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O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, detectou a presença de uma nova variante de Covid-19 no Brasil. A constatação foi feita através de amostras positivas para o vírus de um equatoriano e um colombiano, colhidas no Mato Grosso, onde as seleções de Colômbia e Equador se enfrentaram. A mutação em questão é a variante de interesse  B. 1.216, originária da Colômbia, que chegou nos Estados Unidos e na Europa.

As variantes de interesse do novo coronavírus são as cepas que precisam ser acompanhadas, embora ainda não haja evidências de que desenvolveram formas mais letais ou contagiosas. No levantamento mais recente da Conmebol, realizado em 24 de junho, foi registrado que 166 pessoas relacionadas à Copa América estavam com Covid-19. Estados, então, encaminharam amostras dos jogadores, comissão técnica e delegações dos países para o instituto.

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Por temer a possibilidade de que a vinda de estrangeiros expusesse o Brasil a novas variantes do novo coronavírus, especialistas se posicionaram contra a realização da Copa América no país. Alguns estados, como São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, vetaram a realização da competição.

O Adolfo Lutz já enviou alertas acerca da mutação colombiana para o governo do Mato Grosso e o Ministério da Saúde. Só em São Paulo, o instituto já detectou a existência de 21 variantes do novo coronavírus, segundo balanço divulgado pelo Butantan no dia 26 de junho.

Pesquisadores belgas relataram neste domingo o caso inédito de uma nonagenária que morreu em março de covid-19, após ter sido infectada simultaneamente por duas variantes diferentes, a Alpha (britânica) e a Beta (sul-africana), um fenômeno "subestimado".

"Este é um dos primeiros casos documentados de coinfecção com duas variantes preocupantes do SARS CoV 2", disse a autora do estudo, a bióloga molecular Anne Vankeerberghen, citada em um comunicado do Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID).

No Brasil, dois casos de pessoas infectadas por duas variantes diferentes foram relatados em janeiro em um estudo, mas esse "ainda não foi publicado em revista científica", explicou o ECCMID.

Em 3 de março de 2021, a mulher de 90 anos, sem antecedentes médicos em particular e não vacinada, foi internada em um hospital na cidade belga de Aalst após várias quedas, de acordo com este estudo de caso, apresentado no congresso e revisado por seus pares no comitê de seleção.

A idosa, que testou positivo para covid-19 ao chegar, apresentava inicialmente "um bom nível de saturação de oxigênio e nenhum sinal de dificuldade respiratória", segundo o ECCMID. No entanto, ela "rapidamente desenvolveu sintomas respiratórios agravados e morreu cinco dias depois", afirma a nota.

De acordo com a bióloga do hospital OLV em Aalst, "é difícil dizer se a coinfecção por duas variantes desempenhou um papel na rápida deterioração da condição do paciente".

Em extensos testes e mediante sequenciamento, o hospital descobriu que ela havia sido infectado com duas cepas do vírus que causa a covid-19: uma originária do Reino Unido, chamada Alpha, e a outra inicialmente detectada na África do Sul, chamada Beta.

"As duas variantes estavam circulando na Bélgica na época (março de 2021), então é provável que a mulher tenha sido coinfectada por duas pessoas diferentes. Infelizmente não sabemos como ela foi contaminada", acrescentou Vankeerberghen.

Até o momento, "não há nenhum outro caso publicado" de coinfecção com duas variantes, apontou a pesquisadora, que considera "crucial" continuar o sequenciamento e o estudo de um fenômeno "provavelmente subestimado".

Pfizer e BioNTech anunciaram, na quinta-feira (8), que buscarão autorização para uma terceira dose de sua vacina anticovid-19 para reforçar sua eficácia, no momento em que a variante Delta causa surtos devastadores na África e na Ásia, e aumentam os casos na Europa e nos Estados Unidos.

Em meio ao novo impulso da pandemia, o governo japonês anunciou que os Jogos Olímpicos de Tóquio vão acontecer sem público nos estádios. O estado de emergência decretado ficará em vigor ao longo de todo evento.

Este anúncio foi feito quando a chama olímpica chegava à capital japonesa para uma cerimônia em um estádio vazio, a duas semanas da festa de abertura de uma Olimpíada totalmente transformada pela pandemia.

A variante Delta está causando uma aceleração da pandemia, que já registra mais de quatro milhões de mortos, segundo balanço da AFP com base em dados oficiais.

Isso levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a advertir que o mundo se encontra "em um ponto perigoso".

- Terceira dose -

A Pfizer e a BioNTech disseram que uma terceira dose terá um bom desempenho contra a variante Delta e que vão solicitar, em breve, sua autorização nos Estados Unidos, na Europa e em outras regiões.

Dados de um teste em andamento mostraram que uma terceira dose aumenta os níveis de anticorpos de cinco a dez vezes mais contra a cepa original do coronavírus e a variante Beta, encontrada pela primeira vez na África do Sul, em comparação com as duas primeiras doses, de acordo com um comunicado de ambos os laboratórios.

As empresas afirmam ainda que a dose de reforço agirá de maneira similar contra a variante Delta, mas que também desenvolverão uma vacina específica contra essa cepa, que surgiu na Índia e é mais contagiosa.

As autoridades americanas disseram que ainda estão avaliando a necessidade de um reforço.

