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O papa Francisco inaugurou o ano de 2023, neste domingo (1º), com uma homenagem ao “amado” pontífice emérito Bento XVI, falecido na véspera (31), cujo funeral será presidido pelo argentino na próxima quinta-feira (5), no Vaticano.

"Hoje confiamos à Santíssima Madre o amado papa emérito Bento XVI para que o acompanhe em sua passagem deste mundo para Deus", disse o papa durante a missa solene do primeiro dia do ano na Basílica de São Pedro.

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"Nos unimos todos juntos, com um só coração e uma só alma, para dar graças a Deus pelo dom deste fiel servidor do Evangelho e da Igreja", afirmou o pontífice argentino da janela do palácio apostólico ao meio-dia (horário local), por ocasião do Ângelus dominical.

A multidão reunida na Praça de São Pedro, incluindo vários representantes de países em guerra com suas bandeiras, aplaudiu as palavras de Francisco, que depois fez um minuto de silêncio.

"Bento XVI foi uma grande pessoa, muito simples e humilde", disse à AFP a professora italiana Paola Filippa, de 58 anos.

Ontem, Francisco fez uma comovente homenagem a seu antecessor, o alemão Joseph Ratzinger, primeiro papa a renunciar na história moderna.

O brilhante teólogo e ferrenho guardião do dogma morreu no sábado, aos 95 anos, após vários dias de agonia no mosteiro dentro do Vaticano, onde residia desde sua renúncia, em 2013

"Com emoção, recordamos com emoção uma pessoa tão nobre e bondosa", disse Francisco durante as orações de Ano Novo na Basílica de São Pedro, evento depois do qual agradeceu ao pontífice emérito "por todo bem que fez".

"Apenas Deus conhece o valor e a força de seus sacrifícios oferecidos pelo bem da Igreja", afirmou, em suas primeiras palavras públicas sobre a morte de Bento XVI.

- Um funeral inédito -

Será a primeira vez na história milenar da Igreja Católica que um papa em exercício enterrará outro papa. Dezenas de milhares de pessoas são esperadas, incluindo chefes de estado e líderes de outras religiões, ao funeral do 265º papa da história.

A cerimônia começará às 5h30 (horário de Brasília) e será sóbria, conforme desejo de Bento XVI.

Com esse ato, encerra-se também encerrará a saga dos "dois papas", que conviveram por quase uma década no menor Estado do mundo.

Será "uma cerimônia simples", disse o diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

A partir de segunda-feira (2), os fiéis poderão velar o corpo de Joseph Ratzinger na capela que será aberta na Basílica de São Pedro.

Ontem, muitos católicos presentes no Vaticano expressaram sua tristeza pela morte do pontífice alemão, que representava uma visão conservadora da Igreja, menos sensível aos conflitos e problemas dos mais pobres do mundo.

"É uma dor muito grande. Era uma pessoa muito reservada, mas percebemos sua profundidade, e ele fez muito pela Igreja", disse Milo Cecchetto, um romano presente na praça.

Em seu testamento espiritual, escrito em 2006 e divulgado no sábado, Bento XVI pediu "perdão de coração" a todos aqueles a quem possa ter ofendido em sua vida. Também agradeceu aos seus pais por terem-lhe dado a vida "em uma época difícil", na Alemanha em 1927, que caminhava para o nazismo.

- Nova etapa -

Sua morte provocou reações em todo mundo, desde o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, aos presidentes de Estados Unidos, França e Rússia, que enviaram mensagens de pêsames.

O falecimento de Bento XVI também abre uma nova etapa para o pontificado de Francisco, de 86 anos, que confessou, em várias ocasiões, que não descarta renunciar, se ficar incapacitado. Uma opção impossível com dois papas no Vaticano, um emérito e outro reinante. Três pontífices seriam impensáveis até para os mais anticlericais.

Para muitos observadores e apoiadores do Vaticano, Francisco está empenhado em fazer uma série de reformas internas e não pensa em abdicar por enquanto. E poderia, inclusive, estabelecer normas para os papas eméritos, após o precedente estabelecido por Bento XVI, o primeiro a renunciar em seis séculos de história.

O papa emérito Bento XVI está lúcido, consciente e estável, mas com um estado ainda grave, disse o Vaticano nesta quinta-feira, 29. O anúncio ocorre um dia após a notícia de que a saúde do antigo pontífice, hoje com 95 anos, havia piorado recentemente.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, declarou que o papa Francisco repetiu o pedido de orações contínuas por Bento XVI, "para acompanhá-lo nessas horas difíceis". Na quarta-feira, 28, o atual papa revelou que seu antecessor estava "muito doente" e que foi visitá-lo nos Jardins do Vaticano, onde vive após deixar o pontificado, em 2013.

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Segundo Bruni, Bento XVI "conseguiu descansar bem ontem (quarta-feira, 28) à noite, e está absolutamente lúcido e consciente hoje. Embora seu estado permaneça grave, a situação no momento é estável". "O papa Francisco renova o convite para rezar por ele e acompanhá-lo nestas horas difíceis", ressaltou.

