiva com base na delação da JBS, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também pediu que fosse aberto um inquérito em razão do "decreto dos portos".

Em conversas gravadas, o presidente e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures - ex-assessor especial de Temer flagrado ao receber uma mala com R$500 mil no estacionamento de uma pizzaria - falam da edição de um decreto que trataria da exploração de portos. A suspeita é de que pode ter havido pagamento de propina.

O decreto foi assinado por Temer em 10 de maio para facilitar investimentos privados nos portos. Na conversa por telefone interceptada pela Polícia Federal (PF) em 4 de maio entre o mandatário e Loures, o presidente indica o que é uma das principais mudanças previstas no decreto, o aumento para 35 anos de prazos dos contratos de arrendatários, prorrogáveis por até 70 anos.

O caso foi encaminhado para Edson Fachin, por ser o relator das investigações da JBS no Supremo. No entanto, Janot pediu que fosse sorteado outro relator, porque não se tratava de caso relacionado à operação Lava Jato.

O relator da reforma política na Câmara, deputado Vicente Cândido (PT-SP), afirmou nesta terça-feira, 1, que vai retirar da proposta a chamada "emenda Lula". O texto, que havia sido inserido no relatório do parlamentar, propõe ampliação para até oito meses da proibição para que candidatos sejam presos antes das eleições porque o momento político exige uma reação do Congresso. "Decidi retirar. Sai com Lula (ex-presidente) e ele disse: 'Já que a emenda é minha, faço com ela o que quiser. Retire-a'".

Cândido admitira à Coluna do Estadão que a nova regra beneficiaria Lula e que fora pensada para "blindar" não só ele, mas políticos investigados. "Lula também, como qualquer outro. É nossa arma contra esse período de judicialização da política."

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Responsável por alterar novamente o Refis com a inclusão de um perdão de até 99% das multas e dos juros das dívidas com a União, o deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) deve à União R$ 51 milhões. As planilhas da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) obtidas pelo ‘Estadão/Broadcast’ mostram que ele figura como presidente da Companhia Siderúrgica Pitangui, que detém dívida ativa de R$ 48,7 milhões com a União. O restante se trata de uma dívida de R$ 2,3 milhões da NC Participações e Consultoria, da qual o deputado seria diretor.

O órgão de cobrança não informa quanto dessa dívida equivale a multas e juros pelo não pagamento. Por isso, não é possível calcular o tamanho do benefício que o próprio deputado receberia, caso o Refis seja aprovado no Congresso na forma do seu parecer.

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Reconduzido ao posto de relator do Refis, após ter alterado completamente a primeira proposta enviada pelo governo ao Congresso, Cardoso Jr. voltou a incluir condições mais vantajosas para as empresas.

O parecer dele, aprovado na semana passada pela comissão mista da Medida Provisória (MP) 783, também estendeu os descontos - que antes valiam apenas para contribuintes com débitos de até R$ 15 milhões - para firmas com dívidas de até R$ 150 milhões.

Para entrar no programa, todos pagam 20% da dívida ainda este ano, exceto essas empresas com dívida de até R$ 150 milhões, que pagarão 2,5%. O saldo restante pode ser liquidado de várias formas. Os que pagarem tudo que falta em janeiro de 2018, ganham 99% de desconto nos juros e multas. Outra opção é fazer parcelamentos a perder de vista, mas nesses casos os abatimentos em multas e juros diminuem um pouco: 90% para o parcelamento em 145 meses e 85% para 175 meses.

Cardoso Jr. também reduziu o valor da entrada, parte da dívida sobre a qual não incide o desconto de juros e multas e que precisa ser pago em cinco parcelas, em espécie. O governo enviou a MP com exigindo que 7,5% da dívida fossem pagos na entrada. O relator diminuiu essa parcela para 2,5%. Com essas modificações, a arrecadação prevista para 2017 com o Refis cai de R$ 13,3 bilhões para R$ 420 milhões.

Causa própria

Para o diretor executivo do instituto Transparência Brasil, Manoel Galdino, a concessão de benesses tributárias para os devedores da União justamente em meio à atual crise fiscal é absurda. "O que estamos vendo são os parlamentares legislando em causa própria. O regimento da Câmara não proíbe, mas um deputado com dívidas ativas com a União relatar a proposta viola a ética e chega a ser indecoroso", avalia. "E a adoção consecutiva de programas de Refis penaliza os contribuintes que honram suas obrigações em dia."

