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O Governo Federal tem 72 horas para entregar as gravações da reunião realizada no dia 22 de abril, entre o presidente Jair Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e mais três ministros. O encontro foi citado pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro no depoimento de oito horas prestado à Polícia Federal, nesse sábado (2).

A investigação aberta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), vai apurar a interferência de Bolsonaro na PF e em inquéritos relacionados a sua família. As acusações foram feitas por Moro ao se despedir do governo, no dia 24 de abril.

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Na reunião apontada pelo ex-ministro, o presidente pediu relatórios de inteligência e cobrou a troca do superintendente da PF do Rio de Janeiro e do ex-diretor-geral, Maurício Valeixo. Bolsonaro teria afirmado que, se não houvesse as trocas, poderia retirar o então ministro da Justiça do cargo.

Ao solicitar os vídeos da reunião, de Mello destacou os seguintes trechos do depoimento de Moro:

"QUE perguntado se havia desconfiança em relação ao Diretor VALEIXO, o Declarante respondeu que isso deve ser indagado ao Presidente; QUE o próprio Presidente cobrou em reunião do conselho de ministros, ocorrida em 22 de abril de 2020, quando foi apresentado o PRÓ-BRASIL, a substituição do SR/RJ, do Diretor Geral e de relatórios de inteligência e informação da Polícia Federal;

QUE o presidente afirmou que iria interferir em todos os Ministérios e quanto ao MJSP, se não pudesse trocar o Superintendente do Rio de Janeiro, trocaria o Diretor Geral e o próprio Ministro da Justiça;

QUE ressalta que essas reuniões eram gravadas, como regra, e o próprio Presidente, na corrente semana, ameaçou divulgar um vídeo contra o Declarante de uma dessas reuniões;

QUE nessas reuniões de conselho de ministros participavam todos os ministros e servidores da assessoria do Planalto (...)"

A PGR ainda pediu esclarecimentos de dez pessoas. Serão ouvidos os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Casa Civil); a deputada Carla Zambelli (PSL) e os delegados da PF Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira, Maurício Valeixo e Alexandre Ramagem.

O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) chamou de "fofoca" as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro. Nesta segunda-feira (4), Bolsonaro cumprimentou eleitores na saída do Palácio do Alvorada com uma folha impressa com uma conversa entre os dois. Ao término das mensagens divulgadas, estava escrito em caixa alta: "isso é fofoca".

No trecho da conversa que Moro disponibilizou ao Jornal Nacional para provar o desejo do presidente em interferir na Polícia Federal (PF), Bolsonaro estimula a demissão do ex-diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo. Ele havia enviado uma matéria, cujo o título era: "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas". Em seguida, Bolsonaro afirma: "mais um motivo para a troca". Após a mensagem, o Moro explica que o inquérito é conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não pela PF.

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Com a folha de papel em mãos, Bolsonaro declarou que "essa é a acusação mais grave" contra ele. "Aqui tem o print de uma matéria do 'O Antagonista'. Embaixo está escrito, eu escrevi embaixo. “Mais um motivo para troca". Estão me acusando por causa disso, dizendo que estou interferindo na PF. Não é isso? E estou dizendo que é fofoca embaixo, tá ok?", continuou.

No último sábado (2), Sergio Moro prestou depoimento de oito horas na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O ex-ministro confirmou as acusações sobre a tentativa de manipulação de Bolsonaro na corporação e apresentou novas provas. O Ministro do STF, Celso de Mello, autorizou a abertura da investigação para apurar as acusações.

A Justiça Federal deu prazo de 72 horas para que o governo esclareça a exoneração do ex-diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e a nomeação do substituto, Alexandre Ramagem. A decisão é do juiz Francisco Ribeiro, da 8ª Vara Federal de Brasília, e atende às ações populares protocoladas contra o ato de exoneração, entre elas do deputado federal Aliel Machado, (PSB-PR).

O advogado de Machado na ação, Iggor Gomes Rocha, cita no pedido de ação popular "que o ato administrativo de exoneração está maculado de ilegalidade: primeiro porque não foi exoneração a pedido; segundo porque seu nome (do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro) constou em ato oficial sem que tenha ciência de tal conduta."

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Após o prazo determinado pelo juiz de manifestação, será apreciado o pedido liminar de suspensão da nomeação do atual incumbente do cargo, Alexandre Ramagem, e da demissão de Maurício Valeixo.

Segundo Machado, "estamos em duas frentes: a primeira é a CPI, que está na fase de coleta de assinaturas; a outra é o pedido na Justiça Federal para que seja suspensa a demissão do diretor-geral da Polícia Federal". "Estamos trabalhando em duas vertentes para que a Polícia Federal tenha autonomia e independência que ela tanto necessita, tão importante para o País", acrescenta.