"Os americanos que foram completamente vacinados não precisam de um reforço neste momento", afirmaram as agências de saúde. "Estamos preparados para doses de reforço desde que a ciência demonstre que são necessárias".

Já a União Europeia disse estar "preparada", caso seja necessário aplicar uma terceira dose da vacina da Pfizer/BioNtech na população do bloco, como propõem os fabricantes, afirmou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, nesta sexta-feira.

"Estamos preparados, caso isso seja necessário, tanto no nível europeu, como em termos de estratégia europeia" de compra comum e de distribuição de vacinas, reforçou a comissária em entrevista coletiva em Madri, ao lado da ministra espanhola da Saúde, Carolina Darias.

"Estamos trabalhando nisso de maneira contínua, mas a decisão sobre como vamos avançar dependerá da ciência", esclareceu a comissária Kyriakides.

- Número de mortos recua -

Quase 16 meses depois de uma pandemia que arrasou o mundo inteiro, o total de casos de covid-19 passa de 185 milhões, conforme balanços oficiais. Para a OMS, no entanto, este número pode se muito maior.

A média diária de óbitos na última semana foi de 7.870 e continua recuando, pouco a pouco - um número distante das 13.700 mortes por dia registradas no final de abril e início de maio.

Já o número de casos está subindo, após quase dois meses de queda (405.000 na média diária, +9% intersemanal), com surtos em países como Reino Unido, Indonésia e Rússia, atingidos em cheio pela variante Delta.

A situação sanitária também se agrava na África, que "acaba de viver a semana mais desastrosa da história das pandemias", segundo a diretora regional da OMS para este continente, Matshidiso Moeti.

"Mas o pior está por vir, pois a terceira onda não para de se expandir de maneira acelerada e ganha terreno", alertou.

- Boates na França -

A incursão da variante Delta faz com que as autoridades de muitos países da União Europeia reconsiderem o levantamento das restrições aplicadas graças ao avanço da vacinação.

Assim, a França recomendou aos seus cidadãos que não viajem para Portugal e Espanha neste verão boreal (inverno no Brasil), onde esta cepa está fazendo disparar as taxas de infecção entre a população jovem não vacinada.

O governo francês, porém, decidiu reabrir suas boates nesta sexta após cerca de 16 meses de fechamento, embora as autoridades tenham alertado que continuarão atentas a um eventual aumento de casos da covid-19 no país.

Embora a reabertura ofereça um alívio para os proprietários, a capacidade será limitada a 75% e será necessário um comprovante de vacinação ou um teste negativo recente para entrar.

O uso de máscara também será recomendado, mas não obrigatório. "É um alívio poder abrir, mesmo que não seja 100%", disse Martin Munier, gerente da boate Sacré no centro de Paris, à AFP.

Na América Latina e no Caribe, a região do mundo com o maior número de mortes pelo vírus, com quase 1,3 milhão de vítimas fatais, os esforços continuam para acelerar a imunização.

De acordo com contagem da AFP, 43 em cada 100 pessoas no mundo receberam pelo menos uma dose anticovid-19, mas há grandes disparidades entre continentes como África (3,84), ou Europa (71).

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou dois novos casos da variante Delta do novo coronavírus (B.1.617), que provoca a Covid-19. Segundo autoridades sanitárias, os pacientes são um homem de 30 anos e uma mulher de 22 anos, moradores da Baixada Fluminense.

Os casos, dos moradores de Seropédica e São João de Meriti, foram anotados nos dias 16 e 17 de junho. Os municípios foram comunicados e estão investigando se são transmissões autóctones, ou seja, ocorridas dentro do estado, ou importadas.

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A Delta é também conhecida como variante indiana e se espalhou por quase 100 países. Um caso da cepa indiana já havia sido anotado no estado em maio deste ano. Apesar disso, a linhagem P.1 (brasileira) continua sendo a mais comum no estado.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde ressaltou que as ações de prevenção e os métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos, independentemente da variante.

O primeiro caso da variante Delta do novo coronavírus, originalmente detectada na Índia, foi confirmado na cidade de São Paulo. Segundo a Prefeitura, um homem de 45 anos testou positivo para a variante e está sob monitoramento.

A gestão municipal disse que outras três pessoas da família (mulher, enteado e filho) estão sendo acompanhados pela Unidade Básica de Saúde (UBS) da região, que não foi informada.

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"Desde abril, em parceria com o governo do Estado, a capital encaminha parte das amostras de exames RT-PCR positivos ao Instituto Butantan para análise genômica em busca de identificar as cepas circulantes neste momento no município de São Paulo. Foi por meio desta iniciativa que foi possível identificar o primeiro caso positivo na cidade", informou em nota a Prefeitura.

Segundo o Município, o monitoramento das variantes na capital é realizado por meio de cálculo amostral, por semana epidemiológica, "com cerca de 250 amostras semanais que seguem para análise do laboratório do Instituto Butantan, onde é realizado o sequenciamento genético".

Brasil tem duas mortes confirmadas pela variante Delta

No Brasil, o Ministério da Saúde informou que, até o fim da semana passada, foram registrados 11 casos da variante Delta. Seis deles são de um navio que está na costa do Maranhão; há um caso em Campos dos Goytacazes (RJ), um em Juiz de Fora (MG), dois em Apucarana (PR) e um em Goiânia.

