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A Secretaria Estadual de Saúde (SES) recebeu, nesta sexta-feira (28), mais uma rodada de sequenciamentos genéticos de amostras biológicas de pacientes que tiveram a Covid-19. De acordo com a análise, realizada pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM - Fiocruz-PE), das 96 amostras estudadas, 94 (98%) tinham a presença da variante Ômicron, ratificando a sua forte aceleração no território pernambucano. As coletas são de pacientes de nove municípios e foram realizadas entre os dias 05 e 13 deste mês de janeiro. Além disso, duas amostras (2%), de pacientes de Recife e Triunfo, foram identificadas com a linhagem Delta. Na última rodada, divulgada na sexta-feira passada (21.01), a Ômicron havia sido identificada em 91,8% dos genomas analisados. 

“Diante da forte aceleração da variante Ômicron, pedimos atenção especial à necessidade de respeito aos protocolos e de reforço nos cuidados, com o uso correto da máscara, a lavagem das mãos e o ato de evitar aglomerações. Estas são ações que ajudam a diminuir a aceleração viral e demonstram nosso respeito à vida. Destaco também a importância da vacinação, porque mesmo que a vacina não nos deixe livres da infecção, a doença em não vacinados tem um impacto muito pior, podendo significar hospitalização e morte. Os relatos dos profissionais que estão na linha de frente são de que a maior parte dos pacientes com quadros graves provocados pela variante Ômicron são pessoas que não estão em dia com a vacinação. Portanto, contra esta variante, não estar em dia com todas as doses é o mesmo de estar desprotegido e em risco”, reforça o secretário estadual de Saúde, André Longo. 

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O secretário destaca que esse trabalho de sequenciamento vem sendo feito de forma permanente. "A partir do trabalho da Fiocruz PE, estamos conseguindo identificar as variantes da Covid-19 em circulação e a prevalência. Semanalmente, o Lacen-PE envia as amostras biológicas para análise pelo Instituto, que tem cumprido com êxito seu papel nesta parceria de suma importância para a sociedade pernambucana e para a gestão pública, que consegue entender melhor o cenário epidemiológico a partir desses achados", diz Longo. 

Os casos da Ômicron foram registrados a partir da coleta de pacientes provenientes de todas as regiões do Estado, das cidades de Barreiros (1), Cabo de Santo Agostinho (1), Fernando de Noronha (14), Garanhuns (1), Igarassu (1), Itacuruba (1), Olinda (1), Recife (73), Santa Cruz do Capibaribe (1).

Da assessoria.

Uma nova rodada do sequenciamento genético de amostras da Covid-19, realizada pelo Instituto Aggeu Magalhães em amostras de pacientes positivos para a Covid-19, confirma que a Variante Delta continua predominando em Pernambuco, com prevalência superior a 98%. 

Ao todo, de 126 genomas com qualidade para a análise, 124 (98,5%) apresentavam a linhagem e sublinhagens Delta. Apenas em dois deles (1,5%) foi constatada a variante Gamma.

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"Este é um dado que só corrobora com a necessidade da vacinação completa com as duas doses. Inclusive, agora da vacina da Janssen", afirmou o secretário Estadual de Saúde, André Longo, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18).

O secretário reforça que estudos apontam que a vacina da Janssen tem eficácia limitada no combate à variante Delta e, por isso, a necessidade da aplicação de uma nova dose desse imunizante que era aplicado como dose única. 

Para isso, Pernambuco está aguardando que mais doses da Janssen sejam enviadas pelo Ministério da Saúde para iniciar a aplicação da segunda dose do imunizante nos 173 mil pernambucanos vacinados com o insumo produzido pela Johnson & Johnson.

Terceira dose

O secretário Estadual de Saúde assevera que existem muitos pernambucanos que ainda não completaram o esquema vacinal. "Para alcançarmos a dose de reforço, temos antes que tomar a segunda dose, já que sem ela não há como falar nesse reforço. Ainda temos 593 mil pernambucanos que estão com a segunda dose atrasada", salienta André Longo.

O secretário bem lembra que essas pessoas estão colocando as suas vidas em risco, podendo se contaminar e ter um quadro grave. 

"Por isso, reforço o meu apelo para que todos se engajem nesse processo de vacinação. É fundamental o compromisso de cada um, de toda a sociedade pernambucana, para que tenhamos uma melhor cobertura vacinal em nosso Estado. As vacinas são as principais aliadas de cada um na proteção da nossa própria vida", pontua.

Mais uma rodada do sequenciamento genético de amostras de pacientes confirmados para a Covid-19 confirmou que das 54 amostras sequenciadas, 52 foram identificadas como da linhagem Delta. As outras duas amostras são da lingagem e sublinhagem da variante Gamma. 

