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As autoridades sanitárias do Vaticano começaram nesta quarta-feira (20) a vacinação anti-Covid de moradores de rua que frequentam as estruturas de acolhimento do país.

Segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, cerca de 25 sem-teto atendidos regularmente pela Esmolaria Apostólica, órgão de caridade do papa Francisco, receberam a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus da Biontech e da Pfizer.

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"Nesta manhã, no átrio da Sala Paulo VI, enquanto prossegue o plano de vacinação do Estado da Cidade do Vaticano, um primeiro grupo de cerca de 25 moradores de rua hospedados regularmente pelas estruturas de assistência e moradia da Esmolaria Apostólica recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19", disse.

De acordo com Bruni, "outros grupos" serão vacinados nos próximos dias. Os papas Francisco, 84 anos, e Bento XVI, 93, receberam a primeira dose do imunizante na semana passada.

Da Ansa

A Esmolaria Apostólica do Vaticano confirmou nesta quinta-feira (14) que também os moradores de rua atendidos pela Igreja Católica serão vacinados contra a Covid-19, assim como ocorre com outros tipos de imunizantes.

"Nós demos como Esmolaria muitas vacinas contra a gripe. Quando o Vaticano começar a completar as categorias prioritárias em relação à emergência de Covid-19, nós também vamos aplicar essas vacinas", disse o esmoleiro do Papa Francisco, cardeal Konrad Krajewski, à ANSA.

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O religioso, que está se recuperando ainda por conta do próprio coronavírus Sars-CoV-2, afirmou que é "seguro" garantir que o Vaticano também vacinará a população de rua.

"Precisamos seguir segundo os critérios sobre o risco de contágio: profissionais da saúde, idosos, contato com o público, Guarda Suíça, Gendarmaria, etc. Mas, chegará a hora também dos sem-teto", acrescentou.

O Vaticano começou sua campanha de vacinação contra o coronavírus nesta quarta-feira (13) e nesta quinta foi confirmado que tanto o papa Francisco como o papa emérito Bento XVI já receberam a primeira dose da BNT 162b, o imunizante desenvolvido pela farmacêutica Pfizer e pelo laboratório alemão BioNTech.

Francisco sempre foi uma voz ativa na defesa de que a vacinação deveria ser para todos, incluindo os mais pobres e marginalizados, e que os países mais ricos precisam ajudar as nações mais necessitadas a fazer a imunização.

O número total de vacinas compradas pelo Vaticano não foi confirmada, mas a ANSA apurou com fontes da Igreja que seriam 10 mil doses iniciais da vacina adquiridas.

Da Ansa

O Vaticano confirmou nesta quinta-feira (14) que os papas Francisco e Bento XVI receberam a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pelas empresas Biontech e Pfizer.

A campanha de imunização no menor país do mundo começou na última quarta (13), e o jornal argentino La Nación chegou a publicar que Jorge Bergoglio havia sido um dos primeiros a serem vacinados.

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"Posso confirmar que, no âmbito do programa de vacinação do Vaticano, hoje [14] foi administrada a primeira dose da vacina para a Covid-19 no papa Francisco e no papa emérito [Bento XVI]", disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

Francisco está com 84 anos e também pertence ao grupo de risco por ter perdido parte de um pulmão devido a uma doença respiratória na juventude. Já Joseph Ratzinger tem 93 anos de idade.

Em entrevista a uma emissora italiana na semana passada, Francisco havia confirmado que tomaria a vacina contra o novo coronavírus e criticado o "negacionismo suicida" daqueles que são contrários à imunização.

"Eu acredito que, eticamente, todo mundo deva tomar a vacina. É uma opção ética porque você aposta na sua saúde, na sua vida, e também na vida dos outros", afirmara.

Da Ansa

O Papa Francisco, de 84 anos, recebeu a vacina contra a covid-19 nesta quarta-feira (13), no primeiro dia da campanha de vacinação organizada no Vaticano, informaram fontes da imprensa próximas ao pontífice argentino.

O papa foi vacinado "em um setor do átrio do Salão Paulo VI, especialmente preparado" para a aplicação das vacinas, garantiram o jornal argentino La Nación e a revista jesuíta American Jesuit Review America.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, confirmou o início da campanha de vacinação para os quase 5.000 residentes e funcionários do Vaticano.

O pontífice "recebeu a vacina da Pfizer/BioNTech e foi um dos primeiros a ser imunizado", reportou o jornal argentino.

Francisco recebeu a primeira dose da vacina e, em três semanas, receberá a segunda, como prevê o imunizante para a covid-19. Nenhuma foto foi divulgada até agora.