Duas pessoas morreram em decorrência da infecção causada pela nova cepa: um tripulante de um navio atracado no Maranhão, no dia 24 de junho, e uma gestante de 42 anos, no dia 18 de abril, no Paraná.

A preocupação com a rápida disseminação da variante Delta vem forçando um número crescente de países a impor novamente medidas restritivas mais rigorosas na tentativa de impedir que uma nova onda da covid-19 atrapalhe os esforços globais para conter a pandemia e a retomada da normalidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa circula por 92 países. (Colaborou Júlia Marques)

A Johnson & Johnson anunciou na quinta-feira (1) que sua vacina de dose única contra o coronavírus é eficaz contra a variante Delta, altamente contagiosa, com uma resposta imunológica que dura pelo menos oito meses.

Os anticorpos e as células do sistema imunológico de oito pessoas inoculadas com a vacina da J&J neutralizaram efetivamente a cepa Delta, identificada pela primeira vez na Índia, de acordo com os pesquisadores.

Um segundo estudo de 20 pacientes vacinados no Centro Médico Beth Israel de Boston teve resultados parecidos.

Os dados foram submetidos ao bioRxiv, um site de relatórios científicos ainda não publicados, onde os autores "podem colocar suas descobertas à disposição da comunidade científica e receber comentários sobre os rascunhos antes de enviá-los para os periódicos", segundo o portal.

"Acreditamos que nossa vacina oferece proteção duradoura contra a covid-19 e provoca uma atividade neutralizante contra a variante Delta", disse o diretor científico da J&J, Paul Stoffels, em um comunicado da empresa.

O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Janssen da Johnson & Johnson, Mathai Mammen, relatou que os dados "dos oito meses estudados até agora" mostram que a vacina J&J "gera uma forte resposta de anticorpos neutralizantes que não diminui, mas que, na verdade, observamos uma melhora com o tempo".

A variante Delta surgiu na Índia em abril e maio e, desde então, disseminou-se pelo mundo todo.

Um relatório do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) estimou que essa cepa mais contagiosa pode chegar a representar 90% dos novos casos na União Europeia até o final de agosto.

O certificado sanitário adotado pelos países da União Europeia (UE) entrou em vigor nesta quinta-feira (1°), com a esperança de ajudar na retomada do turismo e das viagens, apesar das ameaças provocadas pela propagação da variante Delta do coronavírus.

O documento - um código QR que pode ser exibido em um smartphone ou em forma impressa - certifica que o portador está completamente vacinado com um dos fármacos aprovados na UE, testou negativo em um exame recente de PCR ou já possui imunidade por ter superado a infecção.

A intenção é que o certificado permita viajar pelos 27 países da UE e por quatro nações que se associaram à iniciativa (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein).

Todos os países da UE já estão interconectados ao sistema, com exceção da Irlanda, que sofreu um ataque cibernético, mas que espera unir-se ao projeto em 19 de julho.

Os países do bloco serão obrigados a aceitar em seus territórios os viajantes completamente imunizados com as vacinas autorizadas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca (de duas doses) e Johnson & Johnson (dose única).

Os Estados-membros também podem - embora não sejam obrigados - admitir pessoas com vacinas autorizadas em determinados países da UE (como a russa Sputnik V, utilizada na Hungria) ou com vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (como a chinesa Sinopharm).

Os portadores do certificado não devem ser submetidos a quarentena ou exame adicional, mas ainda é possível para um Estado-membro a adoção de restrições se a situação piorar no país ou região de origem do viajante.

Mas a propagação da variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia e agora predominante no Reino Unido, pode provocar um novo "freio de emergência" na tentativa de retomada do turismo.

A variante Delta já levou a Alemanha a incluir Portugal, donde esta variante se tornou predominante, na lista de países em risco, o que praticamente proíbe todas as chegadas a partir desta nação.

Ao mesmo tempo, Espanha e Portugal anunciaram abruptamente restrições e exigências adicionais a viajantes procedentes do Reino Unido por causa da variante Delta.

- Preocupações -

O drástico aumento das infecções com a variante Delta no Reino Unido, que dá ao país uma taxa de infecção mais de quatro vezes superior à da UE, gera profunda preocupação no continente.

Os países da UE adotaram uma recomendação para permitir apenas a entrada de pessoas completamente vacinadas procedentes de fora do bloco, ou pessoas com razões urgentes para viajar.

Portugal, Espanha e Grécia, no entanto, optaram inicialmente por uma atitude mais flexível com a esperança de estimular o turismo.

A tendência, porém, está sob forte pressão pelo entendimento de que a UE está seis semanas atrás do Reino Unido em termos de futuras infecções da variante Delta.

Durante uma reunião de cúpula na semana passada em Bruxelas, a chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, criticou Portugal e Espanha por aceitarem abertamente turistas britânicos, ante a necessidade de estimular os setores que dependem do turismo.

Nesta quinta-feira, o aeroporto de Bruxelas registrava grandes filas, pois passageiros que tentavam registrar as saídas eram desviados para áreas de controle, que provocavam uma enorme aglomeração.

"Está tudo bloqueado", disse um funcionário da Brussels Airlines. Quando uma família com crianças reclamou que perderia o voo, ele respondeu: "É a covid-19, este é o procedimento. Se perderem o voo, vamos colocá-los em outro".

De acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais, 50,4% da população da UE já recebeu ao menos uma dose da vacina contra a covid-19, e uma pessoa a cada três está completamente imunizada.