O sequenciamento foi realizado pelo Instituto Aggeu Magalhães e Laboratório Central de Pernambuco e divulgado na sexta-feira (29), pela Secretaria Estadual de Saúde. 

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As amostras são de pacientes provenientes das cidades de Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Caruaru, Jaboatão dos Guararapes, Feira Nova, Lagoa Grande, Moreno, Olinda, Paulista, Petrolina e Recife. As coletas desses pacientes foram realizadas entre os meses de setembro e outubro deste ano.

A biomédica baiana Jaqueline Góes de Jesus, 31 anos, responsável pelo mapeamento dos primeiros genomas do SARS-COV, foi uma das seis mulheres do mundo, que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus, escolhidas pela Mattel para ser homenageada com a boneca Barbie. 

Jaqueline compartilhou a notícia em sua conta no Instagram. "Em toda a minha história, jamais imaginei que me tornariam uma Barbie e confesso que ainda estou processando tudo que está acontecendo", disse.

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A cientista aproveitou para acentuar a importância de uma boneca que parece com ela. "Enquanto mulher negra, ser presenteada com uma boneca Barbie que tem todas as minhas características é simplesmente um sonho... Algo que, até bem pouco tempo, era uma realidade longínqua, para não dizer, inexistente", salienta.

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Sarah Gilbert, uma das criadoras da vacina Astrazeneca, usada contra a Covid-19, também está entre as mulheres homenageadas neste projeto chamado pela fabricante de brinquedos Mattel como "Mulheres Inspiradoras". 

As demais homenageadas são:

Doutora Audrey Sue Cruz, Estados Unidos

Tratou pacientes de Covid-19 e uniu forças com outros médicos asiático-americanos para combater o preconceito racial e a discriminação durante a pandemia.

Doutora Kirby White, Austrália

Co-fundou a iniciativa Gowns for Doctors, permitindo que os funcionários da linha de frente continuassem atendendo pacientes durante a pandemia.

Dra. Chica Stacy Oiwa, do Canadá

Lutou contra o racismo sistêmico na saúde, que foi ainda mais destacado pela pandemia.

Amy O'Sullivan, Estados Unidos

Tratou paciente da Covid-19 no Brooklyn, onde adoeceu. Depois de se recuperar, ela voltou a trabalhar cuidando de outras pessoas.

Em virtude da confirmação da variante Gamma em Caruaru, no agreste pernambucano, e da crescente de casos de Covid-19 na região, a prefeitura assinou um convênio com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para a realização de um monitoramento epidemiológico de variantes do vírus SARS-Cov-2. A primeira nota técnica da pesquisa foi entregue nesta segunda-feira (7), e apresenta um cenário que ajuda a entender o tipo de cepa que circula na região.

De acordo com o documento, foram enviadas ao Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica – Suely Galdino (NUPIT-SG) 48 amostras de swabs nasofaríngeos provenientes de pacientes de Caruaru (47) e Toritama (01), todos com sinais clínicos da Covid-19. Os pacientes estavam internados em hospitais das cidades, sendo 13 alocados na enfermaria (setor amarelo), 25 no semi-intensivo (setor vermelho) e 10 na UTI. Desses, 29 amostras foram selecionadas para a realização do sequenciamento, com apoio de pesquisadores do Instituto Aggeu Magalhães.

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Nos resultados obtidos durante esse primeiro estudo foram possíveis de sequenciar, com eficiência e confiabilidade, 27 amostras e, dessas, 26 apresentaram mutações características da variante de Manaus, a P.1 (ou variante Gamma, segundo a recente designação proposta pela Organização Mundial de Saúde).

“A predominância da variante P.1 do SARS-CoV-2 na região do Agreste de Pernambuco é preocupante, em função da presença de mutações que resultam na maior transmissibilidade. Essa variante geralmente provoca quadros mais graves, o que justifica o seu predomínio nos casos avaliados de Caruaru, onde todos os pacientes tinham alterações respiratórias, com demanda de oxigênio”, explicou a profa. Michelly Pereira, pesquisadora do NUPIT-SG.

Para o reitor da UFPE, prof. Alfredo Gomes, "a parceria busca evidências científicas para responder à emergência em saúde pública, e no seu enfrentamento. Resultados como estes reiteram a relevância da UFPE para o nosso estado e a vida das pessoas, demonstrando mais uma vez o papel das universidades públicas no servir à sociedade”.     

O monitoramento de variantes do vírus SARS-CoV-2 representa uma estratégia necessária para as medidas de vigilância epidemiológica, tendo em vista o surgimento de novas variantes do vírus que já foram relatadas no Brasil.