Relator

Cardoso Jr. não quis dar entrevista ao Estadão/Broadcast, mas respondeu, por meio de sua assessoria, que todas as dívidas em aberto das empresas ligadas a ele estão sendo questionadas na Justiça. "Não sou devedor. Todos os débitos estão sendo questionados na Justiça. Minha atividade parlamentar não se confunde com a empresarial. Esclareço que fechamos um texto que atende às necessidades da sociedade, acima de qualquer interesse particular ou corporativo", rebateu.

O deputado alegou que o novo Refis vai permitir a regularização fiscal de milhares de pessoas físicas e jurídicas. "O texto aprovado vai possibilitar a retomada do desenvolvimento do País, que enfrenta uma grave crise econômica, com 15 milhões de desempregados", acrescentou. "Estamos prestando um grande serviço à Nação."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) apresentou parecer favorável à admissibilidade da denúncia pelo crime de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Zveiter é o relator do processo que analisará a aceitação, ou não, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

"Por ora, temos indícios que são por si só suficientes para ensejar o recebimento da denúncia. Estamos diante de indícios suficientes de materialidade. Não é fantasiosa a acusação, é o que temos e deve ser investigada", disse Zveiter.

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O relator reiterou que aos deputados cabe apenas o papel de autorizar, ou não, a admissibilidade do processo e não julgar o presidente. 'Em face de suspeitas e eventuais ocorrências criminais, não podemos silenciar, estamos tratando tão somente de um pedido para aceitação, ou não, da instauração de um processo", acrescentou.

Zveiter está lendo seu voto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), primeira etapa do trâmite da denúncia na Câmara dos Deputados. Zveiter disse que elaborou o parecer “seguindo a melhor interpretação” das regras estabelecidas pela Constituição Federal e pelo regimento interno da Casa.

No documento, o relator justificou que não cabe à CCJ condenar os acusados, apenas indicar se o processo deve, ou não, ser instaurado. E que compete ao Supremo Tribunal Federal “o juízo técnico” da acusação.

O voto do relator indica que a Câmara emite juízo “predominantemente político. Zveiter destacou que não concorda com o argumento da defesa de Temer. “Eu não posso concordar, a denúncia não é inepta.”

No início do relatório, Zveiter apresentou os principais fatos relatados pela acusação, como o encontro do presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista, em março deste ano, no Palácio do Jaburu. Ele alegou que o presidente aproveitou-se da condição de chefe do Poder Executivo e recebeu, por intermédio do interlocutor Rocha Loures, “vantagem indevida” de R$ 500 mil. O valor teria sido ofertado pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, investigado pela Operação Lava Jato por buscar de forma “espúria” garantir seus interesses junto ao governo federal.

O relator também mencionou os principais argumentos apresentados no documento entregue pela defesa de Michel Temer na última semana. Zveiter citou todos os pontos questionados pela defesa, que alega que não houve cometimento de nenhum tipo de crime pelo presidente. A defesa apontou a ausência de elementos mínimos para acusação de um presidente da República e disse que a denúncia tem viés seletivo, sem provas lícitas que a sustentem.

Logo após a leitura do parecer do relator, a defesa de Temer apresentará oralmente seus argumentos pelo mesmo tempo utilizado por Zveiter.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse ontem ser "constrangedor para todo o brasileiro ter um presidente da República denunciado criminalmente no Supremo Tribunal Federal". Responsável pela escolha do relator da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer no colegiado, Pacheco afirmou ainda que a sua decisão será baseada em critérios técnicos, como conhecimento jurídico.

O peemedebista afirmou que não se sente pressionado para fazer a escolha. "Se há pressão ou não é uma avaliação que eu não consigo ter essa dimensão. Eu não me sinto pressionado, seja por parte do governo, seja pela oposição", disse Pacheco em entrevista à rádio Super Notícia, de Minas.