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro já identificou casos da nova variante britânica do coronavírus, conhecida como Alpha (B.1.1.7) no estado. Um deles é morador de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O caso foi notificado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio às autoridades municipais de São Gonçalo em 9 de junho.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o município ainda investiga se o paciente foi infectado dentro do estado ou se o caso é importado, tendo vindo de outro estado ou de outro país.

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A Secretaria de Saúde alerta que, independentemente das variantes, as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem as mesmas. Não haverá, portanto, alteração dos protocolos sanitários que já estão sendo adotados.

Um paciente diagnosticado com a variante peruana da Covid-19, a C37, morreu em Porto Alegre. Jairo Dias Piazer Junior, de 23 anos, estava internado na capital gaúcha desde o dia 21 de maio. Este era o primeiro caso da variante no Estado. O caminhoneiro era natural de Itaqui, cidade da fronteira oeste, e retornava de uma viagem a São Paulo.

Já no caminho de volta para a cidade, começou a sentir os sintomas da doença, tendo seu quadro agravado no dia 21, quando foi internado no Hospital São Patrício, em Itaqui. Em 23 de maio, Jairo foi transferido de avião para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde veio a óbito na manhã desta quinta-feira, 17.

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A assessoria da Prefeitura de Itaqui informou, em nota, que todos os contatos feitos por Jairo já estão sendo investigados, bem como outras informações a respeito da variante C37. Já o Hospital de Clínicas ressaltou, também em nota, que na data de hoje o paciente já era considerado não contaminante, ou seja, já não transmitia mais o vírus.

Butantan detecta variantes

Em mapeamento inédito, o Instituto Butantan identificou 19 variantes do coronavírus no Estado de São Paulo. Segundo os dados do estudo, a cepa predominante é a Gama (P.1), identificada originalmente em Manaus. Conforme esse levantamento, a variante peruana também já foi registrada na região da Baixada Santista.

Diante da variante Delta da Covid-19, cujo avanço no mundo é preocupante, as vacinas são menos eficazes, mas a proteção contra a doença continua sendo importante, desde que as duas doses sejam aplicadas.

- Eficácia reduzida...

Vários estudos em laboratório mostram que a variante Delta (antes chamada "variante indiana") parece mais resistente às vacinas que outras mutações. É o que se conhece como "escape imunológico".

De acordo com um estudo, coordenado pelas autoridades britânicas e publicado no início de junho na revista The Lancet, nas pessoas vacinas com as duas doses da Pfizer/BioNTech o nível de anticorpos neutralizantes é quase seis vezes menos elevado na presença da variante Delta que com a cepa originária, que foi usada para desenvolver as vacinas.

Em comparação, esta redução é de 2,6 vezes a respeito da variante Alpha ("britânica") e 4,9 vezes ante a variante Beta ("sul-africana").

Outro estudo, do Instituto Pasteur na França, conclui que os anticorpos neutralizantes depois da aplicação da vacina Pfizer/BioNTech são de três a seis vezes menos eficazes contra a variante Delta que contra a Alpha.

- ... mas eficazes

Os níveis de anticorpos registrados em laboratório são um indicador essencial, mas não suficiente para determinar a eficácia de uma vacina. Não se leva em consideração a outra face da resposta imunológica, a imunidade celular.

Por este motivo existe a importância de analisar o que acontece na vida real. E os resultados são bem mais tranquilizadores.

De acordo com dados apresentados na segunda-feira pelas autoridades britânicas, a vacinação com a Pfizer/BioNTech e com AstraZeneca são igualmente eficazes para impedir a hospitalização tanto para a variante Delta como para a Alpha.

Duas doses permitem evitar em 96% (para Pfizer/BioNTech) e 92% (para AstraZeneca) a internação pela variante Delta, segundo o estudo com 14.000 pessoas.

Dados anteriores das autoridades britânicas apresentaram conclusões parecidas para formas menos graves da doença.

Duas semanas depois da segunda dose, a vacina Pfizer/BioNTech é 88% eficaz contra a forma sintomática da covid-19 devido à variante Delta, contra 93% quando se trata da variante Alpha. A AstraZeneca demonstrou eficácia 60% e 66% contra estas mutações.

Os criadores da vacina russa Sputnik V afirmaram na terça-feira no Twitter que seu fármaco era "mais eficaz contra a variante Delta" que qualquer outro, mas não publicaram os dados.

- Uma dose não é suficiente

Os estudos convergem em um ponto: apenas uma dose oferece uma proteção limitada contra a variante Delta.

"Após uma dose da Pfizer/BioNTech, 79% das pessoas tinham uma resposta de anticorpos detectável contra a cepa original, mas esta caía a 50% para a variante Alpha, 32% para a variante Delta e 25% para a variante Beta", conclui o estudo em laboratório publicado na revista The Lancet.

A pesquisa do Instituto Pasteur indica que apenas uma dose da AstraZeneca seria "pouco ou nada eficaz" contra a variante Delta.

Estas tendências são confirmadas na vida real: segundo as autoridades britânicas, apenas uma dose de qualquer uma das vacinas tem eficácia de 33% para impedir a forma sintomática da doença causada pela Delta (e 50% para a variante Alpha).

Entre todos os imunizantes autorizados, apenas o do laboratório Janssen é de dose única. No momento não há dados sobre sua proteção para a variante Delta.

- E depois?