O juiz federal Ed Lyra Leal, da 22ª Vara Federal do Distrito Federal, negou liminar aos senadores Randolfe Rodrigues e Fabiano Contarato, da Rede Sustentabilidade, para suspender a exoneração do ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, pivô da saída do ex-ministro Sérgio Moro do governo Jair Bolsonaro. A decisão mantém a demissão do ex-chefe da PF.

Os parlamentares também pediam à Justiça que barrasse novas nomeações na Polícia Federal que pudessem vir a ser feitas pelo por Bolsonaro após a saída de Valeixo. A justificativa seria a revelação de Moro sobre a tentativa do presidente em intervir na autonomia da corporação, que investiga casos que preocupam o Planalto.

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De acordo com o juiz Leal, no entanto, os senadores não apresentaram "demonstração inequívoca" de suposto desvio de finalidade da presidência ao demitir Valeixo.

"Porquanto juridicamente irrelevantes a comunicação e a anuência do Ministro da Justiça, a exoneração em comento pode ocorrer de ofício pela manifestação exclusiva da vontade do Presidente da República, vale dizer, mesmo uma vez demonstrada a eiva e reconhecida a consequente invalidade do ato, novo decreto com a exoneração de ofício pode produzir os mesmos efeitos", disse o magistrado.

Segundo o juiz, atender o pedido poderia violar a separação dos Três Poderes visto que ele representa "drástica intervenção" nas competências do presidente da República, do Ministério da Justiça e da Polícia Federal.

Senadores lembraram declaração de Moro que não assinou o ato que exonerou Valeixo, mas o juiz considerou que é necessário aguardar prova da União. Após as declarações do ex-ministro da Justiça, o governo federal editou um novo decreto em que admita um "erro" no documento de exoneração do ex-chefe da PF. A nova versão não constava a assinatura de Moro.

O presidente Jair Bolsonaro já formalizou a exoneração, a pedido, do ministro da Justiça, Sergio Moro. O decreto de exoneração foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União que circula nesta sexta-feira.

Na mesma edição, o governo republicou o decreto que tinha saído pela manhã com a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Na republicação, justificada por ter saído com "incorreção" na versão anterior, foi retirado o nome de Sergio Moro como um dos que assinam o ato.

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Pela manhã, o decreto que destituía Valeixo do cargo era assinado por Bolsonaro e Moro. Em pronunciamento no qual anunciou o seu pedido de demissão, Moro afirmou que foi pego de surpresa pelo ato e negou que o tenha assinado. Para ele, a demissão de Valeixo foi uma sinalização de que Bolsonaro queria o ministro da Justiça fora do governo.

No novo decreto, publicado agora à noite, além de Bolsonaro, assinam o ato o ministro da Casa Civil, Braga Netto, e o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Jorge Antônio de Oliveira Francisco.

Após um longo pronunciamento em que Bolsonaro o acusou de ter condicionado a permanência no cargo do ex-diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, a uma futura indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou que a permanência de Valeixo “jamais foi utilizada como moeda de troca”.

“A permanência do Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF”, disse Moro após a coletiva de Bolsonaro, utilizando sua conta no Twitter.

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Durante o pronunciamento, Bolsonaro disse que, diferentemente dos motivos alegados por Moro para deixar o ministério, não interferiu na Polícia Federal, e só teria pedido informações sobre casos ligados à sua família, como forma de “apelos”. Nunca pedi para ele o andamento de qualquer processo até porque a inteligência com ele perdeu espaço na Justiça", disse o presidente.

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"Deixo o cargo com a certeza de que a Polícia Federal segue forte, unida e alinhada aos princípios republicanos mais nobres", afirmou o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, em carta, após deixar o cargo. Ele foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, em episódio que culminou com a saída do ministro da Justiça e Segurança Púbica, Sérgio Moro, do cargo.

LEIA A ÍNTEGRA:

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Prezados policiais federais, servidores administrativos, servidores contratados, colaboradores, colegas,

Na oportunidade em que deixo a função de Diretor-Geral da nossa Polícia Federal, venho expressar minha mais profunda gratidão a todos que fizeram parte e colaboraram com a gestão que ora se encerra.

Nos meus 23 anos de atividade nesta instituição, sempre pautei minha conduta pelo trabalho e profissionalismo, e tive a felicidade de atingir o posto mais alto reservado a um policial federal.

Ao chegar à Direção Geral pude reafirmar minhas convicções sobre as virtudes do órgão, ao encontrar uma organização com sólidos valores éticos e institucionais, construídos por décadas de atuação dedicada e firme dos que me antecederam.

