O presidente da Renault do Brasil, Olivier Murguet, afirmou nesta segunda-feira que a montadora francesa espera queda de 25% nas vendas do primeiro trimestre de 2013, em relação ao mesmo período de 2012, em razão de uma parada técnica na unidade São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, para ampliar a capacidade de produção dos atuais 220 mil unidades para 320 mil unidades por ano.
A produção na unidade será interrompida de 7 de dezembro a 7 de fevereiro. "Temos de passar por isso para voltarmos ao mercado mais fortes e melhores", disse Murguet, durante coletiva de imprensa no evento de apresentação da 27.ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que será realizado entre os dias 24 de outubro e 4 de novembro.
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A Renault está investindo R$ 500 milhões para aumentar a produção na fábrica paranaense, valor que faz parte de um pacote de R$ 1,5 bilhão do plano de investimento para o período 2010/2015. Da unidade saem os modelos Duster, Logan e Sandero. A unidade também fabrica a van Master, mas esta linha não será afetada pelas obras de ampliação.
Os modelos Clio e Fluence são importados da Argentina. No período em que a unidade de Pinhais estiver parada, a marca pode elevar as importações do Clio e do Fluence, mas Murguet prevê que mesmo assim os estoques não serão suficientes para evitar uma queda nas vendas gerais. "Oitenta por cento das nossas vendas são de carros produzidos no Brasil", explicou.
Mesmo com essa esperada queda no primeiro trimestre, o objetivo da Renault é aumentar a participação de mercado para chegar em 2016 com uma fatia de 8,7%. Hoje, a montadora francesa tem 6,1% das vendas de automóveis e comerciais leves no País. Para este ano, a projeção é de aumento de 25% nas vendas, em comparação com 2011, para um total de 245 mil veículos. A marca avalia que as vendas totais do mercado automotivo vão subir 5% este ano em relação a 2011.
Carro elétrico
A Renault apresentou nesta segunda-feira o Twizy, carro elétrico para duas pessoas vendido pela marca na Europa. Murguet reclamou, no entanto, que a venda do modelo no Brasil é inviável por conta da alta carga tributária. De acordo com ele, a alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a importação de modelos elétricos é de 55%.
"Não fosse pela falta de preço competitivo, poderíamos vendê-lo aqui em pouco tempo", afirmou. Na Europa, o Twiz é vendido por cerca de 7 mil euros. No Brasil, segundo Murguet, sairia por volta de R$ 100 mil.