Tópicos | sala de aula

O Ministério da Educação (MEC) entregou, nesta quinta-feira (12), os prêmios aos vencedores do 7º Prêmio Professores do Brasil, que reconhece o mérito dos profissionais da rede pública de ensino. Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os escolhidos são educadores que, com iniciativas simples, fazem a diferença na sala de aula.

Uma das vencedoras foi Verenice Gonçalves de Oliveira, de São João Evangelista, em Minas Gerais, premiada na categoria de temas livres. O projeto Vó Me Conta, de sua autoria, incentiva a produção literária dos alunos do ensino médio. “Já estamos na terceira edição do projeto e do livro, que busca reunir as histórias antigas da nossa região, contadas pelos avós, através das gerações”, disse Verenice. A professora explicou que o livro é o produto final, mas que há todo um esforço interdisciplinar para incentivar o registro da cultura regional.

##RECOMENDA##

O Prêmio Professores do Brasil tem como objetivo resgatar e valorizar o papel dos profissionais de ensino como agentes no processo de formação do cidadão e dar visibilidade às experiências pedagógicas, que podem ser replicadas por outros professores e inseridas no sistema de ensino.

Na cerimônia, Mercadante destacou os investimentos feitos pelo MEC em todos os anos da educação básica, como a construção de creches e a alfabetização na idade certa. “Quinze por cento das crianças brasileiras não são alfabetizadas até os 8 anos de idade, e isso é decisivo para formar as habilidades cognitivas e determinante para a vida escolar e profissional do aluno. Por isso, hoje temos 94% das crianças de 4 e 5 anos na escola”, disse o ministro.

Segundo Mercadante, com a expansão da jornada escolar e a informatização ao alcance dos professores, com a entrega de tablets para os que lecionam nos anos finais e no ensino médio. “A nova geração é toda digital e informatizada, mas essas ferramentas não substituem o professor: ele é o mediador e o líder do processo de aprendizagem. Por isso, estamos começando sempre com o professor.”

O Prêmio Professores do Brasil vai ao encontro dessa ideia. Neste ano, o certame recebeu 3.221 inscrições e relatos de experiências de educadores que trabalham em escolas da educação básica pública em todas os estados. O número de inscrições vem crescendo desde 2005, na primeira edição do prêmio, que contou com 1.131 experiências.

No entanto, ressaltou o ministro, apesar desses esforços, a educação brasileira ainda é subfinanciada e precisa de mais recursos. De acordo com Mercadante, o Estado brasileiro, entre todos os analisados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é o que mais investe em educação, com 18,13% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).

“Porém, o nosso PIB per capita corresponde a um terço do dos outros países da OCDE. Então, se nós investimos US$ 2,5 mil ao ano por aluno, eles investem US$ 9,5 mil na União Europeia. Então, estamos fazendo um esforço muito grande, com recursos próprios, para avançar”, disse Mercadante. Para ele, uma das vitórias foi a vinculação de 75% dos royalties do petróleo e de 50% do Fundo Social, que chegará a R$ 1 trilhão em 30 anos.

O II Fórum CinEscola, com tema Interações Audiovisual e Educação, está com inscrições abertas. O evento tem o objetivo de mostrar produções cinematrográficas de Pernambuco para que professores possam considerar a possibilidade dessas produções estarem presentes em sala de aula, sendo um recurso pedagógico a mais nos colégios para aprendizado do aluno. A ação é gratuita e as inscrições estão disponíveis através do e-mail forumcinescola@gmail.com.

Realizado nos dias 9, 11 e 12 de novembro de 2013, o CinEscola está na segunda edição e estará presente na capital pernambucana, além de Goiana, da Zona da Mata e em Caruaru, no Agreste do Estado. Haverá ciclo de debates e rodada de encontros nos três dias do evento.