A nossas PF de hoje é a soma do esforço diário de cada um dos valorosos servidores que por aqui passaram nesses longos 76 anos de história, não importando seus cargos, funções ou lotações, pois o que nos faz fortes é o conjunto, é a unidade de ideais e de objetivos.

Neste momento, meus sentimentos não poderiam ser outros do que gratidão e reconhecimento.

Obrigado pelo apoio que recebi de todos no enfrentamento das mais diversas batalhas, não importando de onde viessem os desafios e os perigos inerentes a nossa árdua atividade.

Deixo o cargo com a certeza de que a Polícia Federal segue forte, unida e alinhada aos princípios republicanos mais nobres.

Recebi essa missão com grande entusiasmo e expectativa, e encerro esse ciclo com orgulho de ter feito parte dessa trajetória.

Sigamos fortes e em frente em nome da nossa Polícia Federal.

Muito obrigado.

Maurício Leite Valeixo

Delegado de Polícia Federal

O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, nesta sexta-feira (24), para falar pela primeira vez sobre a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal. A decisão da saída do agora ex-diretor foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta.

Pelo Twitter, Bolsonaro citou a Lei 13.047, de 2014, que reorganiza a carreira de policiais federais. O chefe do Executivo destacou o artigo da legislação que prevê que o cargo de diretor-geral da instituição é "nomeado pelo presidente da República". A publicação acompanhava foto do decreto de exoneração de Valeixo com o trecho "EXONERAR, a pedido" destacado em amarelo.

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A publicação de Bolsonaro pode ser entendida como um recado para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que ameaça deixar o cargo caso não possa indicar o substituto para a vaga de Valeixo. A divergência com o presidente deu início a mais uma crise no governo. Valeixo foi indicado por Moro e era um homem de confiança do ministro.

A publicação de hoje do DOU não traz o nome do substituto do diretor. A lei define que a indicação de um nome para o cargo seja feita pelo presidente, mas tradicionalmente a escolha tem sido feita pelo ministro da Justiça.

Antes de confirmada a saída de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal, já havia especulações sobre o seu substituto. Um dos mais cotados é o atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. Tradicionalmente, a escolha é feita pelo ministro da Justiça.

Interlocutores de Valeixo dizem que a tentativa de substituí-lo ocorre desde o início do ano. Essa troca não tem a ver com a briga pelo comando da PF ocorrida ano passado entre o presidente o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Em agosto, Bolsonaro tentou antecipar a saída do superintendente da corporação no Rio de Janeiro, mas acabou recuando diante da repercussão negativa.

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Valeixo se reuniu, nesta quinta-feira (23), com os 27 superintendentes regionais nos Estados e delegados federais que ocupam diretorias estratégicas por videoconferência. O diretor-geral descartou com veemência que sua saída seja movida por pressões políticas e afastou rumores de que sua disposição em dar adeus à cadeira estaria relacionada a uma reação de aliados de Bolsonaro por causa de investigações que incomodam o Planalto.

Repercussão

Ex-integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Carlos Fernando dos Santos Lima atacou o presidente Bolsonaro após a divulgação da notícia de que o ministro poderia deixar o governo. Santos Lima, que trabalhou com Moro também no Caso Banestado, afirmou que Bolsonaro nunca foi "real apoiador do combate à corrupção". "Moro deve sair. Bolsonaro não é correto, não tem palavra, deixou o ministro sem qualquer apoio no Congresso tanto nas medidas contra a corrupção quanto durante o episódio criminoso da Intercept", escreveu o procurador aposentado.

Associações que representam policiais federais também reagiram à troca. "Toda hora, se há uma especulação sobre troca na Polícia Federal, há esse problema todo", afirmou Evandir Felix Paiva, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal. "Infelizmente, nós vamos viver assim enquanto não aprovar o mandato (para o chefe da PF)", concluiu.

Segundo Paiva, esse tipo de problema seria menor se o Congresso tivesse aprovado projetos sobre autonomia da PF. Em nota, a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) lembra que Valeixo é o terceiro diretor-geral da PF nos últimos três anos. "A cada troca ou menção à substituição, uma crise institucional se instala", diz o texto, citando reflexos no combate à corrupção.

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, disse que o presidente não pode ter "carta branca para destituir, sem critérios claros, os ocupantes das funções".

O presidente Jair Bolsonaro formalizou a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal. O decreto oficializando a mudança, que foi publicado nesta sexta-feira (24), no Diário Oficial da União (DOU), vem assinado tanto pelo presidente quanto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a cuja pasta a PF é subordinada.

No decreto, consta que a exoneração ocorreu "a pedido".

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Ontem, ao ser comunicado por Bolsonaro sobre a decisão, Moro avisou que deixaria o governo e, segundo o Broadcast/Estadão apurou, afirmou que não poderia aceitar mudanças na chefia da instituição.

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