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Sobre o perfil do relator, Pacheco afirmou que será "alguém que tenha conhecimento jurídico e, portanto, que seja advogado ou ligado ao meio jurídico, que tenha relativa independência". "Quando eu falo relativa independência, nós temos de reconhecer que os deputados têm filiações partidárias, têm posições políticas, todos eles, sejam da base de governo, sejam de oposição. Essa relativa independência é alguém que possa fazer preponderar os aspectos jurídicos dessa denúncia a algum apelo ou conveniência política", disse Pacheco.

'Pressão'

Deputados estão sendo pressionados pelas redes sociais e pelo WhatsApp para votar a favor do recebimento da denúncia contra Temer. Um deputado do PP mostrou ao Estado dezenas de mensagens recebidas na semana passada. Um eleitor criou o grupo "Aceita a denúncia já" no WhatsApp e incluiu o número de telefone de vários deputados.

Em uma das mensagens enviadas no grupo, os eleitores pedem que a denúncia contra Temer seja aceita para que os deputados não façam "do corrupto seu bicho de estimação". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Líderes governistas pressionam o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para influenciar na escolha do deputado que vai relatar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Os governistas querem não só uma tramitação rápida do pedido, como esperam a indicação de um parlamentar alinhado com o Palácio do Planalto.

Ontem, no entanto, antes da apresentação da denúncia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, em evento em São Paulo, que cada deputado vai votar de acordo com sua consciência e é preciso ter "paciência". Ele disse também que não sabe qual será a decisão da Câmara. "Cada deputado vai votar com a sua consciência", afirmou. O deputado disse que Temer tem maioria no Congresso, mas que é preciso esperar e ainda admitiu que as acusações são "graves".

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Na Câmara, as movimentações já começaram. Uma troca na CCJ foi realizada ontem, quando o Solidariedade decidiu tirar o deputado Major Olímpio (SP) da vaga de titular. Com um forte discurso de oposição, Major Olímpio foi substituído pelo líder da bancada, Áureo (RJ).

A CCJ é o colegiado responsável por votar a admissibilidade da denúncia na Câmara dos Deputados. Pacheco, que vem demonstrando independência em relação ao governo na condução dos trabalhos, avisou que quer um perfil técnico, com conhecimento jurídico e assíduo na comissão. "Minha posição é de independência, de não permitir influência do governo, nem de ninguém", disse Pacheco ao Estado/Broadcast.

Fontes relatam que Pacheco já foi procurado por líderes partidários e que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, se dispôs a assumir as conversas para que seja escolhido um parlamentar com perfil "chapa-branca". Os governistas não querem ter "surpresas" na relatoria da denúncia. Padilha negou a interferência, mas o favorito dos governistas hoje para a função é Jones Martins (PMDB-RS), ex-prefeito de Gravataí e suplente do deputado licenciado Osmar Terra (PMDB-RS), hoje ministro de Desenvolvimento Social e Agrário.

Martins é um nome próximo de Padilha e apontado por alguns aliados como afilhado político do ministro da Casa Civil. "Jones é um constitucionalista. Seria uma boa escolha", disse o vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS). O deputado, que já sondou Pacheco e ouviu dele que fará uma escolha "meticulosa", disse confiar na responsabilidade do presidente da CCJ. "Não é o momento para fazer pirotecnia."

Trocas

Com a mudança, Major Olímpio vai para a suplência e não poderá ter seu voto contabilizado na análise da admissibilidade, a menos que um titular da bancada falte na sessão. Major Olímpio não só vinha fazendo críticas pesadas ao governo, como já havia anunciado que votará à favor da denúncia.

Segundo a bancada, o pedido de troca foi protocolado no dia 14 deste mês. O partido negou que a mudança esteja relacionada à denúncia. "O deputado Major Olímpio continua sendo membro da comissão e contribuindo efetivamente com as discussões do colegiado", disse nota da bancada.

Já o PSB não deve fazer alterações nos quadros da comissão, mas a direção do partido estuda fechar questão a favor da denúncia contra Temer. Como Danilo Forte (PSB-CE) e Fábio Garcia (PSB-MT) são governistas, a direção deve pedir para que eles deixem de votar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Antes mesmo de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar denúncia contra o presidente Michel Temer, a base governista na Câmara já articula nomes entre seus aliados para relatar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o pedido de instauração de eventual processo. Pelo menos três deputados são avaliados, mas o mais cotado até agora é o peemedebista Alceu Moreira (RS), integrante da tropa de choque do governo e resistente a pressões populares.