Respondendo ao apelo, a Diocese de Roma agendou uma missa especial em homenagem a Bento XVI para esta sexta-feira, 30, na Basílica de São João de Latrão, na qual o papa emérito foi bispo de Roma.

A notícia do declínio da saúde de Bento XVI levantou questões sobre o que acontecerá quando ele morrer, diante da falta de precedentes para o funeral de um papa emérito durante o papado de outro pontífice.

A maioria dos especialistas do Vaticano espera que qualquer funeral se pareça com o de qualquer bispo aposentado de Roma, embora com a ressalva de que haveria delegações oficiais para homenagear um ex-chefe de Estado, bem como peregrinos da Alemanha, país natal de Bento XVI, e de outros lugares. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O Vaticano confirmou nesta quinta-feira (15) que foram apresentadas desculpas à Rússia pelas observações do papa Francisco sobre o suposto comportamento cruel das minorias étnicas russas no conflito na Ucrânia.

"Confirmo que houve contatos diplomáticos a esse respeito", disse o diretor do serviço de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, questionado sobre uma declaração da porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, que disse que o Vaticano se desculpou pelas palavras do santo padre.

No final de novembro, Francisco enfatizou em uma entrevista que alguns dos combatentes "mais cruéis" da ofensiva russa na Ucrânia "não são de tradição russa", mas pertencem a minorias como "chechenos ou buriates", em referência aos povos dessas regiões russas.

Essas palavras causaram reações furiosas na Rússia. "Isso não é mais russofobia, é perversão", escreveu Zakharova no Telegram.

A Rússia foi acusada em setembro de mobilizar desproporcionalmente homens pertencentes a minorias étnicas da Sibéria e do Cáucaso para apoiar sua ofensiva na Ucrânia.

De acordo com os críticos do Kremlin, as minorias concentradas em regiões pobres e remotas da Rússia também têm mais soldados mortos nas linhas de frente na Ucrânia do que russos étnicos.

Mas essas minorias também foram acusadas de terem participado de atrocidades atribuídas por Kiev às forças russas, como o massacre de Bucha.

A página do Vaticano na internet deixou de funcionar na tarde desta quarta-feira (30), após "tentativas de acesso anormais", informou o serviço de imprensa da Santa Sé, após sofrer um suposto ciberataque.

O embaixador ucraniano na Cidade do Vaticano atribuiu à Rússia este ciberataque, que ocorre no dia seguinte a Moscou criticar declarações do papa Francisco sobre a guerra na Ucrânia.

"Investigações técnicas estão em curso, devido a tentativas anormais de acesso à página web", informou na noite desta quarta-feira à AFP Matteo Bruni, diretor do serviço de imprensa do Vaticano.

Várias páginas da Santa Sé ficaram fora do ar na tarde desta quarta e o portal oficial, vatican.va, continuava assim durante a noite.

Este suporto ciberataque ocorre um dia depois de as autoridades russas expressarem sua "indignação" com declarações recentes do pontífice, que classificou como "cruéis" as minorias russas que participam da guerra na Ucrânia.

"Geralmente, os mais cruéis talvez sejam os povos que são da Rússia, mas não são da tradição russa, como os chechenos, os buriatos, etc", disse Francisco em entrevista concedida para "America", uma publicação jesuíta americana.

"Os terroristas russos atacaram hoje as páginas do Estado do Vaticano", escreveu no Twitter o embaixador ucraniano na Santa Sé, Andrei Yurash, segundo quem o suposto ciberataque foi "uma resposta às últimas declarações" do papa.

O papa Francisco oficializou neste domingo, em Roma, a sua participação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de agosto de 2023 em Lisboa.

Ao lado de dois jovens portugueses em sua janela com vista para a Praça de São Pedro, o pontífice foi o primeiro peregrino a fazer a inscrição para o evento, que reúne jovens católicos de todo o mundo, após a bênção semanal do Angelus diante de milhares de fiéis.

Quase um milhão de jovens são aguardados na JMJ de Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023.

Inicialmente previsto para agosto de 2022, o evento foi adiado devido à crise de saúde provocada pela pandemia de covid-19 .

A Jornada Mundial da Juventude, que acontece a cada três anos, foi criada por João Paulo II em 1986.

Desde sua eleição, o papa argentino participou em três edições: Rio de Janeiro em 2013, Cracóvia em 2016 e Panamá em 2019.

Questionado em setembro por um jornalista de um canal de televisão português sobre sua participação JMJ, o pontífice ironizou: "O papa virá. Francisco ou João XXIV, mas o papa virá!".

O papa Francisco se reuniu nesta segunda-feira (3) com o CEO da Apple, Tim Cook, em audiência no Vaticano, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé.

O Vaticano não divulgou mais detalhes sobre o encontro. Cook, no entanto, é conhecido por ser apoiador de causas como preservação do meio ambiente e da privacidade, além dos direitos LGBTQIA+, temas que podem ter sido debatidos.

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O executivo está atualmente fazendo um tour por países europeus. Na Itália, ele recebeu um mestrado honorário em Inovação e Gestão Internacional pela Universidade de Nápoles no fim de setembro.

Cook ingressou na Apple - uma das gigantes da Big Tech e uma das maiores empresas de capitalização do mundo - em março de 1998 como vice-presidente de operações globais, depois atuou como vice-presidente executivo de vendas e operações.