##RECOMENDA##

Serviço:

Dias: 9 de novembro (Recife), 11 e 12 de novembro (Caruaru e Goiana)

Locais: Universidade Católica de Pernambuco (Unicap)

Auditório G1, 1º andar

Rua do Príncipe, 526 Bloco G, Boa Vista, Recife (PE)

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru (FAFICA)

Auditório - Rua Azevedo Coutinho, bairro Petrópolis, Caruaru (PE)

Cine-Teatro Polytheama

Rua Marechal Deodoro da Fonseca, s/n Centro, Goiana (PE)

As dificuldades que enfrentou na escola por ser surda despertaram o interesse de Adriana Gomes Batista em seguir o magistério para tornar mais fácil o aprendizado de crianças na mesma condição. Atualmente, ela é professora da rede pública de ensino do Distrito Federal e dá aulas na Escola Bilíngue Libras e Português Escrito.

##RECOMENDA##

Quando estudou, a professora Adriana sofreu com a falta de material adequado e de intérprete em sala de aula. “Eu precisei me esforçar muito para avançar nos estudos. Foi muito exaustivo. Não tinha intérprete na sala de aula, eu não tinha o recurso visual. Quando criança, aprendi o português lido e isso era mais difícil. Por isso, tive o sonho de estudar para trabalhar com as crianças que tinham dificuldade”, relatou Adriana em linguagem de sinais, traduzida a Agência Brasil pela coordenadora da escola.

Para o futuro, ela quer mais. A intenção é ter material filmado para fazer avançar o trabalho em sala. “A linguagem de sinais envolve expressões e o ideal é material filmado”, explica. A educadora relata que quando ingressam na escola muitos alunos surdos ainda não entraram em contato com a linguagem de Libras. Além de ensinar os alunos, a escola tem também cursos voltados para a família, destinados a facilitar a comunicação dos estudantes em casa. 

Na Escola Bilíngue onde a professora Adriana ensina, as aulas são ministradas diretamente na linguagem de sinais, com o uso frequente de datashow e em turmas formadas por surdos. O modelo é diferente do adotado nas escolas inclusivas, onde as turmas são mistas e o professor dá aula oral com a presença de um intérprete de Libras.

“Antes, existia apenas o modelo de inclusão. O aluno tinha um limite de conteúdo e ele acabava perdendo muito”, avalia a professora. “O principal desafio é vencer as limitações dos alunos surdos. Queremos que eles ultrapassem as limitações que existiam no modelo de inclusão”, acrescenta.

A nona Bienal Internacional do Livro, realizada no Centro de Convenções, em Olinda, até o próximo domingo (13) terá um ciclo de palestras voltado para professores de escolas públicas nesta sexta (11). Com o tema “A Prática docente: a leitura a serviço do conhecimento e da condução do processo”, a palestra tem como objetivo mostrar como o professor pode usar o poder de interpretação para auxiliar o aluno no conhecimento diário em diversas disciplinas.

A partir das 14h, Antônio Alves, professor de história, dará início ao ciclo. Posteriormente, Betânia Ferreira, professora de Redação e Português, dá continuidade às palestras, além do professor de Física Rogério Porto e o de matemática, Ednaldo Ernesto. O ciclo de palestras vai até às 18h e tem entrada gratuita. Todos os educadores fazem parte do Portal Nota Máxima, que auxilia na educação online, oferecendo aulas de preparação para vestibulares, além do Exame Nacional do Ensino Médio. 

##RECOMENDA##

Com informações da assessoria

 

[@#galeria#@]

Depois de um período letivo estudando, “queimando” os neurônios, resolvendo questões de diversas disciplinas, os estudantes se “desligam” um pouco das escolas e pensam, geralmente, em somente descansar. Sol, piscina, passeios, cinema, praia. Foram muitas opções para aproveitar as férias.

##RECOMENDA##

Após a calmaria, é hora de retornar às atividades escolares. Porém, não é tão fácil assim retomar todo o “pique”, e, cabe aos professores e pedagogos ajudar os alunos a lembrar que as férias terminaram e que o compromisso com as aulas deve voltar à tona.