O deputado foi o relator da reforma da Previdência na CCJ. À época, ele apresentou seu parecer um dia após o governo enviar a proposta e disse que era o The Flash, em referência ao super-herói com poder de se mover ultrarrapidamente. O peemedebista tem sido um dos principais defensores da pauta governista na comissão e vem atuando para barrar o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Eleições Diretas.

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Além de Moreira, o presidente da comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), avalia outros dois nomes para indicar como relator de eventual denúncia, ambos alinhados ao Palácio do Planalto.

O preferido de Pacheco é o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), mesmo partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ). Advogado, Rogério, como relator, deu parecer favorável à cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Casa.

Rogério disse que ainda não foi procurado pelos governistas para tratar do assunto. "Não tenho interesse em relatar, mas, se me for designado, não fugirei da missão." O deputado, no entanto, disse acreditar não ter o perfil que a base governista quer para enterrar a denúncia. "Você tem dúvida de que vai ser o Alceu (Moreira)?", questionou.

O terceiro nome é o do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que chegou a ser cogitado para presidente ou relator da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara. Zveiter tem bom relacionamento com donos de veículos de comunicação e é visto como um parlamentar que poderia minimizar as críticas ao governo. "Se me convidar, vou ver", disse.

Lista

Vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP) começou a fazer um levantamento com os membros da CCJ para averiguar como devem votar em relação à eventual denúncia contra Temer. Membros que demonstrarem um comportamento desalinhado com o Planalto deverão ser substituídos, mas até o momento os líderes partidários não fizeram mudanças na composição da comissão. "Comecei a preparar para não ter erro", disse. Segundo ele, o governo tem a maioria na comissão para barrar a denúncia.

Mansur afirmou que, para o governo, a melhor opção seria escolher Moreira como relator. "Queremos um cara peitudo, bom de microfone e que faça as coisas direito", afirmou.

Apreciação relâmpago

O vice-líder da bancada do PMDB na Câmara, Carlos Marun (MS), disse acreditar que a base governista tem atualmente entre 300 e 350 votos para barrar uma possível denúncia contra o presidente. Ele, que é um dos mais ferrenhos defensores de Temer na Casa, afirmou que, se o procurador-geral da República apresentar a denúncia, a Câmara terá condições de "liquidar o assunto" em dez dias.

Marun afirmou não ter "a mínima dúvida" de que a Casa vai barrar a ação. "Ela vindo, obviamente que nós vamos tentar liquidar essa questão com a maior brevidade possível."

Ao ser notificado da oferta da denúncia, o presidente da Câmara despachará o pedido à CCJ, que terá dez sessões ordinárias para se manifestar. O parecer do relator será proferido em até cinco sessões. O relatório aprovado poderá entrar na pauta do plenário assim que for enviado à Mesa Diretora. No plenário, a votação é nominal e precisará de dois terços dos votos para ser admitida.

Em nome da oposição, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) disse que o bloco não aceitará tramitação acelerada. "Nem queremos que os pedidos sejam engavetados, nem colocados em via expressa em direção ao túmulo", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante o julgamento da campanha presidencial da chapa Dilma-Temer de 2014, na tarde desta quinta-feira (8), o relator Herman Benjamin disse que nos depoimentos ficou “claríssimo” de que “corrupção, na Petrobras, sempre houve” e que acontece desde a década de 50. “Não são esquemas de corrupção montados a partir de 2003”, afirmou. 

O ministro também ressaltou que o ataque à Petrobras não é invenção de um partido político. “Ali sempre esteve instalada uma situação, antes não investigada e muito menos punida, de dreno dos recursos públicos”. 

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Ele falou sobre que o pagamento direto de recursos não contabilizados nas campanhas eleitorais é um fenômeno atual, não só do Brasil. “Causa imediato escândalos políticos ao redor do mundo. Poderia citar muitos que não estão sendo investigados ou que não podem ser investigados”. 