Para frear a propagação desta variante, 60% mais transmissível que a Alpha segundo as autoridades britânicas, os cientistas insistem na importância da vacinação completa, com duas doses.

Criar este "bloco de vacinados", nas palavras do presidente do Conselho Científico francês Jean-François Delfraissy, tem um segundo objetivo: impedir o surgimento de outras variantes entre a população que está parcialmente ou nada protegida.

A perspectiva que preocupa mais é o surgimento de outras mutações do vírus, mais resistentes às vacinas.

"Mas não se deve basear tudo na vacinação", declarou à AFP o epidemiologista Antoine Flahault.

Ele considera crucial "manter a circulação do vírus muito baixa", com outras medidas de controle (detecção de casos, medidas de restrição, etc), pois quanto mais circula o vírus, mais possibilidades de mutação e maior possibilidade de outras variantes.

A análise das coletas de 96 pacientes que testaram positivo para a Covid-19 em Pernambuco reforçou que a variante gama (P.1) do novo coronavírus é a linhagem prevalente do vírus no Estado. A cepa foi relatada primeiramente no Amazonas.

Os dados, divulgados nesta terça-feira (15), foram analisados pelo Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA/UFPE), em pacientes residentes em municípios do Agreste e Zona da Mata de Pernambuco.

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O resultado apontou que mais da metade dos exames (56,25%) apresentaram a cepa P.1, seguido da B.1.1 (19%) e da B.1.1.406 (10%). A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) afirma que um novo sequenciamento genético já está programado para os próximos dias. 

Nos municípios do Agreste, do total de exames com a cepa P.1 identificada, 20% das amostras eram de pacientes residentes em Garanhuns; 15% de moradores de Caruaru; 6% do município de Cumaru; e 2% cada de pacientes residentes em Agrestina e Bom Jardim. Apenas o município de Cachoeirinha não teve a presença da P.1 detectada em suas amostras biológicas.

Já 7% dos genomas positivos para a P.1 foram de amostras biológicas de pacientes residentes no município de Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A variante gama foi detectada no Estado pela primeira vez no mês de fevereiro em dois pacientes do Amazonas que vieram para Pernambuco dar continuidade no tratamento, em decorrência da crise sanitária que aquele estado vivia na época.

Já em abril, cinco amostras biológicas de pernambucanos confirmados para a Covid-19 apresentaram, em sequenciamento genético, a variante P.1 da doença. No início deste mês, o sequenciamento genético de 233 amostras, realizado pelo LIKA e pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE), também detectou a presença da P.1 na maioria das coletas.

O Vietnã detectou uma nova variante do vírus da covid-19, que seria uma combinação das variantes indiana e britânica, informou neste sábado a imprensa estatal.

A notícia foi divulgada no momento em que o país enfrenta uma nova onda de contágios em mais da metade de seu território, incluindo as zonas industriais e as grandes cidades como Hanói e Ho Chi Minh.

Até o momento, o Vietnã permaneceu relativamente protegido do coronavírus, mas a maioria dos 6.700 casos e 47 mortes no país foram registrados desde abril.

"Descobrimos uma variante híbrida, que combina a indiana e a britânica", afirmou neste sábado o ministro da Saúde, Nguyen Thanh Long, em uma reunião sobre a pandemia.

"A característica principal deste vírus é que se propaga rapidamente pelo ar. A concentração de vírus na garganta e na saliva aumenta rapidamente se espalha com muita força para o ambiente próximo", completou.

O ministro não revelou quantos casos da nova variante foram registrados até o momento, mas afirmou que o país divulgará em breve a descoberta no mapa mundial de cepas genéticas.

Até o momento, o Vietnã havia registrado sete variantes do vírus. O país foi elogiado por sua gestão da primeira onda da pandemia no ano passado, com a adoção de quarentenas em larga escala, além de um sistema estrito de diagnóstico e isolamento.

Neste momento e diante do aumento de contágios, os deslocamentos estão muito limitados no país e os locais de lazer e culto estão fechados em várias regiões.

O Vietnã tem 97 milhões de habitantes e até o momento vacinou um milhão de pessoas. As autoridades querem acelerar o ritmo e alcançar a imunidade coletiva até o fim do ano.

O governo de Minas Gerais confirmou, nesta sexta-feira (28), a identificação de um paciente infectado com a cepa indiana do coronavírus, em Juiz de Fora. O homem, que está internado no Hospital Santa Casa de Misericórdia, se deslocou de carro de São Paulo até o município mineiro.

Segundo comunicado oficial, ele teve contato apenas com sua esposa, que está assintomática e segue sendo monitorada e em isolamento domiciliar.

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Registrada pela primeira vez na Índia, em dezembro de 2020, a mutação B.1.617 já foi identificada inicialmente nos Estados do Maranhão, onde foram diagnosticados seis tripulantes de um navio cargueiro vindo da África, e São Paulo, em um paciente que teria viajado ao país asiático.

Na quarta-feira (27), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio informou que um passageiro que veio da Índia e testou positivo para a cepa indiana do SARS-CoV-2 está em quarentena. Segundo o órgão, todas as pessoas que tiveram contato com o caso estão sob monitoramento.