“Viajei para o interior e saí muito com meus amigos. Para falar a verdade, não parei para estudar. Relaxei tanto que fiquei até com preguiça de voltar a estudar”. A declaração é do estudante do 3º ano do ensino médio, Guilherme Hermes (foto à esquerda). O jovem é um exemplo de quem precisa se habituar novamente ao colégio que estuda, no Recife. “Aos poucos vou tentar retomar meu ritmo de estudos”, conta Hermes.

Sem moleza

Um dos professores do estudante, Rodrigo Simões, explica que, mesmo sendo o início do período letivo, é importante começar cedo com os assuntos das disciplinas, por causa do planejamento que é feito pelo corpo de educadores. “Praticamente, no mês de janeiro, os professores não têm férias. Nesse período, a gente faz um planejamento pedagógico para todo o ano. Planejamos horários, divisão de turmas e assuntos que serão aplicados. Não podemos acumular as disciplinas, porque levamos em consideração o calendário, até porque temos alguns feriados. Se eu aliviar no começo do ano, lá na frente teremos muitos assuntos e não poderemos sobrecarregar os alunos”, diz o educador, que ensina física.

De acordo com o professor, apesar de existir uma certa calmaria por parte dos alunos no início do ano, quem está no 3º ano do ensino médio, na maioria das vezes, procura se readaptar aos estudos o mais rápido possível. “Esse aluno vive um período de decisões e, em geral, o jovem que é do 3º ano quer se preparar bem, pois, no final do período letivo, ele prestará vestibular e poderá ingressar no curso superior do seu sonho”.

A pedagoga Carol Costa recomenda que essa readaptação deve ser feita “paulatinamente”. “O aluno precisa de um tempo para se adaptar. Se pegar muito pesado logo no começo, isso pode prejudicar o aprendizado”, opina.

Para estudantes mais novos, como os do 1º primeiro ano do ensino médio, a pedagoga ainda destaca, é mais lenta a volta ao ritmo de estudos. “É tudo mais novo para eles, e também muitos querem conversar sobre as férias”, conta. “Já o aluno do 3º ano quer comer os livros”, explana a pedagoga.

Trabalho que começa antes das aulas

Antes mesmo que as aulas iniciem, pedagogos, professores, entre outros profissionais, traçam metas e planejamento para todo o ano letivo estudantil. Além da tentativa de organizar como as disciplinas serão trabalhadas nas aulas, esses profissionais também preparam o campo para a chegada de alunos novatos.

“Priorizamos projetos para que os alunos antigos interajam com os novatos. É importante que eles comecem a se adaptar à nova escola. E, claro que organizamos como as matérias serão trabalhadas nos encontros, baseando-nos também nesse período de fim de férias, mas, atentando para o decorrer de todo o ano”, explica a psicóloga Raquel Leal, que atua em um importante Colégio localizado no Recife.

De acordo com Raquel, nesse início, quase não são notáveis alunos preguiçosos, mas sim, alguns que se desligam das aulas por brincadeiras e conversas nas salas de aula. “Aproveitamos a animação de alguns com os novos materiais, e que chegam com vontade de estudar, para contagiar os outros que estão meio lentos”, destaca.

O projeto de lei do Senado 504/2011, que limita o número de alunos por turma na rede pública de ensino, foi aprovado nesta terça-feira (16), em decisão terminativa, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) da casa.

De autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), a proposta altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996) e determina que as turmas de educação infantil e dos dois anos iniciais do ensino fundamental tenham no máximo 25 alunos. As classes dos anos seguintes do fundamental e ensino médio deverão ter até 35 alunos.

##RECOMENDA##

"O objetivo do projeto é buscar melhores condições de aprendizagem para as crianças brasileiras. E a relação entre professor e número de alunos incide diretamente sobre a capacidade de aprendizagem", frisou Humberto. A relatora da proposta, a senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), chegou a sugerir uma emenda ao projeto, que permitiria o aumento em até 20% do número de alunos, mas admitiu a versão original do projeto, a pedido de Humberto.