O relator, no voto, fez um histórico do começo da Lava Jato e também citou o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. No depoimento, Costa disse que nos contratos da área dele, a propina dependia da negociação. Podia ser 2%, 3%. Era 2% para o partido do governo e 1% para o PP.

 

O primeiro dia do julgamento da ação que pede a cassação da chapa de reeleição de Dilma Rousseff-Michel Temer foi marcado pelo embate entre o relator do processo, ministro Herman Benjamin, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes. Ontem, enquanto Benjamin defendia a importância da ação, Gilmar tomou a palavra para pedir "cautela". A sessão foi interrompida à noite e será retomada na manhã desta quarta-feira, 7.

Apesar da polarização, os ministros ainda não apresentaram seus votos. O vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino já recomendou a cassação da chapa do PT-PMDB, acusada pelo PSDB, logo após as eleições de 2014, de praticar abuso de poder econômico e político.

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Na discussão com Benjamin, Gilmar afirmou que o julgamento, independentemente do resultado (cassação ou absolvição), permitiria que os cidadãos conhecessem melhor a "realidade" das eleições, de "empresas fantasmas" e de outros fatos "gravíssimos". Afirmou então que, na época da ditadura militar (1964-1985), o TSE cassava menos do que hoje, período democrático.

Benjamin rebateu o presidente da corte. Segundo ele, "as ditaduras cassaram e cassam quem defendia a democracia. Hoje, o TSE cassa quem é contra a democracia". Gilmar não escondeu a irritação com a intervenção do ministro-relator: "Temos de ser moderados". E foi então retrucado: "Não se trata de dados quantitativos, mas qualitativos", afirmou Benjamin.

A discussão continuou entre ministro-relator e presidente. Gilmar, que já defendeu a necessidade de se levar em consideração a estabilidade política ao julgar a ação e depois afirmou que crises políticas não devem ser resolvidas no TSE ao comentar os impasses em torno do governo Temer em razão das delações da JBS, disse que era preciso ser "cuidadoso". "Nós temos de ser cuidadosos em tudo, especialmente quando se trata de voto popular", afirmou Benjamin.

Gilmar disse que o problema em discussão no TSE é único. "As pessoas dizem que essa ação demorou muito. Não podemos esquecer que, aqui, nós temos uma situação bastante singular, que não pode ser 'comezinha', que é a impugnação de uma chapa presidencial, e um grau de estabilidade ou instabilidade que precisa ser considerado." Assim, o presidente voltou a ressaltar a estabilidade política no contexto do julgamento.

'Sistema eleitoral'

Na leitura de seu relatório resumido, Benjamin fez um balanço histórico do cenário eleitoral do País. Segundo ele, as ações em julgamento "são filhas de um sistema político-eleitoral falido" e defendeu a necessidade de se pensar em alteração legislativa para permitir uma espécie de "reconvenção eleitoral", já que o objetivo das ações eleitorais são garantir a normalidade das eleições e não trazer instabilidade institucional.

O ministro afirmou que "caixa 2 e corrupção não foram inventados em 2003", em referência ao ano em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Presidência. Disse que, desde então, a Polícia Federal age com independência e o Ministério Público Federal conseguiu "deixar para trás a prática de engavetar apurações".

De acordo com Benjamin, o TSE "é símbolo dessa trajetória de progresso do Brasil" e enfraquecer a "Justiça Eleitoral é condenar as eleições ao descrédito". O ministro ainda repudiou a "demonização dos partidos". "Se desacreditadas as eleições, o que sobrará aos brasileiros?", perguntou.

O relator destacou que pediu a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ouvir vários delatores da Lava Jato, como Marcelo Odebrecht, Delcídio Amaral, Nestor Cerveró e Cláudio Melo Filho. Também afirmou que, após sugestão do Ministério Público Eleitoral, determinou que fossem ouvidos outros delatores, como os ex-marqueteiros João Santana e Mônica Moura.

Ao abrir o julgamento do processo que pode cassar o mandato de Temer, o tribunal ouviu as manifestações das defesas, do Ministério Público, e já rejeitou quatro questões preliminares. Hoje, às 9 horas, a corte deve entrar na discussão do mérito, isto é, se a chapa deve ou não ser cassada. São previstas mais duas sessões, e uma quarta está agendada para esta quinta-feira, 8.