Ele foi nomeado CEO em 24 de agosto de 2011, antes da morte de Steve Jobs em outubro daquele ano. Durante seu mandato, ele apoiou a reforma política de vigilância doméstica e internacional, segurança cibernética, tributação corporativa, fabricação nos EUA e proteção ambiental.

Em 2014, Cook se tornou o primeiro CEO de uma empresa da Fortune 500 a se declarar publicamente homossexual. Ele também atua nos conselhos da Nike, National Football Foundation, e é um administrador da Duke University.

Em março de 2015, ele disse que planejava doar toda a sua fortuna para caridade. Segundo a Forbes, ele tem um patrimônio líquido de US$ 1,3 bilhão.

Da Ansa

O Vaticano esclareceu nesta terça-feira (30) a posição do papa Francico sobre a Ucrânia e denunciou uma "guerra bárbara desencadeada pela Rússia", após uma declaração sobre a filha de um ideólogo russo que irritou a diplomacia ucraniana.

"As palavras do Santo Padre sobre o dramático assunto devem ser lidas como uma voz levantada para defender a vida humana e os valores associados a ela, e não como uma posição política", disse a Santa Sé em comunicado.

Na quarta-feira (24), durante sua audiência geral semanal, Francisco se referiu à "pobre moça que detonou uma bomba sob o assento de um carro em Moscou", referindo-se à morte de Daria Dugina, jornalista e cientista política de 29 anos, filha do considerado ideólogo do presidente russo Vladimir Putin, Aleksandr Dugin.

Essa frase provocou uma reação inédita do embaixador da Ucrânia na Santa Fé, Andrii Yurach, que classificou o discurso do papa como "decepcionante" em um tuíte.

No dia seguinte, o núncio apostólico na Ucrânia foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores em Kiev.

"Quanto à guerra em larga escala na Ucrânia, desencadeada pela Federação Russa, as intervenções do Santo Padre são claras e sem equívocos ao condená-la como moralmente injusta, inaceitável, bárbara, sem sentido, repugnante e sacrílega", acrescenta o comunicado.

Francisco, que não deixou de condenar a guerra e nem de manter uma abertura diplomática com a Rússia, reiterou no final de julho seu "desejo" de viajar para a Ucrânia, sem especificar uma data.

O Brasil passou a ter oficialmente dois novos cardeais, um deles da Amazônia - o primeiro na história da Igreja Católica no País. Com a cerimônia do Consistório Ordinário Público, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no último sábado (27), os brasileiros dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, e dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, passam a integrar o Colégio de Cardeais que tem entre suas atribuições a escolha do sucessor do Papa Francisco, caso este venha a morrer ou se aposentar.

Ao todo, Francisco nomeou 21 novos cardeais para o colégio, que passa a contar 227 membros, dos quais 132 são eleitores.

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O oitavo consistório do pontificado de Francisco acontece em um momento em que o próprio papa, aos 85 anos, admitiu a possibilidade de uma renúncia, após retornar de exaustiva agenda no Canadá, no fim de julho.

Amazônia Tensa

Crítico das políticas do atual governo para a Amazônia, o franciscano dom Leonardo Steiner, de 71 anos, natural de Forquilhinha (SC), tem contato intenso com a Região Amazônica desde 2005, quando foi nomeado bispo pelo então papa João Paulo II para a Prelazia de São Félix, no Mato Grosso. Após ser nomeado pelo papa Francisco como arcebispo da Arquidiocese de Manaus, em 27 de novembro de 2019, ele participou da articulação para realizar o Sínodo da Amazônia.

Dom Leonardo considerou sua nomeação "uma expressão de carinho, acolhida, proximidade e de cuidado do papa Francisco para com toda a Amazônia", disse. Ele lembrou que "a colaboração que posso dar ao Santo Padre é justamente fazer com que a Amazônia seja lembrada, pois em alguns momentos o papa sempre nos lembra que esta parte do Brasil está em seu coração".

Conforme o arcebispo, a situação da Amazônia é muito tensa. Ele lembrou as mortes do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, assassinados em maio deste ano por criminosos que agem no Amazonas, e disse que os mandantes não foram presos.

Citou ainda o assassinato da missionária americana Dorothy Stang em, em fevereiro de 2005, no Pará, em que houve dificuldade para a punição dos mandantes. "Corremos até um pouco de perigo, diante da violência que existe, da apreensão que nós vivemos, de esquecermos dos nossos povos como índole, como cultura."

Juventude

Nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio em 2010 pelo papa Bento XVI, dom Paulo Cezar da Costa assumiu a Arquidiocese de Brasília em outubro de 2020. Natural de Valença (RJ), atuou também na diocese de São Carlos, interior paulista. Com 55 anos, é considerado um cardeal jovem.

Dom Paulo Cezar disse que sua nomeação significa a confiança do papa, mas também a responsabilidade de levar adiante aquilo que Francisco quer para a Igreja. "Que seja uma Igreja próxima, evangelizadora e missionária. O sentimento é de gratidão por aquilo que Francisco está fazendo, seja pela Igreja do Brasil, da Amazônia, pela Igreja de Brasília, e ao mesmo tempo sentimento do amor misericordioso de Deus para comigo."