O projeto segue agora para tramitação na Câmara dos Deputados. Se aprovado, o projeto irá para a sanção presidencial e deverá entrar em vigor no ano subsequente ao da publicação no Diário oficial da União.

Paulo Freire, o patrono da educação no Brasil, já dizia que "ensinar não é apenas transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou construção". As palavras do educador pernambucano refletem a iniciativa de muitos professores que vão além do ensino das disciplinas obrigatórias, mas também investem na formação do cidadão e vão além das quatro paredes da sala de aula.

No Colégio Sagrado Coração de Maria, de Brasília, a aula de língua portuguesa do 7º ano do fundamental levou os alunos ao posto de saúde. Não como pacientes, mas para conhecer a realidade da infraestrutura e atendimento à população de São Sebastião, uma das cidades-satélites. Depois de assistirem ao filme Patch Adams – O amor é contagioso e produzirem um relatório, a ideia era humanizar dois postos, inicialmente com a instalação de biblioteca e videoteca. A ideia foi além. Espantados com a realidade, bem diferente do que veem na propaganda do Governo do Distrito Federal, os alunos quiserem apoiar o trabalho médico com adolescentes grávidas de 12 a 14 anos.

##RECOMENDA##

“Nós olhamos os estudantes de 11 e 12 anos e os vemos como crianças, mas eles são muito mais espertos que nós. Nossa escola estimula o protagonismo e foi isso que esse projeto proporcionou a eles. Nós apontamos o caminho e eles deram a solução”, destacou a professora Thailise Maressa. Com o apoio do Serviço de Orientação Religiosa (SOR), os alunos arrecadaram kits com fraldas, pomadas e produtos de higiene de bebês durante a gincana anual do colégio. Tudo será entregue às mães no dia 24 de outubro, quando os alunos e o médico do posto farão palestras sobre cuidados com o bebê e pré-natal.

Apesar de o trabalho ainda não ter acabado, os resultados já podem ser vistos na aula de redação. “Os alunos tiveram o prazer de escrever, porque eles vivenciaram tudo”, disse a educadora. E o benefício vai além. “Queremos que os nossos alunos sejam cidadãos com conteúdo, porque o conteúdo sem a vida acaba se perdendo. É preciso dar sentido ao que fazemos”, salientou Thailise, que defende que o professor vá além do conteúdo curricular. “O conteúdo sufoca. Não tem cara, não tem nada. É preciso dar vida. O que essas crianças precisam é de amor e de alguém que as estimule a se posicionar no mundo”, finalizou.

Aprendizado e diversão


Foto: Arquivo pessoal


Iniciativas de dinamizar as aulas não ocorrem apenas nas instituições particulares. Nas escolas públicas, também há docentes que tornam as aulas mais atraentes e transmitem o conhecimento de uma forma inusitada. É o caso do professor João Marcelo Mendes, que leva os alunos das escolas estaduais Maria Amália e São Miguel, ambas do Recife, para uma aula de física num parque de diversões. Participam da aula os alunos do 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio.

Na montanha-russa e no bate-bate, o assunto é inércia. No Thunder, uma espécie de pêndulo giratório que atinge até 25 metros de altura, as lições são sobre força, trabalho, potência e gravidade. “Eles adoram porque sabem que é uma aula diferente, sem ‘quadro’. Eles aprendem brincando”, garantiu o professor.

Foto: Vitória Pirro/CAB/Divulgação

E que tal ser avaliado através de uma gincana? Essa é a ideia do professor de biologia Kilder Alves, que há 13 anos realiza a Biogincana com os estudantes do ensino médio do Colégio Americano Batista, de Recife. A proposta deu tão certo que há sete anos tornou-se transdisciplinar, envolvendo as demais áreas do conhecimento. “A ideia surgiu da nossa insatisfação com o método tradicional do ensino que se baseia na totalidade por notas e avaliações. Queríamos algo que estimulasse os alunos e valorizasse o talento e sensibilidade numa visão maior, que aliada à cidadania pudesse transformar e acrescentar ao ambiente da escola a realidade social e de pesquisa”, explicou Kilder.