Clima

A suspensão da sessão de terça-feira foi positiva para Temer, que temia que um voto do relator pela cassação repercutisse mal hoje na abertura do mercado. Temer acompanhou a sessão pela TV, no Palácio do Planalto, reunido com assessores e aliados, entre eles os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), além de ministros, como Eliseu Padilha, da Casa Civil.

Temer disse que gostaria de ver o TSE encerrar logo o julgamento. O governo avalia que Temer consegue se livrar da cassação por um placar de 4 a 3.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após ter o seu nome citado na temida lista da Odebrecht e esperar alguns dias passarem, o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) voltou a falar sobre a PEC 282/16, que propõe alterações no sistema eleitoral brasileiro. Ele, que é relator da proposta, concluiu nesta quarta-feira (19) a leitura do parecer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. 

De autoria dos senadores Aécio Neves (PSDB) e Ricardo Ferraço (PSDB) e já aprovada pelo Senado Federal, a PEC prevê a possibilidade da criação de cláusula de desempenho para as legendas que irão disputar as eleições de 2018 e o fim de coligações entre partidos a partir de 2020. 

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Betinho declarou que a proposta de emenda será essencial “para reduzir a quantidade de partidos que estão sendo criados no Brasil e isso, certamente, é um passo decisivo para que a gente possa ter um sistema político mais estável, mais claro e ao mesmo tempo em que se dificulte a criação de partidos que tem causado dificuldade, inclusive na discussão de temas importantes no parlamento”. 

O tucano também disse que a proposta será a correção de uma “deformação” do sistema político brasileiro. “É um debate rico, importante e que todos os representantes partidários poderão participar e que a sociedade deve acompanhar todo esse processo, pois é um assunto extremamente relevante”, finalizou. 

Citado pelos delatores da Odebrecht, Betinho é suspeito de receber duas quantias em vantagens indevidas: R$ 75 mil quando candidato à prefeitura de Cabo de Santo Agostinho, em 2012, e R$ 100 mil já como parlamentar, em 2014, segundo inquérito autorizado pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin. O dinheiro teria sido repassado para que a Odebrecht fosse favorecida em empreendimento imobiliário na cidade.

O parlamentar, após a citação do seu nome, se defendeu afirmando que todas as contas de sua campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e que “jamais defendeu interesses privados em detrimento do interesse público e que tem total interesse que o caso seja o mais rapidamente esclarecido".

Após fechar um acordo com o presidente Michel Temer para alterar cinco pontos da reforma da Previdência, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), diz que a estratégia é selar um pacto em ato público dos líderes da base aliada em torno de seu parecer na comissão especial. Maia antecipou que pretende incluir uma regra de transição para o fim do acúmulo de pensões e aposentadoria e avisou que não vai aceitar idade mínima diferente para homens e mulheres. Em meio à volatilidade provocada no mercado pelo Placar da Previdência do jornal O Estado de S. Paulo, que mostra que a maior parte dos deputados é contrária à reforma proposta pelo governo, o deputado deu a seguinte entrevista:

Uma das grande marcas da PEC era não ter diferenciação por categoria. Esse princípio caiu por terra?

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Não estamos aqui para inventar a roda. Se tem no mundo inteiro, é razoável que tenha aqui. O Brasil tem historicamente essas diferenciações. Por exemplo, uma policial hoje pode se aposentar com 43 anos. Se você puxa para 60 anos, ela vai poder se aposentar 17 anos depois. Esses 17 anos representam, para a vida da Previdência, 34 anos, porque são 17 anos em que ela deixou de receber a aposentadoria e mais 17 anos em que, em vez de receber, ela pagou aposentadoria.

Mas a diferença será mantida?

Nessa condição, não. As aposentadorias especiais que estiverem presentes no parecer de forma nenhuma serão as mesmas que existem hoje.

A fórmula de cálculo da aposentadoria será alterada?