De acordo com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB-PE), investigar o comportamento do vírus pode ajudar nas estratégias para a contenção da doença. “A partir do momento que a gente tem esse detalhamento, entendemos melhor o comportamento do vírus, sua transmissibilidade e mudança de comportamento sintomático que pode causar nas pessoas infectadas. Quanto mais a gente entende a doença, mais poderemos ter caminhos para evitá-la ou tratá-la”, pontuou.

Ainda de acordo com o relatório, estudos indicam uma alta taxa de mortalidade relacionada à infecção da variante P.1, especialmente devido à superlotação das Unidades Intensivas de Saúde, o que confirma a gravidade da situação dos municípios da região. Em Caruaru, há uma elevação permanente no número de reinfecções, especialmente nos últimos 90 dias, o que pode ser um forte indicativo da presença de outras variantes.

“É de extrema urgência a ampliação da cobertura de imunização para a região do Agreste para tentar conter o avanço dos casos de contaminação e salvar vidas”, finalizou o prof. Valdir Balbino, pesquisador do Laboratório de Bioinformática e Biologia Evolutiva (Labbe).

De acordo com pesquisadores do Centro Brasil-Reino Unido para a Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), a situação brasileira no que diz respeito à vigilância genômica do Sars-CoV-2 (novo coronavírus) está deixando a desejar.

Darlan Cândido, que é integrante do CADDE, revelou à Revista Galileu que o Brasil sequenciou "apenas 0,024% dos casos confirmados da Covid-19 no país". Essa porcentagem foi calculada pelo pesquisador com base nos dados da Universidade Johns Hopkins.

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O país fica para trás quando comparado com outros países emergentes, entre eles Índia (0,042%), México (0,096%) e África do Sul (0,256%). 

Além desse pouco sequenciamento, Darlan aponta que o Brasil distribuiu mal as suas informações, tanto em relação ao tempo quanto ao espaço. O pesquisador relatou à revista que mais de 75% das sequências disponíveis atualmente no país vêm da região Sudeste.

"Isso limita muito o entendimento do que está acontecendo no restante do país. Além disso, a maior parte dos dados foi gerada no primeiro semestre de 2020", revela.

Cândido complementa dizendo que somente 8% das sequências genômicas da Covid-19 foram publicadas entre os meses de agosto e dezembro, "tornando impossível saber, por exemplo, há quanto tempo a nova variante está circulando no país e o quão disseminada ela está", revela.

Os pesquisadores apontaram à Galileu que a dificuldade na importação de reagentes usados no sequenciamento genômico, o custo dos insumos e equipamentos, além da falta de profissionais para esse tipo de trabalho - fora da região Sudeste - podem ser algumas das explicações para essa dificuldade de sequenciamento e publicação no país.

Uma pesquisa da Fiocruz e da Universidade de Glasgow, do Reino Unido, sequenciou pela primeira vez o genoma do vírus zika que circula em Pernambuco. A expectativa é que o sequenciamento contribua no desenvolvimento de vacinas usando técnicas de engenharia genética e kits de diagnóstico.

O estudo revela que o zika produz uma molécula inibidora de parte do sistema imunológico do doente, dificultando a defesa do organismo – o mesmo ocorre com a dengue e a febre amarela. O vírus utilizado no estudo foi coletado de um paciente em 2015. Os ascendentes do vírus são semelhantes ao circulante no continente asiático e no Sudeste do Brasil.

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Segundo a Fiocruz Pernambuco, a inibição do sistema imunológico do paciente é provocada pela partícula do vírus denominada sfRNA (RNA subgenomico de Flavivirus, um pequeno RNA produzido durante a infecção pelo vírus Zika) e pode ser a chave para a compreensão de como o vírus causa a doença. “Sabendo como o vírus subverte o sistema imunológico podemos testar drogas já existentes ou novas para evitar esse tipo de mecanismo e usar como terapia da infecção”, conta o pesquisador Rafael França. Comparando-se o bloqueio imunológico causado pela dengue e pelo zika, o estudo revela que o poder de inibição é maior para zika vírus.

França acredita que o vírus sequenciado, por ter sido coletado de um paciente com a doença, representa melhor o que está na natureza do que um vírus replicado em laboratório, que sofre mutação com o tempo. A intenção do grupo de pesquisa é caracterizar dezenas de genomas para verificar a evolução do vírus.

Além da Fiocruz de Pernambuco, assinam o artigo profissionais das universidades de Glasgow, Yale (EUA), Oxford (Inglaterra), University South Bohemia (República Tcheca) e Instituto Pasteur de Dakar (Senegal). As constatações estão relatadas em Full Genome Sequence and sfRNA Interferon Antagonist Activity of Zika Virus from Recife, Brazil (Sequência completa do genoma e caracterização da atividade de interferon do vírus Zika do Recife, Brasil), publicação na edição de outubro da revista PLoS Neglected Tropical Diseases. 

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