Em coletiva de imprensa on-line promovida pelo Governo de Pernambuco na tarde desta quinta-feira (27), o secretário de Saúde, André Longo, cobrou do Ministério da Saúde doses extra de vacinas contra a Covid-19 e testes de antígenos para investigar a presença da variante indiana do vírus, chamada de B.1.617, no Agreste do Estado. A região vive semanas dramáticas com a rápida aceleração do número de contaminações do novo coronavírus, com longas filas de espera por leitos de UTI.

De acordo com Longo, na semana epidemiológica de número 20, que se encerrou no último sábado, os números de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e de solicitação de leitos subiram em todo o Estado e, de forma mais agressiva, no Agreste. “Agora temos uma situação que requer muita atenção na primeira macrorregião de Saúde [que compreende a Região Metropolitana do Recife] e de alerta máximo no Agreste. Para se ter uma ideia, registramos na segunda macrorregião de Saúde um aumento de 35% em uma semana e de 55% em quinze dias nas solicitações de UTI. Nesse mesmo período, o crescimento de solicitações em todo o estado foi de 15% e 18%, respectivamente, em uma semana e quinze dias”, informou o secretário.

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Segundo Longo, os números justificam a suspeita de que o Agreste esteja experienciando seu primeiro contato com uma nova variante. “A velocidade extraordinária com que a gente viu a onda de novas demandas por leitos na região do agreste chamou muita atenção para a circulação de uma nova variante. Não significa que seja a variante indiana, mas aqui em Pernambuco, como todos sabemos, nas últimas análises amostrais de sequenciamento genético, predominava a variante P1 amazônica”, comentou.

Longo criticou ainda a lentidão do governo federal para repassar os testes rápidos de antígenos para as unidades federativas. “Solicitamos ao Ministério da Saúde, que tem mais de 3 milhões de testes lá e inclusive disponibilizou 600 mil testes para o Maranhão, o envio imediato de 200 mil testes que queremos concentrar na região do Agreste, nos municípios mais acometidos pela onda de contaminação”, colocou Longo.

Em ligação direta para o ministro Marcelo Queiroga, o secretário expôs a alta de casos da região. "Falei por telefone com o ministro Queiroga sobre a necessidade de uma vigilância genômica mais ágil e mais rápida, já que o Brasil ainda peca na avaliação dessas variantes através do sequenciamento genético [...] Também procuramos o Lika [Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami] aqui do estado para que pudesse nos dar suporte, bem como com a Fiocruz, para poder agilizar o sequenciamento genético de amostras recentes aqui do estado”, completou Longo.

A aceleração exponencial dos índices da Covid-19 no Agreste de Pernambuco intensificou a suspeita do surgimento de uma nova variante do vírus na região. As UTIs estão lotadas com pacientes graves e uma quarentena rígida foi instituída nos municípios, mas não atende todo o Estado. Em entrevista ao LeiaJá, a vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Bernadete Perez, considera que a descoordenação das autoridades sanitárias locais amplia as chances de uma nova cepa brasileira.

"As variantes aconteceram nos lugares em que a epidemia estava francamente em descontrole e Pernambuco têm sido um verdadeiro laboratório a céu aberto do vírus. Nossa situação é de calamidade! Ninguém suporta mais tanto sofrimento, famílias desfeitas, mortes evitáveis, comunidades morrendo", alerta a sanitarista, que discorda do formato restritivo desigual decretado até o próximo dia 6.

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Para a médica, as medidas são insuficientes e tardias, pois "Pernambuco precisa de uma medida restritiva rigorosa de, pelo menos, 14 dias, e a gente tá defendendo de 21 dias de lockdown no estado. Os alertas são fracos, as pessoas circulam e nem se protegem".

Do ponto de vista sanitário, há tempos a condição crítica já deveria ter sido respondida com um novo lockdown. Entretanto, conforme a vice-presidente, interesses além da Saúde dos pernambucanos podem explicar a postura do Governo do estado.

“Ao que parece, nada tem relação com a vida das pessoas e muito tem relação com a proteção dos empresários em Pernambuco. É o que nos parece quando a gente vê esse plano de restrição do Estado, que é absolutamente insuficiente, paradoxal e contraditório com a situação epidemiológica", afirma.

Pouco se sabe sobre as cepas já identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas "é possível que existam outras tantas variantes ainda não descobertas a nível mundial", pontua Perez.

Ela cobra pela vigilância genômica dos casos suspeitos e agilidade na vacinação, pois a mutação pode influenciar na eficácia dos imunizantes e fazer com que o vírus evolua para uma forma mais transmissível e letal. "A única proteção que a gente tem hoje é a capacidade de reação individual do organismo de cada um, porque a gente não tem uma política de enfrentamento à pandemia pelas autoridades sanitárias", critica.

Além de desaprovar a forma como Pernambuco enfrenta a pandemia, vale destacar que a população precisa apoiar tanto as restrições, quanto as normas de proteção, como uso adequado de máscara, higienização das mãos e distanciamento social. "Quanto mais infectados e replicação viral a gente tem, maior probabilidade de mutações levando a novas cepas e novas variantes com características que a gente não sabe qual é", adverte.

A resposta do Governo

Questionado pelo LeiaJá sobre o andamento da investigação dessa possível variante que circula pelo Agreste, o Governo de Pernambuco se restringiu a informar que vem “atuando para fazer o sequenciamento genômico de amostras de pacientes confirmados para a Covid-19 para verificar as possíveis variantes em circulação”.