Não. Há uma maldade quando falam que a pessoa precisa de 49 anos de contribuição para se aposentar. Isso precisa ser desmitificado. E a redação precisa ser aprimorada. O que está na PEC é que as pessoas podem se aposentar com 25 anos de contribuição. Só que hoje, no Brasil, não existe aposentadoria integral. Aliás, não é só no Brasil. No mundo inteiro não tem. E a PEC acabou concedendo essa hipótese aos 49 anos. Pessoas mentirosas acabaram fazendo uma campanha de que com a PEC será preciso 49 anos para se aposentar.

A idade mínima pode mudar?

Na minha cabeça, a idade mínima é o que está na PEC: 65 anos para homens e mulheres.

Diferenciar a idade mínima para mulheres é uma carta na manga?

Nunca tratei disso. É um tema muito difícil de mexer no que está na PEC. É uma questão de justiça. Vocês (mulheres) vivem mais do que a gente. Qual a lógica? Ah, mulher tem filho! Mas a mulher tem filho aos 65 anos? Não vejo sentido.

Tem muita gente que acha que o sr. não conseguirá entregar o relatório no dia 18.

Entregarei no dia 18. Basicamente, o que falta é regra de transição, e não é que não esteja escrita, mas é que temos de decidir entre quatro ou cinco propostas.

A que o governo prefere é a proposta de idades mínimas escalonadas?

Mas aí, entre o que o governo prefere e o que eu prefiro, se não tiver acordo, vai ficar o que eu prefiro.

O sr. deu a entender que prefere um transição a partir de 40 anos?

Eu falei algo em torno de 40 anos. Pode ser 37, 38, 41, 42...

Mas aí alonga muito a transição. O ministro Eliseu Padilha disse que a transição não pode durar mais que 20 anos...

Veja só. O doutor Padilha, com todo carinho e respeito que tenho por ele... o relator da PEC sou eu. Adoro o Eliseu Padilha, adoro o presidente Temer, mas o relator sou eu. Não é possível que tenha uma regra em que a pessoa, por um dia, tenha de trabalhar 14 anos e meio mais do que a outra. Isso não vou fazer. O tamanho da transição vai depender de encontrarmos um condição de justiça. Se for com 20 anos, ótimo. Se for preciso mais, será com mais.

É possível haver alterações maiores no plenário?

Se cairmos na armadilha de termos de votar destaque no plenário, vai ser terrível. A ideia é fazer um pacto na base para aprovar na comissão e encaminhar para o plenário e votar lá sem nenhum destaque.

Dá para fazer esse pacto na comissão especial?

Só dá para fazer assim. O que tiver de fazer, é fazer aqui (na comissão) e entre os deputados da base.

É possível reverter os votos contrários do Placar da Previdência?

O placar que vocês publicaram foi do projeto que foi enviado pelo governo. O meu parecer é bastante diferente da PEC 287, está sendo elaborado justamente em cima das solicitações dos parlamentares. Teremos uma profunda modificação desse placar.

No caso do acúmulo das pensões, limitar essa possibilidade a quem tem salário baixo resolve as resistências?

Teremos muito cuidado com a questão de não permitir que nada fique abaixo do mínimo. É importante. Agora, tem outras questões em relação à pensão que podem ser consideradas, como uma regra de transição para a pessoa deixar de receber aquilo que o marido recebia.

Como funcionaria essa transição da pensão?

Um casal cuja renda familiar seja R$ 6 mil, cada um ganhava R$ 3 mil. Aí ele morreu. Ela, no mês seguinte, já vai ganhar metade do que a família tinha, é uma coisa que pode criar um baque, uma coisa abrupta. Então, uma coisa que considero no relatório é fazer uma diminuição paulatina disso, ao longo de seis meses, dez meses. O cara morreu, então no primeiro mês ganha igual, no segundo mês ganha 90%, terceiro mês ganha 80%, e vai abaixando até que deixe de receber. Para que não haja nenhuma perda abrupta daquela receita que a família tinha.

Qual foi o lobby mais forte que o sr. Enfrentou?

Sem dúvida, dos funcionários públicos, estaduais e federais.

Alguma categoria específica?

As carreiras judiciais de forma geral. Se eu tive cem audiências em meu gabinete, eu diria que bem mais da metade foi de funcionários públicos.

E os privilégios desses segmentos vão acabar?