Ele lembrou que os tempos atuais são desafiadores e o papa espera muito da Igreja do Brasil. "A primeira grande visita que Francisco fez foi para o Brasil e de certa forma nosso país está no coração dele. Acho que o papa quis brindar a Igreja do Brasil, a Amazônia, o Centro-Oeste com dois servidores do povo de Deus. Sempre tive a consciência de que nosso ministério é ser servidor do povo de Deus. Que nossa Igreja possa ser um pouco mais bonita, mais evangelizadora, mais missionária."

Encontro dos cardeais

Nesta segunda e nesta terça-feira, haverá um encontro dos cardeais para refletir sobre a nova Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, que entrou em vigor em 5 de junho. A convocação para esse "pré-conclave" aumentou as especulações sobre uma possível renúncia de Francisco, que completa dez anos de papado em março de 2023 e está com a saúde debilitada. Francisco foi submetido a uma cirurgia do cólon em 2021 e tem mobilidade reduzida por causa de dores no joelho.

Dos novos nomeados, 16 têm direito a voto por terem menos de 80 anos. Além dos dois brasileiros, o papa argentino nomeou outros dois cardeais da América do Sul - Paraguai e Colômbia - e de outros países considerados mais periféricos, onde a Igreja vem crescendo, como Índia (dois), Nigéria, Timor Leste, Cingapura e Mongólia.

O número de cardeais eleitores variou ao longo da história. Em 1586, o Papa Sisto V fixou o número em 70. Em 1973, o Papa Paulo VI limitou o número a 120, o que foi mantido pelo Papa João Paulo II.

Purpurados brasileiros

Até a nomeação dos novos cardeais, o Brasil tinha cinco membros no colégio cardinalício. Os mais antigos, nomeados pelo papa Bento XVI são dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP); dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida (SP); e dom Assis João Braz de Aviz, atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano.

Os outros dois foram nomeados pelo Papa Francisco: dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ); e dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil. Dom Geraldo Majella Agnelo, nomeado cardeal em 2001, renunciou em 2011 por motivo de idade.

Com as novas nomeações, o Brasil passa a contar 24 cardeais em sua história, sendo cinco mineiros, cinco catarinenses, quatro gaúchos, quatro paulistas, dois pernambucanos, um fluminense, um cearense, um alagoano e um potiguar.

Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, de Pernambuco, nomeado pelo papa Pio X em 1905, foi o primeiro sacerdote a ser elevado a cardeal na América Latina.

Ao fim da missa deste sábado (20), o bispo diocesano Dom Magnus Henrique anunciou que o Vaticano autorizou o processo de beatificação do Padre Cícero. Milhares de fiéis e romeiros comemoraram a notícia no Largo da Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, no Ceará.

 Animado com os trabalhos pelo título religioso ao Padre Cícero, o bispo da diocese de Crato contou que a abertura do procedimento foi confirmada em uma carta enviada no dia de São João, pelo próprio papa Francisco.

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"É com grande alegria que vos comunico nessa manhã histórica, que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do Santo Padre, o Papa Francisco, uma carta datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorizaçao para abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista, que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus", comunicou em meio a fogos e aplausos dos fiéis presentes.

 

"O mundo está em guerra", lamentou o papa Francisco nesta Sexta-feira Santa (15), algumas horas antes de presidir a Via Crucis noturna no Coliseu de Roma, na qual duas mulheres da Ucrânia e da Rússia levarão a cruz como mensagem de reconciliação aos dois países em guerra.

"Neste momento, na Europa, esta guerra nos atinge com força. Mas vamos olhar um pouco mais longe. O mundo está em guerra. Síria, Iêmen, e depois pense nos rohingya, nos expulsos, nos sem pátria. Em todo lugar há guerra", assegurou o argentino pontífice em entrevista ao canal público da televisão italiana Rai1.

"O mundo escolheu - é difícil dizer - o padrão de Caim e a guerra é implementar o Cainismo, ou seja, matar o irmão", explicou.

Entrevistado sobre a guerra, sobre as imagens recentes de corpos nas ruas da Ucrânia, sobre os crematórios móveis, os estupros, a devastação e a barbárie, o papa lamentou o que chamou de "esquema cainista".

"Eu entendo os governantes que compram armas, eu os entendo. Não os justifico, mas os entendo. Porque temos que nos defender, porque responde ao esquema de guerra cainista", acrescentou.

"Se fosse um modelo de paz, isso não seria necessário. Mas vivemos com esse esquema demoníaco, [que diz] que temos que nos matar pelo poder, pela segurança, por muitas coisas ", frisou.

Francisco presidirá novamente nesta sexta-feira no Coliseu Romano, símbolo do martírio dos cristãos, a Via Crucis noturna.

O papa Francisco pediu neste domingo (10) uma "trégua de Páscoa" na Ucrânia "para alcançar a paz através de negociações verdadeiras".

"Deponham as armas! Que se inicie uma trégua de Páscoa, mas não para voltar a carregar as armas e retomar o combate. Não! Uma trégua para alcançar a paz através de negociações verdadeiras", declarou o pontífice, após ter celebrado a missa do domingo de Ramos na praça de São Pedro.