A Secretaria estadual de Saúde (SES) do Rio informou que o passageiro que veio da Índia e testou positivo para a cepa indiana do SARS-CoV-2 está em quarentena. Segundo o órgão, todas as pessoas que tiveram contato com o caso estão sob monitoramento. Todo eventual deslocamento é acompanhado pelos órgãos de vigilância sanitária de Campos de Goytacazes, no norte fluminense, do Rio e da própria SES, afirma nota divulgada na noite desta quarta-feira (26).

O texto informa ainda que todas as pessoas que tiveram contato com o passageiro infectado foram contatadas e orientadas a observar quarentena e a comunicar às autoridades sanitárias a ocorrência de qualquer sintoma.

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A secretaria ainda avalia, junto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a possibilidade de criar barreiras sanitárias para os voos domésticos. As barreiras para os voos internacionais são de responsabilidade do Ministério da Saúde.

A nota lembra ainda que todos os protocolos de segurança devem ser mantidos, como uso de máscaras e distanciamento social.

O Estado de São Paulo identificou o primeiro caso da cepa B.1.617 do coronavírus, conhecida como variante indiana. O paciente tem 32 anos, é morador de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 22 de maio. A amostra foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria Estadual da Saúde, e o sequenciamento, finalizado nesta quarta-feira (26).

O passageiro foi identificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pelo monitoramento no aeroporto. O órgão federal informou a pasta estadual sobre o caso positivo quando o passageiro já havia embarcado em voo doméstico para o Rio de Janeiro. Segundo o governo estadual, não há registros de um caso autóctone desta linhagem no Estado de São Paulo.

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A secretaria informou que, imediatamente após ser comunicada pela Anvisa, iniciou as medidas de vigilância epidemiológicas necessárias junto ao município. Foi solicitada a lista completa dos passageiros do voo, além dos nomes de todos os funcionários do aeroporto, laboratório e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento. As equipes de vigilância do Rio de Janeiro também foram imediatamente notificadas para o acompanhamento do caso.

Desde o último dia 14 de maio, as equipes de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde notificam os municípios de residência de todos os passageiros vindos da Índia que desembarcam no Brasil. A medida é uma parceria com a Anvisa, que envia para a Saúde a lista completa dos passageiros do voo.

Triagem

Nesta terça-feira (25), a Prefeitura de São Paulo começou a fazer uma triagem no Terminal Rodoviário do Tietê, na zona norte, para evitar a entrada da variante indiana na cidade. Os passageiros que chegam do Maranhão, local onde a variante foi confirmada, têm a temperatura aferida e precisam preencher um questionário de saúde. Outras ações de prevenção estão sendo feitas nas rodovias.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal investiga a possibilidade de um passageiro que chegou a Brasília vindo da Índia estar contaminado com a versão B.1.617 do vírus que causa a covid-19, conhecida como 'variante indiana'. Além do Distrito Federal, também há suspeitas de infecção pela nova cepa no Ceará, no Pará e no Rio de Janeiro - além do Maranhão, onde já há casos confirmados de infecção pela mutação.

O caso do Distrito Federal foi detectado primeiro pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, e depois confirmado pelas autoridades locais de Brasília. O passageiro é brasileiro mas mora na Índia, segundo o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto. Ele veio para o Brasil a passeio, em um avião no qual havia uma pessoa diagnosticada com a variante indiana. O homem também fez escalas no Rio de Janeiro e no aeroporto de Guarulhos (SP) antes de chegar ao Distrito Federal.

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Segundo Okumoto, o homem está isolado em casa. Ele foi visitado por profissionais da secretaria de Saúde do DF, que o examinaram e colheram material para um teste do tipo RT-PCR. O homem está assintomático, e os resultados do teste para determinar se ele está contaminado ou não devem sair nesta terça-feira, dia 25.

Até o momento não há registro de casos da variante indiana em Brasília, segundo o governo do Distrito Federal comandado por Ibaneis Rocha (MDB). Por ora, o governo local não aplicará qualquer barreira para tentar evitar a chegada da nova variante.

No sábado, o Ministério da Saúde anunciou medidas para tentar conter o espalhamento da variante indiana da covid-19 no País. A pasta despachou 600 mil unidades de testes de antígenos para o Maranhão, onde já existem casos confirmados. O Estado também receberá 300 mil doses adicionais das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca para reforçar a vacinação em alguns municípios, como Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar, além da capital São Luís. Além disso, haverá barreiras sanitárias em aeroportos, rodoviárias e algumas rodovias.

Ao todo, seis tripulantes de um navio cargueiro vindo da Malásia foram identificados com a 'variante indiana' no Maranhão, no fim da semana passada. Um deles está internado na UTI de um hospital privado de São Luís - os demais estão em quarentena no próprio navio. Ao menos 100 pessoas tiveram contato com os tripulantes infectados. Elas serão testadas e monitoradas, segundo o secretário de Saúde maranhense, Carlos Lula. O Ministério da Saúde disse estar ajudando no rastreamento dos contatos e no monitoramento dos infectados. O navio estava fretado pela mineradora Vale para o transporte de minério de ferro.

A variante B.1.617 parece possuir características que a tornam mais transmissível que outras cepas do coronavírus. Esta característica pode ter contribuído para o recente aumento de casos na Índia, local onde acredita-se que a nova cepa tenha surgido. Por causa destas características, ela foi classificada como uma "variante de preocupação global" pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Monitoramento

O Distrito Federal não é a única unidade da federação em que há suspeitas de infecção pela nova variante do coronavírus. Possíveis situações de contágio são investigadas em pelo menos outros três Estados: Rio de Janeiro, Ceará e Pará.