Claro, porque você acaba com a possibilidade de pagar salários acima de R$ 5.531 (teto do INSS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Edson Fachin declarou nesta quinta-feira (2), por meio de nota à imprensa, que vai cumprir seu dever com "prudência, celeridade, responsabilidade e transparência". Mais cedo, Fachin foi sorteado para relatar os processos da Operação Lava Jato, que estavam sob o comando do ministro Teori Zavascki, morto em um acidente de avião no dia 19 de janeiro, em Paraty (RJ).

"O ministro Edson Fachin, a quem, na forma regimental, foram redistribuídos nesta data os processos vinculados à denominada Operação Lava Jato, reconhece a importância dos novos encargos e reitera seu compromisso de cumprir seu dever com prudência, celeridade, responsabilidade e transparência", diz a nota.

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No comunicado, Fachin também informou que já iniciou os trabalhos de transição com a equipe que trabalhava com o ministro Teori. "O ministro relator, especialmente para fins de recursos humanos, técnicos e de infraestrutura necessários, conta com o esteio da digníssima Presidente, ministra Cármen Lúcia, que vem conduzindo a Corte de maneira exemplar e altiva, e com o sustentáculo dos colegas da Segunda Turma e dos demais integrantes desta Suprema Corte", diz.

A escolha foi feita de forma eletrônica entre os integrantes da Segunda Turma, colegiado que era integrado por Teori e que já julgou casos da Lava Jato. Também fazem parte da turma os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.

A partir de agora, cerca de 100 processos relacionados à operação, além das delações de executivos da empreiteira Odebrecht, ficarão sob o comando de Fachin. Os mais importantes tratam das delações de 77 executivos e ex-funcionários da empresa Odebrecht, nas quais eles detalham o esquema de corrupção na Petrobras.

Após a homologação feita pela presidente do STF, Cármen Lúcia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já começou a trabalhar nos pedidos de investigação contra os políticos e empresários citados nos depoimentos de colaboração com a Justiça. Não há prazo para que eventuais pedidos de investigação ou arquivamento cheguem à Corte.

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da reforma da Previdência, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), protocolou no fim da manhã desta quinta-feira (8) seu parecer pela admissibilidade da matéria. A previsão é de que o relatório seja lido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na próxima segunda-feira (12) e votado até quarta-feira (14).

Na manhã de quarta-feira, 7, Moreira tinha prometido que protocolaria seu parecer ainda ontem. Ele justificou, porém, que decidiu adiar o protocolo para analisar a mudança feita pelo governo na PEC para deixar militares e bombeiros de fora da reforma. O relator disse que a retirada não alterou seu parecer e que a mudança feita pelo governo é uma questão de mérito a ser debatida somente após aprovação da admissibilidade.

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O presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), marcou uma sessão para 14 horas da próxima segunda-feira, 12, cujo item único da pauta será o relatório de Moreira. A previsão é de que o relator faça a leitura do parecer, mas que a votação só seja realizada na quarta-feira à tarde. Isso porque a oposição deve pedir vistas do relatório na segunda-feira, o que provoca adiamento da votação.

A votação da admissibilidade na CCJ é a primeira etapa de tramitação da PEC da Previdência no Congresso Nacional. Se aprovada, a proposta seguirá para comissão especial que será criada e terá até 40 sessões para analisar o mérito da matéria. Somente após ser analisada nesse colegiado especial, a PEC poderá ser votada no plenário da Câmara, de onde será enviada para o Senado.

O deputado Alceu Moreira chegou a protocolar seu parecer pela admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da reforma da Previdência nesta quarta-feira, 7, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, mas retirou para fazer retificações e prometeu apresentar nesta quinta-feira, 8, uma nova versão também pela admissibilidade.

De acordo com o relator, o texto não trata sobre o mérito da PEC, o qual ele diz ser a favor. Ele lembrou que qualquer discussão de mérito só poderá ser feita na comissão especial que será instalada após a aprovação da proposta na CCJ.

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A comissão será presidida pelo deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) e terá como relator o deputado Arthur Maia (PPS-BA). Por não ter sido ainda anunciado oficialmente, os dois evitaram fazer comentários. Maia disse apenas que o Congresso não pode "abrir a porteira" para exceções. "Se passar um, vai passar uma boiada inteira." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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