Vários prelados, bispos e cardeais contraíram o vírus nos últimos meses, incluindo o cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo de Nápoles, que cumpre isolamento após testar positivo para a doença.

O médico particular do papa por cinco anos, Fabrizio Soccorsi, morreu no sábado, aos 78 anos, após "complicações da covid-19", quando foi "hospitalizado por uma patologia relacionada ao câncer".

Francisco cancelou todas as suas viagens ao exterior desde o início da pandemia em março de 2020 e questionou a celebração de sua visita ao Iraque, marcada para os próximos 5 a 8 de março.

O Papa emérito Bento XVI, 93 anos, aposentado em um mosteiro dentro do Vaticano, também está entre os primeiros vacinados, segundo seu secretário particular, o arcebispo Georg Gänswein.

Diversas entidades especializadas em defesa dos animais pediram nesta semana para que o Vaticano permita a presença de cachorros e gatos nos prédios do país.

De acordo com um regulamento de 1976 da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa), é estabelecido que os edifícios do Vaticano não podem receber cães ou gatos.

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A divulgação dessa norma não agradou diversas entidades que lutam pelos direitos dos animais, que já pediram para o papa Francisco analisar e retirar a medida.

Em nota, a presidente da Entidade Nacional de Proteção Animal (Enpa), Carla Rocchi, alertou que a norma "força a separação entre entes queridos, especialmente neste triste momento de pandemia".

"A vossa sensibilidade vai assegurar que acabe com este anacronismo do passado, que temos a certeza de que não reflete o seu sentimento e a profundidade de sua alma. Em nome de São Francisco, permita que cães e gatos sejam permitidos nos prédios do Vaticano", disse Rocchi.

Já Walter Caporale, presidente da Animalisti Italiani, afirmou em um comunicado que a "capacidade de amar não faz distinção".

"Santo Padre, a capacidade de amar não faz distinção. E quem se professa portador do amor universal, não pode discernir entre as criaturas, porque todas são obras de Deus", comentou o ativista.

Da Ansa

Um documento da Comissão Vaticana para a Covid-19 e da Pontifícia Academia para a Vida, publicado nesta terça-feira (29), voltou a defender a distribuição justa e igualitária das vacinas anti-Covid para os países mais pobres e alertou para as problemáticas de todo esse processo em 20 pontos principais.

Segundo o texto, os imunizantes são "fundamentais" para por fim à pandemia do coronavírus Sars-CoV-2, não apenas "para a saúde pessoal, mas para proteger a saúde de todos".

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Fazendo uma referência à recente fala do papa Francisco, o documento convida os líderes mundiais a "resistir à tentação de aderir a um nacionalismo da vacina" e pedindo que tanto os políticos como as entidades privadas cooperem no fornecimento dos itens para aqueles que não têm condições de compra.

"Somos gratos à comunidade científica por ter desenvolvido vacinas em tempo recorde. Agora, cabe a nós garantir que elas estejam disponíveis para todos, especialmente, para os mais vulneráveis. É uma questão de justiça. Precisamos demonstrar, de uma vez por todas, que somos uma única família humana", destaca o prefeito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral (DSSUI), cardeal Peter Turkson.

Já o secretário do DSSUI, Bruno-Marie Duffe, ressalta que "estamos no ponto de virada da pandemia de Covid-19 e temos a oportunidade de iniciar a definir o mundo que queremos ver depois da pandemia".

Da Ansa

A conta no Instagram do Papa Francisco curtiu a foto sensual de uma modelo vestida com um maiô. No Twitter, a modelo Margot Foxx confirmou que o registro era dela, disse que a foto foi publicada no mês passado e que a curtida significa que "ela vai para o céu".

Em novembro, o perfil já havia causado controvérsia ao curtir a foto da modelo brasileira Natalia Garibotto. Após a repercussão, o Vaticano entrou em contato com a plataforma para investigar as causas da movimentação atípica na rede social.

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O Vaticano pediu aos católicos que se vacinem contra a covid-19, considerando que todas as vacinas desenvolvidas são "moralmente aceitáveis", incluindo aquelas feitas de linhagens celulares de fetos abortados durante o século passado.

Uma nota publicada nesta segunda-feira (21) "sobre a moralidade da aplicação de certas vacinas anti-covid-19" lembra posições anteriores tomadas pela Igreja há quinze anos, mas visa responder a questionamentos específicos recebidos nos últimos meses.

"É moralmente aceitável receber vacinas (contra) a covid-19 que tenham utilizado em suas linhagens celulares de desenvolvimento fetos abortados durante os processos de pesquisa e produção", esclarece a nota endossada pelo Papa e publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé (guardiã do dogma).