No Rio, a prefeitura de Campos dos Goytacazes está acompanhando o caso de um morador que voltou da Índia neste sábado, dia 22. Ele estava no país a trabalho, e já teve o diagnóstico de Covid-19 confirmado por um teste RT-PCR - ele desembarcou no aeroporto de Guarulhos. Ele está apresentando sintomas, como dor de cabeça e rouquidão. O homem está isolado e amostras estão sendo sequenciadas para saber se ele se contaminou com a variante indiana ou não.

Depois do Maranhão, o segundo Estado a investigar suspeitas da nova variante foi o Ceará. Trata-se de um cidadão indiano, tripulante de um navio mercante, que estava no porto de Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza. Ele testou positivo para a doença, sem contudo apresentar sintomas da doença. Uma amostra foi enviada para sequenciamento genético, de modo a determinar de qual variante se trata.

No Pará, a Secretaria de Saúde investiga dois casos suspeitos de infecção pela nova variante, no município de Primavera, a 193 quilômetros da capital Belém. Os pacientes teriam vindo do litoral do Maranhão. Eles já estão em isolamento, e amostras extraídas dos dois foram enviadas para serem sequenciadas no Instituto Evandro Chagas.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) investiga dois casos suspeitos de infecção pela variante indiana B.1.617 do coronavírus no município de Primavera. Os pacientes teriam visitado o litoral do Maranhão, onde a cepa foi identificada na semana passada, antes de apresentarem os sintomas. É o terceiro Estado a notificar investigações - o Ceará também apura uma contaminação.

Primavera fica a 193 quilômetros de Belém. A secretaria informou que os pacientes já estão em isolamento, e amostras de ambos foram encaminhadas para sequenciamento no Instituto Evandro Chagas.

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Para tentar conter a entrada da variante indiana da Covid-19 no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou no sábado (22) a implementação de barreiras sanitárias em aeroportos, rodoviárias e grandes rodovias. O governo também prometeu enviar testes rápidos de antígeno ao Maranhão para que sejam usados em estratégias de bloqueio. Outras 2,4 milhões de unidades serão destinadas aos demais Estados, com foco principalmente em áreas de fronteira e terminais com grande fluxo de passageiros - a distribuição deve ser definida hoje em reunião com secretários municipais e estaduais de Saúde.

Ontem, mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou, sem máscara, de ato com motociclistas e provocou aglomeração no Rio, o ministro Marcelo Queiroga viajou ao Maranhão para entregar os 600 mil testes de detecção da covid-19. Em São Luís, Queiroga se reuniu com o governador Flávio Dino (PCdoB), desafeto de Bolsonaro, e pregou integração no trabalho de combate à doença.

"Vamos trabalhar juntos, de forma articulada, para prover a segurança necessária, para transmitir à população o que ela precisa: confiança nos seus gestores, confiança no ministro, no secretário estadual de Saúde, no secretário municipal de Saúde, porque estamos trabalhando juntos pelo povo do Brasil", afirmou Queiroga, sem fazer qualquer menção ao ato promovido mais cedo pelo presidente.

Para tentar reduzir o risco de propagação da nova cepa, o ministro informou ainda que o Maranhão receberá 5% a mais de doses de vacinas. Os imunizantes serão utilizados nas cidades de São Luís, Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, que compõem a Ilha de São Luís. Dino destacou que manterá "diálogo administrativo" com o governo federal e os municípios.

Queiroga e Dino também sobrevoaram o navio MV Shandong da Zhi, que está isolado e no qual houve registro dos seis primeiros casos da variante.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) anunciou na noite do sábado, 22, que investiga dois casos suspeitos de infecção pela "variante indiana" B.1.617 do coronavírus no município de Primavera. Os pacientes teriam visitado o litoral do Maranhão, onde a cepa foi identificada na última semana, antes de apresentarem os sintomas.

Primavera fica a cerca de 193 quilômetros da capital Belém e, de acordo com a Sespa, os dois pacientes estiveram em Porto de Itaqui, no litoral maranhense, antes de contraírem o vírus. A secretaria informa que eles já estão sendo monitorados e em isolamento, e que as amostras de ambos foram encaminhadas para sequenciamento no Instituto Evandro Chagas.

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Na véspera, o governo do Ceará já havia informado que também investiga a suspeita de um caso do coronavírus pela cepa B.1.617. O paciente, que está em Fortaleza, voltou de uma viagem à Índia no último dia 9.

O primeiro caso de infecção pela B.1.617 no Brasil foi registrado na quinta-feira, 20, em um tripulante que chegou ao Maranhão depois de ter embarcado na África do Sul. De acordo com o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, seis amostras analisadas pelo Instituto Evandro Chagas confirmaram a nova cepa em pacientes a bordo do navio MV Shandong da ZHI.

No sábado, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, participou de uma reunião online com o ministro Marcelo Queiroga para propor barreiras sanitárias no acesso à capital paulista. O objetivo é atuar na entrada de pessoas provenientes do Maranhão e da Argentina, nos aeroportos, rodoviárias e rodovias para evitar a circulação da nova variante indiana da Covid-19 na capital.

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