Engana-se quem pensa que obter a nota 10 nesse formato de avaliação seja fácil. A organização das turmas dura meses e culmina com a realização da gincana, que dura três dias. No primeiro deles, os estudantes recebem as tarefas e nos dias seguintes realizam experimentos científicos, painéis sobre temas previamente elaborados por uma banca de professores, produções que unem gêneros literários e assuntos de diversas disciplinas, além de apresentações culturais e tarefas que estimulam a cidadania. “É visível o crescimento e aprendizado dos nossos jovens após participarem de um evento desse porte. Há uma melhora significativa não só em termos de notas, mas de comportamento e de visão de mundo”, destacou a professora de física Kátia Cunha, que também organiza a Biogincana.

Para os professores, a satisfação está em contribuir para a formação dos estudantes. “Somos mais que formadores de opiniões, somos formadores de sonhos e os sonhos devem ser vividos. Eu creio nisso e me sinto satisfeita e sou feliz com a profissão que escolhi. Logo, tenho valor independente de ter valorização”, frisou Kátia. O professor Kilder também destacou a importância do trabalho conjunto da escola com a família e sociedade. “Fazemos a nossa parte, mas devemos lembrar que, se não houver a família e a sociedade apoiando o desenvolvimento da criança e adolescente, nem sempre o nosso trabalho irá dar bons frutos. Acredito que, segundo Larissa Betfuer, existem escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Preferimos voar e ensinar a voar”, ressaltou.

Colaboração de Lidiane Dias.

Há anos, os trabalhos escolares manuscritos perderam espaço para as pesquisas digitadas. A internet é a própria enciclopédia dos estudantes, que podem encontrar praticamente tudo em apenas um clique. Livros e cadernos, aos poucos, estão sendo substituídos por tablets. O antigo quadro negro tornou-se branco e agora é digital. Professores ensinam através de blogs. Universitários concluem a graduação através de cursos à distância. Não há dúvida de que as novas tecnologias romperam as barreiras da comunicação e geraram mudanças no cotidiano das pessoas, no comportamento e até no processo de ensino e aprendizagem.

Enquanto alguns educadores ainda olham com desconfiança para o novo, outros já integram essas ferramentas como parte essencial na metodologia de ensino. Para a professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, a tecnologia deve ser usada para maximizar o currículo. “É preciso entender quem são os nossos alunos e integrar o currículo escolar às suas ideias, dúvidas e contexto social”, frisa. E nesse contexto está a estreita relação com as novas tecnologias. 

##RECOMENDA##

O Sistema Educacional Brasileiro (SEB), por exemplo, já trabalha na elaboração de um material didático que será inteiramente digital. “É claro que as crianças vão aprender a escrever e terão trabalhos manuais para desenvolver, entre outros aspectos, a coordenação motora. Mas desde esse período terão contato com lousas digitais. Depois disso, elas passarão a usar tablets. Não serão mais necessários os cadernos e livros”, explica o diretor superintendente do Grupo SEB, Nilson Curti. A estratégia visa estimular o estudo e aproximar a educação da realidade vivida pelos estudantes. 

A diretora da Rede Católica de Educação, Ângela Christina Souza Alves, também reforça o coro a favor da ampliação do uso dos recursos virtuais para a construção do conhecimento. “Esses elementos já estão muito enraizados na sociedade e os nossos estudantes são nativos no uso dessas ferramentas. Essa é mais uma forma de o aluno se identificar com a escola”, salienta. No entanto, ela defende que devem ser respeitadas as características de cada recurso. “Ter PDFs de livros em computadores pessoais não significa que a tecnologia digital está inserida na metodologia de trabalho. Essa não é a única utilidade. Cabe aos gestores e professores buscarem conhecer esses recursos para saber como utilizá-los”, destaca.

Ela também defende que as escolas capacitem os professores para saber inserir esses recursos em sala de aula, mas que também é dever dos profissionais se especializarem. “Quem está atualizado sai na frente. E as escolas, hoje em dia, querem competência e conhecimento. Os professores também precisam correr atrás. Quem fica esperando pela escola mostra que não é um bom profissional”, opina.