A Igreja católica explica que o vínculo entre uma pessoa que está sendo vacinada atualmente e os fetos abortados no século passado é "distante".

Células-tronco de fetos abortados nas décadas de 1960, 1970 e 1980 - reproduzidas em laboratórios por décadas como "linhagens celulares" - têm sido utilizadas por um grande número de pesquisadores nas diferentes etapas do desenvolvimento de vacinas anti-covid-19, por exemplo, pelos grupos Astra Zeneca, Moderna e Pfizer, conforme documentação disponível no site do Instituto Europeu de Bioética.

Em vários países, especialmente na América Latina, mas também na Austrália e no Reino Unido, bispos mantiveram intensos debates sobre o dilema das vacinas "moralmente éticas".

O Vaticano também estipulou que "o uso dessas vacinas não significa a aprovação moral do aborto".

Ele pede às empresas farmacêuticas e agências de saúde do governo "que produzam, aprovem, distribuam e ofereçam vacinas eticamente aceitáveis, que não criem problemas de consciência".

Embora, em regras gerais, a vacinação deva ser "voluntária", a Igreja destaca que é um ato de "bem comum", e "a proteção dos mais fracos e expostos", posição totalmente contrária à o dos movimentos anti-vacinais.

A Congregação para a Doutrina da Fé finalmente evoca o "imperativo moral" para a indústria farmacêutica, governos e organizações internacionais de tornar as vacinas contra a covid-19 "acessíveis até mesmo para os países mais pobres", atendendo, assim, a um recente apelo do Papa Francisco.

"Ninguém perderá o trabalho durante a pandemia de coronavírus", afirmou nesta segunda-feira o papa Francisco, durante sua mensagem de Natal aos quase 4.000 funcionários da Santa Sé e suas famílias.

"Vocês são o mais importante!", declarou o pontífice em uma sala com várias pessoas de máscara.

"Ninguém deve perder seu trabalho ou ver a redução de seus salários neste período difícil e exaustivo", disse o papa. "Ninguém deve sofrer a consequência brutal desta pandemia", insistiu.

O Vaticano, o menor Estado do mundo, foi privado de grande parte de sua receita devido à pandemia, sobretudo os ingressos nos museus. A Santa Sé não tem nenhum estrutura para pagar seguro-desemprego a seus funcionários e pretende continuar pagando normalmente seus trabalhadores.

A decisão está de acordo com as declarações do papa desde o início da pandemia, nas quais pediu a solidariedade aos Estados.

"Esta Natal é o Natal da pandemia, da crise de saúde, socioeconômica e inclusive eclesiástica, que tem dilacerado cruelmente o mundo inteiro", disse Francisco nesta segunda-feira em uma mensagem de Natal à Cúria romana (governo central da Igreja).

Aos 84 anos e depois de quase oito anos de pontificado, o papa argentino costuma utilizar o encontro anual com a Cúria romana para emitir críticas e reprimendas.

Em 2014, por exemplo, Francisco enumerou as 15 enfermidades que afetavam a Cúria, como o "Alzheimer espiritual" ou a "fossilização mental".

Este ano, o tom foi mais suave. O pontífice, no entanto, pediu à hierarquia da Igreja que se preocupe mais com os pobres e criticou a tendência existente de "conflito".

"A crise geralmente tem um resultado positivo, enquanto o conflito sempre cria um contraste, uma rivalidade (...) entre sujeitos com a consequente vitória de uma das partes. A lógica do conflito sempre busca culpados a quem estigmatizar e desprezar e justos a quem justificar", disse.

"Se uma leitura da Igreja for feita a partir das bases de um conflito - direita e esquerda, progressistas e tradicionalistas - isto fragmenta, polariza, perverte e trai a sua verdadeira natureza”, acrescentou.

O papa Francisco completou 84 anos nessa quinta-feira (17) e pediu à comunidade internacional garantias de acesso a vacina do coronavírus para "os mais pobres", em uma mensagem divulgada pelo Vaticano.

"Renovo meu pedido aos políticos e ao setor privado para que adotem medidas adequadas que garantam aos mais pobres e frágeis o acesso às vacinas contra a covid-19, assim como as tecnologias essenciais necessárias para atender aos doentes", escreveu.

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Na mensagem, que será lida pelas paróquias na Jornada Mundial da Paz, em 1º de janeiro, o pontífice propôs a criação de um Fundo Mundial com o dinheiro que usa para a fabricação de armas e os gastos militares na luta contra a pobreza.

"Que corajosa decisão seria", comentou.

"A fome está criando raízes onde antes não existia", alertou.

O papa convocou a construção de "uma nova cultura" para combater a pandemia do coronavírus e as guerras que assolam o mundo, e denunciou a aparição de "novas formas" de racismo e xenofobia.

"É doloroso constatar que, lamentavelmente, junto a depoimentos de caridade e solidariedade, estão criando um novo impulso para diversas formas de nacionalismo, racismo, xenofobia e inclusive guerras e conflitos que semeiam a morte e a destruição", declarou.

O pontífice argentino comemorou seu aniversário, "com muita simplicidade", afirmou seu porta-voz, que lembrou quando o líder religioso doou quatro aparelhos de assistência respiratória à Venezuela para ajudar no combate à pandemia.

A tradicional árvore de Natal da Praça de São Pedro, um pinheiro vermelho e um presépio gigante de cerâmica, foram inaugurados e iluminados nesta sexta-feira (11) como uma mensagem de "esperança" em meio à pandemia, disse o papa Francisco.

"Hoje mais do que nunca" a árvore e o presépio "são um sinal de esperança", declarou o pontífice, ao receber no Vaticano as delegações que doaram as decorações natalinas.

O papa elogiou "o majestoso pinheiro vermelho", originário das florestas de Kočevje, na Eslovênia, assim como o "monumental presépio de cerâmica" feito por artesãos na Itália.

"Também neste Natal, em meio ao sofrimento da pandemia, Jesus, pequeno e indefeso, é o 'sinal' que Deus dá ao mundo", afirmou.

Estes símbolos "ajudam a criar um clima natalino favorável para viver com fé o mistério do nascimento do redentor", acrescentou.

O pontífice, que teve que adiantar a missa de Natal de 24 de dezembro em duas horas por causa do toque de recolher em vigor na Itália devido ao coronavírus, lembrou que este feriado "nos lembra que Jesus é nossa paz, nossa alegria, nossa força, nosso consolo".

Ainda que para isso "precisamos nos sentir pequenos, pobres e humildes como os personagens do presépio", disse ele.

O Vaticano revelou que o papa Francisco lembrou de Diego Maradona em suas orações após saber da morte da lenda do futebol nesta quarta-feira. O craque argentino faleceu na sua residência, em Tigre, na região metropolitana de Buenos Aires, após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que o papa, após ser informado do falecimento de Maradona, "relembrou com carinho dos momentos em que se encontraram nestes anos e lembrou-se dele em sua oração." Ele afirmou, ainda, que Francisco tinha rezado pelo compatriota nos últimos dias, quando soube dos seus problemas de saúde.

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O papa argentino, um fã de futebol e torcedor do San Lorenzo, se encontrou com Maradona no Vaticano em 1.º de setembro de 2014, durante uma audiência especial relacionada a uma partida de futebol beneficente, que foi disputada no Estádio Olímpico de Roma. Na ocasião, Maradona presenteou o pontífice com uma camisa de futebol, estampada com o nome "Francisco" e que tinha o seu autógrafo.

Os dois se encontraram novamente em 2015, ainda que Francisco não tenha estado na Argentina desde 2013, quando ele voou a Roma para o conclave que o elegeu como pontífice.

O Vaticano News, braço de mídia da Santa Sé, referiu-se a Maradona como o "poeta da

futebol." Além disso, classificou o craque argentino como um "jogador de futebol extraordinário, um frágil homem", dizendo que sua vida foi marcada em vários momentos pela praga das drogas."

O papa Francisco, defensor de corredores humanitários para acolher os migrantes na Europa, insistiu em um novo livro, divulgado nesta segunda-feira (23), que "a migração não é uma ameaça ao cristianismo".

"Rejeitar um migrante em dificuldades, seja de qual confissão religiosa for, por medo de diluir nossa cultura 'cristã' é uma falsificação grotesca tanto do cristianismo quanto da cultura", escreveu o papa no livro intitulado "Vamos sonhar juntos", amplamente inspirado em suas reflexões sobre a pandemia do novo coronavírus.

"A migração não é uma ameaça para o cristianismo, exceto na imaginação daqueles que se beneficiam simulando-o. Promover o Evangelho e não acolher o estrangeiro necessitado, nem afirmar sua humanidade como filho de Deus é querer fomentar uma cultura cristã apenas de nome; vazia de toda a sua novidade", reitera Francisco.

A insistência do sumo pontífice em repreender os países ricos, sobretudo na Europa, pelo tema dos migrantes, lhe rende às vezes críticas que o acusam de ingenuidade, inclusive entre os católicos.

Mas, o papa considera que estas críticas vêm frequentemente de cidadãos pouco praticantes.

"Uma fantasia do nacional-populismo em países de maioria cristã é defender a 'civilização cristã' de supostos inimigos, seja do islã, dos judeus, da União Europeia ou das Nações Unidas", afirma.

"Esta defesa é atraente para aqueles que com frequência não são mais crentes, mas que consideram o patrimônio de sua nação como uma identidade. Aumentam seus medos e sua perda de identidade, ao mesmo tempo em que diminui sua participação nas igrejas", ressalta.

Em seu novo livro, o papa insiste na precariedade dos migrantes, que vivem confinados em acampamentos insalubres em plena pandemia do novo coronavírus.

"Estes acampamentos de refugiados transformam o sonho de conquistar uma vida melhor em câmaras de tortura", escreveu, acrescentando: "se a covid entrar em um campo de refugiados, pode gerar uma verdadeira catástrofe".

Para Jorge Bergolgio, neto de migrantes italianos radicados na Argentina, "a dignidade dos nossos povos exige corredores seguros para migrantes e refugiados, de forma que possam se mudar sem medo de zonas de morte a outras mais seguras".

"É inaceitável deixar que centenas de migrantes morram em perigosas travessias marítimas ou em travessias pelo deserto", avaliou.

Nesta nova declaração, o papa lembrou que os migrantes "mal pagos" costumam constituir a mão de obra de sociedades mais desenvolvidas e continuam sendo "desprezados".

Em vista do Dia Mundial dos Pobres, que será celebrado pela Igreja Católica no próximo domingo (15), o Vaticano está fazendo testes gratuitos para detectar o novo coronavírus em pessoas pobres que necessitarem.

Segundo o presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Rino Fisichella, os exames estão disponíveis no ambulatório da Santa Sé, administrado pela Esmolaria Vaticana, e "em duas semanas, foram efetuados 50 testes por dia, além de darmos a vacina contra a gripe".

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Ainda conforme o religioso, os exames RT-PCR "são para os pobres que precisam usar os dormitórios" mantidos pela Igreja ou ainda "para aqueles que querem retornar para a sua pátria".

Além dessas ações, Fisichella informou que o Vaticano está enviando "um primeiro lote de 350 mil máscaras, para ao menos 15 mil estudantes de diversas séries escolares, sobretudo na periferia" da cidade de Roma.

De acordo com o religioso, "esse também é um sinal de apoio às famílias e para aliviá-las, ao menos, da despesa com a compra das máscaras", que são obrigatórias para ir às instituições de ensino. A distribuição e a compra foram feitas com a parceira da UnipolSai Assicurazioni.

A Igreja Católica também enviou para as paróquias de Roma cerca de cinco mil cestas de alimentos para as pessoas que estão em dificuldades econômicas. Nesta doação, o religioso destacou o apoio da entidade Roma Cares, criada pelo clube de futebol Roma, do CEO da equipe, Guido Fienga, e do supermercado Elites.

"Nesse sentido, também, eu gostaria de destacar que a produção e a distribuição dessas cestas foram possíveis graças à ação de um grupo de 20 jovens que, atualmente, estão aguardando por empregos", destacou.

Fisichella ainda informou que o pastifício La Molisana doou 2,5 toneladas de macarrão para o Vaticano, que serão distribuídos para diversas organizações que atendem as famílias pobres da cidade e associações de caridade.

A atenção aos mais pobres é uma das prioridades do papa Francisco que, desde 2013, vem ampliando as estruturas no Vaticano que atendem tanto os moradores de rua como as famílias em graves dificuldades econômicas.

- Missa de domingo (15): Além de listar as iniciativas da Santa Sé para intensificar a ajuda aos pobres, Fisichella informou detalhes da missa especial que o papa Francisco fará no próximo domingo (15), a partir das 10h (6h no horário de Brasília), pelo Dia Mundial dos Pobres.

Por conta da crise sanitária do Sars-CoV-2, as celebrações religiosas de Francisco voltaram a ser por streaming. No entanto, no domingo, será autorizada a entrada de 100 fiéis convidados e que "representam todos os povos pobres do mundo que, nesse dia, tem a particular necessidade de atenção e de solidariedade da comunidade cristã, além de voluntários e de benfeitores". 

Da Ansa

O ex-núncio do Vaticano na França, dom Luigi Ventura, começa a ser julgado nesta terça-feira (10), em Paris, por supostamente ter agredido sexualmente cinco homens no exercício de suas funções diplomáticas, o que ele nega.

Este caso, que veio à tona em fevereiro de 2019, em meio à onda de escândalos sexuais na Igreja Católica, levou a Santa Sé a levantar a imunidade diplomática do ex-núncio apostólico de 75 anos, uma medida sem precedentes na história moderna da diplomacia do Vaticano.

O Ministério Público francês abriu uma investigação no início de 2019, depois que um funcionário da prefeitura de Paris, atualmente com 28 anos, denunciou que Ventura apalpou seu traseiro durante uma cerimônia na prefeitura.

Após esta primeira denúncia, quatro outros homens saíram do silêncio e denunciaram fatos semelhantes envolvendo o prelado italiano durante eventos públicos na França, entre janeiro de 2018 e fevereiro de 2019.

O Vaticano levantou sua imunidade diplomática em julho de 2019. "Monsenhor Ventura aguarda ansiosamente este julgamento para poder se explicar, para que se possa lançar luz sobre seu caso e para que sua inocência seja reconhecida", disse sua advogada, Solange Doumic, à AFP.

Segundo a advogada, "ele próprio pediu o levantamento da imunidade diplomática para se explicar perante os tribunais". Os advogados das partes civis argumentam, porém, que o levantamento da imunidade foi fruto de uma "briga" dos demandantes.

Em fevereiro de 2019, três deles haviam solicitado publicamente ao chefe de Estado francês que atuasse nesse assunto. "Meu cliente espera que o tribunal o ouça e o reconheça como vítima", disse Elise Arfi, advogada de Mathieu de La Souchère, que foi o primeiro a denunciar publicamente Ventura.

A advogada do segundo demandante, Benjamin, também afirma que "espera que a Justiça tenha coragem de dizer a verdade". "Este é um julgamento histórico no sentido de que é a primeira vez que um diplomata tão alto na hierarquia da Santa Sé deve responder perante a Justiça francesa", disse Jade Dousselin. O crime de agressão sexual pode ser punido com pena máxima de cinco anos de prisão e multa de 75.000 euros (US$ 89.000) na França.

Luigi Ventura atuava como representante diplomático da Santa Sé na França desde 2009. Antes disso, foi sacerdote na nunciatura do Brasil, Bolívia e Reino Unido. Depois disso, foi nomeado secretário de Estado em Roma. Mais tarde, atuou como núncio apostólico na Costa do Marfim, Burkina Faso, Níger e Chile.

O Vaticano explicou em uma nota interna a posição do papa Francisco sobre as uniões homossexuais após a controvérsia provocada pelo documentário "Francesco" e reiterou que o matrimônio católico acontece entre um homem e uma mulher, informaram fontes religiosas nesta segunda-feira.

Um documento, emitido pela Secretaria de Estado do Vaticano - comandada pelo número dois da Santa Sé, o cardeal Pietro Parolin - e enviado às nunciaturas ou embaixadas em todo o mundo, aborda o tema delicado após mais de uma semana de silêncio, devido ao escândalo provocado pelas palavras do pontífice no documentário do americano de origem russa Yevgeny Afineevsky.

Exibido em meados de outubro no Festival de Cinema de Roma, no documentário o papa argentino defende o direito dos casais homossexuais, "filhos de Deus", a contar com uma "lei de convivência civil", que os proteja legalmente.

"As pessoas homossexuais têm o direito de estar em uma família, são filhos de Deus, possuem direito a uma família. Não se pode expulsar ninguém de uma família, nem tornar sua vida impossível por isso. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil, eles têm direito a estarem legalmente protegidos. Eu defendi isso", explica o papa no filme.

Uma frase que provocou a revolta dos setores mais conservadores da Igreja, incluindo vários bispos e cardeais, e elogios das associações de defesa dos homossexuais, que a consideraram histórica.

Frases retiradas de contexto

Para a Secretaria de Estado, as declarações do papa "geraram confusão" porque o diretor do documentário resumiu em apenas uma resposta as diferentes respostas dadas pelo pontífice em uma entrevista concedida à jornalista mexicana Valentina Alazraki em 2019.

"Há mais de um ano, durante uma entrevista, o papa Francisco respondeu duas perguntas distintas em dois momentos diferentes que, no mencionado documentário, foram editadas e publicadas como uma só resposta, sem a devida contextualização, o que gerou confusão", explica a nota interna do Vaticano, repassada à imprensa por várias nunciaturas.

Para o Vaticano trata-se de explicar o caso aos bispos e religiosos que fazem perguntas sobre as palavras surpreendente do papa e, ao mesmo tempo, evitar desmentir o cineasta, premiado por seu filme pelas mesmas autoridades da Santa Sé.

O documento interno do Vaticano, que não tem selo ou assinatura oficial, ao que parece foi enviado às nunciaturas a pedido do próprio pontífice.

O papa "se referia às leis adotadas pelos Estados", quando citou as leis civis e "não a doutrina da Igreja", ressalta a nota. O texto cita as palavras do papa em diversas ocasiões e recorda que em 2014 ele explicou que "o matrimônio é entre um homem e uma mulher".

"Os Estados laicos querem justificar as uniões civis para regulamentar diversas situações de convivência, movidos pela exigência de regulamentar aspectos econômicos entre as pessoas, como por exemplo assegurar a assistência de saúde", explicou na ocasião o pontífice.

Para a Secretaria de Estado "é evidente que o papa Francisco se referiu a determinados dispositivos estatais, certamente não à doutrina da Igreja, muitas vezes reafirmada no curso dos anos", destaca o texto.

O Vaticano anunciou nesta quinta-feira que o papa Francisco decidiu cancelar novamente as audiências gerais das quartas-feiras na presença de fiéis, devido à aceleração da pandemia de Covid-19 na Itália.

"A partir da próxima quarta-feira, 4 de novembro, as audiências gerais do Santo Padre recomeçarão a ser transmitidas da biblioteca do Palácio Apostólico. Esta decisão foi tomada porque se detectou um caso positivo de Covid-19 na audiência geral de 21 de outubro, e com o objetivo de evitar qualquer possível risco futuro para a saúde dos participantes", indicou o Vaticano em um comunicado.

É a mesma medida tomada em março após o primeiro surto de coronavírus na Itália, quando o Vaticano decidiu aplicar as mesmas restrições adotadas pelas autoridades da península.

Francisco realizava as audiências e oração do Angelus de domingo sozinho na biblioteca papal, no palácio apostólico, que eram transmitidas ao vivo para as televisões e páginas na internet.

No entanto, desde 2 de setembro, passou a admitir um grupo de fiéis nas audiências gerais, que passaram a ser realizadas primeiro no pátio de San Damaso e, há algumas semanas, na tradicional sala Paulo VI do Vaticano.

Devido à emergência de saúde pelo novo surto do coronavírus na Europa, o pontífice realizará agora as audiências de quarta-feira e a missa para os mortos de 2 de novembro de forma privada e sem público.

Temer "a senhora covid"

Francisco evitou na quarta-feira cumprimentar pessoalmente, como costuma fazer, alguns dos fiéis que assistiam a audiência geral na sala Paulo VI.

"Adoraria descer e cumprimentar todos, mas devemos manter a distância", explicou aos fiéis, todos com máscara.

"Se desço, as pessoas se agrupam e isso é contrário ao cuidado e às precauções que devemos ter diante desta senhora chamada covid e que nos faz tanto mal", explicou.

O papa e seus assistentes, que celebraram a audiência no palco, não usavam máscaras, enquanto os guardas suíços e os fotógrafos oficiais têm a obrigação de usá-las.

O Vaticano anunciou em 17 de outubro que registrou um caso de coronavírus na residência Santa Marta, onde vive o papa Francisco, destacando que a pessoa infectada "deixou temporariamente" o local.

No total, onze guardas suíços já resultaram positivo à Covid-19 em meados de outubro, segundo o comandante do corpo militar encarregado da segurança do papa e da Cidade do Vaticano.

O papa foi criticado por sua tendência de não usar a máscara e foi fotografado com ela em poucas ocasiões, apesar de ser obrigatória na Cidade do Vaticano.

A China anunciou nesta quinta-feira a renovação por dois anos de um acordo provisório assinado com o Vaticano sobre a nomeação dos bispos, tema que provoca mal-estar entre a Igreja e o governo chinês há décadas.

"O acordo foi prorrogado por mais dois anos", afirmou à imprensa o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijan.

Pequim e o Vaticano assinaram em setembro de 2018 um acordo provisório e renovável que pretendia acabar com quase 70 anos de tensões pela delicada questão da nomeação dos bispos.

Os 12 milhões de católicos da China estão divididos entre uma igreja clandestina, chamada de 'subterrânea', que só reconhece a autoridade do papa, e a igreja "oficial", submetida ao regime comunista.

Com o acordo de 2018, o papa Francisco reconheceu oito bispos nomeados por Pequim sem a sua aprovação e as autoridades chinesas reconheceram dos ex-bispos da igreja subterrânea.

Mas as concessões feitas pelo Vaticano não deixaram a vida dos cristãos da igreja clandestina chinesa, que representaria quase seis milhões de fiéis, mais fácil.

Os católicos, assim como os fiéis de outras religiões, sofrem com a política de onipresença do regime chinês, que implica a destruição de templos ou de cruzes posicionadas no topo dos edifícios, assim como o fechamento de escolas consideradas religiosas.

Apesar das dificuldades, o pontífice deseja restabelecer as relações com o regime comunista, rompidas em 1951, e expressou o "sonho" de viajar ao país asiático, ao qual o catolicismo chegou no século XVI, graças fundamentalmente a missionários jesuítas.

China e Vaticano "continuarão conversando (...) e avançando com o processo de melhorar suas relações", afirmou Zhao.

Para complicar ainda mais o cenário, o Vaticano está entre os 15 Estados do mundo que reconhecem o governo de Taiwan, ilha dirigida por autoridades contrárias a Pequim desde 1949 e sobre a qual a China reivindica sua soberania.

O Vaticano anunciou, neste sábado (10), o fortalecimento das medidas de controle do fluxo financeiro de suas diferentes instituições, por meio de modificações em uma lei de 2013.

"As últimas modificações fazem parte de uma estratégia global, cujo objetivo é tornar a gestão das finanças do Vaticano cada vez mais transparentes, no âmbito de controles intensos e coordenados", declarou Carmelo Barbagallo, presidente do Organismo de Informação Financeira (OIF), em uma entrevista publicada pelo Vaticano.

O OIF, considerado o gendarme financeiro do Vaticano, é encarregado de controlar os fluxos financeiros do pequeno Estado, no âmbito da luta contra a lavagem de dinheiro e o terrorismo.

Com as modificações, "os mecanismos de defesa e controle das instituições (do Vaticano) que são afetadas de várias maneiras pelos fluxos financeiros serão ainda mais fortes", explicou Barbagallo.

"Cada sistema jurídico tem a missão fundamental de proteger e defender a dignidade de cada pessoa. Neste contexto, gerir com prudência e controlar com eficácia não é apenas um dever jurídico, mas também moral. Isto é ainda mais verdadeiro no que diz respeito ao controle de fluxos financeiros", acrescentou.

Uma equipe de especialistas do Moneyval, o órgão do Conselho da Europa que avalia as medidas de combate à lavagem de dinheiro, iniciou uma inspeção das contas do Vaticano há dez dias, a quinta desse tipo desde 2012.

Esta inspeção ocorre enquanto a justiça do Vaticano investiga há um ano o opaco financiamento da Santa Sé para a compra de um edifício de luxo em Londres.

Há cerca de duas semanas, um dos cardeais mais influentes do Vaticano, o italiano Angelo Becciu, foi afastado pelo papa sob suspeita de "malversação" em favor de seus irmãos. Ele também ocupou um cargo de responsabilidade no investimento do edifício de Londres.

O papa lembrou aos especialistas do Moneyval, a quem recebeu há dois dias, que um texto publicado em 19 de agosto obriga os funcionários do Vaticano a relatar qualquer atividade suspeita ao OIF.

Dois padres italianos deverão comparecer à Justiça do Vaticano na próxima semana acusados de abuso sexual de um menor em uma residência da Cidade do Vaticano, anunciou o porta-voz da Santa Sé nesta quarta-feira (7).

O tribunal do Estado do Vaticano julgará o padre Gabriele Martinelli, acusado de ter abusado sexualmente de um menor quando era um jovem seminarista, que residia no "Pré-seminário São Pio X", localizado dentro do Vaticano, não muito longe da atual residência do papa Francisco.

O padre Martinelli, que tinha na época 21 anos, foi ordenado padre em 2017.

O outro padre, Enrico Radice, era reitor do alojamento no momento dos fatos e é acusado de cumplicidade por ter protegido o seminarista.

Os estudantes alojados neste internato eram crianças e adolescentes que estudavam em um colégio privado do centro de Roma e que participavam como coroinhas nas missas realizadas na basílica de São Pedro.

Alguns deles decidiram tornar-se padres e estudaram no seminário.

A Justiça do Vaticano havia decidido em 2017 abrir o julgamento após a publicação do livro "Pecado original" do jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, que denuncia os abusos cometidos nesse seminário entre 2011-2012.

Entre os depoimentos, está o do polonês Kamil Tadeusz Jarzembowksi, que contou que comparecia com frequência ao quarto do seminarista para ter relações sexuais porque "se sentia obrigado a ceder a suas demandas" e que não se tratava de uma relação amorosa.

"Não culpo esses padres por serem homossexuais", declarou o polonês, que confessou ser gay.

"Tudo isso é uma grande hipocrisia: durante o dia, essas pessoas são homofóbicas e durante a noite ficam loucos nas baladas gays", comentou.

Pouco depois da publicação do livro, a vítima contou em um programa de televisão que foi abusado sexualmente durante seu primeiro ano no pré-seminário, aos 13 anos.

O jovem afirmou inclusive que recebeu propostas inadequadas dentro da Basílica de São Pedro durante as missas.

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