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"Que vitória será essa que colocará uma bandeira sobre um monte de escombros?", questionou-se o papa sobre esta "guerra que a cada dia nos põe diante dos olhos massacres ferozes e crueldades atrozes, cometidas contra civis indefesos".

Por outro lado, Francisco também disse estar "perto do querido povo do Peru, que está atravessando um momento difícil de tensão social".

O Peru é cenário de manifestações e mobilizações pelas altas dos preços dos combustíveis e dos alimentos.

"Eu os acompanho em oração - prosseguiu o papa, dirigindo-se aos peruanos - e incetivo todas as partes a encontrar o quanto antes uma solução pacífica pelo bem do país, especialmente dos mais pobres, no respeito aos direitos de todos e das instituições".

O papa Francisco promulgou neste sábado(19) uma nova Constituição que reestrutura o órgão de governo do Vaticano, introduzindo mais transparência financeira e abrindo-o para mulheres e laicos, cumprindo uma promessa feita antes de sua eleição em 2013.

A nova Constituição, que entrará em vigor em 5 de junho, reforma partes da Cúria Romana (o governo do Vaticano) e substituirá a "Pastor Bonus" promulgada em 1988 por João Paulo II.

Entre as principais mudanças estão a possibilidade de laicos e mulheres católicas chefiarem departamentos do Vaticano, além da instituição de uma comissão consultiva sobre abuso sexual.

Os dicastérios (ministérios) da Cúria, que por décadas funcionaram com financiamentos a portas fechadas, inicialmente relutaram em aceitar uma gestão mais centralizada, agora consagrada na nova Carta Magna.

- Evangelização -

O documento incorpora muitas reformas já aplicadas pelo papa argentino, mas também contém algumas novidades, como o desejo de expandir o catolicismo para além de seus 1,3 bilhão de fiéis.

A nova Constituição "Praedicate evangelium", de 52 páginas, cria neste sentido um novo "dicastério" para a evangelização, que será presidido pelo próprio Francisco.

Ao se tornar o "evangelizador-chefe", o papa está efetuando uma "mudança tectônica em direção a uma igreja mais pastoral e missionária", disse David Gibson, diretor do Centro de Religião e Cultura da Universidade Fordham, no Twitter.

Nessa linha, o papa afirma que todo cristão batizado é missionário.

“Não se pode deixar de levar isso em conta na atualização da Cúria, cuja reforma deve garantir a participação de laicos e mulheres, inclusive em funções governamentais e de responsabilidade”, disse.

"O papa Francisco vem trabalhando em uma nova estrutura organizacional para o Vaticano há nove anos. É um aspecto importante de seu legado", disse Joshua McElwee, do National Catholic Reporter, no Twitter.

- Proteção de menores -

O texto, que foi publicado no nono aniversário do pontificado de Francisco, também acrescenta a Comissão do Vaticano para a Proteção de Menores – um órgão consultivo papal – ao dicastério que supervisiona as investigações internas de casos de abuso sexual do clero.

Segundo o cardeal Sean O'Malley, que preside a Comissão, trata-se de um "avanço significativo" que dará peso institucional à luta contra um flagelo que assola a Igreja em todo o mundo.

Para Marie Collins, vítima que fez parte da comissão antes de 2017, quando renunciou devido à forma como a Igreja enfrentou a crise, é um retrocesso.

"A Comissão perdeu oficialmente qualquer aparência de independência", disse no Twitter.

O Vaticano defendeu nesta quarta-feira (26) o papa emérito Bento XVI, acusado em um relatório de não ter feito nada para impedir que vários padres abusassem de menores na diocese que ele liderou nos anos 1970-80 na Alemanha e lembrou sua luta contra a pedofilia.

O diretor de comunicação da Santa Sé, Andrea Tornielli, veterano vaticanista, lembrou as medidas tomadas por Bento XVI durante seu mandato papal, além de sua luta contra a pedofilia desde que era cardeal, responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, o antigo Santo Ofício.

Depois de "combater esse fenômeno como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé", Joseph Ratzinger promulgou como pontífice "normas muito duras contra os abusadores do clero, verdadeiras leis especiais para combater a pedofilia", escreveu Tornielli em um editorial publicado no porta de notícias do Vaticano, o Vatican News.

“Bento XVI deu testemunho, com o seu exemplo concreto, da urgência de uma mudança de mentalidade, importante para combater o fenômeno dos abusos, escutando e estando perto das vítimas a quem deve sempre pedir perdão”, sublinhou.

“Foi precisamente Joseph Ratzinger o primeiro papa a se encontrar várias vezes com vítimas de abuso durante suas viagens apostólicas”, lembrou Tornielli, que ressaltou que o relatório alemão “não é uma investigação judicial, muito menos um julgamento final”.

As reconstruções contidas no relatório alemão devem “ajudar a combater a pedofilia na Igreja se não forem reduzidas à busca de bodes expiatórios fáceis e julgamentos sumários”, alertou.

"Só evitando estes riscos poderão contribuir para a busca da justiça na verdade e para um exame colectivo de consciência sobre os erros do passado", destacou.

Bento XVI corrigiu na segunda-feira as declarações dadas aos autores do relatório sobre uma reunião em 1980 dedicada a um padre pedófilo, esclarecendo que o pedido de acomodação durante sua terapia foi aceito e ressaltando que não foi tomada nenhuma decisão sobre a atribuição de uma missão pastoral.

Tanto o Vaticano quanto o papa emérito expressaram "vergonha" e "proximidade" às vítimas de abuso sexual após a publicação do relatório na Alemanha.

O Vaticano determinou o uso obrigatório de máscaras PFF2 em todos os ambientes fechados e vai impor restrições para funcionários e visitantes que não estejam vacinados contra a Covid-19 ou recém-curados.

As novas regras estão em uma normativa assinada em 5 de janeiro pelo presidente do Governo da Cidade-Estado, arcebispo Fernando Vérgez Alzaga, e por sua secretária-geral, irmã Raffaella Petrini.

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Uma das mudanças é a obrigatoriedade de uso de máscaras PFF2, as mais seguras contra o novo coronavírus, em "todos os lugares fechados".

Além disso, o país suspendeu viagens de trabalho e estendeu a exigência do "passe verde reforçado" para todos os visitantes dos Museus e dos Jardins Vaticanos e participantes de congressos.

Esse certificado sanitário é obtido apenas por pessoas que tenham se curado da Covid há menos de seis meses ou que já estejam vacinadas. A partir de 31 de janeiro, todos os funcionários do Vaticano também terão de apresentar o "passe verde reforçado".

Segundo a normativa, colaboradores sem esse certificado "não poderão acessar o local de trabalho e serão considerados faltosos sem justificativa", com a consequente suspensão do salário durante o período de ausência. Caso essa situação se prolongue, o funcionário ficará sujeito a sanções disciplinares.

Com isso, o Vaticano não permitirá mais a entrada de colaboradores não vacinados que apresentem teste negativo para Covid. Até 31 de janeiro, pessoas ainda não imunizadas que tiverem contato com caso positivo só poderão voltar ao trabalho após 10 dias de isolamento, mediante exame negativo.

Caso esteja vacinado com duas doses há mais de quatro meses, o indivíduo terá de cumprir quarentena de cinco dias, da qual também só sairá com teste negativo. Já os imunizados com duas doses há menos de 120 dias ou com o reforço poderão voltar ao trabalho mediante uso de máscara PFF2 em ambientes fechados e abertos.

O próprio papa Francisco já tomou três doses da vacina da Biontech/Pfizer. 

Da Ansa

O papa Francisco pediu neste sábado (25) um "diálogo" em meio à tendência de fechar-se durante a pandemia de coronavírus, em sua tradicional mensagem de Natal, durante a qual também recordou os conflitos "esquecidos", como Síria e Iêmen.

"Nesta época de pandemia (...) a nossa capacidade de relacionamento social é colocada à prova, se reforça a tendência ao fechamento", afirmou o pontífice durante a mensagem 'Urbi et Orbi' na praça de São Pedro do Vaticano, durante a qual fez um apelo ao "diálogo" diante dos fiéis reunidos sob a chuva.

Como é tradicional, o papa recordou as áreas do planeta afetadas por conflitos como Ucrânia, Afeganistão, Iraque, Mianmar, Etiópia, Sudão e a região do Saara, ao mesmo tempo que abordou as consequências econômicas e sociais da crise de saúde, que afeta o Natal pelo segundo ano consecutivo.

"No mundo inteiro ainda observamos muitos conflitos, crises e contradições. Parece que não terminam nunca e quase passam despercebidos porque nos habituamos de tal maneira que corremos o risco de não ouvir os gritos de dor e desespero de muitos de nossos irmãos e irmãs", lamentou o papa.

Francisco, de 85 anos, destacou as "imensas tragédias" que estão "esquecidas" na Síria e no Iêmen, países envolvidos em conflitos que "provocaram muitas vítimas e um número incalculável de refugiados".

"Escutemos o grito das crianças do Iêmen, onde uma enorme tragédia, esquecida por todos, acontece em silêncio há vários anos, provocando mortes a cada dia", afirmou.

Também pediu que não se permita "a propagação na Ucrânia da metástase de um conflito gangrenoso", consequência das tensões entre Kiev e Moscou, que provocam o temor de uma escalada militar.

burs/yad/ach/an/mis/fp

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, publicou um novo decreto nesta quinta-feira (23) em que reforça as regras sanitárias contra a Covid-19 e passa a obrigar a apresentação do certificado de vacinação para funcionários e visitantes. A medida entra em vigor imediatamente.

Segundo o documento, a decisão foi tomada "considerando a duração e o agravamento da atual situação da emergência sanitária, a necessidade de adotar medidas adequadas para combatê-la e a garantia do desenvolvimento das atividades em segurança".

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A nova regra será válida para "todo o pessoal (Superiores, Oficiais e Auxiliares) dos Dicastérios, organismos e escritórios que compõem a Cúria Romana e as Instituições Coligadas com a Santa Sé, e se estende a colaboradores externos e aqueles que, a qualquer título, desenvolvem atividades nos mesmos entes, ao pessoal de empresas externas e a todos os visitantes e usuários".

Para todos os funcionários, será aceito o "super passe verde" italiano, o certificado sanitário que atesta apenas se a pessoa está vacinado do coronavírus Sars-CoV-2 ou se se curou da doença a menos de seis meses. Caso a pessoa não apresente o documento, "será considerada uma falta injustificada" e haverá a suspensão do pagamento salarial durante o período de ausência.

Já para quem for prestar qualquer tipo de serviço para os entes vaticano e que tenham contato com o público, a partir de 31 de janeiro de 2022, será aceito apenas o documento que comprove a vacinação completa com a dose de reforço. Nesse caso, não será possível apresentar o comprovante de cura ou um teste negativo.

Para qualquer tipo de exceção à regra, será necessário que o responsável pelo ente vaticano comunique seus superiores para uma decisão. Já no caso de pessoas que venham de países em que há "um risco elevado de contágio", as autoridades sanitárias vaticanas poderão dispor de novas regras a serem comunicadas.

A decisão desta quinta-feira reforça as regras publicadas em setembro desse ano, quando o Vaticano passou a exigir a apresentação do passe verde italiano ou da União Europeia para entrar na cidade-Estado, com exceção das missas. No entanto, nessa época, o certificado também permitia a entrada de pessoas não vacinadas, mas com teste negativo para a Covid-19 nas 48 horas ou 72 horas anteriores dependendo do exame.

O papa Francisco já tomou as suas três doses da vacina da Pfizer/BioNTech, a única comprada pelo Vaticano, e que foi usada na vacinação dos religiosos, funcionários e familiares e dos moradores de rua atendidos pela Santa Sé. 

Da Ansa

O Vaticano abriu uma investigação sem precedentes na Espanha para apurar acusações de pedofilia contra 251 membros do clero e alguns leigos de instituições religiosas, revelou neste domingo (19) uma reportagem do "El País".

De acordo com a publicação, o inquérito diz respeito a uma apuração feita pelo próprio jornal durante os últimos três anos.

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O dossiê de 385 páginas foi entregue ao papa Francisco no dia 2 de dezembro, quando o Pontífice teve contato direto com jornalistas em sua viagem à Grécia.

"Um assistente do argentino recolheu o dossiê e, ao voltar da viagem, o Papa agiu rapidamente e o enviou na semana seguinte à Congregação para a Doutrina da Fé", instituição encarregada de avaliar as investigações sobre a pedofilia no mundo, dirigida pelo jesuíta espanhol Luis Ladaria", diz o texto.

O El País também entregou o documento ao presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), o cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, onde foi registrado para dar início as investigações. A expectativa é que posteriormente os inquéritos sejam ramificados, informou a entidade. Ao todo, 31 ordens religiosas espalhadas por 31 dioceses são afetadas.

O caso mais antigo do relatório data de 1943 e o mais recente, de 2018. Todos são inéditos, exceto 13 já publicados, que foram incluídos porque surgiram novas denúncias contra esses clérigos.

Ainda de acordo com o jornal, 602 casos de supostos abusos - cada um referente a um acusado - foram registrados, e um total de 1.237 vítimas desde a década de 1930.

A maioria dos relatos denuncia religiosos pedófilos que abusaram de dezenas de crianças e de comportamentos que eram um "segredo aberto". Um caso comum é o de professores que abusaram sexualmente de toda a turma e que passaram anos em uma ou mais escolas.

A reportagem revela que estimativas como as usadas por especialistas em estudos de comissões independentes em outros países multiplicariam o número das vítimas para vários milhares.

A investigação dos casos apresentados pelo "El País" está atualmente limitada ao processo judicial canônico e, obviamente, pressupõe que as dioceses e ordens religiosas se investiguem. No entanto, a CEE continua a recusar-se a criar uma comissão independente para ouvir as vítimas e promover uma revisão total do passado.

Por fim, o jornal espanhol acrescenta que o Vaticano comunicou a "atenção" e "proximidade" do Papa às vítimas dos abusos. Além disso, o pontífice instruiu a Congregação para a Doutrina da Fé a examinar as denúncias. Até o momento, porém, não há dados oficiais sobre o caso.

Os recorrentes escândalos de pedofilia em diversos países, como Áustria, Chile, Estados Unidos, Irlanda e França, mancharam a imagem da Igreja Católica no mundo e aumentaram a pressão para o Papa tomar medidas efetivas para coibir esse tipo de crime.

Uma das ações mais importantes anunciadas por Francisco é uma norma que obriga membros do clero a denunciar suspeitas de violência sexual às autoridades eclesiásticas. Além disso, Jorge Bergoglio aboliu o segredo pontifício sobre casos de pedofilia.

No entanto, muitas vítimas alegam que isso ainda é pouco, já que punições a padre pedófilos, tanto em âmbito eclesiástico quanto na esfera criminal, continuam raras.

Da Ansa

Nesta sexta-feira (17), o papa Francisco faz aniversário e recebeu os cumprimentos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista publicou uma foto de um  encontro com o pontífice e disse que ele espalha amor e respeito ao mundo.

Quatro dias após completar 52 anos de sacerdócio, o papa Francisco comemora 85 anos, seu nono aniversário como líder da Igreja Católica.

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Em fevereiro, Lula viajou ao Vaticano, onde recebeu uma benção do argentino e conversou sobre temas como a fome, desigualdade social e intolerância, segundo seu Instituto.

Na ocasião, Lula não deu detalhes sobre o encontro e disse que o encontrou tratou "sobre um mundo mais justo e fraterno".

"Cada etapa da vida é um tempo para acreditar, esperar e amar", escreveu o pontífice em seu perfil no Twitter.

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O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, também prestou homenagens ao papa.

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O papa Francisco se reuniu neste sábado (13) com correspondentes no Vaticano e disse que a Igreja Católica não é de esquerda nem de direita.

Já chamado de "comunista" por extremistas de direita em função do teor social de seus discursos, o pontífice afirmou que a Santa Sé não é uma "organização política" nem uma "grande multinacional com gestores que estudam como vender melhor seu produto".

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"A Igreja não é uma organização política que tem em seu interior direita e esquerda, como acontece nos parlamentos", afirmou Francisco para os correspondentes no Vaticano.

Segundo o Papa, a Igreja Católica "perde vigor" quando se comporta como um parlamento ou uma multinacional. "A Igreja, composta por homens e mulheres pecadores como todos, nasceu e existe para refletir a luz de outro, a luz de Jesus, assim como a Lua faz com o Sol", acrescentou.

Durante o encontro, Jorge Bergoglio também disse que a missão da imprensa é "explicar o mundo e torná-lo menos obscuro", mas cobrou que os jornalistas não cedam à "tirania de estar sempre online" e saiam às ruas para "gastar as solas dos sapatos".

"Há três verbos que podem caracterizar o bom jornalismo: escutar, aprofundar, contar. Escutar caminha lado a lado com o enxergar, com estar. Certas nuances, sensações e descrições só podem ser transmitidas se o jornalista as escutou e viu pessoalmente. Eu sei o quanto é difícil, no seu trabalho, subtrair-se à tirania do estar sempre online, nas redes sociais, na web. O bom jornalismo do escutar e do ver precisa de tempo, nem tudo pode ser contado por e-mails, pelo telefone ou em uma tela", disse.

O Papa também agradeceu aos jornalistas por "darem voz às vítimas de abusos", uma das maiores chagas da Igreja Católica, e pediu que a imprensa "se deixe atingir e ferir pelas histórias, para poder narrá-las com humildade aos leitores".

"Precisamos muito hoje de jornalistas e comunicadores apaixonados pela realidade, capazes de encontrar os tesouros frequentemente escondidos nas dobras de nossa sociedade e de contá-los, permitindo a nós aprender, ampliar nossa mente, ver aspectos que antes não conhecíamos", salientou.

Da Ansa

Um dos principais desafetos do papa Francisco na Igreja Católica deu declarações negacionistas sobre a pandemia de Covid-19 e foi repreendido pelo Vaticano.

Ex-núncio apostólico em Washington, o arcebispo italiano Carlo Maria Viganò disse, em vídeo veiculado pela emissora La7, que o povo está "saindo às ruas para manifestar o próprio descontentamento em todas as partes do mundo onde a psicopandemia está em vigor".

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"A imprensa de regime se cala sistematicamente sobre aquilo que podemos ver na internet. Despertamos um pouco tarde, é verdade, mas estamos começando a entender que nos enganaram por quase dois anos, contando coisas que não correspondiam à realidade", declarou Viganò.

Em seguida, o arcebispo denunciou, sem apresentar nenhum indício, que infectados pelo novo coronavírus eram mortos "deliberadamente" para fazer as pessoas "aceitarem máscaras, lockdown e toque de recolher".

Viganò é desafeto declarado do papa Francisco e, durante seu período em Washington, se aproximou do clero ultraconservador americano, que representa hoje a principal força de oposição a Jorge Bergoglio dentro da Igreja Católica.

Em 2018, o ex-núncio chegou a acusar o Papa de, no início de seu pontificado, ter se calado sobre denúncias de abusos sexuais cometidos pelo ex-cardeal americano Theodore McCarrick, que seria expulso do clero anos depois.

Apelidado de "exterminador de papas", Viganò trabalhou mais de 10 anos na Cúria, mas foi afastado da secretaria do Governatorado do Estado da Cidade do Vaticano em 2011, após cultivar desavenças na Igreja. Além disso, é um dos pivôs do escândalo "Vatileaks", que vazou documentos sigilosos e culminaria na renúncia de Bento XVI.

Em 2016, o arcebispo italiano foi removido por Francisco da Nunciatura em Washington e forçado a se aposentar.

Resposta

O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Vincenzo Paglia, disse à ANSA, sem citar o nome de Viganò, que quem "nega a pandemia também nega que o mundo mudou drasticamente e precisa de uma profunda renovação".

"Tivemos mais de 130 mil mortos na Itália, alguns milhões no mundo. A economia global está em grande dificuldade, centenas de milhares de pessoas perderam o emprego. Como alguém pode dizer que a pandemia não existe?", questionou Paglia.

Da Ansa

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