O filósofo francês Pierre Lévy, um dos precursores da teoria da inteligência coletiva e da cibercultura, explica também que as novas tecnologias mudaram a visão de mundo da sociedade e que geraram um novo comportamento e forma de transmissão do conhecimento. “Hoje, podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo e o banco de dados da internet funciona como biblioteca mundial. As pessoas hoje não só absorvem informações. A forma de construção do conhecimento é coletiva e a aprendizagem é colaborativa. Então, é preciso pensar nisso ao estruturar o ensino”, considera. “É muito difícil manter as antigas ferramentas de leitura e de escrita durante muito tempo. Então, daqui a alguns anos, eu prevejo que o material escolar de hoje será substituído por tablet. Mas não o tablet de hoje, mas o tablet de amanhã, no qual nós vamos poder ter todos os manuais didáticos, as ferramentas de escrita, de pesquisa”, completa. 

Ele também dá um exemplo de interação com os alunos através de uma rede social. “Todos os meus alunos têm Facebook. Mas, geralmente, eles não conhecem a funcionalidade grupo. O que fazemos é formar o grupo e, a cada semana, cada um tem que postar alguma coisa: um vídeo, um link relacionado ao tema da aula. Os outros têm que ler o que o colega enviou e comentar, discutir junto. Então, eles alimentam o grupo e eles aprendem a discutir”, explica.

A adoção de recursos digitais requer conhecimento, portanto é preciso saber usar para integrá-los ao sistema de ensino. Com criatividade e determinação, é possível estabelecer novas formas de transformar a informação em conhecimento.

Tecnologia tem que andar junto à educação e isso é fato. Por isso, o evento tecnológico Campus Party Recife, que será realizada de 26 a 30 deste mês, vai destacar a importância da utilização de recursos tecnológicos em parceria com a educação. Haverá uma ação chamada EducaParty, que vai trazer à capital pernambucana 80 educadores para aproxima-los do mundo da tecnologia educacional e discutir seu impacto na sala de aula juntamente com os participantes do evento.

Entre algumas atividades da EducaParty, está o Projeto Amadeus, que é uma iniciativa baseada em software livre e que oferece uma nova abordagem, que permite aulas e horários flexíveis e no local que o estudante escolher. Há outra ação que tem como objetivo mostrar como tornar a sala de aula mais dinâmica. Trata-se de uma mesa sobre Jogos Conversacionais e Gameficação da Educação.

##RECOMENDA##

Mais informações sobre a Campus Party Recife podem ser vistas em sua página virtual. A Campus Party Recife será no Centro de Convenções, que fica localizado na avenida Governador Agamenon Magalhães, sem número, em Olinda, e a cobertura completa você confere aqui, no Portal LeiaJá.

Falar, explicar e às vezes gritar. Os professores trabalham bastante com a voz em dias de aula e acabam desgastando suas cordas vocais. E visando proporcionar saúde vocal para os professores, a Comissão de Educação e Cultura aprovou nessa semana as emendas do Senado ao Projeto de Lei 1128/03, do ex-deputado Carlos Abicalil, que autoriza o Executivo a criar o Programa Nacional de Saúde Vocal do Professor da Rede Pública. A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) fez o pedido da aprovação.

De acordo com informações da Agência Câmara de Notícias, o programa realizará exames de prevenção odontológica, atendimento médico e fonoaudiológico para reabilitação vocal e treinamento semestral ministrado por médicos e fonoaudiólogos sobre saúde vocal e uso adequado da voz.

##RECOMENDA##

Ainda segundo a agência, a deputada Fátima Bezerra frisou que problemas com a voz são causadores do afastamento dos professores do trabalho. Ela entende que a implantação do Programa de Saúde Vocal “poderá reduzir as despesas com as contratações de professores substitutos”, diz.

As comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) analisarão as emendas do Senado, porém, o projeto ainda vai passar pelo plenário.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando